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Sistemas de drenagem
de águas pluviais urbanas
Coordenação científica:
João Pedroso de Lima
Autoria:
Alfeu Sá Marques
João Pedroso de Lima
Joaquim Sousa
Nuno Eduardo Simões
Rui Pina
Comissão Portuguesa
Organização Programa
das Nações Unidas Hidrológico
para a Educação, Internacional
a Ciência e a Cultura
FICHA TÉCNICA
Título:
Hidrologia urbana – Sistemas de drenagem de águas pluviais urbanas
Coordenação científica:
João Pedroso de Lima (Universidade de Coimbra)
Autoria:
Alfeu Sá Marques
(Departamento de Engenharia Civil da Universidade de Coimbra)
João Pedroso de Lima
(Departamento de Engenharia Civil da Universidade de Coimbra)
Joaquim Sousa
(Instituto Superior de Engenharia do Instituto Politécnico de Coimbra)
Nuno Eduardo Simões
(Departamento de Engenharia Civil da Universidade de Coimbra)
Rui Pina
(AC, Águas de Coimbra, EEM)
Edição:
Entidade Reguladora dos Serviços de Águas e Resíduos
Universidade de Coimbra
Conceção gráfica:
Dimensão 6, comunicação, design, publicidade, Lda.
Revisão linguística:
Laurinda Brandão
Tiragem:
1300 exemplares
ISBN:
978-989-8360-12-0
Depósito legal:
353759/13
PREFÁCIO DA ERSAR
iv PREFÁCIO DA ERSAR
PREFÁCIO DA COORDENAÇÃO CIENTÍFICA
O presente guia é o segundo de uma série dedicada à hidrologia
urbana cujo título Hidrologia urbana – Sistemas de drenagem de águas
pluviais urbanas (Cursos técnicos da Entidade Reguladora dos
Serviços de Águas e Resíduos – ERSAR) tem por objetivo abordar de
forma avançada, com cariz prático, conceitos relativos à drenagem
urbana que melhorem o desempenho de técnicos com competências
nesta área do conhecimento. É, assim, uma continuação do guia
Hidrologia urbana – Conceitos básicos da mesma série.
ÍNDICE DE TEXTO
pág.
1 INTRODUÇÃO . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 1
1.1 Conteúdo do guia ........................................................................................ 1
2 SISTEMAS DE DRENAGEM . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 5
2.1 Nota introdutória . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 5
2.2 Componentes dos sistemas de drenagem . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 8
2.3 Tipos de sistemas. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 10
2.4 Efeitos da urbanização na drenagem pluvial . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 13
2.5 Escolha do período de retorno. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 18
2.6 Considerações finais . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 21
2.7 Exercícios . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 22
INDICES DETALHADOS ix
5 ÓRGÃOS DE ENTRADA E DE SAÍDA . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 65
5.1 Nota introdutória .......................................................................................... 65
5.2 Dispositivos de entrada ............................................................................... 66
5.2.1 Aspetos regulamentares . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 68
5.2.1.1 Dimensões mínimas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 68
5.2.1.2 Critérios de dimensionamento ............................................... 69
5.2.1.3 Tipos de sarjetas e circunstâncias de aplicação . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 70
5.2.2 Implantação de órgãos de entrada . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 72
5.2.3 Cálculo da capacidade de vazão . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 73
5.2.3.1 Métodos propostos no Manual de Saneamento Básico . . . . . . . . 74
5.2.3.2 Métodos propostos pela Federal Highway Administration .... 78
5.3 Dispositivos de saída .................................................................................... 84
5.3.1 Introdução . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 84
5.3.2 Dimensionamento de um enrocamento de proteção . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 85
5.4 Considerações finais .................................................................................... 87
5.5 Exercícios ...................................................................................................... 90
BIBLIOGRAFIA . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 137
pág.
ÍNDICE DE FIGURAS xi
Figura 3.5 – Representação esquemática do conceito de drenagem dual
(adaptado de Djordjevic´ et al., 1999) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 34
Figura 3.6 – Exemplo de uma rede de drenagem dual 1D/1D (rede superficial
gerada automaticamente pelo AOFD) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 35
Figura 5.3 – Caixa de ramal com queda guiada de ligação à rede pluvial. . . . . . . 66
Figura 6.5 – Carga exercida pelo solo sobre tubagens rígidas assentes em vala. 109
Figura 6.6 – Carga exercida pelo solo sobre tubagens flexíveis assentes em vala. 111
Figura 6.7 – Largura da vala a usar no cálculo da carga exercida pelo solo. . . . . 112
Figura 6.8 – Tubagem assente em condições de aterro com projeção positiva.. . 112
Figura 6.11 – Tubagem assente em condições de aterro com projeção negativa. 117
Figura 6.14 – Carga exercida por cada roda isolada e área de aplicação. . . . . . . 122
Figura 6.15 – Combinações para o cálculo de cargas sobre tubagens enterradas. . 123
Figura 6.20 – Coletor instalado em vala com parametros verticais (Exercício 6.1).. . 132
Figura 6.21 – Coletor instalado em vala com parametros inclinados (Exercício 6.2). . 135
pág.
Quadro 2.1 – Período de retorno em função da ocupação urbana com vista
ao projecto de drenagem de águas pluviais. . . . . . . . . . . . . . . . . . . 19
ÍNDICE DE QUADROS xv
ÍNDICE DE EXEMPLOS
pág.
Exemplo 2.1 – Cálculo do risco aceitável em função do período de retorno
e da vida útil da obra. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 20
pág.
Exercício 2.1 – Noção de período de retorno. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 22
INTRODUÇÃO 1
Este livro introduz conceitos básicos fundamentais sobre sistemas urbanos
de drenagem pluvial. Nele são apresentados os princípios de conceção e
dimensionamento de sistemas de drenagem de águas pluviais, com
referência à simulação de sistemas e critérios e procedimentos de cálculo.
Discutem-se igualmente aspetos relacionados com os principais compo-
nentes desses sistemas.
INTRODUÇÃO 3
2 SISTEMAS DE DRENAGEM
SISTEMAS DE DRENAGEM 5
Assim, pode dizer-se que a Drenagem Pluvial Urbana não é só uma
necessidade, mas uma prioridade por estar diretamente ligada à
qualidade de vida e à segurança de pessoas e bens.
a) b)
SISTEMAS DE DRENAGEM 7
danos a evitar: as perdas de bens e serviços, a redução de doenças e
mortalidade decorrentes do contacto direto com a inundação, as
melhorias na condição de vida das populações e os impactos visuais na
paisagem urbana. Em termos mais específicos, um adequado sistema de
drenagem proporciona uma série de benefícios, como: (i) redução de
áreas inundadas; (ii) proteção do tráfego rodoviário e pedestre;
(iii) redução de gastos com manutenção das vias públicas e áreas
adjacentes per-meáveis e impermeáveis; (iv) escoamento rápido das
águas superficiais; (v) eliminação da presença de águas estagnadas;
(vi) abaixamento do nível freático; (vii) redução da erosão hídrica do solo;
(viii) permite even-tualmente o reaproveitamento da água pluvial;
(ix) aumenta a resistência do solo em zonas verdes possibilitando o
trânsito dos veículos (e. g., equipamentos de manutenção).
SISTEMAS DE DRENAGEM 9
2.3 Tipos de sistemas
• Sistemas unitários
• Sistemas separativos
• Sistemas mistos
Uma rede que seja constituída pela conjunção dos dois tipos de sistemas
referidos, ou seja, em que uma parte da rede é unitária e outra parte é
separativa, é designada por rede mista.
• Sistemas pseudo-separativos
SISTEMAS DE DRENAGEM 11
Figura 2.6 – Representação esquemática de um sistema do tipo unitário.
SISTEMAS DE DRENAGEM 13
desenvolver soluções adequadas e viáveis tendo em conta a realidade
socioeconómica das cidades. Ao mesmo tempo, de acordo com a
evolução do conhecimento, devem ser atualizadas as ferramentas de
modelação e promovida a consciencialização das consequências que
procedimentos incorretos terão, quer em termos de segurança de pessoas
e bens, quer em termos de sustentabilidade técnica e económica.
SISTEMAS DE DRENAGEM 15
15 de novembro – revogou parcialmente o Decreto-Lei n.º 468/71, de 5 de
novembro, mantendo o regime jurídico aplicável às zonas adjacentes e
admitindo que o governo pode classificar como zona adjacente as zonas
ameaçadas pelo mar e as zonas ameaçadas pelas cheias, sujeitando-as
a restrições de utilidade pública.
SISTEMAS DE DRENAGEM 17
objetivo de reduzir as suas consequências prejudiciais, transpondo para
a ordem jurídica interna a Diretiva n.º 2007/60/CE, do Parlamento Europeu
e do Conselho, de 23 de outubro, e indo igualmente ao encontro da
preocupação relativa à mitigação dos efeitos das inundações,
estabelecida na Directiva nº 2000/60/CE, do Parlamento Europeu e do
Conselho, de 23 de outubro.
SISTEMAS DE DRENAGEM 19
onde:
R – risco permissível.
TR – período de retorno (anos).
n – vida útil da obra (anos).
Admitindo-se que uma obra tem uma vida útil de n anos, uma vez fixado
o “risco permissível ou aceitável”, R, a equação 2.2 permite calcular o
período de retorno, TR. No Quadro 2.1 apresentam-se valores de R para
vários períodos de retorno de acordo com as equações 2.1 ou 2.2.
Resolução
No Quadro 2.2, considerando n = 10 anos, TR = 35 anos obtemos
R = 0.25, ou seja, o risco é de 25%.
SISTEMAS DE DRENAGEM 21
2.7 Exercícios
Resolução
( )
3
R=1– 1 = 0.488
1 – –– (2.3)
5
SISTEMAS DE DRENAGEM 23
Resolução
(3.1)
(3.2)
em que:
A – área molhada.
Q – caudal.
t – tempo.
X – direção do escoamento.
h – altura de água.
g – aceleração da gravidade.
So – declive do canal.
Sf – função do atrito.
wuh w § 2 1 2 · w
¨ hu gh ¸ huv gh(Sox Sfx ) (3.4)
wt wx © 2 ¹ wy
wvh w w § 1 ·
huv ¨ hv 2 gh2 ¸ gh(Soy Sfy ) (3.5)
wt wx wy © 2 ¹
em que:
u – velocidade na direção x.
v – velocidade na direção y.
x – direção principal do escoamento.
y – direção do escoamento perpendicular a x.
Sox – declive do canal na direção x.
Soy – declive do canal na direção y.
Sfx – função do atrito na direção x.
Sfy – função do atrito na direção y.
Regime permanente
1 w § Q2 · wh
¨ ¸g g(So Sf ) (3.7)
A wx © A ¹ wx
wA wQ
0 (3.8)
wt wx
wh
(So Sf ) (3.9)
wx
wA wQ
0 (3.10)
wt wx
So Sf 0 (3.11)
q
F*
F (3.13)
h gh
em que:
a) b) c)
Figura 3.3 – Tratamento tradicional das câmaras de visita no caso de o sistema de
drenagem entrar em carga: a) a água que chega à superfície perde-se; b) a altura de
água aumenta indefinidamente; c) a água é retida num volume definido pelo utilizador
e volta ao sistema quando este deixar de estar em carga.
Figura 3.4 – Abordagem tradicional das câmaras de visita. Aplicação em meio urbano
(adaptado de Maksimovic´ e Prodanovic,´ 2001).
A bacia hidrográfica da zona tem uma área total de cerca de 1.5 km2.
A área pode ser dividida em três regiões com caraterísticas diferentes
(Figura 3.9): a “Baixa”, que é uma zona baixa, maioritariamente ocupada
por comércio e serviços, com 0.4 km2 e um sistema de drenagem unitário;
a “Alta”, que é uma zona com relevo acentuado e grandes declives,
altamente urbanizada e com uma área de aproximadamente 0.2 km2;
e a área restante, que também é altamente urbanizada, com uma área de
0.9 km2, onde são gerados os principais problemas de inundações.
O sistema de drenagem tem 34.8 km de comprimento, 29 km dos quais
unitários, e apenas 1.2 km são exclusivamente para águas pluviais.
O tempo de concentração da bacia é estimado em 45 minutos.
Diâmetro mínimo
Velocidade máxima
Velocidade mínima
Inclinação máxima
Inclinação mínima
= ␥ Rh i (4.1)
em que:
Q = A Ks Rh/3 i /2
2 1
(4.2)
em que:
Por sua vez, o raio hidráulico é definido como o quociente entre a área
molhada e o perímetro molhado (Rh = A/P).
(4.3)
(4.4)
(4.5)
(4.6)
(4.7)
(4.8)
Material Ks (m1/3s-1)
Ferro fundido não revestido 60
Betão liso 75
PVC 110
PEAD 125
h
–– ≤ a (4.9)
D
Qmáx
––––––––––––– ≤ VmáxR (4.11)
D 2
–– ( – sin )
8
ou seja:
8 Qmáx
( – sin ) ≤ ––––––– (4.12)
D2 VmáxR
Qal
––––––––––––– ≤ VmínR (4.13)
D2
–– ( – sin )
8
ou seja:
8 Qal
( – sin ) ≤ ––––––– (4.14)
D2 VmínR
4 2
ș 3 § Ks · 16
10
t¨ ¸ D 3 imínR (4.15)
ș sin ș 3 © 20.159 Qal ¹
Por sua vez, a condição de inclinação máxima (imáxR = 15%) resulta em:
4 2
ș 3 § Ks · 16
10
d¨ ¸ D 3 imáxR (4.16)
ș sin ș 3 © 20.159 Qmáx ¹
8 Qmáx
Dt (4.17)
VmáxR ș sin ș
3
8 1
§ 20.159 Q ·
ș 4
máx
Dt¨ ¸ 5
¨ K i ¸
© s máxR ¹ ș sin ș 8 (4.21)
D ≥ DmínR (4.22)
2
ª 20.159 Q 2 º
máx ș 3
imính « » (4.23)
« K D8 3 5
ș sin ș ¼3 »
¬ s
2
ª 20.159 Q 2 º
3
al ș
imínv « » (4.25)
« K D8 3 ș sin ș 3
5
»
¬ s ¼
em que:
8 Qal
ș sin ș 2
(4.26)
D VmínR
em que:
8 Qmáx
ș sin ș (4.28)
D2 VmáxR
onde:
Neste caso o coletor deverá ser implantado com uma inclinação entre a
mínima e a máxima (imín ≤ icol ≤ imáx):
e os recobrimentos serão:
sendo os recobrimentos:
0.6
§ Q ·
1 =sinș
nn+1 sinnn 6.063 ¨ ¸ D1.6 șn0.4 (4.29)
¨K i ¸¹
© S
4.9 Exercícios
Exercício 4.1: Dimensionamento de coletor de águas pluviais a implantar
em terreno plano.
Pretende-se dimensionar um coletor de águas pluviais cujo caudal máximo
é de 300 l/s, a ser implantado num terreno plano situado à cota de 20.0
metros. Considerando um recobrimento mínimo de 1.20 m e que o troço
tem 20.0 metros de comprimento, dimensione o coletor de modo a
satisfazer as condições regulamentares. Utilize como material o betão e
considere como lei de resistência a equação de Gauckler-Manning-Strikler.
Resolução
Sendo o betão o material utilizado, podemos usar para o coeficiente Ks o
valor de 75 m1/3 s-1. A velocidade máxima regulamentar é de 5.0 m/s e a
mínima de 0.9 m/s-1.
8 0.3
5.0 (5.293 – sin 5.293)
20.159 0.3
(5.293 – sin 5.293)
Uma vez que o diâmetro nominal mínimo regulamentar é de 200 mm,
o diâmetro mínimo a considerar será o correspondente à velocidade
máxima e que é de ≈ 0.28 m, a que corresponde um diâmetro comercial
de 0.300 m.
5.295 /3
2
20.159 0.3
75 0.30 /3
8
(5.293 – sin 5.293) /
5
3
0.08750 = 8.750%
9.155 /3
2
20.159 0.15
75 0.3 /3
8
0.00474 = 0.474%
4.386 /3
2
20.159 0.3
75 0.3 /3
8
(4.386 – sin 4.386) /
5
3
0.10827 = 10.827%
O valor do ângulo ao centro obtém-se resolvendo a equação 4.28 por um
processo iterativo, do que resulta = 4.386 radianos.
Desde que se adote para o coletor uma inclinação que cumpra a condição:
Ou seja:
Resolução
Neste caso o coletor deverá ser implantado com uma inclinação entre a
mínima e a máxima (imín ≤ icol ≤ imáx). Como os recobrimentos mínimos a
montante e a jusante são iguais, o coletor será implantado paralelamente
ao terreno à profundidade mínima:
Resolução
5.293 /3
2
20.159 0.3
75 0.50 /3
8
0.00574 = 0.574%
0.00228 = 0.228%
2.510 /3
2
20.159 0.3
75 0.5 /3 (2.510 – sin 2.510) /
8 5
3
0.10166 = 10.166%
Ou seja:
Figura 5.3 – Caixa de ramal com queda guiada de ligação à rede pluvial.
Nas Figuras 5.7 a 5.10, que se seguem, são representados vários tipos de
sarjetas e sumidouros.
Figura 5.10 – Sumidouro de lancil com saída sifonada (com vedação hidráulica)
e retenção de sólidos.
280 i
L (5.1)
B
em que:
Q = LKy03/2g1/2 (5.2)
em que:
3/2 1/2
Q = L(K + C) yo g (5.3)
em que:
F = V2 / (g y).
M = L F / (a tg()).
– ângulo que o plano do pavimento forma na depressão com o plano
vertical do lancil de passeio.
y – altura de escoamento na extremidade de montante da sarjeta de
passeio junto ao lancil (m).
V – velocidade média do escoamento na secção correspondente à altura
de escoamento y (m/s).
L, yo, g e K – parâmetros com o significado definido anteriormente.
N = L F / a’,
Dimensionamento de sumidouros
em que:
2. Cálculo de q1
§ V02 d3 y 0 / g ·
q1 6¨ ¸
¨ L2 ¸ (5.5)
© ¹
3. Cálculo de q2
y’ = yo – B / tan(o)
B – Largura do sumidouro (m).
(5.7)
q2
[ L' L) / 4º¼ g1/2 y'3/2
em que y’ = y – B / tan().
B0 y B02 T (5.10)
A
2 2
(5.11)
P B0 y B0 (1 T) | B0
8/3
§ B ·
Q QB QL ; QB E0 Q e E0 1 ¨1 ¸
© B0 ¹
Figura 5.16 – Divisão do caudal intersetado em caudal frontal (QB) e caudal lateral
(QL) – secção transversal composta.
1
ª º
« »
« T // T0 » (5.13)
E0 «1
0
8/3 »
« § 1 T // T0 · 1»
0
« ¨ B / B 1¸ »
¬ © 0 ¹ ¼
A 'B (5.14)
E'0 E0
AB
em que:
0.6
0.42 0.3 ª1º
L0 0.817 Q i « nnT » (5.15)
¬ ¼
em que:
1.8
§ L · (5.16)
°1 ¨ 1 ¸ , L d L0
E ® © L0 ¹
°
¯ 1 , L ! L0
§a·
e = T ¨
e ¸ E0 (5.17)
© B1 ¹
em que:
a – depressão da sarjeta.
B1 – largura da depressão.
E0 – a relação entre o caudal na seção da depressão (B1) e o total (B0).
1 0.295 V0 Vl , V0 ! Vl
°
RB ® (5.18)
° 1 , V0 d Vl
¯
em que:
1
§ 0.0828 V01.8 ·
RL ¨1 ¸ (5.19)
© T L2.3 ¹
E = RB E0 + RL (1 – E0) (5.20)
5.3.1 Introdução
U2
D50 = –––– (5.22)
2.5g
(5.23)
(5.24)
E = 1.5D100 (5.25)
L = 4.5Frh (5.26)
U2
Fr = ––– (5.27)
gH
5.5 Exercícios
Resolução
= 0.025 m
3/2 1/2 3/2 1/2
Q = L Ky0 g = 0.5 0.2 0.025 9.8 = 1.2 l/s
L1 = 0.50 m e L2 = 0.20 m
a = 0.05 m e b = 0.05 m
B1 = 0.5 m
Do exemplo anterior:
Vem:
Assim:
Considerando:
Cálculo de q3
Cálculo de q2
Cálculo de q1:
Considerando:
Cálculo de q3:
Cálculo de q1:
Conclusão:
Vem:
Resolução
A carga exercida pelo solo é uma ação estática que aumenta com a
profundidade a que a tubagem se encontra instalada. A teoria ainda hoje
usada para avaliar esta carga começou a ser desenvolvida na Iowa State
University por Marston, no início do século XX (Marston e Anderson,
1913). Mais tarde, Spangler, um aluno de Marston, apercebeu-se de que
as tubagens plásticas, novidade na altura, apresentavam comporta-
mentos bem distintos dos assumidos pela teoria anteriormente desenvol-
vida para tubagens rígidas e apresentou uma teoria aplicável a tubagens
flexíveis (Spangler, 1941). Dos diversos trabalhos realizados posterior-
mente foi ainda notória a contribuição de Watkins ao sugerir uma versão
modificada da fórmula para quantificar a deflexão de tubagens flexíveis,
inicialmente proposta por Spangler (Watkins e Spangler, 1958).
P
P dP P J s Bd dh 2 k P' dh (6.1)
Bd
A solução desta equação diferencial é:
P2 1 P 1 senI § I·
k tg2 ¨ 45o ¸ (6.5)
2
P 1 P 1 senI © 2¹
1 1 sen2 I
k (6.6)
1 2 tg2 I 1 sen2 I
P = Cd γs Bd2 (6.7)
§ Bd · (6.8)
P ¨ Cd ¸ J s Bd H
© H¹
em que:
Se a tubagem for rígida (mais rígida que o solo – tubagens de betão ou ferro
fundido), os prismas laterais (solo colocado em ambos os lados da tubagem)
vão assentar mais do que o prisma central (solo colocado sobre a tubagem).
Estes assentamentos diferenciais geram tensões de atrito descendentes
nas superfícies de contacto entre os prismas laterais e o prisma central
(Figura 6.5). À medida que os prismas laterais assentam, vão arrastando para
baixo o prisma central, transferindo uma parte da sua carga para a tubagem.
Devido a este efeito, as tubagens rígidas suportam a totalidade da carga do
prisma central acrescida de uma parte da carga dos prismas laterais, sendo
esta última dependente da largura da vala.
Figura 6.5 – Carga exercida pelo solo sobre tubagens rígidas assentes em vala.
Ws = Cd γs Bd2 (6.10)
em que:
A carga exercida pelo solo sobre tubagens flexíveis pode ser calculada
pela seguinte equação:
Ws = Cd γs Bd Bc (6.11)
em que:
(6.12)
Importa referir que, para determinar a carga exercida pelo solo sobre
qualquer tubagem, a largura da vala deve ser medida ao nível do extra-
(6.13)
Figura 6.7 – Largura da vala a usar no cálculo da carga exercida pelo solo.
(6.14)
(6.15)
em que:
r2k P He /Bc 2
e 1ª 1 § H He · rsd rp º 1 § He ·
« r¨ ¸r »r ¨ ¸ r
r2k P ¬« 2k P © Bc Bc ¹ 3 ¼» 2 © Bc ¹
Uma vez conhecidos K, rsdrp e H/Bc, a resolução desta equação permite
obter He/Bc. Uma vez conhecido o valor de He/Bc, com o diâmetro exterior
da tubagem, Bc, determina-se He.
em que:
Cc – coeficiente de carga.
(6.18)
(6.19)
Sg Sd Sf dc (6.20)
rsd
Sd
em que:
Uma vez conhecidos k, rsdrsp e H'/Bd, a resolução desta equação permite
obter H'e/Bd e, com o valor da largura da vala – Bd, determinar H’e. Por
último, pode determinar-se He = H'e+rsdrp.
Ws = Cn γs Bd2 (6.22)
em que:
0.5 -0.1
1.0 -0.3
1.5 -0.5
2.0 -1.0
Sg Sd Sf dc (6.25)
rsd
Sd
Ws = Cn γs Bc2 (6.26)
em que:
a b Carga por
Veículo
(m) (m) roda - P (kN)
Figura 6.14 – Carga exercida por cada roda isolada e área de aplicação.
(6.27)
A carga originada pelo tráfego é uma ação dinâmica, pelo que o seu efeito
é mais grave do que se fosse estática. Para compensar este efeito adota-
-se um fator de impacto (If) em função de H:
em que:
WL = vLSL (6.30)
em que:
em que:
Uma vez que se está a lidar com tubagens rígidas, considerando que
estas se comportam como vigas de apoio contínuo, o comprimento
efetivo do apoio da tubagem será (ver Figura 6.17):
A
Ka = ––––––– (6.33)
N – Xq
em que:
Ka – fator de assentamento.
(6.34)
em que:
rp – razão de projeção.
k – coeficiente de Rankine.
Cc – coeficiente de carga (aterro com projeção positiva).
H – recobrimento da tubagem (m).
Bc – diâmetro exterior da tubagem (m).
0 0.150 0
0.3 0.743 0.217
0.5 0.856 0.423
0.7 0.811 0.594
0.9 0.678 0.655
1.0 0.638 0.638
RLKa
RE = –––––– (6.35)
Ks
em que:
CE = Ws + WT (6.36)
CE ≤ RE (6.37)
6.6 Exercícios
Figura 6.20 – Coletor instalado em vala com paramentos verticais (Exercício 6.1).
1-e-2x0.165x(1.50/0.90)
Cd = ––––––––––––– = 1.282
2 0.165
Uma vez que se trata de uma via de tráfego pesado, vamos considerar um
veículo da classe I. Para um recobrimento de 1.50 m o fator de impacto If,
equação 6.28, é 1.154. Nas presentes condições, a carga crítica será de
400 kN (Quadro 6.5) e a tensão vertical média exercida num plano
horizontal à profundidade correspondente ao nível do extradorso do
coletor v, equação 6.29, terá o valor de:
400 1.154
v = –––––––––––––––––––––––––––––––––––––– = 38.23 kN/m2
(1.70 + 1.15 1.50) (1.80 + 1.15 1.50)
Figura 6.21 – Coletor instalado em vala com paramentos inclinados (Exercício 6.2).
Resolução
45º
Cd = 1 – –––– (1–1.282) = 1.141
90
e a carga exercida pelo solo sobre o coletor Ws, equação 6.10, será de:
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sistemas de abastecimento de água e de drenagem de águas
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