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KIMBER S.

DAWN
Tradução: Cartaxo
Revisão Inicial: Gi Vagliengo
Revisão Final: Ami Mizuno
Leitura Final: PL
Formatação: Vivi
Eu dancei com o diabo na noite passada.
Ele sussurrou carinhosamente no meu ouvido memórias que eu pensei que tinha enterrado
há muito tempo.
Com suas grandes mãos cobrindo meu rosto, ele usou suas palavras para devolver a dor
que eu tinha apagado uma vez.
Ele disse-me da minha morte, lembrando-me da vida triste e miserável que estava por vir.
Com ele aqui, eu segui a sua liderança envolta em seus braços e sinto pavor diferente de
tudo que já conheci.
Eu dancei com o diabo na lua na noite passada, meu vestido vermelho brilhava quando ele
rodou ao vento.
Cascateava em torno de mim como se o oceano estivesse rosa, me fazendo voar mais alto e
mais alto, deixando medo e morte para atrás.
Sua risada ecoou por mim e eu olhei para os diabólicos belos olhos azuis.
— Seu vestido, meu amor, foi transformado em um profundo tom de azul e sua beleza
teria me deixado sem fôlego, se não fosse tão inequivocamente verdade.
Foi dito por muitos, uma e outra vez, que Satanás não está envolto em escamas vermelhas
com chifres hediondos e uma aguçada cauda vermelha.
Eu olho para o homem cujos braços eu aperto pela vida e percebo como estavam certos.
Eu dancei com o diabo através das estrelas na noite passada, nos braços do homem cuja
beleza rivaliza a de Adônis.
Seu cabelo tão escuro como as asas de um corvo, olhos cor de um céu na tempestade.
Enquanto ele não fala, eu me permito acreditar que o sonho é possível.
Eu acreditava que ele me amava.
Eu acreditava que ele foi injustamente amaldiçoado.
Eu acreditava que ele não permitiria que ninguém me machucasse.
Eu acreditava que pertencia a ele e só a ele.
Foi quando ele falou, a minha dúvida aumentou e aumentou, extinguindo as minhas
crenças nele.
Quando ele se gabou e se vangloriou, meus sonhos viraram pó.
E quando a minha dúvida veio à tona, ele terminou jogando com a minha pequena
existência tola.
Eu dancei com o diabo ontem à noite e, claro, no final, foi ele quem ganhou.
Quando terminou a nossa dança, o oceano sumiu, as nuvens diluíram e os meus ossos
quebraram quando eu caí e bati na terra, meu sangue derramado invisível por baixo do
vestido vermelho rubi, que esperançosamente ficou azul uma vez.
.
*** Este livro
contém descrições
explícitas de
violência e sexo,
linguagem obscena,
tortura, estupro,
assalto. Este livro
destina-se para
MADUROS MEMBROS
DA AUDIÊNCIA
SOMENTE e NÃO
destinados para os
fracos de coração,
nem pessoas com
quaisquer gatilhos.
***
Prólogo
Permitam-me apresentar... Eu sou Roman Payne. Eu
vivo minha vida da única maneira que eu considero
necessário. Você não vai concordar com as decisões que eu fiz
e vai me odiar pelas que eu não fiz. Eu não peço permissão de
ninguém, tampouco compreensão. Estou certo que enquanto
entrar no meu mundo sem autorização, como um voyeur que
olha em uma janela para ver uma mulher se despir, você
detestar minhas escolhas e ações, no entanto, lembre-se, eu
não pedi sua crítica ou a sua aprovação. Minha vida é vivida
com discrição e eu não procuro nem o perdão nem a sua
absolvição... nem das pessoas que andam à margem da vida
covardemente e com medo da interação mais básica.
Todo pecado que cometo, cada vida que termino, toda
alma que compro para assistir com gratificante diversão, uma
vez desaparece. Tenho feito completamente consciente... de
ver os meus pecados e transgressões afetar e alterar a vida
dos outros.
Minhas intenções são minhas e cada uma me
pertence.
Não continue lendo se você tem ilusões de minha
redenção ou se você está entretendo a ideia de que você vai
ser a única a me salvar com a sua empatia e amor. Você está
avisado, eu vou demolir as fantasias que você abriga de
encontrar o homem ferido, que só precisa de amor e
compreensão para vencer a podridão que se estabeleceu em
minha alma. Vou saborear a metamorfose, vou sorrir quando
eu assistir o horror do que eu realmente estou encravando
em você.
Eu estou aconselhando você a se afastar de mim
agora, mas nós dois sabemos que você não vai e isto me
agrada além das palavras. Foder o ódio e medo são o meu
sustento; preenchendo o vazio que vive dentro de minha alma
negra. Se você insistir em continuar, então vamos começar.
Ah e uma vez que nós terminarmos nossa jornada e
você começar a chorar, gemer e se queixar, eu te prometo
isto: Vou olhar profundamente em seus belos olhos e tocar
meus lábios suavemente nos seus enquanto inclino sua
cabeça para trás para abrir-se para mim... eu vou sorrir
enquanto eu cortar sua garganta.... Vou me empolgar com a
sensação de endorfina correndo pelo meu corpo. Vou assistir
sem fôlego, enquanto a vida sumir dos seus olhos e apreciarei
quando seu último suspiro for liberado com meu beijo.
Meu amor, lembre-se sempre, eu avisei.
Eu não era negligenciado fisicamente, mentalmente
ou espiritualmente quando era uma criança, nem meus pais
foram politicamente corretos ou particularmente cheios de si.
Eu nasci com a proverbial colher de prata na minha
boca. Respeito e aprovação de meu pai foi algo entregue
livremente enquanto minha mãe provia, abundantemente,
amor incondicional. Quando criança, meus pais levavam em
conta meus pensamentos e escolhas como considerações
sérias; mesmo na tenra idade de dois anos, meus
sentimentos e opiniões foram determinantes para a decisão
em uma discussão.
Meus anos de ensino foram tão normais quanto a
minha vida familiar. Tenho certeza que você quer olhar para
meus anos de escola em um esforço para descobrir a razão
pela qual deu errado? Eu estava intimidado, preferi a solidão
por causa da minha falta de companheiros? Não, eu era
bastante popular na escola e em todo o ensino médio com
ambos os sexos.
Será que eu tive que estuprar Brittany Sloan quando
eu perdi minha virgindade? Não, eu não tive. Eu queria, no
entanto, fazia com que fosse difícil insistir em uma garota que
caiu em você para pedir um pouco de sua atenção. Ajuda a
situação quando os anéis plásticos das cervejas que você
acabou de tomar mordem a carne macia do seu pescoço, a
emoção que se sente enquanto investe seu pau com força,
mais e mais, é multiplicado quando você empurra o plástico
mais apertado, enquanto luta mais. Você pode estar se
perguntando se era a minha intenção matá-la.
Permitam-me matar a sua curiosidade, eu estava
tentando fazer com que a experiência ficasse interessante e
memorável, infelizmente, quando se é um novato no jogo da
respiração1, a exuberância da juventude e inexperiência
podem facilmente transformar-se em uma montanha-russa
impulsionada pelos hormônios, deixando você sem fôlego,
atordoado e seu encontro de baile, morto.
Depois da inconveniente morte de Brittany, eu reagi
rapidamente enquanto uma lição de química avançada
imediatamente me veio à mente. Eu sabia que naquele
momento, a melhor maneira de esconder o que tinha
acontecido era empurrá-la pela rampa do incinerador em
nossa casa, com a ajuda de meu pai e alguns de seus
homens de maior confiança.
Uma vez que a eliminação e limpeza foi cuidada, meu
pai e eu tivemos uma conversa estranha, onde ele fez mais do
que falar e a base da nossa conversa de pai e filho foi que isso
nunca iria acontecer novamente.
Infelizmente, a palestra do meu pai caiu em ouvidos
surdos, porque as ocorrências da noite do baile já tinham
colocado em movimento uma nova fome dentro de mim, que
pediu para ser alimentada.
1 Breathplay – jogo da respiração, jogo com restrição de ar,
normalmente durante o sexo, para satisfação exótica.
E assim eu a alimentei. Durante todo o tempo,
avaliando minha estratégia, bem como o meu tempo. Nas
raras ocasiões em que meu controle se perdia, eu sabia que
não devia pedir ajuda ao meu pai.
Por último, mas não menos importante na lista de
possíveis razões por que eu sou quem eu sou e fazer o que eu
faço: eu sou do jeito que sou por causa de um nível de QI
baixo, possivelmente o tamanho do meu pênis está
compensando a minha falta de matéria cinzenta? Não,
felizmente sou capaz de desacreditar nessa direção que seu
pensamento está indo também. Sobressaí em todas as
minhas aulas, graduando-me um ano mais cedo com as
máximas honras.
Meu pai, o Sr. Payne, um general-tenente altamente
condecorado na marinha e de um grau ainda maior e de
prestigiada família, se assegurou que Harvard e Oxford
fossem altamente compensados, doando para vários fundos
diferentes, para garantir que o seu único herdeiro, seu
precioso filho, garantisse uma posição quando chegasse a
hora de escolher uma universidade.
Durante meus vinte e poucos anos, como todos os
jovens adultos fazem, eu me encontrei à procura da alma,
fazendo com que um lapso de julgamento me enviasse para a
escola de medicina com a intenção de me tornar um
psiquiatra. Felizmente, antes de começar a residência, eu
percebi o meu erro e optei por seguir a única coisa que eu
conheço melhor e amo.
Exatamente, meu amor... boceta.
Refletindo sobre as minhas escolhas, eu percebo que
não há realmente uma melhor combinação de disciplinas
para estudar. Enquanto eu estudava psicologia, aprendi o
"código". Eu não só aprendi, eu o traduzi. Eu dominei a
anatomia, fisiologia e psicologia do sexo feminino. Eu dominei
o processo emocional e biológico por trás de seu orgasmo.
Somente eu sei que a música que você responde, as notas
que tocam enquanto seu orgasmo se constrói, crescendo e
estrelas explodindo atrás de seus olhos. Só eu posso apagar
de sua memória todos os homens antes de mim, assim como
te arruinarei para qualquer homem que venha depois. Eu, em
essência, domino a arte que consiste em sua mente e seu
corpo.
Dependendo da natureza do meu jogo, quando eu
julgo você digna da minha atenção, nosso tempo juntos vai
deixar você saturada... se você está pingando com meu
sêmen ou o seu próprio sangue, ainda está para ser
determinado. Em todas as estradas que conduzem ao
nirvana, existem armadilhas.
Não permita-se tornar inadequada das minhas
atenções, pois, enquanto o ritmo de meu tédio aumenta, o
mesmo acontece com a liberação de sangue.
De você.
Para você.
O que eu estou tentando explicar é, não se torne
indigna de meus afetos. Quanto mais rápido fico entediado,
mais rápido tirarei sangue em um esforço para você... é tudo
para você, meu amor. Eu só estou tentando ajudá-la a
recuperar o meu interesse.
Lembre-se sempre, tudo o que faço para mim, em troca, eu
estou fazendo para você.
Deixe-me arriscar um palpite... Se você é digna de
seu salário, porque você fez uma pesquisa no Google e a dita
pesquisa revelou apenas o que eu já tenho compartilhado,
infelizmente, a coloca em desvantagem, porque quando eu
me concentro em você, a presa, você vai me seguir
cegamente, o predador, enquanto eu a sacrifico sob a
segurança de um lugar público, enquanto o sorriso no meu
rosto mascara minhas intenções de arruiná-la
completamente.
Depois de minha residência em ginecologia, voltei
para casa em Seattle e comecei meu próprio escritório na
Broadway. Eu construí um escritório luxuoso que somente
pela aparência, seria necessário que as pacientes fossem
membros do escalão superior constituído por socialites, a
esposa do prefeito, a esposa do Governador, quem era
importante, suas esposas e filhas seriam minhas pacientes.
Muitos colegas médicos queriam fundir, todos
prometendo um aumento de pacientes, dinheiro e negócios,
no entanto, eu não trabalho bem com outros e uma
combinação iria colocar outra pessoa muito perto de minhas
atividades extracurriculares. Minha prática nunca foi sobre
dinheiro. Meu plano mestre era muito importante para mim
para permitir que qualquer possibilidade de arruiná-lo,
expondo meu bonito e diabólico plano.
Esse era sobre minha experiência e aprendizagem
com mulher após mulher, como praticar sinceridade e
desenvolver uma fachada carinhosa. Tudo enquanto fodia as
loucas e cortava as masoquistas.
Muitas mulheres ao longo dos anos tentaram
aprofundar em minha psique, na tentativa de descascar as
camadas e corrigir o que veem como quebrado. Elas me
seguraram e me amaram, depois de ser preenchidas com o
meu sêmen.
Pobres e lamentáveis tolas. Belezas ingênuas cujos
conceitos errôneos as cegaram de seu erro fatal; guiando-as e
obrigando-me a garantir que elas fossem quebradas além da
medida.
Agora, seja justo, eu adverti. Assim como eu avisei.
Entretanto, aqui te vejo... bem, então... desde que
nós fizemos as apresentações necessárias, vamos começar
com a história.
Prólogo
1986
— Papai! Não! Você é tão bruto! Eu juro que se você
não parar eu nunca vou gostar de você de novo. E eu vou te
dizer todos os dias você é o pior pai MUNDO!
O sorriso em seu rosto permaneceu enquanto seus
olhos procuraram em meu rosto mais sundae de chocolate
antes que ele passasse a ponta de seu polegar sobre sua
língua e limpasse o pegajoso sorvete.
— Pior pai do mundo, hein?
— Sim! — Eu empurrei a cabeça para trás para evitar
o polegar com saliva novamente. — O pior. Posso ir brincar
agora, por favor?
A grande mão do papai revolveu meu cabelo antes de
dizer:
— Tudo bem, vá. Quem sou eu para impedi-la de se
parecer como uma órfã? E, a propósito, She-Ra, ontem você
prometeu me dizer todos os dias que eu era o melhor pai do
MUNDO. O que aconteceu com isso?
Olhei por cima do meu ombro enquanto meus pés se
moviam mais rápido do que nunca em meus novos tênis.
— Saliva papai! Saliva é o que aconteceu!
Uma vez que cheguei ao lugar das brincadeiras,
acelerei o passo, correndo o mais rápido que pude antes de
mergulhar e aterrissar no último balanço disponível,
colocando meus dedos na casca da árvore para me empurrar
alto o suficiente para virar em torno do balanço, plantando
minha bunda no banco.
Depois de usar todos os músculos em ambas as
minhas pernas, eu balancei para a frente, em seguida, puxei
os elos da corrente. Eu empurrei meu peito para a frente e
joguei as pernas para trás, tanto quanto eu pude,
balançando-me.
Com meus olhos fechados inclinei a cabeça para trás
para sentir o sol no meu rosto e senti-me deixar ir e apenas
voar.
Eu amava balançar. Eu amava tanto, uma vez me
balancei por três horas seguidas e, um dia, eu iria balançar
por um dia inteiro. Era só esperar e ver. Estar em um
balanço era o meu lugar, onde tudo era perfeito. O vento
soprando no meu cabelo enquanto o balanço ia e voltava e
minha barriga se agitava antes de cada balanço para a frente.
Estava tão contente como um gato gordo em uma janela
quando a voz de algum punk me puxou de meu lugar feliz.
— Você! Tranças! Saia do meu balanço antes de eu
tire você. — Minha cabeça se moveu bruscamente para onde
a voz veio, bem a tempo de ouvir o grupo de rapazes mais
velhos do que eu, uivando de tanto rir.
— Tem seu nome nele? — Eu olhei para baixo
fingindo procurar o seu nome antes de olhar para cima. —
Não, eu acho que não. Vá brincar na caixa de areia até que
eu termine de balançar, idiota.
Na realidade, eles realmente não queriam o balanço,
porque deram a volta e foram na direção do grande super
tobogã, mas eu senti meus braços e pernas tremendo de
medo. Quando meus olhos observaram as mesas de
piquenique e bancos na área sombreada e não vi papai, eu
comecei a ficar com dor de barriga. Estava tão assustada.
Então, assim que papai caminhou de trás da fila com
uma coca grande e nachos em suas mãos, eu comecei a
relaxar. Eu pularia como eu costumava fazer, mas eu decidi
não. Eu não tinha certeza se minhas pernas trêmulas me
permitiriam pousar, então, ao invés, eu fixei meus
calcanhares me fazendo parar. Eu pulei fora do balanço e saí
correndo em direção a papai, só que tropecei em outro garoto,
tão forte, que eu aterrissei no meu traseiro.
Enquanto olhava de boca aberta para ele, ele se virou
para ir embora, mas parou. Depois de inclinar a cabeça para
o lado como se ele estivesse tentando ouvir algo, ele se virou
para mim.
— Você está bem? — Ele perguntou, sem fazer
qualquer movimento para me ajudar a levantar do chão.
— Ahh... Eu acho que estou. Você está bem?
— Claro que sim. Eu não estou no chão, não é? —
Seus olhos azuis brilharam quando ele sorriu e soube
imediatamente que ele era o menino mais bonito que já vi!
— Bem, você vai me ajudar a levantar? Ou apenas
ficar aí e sorrir? — Eu pulei do chão e espanei a terra de
minha bunda antes de oferecer a minha mão — Eu sou Mac.
Qual o seu nome?
Ele olhou para minha mão como se fosse uma mão
alienígena por alguns segundos, em seguida, passou os dedos
pelo cabelo preto.
Quando ele olhou para mim, ele estava sorrindo e
balançando a cabeça.
— Mac, é bom conhecê-la. Sou Rome. — Sua mão
envolveu suavemente a minha e a manteve por menos de um
segundo quando meu pai chamou meu nome, tirando-nos da
nossa pequena bolha.
— Mac! Vamos garota, temos que ir buscar os
meninos no treino de beisebol. — Eu olhei mais e acenei para
o meu pai, mas ele estava ocupado arrumando todas as
nossas coisas para notar.
— Bem, eu tenho que ir. Foi bom conhecê-lo. Hey,
em vez de Rome posso chamá-lo Romie? — Segurou minha
mão enquanto sorria.
— Ei, pequeno monstro rico! Você vai beijar a
marimacho ou o quê? — Ambos olhamos para cima, para ver
o grupo de garotos que me incomodaram quando estava
brincando no balanço.
— Cuide da sua vida, idiota. — Rome se virou antes
de se colocar na minha frente. — E a deixem em paz, ela não
fez nada para vocês punks. Se você tiver um problema com
ela, resolva comigo, entendeu?
Estiquei minha mão para puxar a manga de Rome.
— Rome, não...
— Mac, eu disse para vir! — Eu olhei para meu pai
antes de ver entre Rome e os punks. Eles não estavam se
aproximando, então eu tinha certeza que eles estavam
apenas falando merda.
— Vá em frente, Mac. Eles não vão fazer nada. — Ele
se virou e colocou a mão ao redor da minha, descansando
seu braço e ele a segurou por um segundo, sorrindo. — Eu
gosto de você, você é legal para uma menina.
Eu ri como uma garota, mas eu não pude evitar.
— Claro que eu sou legal. Você já conheceu uma
garota chamada Mac que não fosse legal?
— Mac! — Meu pai gritou novamente.
— Eu tenho que ir. Espero vê-lo aqui na próxima vez.
— Tirei minha mão da sua antes de correr em direção ao
estacionamento e gritar por cima do meu ombro — Hey,
Romie. Eu quase me esqueci de te dizer — Me virei, metade
correndo para trás — Você é bonitinho! — Joguei minha
confissão tão rápido quanto eu pude e virei, correndo em
super velocidade em meus sapatos novos, de volta para o
nosso carro.
Uma vez que eu estava no banco de trás e apertei o
cinto, meu pai olhou por cima do banco da frente.
— Você encontrou um novo amigo, abóbora? — Meu
rosto ruborizou e meu sorriso era maior do que nunca.
— Eu encontrei. Ele era bom. Um pouco estranho,
mas agradável.
— Bem, isso é bom, querida. — Papai virou para
cima o botão do rádio e as palavras da minha música favorita
“Against All Odds”, de Phil Collins preencheu o carro.
Quando olhei para trás, para olhar Rome mais uma
vez, antes de sair do estacionamento, o sorriso no meu rosto
caiu e minha mão cobriu minha boca enquanto eu
testemunhava a mais terrível visão em toda a minha vida.
— Papai, nós temos que voltar, meu amigo, aqueles
meninos. — O maior dos meninos estava puxando Rome
longe de um garoto magro e jogando-o no chão antes de bater
o pé em seu rosto, ele estava completamente quieto enquanto
os outros o cercavam, chutando várias vezes nas costas dele,
estômago, cabeça, em toda parte, mais e mais. — Papai! Por
Favor! Eles estão atingindo-o! Forte. Temos que ir ajudá-lo! —
Lágrimas escorriam pelo meu rosto e minha visão embaçou
quando papai virou para a estrada principal.
— É apenas meninos sendo meninos, Mac. Por que
você está tão chateada? Caramba, você quebrou o nariz do
Rick na semana passada com soco alto, ele disse que não
poderia aterrar, ontem você chutou Bobby nas bolas tão forte
que eu tive que levar o pobre menino ao pronto-socorro.
O riso do meu pai se misturou com as canções
quando eu olhei pela janela traseira repetindo a cena mais e
mais na minha cabeça. Tudo o que pude reunir como uma
resposta foi sussurrado e quebrado:
— Papai, eles não estavam brincando assim.
Ele não se virou naquele dia. Eu desejei em todas as
primeiras estrelas e orei antes de dormir cada noite que um
dia eu veria Rome novamente e me certificaria de que ele
estava bem.
Mas eu nunca mais o vi novamente.
Capítulo 1
1995
Estávamos na metade do fim deste semestre e era
meu último ano na Universidade. Meu Bacharelado em
Ciência da Psicologia, uma escolha que eu fiz pelo desafio que
eu acreditava que iria me ajudar a longo prazo estava ao
nosso alcance e apenas alguns meses de distância.
As braçadeiras apertavam o pescoço de Amanda
enquanto ela continuava a lutar. A visão de seus olhos
esbugalhados e os lábios ficando azuis fizera com que
investisse meu pau mais e mais rápido. Quando o meu
sêmen inundou sua boceta apertada, uma epifania invadiu a
minha mente. Eu vi mais claro do que eu já vi antes. Meus
olhos se moveram para os formulários da Universidade na
minha mesa do computador, todos os quais estavam
implorando para que começasse a minha residência com a
sua organização.
Arrebatando a faca do lado da cama, eu coloquei sob
os laços, cortando o plástico longe da garganta de Amanda.
Corri para os formulários em minha mesa e ouvi o baque do
corpo contra o chão enquanto sua respiração ofegante ecoava
contra as paredes do meu dormitório.
— O que Roman, o que era... Roman? — Sua voz
estava claramente distorcida e tão rouca como um veterano
que usava dois maços de cigarro por dia.
— Fale meu nome de novo e ele vai ser o último nome
a sair de seus lábios. — Eu falei por cima do meu ombro
enquanto folheava os formulários, a fim de encontrar a
melhor área para a residência de ginecologia. — Mulheres. —
Eu murmurei para mim mesmo, ainda me recuperando da
minha revelação. — É claro. Tudo sempre se resume a
mulheres.
Quando suas palavras grotescamente soaram em
desacordo com a minha, levou cada fibra do meu ser não
terminar o que eu comecei ao usar as braçadeiras.
— Mulheres? Não, malditamente não se resume a
mulheres! — Ela ficou gritando. Na minha visão periférica, eu
a vi deslizar seu corpo ágil em um vestido cinza escuro antes
de ficar de pé. — Rome, desculpe, o que é? O que há de
errado, o que eu fiz de errado?
— Amanda, não fez nada de errado, amor, você é
perfeita e uma pequena masoquista, mostrou-me a direção
que minha vida deve tomar. — Eu suspirei voltando-me para
ela antes de terminar — E agora, saia. — Com um sorriso
sardônico no meu rosto, eu acenei em direção à porta do
dormitório.
Seus olhos encheram de lágrimas enquanto ela sorria
tristemente e caminhava até a porta. A voz estava embargada
enquanto falava:
— Por favor, lembre-se que eu te amo. Adeus.
Depois que fechou a porta silenciosamente atrás
dela, meus olhos caíram no formulário e na minha caligrafia
perfeita, preenchi as informações necessárias. Uma vez que o
formulário foi preenchido, eu o coloquei dentro do envelope e
colei um selo sobre ele antes de ir para o escritório do
campus.
Voltando para o dormitório, meu olho foi capturado
por um frenesi de meninas chorando e homens que olhavam
como se vissem um fantasma. Carros de polícia e
ambulâncias estavam cercando os estudantes e dormitórios.
Um conhecido meu, Brad, vem correndo até mim balançando
a cabeça.
— Homem! Você sabe aquela garota com quem você
esteve saindo, Amanda? Acaba de saltar de cima dos
dormitórios das meninas! A polícia encontrou uma carta
presa em sua mão, mas eles não vão dizer o que está nela!
Meus olhos seguiram o rumo que sua mão estava
apontando sobre o caos resultante que se seguiu no campus.
— Alguém viu a carta antes das autoridades
chegarem aqui? — Eu calmamente perguntei.
Notei uma menina apontando um oficial em minha
direção antes de olhar para Brad, esperando que ele
respondesse.
— Não, não que eu saiba. A segurança do campus foi
quem a encontrou.
O oficial caminhou até mim com um bloco e uma
caneta em sua mão antes de perguntar:
— Você é o Sr. Roman Payne?
Minha mão firme se estendeu em direção a ele e
depois que ele embaralhou seu papel e caneta para a mão
esquerda, a dele se estendeu também.
— Eu sou.
— Eu sou detetive Heather Mackenzie. — Suas mãos
úmidas movimentavam-se lentamente para cima e para baixo
em uma desculpa patética de um aperto de mão. — Você
conhecia Amanda Robbins? — Perguntou ele, intensificando
seu aperto e estreitando os olhos nos meus.
— Conhecia. — Eu respondi, respeitosamente, sem
perder o olhar ou o contato da mão.
— Foi encontrada uma carta com a Srta. Robbins
insinuando que ela havia liberado bestas ou demônios que
tinha visto sob os olhos de Roman Payne e que ela estava
realmente arrependida e incapaz de continuar a viver. A
minha pergunta para você é: — Seu rosto estava quase sobre
o meu, nos colocando quase nariz com nariz antes que ele
terminasse — Você tem demônios e bestas dentro de si, Sr.
Payne?
Um sorriso retorceu meu lábio, quando estreitei
meus olhos nos seus e segurei a parte superior de seu braço,
tão forte quanto eu pude, sem deixar uma marca.
— Claro que sim, oficial. Todos nós temos demônios.
Quaisquer outras perguntas que você possa ter, eu não vou
responder sem a presença de meu advogado.
Quando me virei para ir embora, a voz do oficial me
fez hesitar um pouco, mas eu continuei seguindo em direção
ao meu prédio do dormitório.
— Não planeje quaisquer férias e se você tem
quaisquer planos que irá colocá-lo fora da cidade, eu sugiro
que cancele. Você vai me ver novamente, Sr. Payne e vou
obter respostas a respeito de por que a Senhorita Robbins
preferiu acabar com sua vida do que ser transferida de
universidade, ou voltar para casa.
— Bom dia, oficial. — Eu disse por cima do meu
ombro.
— Se você só sabe uma coisa sobre mim, saiba disso,
eu amo nada mais do que resolver todos quebra-cabeças e
este, esse quebra-cabeça, é um que irei resolver.
As portas do dormitório se fecharam com um golpe,
silenciando seu ataque verbal.
Apertei o botão do elevador para o meu andar
murmurando:
— Este não é um quebra-cabeça, é um jogo de
xadrez; é a minha vida e não há nenhuma maneira que você
vai saber o que te atingiu quando eu disser, “cheque mate. ”
2005
Chegando ao final de minha residência na
Universidade de Washington, a privação do sono e estresse foi
aumentando o número de erros por descuido, em uma taxa
que mesmo eu não poderia fazer vista grossa. Eu me sentia
fora de controle, sem uma solução para ajudar a suprimir a
minha necessidade de violência durante o sexo e, pela
primeira vez na minha vida, eu senti medo. Meu medo
decorria da minha incapacidade de me preocupar se me
pegavam ou não.
Embora, como se pode temer não ter medo?
Esta situação é o que me mantinha acordado à noite,
invadindo os meus sonhos; era também responsável pelo meu
descuido durante o dia.
— Ei, é só você nesta mesa? — Uma voz suave
feminina me tirou de meus pensamentos intrigantes.
A essência da beleza estava diante de mim. O sol
brilhava através de seus longos cabelos loiros, criando um
halo ao redor dela, seus olhos castanhos escuros cintilavam
enquanto se fixaram nos meus e seus lábios carnudos
sorriram quando ela franziu as sobrancelhas e perguntou:
— É um sim? Um não? Um dá o fora daqui Heather,
ou o quê? — Seu riso fez com que meu peito se contraísse,
prendendo as palavras na minha garganta.
Eu tossi para cobrir minha hesitação e saltei da
minha cadeira, empurrando os livros em minha bolsa
enquanto cuspia:
— Não, somente eu nesta mesa. Depois que você
rudemente interrompeu, por isso, agora, é você nesta mesa.
Aprenda a respeitar as regras da biblioteca. Eu acredito que
há uma universalmente conhecida como silêncio.
Dei a volta e saí rapidamente da biblioteca para o
meu carro. Só depois que eu estava sentado na minha
cadeira de couro atrás da minha mesa de carvalho maciço
com livros e arquivos de pacientes, Bach tocando no fundo,
eu me senti acalmar e respirei.
— Heather. — Eu murmurei enquanto ela flutuava
pela minha memória, seu perfume suave, seus olhos escuros.
Balancei minha cabeça e esfreguei minhas mãos pelo meu
rosto para apagar a imagem dela da minha mente. Só quando
ela não era nada mais do que uma névoa residual, eu fui
capaz de voltar a estudar para os meus exames semestrais.
Eu nunca iria admitir isso abertamente para outra
alma viva, mas desde que você está aqui para ler a minha
história que eu estou disposto a compartilhar com vocês, o
quão incrivelmente divertido eu encontro o meu destino, a
profissão que eu nasci não só para procurar, mas para
dominar e especializar-me nelas, tão em desacordo com
minhas atividades extracurriculares.
Atividades que estão se tornando mais atrozes em
cada encontro.
Em breve, estarei auxiliando as mulheres não só em
procriar, mas levando suas procriações a termo. Eu vou estar
usando seus órgãos sexuais para trazer o meu próprio
sucesso profissional: Trazendo vida.
Eu sou a vida em sua forma mais simples.
Tiro vidas, no entanto, me esforço para trazer vida.
Empurrar e puxar, o yin e yang, a luz e a escuridão, a vida...
e a morte.
Eu sou Roman William Payne.
Capítulo 2
2005
Minhas mãos bateram nas portas de vidro da sala de
conferências enquanto os meus ombros tensos as
empurraram para que se abrissem antes de entrar na reunião
já em andamento. Depois que eu arrumei meus arquivos
sobre a longa mesa retangular, minhas mãos deslizaram sob
o meu traseiro para endireitar minha saia antes de me sentar
e cruzar as pernas.
Uma vez que os meus arquivos estavam abertos,
olhei para os homens na sala e encontrei o sargento-detetive
estreitando seus olhos quando ele olhou para mim
— Bem? Mac, como foi o seu primeiro dia de aula?
Pelo que ouvi, você deixou a bola cair. Você me disse que eu
poderia confiar em você. Seu pai foi meu parceiro há mais de
20 anos, que Deus o tenha e ele é o único motivo pelo qual te
dei uma oportunidade nisso. Agora me diga, por que eu
deveria mantê-la neste caso?
Sério?
— Sério? Eu deixei cair a bola? Que bola? Foi meu
primeiro contato com o criminoso. Não é minha culpa que o
cara ficou louco, porque eu lhe fiz uma pergunta. Se você vai
me dar isso, então dê para mim, mas se você vai me
questionar e chamar-me sobre cada pequena coisa, eu prefiro
estar trabalhando na rua. — Agarrei meus arquivos e comecei
a me levantar, só para ser parada por suas mãos batendo na
mesa.
— Todo mundo para fora! Agora! Mac, você fica — Ele
levantou abruptamente, fazendo com que sua cadeira batesse
na parede por trás dele. Começou a andar pela sala como um
animal enjaulado. Depois de todos terem saído e a porta se
fechar, ele veio até mim e parou quando estávamos de pé,
cara a cara. — Você quer isso?
Eu enquadrei meus ombros e levantei meu queixo,
ocupando seu espaço pessoal antes de falar com os dentes
cerrados:
— Não, se você vai me dar, balançando-o na frente do
meu rosto, como uma cenoura. Eu posso ser jovem, mas eu
sou muito boa. Minha pontuação no teste e meu treinamento
de campo falam por si e você sabe disso. Tudo que eu peço é
para ser tratada como qualquer outro detetive. Eu preciso
que você pare de me tratar como sua filha, tio Jay. Você não
consegue entender isso? — Peguei meus arquivos enquanto ia
para a porta e antes que eu pudesse sair, o Detetive Sergeant,
Jay Steel, emitiu um último aviso:
— Mac, não me desaponte.
Meus olhos se encontraram com os dele,
entrecerrados por cima do meu ombro:
— Eu nunca o desapontei, Jay, funciona assim.

Assim que entrei no apartamento que compartilhava


com meu irmão mais velho, Bobby, chutei meus sapatos e
coloquei minha bolsa sobre a mesa lateral da sala.
— Bo? Está em casa, baby?
— Aqui! — Eu ouvi sua voz da cozinha e espreitei a
cabeça para encontrá-lo puxando uma Bud Light da
geladeira. — Você quer cerveja? — Ele gritou.
— Estou aqui e sim, parece ótimo. Como foi seu dia?
— Ele me deu uma cerveja antes de ir ao balcão da cozinha e
se sentar.
Depois de tomar um gole de sua cerveja, ele disse:
— Ahh... o mesmo de sempre. Você sabe como é,
tudo ou nada, fogo do inferno ou desmaio depois de jogar Call
of Duty por muito tempo em casa. Eu ainda não sei o que eu
gosto mais, incêndios ou coma induzido pelo tédio. De
qualquer forma, como foi seu dia, mana?
Mordi os minúsculos cristais de gelo ao engolir a
delícia gelada de uma cerveja muito bem merecida.
— Jay é um canalha maldito. Ele mastigou a minha
bunda na frente de todos, em meu primeiro dia no caso. Eu
juro, por que estou fazendo isso mesmo? Por que eu
honestamente acreditei que ele seria capaz de me tratar como
se eu fosse um dos caras? — Coloquei o minha Bud Light na
bancada e bocejei antes de ir para o banheiro. Estando sob o
spray quente no chuveiro, reproduzi o que merda aconteceu
na biblioteca da Universidade de Washington entre Roman e
eu.
Se alguém puxasse as minhas informações, Jay se
assegurou que eu era uma estudante do segundo ano na
minha residência em pediatria.
Olhar para a história, merda, eu sou a história.
Minha idade é correta, roupas, cheque, mochila, confere! Será
que eu não flertei? Merda, eu não podia paquerar nem para
sair com um saco de papel. Meus três irmãos mais velhos,
Bobby, Cody e Rick, junto com meu pai, se asseguraram que
os caras ficassem longe de mim, após tia Red e seus
hormônios me transformarem de menina para jovem mulher.
Eu podia dizer, tirando sua superproteção arrogante
e tendência de extinguir toda a sugestão de uma vida de amor
que eu poderia sonhar, ao crescer, mesmo sem uma mãe, eu
sabia que era amada.
Era meu cabelo longo e descuidado que era mantido
aparado e penteado? Não. Eu sabia como aplicar maquiagem
ou pintar minhas unhas na minha mão direita? De jeito
nenhum. Meus joelhos constantemente tinham machucados
bem como os cotovelos? Sim.
Mas você sabe o quê? Eu também podia trocar meu
próprio óleo, trocar meus pneus, substituir o alternador e a
bateria do meu carro. Sou capaz de dar um bom soco,
carregar minha própria arma, cortar minha própria carne e
limpar o meu próprio peixe. Depois... eu posso polvilhar meu
próprio tempero secreto sobre ele e cozinhá-lo com perfeição.
Há duas maneiras para o coração de um homem e
graças a minha mãe, eu tenho um e graças ao meu pai e os
irmãos, eu tenho outro.
Papai sempre disse que eu parecia apenas como
minha mãe. Eu sou pequena, um metro e sessenta no meu
melhor dia, estrutura pequena, com seu cabelo loiro pálido.
Então, aí está o primeiro caminho para o coração de um
homem, seus olhos.
A segunda maneira é através de seu estômago. Eu
posso trazer para casa para jantar e cozinhá-lo com perfeição.
O problema reside no fato de que eu nunca vou ter a
oportunidade de cozinhar para um homem por causa dos
meus irmãos. Meu pai faleceu de um ataque cardíaco e para
ser totalmente honesta, eu realmente não sinto com vontade
sair e tentar encontrar alguém. Mesmo antes de papai falecer,
eu já tinha me empenhado a tentar tudo o que sou para me
tornar um detetive.
Sinceramente, pensei que poderia fazê-lo.
Agora... Eu não tenho tanta certeza.
As únicas duas coisas que ligam Roman Payne a
uma série de meninas desaparecidas, são as onze imagens
granuladas enviadas anonimamente para a estação em torno
de seu desaparecimento e a carta encontrada com Amanda
Robbins. Fora isso, não há nada. Sua família rica tem um
exército de advogados cercando-o e ameaçando apresentar
queixa contra o Estado por calúnia e difamação.
Com um nome de família como Payne e um futuro de
ser uma das maiores mentes em saúde das mulheres, seu
caso emperrava contra nós imensamente.
O que não posso entender é por quê? Por que um
homem se esforça tanto para se tornar o melhor do melhor
em saúde da mulher, em seguida, passa suas noites, o quê?
Convencendo-as a cometer suicídio? Ou pior, matando-as?
Aí reside a questão entre o meu sargento-detetive,
meu padrinho, Jay e eu.
Eu não acho que ele fez isso. Com base em seu
aspecto, não há nenhuma maneira que ele teria que matar ou
estuprar uma mulher para transar. Eu tive paixões; eu vi
homens bonitos o suficiente na minha vida para saber que
Roman William Payne supera todos eles dentro de um raio de
mil milhas. Ele é alto; estamos falando de 2 m, pelo menos.
Cabelos sedosos cor de ébano e olhos suaves como a cor de
um céu de primavera. Seu rosto é o mais bonito que eu já vi,
com altas maçãs acentuadas e um nariz reto sobre os lábios
cheios perfeitos. Quando ele estava lendo na biblioteca hoje,
seus ombros largos e fortes se inclinaram sobre a mesa,
fazendo com que sua longa franja preta ficasse suspensa,
escondendo seus olhos de mim, mas não a covinha sexy em
sua bochecha esquerda quando ele mordeu o lábio inferior
com os perfeitamente retos dentes brancos.
Enquanto eu pairava sobre ele, tentando encontrar a
minha voz, a vista dos seus músculos e tendões deslizando e
se movendo debaixo de sua pele oliva perfeita, fez minha boca
ficar tão seca como o algodão. Eu tive que engolir duas vezes
antes de falar. Mesmo agora, eu não consigo lembrar que
merda caiu da minha boca.
Usando minha toalha, eu limpei a condensação longe
do espelho antes de envolvê-la ao meu redor e murmurar ao
meu reflexo.
— Mantenha sua cabeça maldita em linha reta e
talvez, talvez, possamos provar ao Tio Jay que está errado,
Mac.
Depois de colocar meu pijama, peguei minha cerveja
no balcão e me dirigi para a sala de estar para me enroscar
no sofá e assistir o resumo do futebol de domingo passado,
até que meus olhos ficam pesados e eu adormeci no sofá.
Meus sonhos se misturaram e entrelaçaram com
fumaça e espelhos, junto com um homem cujos lindos traços
e estatura rivalizam com os deuses, um homem cujos olhos
são da cor de um céu da manhã claro e límpido, sombreado
de morte, enganos e mentirosos.
Capítulo 3
2007
— Um, dois, três, quatro, cinco... — murmurei
enquanto o peito de Julia recuou entre cada compressão até
eu chegar a trinta, então eu passei para o rosto, apertei seu
nariz, inclinei o queixo para trás e dei duas respirações,
observando para garantir que seu peito aumentava com cada
respiração.
Fomos longe novamente; isso estragava toda a
experiência, cada vez que ela não era forte o suficiente.
— Um, dois, três, quatro, cinco... — Continuei com
as compressões e senti a raiva me inundar. — Porra, Julia,
acorde! Respire, maldita! Respire! — Percebi que eu já perdi a
conta e inclinei sobre seu corpo deitado no chão da minha
suíte máster, inclinei a cabeça para trás, apertando seu nariz
e dei duas respirações em seus pulmões novamente.
Julia e eu estávamos em um relacionamento a quase
mais de um ano. Ela enganava-se em pensar que era
monogâmico, ou que eu era fiel a ela, acreditando que se ela
continuasse a ser tudo que eu precisava, tanto no setor
público e à porta fechada, eu iria fazê-la minha esposa.
As mulheres são tão ingênuas. Especialmente as que
são ricas e bonitas, as que têm boa postura, etiqueta e boas
maneiras.
As que eu prefiro.
Mulheres ao contrário de Heather.
Já se passaram dois anos desde aquele dia na
biblioteca. Eu passei dois anos esquivando-me dela em cada
momento. Eu juro que é como se a mulher aparecesse do
nada, de repente, ela estava em todos os lugares. Ela era a
razão pela qual eu me agarrei a Julia. Falando de Julia, eu
precisava pensar bem e reavaliar a nossa situação.
De olho no relógio, eu calculei mentalmente o tempo
que passei na reanimação, um pouco mais de cinco minutos.
Aumentos ferozes de raiva reviravam meu estômago enquanto
meus punhos apertavam, levantando muito acima de minha
cabeça antes de trazê-lo para baixo tão forte quanto eu podia,
perfurando-a no esterno. Imediatamente seus pulmões se
encheram de ar e seus olhos se abriram antes que ela
começasse a tossir e respirar com dificuldade.
— Jesus. — Eu corri minhas mãos pelo meu rosto e
rapidamente passei a andar pelo quarto.
— Rom… — Ela explodiu em outro ataque de tosse, o
que parecia ser uma vida, antes dela se controlar o suficiente
para tentar falar novamente — Roman, me desculpe. Eu sinto
muito. — Retornei até ela, amontoada no chão. Uma vez que
eu estava perto o suficiente, minhas mãos rodearam seu
pescoço e eu a levantei do chão, com os pés oscilando a
centímetros do tapete.
— NÃO! Não, Julia, você sabe o quanto isso me irrita
quando você faz essa merda! Arruína tudo! Tudo! Você acha
que depois que eu gozar, quero ressuscitar você por mais de
cinco minutos? Você sabe o quanto irritante é?! Você tem
alguma ideia de como eu estava perto de erguer o seu rabo
fraco e joga-la no incinerado com o resto do lixo?!
Suas mãos agarraram ao redor de sua garganta
enquanto seus olhos se arregalaram e seus lábios ficaram
azuis antes de eu deixá-la cair em uma pilha no chão.
— Junte sua merda e saia da minha casa, eu nunca
mais quero ver você de novo, você está me ouvindo?
Saí furioso do meu quarto, caminhando pelo corredor
e descendo as escadas. Bati a porta do meu Maserati, a
garagem estava apenas suficiente aberta antes de passar por
ela. Atravessei os portões e tomei uma curva à esquerda.
Eu não sei quem eu sou, ou para onde estou indo.
Pela primeira vez em muito tempo que me lembro, eu me
senti perdido e eu não tinha a menor ideia por que.
Eu sei que fiz a escolha certa a respeito de Julia. Eu
vi uma vaga num estacionamento de bar e reduzi a
velocidade antes de ir para a montanha. Estacionei na parte
de trás.
Entrei e me dirigi diretamente para uma cabine no
canto e quando eu me sentei, meus olhos aterrissaram em
uma garçonete e eu balancei a cabeça para ela.
— O que eu posso trazer pra você, querido?
Eu olhei para seu crachá e para o rosto envelhecido
prematuramente.
— Água mineral e uma fatia de limão. Limão recém
cortado, Senhorita Darla. — Eu sorri.
— Entendido. — Ela se afastou com um balanço
exagerado em seus quadris e eu tive que cerrar os dentes
para não zombar dela.
Eu mantive meus olhos baixos, olhando para a mesa
quando ela retornou para evitar conversa. Felizmente
funcionou. Eu peguei minha bebida e levei para os meus
lábios quando um vislumbre de uma mulher de vermelho se
sentou na cabine em frente à mim. Movi a cabeça para cima
para ver... a pequena senhorita Heather Mackenzie.
Acenei com a cabeça em direção a ela e baixei a
minha bebida antes de falar:
— O que você quer?
Sua risada rouca me pegou de surpresa e minhas
sobrancelhas subiram para meu cabelo.
— Isso, Sr. Payne, é uma pergunta capciosa.
Franzindo o cenho por cima do meu copo, repeti a
pergunta:
— Responda-me. O que você quer?
— Você. Para um cara inteligente, você pode ser um
imbecil filho da puta, sabe disso? — Ela riu antes de acenar
para a garçonete — Bud Light, se tiver, por favor, minha
senhora.
— Entendido, querida.
Balancei minha cabeça olhando para a fórmica
descamada na mesa e vi pela visão periférica quando Heather
pegou a minha bebida, tomou um gole depois cuspiu um
cubo de gelo de volta no copo. Eu olhei para ela como se ela
tivesse enlouquecido.
— Você acabou de cuspir na minha bebida? — Eu
rosnei.
Ela riu? Como se o que eu disse fosse completamente
absurdo, como se eu não acabasse de ver isso com meus
próprios olhos.
— Eu gosto de pensar nisso como a transferência,
talvez fazer um depósito imediatamente após a retirada.
Cuspir é um termo descritivo tão forte e desfavorável. — Ela
colocou a minha bebida para baixo e eu agarrei seu pulso
com força, fazendo-a largá-la e derramar um pouco.
Darla colocou uma cerveja na frente de Heather e
tossiu antes de olhar para ela, questionando com os olhos.
— Darla, não pense por um segundo que eu não
tenho essa situação sob controle, ele pode ser meio metro
mais alto que eu e pesar muito mais, mas estou bem. Vá,
está bem? — Os olhos de Heather nunca deixaram os meus
enquanto ela falava, apesar de meu aperto tornar-se mais
forte. Enquanto eu sentia seus ossos ralarem um contra o
outro sob meus dedos, ela sorriu serenamente e sua calma
permaneceu.
Após a garçonete ir, observei quando a sobrancelha
direita de Heather aumentou com cada declaração que eu
disse:
— Eu não te conheço. Eu não gosto de você. Eu não
sei o que é que você quer de mim, mas eu vou te dizer o que
eu quero! Eu quero saber por que você, de repente, apareceu
na minha vida e por que, de repente, você está sempre por
perto. Agora diga-me por que, maldita seja!
Empurrei o braço para a frente até que ambos
estávamos inclinados sobre a mesa, nariz com nariz.
— Você quer foder o lobo mau? Hein? É isso que você
quer? — Sua cabeça balançou um pouco quando ela engoliu.
Antes que ela pudesse abrir a boca para falar eu escovei
meus lábios nos dela — Você não tem ideia de quantas
pequenas inocentes chapeuzinhos vermelhos se lançaram aos
meus pés, implorando pelo meu carinho, minha opressão, a
minha benevolência brutal, colocando suas próprias vidas em
minhas mãos, na esperança de encontrar um anjo atrás da
máscara do diabo.
Sua mão soltou da minha e imediatamente eu estava
perdido em seus pecaminosos olhos escuros. Suas pequenas
mãos agarram a camisa que cobria meus ombros e usando o
material como alavanca, ela esmagou forte o nariz contra o
meu, nossas testas uma contra a outra.
— Eu teria que ser cega, surda e muda para não
saber isso, Roman. O problema é que eu não sou quem está
esperando encontrar um anjo atrás dessa máscara. Os anjos
são um centavo, uma maldita dúzia. O que eu quero são os
demônios que vivem dentro porquê... eles são um reflexo dos
meus. — Ela soltou seu agarre inclinando para trás da
cabine, pegou sua caneca de cerveja e drenou metade de seu
conteúdo.
Tive problemas para unir meus pensamentos,
enquanto eu me sentia caindo para a sedutora loira sentada
diante de mim.
Estava completamente sem fôlego e quase sem
palavras, mas eu, de alguma forma, consegui obter as
palavras:
— Eu vou perguntar mais uma vez e mais uma vez
única Heather, o que você quer?
Capítulo 4
Merda! O que eu quero?
Bem, como eu disse, é uma pergunta capciosa!
Eu quero Roman William Payne, isso é o que eu
quero.
Eu quero que ele me diga: “NÃO! Eu não feri ou matei
aquelas garotas e eu não fui a causa do suicídio de ninguém! ”
Você já esteve em um lugar, ou num momento sério,
onde sua mente, ou as pequenas vozes de sua consciência,
estão inflexivelmente gritando de revolta contra o seu doente
amor estúpido, cheio de borboletas e vivendo felizes para
sempre, está acreditando no que o seu coração está dizendo a
você? Mas lentes coloridas de rosa aparecem
instantaneamente quando seus olhos aterrissam por um,
SEU primeiro e único, seu instinto, até mesmo a medula em
seus ossos une forças contra o imbecil batendo dentro do seu
peito? Deixando-lhe em uma bagunça questionadora por tudo
o que você sabe. Merda, eu tenho 25 anos de idade. Segui
minha vida sem intensidade e paixão desta magnitude desde
o meu primeiro amor... Desde o meu primeiro e último
desgosto na escola.
Eu não deveria me sentir assim novamente e
maldição, com certeza não deveria se sentir assim sobre
Roman Payne.
Minha voz vacilou quando eu fui finalmente capaz de
falar.
— Eu quero você, Roman. Eu quero que você pare de
lutar contra mim; deixe-me entrar, deixe-me mostrar-lhe o
quão feliz eu posso te fazer, mas tudo o que você fez foi...
correr.
Eu olhei para ele em busca de qualquer efeito que
minhas palavras tivessem feito e me encontrei com nada,
apenas uma expressão vazia. Meu coração contraiu enquanto
meus olhos se encheram com lágrimas e com a voz vacilante,
eu perguntei:
— Não... Você não se importa, verdade? — Sim. Está
bem, merda. Admito que no final, as lágrimas transbordaram
dos meus cílios e escorreram pelo meu rosto enquanto minha
voz sussurrou, faziam as minhas palavras se tornarem um
pouco imperceptíveis.
Roman limpou a garganta e bebeu sua bebida antes
de colocá-la para baixo e segurar ambas as minhas mãos.
Quando eu olhei para cima e nossos olhos se encontram, ele
falou em voz baixa:
— Querida, eu só me preocupo, porque não tenho
ideia do que há em você que as outras mulheres não têm.
Você não consegue entender que se eu escolher te fazer
minha, não te deixaria ir. Se me aborrecer, você estaria tão
arruinada que não haveria nada de você para afasta-la. — As
pontas dos dedos agarraram duramente meu queixo antes de
terminar — Não farei nada além de magoá-la. Você só pensa
que seus demônios são espelhos dos meus, o que você não
entende, o conceito que você é incapaz de entender é... meus
demônios derivam do maior mal de todos, os demônios que
você acha que vê, não são só demônios cobertos por uma
máscara angelical. O que estou dizendo, Heather, é que
inclusive Lúcifer foi um anjo bonito uma vez.
Roman se levantou e jogou uma nota de cem dólares
sobre a mesa.
— Pare de tentar encontrar algo bom em mim, eu
prometo a você, Srta. Mackenzie, o que você está procurando
não existe e nunca existiu em mim. — Ele se inclinou e
escovou os lábios contra minha testa antes de dizer: —
Adeus, Mac.
— Adeus, Mac? Onde exatamente encontrou esse
nome particular Sr. Payne?
Seu sorriso lascivo fez minha pele formigar antes de
sua voz rouca fazer com que meus olhos cerrassem e minhas
coxas apertarem.
— Oh, baby, nunca pense por um segundo que eu
não estou fazendo minha lição de casa enquanto você está
fazendo a sua.
Meus cabelos se arrepiaram e meus olhos se
abriram.
— O que significa isso? — Perguntei, antes de
estreitar os olhos nos dele.
Sorriu impassível e respondeu:
— Eu perguntei o que você queria você me disse. —
Ele invadiu meu espaço pessoal novamente antes de falar —
Por quê? Sei, eu tomo nota de cada pessoa que entra na
minha vida, sejam eles conhecidos, novos amigos, potenciais
camaradas de foda, ou observadores das linhas laterais. Você
sempre foi uma observadora de linha lateral. Eu quero saber
por que e para que é que você quer. Você me disse, mas eu
acredito que o que você quer são os meus pecados e esses
Mac, nunca serão revelados. Tanto quanto você está em
causa, eu sou um maldito santo.
Me levantei rapidamente e me empurrei, apertando
meus seios contra seu peito duro e deslizei meu joelho direito
entre suas coxas, esfregando-o contra sua ereção crescente.
— Eu não me importo com sua santidade, eu não me
importo se você é realmente o próprio diabo, eu quero a
ambos, Roman, eu quero tudo. Onde quer que você acha que
eu estou, você está enganado. Eu não sou nada mais do que
a mulher que você vê diante de você. Peço desculpas pela
minha entrada inconveniente ou desagradável em sua vida.
No entanto, o que eu quero, sempre permanecerá o mesmo.
Porra eu quero você, tudo de você. Ponto.
Antes que eu pudesse compreender o que estava
acontecendo, girei e nos enfrentamos, depois ele me
empurrou de volta para o nosso pequeno cubículo obrigando-
me a sentar... Vendo suas costas enquanto ele se retirava,
irrompendo do bar. Senti todo o processo que se realizava
enquanto se afasta, saindo pela porta. Não o queria.
Bom, eu não queria querer ele.
Você sabe que está sendo servido, em um dia gélido e
frio no inverno do carma quando você está onde estou.
Roman William Payne podia ser o diabo. E a verdade
retorcida é que pela primeira vez, eu percebi quanto poder
Roman tem e quão facilmente ele poderia me quebrar. O
problema é que não podia voltar atrás agora e desviar do
caminho que já foi definido há mais de dois anos. Não havia
nenhuma maneira de evitar o rumo direto da colisão que se
dirigia meu coração.
Roman vai me quebrar.
Ele vai me deixar.
Ele vai me fazer sofrer.
Ele pode me fazer sangrar.
No entanto, não havia uma maldita coisa que eu
pudesse fazer para impedi-lo. Eu cheguei muito longe e isso
tinha que terminar.
Capítulo 5
Sentado no meu Maserati sob as sombras escuras
que eu criei por jogar uma pedra e rebentando algumas luzes
da rua, eu vi como Heather caminhou a passos úmidos para
a luz, as suaves brasas macias brilhando enquanto ela
acendia um cigarro, olhando para onde meu carro estava
estacionado anteriormente hoje à noite.
Depois de soprar um pulmão cheio de fumaça, ela
sentou-se nas escadas de concreto sujas e alternou entre
enxugar as lágrimas com uma mão e trazer o cigarro à boca
com a outra.
Eu nem sabia que ela fumava. É facilmente o hábito
mais repugnante que uma pessoa pode ter e o simples
pensamento dela em movimento em tal comportamento me
encheu de raiva, seguindo para o próximo nível de fúria.
De repente, ela estava fora das escadas passando
rapidamente metade do cigarro para o chão e andou para seu
carro, buscando pela bolsa sem sequer olhar para onde ela
estava indo.
Ela não percebeu os três homens até que eles tinham
ladeado ela por todos os lados, o mais alto dos três estava em
pé atrás dela com uma faca em sua garganta enquanto ele
usava a sua mão livre para segurar a cabeça em um ângulo
estranho. Os dois restantes foram para a bolsa, mas ela se
recusou a liberá-la, murmurando alguma coisa muito baixo
para que eu entendesse as palavras.
Eu tirei a minha faca de caça fora do console e sai do
meu carro escondido nas sombras.
Antes que eu pudesse pensar em minhas ações, a
ponta da minha lâmina penetrou a pele que cobria a espinha
dorsal do homem portador da faca atrás de Heather.
Vi flashes na minha visão periférica quando eu rosnei
as palavras:
— Coloque a faca para baixo e se afaste da garota. —
Percebi que Heather nunca precisou da minha ajuda. Ela
ficou surpresa também, ela estava sempre no controle.
Sua bolsa atingiu o chão com dois negros e
brilhantes nove milímetros, uma em cada mão apontando o
objeto entre os olhos de ambos os homens que estavam à sua
frente.
— Pegue minha bolsa e limpem-na, em seguida,
entregue-a ao meu cavaleiro de armadura brilhante atrás de
mim. Com movimentos bem lentos.
Meu cérebro estava indo a noventa por hora e nada.
Por que Heather Mackenzie tinha não uma, mas duas
Glock de nove milímetros dentro de sua bolsa?
Parecia que eu estive fazendo as perguntas erradas
onde a Srta. Mackenzie estava em causa.
— Bom garoto, agora Sr. faça-na-minha-garganta,
passe ao redor e fique na minha frente. — Suas palavras
precipitam pela noite sem lua e ela empurrou, deixando-me
parado ali como um idiota que trazia uma faca para um
tiroteio.
— A forma como eu vejo, isso pode terminar de duas
maneiras. Vou deixar isso para vocês, rapazes. Um, eu posso
chamar a polícia e perder ainda mais do meu tempo esta
noite ou vocês podem girar no três e escapar desse lugar.
Assim, como vocês querem passar o resto da noite, rapazes?
Em uníssono, os três se afastaram lentamente em
seguida, viraram rapidamente e saíram correndo do
estacionamento. Heather empurrou ambas as armas em sua
bolsa e balançou-a por cima do ombro enquanto ela se virava
sorrindo para olhar para mim.
Eu estava congelado no lugar, minha respiração
estava bloqueada no meu peito, meus olhos digitalizavam
cada curva e linha do rosto de Heather como se eu a estivesse
vendo pela primeira vez.
— Eu pensei que você tinha ido. Nunca teria atrelado
você a um homem que se esconde no escuro sem ser notado,
para se certificar de que eu chegue no meu carro com
segurança. Não pensaria, com toda sua bravura, que você iria
blefar. — Seu rosto estava uma polegada de distância do meu
quando ela fez a sua provocação.
Meu reflexo inato fez com que eu tivesse uma mão
fechada em torno de seu pescoço e a outra prendendo seus
pulsos atrás das costas enquanto eu a empurrava contra o
prédio e esfregava minha coxa entre as suas pernas abertas.
Com os olhos ainda observando seu rosto, eu perguntei a ela
em um tom escuro:
— O que eu disse a você sobre suposições, Heather?
— Sua garganta tentou engolir três vezes sob minha mão
antes de conseguir e sua língua passou pelos seus lábios
enquanto sua respiração ficava mais lenta.
Depois de suas pálpebras vibrarem, veio os puffs de
hálito quente contra meus lábios enquanto ela falava:
— Você não me disse Roman, deve ter dito a uma de
suas outras garotas. Eu não acredito que já tocou no assunto
pressuposto ainda. — Um grunhido, sim... um grunhido
escapou do meu peito antes que minha boca caísse sobre a
dela, minha língua varreu dentro e fez círculos, deslizando
contra a dela, mas antes que eu pudesse ganhar o controle
sobre o beijo, ela teve seus dentes afundando no meu lábio
inferior, sugando-o em sua boca enquanto sua coxa enrolava
em volta da minha cintura e apertava, me puxando para mais
perto, movendo sua pélvis contra a minha ereção.
Um tremor me dilacerou. Eu juntei os meus dedos no
cabelo da base do seu pescoço enquanto meus polegares
varreram suas maçãs do rosto. Com minhas mãos
entrelaçadas pelo seu suave cabelo loiro, eu assumi o
controle sobre o beijo. Parte de mim acreditava que isso
acontecesse tão facilmente, porque ela era fraca as minhas
maquinações e que eu exercia o poder, mas uma voz no
fundo da minha mente sussurrou que isso não tinha nada a
ver com ela sendo fraca e sim tudo a ver com o fato dela
livremente entregar-me o controle.
E não tinha uma maldita coisa que Heather não
estivesse disposta a me dar.
Todos esses pensamentos estavam criando uma
catástrofe em minha mente e por sua vez, causaram a
rachadura em minha paciência fragilmente fina e meu
raciocínio começou a estalar. Eu bati Heather mais forte
contra a parede e quando sua cabeça bateu nas rachaduras
do tijolo, nossas bocas e dentes duramente bateram uns
contra os outros. Seus dentes cortaram meu lábio antes dela
chupar meu lábio sangrando em sua boca, gemendo
enquanto envolvia ambas as pernas ao redor da minha
cintura. Meus quadris se moveram por vontade própria.
Senti-me como se a loucura estivesse nos cantos de minha
consciência quando nossas metades inferiores imitaram
movimentos sexuais.
Eu nunca fui afetado por qualquer uma, como a
maneira que Heather Mackenzie e seu corpo forte e ágil
estava me afetando agora.
Eu senti o corpo tenso momentos antes dela
convulsionar em meus braços. Com as mãos alternando entre
apertar e relaxar o material que cobria os ombros, um gemido
de êxtase escapou de sua garganta.
Que merda eu fiz? Olhando para seu rosto
ruborizado e olhos nublados de luxúria, procurei em vão por
uma resposta. Eu empurrei meu corpo longe dela e foi
necessário um esforço mais forte do que eu estava disposto a
admitir para me impedir de ajudar a se equilibrar.
Uma triste confusão disparou em seu rosto tão
rapidamente que eu questionei tê-la visto antes que ela
erguesse a sobrancelha e sorrisse como libertina, uma
mulher sedutora.
— Obrigada pela gozada rápido, querido. Você não
poderia ter feito a minha noite melhor. E pensar que tudo o
que eu tinha que fazer era ser atacada com uma faca. — Sua
risada era maliciosa e cheia de sarcasmo. — Eu devo dizer,
foi mais do que o esperado, Sr. Payne. — Ela deu passos para
o lado, indo em direção ao seu carro e jogando as últimas
palavras sobre seu ombro. — Deixe-me saber o que posso
fazer para ter uma foda molhada em vez de uma seca na
próxima vez. Sim?
Ela deslizou em seu pequeno carro esportivo
vermelho antes que eu pudesse responder, ligou o motor,
mudou para a primeira marcha e, em seguida, saiu do
estacionamento.
Oh, eu queria Heather Mackenzie. Eu queria ela e eu
ia tê-la. Mas não me confunda por querer uma mulher pela
primeira vez, com me tornar fraco, ou perder um pingo de
sede de sangue.
Vários eventos maus tinham ocorrido esta noite que
nublaram os detalhes minuciosos que não estava disposto a
olhar, porém.
Em primeiro lugar, por que a senhorita Heather
precisava estar não apenas uma, mas duas armas tão
eficientes?
Heather pensava que era inteligente e que ela me
convenceu de suas falsas intenções do que ela realmente
queria de mim, era hora de eu aprender a verdade sobre o
que a pequena observadora realmente queria.
Capítulo 6
Meu irmão mais velho, Cody, sacodiu as vidraças da
sala de estar com sua voz.
— Que merda foi essa, Mac?
Eu soltei um suspiro exasperado antes de rolar os
olhos e varrer os dedos pelo meu cabelo. Quando eu olhei
para trás, Cody prendeu seus olhos com os meus.
— Eu estou tentando uma tática diferente, meu
grande irmão, não que lhe diga respeito.
A Rebelião estava me dominando e eu poderia me
importar menos, porra. Eu estava cercada por todos os meus
três irmãos em uma câmara de tortura que se assemelhava
ao nono círculo do inferno, mascarado como um
interrogatório.
Rick, o irmão do meio que esbravejou:
— Tio Jay já nos avisou. Seus homens observavam
enquanto eles gravavam a cena inteira sendo executada. Ele
está puxando o seu distintivo, Mac. Você está fora do caso.
Porra, após o que Jay descreveu, duvido mesmo que
permitam que você tenha uma segunda chance no
departamento após sua suspensão terminar. Você fez merda
esta noite, garota. Grande momento.
Oh meu Deus, por favor, me diga que isso não está
acontecendo! Conte-me. Isso. Não. Está. Realmente.
Acontecendo! Eu saí da sala de interrogatório, quero dizer,
sala de estar e entrei tempestuosamente no meu quarto.
Jogando roupas, produtos de higiene pessoal, sapatos e meu
coldre de ombro com as duas armas em um saco grande
camuflado, peguei minha bolsa da cama e balancei-a sobre o
meu ombro antes de seguir para a porta da frente apenas
para ser parada por meus irmãos gritando em uníssono:
— Onde você pensa que está indo, Mac?!
Eu girei em direção a eles, mesmo de pé, ainda era
um pé e meio mais baixa do que o menor deles, Bobby e
joguei meu distintivo no chão a seus pés:
— Diga a Jay que eu não quero este caso. Se ele vai
fazê-lo repleto de estipulações, eu não quero ter nada a ver
com isso, ele, ou todo o departamento do caralho. Terminei!
Eu não aguento mais essa merda! Eu tenho 25 anos de idade!
Não doze! Eu já passei pela academia, eu passei o meu tempo
nas ruas e eu fui a detetive responsável neste caso por dois
anos! Eu não mereço ter que viver minha vida como alguma
criança que necessita de supervisão! Eu quero que todos
vocês me deixem em paz, caramba! Estou farta! Com cada
um de vocês! De todos!
Eu bati a porta atrás de mim e a tempestade caia lá
fora. Jogando minhas malas no banco do passageiro, eu
sentei ao volante e olhei pelo para-brisa, assistindo a chuva
cair, sem a menor ideia de onde eu deveria ir.
Passei duas semanas em um Holiday Inn. Duas
semanas.
Então, eu comecei a ficar chateada. Depois que tomei
banho e raspei, das axilas a ponta dos pés, eu passei
hidratante em cada polegada quadrada de pele antes de
puxar minha saia mais curta e um top de seda com um
decote tão baixo que seria necessária fita dupla face para que
meu peito não escapasse.
Eu passei meus dedos coberto de mousse pelo meu
cabelo encaracolado longo e apliquei um monte de
maquiagem nos olhos e um pequeno brilho labial, então,
fechei a pulseira de tornozelo de meu Louboutins preto peep-
toe de 15 centímetros, peguei minha mochila e bolsa, fiz o
check-out do hotel e dirigi até que eu abrisse a porta de
Roman de seu... o quê? Casarão? Mansão? Casa de
proporções épicas?
Depois de tocar o interfone, um silêncio de morte foi
a única resposta por quase cinco minutos inteiros. Não falei
uma palavra, de repente incerta dos meus planos e
preocupada com a minha segurança nas mãos de Roman
Payne, ou melhor, seu covil.
Estava a ponto de jogar o meu Shelby 69 em marcha
ré e transportar a minha bunda de volta para o Holiday Inn
quando sua voz profunda saiu pelo alto-falante:
— Srta. Mackenzie, quantas vezes eu tenho que te
perguntar, o que você quer?
Minhas palavras saíram em uma série de guinchos
inábeis:
— Hey! Ummm, hey. Eu ahh... apenas, talvez um
jantar, se você não tiver comido. Eu pago, eu quero dizer, eu
posso pagar. Você sabe, eu preciso de um lugar para ficar um
bocado, também.
O que eu acabo de fazer, eu apenas divaguei?
— Heather, eu não preciso de você para pagar o meu
jantar. Na verdade, eu estava apenas me sentando para
comer quando você interrompeu. Vou perguntar só mais uma
vez, garotinha. O que você quer?
Eu mal processei suas palavras antes de empurrar o
meu apelo:
— Por favor, Roman, por favor. Eu não tenho outro
lugar para ir. Eu tenho vivido no Holiday Inn por duas
semanas de merda, por favor, até que eu possa conseguir um
emprego e me manter. Eu não tenho mais ninguém.
— Eu sei onde você está vivendo e sei que você tem
três irmãos. Peça ajuda a eles. Não a mim.
O interfone crepitou com estática e ficou morto, em
silêncio, sinalizando que ele terminou comigo.
Oh merda não. Eu digo quando, imbecil.
Eu toquei o interfone de novo.
Depois de minutos sem resposta, eu cliquei no botão
de falar e gritei:
— Não pense que eu não vou colocar este carro em
marcha rá antes de atirá-lo pelos seus portões, Roman Payne!
Estou no fundo do poço aqui, caramba. Eu não tenho nada a
perder. Tenho certeza que você sabe o que significa quando
você transa com uma mulher que não tem nada a perder?! —
Os portões lentamente se abriram e um sorriso deslizou no
meu rosto. Assim que as palavras xeque-mate vieram na
minha mente eu ouvi sua risada saindo do alto-falante e sua
voz rouca dizendo:
— Não há nada mais gratificante do que encontrar
uma mulher que afirma não ter mais nada a perder. Venha,
ratinha, vou te aquecer um prato.
Ratinha? Oh merda, no que, em nome de Deus, eu
fui me meter?
Eu segui a longa viagem com salgueiros enormes e
cheios de espinhos e com temor que o sol se pusesse por trás
da enorme mansão. Realmente não havia outras palavras
para descrevê-lo. A pedra da calçada que cobria o primeiro,
segundo e terceiro andares tinham hera e glicínias
perfeitamente envoltas em vários lugares. Os tons altos no
telhado eram acentuados por vigas de mogno escuro que se
encontravam no centro do campo. Cada janela era feita de
dez ou mais vidraças com vidro tão velho que pareciam que
estavam lá a décadas. Haviam arandelas entre cada janela
iluminada com lâmpadas de gás e duas maciças de cada lado
da porta da frente sob um precipitado baixo na varanda da
frente. Eu gostaria de dizer que me lembrava Os Sete Anões
na varanda da frente, mesmo se Os Sete Anões fossem reis
em vez de mineiros.
Velhos carvalhos enormes e seus baixos braços
suspensos cobriam a mansão em sombras que faziam todo o
lugar parecer tanto encantador quanto intimidante.
Eu puxei o carro em torno do círculo, certificando-me de
apontar a frente do meu carro para a saída. Tomando as
chaves da ignição, eu peguei minhas malas na parte de trás,
girei meu tronco e segui até a entrada da calçada irregular e
escadaria. Meu dedo tocou a campainha e,
instantaneamente, a pesada porta se abriu e eu estava me
empurrando para dentro da casa escura e fria de Roman.
Ambos os meus sacos bateram no chão logo antes de minhas
costas atingirem a parede de pedra da sua entrada e meus
braços serem presos acima da minha cabeça em uma das
mãos de Roman, enquanto a outra envolveu firmemente em
torno do meu pescoço.
Sinos de alarme estavam bombando alto e claro,
caralho, junto com os avisos de meus irmãos e do tio Jay
gritando para mim nos últimos dois anos.
Não brinque com um lobo, Mac e não espere para ver
os seus dentes.
Esse é o problema, Mac, sua incapacidade de
acreditar que ele é capaz de assassinato, é isso que vai te
matar se você não ficar esperta, mana.
Você está ATRAÍDA por ele! Você não pode separar o
fato dos seus sentimentos por ele! Este homem vai te matar
antes que você chegue à conclusão de que ele é, de fato, o
diabo que seu arquivo alega que ele seja!
Mac há doze mulheres ligadas a ele que já
desapareceram. DOZE. Você não pode acreditar que é uma
coincidência! VOCÊ É MAIS ESPERTA DO QUE ISSO, MAC!
Meus olhos nunca deixaram os seus, quando seu
aperto no meu pescoço aumentou e suas unhas morderam
minha pele.
Eu soltei as palavras que estavam na minha garganta
antes do meu mundo ficar preto:
— É verdade, tudo isso, todas as doze... É verdade.
Você tem sido o Satanás disfarçado de anjo o tempo todo, eles
sempre tiveram razão. Eu só não queria acreditar...
É isso aí. Isso é tudo o que ela escreveu senhoras e
senhores. Terminei. Se não neste dia, no final, sempre que ele
escolhesse, eu vou morreria em suas mãos, sabendo que fui
eu que me entreguei a ele em sua porta da frente, eu estava
ansiosa, esperançosa e vestida com esmero completo com o
meu favorito me fode.
Capítulo 7
Suas palavras continuam se repetindo em minha
mente: “É verdade, tudo isso, todos as doze... É verdade. Você
tem sido o Satanás disfarçado de anjo o tempo todo, eles
sempre tiveram razão. Eu só não queria acreditar... ”
Depois, eu limpei o dano que minhas unhas fizeram
para a pele de seu pescoço com um curativo, o que ia contra
a minha própria natureza. Eu deslizo uma agulha em seu
braço e injeto 1mm de adrenalina para acordá-la, mas ela
deve estar em estado de choque, porque depois de mais do
que a dose sugerida, ela ainda está inconsciente.
Suas palavras são como uma teia de aranha que gira
rapidamente, aderindo a qualquer e a todas as perguntas
anteriores ou suposições que tive sobre o que é que Heather
Mackenzie queria comigo.
No começo, eu desculpo sua presença como nada
mais que uma jovem ferida. Uma garota que estava
começando em seu segundo ano de residência em pediatria
de acordo com o investigador da família, que meu pai sempre
recorre. No entanto, depois de seus esforços contínuos,
mesmo com minha grosseria flagrante e aborrecimento
ridicularizado em direção a ela, eu pensei que ela fosse
seriamente instável e brinquei com a ideia de que ela era
apaixonada por mim ao ponto de uma possível insanidade.
Essa noção deveria ter levantado as bandeiras e me
estimulado para calá-la. Se ela não fosse tal enigma maldito
para mim em todos os níveis.
Eu quero ela mais do que vício, eu quero ver seus
olhos incharem e os vasos estourarem, sangrando de
vermelho para branco. Eu a desejo tanto, mas como posso
ansiar vê-la sangrar dos cortes que eu causo, bem como ter o
desejo de protegê-la de todo o mal?
E para foder ainda mais, que merda suas palavras
queriam dizer: “É verdade, tudo isso, todas as doze... É
verdade. Você tem sido o Satanás disfarçado de anjo o tempo
todo, eles sempre tiveram razão. Eu só não queria acreditar... ”
Antes de perceber o que aconteceu, uma rachadura
divide o ar entre nós, a palma da minha mão queima e a
bochecha enrubesce pela minha marca de alabastro,
enquanto as palavras rasgam minha garganta:
— O que você quer de mim, maldita?!
A raiva ferve dentro de mim, enviando o meu auto
controle ao limite. Parte de mim assiste com diversão
enquanto satanás assume. Eu arranco seu corpo flácido do
chão de pedra e arrasto-a por toda a sala de estar, pelo longo
corredor, em direção a parte de trás da casa, até que
finalmente desço a antiga escada e adentro para meu
playground demoníaco. Este é o meu covil, onde eu deleito-
me com o corte da pele, separando os músculos e tecido
adiposo.
Depois de segurar o meu controle até o último
momento e sentir meu ser se fundir com satanás, analiso
nossas ações e penduro seu corpo no teto, usando todas as
minhas algemas insidiosas favoritas.
Eu faço isso para seu próprio bem.
Eu percebo que ela não vai concordar comigo
inicialmente e eu entendo que ela terá que aprender que suas
ações têm consequências. Ela entregou-se a mim como um
presente, embrulhado em roupas próprias de uma prostituta
cara e ao fazê-lo, ela me entregou sua vida e sua liberdade.
Eu me pergunto se ela percebeu que seu pequeno
discurso, “eu vou derrubar estes portões com o meu carro! ”
É o que me levou a abrir o portão, não só da minha casa, mas
também, os portões do inferno.
Eu espero que a Srta. Heather Mackenzie tenha a
capacidade de manter os meus interesses mais do que Julia
ou as outras doze.

Ela ficou inconsciente durante três dias. Três dias


por causa da porra de um estrangulamento? Você está
brincando comigo? Eu juro por Deus, é um maldito milagre
que eu não comecei a esculpi-la por puro entretenimento!
Maldição! Se suas últimas palavras não ficassem
ricocheteando pelo meu cérebro como estilhaços, eu teria
começado a entalha-la nas primeiras seis horas de prisão na
minha casa.
Ela pode agradecer seus últimos segundos
conscientes eternamente, pois estou permitindo que ela
continue.
Estou além de lívido quando eu fiquei sem opções e
com raiva, inseri uma segunda intravenosa no braço oposto
da intravenosa que coloquei para mantê-la hidratada com
soro. Depois que eu agitei o saco de lipídios e.... bem, com
toda a honestidade, uma batida adequada para garantir a
corrente sanguínea, eu começo a bomba intravenosa com
TPN a ser administrado por via intravenosa de acordo com
taxa sugerida.
Suspirando, eu passo para trás, observando ela e
apreciando a visão dela deitada na cama, que está situada no
centro do elaborada quarto de hóspedes que eu
especificamente projetei para Heather em seu segundo dia na
mansão Payne.
Se ela estivesse acordada, ela iria ver o total ressentimento e
desdém no meu rosto. Doze horas depois, eu arrastei-a pelas
escadas da adega, a necessidade irresistível de desencordoa-
la dos grilhões tinha precedência.
Eu não estou com humor para concordar com suas
ilusões previstas ou de quaisquer noções românticas que você
acredita que eu estou começando a sentir. Você vê, eu sei o
que a sua mente patética está se divertido mesmo depois de
tudo o que eu lhe disse. Você gostaria de me perguntar por
que eu escolhi desalgemar Srta. Mackenzie. Por que eu iria
optar por removê-la de uma câmara de tortura e inseri-la em
um boudoir? Bem, permita-me esclarecê-lo, a única razão
que o meu decorador trabalhou este quarto é porque se
tornou claro, a cada hora que passava, aumentava o risco de
infecção da Srta. Mackenzie e como médico, eu sabia que em
apenas algumas curtas horas, quaisquer pontos de pressão
poderiam evoluir para úlceras de pressão, que por sua vez,
poderiam levar a gangrena.
E quem nesta terra verde quer colocar seu pênis
dentro de um corpo cheio de gangrena? Não, eu estou lhe
perguntando. Quem? Porque eu gostaria de encontrar o filho
da puta doente e levá-lo para almoçar, deixá-lo saber que ele
ganhou.
Minha necessidade neurótica de ouvir sua explicação
quando eu olhar em seus olhos castanhos escuros me impede
agir. Eu preparo mais 2mm de epinefrina, conecto em sua
intravenosa e empurro o êmbolo da seringa para inundar
suas veias imediatamente.
Sete minutos e 28 segundos depois, eu repito a dose.
Meu peito aperta quando dois segundos mais tarde os meus
esforços são recompensados com Heather Mackenzie
vibrando abertas as suas pálpebras para revelar seus olhos
castanhos escuros e como eles colidem com os meus azuis.
Ela sorri... Sim, SORRI para mim, em seguida, se
aconchega no edredom de plumas que eu posso ou não ter
dobrado em torno dela. Eu honestamente não me lembro
como os lençóis e edredons passaram de emaranhados em
torno de seus tornozelos para firmemente dobrado em torno
de seu quadril.
Estou definitivamente jogado fora meu jogo quando
ela sorri e seus cílios se fecham antes que ela ronrone as
palavras:
— Mmmm... Eu sempre soube que você não era um
cara ruim, eu disse a eles, mas eles não querem acreditar em
mim.
Ela suspira quando ela desliza para seu
esquecimento louvável, perdendo a risada perversa que
preenche todo o quarto banhado pelo luar, antes de que eu
seja capaz de ameaçá-la:
— Sua boba, ratinha ingênua.
Capítulo 8
Eu sinto o sono me acariciando como a boas-vindas
de um amante quando suas palavras se registram e
reverberaram através de cada molécula do meu ser: “Sua
boba, ratinha ingênua. ”
Como uma onda, cada momento desde que deixei o
Holiday Inn volta em pequenas partes e eu não estou certa se
foram meus anos de treinamento na academia, meus
instintos de sobrevivência ou ambos que me permitiram
manter a minha respiração e meu ritmo cardíaco a um ritmo
calmo e estável.
Concentre-se.
A chave é concentrar-se, desviando sua atenção.
Concentre-se, não nas coisas que você teme que possam
acontecer, em vez disso, se concentre no aqui e agora.
Não tenham pena de mim, não ignorem minhas
noções tolas, não me condenem e seria bem melhor não
zombarem de mim. Eu sei como isso pode parecer para um
estranho, quão ridiculamente eu estou sendo ingênua. E sim,
a minha chegada a seus portões, a minha entrada exigente
pode ter sido tanto o prego proverbial e literal no meu caixão,
mas eu não poderia viver sendo rasgada em duas direções
diferentes por mais tempo.
Quando meus olhos se concentraram, eu pisquei até
um limite máximo e meu cérebro desorientado levou um
momento para se concentrar no dossel que se assemelhava a
imagens que eu vi da capela Sistina. Depois que eu estudei as
imagens, percebi que estava olhando em um furacão a partir
do topo. Nuvens de redemoinho, do branco ao cinza carvão
vegetal, de forma intercalada com belos anjos que não
percebiam a tempestade em torno deles.
Eu sou grata quando percebo que não estou
amarrada pelos grilhões que penduravam de um teto muito
diferente do que o que estou olhando agora. A primeira vez
que senti a picada da agulha na minha veia, eu fui capaz de
mascarar a onda de adrenalina que eu, calma e
passivamente, tinha suportado e ignorado.
Com os meus sentidos voltando e me dando conta do
que me rodeava, percebi que estive envolta em um lençol que
deixaria o mais luxuoso hotel morrendo de inveja e estou
deitada em um colchão feito de nuvens puxadas do céu.
A sensação sensual da suave luz e das pontas dos
dedos como um pincel de pena, que me tocam por toda a pele
macia dos meus tornozelos, de repente, se transformam em
aço, doloroso, me retirando da cama e jogando meu corpo
contra o chão de pedra fria. A voz de Roman ressoou pelo
quarto e rebateu nas paredes nuas:
— Que porra é essa que você sabe sobre as doze?
Diga-me maldita!
Meu Deus! Oh merda. Eu já estou morta.
Como ele sabe que eu sei sobre as doze
desaparecidas... e então, eu me lembro...
“É verdade, tudo isso, todas as doze... É verdade.
Você tem sido o Satanás disfarçado de anjo o tempo todo, eles
sempre tiveram razão. Eu só não queria acreditar...”
Assim que as minhas últimas palavras reverberaram
pela minha mente, minhas primeiras palavras coerentes
derramaram... “Eu sempre soube que você não era um cara
ruim, eu disse a eles, mas eles não querem acreditar em mim.”
Meu Deus... Por favor, me diga que essas palavras
loucas não foram as primeiras palavras que minha insanidade
permitiu que saíssem dos meus lábios após a conquista da
lucidez. Por Favor.
Eu ouvi a risada de Roman antes de sua profunda
voz de barítono sacudir meu crânio.
— Essas foram as suas primeiras palavras, ratinho e
garanto que rezar não vai te fazer nenhum bem.
Foi neste momento que percebi que minha
consciência escorregou e minha sanidade caiu ao lado dela.
Eu permaneci o mais imóvel possível deitada no
chão, em uma tentativa de regular a respiração e acalmar
minha taxa cardíaca quando ele latiu:
— Fale de uma puta vez!
Ele caminhou em minha direção, meu instinto de
luta ou fuga surgiu nas minhas veias, quando ele recuou o pé
e me chutou tão forte no meu lado que me enviou voando
para a parede. Assim que meu corpo deslizou na parede, eu
rolei para o meu lado não-lesionado e me enrolei, em um
esforço para aliviar a dor, mas o tremor do meu corpo só
piorou a dor e eu fui incapaz de retardar o ataque de
ansiedade, Roman veio até de mim. Um grito escapou de
meus lábios antes de eu chorar:
— Por favor, por favor, pare.
— Parar? — Sua risada estava encharcada de
maldade com perigo visível logo abaixo da superfície. Minha
respiração engatou na minha garganta e meu corpo trêmulo
começou a empurrar e agarrar.
— Você acha seriamente que tem uma palavra a dizer
no que eu escolho fazer com você? Eu faço as regras,
Heather. Todas elas. Agora. Eu disse de pé, porra!! — Eu
coloquei todo o meu esforço em meu corpo, disposta a seguir
o seu comando, mas antes que eu pudesse realizar a façanha,
seu punho conectou com minha bochecha, me enviando pelo
ar, até eu bater contra a parede como uma boneca quebrada.
— LEVANTA! — Ele gritou.
Eu tentei, eu juro que tentei, mas o som do sangue
escorrendo pelo meu tímpano, juntamente com a dor
ricocheteando pelo meu crânio, fez com que o espaço
começasse a girar. Segurando em uma parede, fui apenas
capaz de ficar de joelhos e assim que eu cheguei no outro
quarto, enviou-me de cara no chão de pedra.
Através do sangue escorrendo da minha cabeça, pela
minha visão, eu vi como Roman arrastou meu tio Jay para o
quarto e deixou-o cair em uma pilha no chão de pedra. O
brilho prateado me chamou a atenção para o lado, antes de
Roman mover-se rapidamente atrás dele e envolver um fio de
metal em volta do pescoço e puxar enquanto colocava seu
joelho entre as omoplatas do meu tio.
Eu só pude assistir com horrível fascinação como
Roman estrangulou a vida de meu amado tio antes que o
choque me consumisse e a escuridão abençoada rasgasse
minha consciência.

Eu não tinha nenhuma ideia de quanto tempo se


passou quando acordei. Após uma avaliação rápida, notei que
estava em uma cama, minha cama, eu estava vestida e que
além do leve desconforto na frente da minha cabeça e uma
dor aguda no meu queixo, eu não estava com qualquer outra
grave dor. Eu movi as pernas ligeiramente em primeiro lugar,
em seguida, meus braços e senti os músculos e ossos não
utilizados estremecerem de dor.
— Ahhhh você está acordada. Bom. É hora de você
aprender como o resto de sua vida será gasto. Eu preciso que
você tenha em mente que este será um acordo de curto prazo,
porque, inevitavelmente, você vai me decepcionar e eu vou
ficar aborrecido. Uma vez que eu perder o interesse, você
perde sua vida... Está claro?
Sem saber exatamente como deveria responder, eu
simplesmente assenti.
— A partir de agora, eu quero que você sufoque
quaisquer equívocos que você possa ter de viver uma longa
vida. Nenhum de nós pode ter quaisquer ilusões. Você vai me
aborrecer logo e me levará a te matar. Entendido?
Minhas pálpebras se abriram e a primeira coisa que
eu vi foi o tornado cheio de anjos no meu teto. Era estranho
que a pintura lembrava-me de Roman? Tal beleza que
detinha o poder sobre a vida e a morte. Beleza que detinha o
poder para mutilar, matar e destruir. Eu tentei falar, mas
minha boca estava seca como algodão e eu fui incapaz de
separar os dentes.
Roman se inclinou sobre mim levemente, me
erguendo, afofando os travesseiros nas minhas costas e me
colocando de volta para descansar sentada.
— Porque você recusou-se a responder a minha
pergunta anterior sobre o seu conhecimento das doze, eu
propositadamente quebrei seu maxilar e juntei seus dentes e
de excitação adicional, eu cuidei de seu tio inconveniente.
Você esteve fora por quase duas semanas. Estou confiante,
de 3 a 4 semanas, quando eu remover os fios, você vai estar
ansiosa para ter uma conversa. Heather, quando faço uma
pergunta, você deve segui-la imediatamente, a cada
momento. Você não vai gostar do resultado se escolher o
contrário.
Oh meu Deus, o tio Jay! Rezei para estar tendo
alucinações, esperando que o choque crivasse minha mente
com furos de insanidade, me fizessem ver e ouvir coisas que
não estavam realmente lá. Eu ainda não estava convencida
de que suas palavras saíram do meu lobo frontal inchado. Ele
quebrou meu maxilar? Então, por isso minha boca estava
fechada? Eu estou tão longe desse problema sem solução e
merda, pela primeira vez, incluindo as surras anteriores, toda
a minha formação, o meu tempo na academia, a noite em que
esses três punks tentaram me assaltar, pela primeira vez na
minha vida, eu realmente sinto medo.
Eu olhei para baixo e por um momento, o que vi ficou
confuso. Eu estava em uma camisola de babado prata e um
robe rosa, de cetim, mais suaves que já vi. Meus olhos
pousaram em minhas mãos bem cuidadas descansando em
meu abdômen.
Era evidente que, ao olhar em seus olhos, meu choque
poderia ser visto claramente.
— Eu posso ser o diabo, ratinha, mas um bárbaro eu
não sou. Contanto que você permaneça viva debaixo do meu
teto, você vai usar o que me agrada. A condição de suas mãos
era terrível; mãos de uma mulher devem ser tão suaves como
pétalas de flores. A mulher deve ter as mãos bem cuidadas e
unhas pintadas, não patas calejadas com cutículas.
Ele suspirou como se estivesse cansado ou esgotado
antes de se levantar e caminhar para um bar totalmente
abastecido, situado em um canto. A cadeira estofada creme,
puff e uma harmoniosa chaise creme estavam posicionados
diagonalmente um do lado do outro. Ambos estavam
decorados com almofadas azuis e prata bebê e um cobertor
cinza claro.
Quando ele retornou e se sentou na cama, ele
descreveu a bebida que me mostrava:
— Sprite com um pouco de suco de cereja, vamos ver
como você se sai com líquidos claros hoje e amanhã vamos
tentar um pouco de caldo quente. Eu detesto você vomitando
por isso, se você perder o conteúdo de seu estômago, VOCÊ
será a única na limpeza. Entendido?
Concordei com a cabeça ligeiramente mantendo
meus olhos no copo de cristal na mão.
— Aqui.
Meus olhos foram até os seus e vacilei, apertando
minhas pálpebras fechadas quando vi o quão perto a sua
mão estava da minha cara, me preparando para um ataque
iminente.
— Eu estou tentando ajudá-la no momento. — Eu
pisquei para ele e observei o agravamento em seu rosto. Uma
de suas mãos envolveu delicadamente em torno da minha,
segurando o copo enquanto a outra direcionada um canudo
na minha boca. — Abra seus lábios tanto quanto você puder.
Fiz o que me disse e ele colocou o canudo entre
minha bochecha e dentes.
— Agora, feche e tome pequenos goles. Eu sei que
você pode sentir-se desidratada, mas não engula, Heather.
Eu mantive-a hidratada e alimentada usando certas soluções
intravenosas.
Depois de alguns goles, eu tirei o canudo da minha
boca e coloquei o copo na mesa de cabeceira. Roman
permaneceu imóvel do meu lado, sentado na beira da cama.
Sua mão se aproximou e passou pelo meu cabelo e sobre meu
ombro, enquanto seus olhos vagueavam sobre o meu rosto.
Ele parecia estar estudando-me por razões completamente
desconhecidas para mim.
— Você não vai deixar a mansão novamente,
Heather... a vida que você viveu uma vez não é mais uma que
você controla, ela me pertence agora e sua única finalidade é
para meu divertimento. Contanto que você faça como eu digo,
você será recompensada com luxos como esta cama — Ele
balançou a cabeça em direção à cama — roupas feitas do
mais fino material— Ele sacudiu a cabeça para o que eu
assumi que fosse um armário — um totalmente abastecido e
luxuoso banheiro com amenidades, um quarto confortável,
música, bem como café da manhã, almoço e jantar,
preparado por um chef cinco estrelas que eu emprego. Você
entende, Heather?
Meu queixo tremeu e lágrimas caíram dos meus
olhos quando meu peito implodiu com a memória detalhada
do que Roman fez com meu tio Jay. Eu percebi que nunca
mais iria vê-lo ou meus irmãos, nunca mais os abraçaria de
novo, nunca mais ouviria suas vozes novamente. Eu fui de
alguma forma capaz de manter as lágrimas quando eu acenei
e ele continuou seu discurso sinistro.
— Eu nunca tinha ido tão longe antes. Mulheres
antes de você matariam pela sua posição. Seu conhecimento
das doze causou essas medidas extremas. Agora, vamos
esperar que você seja capaz de ter sucesso em duas maneiras
diferentes. Primeiro, não me irritar, porque vai chegar um
ponto em que eu prefiro cortar sua garganta após entalha-la,
de acordo com você. Você tem uma coisa a seu favor nesse
aspecto... Você não pode falar. Quebrando sua mandíbula
para fecha-la, pode ter parecido que foi para meu benefício,
mas com toda a honestidade, eu fiz isso por você. Em
segundo lugar, é seu melhor interesse me manter entretido,
entretido, por qualquer meio necessário. Assim que eu
tornar-me aborrecido com você, vou ficar irritado com você e
quando você se tornar um mosquito, vou acabar com sua
vida. Você também entendeu?
Eu não pude controlar as lágrimas desta vez. Elas
caíram. Em rios que escorreram pelo meu rosto enquanto eu
acenava sim.
Roman tinha suas mãos enormes em meu rosto
enquanto seus polegares limpavam as minhas lágrimas.
— Shhh... Venha agora, ratinha, eu sei, eu sei que
pode parecer como se eu tivesse roubado sua vida, mas na
realidade, você a deu para mim como um presente. Você me
disse que me queria, não foi? — Eu acenei, novamente. —
Bem, agora você me tem, você me tem como ninguém nunca
me teve ou terá.
Ele sorriu para mim com toda a sua beleza, seus
olhos azuis brilharam como safiras, olhando nos meus,
marrons enlameados, enquanto seus lábios cobriam os meus
em um beijo mais doce e mais gentil que eu já senti.
Meu pensamento era: “Eu queria saber a verdade.
Não só porque queria salvar e amar Roman Payne, mas
porque queria seu nome limpo. Agora, eu sei que não queria
a verdade. Eu queria as mentiras, o engano, porque eles
iriam fazer de Roman meu anjo.”
Roman não é bom, Roman não é inocente. E Roman
nunca pode ser meu anjo. Roman é um assassino, um ladrão
vil de vidas, almas e sonhos. Ele é Lúcifer, em toda sua beleza
gloriosa.

Acredite ou não, eu me acomodei com algo parecido a


uma rotina muito rapidamente e a governanta de Roman,
Dolores e eu, formamos uma relação provisória. Dolores não
falava e eu estava incerta se era porque ela não podia, ou não
conseguia. Apesar de seu silêncio abrandar nossa
comunicação, inicialmente, não impediu-a. Todas as manhãs,
depois de Roman escolher minhas roupas, ele deixava para
seu treinamento. Eu me levantava, tomava banho e me
vestia, então, eu descia as escadas para ver se Dolores iria
permitir-me ajudá-la com algum dos deveres de casa, mas é
claro que ela nunca o fazia. Eu continuava tentando
convencê-la a deixar-me ajudar com o jardim, mas ela
balançava a cabeça e fazia “tsks tsks” com seus dois dedos
indicadores.
Cada dia chuvoso eu chorava, então cada dia que o
sol brilhava, eu chorava um pouco mais. Dolores me pegou
várias vezes chorando ao ar fresco, mas ela não disse uma
palavra, nem tentou aliviar meu anseio doloroso de sentir a
luz do sol ou de gotas de chuva no meu rosto.
Minha gaiola dourada tornara-se lentamente mais
fácil de viver com o passar do tempo e eu estabeleci uma
rotina, que estranhamente me dava conforto a cada dia. Meu
maior medo era que não seria capaz de esconder esses
pensamentos conflitantes de Roman. Estava com medo, se ele
já não sabia o quanto eu ansiava por cair fora daqui, iria
custar minha vida.
Capítulo 9
Eu assisti Roman Payne de longe por muito tempo.
Eu o tenho seguido. Eu o tenho estudado desde o seu
primeiro “erro”, quando ele teve que chamar seu pai para vir
e ajudar a limpar sua bagunça.
Quando sua jornada macabra começou, eu estava de
pé nas sombras como nada mais do que um voyeur e ao
longo do tempo, meu voyeurismo virou inveja. Brittany era
para ser o meu encontro de formatura, não dele. Eu tinha
estado apaixonado por Brittany desde a segunda série.
Quando eu perguntei a ela sobre o baile e ela disse que sim,
eu estava na lua. Economizei cada centavo que ganhei; Eu
aluguei uma limusine, fiz reservas para o restaurante mais
bonito da cidade e comprei o buquê mais caro que eu podia
pagar. Três dias antes do evento, Roman Payne, o
Queridinho-Garoto-Americano-Rico, notou minha Brittany e
convidou-a para ir ao baile. Brittany cancelou nosso
encontro.
Eu decidi assistir o solo de dança, que,
naturalmente, me arrependi nos primeiros dez minutos de
estar lá. Eu saí para fugir da pós-festa, com a necessidade de
um pouco de privacidade e ar fresco. Caminhando para o
quintal, eu mantive minha cabeça baixa para que ninguém
me reconhecesse. Enfiei minhas mãos nos bolsos profundos
para esconder meus punhos cerrados enquanto as emoções
me bombardeavam antes de sair me sentindo triste, magoado
e muito irritado. Quando eu dobrava a esquina da casa da
piscina, meus pensamentos desmedidos foram interrompidos
pelo som abafado de sexo. Apenas o pensamento de ver duas
pessoas fodendo teve a excitação me dominando. Eu me
aproximei para espiar pela janela e imediatamente percebi
que a noite não foi totalmente destruída depois de tudo. Eu
calmamente puxei a câmera que minha mãe insistiu para eu
trazer, do meu bolso do casaco e tirei uma foto rápida com as
mãos trêmulas. Roman Payne estava impiedosamente
batendo seu pênis em uma resistente Brittany, ela estava
lutando com Roman com muita força, mas suas tentativas
foram inúteis contra o seu tamanho e força. Sem olhar para
longe da vista de Roman batendo em uma Brittany
enfraquecida, eu rapidamente puxei meu pau duro de minha
calça e embrulhei minha mão em torno dele, batendo uma
punheta.
Quando eu notei que ele estava estrangulando-a com
algo em suas mãos, comecei a fervorosamente golpear meu
pau mais rápido. Eu senti a onda de possivelmente estar
preso a observá-los fodendo, agudamente aumentando a
minha excitação e quando Roman jogou a cabeça para trás
enchendo o corpo sem vida de Brittany com gozo, senti meu
próprio orgasmo tão intenso, que meus dentes se afundaram
em meus dedos, rasgando a pele, até que minha boca ficou
cheia de sangue.
Uma vez que o meu ritmo cardíaco voltou ao normal,
eu percebi o que acabara de testemunhar e meus instintos
entraram de emação. Eu me virei para correr para pedir
ajuda. Eu só dei um passo antes de parar. Os poucos
momentos que se seguiram pareceram como se eles
ocorressem em câmera lenta. Minha cabeça virou e meu
corpo seguiu até que eu fui capaz de assistir de perto como se
desenrolou o drama diante de mim.
Uma parte de mim, que eu nunca soube que existia,
veio à vida e sussurrou: “A vagabunda mereceu. Se ela
estivesse com o bom rapaz, ela não teria a vida estrangulada
enquanto estava sendo estuprada. Ela fez sua escolha, tudo
que fiz foi vê-la pagar as consequências. ” Eu queria vê-la
sofrer. Eu queria vê-la ser estrangulada. Eu queria vê-la
morrer. E assim, eu fiz.
Agachei, me escondendo e vi quando o pai de Roman
e outros dois homens cuidavam da “limpeza”. Percebi que não
só minha inveja de Roman tinha se multiplicado, mas meu
respeito por ele também. Eu me fiz uma promessa essa noite,
que um dia, eu teria a vida de Roman. Na manhã seguinte,
eu imediatamente comecei a tomar medidas e implementar
planos para tornar a sua realidade a minha própria.
Durante a próxima década, eu continuei assistindo
em silêncio e fascínio quando ele tirou a vida de mais onze
mulheres. Uma vez que eu finalmente subi os degraus e
ganhei o meu lugar como investigador particular líder da
equipe de Roman e braço direito, ele me colocou diretamente
no comando do círculo de homens confiáveis de Roman
Payne.
Eu sabia que ia ser o começo de um jogo épico de
estratagema. Minha primeira ação, originalmente, foi me
livrar da versão mais velha de mim, Andrew. É irônico
quando você finalmente consegue alguma coisa que você
sempre quis, quase imediatamente é quando a vida coloca
outra coisa que você deseja igualmente em seu lugar.
Era para Heather que eu não estava preparado,
Heather tinha o físico e o emocional que me afetaram
instantaneamente. Eu me apaixonei por ela no primeiro
momento que a vi olhando pelas janelas da Mansão Payne,
com as mãos levemente passando nos vidros das janelas.
Relâmpagos atravessavam o céu, iluminando seu belo rosto,
enquanto lágrimas escorriam. A saudade que eu vi em seus
olhos tristes enquanto ela olhava, assistindo a chuva, causou
algo que quebrou de longe meu coração.
Capítulo 10
Ela é um mistério para mim, tão diferente de
qualquer uma ou qualquer coisa que eu já conheci.
Estou encantado.
Eu quero vê-la sorrir. Eu quero ser a razão dela
sorrir. No entanto, até agora, tenho sido o responsável por
suas lágrimas.
E tenho o prazer na sensação de saber que possuo o
poder de evocar uma emoção forte o suficiente para afetá-la
em um nível básico e fisiológico que eu duvido que ela sequer
sabe que existe. Me emociono com o pensamento dela me
pertencer e só a mim por tanto tempo. Quando eu julgo a sua
vida digna de viver, isso faz meu pau inchar e ficar doendo de
antecipação.
Deus sabe que eu a quero. Quero ela de quatro,
quero ela pendurada nos grilhões presos ao teto do porão. Eu
quero ela contra todas as paredes da minha casa. Eu a quero
em cima de cada superfície plana. Acima de tudo, eu quero
ela no chuveiro sob o jato quente enquanto a espanco, mordo
e chupo, com os meus dentes afundando em sua cartilagem e
traqueia. Eu quero ver como o sangue dos cortes feitos por
minha faca é misturado com água antes de escorrer ralo
abaixo.
Deus, eu a quero. E eu vou tê-la.
Mas ainda não. A antecipação de atrasar o prazer de
arruinar Heather é mais erótica e gratificante do que a
momento em que eu me permiti finalmente capturar, prender
e espancar, tudo ao mesmo tempo enquanto assisto sua
expressão quando ela perceber o que eu fiz.
Até que esses malditos fios estejam prontos para
serem removidos. Eu me recuso ainda a permitir um gosto e
em vez disso, eu concentro minha energia ao contemplar o
momento em que eu escolho tomar Heather Mackenzie e
totalmente arruína-la de mente, corpo e alma.
Ela é, de alguma forma, capaz de domar os meus
demônios internos, mesmo que eu seja incapaz de usar seu
corpo como planejei.
Heather mantém minha escuridão extremamente
entretida enquanto as paredes da minha clínica de
Obstetrícia e Ginecologia são erguidas e meu desejo pela
pratica fica difícil de controlar.
Heather, de alguma forma, consegue manter minhas
vontades maléficas desviadas e detidas sob controle...
Pelo menos, até que eu entre na mansão Payne todas
as noites e reine a contenção do abuso de interagir com
outras mulheres, não apenas sobre seu corpo, mas sua
psique também.
Cada dia que Dolores me diz o quão ruim ela está por
Heather não ser capaz de sair dos limites da mansão me
estimula a libertar minha raiva, deixando Heather carregar o
peso. Às vezes, minha raiva consome antes mesmo de ser
capaz de terminar o meu jantar e seu castigo começa na sala
de jantar, apenas para levá-la para o porão.
Outras noites, eu sou capaz de manter minha raiva
sob controle, permitindo que deixe ferver sob a superfície. Eu
espero até que ela esteja banhada e vestida, com a camisola
que eu escolhi e prestes a escorregar entre os lençóis, antes
que eu afunde minha miséria em seu corpo, batendo quase
cada polegada quadrada de sua carne e sufocando-a até que
ela perca sua consciência. O único som que se ouve, de
alguma forma, é a minha sombria e estranhamente quieta
voz, zombando e insultando seus sonhos tolos que se recusa
a ir embora.
Estamos em uma rotina agradável, em que Heather
quer obedecer a todos os meus comandos, ou permite que
suas noções tolas nublem seu julgamento, levando-me a
reinar o castigo sobre sua carne e mente frágeis, a minha
escolha.
Todas as manhãs, antes de eu sair para o trabalho,
eu abro a porta e as cortinas forradas de prata de seu quarto
escurecido e me sento na cadeira estofada creme perto de sua
cama para vê-la dormir durante um tempo pela manhã. Eu
passo meus lábios em cada curva do seu rosto antes de
tomar sua boca e sussurrar:
— Hora de acordar, Ratinha. Eu separei suas roupas
esperando que tome banho, faça a manicure, pedicure,
penteado e esteja pronta para o jantar às seis e meia, como
sempre.
Hoje, ao ver seu sono bastante agitado, percebo o
momento em que minha voz registra em sua mente. Gosto de
observá-la dormindo suavemente, o medo aguça suas feições.
Hoje é um dia muito importante, é o dia do ajuste de
contas.
Hoje, perguntas serão respondidas e destinos serão
feitos.
Hoje marca a nossa sexta semana do dia em que ela
me entregou sua vida.
Também representa o primeiro dia do resto de sua
vida.
— Abra os olhos e olhe para mim, Ratinha. — Seus
cílios se abrem diante de seus olhos cor de chocolate escuro e
olha pra mim, encontro-me procurando as palavras certas
para explicar a ela o que está à frente. — Hoje, depois de
liberar a sua mandíbula, eu aconselho a usar o dia para
contemplar as verdades que você irá revelar esta noite no
jantar. Sugiro também, que aproveite uma quantidade
razoável de tempo praticando seu discurso. Eu espero ouvir a
melodia de sua voz claramente esta noite, está bem
explicado? — Eu estava em pé, elevando-me sobre ela,
segurando o botão do meu paletó com um sorriso sarcástico e
continuei. — Você sabia que este dia estava chegando por
semanas, Ratinha. Utilize este dia para se preparar para a
próxima fase da sua vida. Esta noite é o seu momento para
brilhar, não me decepcione. Você e suas ações têm o poder de
sua vida ou morte.

Eu sei, especialmente a partir do seu ponto de vista


desta parte da história, parece que eu quero que falhe. Não
me interpretem mal, eu nem gosto de pensar na ideia dela
falhar, mas outra parte de mim, que eu não reconheço,
supera o mal e quero que ela tenha sucesso.
Eu a quero, inteiramente, de forma irrevogável e
totalmente, eu quero cada pedaço dela.
Não por semanas, não por meses, mas para sempre.
Eu quero que ela me pertença, para o resto da minha
mortalidade.
Tanto assim, que quando ela sorri para mim, meus
pulmões sem ar contraem em torno de algo no meu peito.
Não pode ser meu coração. É outra coisa que não está nos
livros de medicina. Eu sei disso, porque eu nasci sem um
coração.
O movimento do órgão a um ritmo regular, dentro da
minha caixa torácica, nunca vai sentir um único indício de
simpatia, empatia, esperança, muito menos amor e carinho.
Na clínica foi uma loucura hoje. Meu trabalho é
geralmente 99,9% monótono, no entanto hoje, em vez de
entregar o pacotinho de alegria chorando após o parto, eu me
encontrei com o caos, cirurgias de emergência e a morte.
Então, hoje, quando eu digo que eu estou chateado, é
um eufemismo horrível.
Depois de passar 45 minutos debaixo da ducha de
água quente e relaxar os músculos, enrolei uma toalha em
volta da minha cintura e caminhei ao meu armário.
Eu vesti uma calça cinza escura e uma camiseta
preta apertada de gola V clássica, que podia exibir a
tatuagem que cobria meu braço direito e apenas o topo da
armadura em forma de asa na parte de trás do meu pescoço.
Quanto mais perto eu ficava fisicamente do o salão
de jantar, mais rápida a eletricidade seguia em minhas veias.
Parei por um breve momento do outro lado das portas e inalei
um profundo suspiro enquanto me preparava para qualquer
coisa, tudo e nada ao mesmo tempo. Após me sentir mais
calmo e a eletricidade que corriam nas veias amenizaram,
corrigi a postura dos ombros e coloquei minhas mãos no
bolso da minha calça e entrei calmamente pela porta.
A visão do perfeito sorriso de Heather, seu cabelo
loiro cintilante fluindo sobre os ombros contrastava
perfeitamente contra o vestido de chiffon vermelho que eu
escolhi para ela hoje de manhã e as palavras que estavam na
ponta da minha língua foram esquecidas com a beleza diante
de mim. O som de sua voz me afetou em um nível básico.
— Olá, Roman. — A voz dela era puro erotismo e a
rouquidão por falta de uso fazia com que meu pau
endurecesse em resposta. Quando ela estava ao alcance, um
instinto básico, carnal despertava dentro de mim
instantaneamente.
Eu empurrei-a para o meio da longa mesa de jantar
com um braço e em um movimento rápido com o outro braço,
derrubei tudo sobre a mesa da sala de jantar, joguei tudo no
chão. Sem pensar, agarrei seus quadris e me torci em torno
dela, preenchendo o espaço vazio. Meus olhos estavam fixos
nos dela e um rosnado saiu de minha garganta e minhas
mãos deslizaram para cima, na parte exterior de suas pernas,
empurrando o chiffon de seda por sua pele lisa. Minhas mãos
continuaram deslizando, alternadamente, agarrando a carne
tensa no processo, fazendo-a gritar e estremecer de dor.
Eu apertei a parte de trás dos joelhos e afastei suas
coxas antes de empurrar meus quadris entre elas,
empurrando minha ereção crescente contra seu núcleo. Eu
esfreguei minhas mãos acima de seu corpo, apertando com
força suficiente para machucar a carne de seus quadris e
bunda. Eu dobrei meu corpo sobre o dela e afundei meus
dentes em seu peito coberto de cetim, sugando-o através do
material. Suas costas arquearam na mesa e ela gemeu
quando minhas mãos deslizaram de sua bunda para a curva
de seus quadris e em sua pele que cobria suas costelas, até
que minhas mãos estavam cobrindo os seios pesados por um
breve momento antes de tirar seu vestido pela cabeça. Como
um sussurro, o vestido foi ao chão, eu me inclinei para trás e
me permiti saborear o momento, a pele esticada e flexível que
cobria o pescoço, seios e abdômen liso. Meus olhos se fixaram
em sua boceta nua e um sorriso sinistro substituiu a
carranca no rosto. Eu olhei de seu corpo até se seus olhos e
eu exigi saber:
— Até quando, Ratinha? Há quanto tempo você
queria isso? Precisava de mim? Quanto tempo? — Suas
palavras roucas fizeram o fluxo de sangue no meu pau
aumentar, deixando-o dolorido.
— Desde o primeiro momento que o vi. Desde o
início, Roman.
Eu acariciei a carne pálida de seu abdômen e
espremi os seios e belisquei seus mamilos endurecidos. Eu
mordi o interior de minhas bochechas para conter um
gemido.
— Desde o início? — Perguntei, com voz gutural,
mantendo contato visual com ela.
— Desde o início.
Ela gemeu, quando a minha mão direita encontrou
sua artéria carótida em ambos os lados do pescoço dela e
apertei, enfiei minha outra mão entre as pernas e
brutalmente esfreguei a carne úmida para frente e para trás.
Seus quadris se moveram ao deslizar meus dedos entre os
lábios e entrar no local que manipulava tão bem.
— Oh Deus, Roman. — Ela gemeu.
— E esta boceta? Diga-me quanto tempo esta
pequena boceta apertada me desejava, Heather. — Eu tirei o
dedo um segundo antes de penetrar meu dedo
profundamente e foi recebido com uma resistência, que muito
raramente eu sinto e eu parei minhas ministrações antes de
me inclinar sobre seu corpo, contorcendo para colocar-nos
cara a cara. Com uma mão em torno de sua garganta a outra
com o dedo dentro dela, comecei a transar novamente e
rosnei as palavras:
— Esta pequena boceta apertada é minha não é,
Ratinha? Você se guardou para mim. Quer me abençoar,
cobrindo meu pau no sangue da sua pureza?
— Por favor, Roman. — Ela olhava em meus olhos
enquanto meu dedo se aprofundava em sua boceta e meu
polegar circundava o clitóris mais rápido.
— Você quer ser minha putinha, Heather? Minha e
só minha, não é? — Meus dedos apertaram em torno de sua
garganta e ela empurrou a cabeça para trás e para frente em
um aceno de cabeça, fazendo-a choramingar.
— Sempre foi você, Roman. Cada parte de mim
sempre foi sua…
Antes dela ser capaz de terminar de falar, o peso do
meu cinto derrubou minha calça desabotoada até o chão com
um baque e eu bati meu pau até o punho dentro da vagina
mais apertada que eu já senti. O demônio dentro de mim
rugiu na vitória tão aguardada guando seu grito perfurou o
ar. Minha cabeça caiu para trás quando eu bati nela mais e
mais; um grunhido foi liberado de minha garganta com cada
impulso. Eu senti minhas bolas apertarem e a sua umidade
correr pelas minhas coxas e coloquei a minha mão entre nós
para esfregar os dedos sobre o clitóris, deslizando sobre sua
boceta molhada. Um burburinho saiu de dentro de meu peito
enquanto eu a preenchia com meu esperma grosso e quente,
passando minhas mãos por seu corpo para dar a volta em
seu pescoço e apertar, usá-lo como alavanca para conduzir
meu pau mais forte e rápido em sua boceta quente e
apertada.
Eu senti a euforia em mim, fez com que um sorriso
se espalhasse por todo o meu rosto quando os últimos surtos
de meu gozo esvaziavam em seu interior. Eu recolhi meus
pensamentos e olhei para o teto, respirando profundamente
em meus pulmões antes de olhar para baixo e ver seu corpo
mole deitado sobre a mesa da sala de jantar. A visão de sua
pele coberta de sangue quebrou algo dentro de mim. Meus
olhos apreciavam com um fascínio perturbador enquanto o
sangue pingava do pescoço de Heather. Quando olhei mais
abaixo, segui a trilha sangrenta feita por minhas mãos
deslizando por seu corpo, de sua boceta para seu pescoço.
Algo mudou dentro de mim, ao olhar onde ainda
estamos conectados, meu pau sangrento permanecia até as
bolas dentro de seu sexo chorando sangue. Foi dentro deste
momento crucial que percebi, ao contrário das outras
mulheres, à vista da pele de Heather manchada e suja de
sangue, atingiu os meus nervos e senti uma sensação de
medo se instalar na boca do estômago, pela primeira vez na
minha vida.
Capítulo 11
Eu não estou esperando o que eu vejo quando dou
um passo para a sala de jantar.
Meus olhos eterizam em sangue, soluços e gemidos
de Mac espalhados sobre a mesa da sala de jantar em um
processo, mas quando a minha mente registra para quem
estou olhando, meus joelhos quase dobram sob o meu peso.
Fúria. Eu sinto raiva dentro de mim com a visão de Roman de
pé sobre ela com sangue cobrindo as mãos e mais sangue
escorrendo na frente de suas coxas, de onde seu pênis ainda
está enterrado dentro dela.
Eu mal cobri minha boca a tempo de abafar os meus
sons antes de dar a volta e sair, fugindo das imagens
cauterizadas no meu cérebro. Ao sair, eu bati as portas
frontais duplas e tropecei nos degraus de pedra da calçada
que aterraram em minhas mãos e joelhos na grama antes de
perder o conteúdo do meu estômago. Eu não sei quanto
tempo fiquei abaixado vomitando, mas uma vez que fui capaz
de respirar de novo, eu rolei sobre minhas costas e olhei para
o céu nublado, noite sem estrelas, enquanto lágrimas
infiltravam-se em meu cabelo atrás das orelhas. Eu rezei,
embora já sabia, o que eu vi não era o resultado final de Mac
perder sua virgindade. Heather era diferente das outras doze.
Ela não merecia ter o mesmo destino que elas tiveram em
suas mãos. Eu vou matá-lo se ele sufocar sua vida e me
assegurarei que seja malditamente lenta e dolorosa. Eu deitei
na grama e continuei olhando para o céu nublado e rezei por
ela. Rezei para que ela se libertasse da malvada aflição de
Roman. Eu rezei até que a casa se acalmou e ficou escura.
Capítulo 12
A dor, diferente de tudo que eu já senti, atingiu entre
minhas pernas até meu ventre espancado e o gozo quente de
Roman que banhou meu interior parecia sal sendo moído em
uma ferida fresca.
As lágrimas dos meus olhos caíram e deslizaram para
baixo ao lado do meu rosto, para escorrer ao longo do meu
couro cabeludo, enquanto os soluços eram arrancados da
minha garganta e Roman simplesmente ficou olhando para o
meu corpo abusado, espancado e ensanguentado.
Por que eu me deixei pensar que por um momento este
homem não era o monstro que todo mundo dizia que ele era? E
que ideia foi essa de que eu era diferente... De que eu era a
única que poderia salvá-lo?
Roman ia me quebrar.
Ele ia me afundar.
Ele ia me machucar.
Roman ia me fazer sangrar, mais e mais, até que eu
não fosse mais capaz de mantê-lo divertido ou entretido.
Olhando para ele através da minha visão turva das
lágrimas enquanto seu pênis flácido deslizava de mim, eu vi
flashes de preocupações em suas feições. No entanto, foi o
olhar de descrença que aleijou qualquer ódio que eu sentia
por ele apenas momentos atrás, quando eu vi o quanto
contrasta cruamente contra a sua bela maldade.
— Não era... A umidade, você não estava mergulhada
no seu gozo, era seu sangue. — Seus olhos azuis cristalinos
colidiram com os meus.
Eu não podia sentir a diferença entre a umidade do
esperma e a viscosidade pegajosa do sangue. Minhas mãos
correram sobre seus braços e ombros, roçando a tinta da
tatuagem de sua pele e nervosamente sussurrei.
— Roman, você e eu podemos ter uma conversa. Por
Favor?
Ele balançou a cabeça antes de me entregar um
guardanapo de linho. Depois de eu ter me limpado um pouco,
coloquei meu vestido pela minha cabeça e permaneci sentada
em cima da mesa, com medo da dor que o movimento poderia
causar.
Admirava a forma nua magnífica de Roman enquanto
ele se movia com a graça e agilidade de um gato grande para
a extremidade oposta da longa mesa de jantar escura. Eu não
podia tirar meus olhos de sua pele oliva completamente,
movendo-se como cetim sobre seus músculos vigorosos, nem
se eu quisesse. No momento em que ele tomou seu lugar na
cabeceira da mesa, eu estava quase hipnotizada. Ainda
empoleirada no meu lugar, eu silenciosamente esperei por
sua deixa para começar. A ansiedade estava correndo em
minhas veias fazendo meu corpo tremer e a confusão viajava
em meus pensamentos, misturando todos juntos, tornando
impossível discernir se estava aterrorizada ou fascinada por
Roman. Antes que eu seja capaz de estudar esse pensamento
muito de perto, percebi que ele estava me observando com os
dedos enlaçados e esperando por mim para começar.
Meu coração quase saltou do meu peito quando sua
voz severa disse:
— Comece!
Eu estremeci e tive que engolir três vezes antes que
eu pudesse falar.
— Meu nome é Heather Mackenzie. Meus amigos e
familiares me chamam Mac. Eu... Eu... Eu sou um detetive
da polícia do estado de Washington. Meu pai era Heath
Mackenzie, o detetive designado para construir um caso
contra você por seu envolvimento com onze mulheres
desaparecidas. Meu pai passou os últimos meses de sua vida
a investigando você, Roman. Ele estava convencido de que
era diretamente responsável, não só pela morte Srta.
Robbins, mas onze outras jovens, depois do desaparecimento
de Brittany Sloan. Meu pai morreu de um ataque cardíaco
oito meses após o suicídio da Srta. Robbins e nunca foi capaz
de encontrar mais provas contra você, além da nota de
suicídio de Amanda e onze imagens que recebeu de você com
cada uma das onze mulheres em todo o tempo que elas
desapareceram. Depois de sua morte, dois anos atrás, eu
intervi e assumi a sua investigação. E agora, eu acho que sou
apenas a sortuda número treze.
Depois que eu terminei de falar, notei que Andrew
deve ter vindo servir nosso jantar, enquanto meus olhos
estavam grudados em Roman e minha mente estava perdida
no meu passado. Roman limpou a boca com o guardanapo de
linho, em seguida, olhou para a extensão da mesa onde
estava sentada e deu risada.
— Ahh ratinha, vou gostar de demonstrar o quão
sortuda número treze você verdadeiramente é.
Um vermelhão invadiu meu rosto e instantaneamente
olhei para baixo, para as minhas mãos, remexendo, antes de
perguntar com uma voz trêmula:
— Então... As doze? Quantas você matou
diretamente, Roman?
— Você é tão cativante, ratinha, quanto você é linda.
Eu não posso evitar, mas continuo intrigado com você. As
'doze', elas não são mais sua preocupação, agora que você
não retomará a sua antiga ocupação. Você tem sorte Heather,
porque pela primeira vez, eu me encontro em conflito. Você
despertou meu interesse e não posso determinar se é você,
sua pureza, ou alguma outra coisa que eu ainda tenho que
identificar. Eu quero mantê-la, minha ratinha. Você possui
algo que as outras mulheres não tinham; no entanto, eu
estou preocupado e chocado no momento, no final, você vai
conhecer o mesmo destino que as outras.
Eu tinha que obter informações, pisando com muito
cuidado, estava perfeitamente ciente da volatilidade de
Roman.
— As outras — Eu me atrevi. — O que aconteceu
com elas, era sua culpa por não manter sua atenção, ou foi o
seu destino, causado por sua decisão para acabar com elas?
Ele se levantou e pegou seu prato, arremessando
diretamente na minha cabeça. Eu me movi o suficiente para
desviar e o prato se quebrou contra a parede atrás de mim.
Sua voz de trovão disse:
— As doze NÃO DIZEM respeito a você, porra! — Ele
veio até onde eu estava sentada, tremendo sobre a mesa e
elevou-se sobre mim, colocando seu rosto perto o suficiente
para rosnar as palavras no meu ouvido. — Pergunte sobre
elas mais uma vez Heather! Mais uma porra de vez e esta...
esta pequena experiência termina. É isso que você quer? Você
quer que sua vida termine em minhas mãos sob meu controle
e à sua culpa?
Eu neguei e sussurrei:
— Não.
— Então não estrague tudo. — A calma em sua voz
era mais intimidadora do que sua gritaria.
Sem dizer outra palavra, ele girou em direção à porta
com um ar de realeza e avançou para longe da sala
completamente despido e manchado de sangue.

Roman Payne me manteve isolada na minha gaiola


dourada, recusando meus apelos para sentir o sol no meu
rosto ou respirar ar fresco durante meses.
Pelo menos, eu sou capaz de discernir o número de
vezes que o sol nasce e se põe.
Depois que ele me deixou sozinha no salão de jantar,
fiquei incapaz de me mover. Meus olhos permaneceram fixos
na porta que Roman saiu até Dolores entrar e me ajudar a
sair da mesa e me levar para tomar banho de vapor, que
presumi que ela preparou antes de vir para me pegar. Eu não
sei como permaneci viva na maior parte do tempo, dado o
número de vezes que minha boca inteligente e atitude
resultaram na punição que Roman prometeu. Eu sei que o
único motivo que a minha sanidade mental permaneceu, foi
por causa de uma razão, uma única razão... Um telefonema
semanal de 20 minutos que Roman me permitia com meus
irmãos.
As primeiras conversas telefônicas responderam às
perguntas que eu tinha medo de perguntar a Roman. Eles
não estavam frenéticos com meu desaparecimento, Roman
tinha visto isso e meu coração contraiu quando ouço todas as
três vozes dos meus irmãos me dizendo animadamente como
estavam felizes por eu tirar uma licença e, finalmente, ficar
longe de toda a negatividade que estava ao meu redor desde a
morte de nosso pai. Era impossível conter as lágrimas
enquanto fingia que estava escutando pela primeira vez sobre
o desaparecimento de nosso tio. Os dois mais velhos
perderam as esperanças de encontrá-lo depois de duas
semanas, mas não Bobby, ele permaneceu inflexível que Jay
está vivo e seria encontrado em breve. Meu telefonema
semanal com eles, ouvir suas vozes, tornou-se como comida
para um homem faminto. Eu escutava vorazmente como eles
me deliciavam com os detalhes de suas vidas. Algumas
semanas de conversas fizeram grande impacto físico em meu
peito, quando eu compreendi o quanto meus irmãos viviam e
que eu estava me perdendo à medida que percebia que a vida
continuava fora da minha prisão. Dois deles encontraram o
amor e Cody tinha finalmente pedido sua noiva, de três anos,
em casamento e Jennifer aceitou. Foi doce quando eu ouvi
que meu irmão mais velho estava começando sua própria
família.
Durante cada conversa, eu me sentei sob o olhar de
Roman, que ficava sentado em sua cadeira em um canto alto
e imóvel sem dizer uma só palavra. Com cada chamada,
minha irritação crescia e minha calma habitual e obediência
diminuíam quando começava a ficar irracionalmente furiosa
com as circunstâncias que estava me acostumando, voltando
a lutar. Eu sei que ele poderia acabar com a minha vida a
qualquer momento com um estalar de dedos; o problema é
que eu estava começando a deixar de me importar. Qualquer
otimismo que eu pudesse ter tido antes de cair sob o domínio
de Roman, escapuliu como as areias do tempo. Roman,
perspicaz como sempre, imediatamente sentiu a tensão
quando desliguei o telefone depois que fiquei sabendo do
noivado de Cody. Eu era impotente naquele momento para
abafar a fúria fervendo sob a superfície e quando Roman
falou, eu bati, atacando verbalmente e fisicamente. Não
houve pensamentos, apenas ações. Gritando algumas
observações insanas antes de minha mão bater em seu
rosto. Ele tinha dois metros de altura e pesava uns 50 kg a
mais que eu, tornando muito fácil me arrastar pelos
corredores de pedra e subir as escadas segurando meu
cabelo, até o meu quarto. Ele tirou minha roupa e me
amarrou firmemente como uma águia na cama, ele
impiedosamente bateu o seu enorme pau dentro de meu
núcleo seco.
O único problema é que ele era muito bom pra
caralho em usar suas mãos, boca e palavras, para manipular
meu corpo e até mesmo tão chateada como eu estava,
lutando contra as tiras de couro, ele facilmente transformou
meu corpo contra minha vontade e eu estava toda molhada
dentro de segundos, os meus gritos de protesto se
transformaram em sussurros e gemidos e meus movimentos
de luta brusca transformaram-se em movimentos lentos e
sincronizados com os seus, impulso por impulso. Seus dentes
mordiam e machucavam a pele do meu pescoço antes de sua
risada sinistra deixar seus lábios e acariciar contra a marca
na minha pele quando ele falou.
— Como uma boa putinha, olhe o quão sensível seu
corpo é ao meu. Você não pode me mandar embora, pode
ratinho? Você não pode parar a resposta que seu corpo tem
do meu, mesmo você tentando. Você pôde?
— VAI SE FODER! CARALHO! — Eu gritei com os
dentes cerrados.
— Você é meu amor, assim como a boa putinha que
treinei para ser. — Suas pontas dos dedos apertaram e
torceram meus mamilos tão forte que eu gritei de dor.
Quando suas mãos saíram dos meus seios para embrulhar
minha garganta apertada, para a alavancagem que ele usava
para bater em mim tão profundo, cada impulso tirou um
rugido do meu peito. Quanto mais rápido e mais forte ele me
batia, mais rápido construía meu orgasmo.
Quando isso me rasgou em alta velocidade,
brevemente recordei convulsionando como meu gozo
derramava ao redor de seu pênis e formava uma piscina
debaixo de mim antes que minha inconsciência sangrasse na
escuridão da pura intensidade do impacto do orgasmo.
Quando acordei, eu o encontrei vestido com um
pijama de flanela cinza escuro e uma camiseta preta
mostrando suas belas tatuagens intrinsecamente detalhadas.
Ele estava manobrando meu corpo, colocando uma camisola
de seda roxa clara sobre a minha cabeça, puxando meus
braços pela manga e deslizando o material para baixo até que
me atingiu metade da coxa. Quando ele terminou, puxou o
lençol e o edredom para cima e colocou em torno de mim
antes de colocar os lábios contra a minha testa. Quando ele
se virou para sair, eu encontrei a coragem de sussurrar
minhas desculpas patéticas.
— Sinto muito, Roman. — Mantendo as costas para
mim, ele parou na porta. Eu considerei sua pausa como
incentivo para continuar. — Eu sinto falta dos meus irmãos,
que eram o meu mundo, tudo que eu tinha que era bom na
vida, você não pode entender isso, me mata saber que estou
perdendo suas vidas. E meu tio… — Roman inclinou a
cabeça, mas não se virou. Suavemente interrompendo a
minha explicação:
— Eles eram seu mundo e eles eram tudo o que tinha
na vida. Sua vida começa agora e termina comigo, Ratinha.
Eu sou o seu novo mundo e é hora de você aceitar o fato de
que não tolerarei outra explosão como a que você exibiu hoje.
Pense sobre isso na próxima vez que você tiver um desejo de
mostrar desrespeito: eu posso e vou garantir que seus irmãos
encontrem o mesmo fim que o seu tio, com o mesmo público.
Seu bem-estar e o bem-estar dos seus entes queridos é a sua
escolha, Heather. Entendido?

A força de sua ameaça só foi suficiente para garantir


a minha obediência e lealdade. Eu compartimentei, colocando
e bloqueando a vida que uma vez eu tive, em seguida, jogado
fora a chave ao aceitar minha nova vida e aprendi a mentir
para mim mesma. Menti para mim mesma tão bem, comecei
a acreditar que eu não estava representando um papel para
garantir a sobrevivência dos meus irmãos e eu realmente
acreditava que eu estava fazendo isso para fazer Roman
feliz... Para ver o sorriso de Roman. Acima de tudo, me
esforcei para aperfeiçoar minha obediência, na esperança de
agradar Roman. À medida que os meses passavam, ele
violava e devastava meu corpo de manhã, à tarde e à noite,
dia após dia, com agressividade.
Ultimamente, era quase como se ele estivesse fazendo
amor comigo, com momentos de necessidade frenética. Tudo
ao mesmo tempo, murmurando palavras doces e elogiando
minha pele impecável, o meu belo rosto e os olhos escuros
misteriosos, juntamente com louvados sussurros, adorando o
aperto da minha boceta perfeita e a firmeza dos meus seios
inchados.
Meus pensamentos estavam divididos entre a minha
realidade e as coisas de verdade, uma guerra estava sendo
travada dentro de mim. De um lado do campo de batalha, eu
me deleitava em seu louvor. Meu coração, reconhecendo o
quão longe ele chegou, se enchia de orgulho. Estes soldados
acreditavam que eu era o único acerto de Roman Payne e
todos os seus erros. O lado oposto escondia a minha
felicidade durante o dia, preferindo seu ataque durante a
noite. À noite, eu chorava com lágrimas de desgosto e
repugnância da traição do meu corpo e mente. Estes soldados
me torturavam com memórias vívidas da traição do meu
corpo em resposta às suas ministrações, com imagem após
imagem, da minha boceta agarrando e convulsionando ao
redor de seu pênis, disparando em meus pensamentos.
Roman estava criando uma contradição de mim. Os
momentos em que ele estava comigo e ele era doce e
encantador, permitiu-me desfrutar de seu seco, mas,
hilariante humor, fazia com que a euforia que sentia se
tornasse inigualável. Eu me apaixonei por ele uma e outra
vez. E enquanto eu estava me comportando, eu não estava a
fim de receber dele uma punição de devastar meu corpo.
Quando eu era deixada por conta própria, eu vagava sobre a
casa grande e, ocasionalmente, me deparava com uma janela
destrancada ou uma porta destrancada que levava para fora.
Minha mente vagueava pelo perigoso caminho de planos e
rotas de fuga. Durante esses momentos, eu reconhecia a
liberdade que tinha, mas não perseguia e isso me levava a
questionar quão perdida eu realmente estava.
À noite, eu acordava murmurando meu amor eterno
por um homem que não podia amar, mas ainda continuava
ingenuamente esperançosa, rezando enquanto neste
purgatório, eu me adaptava e começava a aprender a
sobreviver dentro dele.
Capítulo 13
Eu acho que me convenci que a única coisa pela qual
eu estou mantendo-a viva é sua maldita boceta forrada a
ouro. Sua ânsia de participar em minhas ocupações sádicas
me surpreendeu, especialmente quando elas nunca deixavam
de deixá-la dolorida e exausta. Minha exoneração de sua
verdadeira motivação e a premissa para me procurar estavam
sendo aniquilados. Não me pergunte como ou porque as
palavras sussurradas de Heather de compreensão ou sua
necessidade ambiciosa para me agradar me fazem sorrir.
Posso não compreender, mas isso conseguiu manter ela e
seus três irmãos vivos.
Durante a recepção inicial em minha casa, eu
avidamente a estuprei dia após dia. O tempo passou e
encontrei-me mais calmo com minhas interações com ela;
tomar o que Heather oferecia tornou-se menos sobre a
dominação frenética e mais sobre a exploração. Um
sentimento desconhecido para mim revelou-se lentamente
um pouco mais, cada vez que eu testemunhei Heather
gozando no meu pau enquanto um sorriso saía de seus lábios
sorridentes. A sensação de calor crescia por ela e encontrei-
me ansioso pelo seu sorriso e pelo seu olhar no meu. Sua
felicidade se tornou minha nova droga.
Quando eu questionei esses novos sentimentos, eu
me perguntei se eles se desenvolveram porque eu era capaz
de expurgar o mal dentro de mim, infligindo dor e sofrimento
ao permitir que minha alma enegrecida sangrava e sufoquei a
luz que uma vez brilhou através dos muitos poros dela.
Talvez.
No entanto, sem o conhecimento dela, não estou
certo de que esse novo medicamento será forte o suficiente
para manter-me viciado e voltando para mais.
Estou em território desconhecido e embora eu não
tenha reconhecido este fato antes, eu sei que território
desconhecido se traduz em novidade. E tudo o que é novo é
sempre brilhante no início, mas todas as coisas brilhantes
perdem o brilho com o tempo.
Assim, até que chegue o dia em que eu tenha
consumido tudo o que eu desejo consumir dela e não ser
mais dependente da droga com a qual ela me alimenta, vou
ficar aborrecido. E o dia em que eu ficar aborrecido, vai ser o
último dia da vida simples, mas complexa, de Heather.
Estava em casa após outro dia mundano de correr
para um lado e outro entre minha clínica e o hospital. A
diferença entre hoje e qualquer outro dia é que eu tinha um
sorriso no meu rosto. Um sorriso verdadeiro, causado pela
felicidade real.
Eu estava sorrindo, porque hoje era o nosso
aniversário de um ano. Um ano atrás, Heather interrompeu
sua vida e a entregou em minhas mãos, tornando-se a minha
escrava pessoal, meu brinquedinho humano, tudo o que você
quiser chamá-lo. Sua mudança de comportamento foi
excelente ao longo do último ano, que me deixou surpreso
com minha ratinha.
Na verdade, tinha várias surpresas que eu iria revelar
nas próximas vinte e quatro horas.
Quando entrei na sala de jantar, meus olhos fixaram
sobre ela e imediatamente se levantou e abaixou a cabeça,
sorrindo para as mãos que estavam se remexendo. O vestido
de renda preto cocktail que escolhi esta manhã abraçava
cada curva tão belamente como um amante. Eu tossi para
limpar a rouquidão que eu sabia o que havia em minha voz.
— Heather, eu tenho algo a dizer para você. Olhe
para mim... Olhe em meus olhos.
Seus olhos castanhos sorridentes se moveram de
suas mãos para meu peito e, por algum motivo, essa reação
só fez meu sorriso alargar e algo apertar e contrair em meu
tórax, fazendo-me tossir novamente para limpar minha
garganta antes que eu fosse capaz de falar.
— Eu tenho algo a dizer a você e eu só vou falar
quando seus olhos estiverem nos meus.
Seus olhos castanhos sorridentes olham para os
meus. Eu permaneci imóvel, sabendo que se eu não fizesse
isso, meus planos mudariam esta surpresa, para curva-la
sobre a mesa com o meu pau batendo nela até que ela fosse
preenchida com meu quente esperma.
— Eu fiz alguns planos para nós. Durante a próxima
semana, você e eu vamos estar gastando cada momento
juntos. Eu mandei Andrew informar Miguel, o assistente
pessoal responsável por suas necessidades, para renovar seu
guarda-roupa com os melhores modelos desta temporada, é
claro, as suas malas e sapatos foram substituídos também.
Tudo foi embalado e deve estar... — Eu olho para o meu
Rolex — sendo arrumados no jato da família neste momento.
— Empurrando as mãos nos bolsos da minha calça, eu sorrio
para ela antes de dizer: — Eu tenho uma surpresa para você.
Para recompensar o seu agradável comportamento,
obediência e pela habilidade com que você transformou-se na
mulher que você é agora em comparação com o touro que
você era quando você veio invadindo minha propriedade. —
Fiz uma pausa no meu discurso para garantir que eu tivesse
a sua total atenção. — Vou tirar você de sua gaiola, Ratinha e
nós estamos indo nos encontrar com os meus pais, onde será
apresentada como minha noiva e para continuar a se
comportar da maneira que você sabe que eu considero
apropriada. — Eu reconheci a profundidade da ressonância
que minha declaração causou, enquanto aguardava a emoção
imediata de seu rosto.
Uma vez que diminui a distância entre nós, meus
dedos seguraram seu queixo e levantaram seu rosto com
mais força do que o necessário.
— A metamorfose que você tem sofrido no ano
passado tem sido nada menos do que surpreendente para
testemunhar. Não preciso lembrá-la das minhas expectativas
e se a necessidade de fazer isso surgir, as consequências
serão grandes. Se você fracassar, se você atrapalhar-se em
suas habilidades sociais, ou cometer um erro em sua etiqueta
ou polidez, vou permitir que seu estudo on-line durante o
ano, não só imediatamente ser trazido de volta, mas você vai
ser presa no porão onde eu vou fazer uma maldição, sua vida
será um inferno pelo próximo ano. E você sabe o quão rápido
eu me canso de punir mulheres algemadas ao teto da adega,
ou seja, o que implica a menor possibilidade de que sua vida
dure mais da metade do que este ano.
Eu andei em torno dela e puxei sua cadeira para que
pudéssemos iniciar as nossas saladas que já foram servidas.
— Agora que eu terminei de explicar suas
recompensas e punições, diga-me meu amor... Que delícia
Andrew tem para o nosso jantar esta noite? — Se tivesse sido
qualquer uma ao invés de Heather, eu teria estapeado tão
forte que a jogaria para a próxima sala pela sua hesitação. No
entanto, o humor jovial da noite permitiu um pouco mais de
paciência devido a situação.
— P… pato. Pato criolo ao molho de salsa, batatas
assadas ao alho e espargos grelhados, meu amor.
Eu beijei o topo de sua cabeça e deixei meus lábios lá
enquanto falava.
— Parece absolutamente delicioso.
Depois, tomei o meu lugar na extremidade oposta da
mesa e adicionei um pouco de vinagrete a minha salada.
Quando eu olhei para cima em sua direção com meu garfo
suspenso no ar próximo a minha boca, eu pausei para olhar
a expressão no rosto de Heather. Uma expressão que
consistia em uma mistura de terror, confusão e emoção
cruzaram suas feições enquanto minha surpresa afundava.
— Existe um problema com sua salada? — Perguntei,
sentindo minha ascensão temperamental. Ela rapidamente
balançou a cabeça quando seu olhar abaixou para a salada
na frente dela. — Há obviamente um problema, agora você vai
me dizer o que é, ou devo arrancar de você, porra? — Eu
grito, rosnando pela extensão da mesa de jantar em madeira
escura.
— É só que… — Eu a interrompi no meio da frase.
— Minha paciência está se esgotando Heather, onde
eu suponho que seus olhos devem estar ao responder minhas
perguntas? — Eu tomei um gole de agua enquanto aguardava
sua resposta silenciosamente.
Ela tomou um gole de água que mal conseguiu
colocar o copo sobre a mesa sem derramar devido a mão
trêmula.
— Roman, eu tenho medo de decepcioná-lo. Você
realmente acha que eu não vou? Olhe para mim, eu não sou
nem capaz de preparar o jantar e depois que você colocou
este presente em meu colo, eu já estou me atrapalhando. E
seus pais? Eu ainda tremo quando Andrew entra na sala, ou
quando Miguel traz todos os projetos novos que das minhas
necessidades de vestimenta. Seu assistente pessoal,
Sebastian, apenas entrou na sala de estar enquanto eu
estava lendo e perguntou como foi meu dia e eu gritei, quase
saindo da minha pele.
Ela soltou um suspiro e olhou para suas mãos antes
que seus olhos suplicantes se voltarem para os meus.
— Eu não quero deixar você desapontado, Roman.
Eu prefiro morrer a deixar você desapontado. — Seus olhos
se encheram de lágrimas e causaram a mesma sensação de
aperto no peito e antes que percebesse o que estava fazendo,
estava indo em sua direção.
Uma vez que Heather enxugou as lágrimas de seus
olhos, eu agarrei sua cadeira e coloquei de forma que ela
estivesse de frente para mim. Eu abri suas coxas,
empurrando meus quadris entre elas e segurei seu rosto com
uma mão enquanto a outra mão colocava em meu bolso do
casaco para pegar a caixa com um anel que planejei mostrar
a ela mais tarde à noite. Eu olhei profundamente em seus
olhos chocolate escuro e uma lágrima escapou e deslizou pela
sua bochecha. Eu inclinei levemente a cabeça antes de tocar
meus lábios nos dela. A paixão era crescente e não podia ser
contida, eu tomei a sua boca, consumindo-a com nada mais
do que a minha boca e língua. Eu facilmente desmontei as
inseguranças que permitiu roubar a minha surpresa. Eu
coloquei minha mão através de seus sedosos cabelos loiros,
arrancando um gemido de sua garganta enquanto passava as
unhas ao longo do meu couro cabeludo.
Afastando-me da doçura de sua boca, eu sorri ao
abrir a caixa do anel e apoiei em sua coxa. Eu inclinei a
minha testa contra a dela e sussurrei.
— Você é minha número treze, eu disse que eu iria
fazer você ver quão sortudo o número treze pode ser. De cada
mulher antes de você e todas as mulheres após, será sempre
você, apenas você escolhi como minha esposa, ratinha. — O
diamante Harry Winston de sete quilates de ouro branco que
escolhi para Heather se tornou superficial diante do
momento. Sinceramente, eu não tenho certeza se ele já era.
Depois de colocar o anel em seu dedo trêmulo, beijei
a palma de sua mão e fiquei em pé enquanto sorria para ela.
— Agora, vamos comer não é?
Eu sorri do outro lado da mesa para ela, quando
minha mão direita e a única pessoa em quem confio para
preparar a minha comida, Andrew, removeu nossos pratos de
salada e nos serviu o jantar. É neste momento que eu
percebi, pela primeira vez na minha vida, que sinto a
felicidade.
Estava realmente animado para ter a oportunidade
de assistir Heather interagir com meus pais.
Capítulo 14
Quando estávamos na França e a aeromoça
gentilmente nos pediu para afivelar nosso sinto de segurança,
estava mais embriagada do que eu já estive em toda minha
vida. Eu não sei se isso era uma coisa positiva ou uma coisa
negativa, mas isso não me impediu de beber mais Mai Tai
enquanto nos aproximávamos do nosso destino, nem me inibi
em me tornar mais tagarela com a pequena doce aeromoça
que me serviu o meu Mai Tai.
Roman, por outro lado, sentou-se calmamente,
bebendo sua Club soda com uma fatia 'fresca' de limão e me
olhou com diversão.
— Celia, é tão espetacular como todo mundo diz? A
torre fiffele, oh! E aquela grande coisa, como se chama? —
Olho para Roman para a resposta. — Romie, você sabe o que
eu estou falando? Parece aqueles blocos estranhos de
construção que colocava em todos os meus castelos quando
era criança? Como essa coisa é chamada?
Ele riu e seus olhos azuis brilharam, sorrindo para
mim antes que ele falasse:
— É chamado de O Arco do Triunfo de L’étoile e Torre
Eiffel, ratinho e nós não estamos indo para Paris, então você
não estará os vendo. E Heather, se você sequer me tratar
como Romie novamente, vou colocá-lo sobre meu joelho e
rasgar a pele de sua bunda com a minha mão nua e quando
minhas mãos cansarem, eu vou continuar a fazê-lo usando o
meu cinto. — Seu olhar moveu-se de mim para Celia com seu
sorriso impassível: — Celia, não mais Mai Tai para Srta.
Mackenzie. Eu tenho medo que ela beba muito e passe dos
limites.
— Sim senhor, Sr. Payne. — Ela sorriu e recolheu os
nossos copos e se moveu para a frente do avião.
Eu percebi que estava emocionada quando risos
embriagados derramaram dos meus lábios e eu estava rindo
tanto que cheguei a bufar e ri ainda mais quando minha
cabeça caiu para trás, meus olhos lacrimejaram
incontrolavelmente.
Quando Roman riu, seu rosto inteiro se transformou,
tornando-o facilmente o homem mais bonito que eu já vi e
borboletas levantaram voo em meu estômago.
— Minha ratinha, você está malditamente linda neste
momento e eu estou tão agradecido que temos o resto desta
noite e amanhã de manhã antes de conhecer os meus pais,
caso contrário, você estaria em um mundo de dor, Mac. Eu
juro, eu não tenho nenhuma ideia do que fazer com você
neste estado.
Através da minha risada, fui apenas capaz de
pronunciar as palavras:
— Eu sou e tenho estado em um mundo Payne2 —
Ele franziu as sobrancelhas, mas o seu diabólico sorriso sexy
permaneceu. — Durante um ano inteiro, você entendeu, Pa-
y-n-e? — Eu me curvei e coloquei meu rosto em minhas
mãos, tentando sufocar o meu riso bêbado. Eu senti as
pontas dos dedos acariciarem minhas costas de cima e para
baixo, minha ansiedade bêbada desapareceu e a tensão caiu
sobre mim.
Ainda curvada, eu virei meu rosto em sua direção,
com os olhos ainda fechados, eu nervosamente engoli o
caroço na minha garganta antes de sorrir.
A bebida abasteceu minhas curiosidades e minha
coragem de me aventurar em um território desconhecido e
fazer as perguntas que eu sempre quis saber as respostas,
mas sempre tive medo de perguntar.
— Rome, você cresceu em Seattle?
Depois de alguns segundos de silêncio, ele acena com
a cabeça:
— Eu cresci.
Sentei-me e coloquei minha cabeça em seu ombro
antes de sorrir para ele e sussurrar:
— Como foi? Seus pais eram rigorosos? Conte-me
sobre como você era quando criança.
Seu riso era tão pecador como ele era adorável, ele
passou seus braços em volta dos meus ombros e apertou, me
colocando mais perto dele. Ele riu enquanto colocava os

2 Trocadilho entre Payne e Pain (dor).


lábios no topo da minha cabeça e passava os dedos do meu
ombro para o cotovelo uma e outra vez.
— Bem que você não está apenas uma coisinha
bêbada curiosa. Como foi? Eu acho que você poderia dizer
que foi normal, se houver infância que possa ser chamada de
normal. Meu pai trabalhava a minha mãe ficava em casa, nós
sempre fomos ricos, assim, o dinheiro nunca foi um problema
ou fator que causou tensão entre meus pais. Eu nunca me
comportava mal. Meus pais nunca tiveram razões para serem
rigorosos. Eu sempre tive excelentes notas e nunca chamei a
atenção negativa para mim mesmo, qualquer tendência
desobediente ou ato malicioso que cometia, eles faziam vista
grossa, preferindo a ignorância em vez de aceitar a
possibilidade de ter um mau filho.
O meu processo de raciocínio estava alterado e tentei
manter sua resposta, mas não consegui, minha capacidade
de atenção se perdeu e direcionei a conversa em outra
direção para aliviar o clima criado por suas palavras.
— Estou animada para conhecer sua mãe e pai. Você
acha que eles vão gostar de mim?
Minhas palavras arrastadas aumentaram a
intensidade para o final da minha pergunta e meu rosto se
contraiu quando os meus olhos encontraram os dele.
— Ratinha, eu não tenho nenhuma dúvida de que
eles vão te amar no mesmo momento em que conhecê-la. —
Suas palavras me fizeram sorrir e eu ri.
— Sério?
— Como não poderiam? Você está perfeitamente
imperfeita, ansiosa, tentando encontrar a perfeição.
Ele enfiou o meu cabelo atrás da minha orelha
enquanto seu olhar sorridente estudava meu rosto. Um
suspiro alto escapou e minhas pálpebras fecharam com a
vibração, eu calmamente enxuguei os olhos e sem pensar,
encostei minha cabeça em seu ombro. Minha cabeça se
inclinou para olhar para ele, sorrindo eu sussurrei baixinho:
— Você me ama, Romie.
Minha mão movimentou-se por vontade própria para
tocar o lado de seu rosto, mas a autopreservação parou-a a
menos de uma polegada de sua bochecha. Nossos olhos
permanecem bloqueados e nossas expressões ficaram sérias.
Eu reuni mais coragem e continuei:
— Você não quer acreditar, eu sinceramente me
perguntei se você seria capaz de amar, mas eu nunca perdi a
esperança em que algum momento seria assim e agora eu
sinto isso, Roman.
Ele balançou a cabeça, lentamente rindo e quando
ele olhou para mim, seus dedos deslizaram pelo meu cabelo
enquanto seus olhos observavam o meu rosto. Seu lindo
sorriso faz minhas últimas inibições escaparem.
— Eu não tenho uma maldita ideia do que estou
sentindo por você, Ratinha. Eu sei que eu nunca fui tão
fascinado nem intrigado com qualquer outra mulher na
minha vida. Se você deseja chamar meu afeto crescente por
você de 'amor', eu vou permitir isso.
Eu me aconcheguei em seu colo, coloquei meu rosto
em seu pescoço e deixei meus pés descalços. Sua mão firme
deslizou suavemente para cima e para baixo, acariciando
minhas pernas e a última coisa que recordo antes de perder a
consciência, é que minhas pálpebras foram ficando pesadas e
a risada de Roman reverberava por mim.
— Hora de acordar, minha Ratinha embriagada. — A
voz suave e escura de Roman me acordou, ele me dá com um
abraço apertado em meu ombro e me acaricia com seus
lábios em minha testa.
— Oh, me desculpe. Eu não tive a intenção de cair no
sono, eu queria apenas descansar os olhos por apenas alguns
momentos. Será que estamos em apuros, porque eu
adormeci? — Eu bocejei nas últimas palavras.
— Não. Eu não fico em apuros e você nunca está em
apuros com ninguém além de mim. Agora, venha.
Ele estava diante de mim, me levantando pelas mãos
e mantendo os olhos nos meus enquanto ele perguntava:
— Você se sente firme em seus pés?
Eu ri:
— Se eu não estiver, você vai me carregar?
— Eu vou se necessário, agora, responda a minha
pergunta, Ratinha. — Sua voz estava endurecida; no entanto,
seus olhos ainda estavam sorrindo.
— Estou bem. Eu posso andar, prometo. — Estou
dando meus primeiros passos em território desconhecido, um
lugar onde mesmo depois de todo esse tempo eu me agarrei
às verdades indesejáveis sobre o que Roman Payne era capaz
e também ao que tenho sofrido em suas mãos. Eu usei essas
verdades para mantê-lo de chegar ao último lugar sagrado no
meu coração. O lugar que eu mantinha trancado e incapaz de
machucar a menina que se escondia atrás de meu coração,
mas agora, quando eu olhei em seu rosto bonito; um rosto
brilhando com diversão e curiosidade... Eu senti escorregar
por entre meu coração e em sua inocência.
— Bom. — Ele puxou seu laptop do compartimento
de bagagem, estendeu sua mão direita para mim e esperou.
Eu olhei profundamente em seus olhos enquanto colocava
meus dedos na palma da mão e senti sua forte mão quente
imediatamente envolver a minha. Quando demos um passo
no Jato, algo mudou entre nós, algo vital ainda frágil,
enraizado na nossa nova compreensão um do outro.
Eu entrei na suíte e percebi que colocaram sobre o
mármore um vestido impecável, que estava em nossa
bagagem. Estava fascinada com a beleza diante de mim e um
sussurro “oh meu...” escapou dos meus lábios.
Foi preciso Roman limpar a garganta antes do feitiço
ser quebrado e meus olhos bloquearem nos seus de cor azul
céu, se estreitaram e se encheram de malicia enquanto
levantava lentamente sua sobrancelha.
Um arrepio de excitação erótica atingiu meu corpo
com a visão de Roman sentado na cadeira de couro preto,
com o tornozelo esquerdo descansando em seu joelho direito
e seus longos dedos descansando em seu queixo, com sorriso
diabólico em seus lábios.
Não era a aura lindamente pecaminosa que ele
estava exibindo, era a sua voz encoberta na escuridão
enquanto ele comandava “Tire a roupa” que fez com que a
onda de umidade quente escorresse entre as minhas
coxas. Porra, eu adorava quando ele estava assim; tão
exigente e contudo, brincalhão o suficiente para manter o
medo e incapaz de escurecer esses momentos muito raros
entre nós.
Apesar de seu tom de voz e sorriso lascivo me dizer
que estava em perigo, minha respiração ainda engatava na
minha garganta. Eu não podia deixar de tremer minhas mãos
de desejo enquanto desabotoava lentamente o vestido
comprido de renda, sem mangas e de laço na parte lateral,
deixando que o material fino deslizasse pelo meu corpo.
Quando o tecido se espalhou no chão de mármore em
torno dos meus stilettos preto de seis polegadas, Manolo
Blahnik com saltos agulha, minhas pálpebras vibraram até
meus olhos bloquearem no único homem em que eu
voluntariamente sacrifiquei tudo.
Ele continuava a me ver de olhos cerrados antes de
exigir em um tom escuro.
— Saia de seu vestido e termine. Eu quero que você
tire tudo, exceto os saltos e meu diamante em sua maldita
mão. — Seus olhos se fecharam apertadamente por um
momento enquanto ele murmurava: — Deus, mulher, eu te
amo nos saltos e diamantes.
Após o sutiã de seda e a cinta-liga caírem no chão ao
lado do meu vestido, eu hesitei, incerta se deveria tirar as
meias 7/8 que deixava minhas coxas de fora e colocar meus
sapatos de volta ou deixá-las. Eu segui o seu comando,
mantendo meus olhos baixos. Percebi pela visão periférica
que ele estava olhando para minhas coxas e respondeu a
minha pergunta não feita.
— As meias também, Ratinha. Dê dois passos para
frente e depois fique bem imóvel. Você não deve mover uma
polegada até que eu fale, entendeu?
— Sim. — Eu nervosamente sussurrei antes de pisar
para a frente duas vezes e persuadir o meu corpo a ficar
totalmente quieto, minha respiração e batimentos cardíacos
estavam lentos até que cada músculo relaxou. Eu fui tão bem
treinada, primeiro pela academia e depois por Roman, que eu
fui capaz de permanecer perfeitamente imóvel, enquanto ele
se levantava e caminhava com passos majestosos em minha
direção e olhando para o meu corpo minúsculo. Usando
apenas um único dedo, ele deslizou por minha pele, de
quadril a quadril, e continuou em torno de minha parte
inferior das costas, arrastando seu dedo por toda minha
postura congelada.
Eu fui apenas capaz de me impedir de ceder à
vontade de arquear minhas costas e soltar o gemido preso na
minha garganta, ele continuou a acariciar minha pele,
continuou com os dedos pela minha espinha até que ele
atingiu a nuca em meu pescoço e segurou com mão o meu
cabelo, movendo minha cabeça para trás, até que eu estava
enfrentando o teto. Uma fração de segundo mais tarde, suas
palmas aterrissaram dolorosamente em minha bunda,
quebrando o silêncio do quarto, uma e outra vez. Em um
esforço para manter a calma, eu mordi meu lábio inferior até
que o sabor metálico de sangue enchesse minha boca.
De repente ele para, afastando sua forma imponente
completamente longe de mim e infelizmente, eu cambaleio
um pouco antes que seja capaz de recuperar meu equilíbrio e
me manter quieta.
Meus olhos literalmente rolaram para trás em minha
cabeça por trás das pálpebras e meu peito se ergue no ar em
um ritmo acelerado quando ouvi a fivela de seu cinto. As
peles entre as minhas coxas mergulham na expectativa dele
me enchendo... Então, me quebra apenas para me construir
novamente.
Borboletas explodem dentro de mim e eu sorrio,
deixando escapar um suspiro feliz por entre meus lábios
sorridentes.
— Oh não, não, não, não, não, meu amor. Você será
monumentalmente fodida e você está prestes a sofrer as
consequências, Ratinha. E muito.
Antes que eu pudesse entender suas palavras, o som
de seu cinto de couro cortou o ar, foi o único aviso que eu
tive. Menos de um segundo depois, ele bateu em minha
carne. Após o primeiro golpe que sinalizava o início do meu
castigo, ele implacavelmente continuou me golpeando com o
cinto por cima de minha carne de trás de coxa até a parte
inferior das minhas costas, mais e mais rápido, enquanto ele
deixava cair a mãe de todas as surras. Eu perdi a contagem
em algum lugar entre cinquenta e sessenta, mas ele
continuou por muito mais tempo depois de eu perder a conta.
Lágrimas escorreram pelo meu rosto, pescoço e peito,
as lagrimas salgadas seguiram para a minha pele rasgada.
Ranho saía de meu nariz e embaixo do meu queixo, mas
ainda assim, eu fiquei insensível e completamente tranquila.
Senti-me dividida antes de recuar para os recessos
de minha mente. Eu tomei a pequena menina abusada que já
se apaixonou muito profundamente por Roman e eu
mentalmente envolvi-a em uma manta macia e felpuda para
escondê-la no canto mais distante, mais escuro da minha
mente, balançando-a para dormir.
Uma vez que ela estava escondida, eu era apenas
como uma casca de mulher que entrou neste quarto de hotel,
bêbada, feliz, animada e apaixonada, apenas uma hora e
meia atrás.
Se era silêncio e imobilidade que desejava, então,
imóvel e silêncio ele teria. Eu desliguei cada parte de mim.
Fechei todas as barreiras em torno do meu coração e minha
alma, assim como as janelas para ambos... Meus olhos. Ele
não queria nada. Então, ele teria.
Eu não senti absolutamente nada. Não por ele e não
por minha vida, nem minha existência. Eu não senti nada
quando ele falou ou me olhou com aqueles olhos maníacos
espumantes, quando ele falou, palavras afiadas caíram de
seus lábios maníacos sorridentes.
— Eu disse — Ele rio e não faz nada, mas provou que
ele é Satanás em carne e osso. — Se alguma vez você me
chamar de 'Romie' novamente, eu irei rasgar a pele de seu
traseiro. E então, eu fiz. Agora, eu quero você fora da minha
frente neste instante. Vá e limpe seu bêbado e repulsivo ego.
Você absolutamente me enoja, caralho.
Eu olhei mortalmente seus olhos ainda imóveis e ele
fez com que as sobrancelhas se levantassem até a linha do
cabelo.
— Você não me ouviu? Ou será que a sua sanidade
finalmente desapareceu? SAIA DA MINHA VISTA, AGORA!
Meu olhar se moveu lentamente em direção à porta
que eu achava que era o
quarto principal, que continha o banheiro principal e
caminhei em direção a ela. O
som de meus saltos contra o chão de mármore foi o único
som ouvidos ecoando pela suíte.
Eu comecei o meu banho usando nada além de água
quente, em seguida, despejei lavanda, baunilha e óleos de
sais de banho na água fumegante. Enquanto eu me apoiava
na parede com o telefone entre o ombro e a orelha, eu senti o
sangue correndo em riachos para baixo da parte de trás das
minhas coxas, embebendo o material da minha calça justa
enquanto eu desabotoava as presilhas da minha sandália em
volta dos tornozelos, antes de deslizar a calça sangrenta de
cada uma das minhas pernas. Quando a recepção respondeu
a minha chamada, eu falei em uma voz calma e passiva:
— Sim, você poderia, por favor, me enviar agua
oxigenada, gaze e pomada antibiótica para a suíte do Sr.
Payne. Eu cortei acidentalmente meu dedo ao tentar fazer
uma salada para jantar e parece que o corte foi profundo e
preciso que você traga o mais rápido que puder. Obrigada.
Eu só estava um pouco consciente da água muito
quente e das bolhas em minha pele enquanto eu afundava na
banheira enorme. Eu senti minha pele apertar, então senti
como as bolhas se formavam e se enchiam de líquido seroso
enquanto os sais de banho cavavam as feridas que o cinto de
Roman deixou, arrancando minha pele. Por sorte não senti a
dor ou queimaduras, somente a transformação ocorrendo
como resultado dos ferimentos causados por Roman e por
mim.
Talvez ele estivesse correto em sua suposição. Minha
sanidade mental teria desaparecido completamente.
Não tenho certeza de quanto tempo se passou
enquanto terminava de lavar e passar condicionador no
cabelo, de tomar banho, fazer a depilação e a imersão. Eu
também estava incerta de quanto tempo Roman continuou a
bater contra a porta do banheiro antes das lascas de madeira
se espalharem e Roman entrar no banheiro como uma
tempestade.
— DÁ O FORA! AGORA, HEATHER!
Eu não podia nem me importar o suficiente para
mover o meu olhar de ver como meu dedo do pé deslizou
dentro e fora de um dos quatro buracos da torneira.
— Você ligou para a recepção e pediu material de
primeiros socorros e agora, você está sentada em uma
banheira cheia de água sangrenta, Heather, porra, saia daí
agora ou eu vou…
Uma risada sombria de algum lugar muito profundo
dentro de mim cessou as suas palavras perante as minhas
palavras encharcadas de cinismo e sarcasmo, lenta e
metodicamente pronunciadas.
— Você o quê, Roman? Vai rasgar mais a pele do
meu corpo? Ou melhor ainda, vai me castigar como se eu
fosse uma criança por não fazer nada mais do que te chamar
por um nome carinhoso? Você quer saber o que eu realmente
gostaria que você fizesse 'Romie'? — Eu me levantei
lentamente da banheira e percebi que a água na qual eu
estava submersa estava, de fato, vermelha escura. Meus pés
molhados caminharam pelo piso de cerâmica, deixando um
rastro de pegadas sangrentas atrás de mim.
Eu deslizei meus braços por aquele que era
obviamente o “SEU” roupão de banho, depois de apertar o
cinto do robe, me virei e fui em direção ao quarto e
suavemente disse a ele sobre meu ombro.
— Termine este jogo ridículo, infantil. Pare de perder
tempo desejando e esperando que sua diversão não se acabe.
Faça de mim o meu número. Ponto. Estou cansada de seus
jogos... Tudo que eu quero é me tornar a número treze.
As fibras secas do robe estavam se incorporando em
minhas feridas abertas, então eu peguei a grande caixa de
suprimentos médicos. E, sem preocupação, muito menos
dando a mínima para o estrago que a água oxigenada iria
fazer com o tapete de Berber no quarto principal, abri a
garrafa grande marrom e derramei no meu traseiro até que
ela tinha esvaziado de seu conteúdo. Então, peguei todos os
três tubos de “Alívio da dor Neosporin” e espremi o conteúdo
na palma de minha mão e cantarolei “palma no alívio da dor”
antes de colocar em grandes quantidades em toda a minha
parte inferior das costas, na bunda e os topos de parte de
trás das minhas coxas.
Depois que eu terminei as minhas duas primeiras
etapas do “Triage 101: Lavar as feridas, reparar uma bunda
cuja pele foi removida”, eu coloquei gaze sobre onde eu
esfregava o Neosporin e coloquei uma camisola de seda pela
minha cabeça. Eu tirei todos os cobertores da cama,
deixando apenas o lençol de seda estendido e me deitei sobre
ela na diagonal, de costas, para tudo e qualquer coisa que era
Roman Payne, tudo isso enquanto o meu cabelo encharcado
com água do banho sangrenta manchava os lençóis de seda
branca e cara debaixo de mim.
E bem quando minha consciência se esvairia, eu ouvi
os sons de Roman Payne, destruindo impiedosamente e
quebrando cada pedaço de vidro e madeira dentro da suíte
máster contra toda e qualquer superfície dura, exceto a
cama, até eu cair em esquecimento com um nada mais do
que um suspiro.
Capítulo 15
Eu a perdi. Eu a tinha. Eu a tive por mais de um
ano. Ela e eu estávamos na mesma página: eu dizia quando;
eu dizia como. Caramba, eu dizia quando e como. É assim
que funcionávamos.
Certo! Ela queria ser a número treze, então ela iria se
tornar a número treze!
Eu engoli gole após gole de uma cara garrafa de
uísque, alternando com meu club soda. A cada minuto dentro
desta minha mente louca, senti a necessidade de amá-la,
segurá-la, acaricia-la, ao mesmo tempo em que queria
sufocá-la, mutilá-la, esfolar ela toda. Eu queria mantê-la...
Queria matá-la.
Dezesseis horas se passaram desde que Heather
tropeçou na banheira. Dezesseis horas desde que a vi
derramar a garrafa de peróxido de hidrogênio em suas costas
e, em seguida, envolvê-las com gaze. Dezesseis horas desde
que eu me libertei da última restrição que segurava meu
controle e destruí cada objeto ao meu alcance. Agora, eu me
sentei olhando para o relógio sobre a borda do copo contra os
meus lábios e percebi que já estava duas horas atrasado para
o brunch com meus pais.
O copo vazio se despedaçou contra a parede antes
mesmo que eu percebesse que o tinha jogado. Peguei meu
celular e liguei para o clube.
— O Senhor e Sra. Payne, por favor. Roman falando
— Depois de apenas alguns segundos, ouvi a voz do meu pai
— Roman, está tudo bem?
— Sim pai, está tudo bem. Eu sei como a mãe é
exigente, mas infelizmente, Heather não está se sentindo
bem. Provavelmente, algo que comeu, pois ela está com um
pouco de náusea. Não poderemos comparecer hoje. Tenho
certeza que ela vai estar como nova, amanhã de manhã. E o
jantar de amanhã. Está confirmado às seis?
— Está, filho. Marcamos no restaurante favorito da
sua mãe, na Boulevard Montfleury.
— Il Convivio. Eu sei onde fica. Heather e eu vamos
vê-los amanhã às seis.
— Por favor, diga a Heather que sua mãe e eu
esperamos que ela melhore logo. Seria uma péssima maneira
de começar um período de férias.
— Eu vou dizer a ela.
— Tudo bem, filho. Sua mãe e eu te amamos. Não
posso esperar para ver vocês dois, amanhã.
Sem esperar para descobrir se ele terminou de falar,
eu desliguei o telefone, largando-o na mesa de centro
enquanto me inclinava para frente e descansava os cotovelos
sobre meus joelhos, apoiando minha cabeça em minhas
mãos.
Eu não queria que Heather fosse a número treze.
Minha mente lidava com as emoções conflitantes que estava
sentindo. Eu me recusei a permitir que sua transgressão em
desconsiderar minhas ordens ficasse impune. Eu me
questionei se, talvez, eu tivesse permitido que meus
estranhos novos sentimentos tivessem permitido as
recompensas que ela não tinha legitimamente merecido? Uma
batida suave interrompeu meus pensamentos e me afastou
de meu devaneio.
— Entre. — Falei ainda absorvido em meus
pensamentos, sem levantar a cabeça e verificar quem era.
Quando as coxas nuas de Heather entraram na
minha visão periférica, eu permiti que os meus olhos
deslizassem lentamente sobre sua pele, para encontrá-la em
pé na minha frente, vestida com nada mais do que a minha
camisa. A visão na minha frente faz com que um aperto e
uma dor surda começassem a se enraizar em meu peito.
Encontrei-me segurando minha respiração com os dentes
cerrados, com uma sensação desagradável.
Meus olhos encontraram seu rosto e travaram em
seus olhos. Ela segurou meu olhar meros segundos antes de
olhar para baixo.
— Gostaria de me explicar, Heather, por que você
acha que tem o direito de escolher a roupa que você veste? —
Ela revirou os olhos.
Ela. Revirou. A. Porra. Dos. Olhos.
Foi como se seu desrespeito desobediente já não
tivesse incendiado a minha raiva, ela deixou a minha
pergunta sem resposta e cuspiu.
— Vá se foder, Roman. Eu não me importo com o que
você quer! Apenas acabe com essa merda já! Você venceu.
Seja o que for que você quer, é seu, eu não me importo mais.
Parabéns! Agora, podemos, por favor, acelerar isso?
Antes de perceber que sequer tinha me movido, senti
seu rosto batendo contra o tampo da mesa sob minhas mãos.
Eu me inclinei e rosnei logo abaixo da orelha dela.
— Você parece ter esquecido quem está no comando
aqui, Ratinha. — Minhas mãos puxaram seu cabelo para
empurrar sua cabeça para trás, fazendo-nos ficar olho no
olho. — Tem certeza de que sabe mesmo o que é que você
está pedindo? Deixe-me esclarecê-la. Não é apenas a sua
morte, ratinha. Tenha certeza de que a sua punição vai
chegar muito mais longe do que apenas a sua vida patética.
Permita-me esclarecer para você: em primeiro lugar, posso
fazer uma chamada para informar ao Andrew da sua
mudança de sentimento, levando-o para o próximo curso da
ação; fazer uma chamada que resultará na morte do seu
irmão mais novo, Bobby. Quando Andrew tiver a confirmação
da conclusão dessa tarefa, Rick será o próximo a seguir o
destino do seu tio e a vida do seu irmão estará selada. E
então, depois de receber a confirmação da conclusão dessas
etapas, as coisas ficarão muito divertidas. Não será apenas
Cody que irá perder a cabeça, mas sua noiva grávida
também. Porque, vamos ser honestos, ratinha, o que é uma
noiva sem seu futuro marido, senão uma mãe sem um pai?
Exatamente o eu penso, ratinha, absolutamente nada.
Eu terminei de explicar os termos e condições
associados ao fato dela aceitar ser a número treze e minha
estrutura rígida relaxou em resposta à tensão que pude sentir
aumentando entre nós.
— Ahh... Espero que você não tenha esquecido o que
fiz para mantê-la ao meu lado. E pensar que realmente
questionei sua sanidade, a boa notícia é que eu sou sempre
capaz de reviver uma memória, uma mente... que pode ser
um pouco mais difícil. — Eu ri largando, seu cabelo,
permitindo que seu rosto batesse mais uma vez na mesa.
A tentativa instintiva de colocar as mãos para que
seu rosto não batesse na mesa não se materializou e vi como
ela nem sequer moveu os braços na tentativa de parar o rosto
de bater contra a mesa novamente. Qualquer pessoa sem a
minha inteligência provavelmente veria isso como um sinal de
sua derrota total, no entanto, eu vi aquilo como ele realmente
sinalizava... MINHA derrota completa e absoluta.
Veja bem! Você só pode empurrar fisicamente e
mentalmente uma pessoa até certo limite. Há uma linha
tênue que um sádico deve manter, afim de manter sua presa
à beira de quebrar sem cair.
Se a linha é cruzada e sua presa não tem mais nada
a perder, termina por abandonar o impulso profundamente
enraizado de luta e foge.
O objetivo do jogo é nunca permitir que o seu
adversário caia sobre o precipício até que você decida que o
jogo acabou.
Uma vez que você cruzou essa fina linha pode estar
lutando com um cadáver: ela ainda pode estar respirando,
mas no momento em que abandonar seus instintos básicos
ela apreende qualquer controle que você ensine.
Mas quando você quer algo tanto quanto eu quero
Heather, você não pode livrar-se da perda e seguir em frente.
Você tem que reconhecer e admitir sua derrota iminente, com
rapidez e eficientemente adaptar um novo método de modus
operandi e atacar bruscamente com o seu novo plano.
Peguei o telefone celular da mesa próximo ao rosto
dela e liguei para Andrew. Quando ele atendeu, hesitei
quando meus olhos caíram e se fixaram nos de Heather.
Rezei internamente antes de permitir que as minhas palavras
saíssem, mantendo as rodas do jogo em movimento.
— Andrew, Senhorita Mackenzie, infelizmente,
reconsiderou a minha proposta. Preciso que você faça as
chamadas necessárias e uma vez que tenha recebido
confirmação por meio de vídeo e áudio, continue com o
protocolo até que tenhamos verificado se todas as cinco
missões estiverem completas.
Os cílios de Heather piscaram e se fecharam quando
Andrew respondeu.
— Cinco, senhor?
— Cinco. Eu não dou à mínima se você tem que
retirar o bebê para provar que a tarefa foi concluída, Andrew.
Você entendeu?
— Merda. Sim senhor. Entendido. — Ele suspirou e
eu deslizei o dedo para terminar a chamada.
Eu deixei o telefone cair de volta na frente do rosto
dela, que ainda estava deitada sobre a mesa e depois de
testemunhar seu involuntariamente recuou ao ouvir o som do
baque, eu não me permiti sorrir até que estava de costas para
ela enquanto andava para fora do escritório.
Capítulo 16
Contanto que eu mantivesse meus olhos fechados,
fui capaz de permanecer dormente e pude negar qualquer
impulso dos meus instintos de sobrevivência. No entanto,
quando o iPhone de Roman fez barulho próximo do meu
rosto, ele poderia muito bem ter sido abençoado com os
poderes dos deuses para fazer exatamente o que ele apenas
se gabou ser capaz de fazer.
“... A boa notícia é que eu sou sempre capaz de reviver
uma memória, uma mente... que pode ser um pouco mais
difícil”.
Não podia ser difícil, porra! Não com a rapidez com
que ele efetivamente me empurrou da minha dormência feliz
onde noventa e nove por cento do que ele me ameaçava caía
em ouvidos surdos. Ouvidos que rapidamente acordaram com
a ameaça invisível que veio com o toque do iPhone do Roman.
Com suas palavras ameaçadoras reproduzindo em
meus pensamentos, eu peguei o telefone da mesa e através
dos meus olhos inchados, rapidamente tentei ligá-lo,
pressionando aleatoriamente qualquer número
desesperadamente. No momento em que tive consciência de
que era mais provável ganhar cinquenta milhões de dólares
na loteria, quando nunca joguei, do que escapar, meus olhos
inchados fecharam completamente.
Meu choro desesperado de derrota ecoou pelo
escritório enquanto erguia meus braços tentando seguir
cegamente do escritório para a suíte. Eu pisei em cacos de
vidro a cada passo até que finalmente minhas mãos colidiram
com o batente da porta. Eu virei a esquina só para sentir o
meu osso do quadril conectar duramente com um objeto
contundente, derrubando-me de costas antes de bater minha
cabeça contra as rachaduras no piso de mármore. Ofuscante
luz piscava pelo meu cérebro antes que a escuridão divina me
livrasse deste mal.

A voz de Roman soava muito longe até que o timbre


gradualmente limpou e minha cabeça começou a decifra suas
palavras.
—... Como eu disse, eu me afastei para uma reunião
de negócios, quando voltei, a governanta estava histérica
gritando em francês arrastado. Eu não fui capaz de entendê-
la até que ela se acalmou um pouco e, finalmente, levou-me
para onde minha noiva Heather estava deitada inconsciente,
com a cabeça no colo de outra empregada. Minha primeira
suposição foi de que ela interrompeu um assalto e os
bastardos a espancaram até que ela era uma confusão
sangrenta.
— Senhor Payne, eu compreendo a sua posição, mas
isso não altera a política do hospital. Você realmente tem que
esperar na sala de espera, Senhor. Os enfermeiros irão avisá-
lo quando julgarmos que ela está pronta para receber visitas.
Agora, a Senhorita Mackenzie ainda está inconsciente. Se me
é permitido fazer uma sugestão; este seria um momento
oportuno para voltar para o hotel, descansar um pouco ou
tomar um banho para aliviar seu nervosismo. Posso
assegurar-lhe que estamos cuidando dela com o melhor dos
melhores.
— O melhor dos melhores? É assim mesmo? E você
se considera um dos melhores?
— É claro. Especializei-me não só em Neuro...
— É uma pena quando todo o seu argumento entra
em colapso sobre si mesmo quando as palavras que você usa
contradizem-se no referido argumento, você não concordaria?
— Eu não…
— Eu vou estar no meu hotel e não na sua sala de
espera horrível, quando você julgá-la pronta para visitas. No
entanto, para a sua ciência, ela já está acordada, alerta e
orientada desde o início da nossa conversa. Tsk, tsk...
Embaraçoso não é?
O som de seus passos se afastando imediatamente
resultaram na liberação da tensão bem enrolada em cada
grupo muscular que possuía. Eu suspirei de alívio, mas fui
interrompida quando o bater na minha cabeça aumentou,
virando meu suspiro em um gemido de dor.
— Senhorita Mackenzie, eu sou a Dra. Pearson, a
médica responsável pelo seu tratamento. Você está no Centre
Hospitalier Universitaire Lenval. Você pode me dizer como
está se sentindo? Você pode abrir seus olhos?
Meu olho direito vibrou aberto, mas o brilho do
quarto e o sinal sonoro dos monitores que passaram
despercebidos até este momento, provocaram dor,
estilhaçando meu cérebro novamente e meu olho apertou
fechado. Por trás das minhas pálpebras, o brilho da sala
escureceu.
— Eu fechei as cortinas e diminuí as luzes; deve
tornar mais fácil para você abrir seu olho para mim. Você vai
tentar de novo para mim, por favor?
Eu cautelosamente abri meu olho a espreitei através
dos meus cílios, me preparando para a dor. Lentamente, eu
abri meus olhos e relaxei quando o quarto entrou em foco. Eu
examinei o quarto olhando para a pessoa conectada à voz
suave e vi uma mulher pequena, com cabelo escuro e franja
de corte reto. Eu vi como ela nervosamente empurrava seus
óculos para cima do nariz antes de sorrir:
— Muito bom. Eu quero que você pisque para mim.
Uma vez para sim, duas para não. Você está com dor?
Eu furiosamente pisquei meu olho até que ela se
inclinou sobre mim e suavemente repetiu.
— Senhorita Mackenzie, um piscar para sim, duas
piscadas para não. Agora, você está com dor?
Eu pisquei uma vez e ela tirou uma seringa de seu
jaleco branco antes de conectá-lo a minha IV e empurrar o
êmbolo da seringa lentamente.
— Isto é Diluadid. É uma medicação para a dor, o
seu principal efeito colateral é a sonolência. No entanto, se
você puder, por favor, preciso que permaneça acordada
enquanto eu faço algumas perguntas. Você acha que você
pode fazer isso por mim? Lembre-se, Pisque uma vez para
sim, duas para não.
Eu pisquei uma vez. A droga começou a fazer efeito
quanto senti os refluxos da dor aguda sumirem e a
sonolência atrapalhar os meus pensamentos.
— Eu li o relatório da polícia, mas existem vários
buracos. Você pode se lembrar se estava sozinha no momento
do incidente?
Eu pisquei uma vez e olhei para ela. Através da
sonolência, sabia que existiam duas maneiras diferentes que
podia seguir. A primeira, levaria Roman Payne sob sete
chaves, pelo menos até que seu exército de advogados
chegasse. A segunda, era responder da maneira que Roman
iria querer, deixando tantos buracos quanto possível na
história que ele sabia que eu estava alerta o suficiente para
ouvir.
As duas maneiras causaram minha hesitação. Uma
era, se os meus irmãos já estavam mortos, não havia
nenhuma razão que me impedia de ir pela primeira opção. No
entanto, se meus irmãos ainda estivessem vivos, não tinha
outra opção além de seguir com a segunda, a fim de mantê-
los vivos.
Neste momento, eu não tinha nenhuma ideia de
como eles estavam para saber qual opção escolher. No
entanto, eu sabia que eu podia escolher uma opção e sempre
facilmente voltar atrás e desfazê-la. No final, foram as
próximas palavras da médica que selaram o meu próprio
destino.
— Será que o pai do bebê sabe que você está grávida
de 14 semanas?
Eu me esforcei para usar minhas pernas pesadas
para sentar-me ao tempo que senti minha garganta seca
quando falei.
— O quê?!
— Shh, shh. Deite-se antes de se machucar ainda
mais.
Eu olhei para ela em horror absoluto, pedindo-lhe
para dizer que houve um erro ou, merda, mesmo rir e
anunciar que era 1º de abril na França, mas tudo o que ela
faz, foi olhar para mim com uma mistura de piedade e
simpatia.
— Eu acho que posso assumir, por sua reação, que
você não sabia que estava grávida. — Eu pisquei uma vez
para responder sim.
— Hmmm... Bem, agora eu gostaria de felicitá-la. –
Ela sorriu para mim e eu pisquei duas vezes, pausa, duas
vezes novamente e depois duas vezes mais.
— Shh... Heather, pare com isso. Você vai ter um
ataque de ansiedade ou pior, uma crise se você não se
acalmar, ok? — Ela suspirou quando ela tirou seus óculos
com uma mão e apertou a ponte de seu nariz com a outra,
mas continuou: — Então, esta não é uma boa notícia. — Ela
bufou, soprando a franja dos olhos antes de colocar os óculos
no rosto. — Você estava sozinha na sua suíte do hotel? — Eu
fiquei olhando para ela por três segundos completos antes de
piscar uma vez.
— Será que você presenciou um roubo, Heather?
Um piscar de olhos.
— Você consegue se lembrar de quantos eram?
Duas piscadas.
— O Sr. Payne estava na suíte ou em qualquer lugar
do hotel no momento do ataque?
Depois de olhar em seus olhos verdes até que as
minhas lágrimas estavam quase secas, eu pisquei duas vezes
deixando as últimas lágrimas caírem pelo lado do meu rosto.
— Não? Você está dizendo que não, Heather? Ou você
está piscando suas lágrimas? Pisque uma vez se for pelas
lágrimas e duas vezes para não ser a sua resposta.
Eu rapidamente pisquei duas vezes, mas no segundo
piscar, deixei meus olhos fechados, permitindo que o remédio
me puxasse para baixo do cobertor escuro abençoado da
inconsciência.
Capítulo 17
Esperei. Podia honestamente afirmar que era algo
que eu não me lembrava de alguma vez ter feito antes, no
entanto, a esperança era a emoção que inchava no meu peito
enquanto eu caminhava para longe da minha ratinha que se
encontrava na cama do hospital. Esperava que ela fosse
provar-se digna destes sentimentos que tinha tentado negar
com veemência desde o início. Dizer que ela tentou me
agradar seria uma zombaria dos sentimentos que eu sentia
surgindo em mim quando eu escutei a Dra. Pearson contar
pedaços da conversa que teve com Heather depois da minha
partida de ontem.
Ela balbuciou algo sobre eu ter que discutir com
Heather quando ela estiver pronta, mas honestamente, eu
não me recordava das palavras. Fiquei andando de um lado
para o outro na sala de espera enquanto esperava Andrew
atender.
— Senhor Payne?
— Andrew, minha noiva compreendeu que de fato ela
é digna de ser minha companheira. Cancele as chamadas e
espere. O protocolo é permanecer como antes.
— Vou fazer isso, senhor. E parabéns para você e a
Heather.
— Obrigado, Andrew.
Eu entrei na loja de presentes e gastei dez minutos
torturantes escolhendo um arranjo de flores perfeito, no meio
dos arranjos horríveis disponíveis, até que escolhi um que
não tinha uma única pétala machucada e entreguei para a
florista.
— Retire esse celofane. Você tem um vaso decente
nesta loja abandonada por Deus?
— Ahh... s-sim, senhor. — Eu olhei na direção em
que ela apontou e apertei meus dentes para me impedir de
amaldiçoar quando percebi a seleção de vasos.
Vidro barato estava enfileirado na prateleira da
parede oposta. Eu suspirei pesadamente e selecionei o vaso
menos ofensivo e o entreguei para a florista enquanto ela
estava removendo o restante do celofane amarelo mostarda
do arranjo.
— Aqui, coloque o arranjo aqui com água e também
coloque alguns desses pequenos raminhos de flores brancas
em volta dele.
— A Gypsophila custa dez dólares a mais. — Dirigi a
ela um olhar mordaz enquanto deslizava meu cartão
American Express preto pelo balcão. — Eu pareço alguém
que se importa em gastar dez dólares extras com a sua
Gypsophila? — Ela faz o que eu pedi sem mais comentários e
pegou meu cartão de crédito enquanto eu escrevia uma nota
para minha pequena Ratinha.
Minha cara Ratinha
É muito raro uma pessoa me surpreender. Tão raro
que na verdade, eu não consigo me lembrar da última vez ou
se alguma vez isso aconteceu.
Quando voltarmos para casa, vamos nos casar o mais
rápido possível, assim que suas feridas estejam curadas.
E minha querida, assim que você for formal e
legalmente a Sra. Heather Joselyn Mackenzie Payne, você será
livre para viver feliz e obedientemente comigo.
Parabéns número 13! Você conseguiu ganhar um
pequeno pedaço meu que as outras 12 nunca conseguiram.
Sempre amor. Seu Satanás vestido de anjo.
Roman

Estava eufórico enquanto caminhava para o quarto


de Heather com o medonho buquê orgulhosamente na minha
frente. Eu bati graciosamente na porta e a empurrei,
vasculhando brevemente o local até que meus olhos bateram
nela. Meu caminhar vacilou enquanto meus olhos
visualizavam a visão diante de mim. O que eu vi não se
parecia em nada com o que pensei que estava sob os
emaranhados sangrentos do cabelo loiro que cobriam o rosto
da mulher histérica no hotel. Nada poderia ter me preparado
para essa visão horrível desfigurada deitada na minha frente.
O lado esquerdo do rosto de Heather estava tão
inchado que se assemelhava a uma máscara grotesca de uma
criatura cujo olho esquerdo foi costurado no canto perto de
sua testa, com uma fina linha de pontos que seguia para trás
da orelha. O lado direito estava igualmente ferido e marcado
com impressões óbvias de dedos, todos os dez facilmente
perceptíveis e se alguém olhasse atentamente, eles poderiam
facilmente ver que coincidiria com os meus.
Quando mal consegui visualizar uma porção do
branco em torno de sua íris marrom, meus lábios tentaram
se abrir e falharam, mesmo a metade de um sorriso, antes de
sussurrar:
— Ei, você... — Seu olho fechou enquanto ela rolava
a cabeça longe do meu olhar e lágrimas vazavam dos olhos
inchados e eu já não admirava a tensão estranha no meu
peito. Eu sabia que Heather tinha encontrado meu coração e
não tinha palavras, apenas o pensamento zumbindo em meu
cérebro: — Quantas estreias pode um homem ter em um
único dia?
Qualquer dúvida que eu tive sobre nascer com um
coração incapaz de sentir amor, dor ou ambos ao mesmo
tempo, foi instantaneamente desfeita dentro deste único
momento.
Eu me inclinei para colocar as flores na mesa de
cabeceira e murmurei uma desculpa:
— Desculpe, elas são hediondas e baratas, eu sei.
Em seguida, com uma graça divina que superava a
única outra pessoa além de mim que eu testemunhei dizimar
uma alma em menos de um segundo, ela me dividiu do
queixo à virilha com nada mais do que sete palavras roucas.
— Estou grávida, Roman. Parabéns, é uma menina.
— Sua voz sussurrou dura, enviando minha mão em um
movimento involuntário que enviou as malditas flores e o
vaso para o chão.
Uma miríade de pensamentos e emoções me
bombardearam e eu lentamente recuei, deixando cair o
queixo para o meu peito. Registrei a sacudida repentina dos
meus ombros batendo na parede atrás de mim enquanto
deslizava para baixo na parede fria.
Minha bunda conectou com o piso e os meus pés
escorregaram debaixo de mim enquanto minhas mãos caíam
sem vida para os meus lados. Meus olhos se fixaram na parte
de trás da cabeça de Heather quando suas palavras
devastaram tudo o que eu já conheci.
— Estou grávida, Roman. Parabéns, é uma menina.
Capítulo 18
Eu assisti Roman sair do quarto de Mac e sabia que
só tinha um curto período de tempo para esgueirar-me para
dentro. Eu tinha que saber se ela estava bem. E eu não ia
descansar até vê-la viva com meus próprios olhos.
Eu silenciosamente entrei no quarto, parando
enquanto meus olhos se ajustavam a iluminação suave.
Alguns segundos se passaram enquanto meus olhos varriam
a confusão caótica que ele fez dela mais uma vez. A raiva
inflamou e disparou pelas minhas veias quando minha visão
embaçou em lágrimas e nebulosidade vermelha.
Eu gradualmente me aproximei, tentando controlar a
bile na parte de trás da minha garganta.
Meus olhos traçaram as linhas de seu perfil e
enquanto a angústia apertava minha alma, eu sussurrei em
voz quebrada:
— Ce qu'il um fait pour vous? — O que ele fez para
você?
Quantas vezes ela ia demorar antes de finalmente
fugir? Quanto sangue? Quantos ossos quebrados? Ela era a
mulher mais forte que eu já conheci. E tão patético como era,
isso me faz amá-la ainda mais.
Depois que eu enxuguei as lágrimas do meu rosto,
murmurei um voto que vou defender, mesmo que isso me
custe a própria vida: — Un jour, mon amour, je vais vous
emmener loin de cet enfer dans lequel vous Vivez. Je
promets. — Um dia, meu amor, eu vou levá-la longe desse
inferno em que você vive. Eu prometo.
Quando dei um passo em direção a ela, fui parado
pelo som de passos se aproximando de seu quarto de
hospital, então silenciosamente deslizei para trás da porta do
banheiro, ao lado da porta sendo aberta por Roman Payne.
Porra!
O tempo pareceu ter parado quando o vi se curvar
sobre a delicada estrutura da Ratinha que estava na cama do
hospital enquanto escovava os cabelos atrás das orelhas com
os dedos e suavemente beijando sua testa.
Eu estava a ponto de fazer a minha presença
conhecida quando suas costas deslizaram para baixo na
parede para se sentar no chão do outro lado da sala. Com a
mesa de cabeceira impedindo a sua visão, eu deslizei
silenciosamente pela porta, mal a fechando.
Com cada passo que dava mais longe do quarto de
Mac, quanto mais minhas mãos tremiam de raiva bombeando
em minhas veias, eu não sei quando, nem sei como, mas eu
ia matar Roman por cada erro que ele já fez para Mac.
Capítulo 19
Estava incerta depois que Roman saiu. Depois que
eu usei a última das minhas reservas emocionais para forçar
as palavras presas na minha garganta, eu era incapaz de
olhar na cara dele e, no fim, adormeci virada para longe de
onde ele estava.
A enfermeira do turno de hoje veio murmurando
alguma coisa em francês que eu nunca serei capaz de
traduzir, enquanto colocava a bandeja de comida na mesa
suporte, junto com um envelope branco, ela sorriu.
Eu mal consegui acenar com a cabeça antes que ela
felizmente me deixasse sozinha no quarto. Depois de abrir os
pacotes de açúcar e creme e despejá-los em meu café, eu
comecei a tomar goles lentos enquanto meus pensamentos já
estavam enfraquecendo. Quando meus olhos pousaram no
envelope, coloquei meu café para o lado antes de deslizar o
dedo por baixo da borda, abrindo o envelope.
A iluminação suave me proibiu de ver que a letra era
de Roman. Eu apertei o botão para acender as luzes em cima
da minha cama. Assim, minha visão clareou e a bela
caligrafia de Roman entrou em foco. Embora minha mente
consciente me repreendesse por continuar a leitura, eu li
suas palavras uma e outra vez, saboreando cada uma delas
enquanto dançavam na frente dos meus olhos feridos:

Minha cara Ratinha


É muito raro uma pessoa me surpreender. Tão raro
que na verdade, eu não consigo me lembrar da última vez ou
se alguma vez isso aconteceu.
Quando voltarmos para casa, vamos nos casar o mais
rápido possível, assim que suas feridas estejam curadas.
E minha querida, assim que você for formal e
legalmente a Sra. Heather Joselyn Mackenzie Payne, você será
livre para viver feliz e obedientemente comigo.
Parabéns número 13! Você conseguiu ganhar um
pequeno pedaço meu que as outras 12 nunca conseguiram.
Sempre amor. Seu Satanás vestido de anjo.
Roman

Reli as suas palavras até a minha visão embaçar e


fiquei incapaz de distinguir as palavras, mas isso não as
impediu de causar dano, porque a primeira vez que eu li,
cada uma das suas malditas palavras, elas cauterizaram ao
redor das minhas pálpebras.
— Puta que pariu, Roman! — O insulto saiu dos
meus lábios inchados.
Eu gritei tão alto que senti minha garganta doer
quando ouvi sua voz no escuro, cansada, emergindo do outro
lado da mesa de cabeceira:
— Puta que pariu? Ratinha, você está colocando meu
atual estado de espírito tão suave que toda a carnificina que
está acontecendo dentro da minha alma está se acalmando.
Tudo o que fui capaz de ver foi o couro fino do seu
sapato Faragamo espreitar para fora de onde ele se sentava.
Eu senti minha sã consciência se encolher antes de
deslizar em uma caixa escura bloqueada, deixando o vazio
para trás, para o que quer que tenha na loja de ataque do
Roman, ou pior, ouvir as amáveis palavras de amor cercadas
por promessas quebradas que ele nunca iria cumprir. Depois
que minha respiração e batimentos cardíacos se acalmaram,
meu olhar se instalou na parede em frente da minha cama.
Minha sã consciência ainda ouvia suas palavras, mas
não podia senti-las e não ia me lembrar delas.
Tudo o que restava era um vazio criado para absorver
a brutalidade de ser a tola apaixonada por Roman.
— Quantas… — A quebra de sua voz faz com que ele
parasse e limpasse a garganta. — Quantas... Você tem que
estar bem avançada para que confirmem com precisão o sexo
do feto, Heather. — Isso é tudo o que ele disse.
Suas palavras ficaram pesadas entre nós e senti-me
recuar para os recessos de minha mente e enfiar o vazio que
eu criei para suportar o tormento de Roman daqui para a
frente.
De algum lugar desconhecido, eu ouvi uma voz, que
espelhava a minha e eu sabia que o vazio foi preenchido por
esta nova entidade malévola renascida das cinzas da minha
separação com a realidade. E ela era assustadora.
O sarcasmo era tão doce quanto à sacarina ainda
letal como veneno de rato escorrendo de cada palavra minha.
— Meu amor... eu ouço uma pergunta em algum
lugar de tudo o que você está vomitando?
Roman limpou a garganta pela segunda vez na
conversa, antes de confessar em um tom irritado, escuro.
— Heather, eu sou a porra de um especialista em
obstetrícia e ginecologia! — Levantando-se abruptamente, ele
se elevou e continuou: — Caralho. Diga-me! QUANTAS
SEMANAS DE GRAVIDEZ DO CARALHO VOCÊ ESTÁ?!
Uma risada sinistra escapou de meus lábios e ele
olhou com horrenda repugnância quando vi refletido de volta
para mim nos olhos de Roman.
Eu ouvi uma nova gargalhada antes de falar. Minha
voz rachou, mas nem por isso eu vacilei uma única vez,
porra.
— Oooooohhhhhh... Dr. Roman Payne, eu lamento
informá-lo, um: estou com 14 semanas de gravidez, e dois:
tenho sido repetidamente procurada por todos os três
médicos responsáveis pelos meus cuidados para permitir que
a Polícia tenha um momento para provar que as impressões
digitais — minha mão se movimentou em um círculo ao redor
do lado direito do meu rosto com o meu dedo indicador —
não coincidem com as deste lado do meu rosto, assim, eles
poderiam fazer as acusações necessárias contra você — eu
apontei para o lado esquerdo — por fazer isso, caralho! —
Minha risada sombria reverberando me enviou arrepios na
espinha antes que ela parasse e meu olho bom pousasse em
seu olhar, enquanto cuspia as palavras: — Você é uma
desculpa patética para um homem. Em sua arrogância, você
declarou que eu vou ser sua esposa. — Eu ri. — O quê? Você
esperava que seu comando fosse deixar-me com tesão. Uma
menina feliz? Você pensou que eu iria me pendurar
alegremente em cada bela promessa de me tornar a sua...
SERVA, obedecer e aceitar todos os comandos até que você
determine a minha morte... diz o seu decreto?
Um suspiro foi finalmente liberado após o meu longo
discurso, outra risada saiu, antes de minha voz acabar
distribuindo os demônios devidos:
— Você sabe Roman, se não fosse por esse momento,
se não fosse pelas câmeras instaladas no meu quarto, eu
provavelmente nunca encontraria a coragem para dizer que
eu detesto você.
Quando nossos olhos se encontraram, eu o vi
olhando para mim com um olhar em seu rosto, um olhar
como se ele nunca tivesse visto a mulher diante dele. A nova
presença deslizou em cantos escuros da minha mente, como
ecoou de seu sorriso através dos meus pensamentos. Fiquei
espantada com olhos arregalados.
Sem falar uma palavra Roman calmamente se virou e
foi embora.
E ele não voltou por três dias.
Eu estive sentada aqui por mais de uma hora desde
que fui liberada, tentando decidir o que fazer a seguir,
quando de repente, a porta se abriu. Roman entrou para o
quarto, agarrou meu saco ao lado da cama.
— Vamos. — Sua voz era baixa e ríspida.
Eu levantei lentamente e segui para a porta. Roman
posicionou a mão na parte baixa das minhas costas e me
levou rapidamente pelo corredor estéril, passando pela
estação de enfermeiros e para fora do hospital, pelas portas
duplas, para a luz do sol brilhante.
Eu tive que proteger os olhos do brilho do sol desde
que estive presa numa cama hospitalar nos últimos dias.
Entrar na limusine me aliviou da agonia do sol, mas não
tinha como ignorar a tensão e o silêncio durante a viagem
para o aeroporto.
No jato particular, eu engoli dois analgésicos
prescritos, peguei o travesseiro e o cobertor que a aeromoça
me entregou, reclinei a cadeira de pelúcia macia e virei as
costas para Roman e prontamente adormeci.
Eu odiava a França. Eu odiava Roman. Porra, eu me
odiava. Este bebê? Meu Deus, como eu amo a menininha
crescendo dentro de mim. Em algum lugar sobre o Atlântico a
realidade da minha situação me acertou. Naquele momento,
minha menina se tornou a minha primeira prioridade. Eu
nem sequer pus os olhos nela e já a amava mais do que
minha própria vida.
Capítulo 20
Eu não sabia o que estava fazendo, o que ia fazer ou
onde minha vida estava indo.
Um. Pai. Eu ia ser um pai. Eu mal podia processar
esse pensamento antes de palavras como negação, descrença,
terror, rejeição, desafio e puro acidental amor derrubaram em
mim por todos os ângulos, em nenhuma ordem racional,
mais e mais.
Eu não fiz nada enquanto assistia Heather dormindo
todo o voo. Um milhão de diferentes emoções que eu não fui
construído para sentir reinaram seu ataque em mim. Eu não
podia ser um pai. Não estava na minha composição genética.
Eu também não podia viver sem Heather.
Eu sempre fui um homem muito inteligente.
Confusão não era algo que eu estava acostumado a lidar. Eu
nem sabia como lutar contra esse monstro sem rosto, muito
menos derrotá-lo.
Meus olhos traçaram sobre o perfil do seu rosto
inchado com lágrimas e no meu peito começou a bombardear
perguntas.
Por que eu precisava machucá-la? Qual era o motivo
por trás da minha necessidade de bater nela na noite que
desembarcamos em Cannes? Eu fui o único a permitir que
ela bebesse muito, porque eu queria vê-la sem as inibições
que controlavam seus movimentos. As mesmas inibições que
passei o último ano criando e, em seguida, derrubando.
Eu não gostava quando ela me chamava de Romie.
Isso me irritava. E quando ela voltou a me chamar novamente
de Romie, depois de ter avisado a ela, eu não tive outra
escolha. Eu não poderia ter de volta a minha advertência, eu
também não podia deixar de acompanha-la também.
Em seguida, o incidente no escritório, tudo porque
ela estava em uma das minhas camisas, mas por que vê-la
usando minha camisa desencadearia uma reação tão
violenta? Quando meus olhos varreram cada polegada
acessível dela, pensei em cada reação que eu permiti
acontecer, qualquer argumento que eu segurei na França
dissipou-se rapidamente em um fraco e patético pedido de
desculpa quando pousamos em Seattle.
De duas coisas eu estava certo. Era hora de afrouxar
o laço que tinha em torno do pescoço de Heather e eu
precisava encontrar alguma porra de paciência se eu
planejava manter ela e ao bebê na minha vida.
Independentemente da minha escolha, era hora de tomar as
precauções legais para garantir o seu futuro. Eu ainda não
sei se vou ser uma parte ativa de suas vidas ou uma
testemunha silenciosa. Só o tempo iria dizer.
Coloquei Heather na cama e silenciosamente fechei a
porta. Eu caminhei pelos longos corredores para o meu
escritório onde Andrew e Sebastian estavam esperando
impacientes.
— Senhor, precisamos discutir algumas coisas.
Sebastian e eu estamos preocupados. Não conseguimos
encontrar nenhuma informação sobre ela. Qualquer
informação que você tenha, nós nunca tivemos acesso e isso
é restrito, entendemos o....
Minha mão direita atirou para cima no ar,
terminando imediatamente o discurso de Andrew.
— O pai de Heather, Heath Mackenzie, foi o detetive
que iniciou uma investigação sobre a minha ligação com o
desaparecimento de onze mulheres no dia que Amanda
Robbins pulou para a morte com essa carta maldita em seu
punho. A única razão pela qual eu nunca fui levado para
interrogatório foi por causa da falta de provas. Ele só tinha
onze fotos granuladas com mensagens vagas escritas na
parte de trás, insinuando que eu sou o único que está por
trás do desaparecimento dessas mulheres. Sebastian foi
capaz de saber, a partir de suas conexões no SPD, que cada
foto foi enviada na primeira semana que cada menina
desapareceu. — Fiz uma pausa, permitindo que minhas
palavras afundassem em seus pensamentos. Continuei a
falar, uma vez que vi a realização da minha situação se
estabelecer nas expressões atordoadas de ambos os homens.
— Heather só está na minha vida, porque ela seguiu
os passos de seu pai. Como vocês sabem, tivemos um ano
tumultuado: lutamos um contra o outro, bem como, contra
nossos sentimentos, tudo ao mesmo tempo em que tentamos
saber onde tudo isso ia nos levar no final. Diante de tudo
isso, tudo que posso dizer é que vamos nos casar assim que
seus ferimentos se curem. Andrew, você ou Sebastian,
chamem meus advogados. Uma reunião com eles é a primeira
coisa que farei amanhã de manhã. Minha vontade precisa ser
revista. — Meus cotovelos bateram forte contra a mesa
enquanto eu passava os dedos pelo meu cabelo com raiva e
puxava os fios, segurando minha cabeça em minhas mãos.
— Senhor... você abortou a missão, porque você
encontrou um arranjo de rosas cujas pétalas não estavam
machucadas, tem certeza que você está pensando com
clareza suficiente para alterar a sua vontade de incluir uma
mulher que pode acabar com sua vida...
— Ela está grávida. — Não consegui nem encontrar
forças para olhar para ele ou Sebastian quando disse essas
palavras.
O silêncio de ambos os homens foi a resposta exata
que esperava após minha proclamação. Após vários minutos
de silêncio, Andrew, ainda atordoado, foi o primeiro a falar.
— Merda! Eu não sei o que dizer. Muito menos como
responder, Roman. Parabéns?
Eu liberei um suspiro antes de me inclinar para trás
em minha cadeira.
— Eu não sei. Parabéns ou merda, o que é que vou
fazer agora? Eu não posso matar todos os três tios da minha
filha, posso? — Ambos os homens abanaram a cabeça
ligeiramente e falaram em uníssono. “Não” — Precisamente.
Agora você entende por que é imperativo que nos casemos
assim que ela estiver curada.
— Posso... falar francamente, Sr. Payne? — Acenei
para Sebastian continuar. — Seus irmãos, você vai permitir-
lhes estar presentes?
— Merda. — Meus olhos se fecharam e belisquei a
ponta do meu nariz, quando me esforcei para chegar a uma
resposta.
— Roman. Se você estiver querendo fazer isso,
realmente fazer isso, casar com Heather, fazê-la sua esposa e,
na verdade, ser um pai, você percebe que este jogo 'cativo'
que você está jogando não poderá continuar. — Meus olhos
se fixaram em Andrew quando suas últimas palavras foram
ditas.
Cristo! Eu detestei os pensamentos repugnantes
pulsando pela minha mente. Heather era minha e só minha.
Se eu permitisse que seus irmãos entrassem em nossas
vidas, em nosso sagrado frágil lugar, eu iria acabar perdendo
ela.
Ansiedade, diferente de tudo que eu senti antes,
surgiu em minhas veias e encheu minha raiva ainda mais.
— Por quê? — Eu perguntei, olhando para o outro
lado da mesa, para os dois homens.
— Senhor, você está construindo uma família. Para
que isso aconteça, tanto a sua família como a dela é
necessária. Certamente, você percebe isso? — Eu olhei para
Sebastian quando suas palavras ressoaram por minha
mente, corpo e alma. Eu não sabia de que outra forma este
casamento poderia realmente ter lugar sem seus irmãos
estarem envolvidos. Eu sabia que podia dizer-lhe que não era
possível, mas este fio apertado em que estava andando,
estava rapidamente se tornando um abismo. Desde a nossa
primeira noite na França, Heather não só se calou, mas ela
também desistiu.
— Sim. Claro, eu percebo. Você acha que eu sou
ignorante?! — Eu gritei com Sebastian. Dolores bateu
suavemente na porta do escritório antes de entrar com uma
bandeja de chá. Seus olhos não deixaram a bandeja. Depois
que ela serviu uma xícara de chá com um cubo de açúcar, ela
colocou a xícara e a colher de prata na minha frente. Ela se
virou e, lentamente, se sentou na cadeira em minha frente e
limpou a garganta antes de falar em voz baixa.
— Senhor Payne, me permite falar?
Concordei com a cabeça uma vez, mexendo meu chá
para, em seguida, tomar um gole.
— Eu tenho me mantido calada quando estou com
Mac. Honestamente, eu acho que a pobre criança pensa que
eu sou muda. Sem saber exatamente se ela era sua amiga ou
inimiga, eu decidi que era melhor ficar quieta. Os silenciosos
sempre deixam as pessoas falantes apreensivas. Uma pessoa
muda vai conseguir dizer alguma coisa? Sr. Payne, com todo
o respeito que tenho dedicado ao senhor, bem como sua
família, sendo uma amiga e colaboradora desde que você era
um menino, por meses implorei para que o senhor
concedesse a ela os pedidos mais simples que a ouvia
lamentando dia após dia. Dê-lhe o ar fresco que ela
procurava. Permita que ela sinta a chuva em seu rosto, o sol
banhar a pele dela até que sinta arrepios ao longo dela. E,
pelo amor de Deus, dê-lhe de volta a sua família. Será que ela
não ganhou esse direito por suas ações e lealdade, senhor?
Minha mão esfregou pelo meu rosto antes de olhar
para ela.
— Eu prometi a ela a liberdade.
— Roman, a única coisa que posso dizer
honestamente é que ela te ama. Infelizmente, se você não
dominar esse jeito opressivo de governar a vida dela, você vai
lentamente matá-la, não só o amor dela por você, mas a pura
essência dela. Dê-lhe a liberdade. Dê-lhe seus irmãos. Eu sei
que você não quer, mas, por favor, não deixe que seu orgulho
afaste a sua felicidade, senhor.
Capítulo 21
Quando eu acordei, a dor estava martelando minha
cabeça, me fazendo liberar um soluço antes de minha mente
ser capaz de compartimentar a minha patética realidade.
Lágrimas vazavam do canto dos meus olhos e antes
de ser capaz de controlar minhas emoções, eu senti o
mergulho na cama e ouvi a voz calma de Roman.
— Você acordou. Aqui, abra a boca.
Sem hesitação, meus lábios se separaram e senti
duas pílulas amargas sendo colocadas na minha língua.
— Duas Percocet. Tome um gole d’água. — Ele
deslizou um canudo pelos meus lábios. — Beba pelo canudo
quando estiver pronta, Ratinha.
Eu tomei dois pequenos goles e engoli os
comprimidos.
— Eu quero que você fique na cama hoje. Esta noite,
vamos jantar na área de estar.
Sem abrir meus olhos, permaneci em silêncio,
esperando que se o ignorasse, ele iria sair do quarto.
— Eu pedi para Dolores preparar alguns ovos com
torrada. Eu disse que é o seu favorito. Você acha que vai ser
capaz de comer alguma coisa quando o remédio começar a
fazer efeito?
Eu ainda permaneci em silêncio.
— Você não pode, realmente, achar que vou permitir
que este seu mau comportamento fique sem castigo? Quando
eu lhe fizer uma pergunta, você deve responder. — Quando
meu estômago ronca, ele ri. — Muito bem, vou aceitar a
resposta do seu corpo como uma resposta. Só desta vez.
A cama mergulhou novamente e senti seus lábios na
minha testa antes dele se levantar, tirando o peso do colchão.
Eu senti suas mãos dobrando os cobertores a minha volta
antes de ouvir a cadeira ao lado da cama ranger sob o seu
peso.
Ele suspirou antes de falar novamente.
— Amanhã, se achar que está forte o suficiente, eu
gostaria de levá-la num passeio pelos jardins. Depois que
terminarmos com a nossa curta caminhada, nós iremos para
a casa da piscina, aonde você irá colocar um maiô de sua
preferência e vamos nadar um pouco. Acho que algum ar
fresco, sol e água farão bem para a sua recuperação.
Estava completamente surpresa com suas palavras.
Mesmo depois de terem circulado minha mente várias vezes,
eu ainda estava sem palavras. Caminhar pelos jardins?
Nadar? Eu nem sabia que ele tinha uma piscina.
— No entanto, se você não falar, nós não vamos fazer
nenhuma dessas coisas e você permanecerá na cama. Você
me entende, Heather? — Sua voz escura e estranhamente
calma atravessou o quarto.
— S-S-sim, obrigada. — Eu sussurrei.
— Bom. Tirei esta semana e a próxima para cuidar
de você. Durante estas duas semanas, planejo rever como as
coisas irão funcionar entre nós, bem como orientar você
quanto a algumas novas concessões que eu decidi que você
mereceu ganhar. Você e eu também estaremos fazendo
planos para o nosso casamento. Nós não vamos sair de casa,
mas em vez disso, o planejador irá organizar para que todas
as pessoas do casamento venham até nós. O padeiro, florista,
designer de vestido de noiva, etc.... Uma vez que eu seja
capaz de resolver qual especialista GO3 é o melhor para
cuidar de você e do que você... e o....
— Bebê. Nossa filha. Ou apenas ela. Recuso-me ouvir
você usando o termo “feto”, para separar a realidade de quem
ela é e como ela é importante para mim. — Eu calmamente,
mas com firmeza, disse.
Ele tossiu antes de dizer:
— Muito bem, você e o bebê. Assim que eu decida
qual médico é bom o suficiente para cuidar de você e do bebê,
ele virá aqui todo mês até que você esteja mais perto de
entrar em trabalho de parto.
Enquanto nos sentávamos em total silêncio, às
ramificações do que ele estava permitindo, a imensidão das
mudanças que ele estava disposto a fazer, ressoou por mim e
pousou uma marca de esperança que nunca sonhei ser
possível.
Depois de uma batida na porta, Roman falou:

3 GO: Ginecologista e Obstetrícia.


— Entre.
Eu senti suas mãos deslizando debaixo dos meus
braços antes dele me puxar para cima na cama e me instalar
com as costas contra meus travesseiros. Quando eu abri meu
olho direito, eu o vi colocar a bandeja que Dolores trouxe no
meu colo, antes dele pegar seu próprio prato e colocá-lo sobre
a mesa, em algum momento, ele se mudou da área de estar,
ao lado da minha cama.
Dolores tranquilamente nos deixou. Roman olhou
sorrindo para mim quando ele pegou sua faca e garfo e cortou
seus ovos sobre as torradas:
— Bom apetite. — Disse, antes de começar a comer
seu café da manhã.
Eu acalmei meu juízo e repeti suas palavras:
— Bom apetite. — Então ataquei minha comida como
uma mulher faminta, mal parando entre as mordidas.
Depois que Roman e eu terminamos de comer,
falamos sobre diferentes temas, a maioria sobre assuntos que
nunca antes discutimos. Os efeitos secundários do remédio
começaram a deixar os meus olhos e extremidades pesadas e
não foi muito antes da sonolência acalmar a minha
consciência.
Ontem, Roman me trouxe uma bandeja com o
almoço parecendo uma festa japonesa: bife teppanyaki, arroz
frito, sopa de missô e sushi. Sem nunca ter sido uma fã de
sushi, ele ficou intocado, enquanto todo o resto foi devorado.
Roman ficou olhando-me comer, sorrindo carinhosamente
para mim de sua cadeira.
Assim como ele prometeu, jantamos no meu quarto.
Durante a minha soneca da tarde, ele transformou a minha
área de estar em uma sala de jantar com uma pequena mesa
formal com duas cadeiras de encosto alto, com um
candelabro de prata segurando dezenas de velas azuis.
Comemos em silêncio total. Estava incerta sobre o
que o impediu de iniciar uma conversa. Quanto a mim, eu
ficava quieta por uma razão e uma única razão, não tenho
ideia de onde eu ficaria com este novo e aparentemente
melhorado Roman. Eu não sei se alguma coisa vai tirá-lo
deste lado gentil, então, ao invés disso, eu não disse nada.
Acordei esta manhã de forma semelhante à de ontem,
com Roman sentado na minha cama, passando suavemente
os dedos pelo meu cabelo e sorrindo para mim.
— Você é linda, Ratinha. Lamento não ter lhe dito
isso antes, mas você é, realmente, muito bonita.
As palavras seguintes saíram dos meus lábios só
porque eu fui incapaz de pensar claramente quando acordei e
quando percebi que eu disse as palavras... eu sei que fodi
tudo.
— Diga-me, é a ideia de você possuir tal beleza para,
em seguida, quebra-la para sua própria diversão que devo
agradecer esta nova personalidade que você está exibindo?
Sem aviso e com a graça de um predador perfeito que
Roman era, ele se inclinou prendendo meus ombros com seus
cotovelos, afundando o colchão, cutucando meu pescoço
atrás da minha orelha, com sua testa na minha, segurou
meu rosto com as mãos. Em um esforço para me preparar
para seus ataques iminentes, eu recuei, fechando meus olhos
o mais rápido possível.
Depois do que pareceu uma vida inteira, eu olhei
para ele e seu sorriso permaneceu. Ele colocou seus lábios
nos meus e murmurou com voz rouca:
— Não, querida. Eu não tenho nenhuma explicação
sobre o que você possui que as outras doze não tinham. Eu
recentemente pensei sobre isso e decidi que não me importo
mais... Porque a resposta não importa. A única coisa que
importa é que você é minha e tudo que eu desejo é mantê-la
feliz. — Ele sorriu. — Eu finalmente concordo, quando você
está feliz... Você não me afasta e enquanto não sou
afastado... Eu sou feliz.
Sua boca cobriu a minha e eu me aqueci com seu
afeto, entregando o controle do beijo para ele antes de suas
mãos exigi-lo. Eu raramente era presenteada com
demonstrações de ternura de Roman. No instante em que
reconheci este momento como uma dessas raridades, eu me
deleitei com a força do meu amor por ele, aquecendo-me com
todos os seus gentis e amorosos beijos.
Esta nova capacidade de demonstrar amor e bondade
era um prelúdio perigoso e perversamente maravilhoso que o
nosso potencial futuro poderia segurar. E agora, neste
momento, eu não queria nada mais do que aproveitá-la e
segurá-la para toda a vida, mas ao mesmo tempo, eu queria
puxar a porra do pino e detonar esta bomba-relógio, tanto
quanto eu podia. Sua risada afastou esses pensamentos.
— Eu me referi a você com um termo carinhoso que
jurei que nunca iria usar, mas, no que diz respeito a você,
saiu sem esforço. — Sua expressão facial espelhava tanto
confusão quanto diversão. — Ok! Aqui. — Ele se inclina para
trás.
Ele me entregou dois comprimidos com um copo de
água, contendo um canudo que levou até meus lábios.
— Engula esses. Depois da sua soneca, você e eu
vamos dar um pequeno passeio pelos jardins e se o tempo
permitir, depois iremos nadar um pouco.
Eu fiz como ele me disse, engoli os comprimidos com
um gole de água e olhei para ele, sentado na beira da minha
cama. Tudo o que ele fez foi sorrir antes de colocar os lábios
na minha testa e se levantar para sair.
Eu acordo com ele murmurando dentro do meu
armário. Assim que me lembrei dos seus planos para o dia,
eu me sentei ereta na cama.
—... Nunca sequer prestei atenção ao que ela teria
escolhido. Caramba! — Eu puxei as cobertas para sair da
cama quando notei três equipamentos cuidadosamente
colocados no pé da cama. Depois de sair da cama, bati com a
ponta do dedo do pé no armário e tropecei batendo meu rosto
em seu peito.
— Ouch! Merda! — Imediatamente, minhas mãos
voaram para o meu rosto e eu senti jorrar sangue quente do
meu nariz.
— Baby?! Merda, eu estou... — Suas mãos fortes
gentilmente seguraram meus braços e me levaram para a
cadeira. Uma vez que a parte de trás dos meus joelhos
tocaram a almofada de couro macio, eu lentamente me
sentei. Uma fração de segundo depois dele desaparecer no
meu banheiro, ele correu em minha direção e colocou um
pano molhado frio no meu rosto.
— Sinto muito. É minha culpa. Eu estava tentando…
Pegando o pano molhado das mãos dele, belisquei
meu nariz antes de inclinar a cabeça para trás e espreitar
para ele pelo meu olho direito.
— Eu sei o que você estava fazendo. Não foi culpa de
ninguém, apenas um acidente. Você pode, por favor, pegar a
calça branca, as sandálias gladiador Noir e escolher um top
que você mais gosta?
— Claro! Claro!
Ele se apressou e voltou para o armário falando sobre
seu ombro:
— Eu preparei um banho para você... — As palavras
dele derivaram enquanto respondia a ele.
— Está bem, Roman. Um banho soa perfeito. Eu
estarei bem. Obrigada. — Indo para o banheiro, eu mantive o
pano firmemente no meu rosto.
Uma vez que tomei meu banho e lavei meu cabelo, eu
mergulhei na banheira por um tempo. Depois de testar o meu
nariz e ter certeza que não ia fazer qualquer bagunça, eu saí
da banheira me secando antes de colocar o meu roupão de
seda, amarrando firmemente a faixa.
Eu escovei meu cabelo e, em seguida, fiz uma trança
francesa solta, caminhando para o meu quarto. Eu observei
os outros equipamentos que foram colocados distante. Em
cima da minha cama estavam arrumadas minhas sandálias,
um par de bermudas brancas e uma blusa amarela pálida,
sem manga.
Eu tentei aplicar um pouco de maquiagem, mas
quando percebi que só parecia fazer a bagunça do meu rosto
pior do que já estava eu parei de tentar e comecei a me vestir.
Quando estava calçando minhas sandálias, ouvi
Roman bater e entrar no meu quarto e jurei que pude ouvi-lo
sussurrar: “Linda”!
— Como?! — Perguntei ao levantar-me, olhando para
meu reflexo. Linda? Não! Tente horrível.
— Nada. — Ele balança a cabeça. — Você está
pronta? — Arrepios de excitação me percorreram da cabeça
aos pés e eu sorri para seu reflexo em pé atrás de mim. Tão
triste como era, este foi o mais próximo a uma primeira vez
que eu já vi. E eu tinha que admitir, eu estava tonta. Mesmo
quebrada pelo homem que estava me escoltando, estava feliz
com essa primeira vez, caramba! E honestamente, não era
uma coisa boa.
— Eu estou! — Quando disse ainda sorrindo, ele
levou minhas mãos a sua boca e beijou meus dedos.
Apertando as mãos, ele me levou do quarto, desceu a
escadaria enorme e seguiu para o jardim.
Quando o sol bateu no meu rosto, dei um sorriso tão
grande quanto poderia. Com um suspiro, fechei meus olhos
por causa do brilho do sol.
— Ratinha boba! Aqui. — Roman deslizou uns óculos
de sol no meu rosto. — Eu sei que faz tempo, mas ainda é o
sol, você não pode olhar diretamente para ele sem que ele
machuque. Venha, vamos caminhar por estes jardins que
você ama e esperava ansiosamente passear por eles.
Ele riu, me puxando para frente e quando meu olho
se abriu para ver seu belo sorriso e seu cabelo preto, cor de
corvo, refletindo a luz do sol, eu hesitei um pouco antes dele
colocar seu braço em volta do meu ombro e me conduzir por
meio da paisagem.
Ele podia ser o diabo, mas Deus Todo-Poderoso não
havia como negar que ele era um belo diabo...
Capítulo 22
Eu não sabia o que estava fazendo. Eu nunca tive
que ser bom para alguém na minha vida. Eu sei que em
algum nível, eu sinto uma satisfação enorme quando ganhei
um sorriso verdadeiro dela ou quando ouvi sua doce risada.
— Posso lhe fazer uma pergunta sem ter a minha
cabeça arrancada? — Seu braço estava em volta do meu
cotovelo enquanto caminhávamos debaixo da trepadeira de
flores de malva.
— Faço isso muitas vezes? Arrancar sua cabeça por
causa de uma simples pergunta? — Sua risada se
assemelhava a uma das minhas músicas favoritas dos anos
oitenta, esse pensamento só me deixou ainda mais confuso.
— Hum... Pergunta observação, opinião ou
comentário. Deus me livre se eu tentar iniciar um debate real
com você. Em vários aspectos mais tarde, você vira um
demônio. — Eu tive que morder minha língua para impedir-
me de fazer um comentário sarcástico. Em vez disso, eu disse
com os dentes cerrados.
— Eu não vou arrancar sua cabeça por questionar,
Ratinha.
— Sério? — Eu acenei com a cabeça tentando manter
meu rosto o mais natural possível. — Bem, Dolores falou
sobre meu desejo de falar ou escrever? — Meus passos
vacilaram e eu olhei com dúvida.
— Ela falou, por que você pergunta?
— Creio que prefere parecer muda do que falar
comigo, eu presumo. — Heather continuou seu ritmo lento.
— Ha... — Ri antes de explicar. — Dolores só fala
comigo. Ela tentou jogar o jogo mudo comigo quando eu era
jovem, mas durou pouco tempo. Então sim. Expressou a sua
sugestão. Se você quiser, tenho o prazer em informar que
deve falar e parar com seu jogo bobo de muda. Basta dizer as
palavras, Ratinha e isso estará feito.
Heather olhou para baixo por um momento, como se
estivesse pensando. Quando ela olhou para mim e eu vi
lágrimas no canto dos olhos, a mesma sensação de aperto
associado a sua tristeza contraiu dolorosamente em volta do
meu coração.
— Não, Roman. Eu não vou forçar Dolores a falar
comigo. Quando ela falar comigo, eu quero que seja porque
ela quer. Você gosta de ter controle sobre tudo?
Mais uma vez, essa confusão maldita encobriu a
minha felicidade.
— O controle sobre tudo?
Ela rapidamente mascarou seu sorriso triste antes de
explicar:
— Andrew, Sebastian, Dolores, eu, merda, Roman até
mesmo seus pais. Você é o mestre das marionetes e todos nós
somos seus meros fantoches. E não finja que você não sabe
do que eu estou falando.
A raiva da sua pergunta inflamou e bateu contra a
paz tranquila que cobria a minha mente habitualmente
caótica. Virei em meus calcanhares e olhei por cima do meu
ombro enquanto eu me afastava dela:
— Se nós vamos nadar hoje, ou é agora ou nunca. Eu
não sei por quanto tempo o clima inconstante de Seattle vai
permitir isso.
Uma vez que eu saí da trepadeira de malva, parei
quando ela saiu das sombras. Eu acenei em direção à
piscina.
— Eu não tinha certeza de que tipo de roupa de
banho você prefere. Então, Miguel comprou uma dúzia,
assim, espero que tenha algo do seu gosto. Estou indo para
dentro, em quinze minutos volto, Ratinha.
Depois que coloquei a minha sunga e peguei algumas
toalhas, pus o meu Ray Ban aviador em meu rosto e fui pelas
portas de trás do banheiro da piscina. Porra, quase tropecei
quando vi o meu pequeno rato em um maiô que deveria ser
ilegal em todos os cinquenta estados. Ele poderia ser uma
corda preta de uma peça em suas costas, exceto o decote em
V que encontrava com a sua parte dianteira, se encontrando
com suas partes inferiores quatro polegadas abaixo do
umbigo. Minúsculo. Sua bunda, que estava para o alto
enquanto ela procurava algo dentro da bolsa, de costas para
mim, jogando seus cachos loiros que caía pelas costas. Ela
colocou os óculos de sol que eu dei a ela mais cedo em seu
rosto, apanhou a bolsa, se virou e pulou quase
instantaneamente, saindo do caminho de pedra.
— Jesus. Cristo! Roman, você quase me deu um
ataque cardíaco! Pare de ser tão malditamente cauteloso,
deixa-me nervosa.
Uma vez que ela pareceu fora do lugar, me matou de
rir.
— Sinto muito. Prefiro olhar para você quando não
está vendo. Fica mais fácil ver o seu eu verdadeiro.
A confusão passou pelo seu rosto e ela franziu as
sobrancelhas.
— O verdadeiro eu? Por que você quer ver o meu
verdadeiro eu? Tudo o que você já exigiu de mim é o meu
completo oposto. Eu não tenho certeza se algum dia eu
entenderei você, Roman.
— Eu não tenho certeza de entender também, baby...
ratinha. Eu odeio esse termo. Eu odeio mais ainda que
continua saindo da minha boca. — Ela coloca sua mão na
minha, puxando-me para a direção oposta da piscina e eu
parei ela. — A piscina não é por aqui. — Eu empurrei minha
cabeça sobre meu ombro e sorri: — É por aqui.
Ela sorriu e eu testemunhei a minha pequena
Heather ficar tímida. Sim, de todas as coisas, tímida. Em
seguida, a levei para a piscina. Assim que ela estava a vista,
seus passos vacilaram e eu tive que manter puxando-a para
frente.
— Oh, não, você não. — Eu desci os degraus da
piscina na água aquecida, tirei os chinelos dos seus pés
enquanto ela estava quatro degraus acima de mim na
piscina, joguei eles e a bolsa pendurada em seu ombro para o
lado antes deu sair da água e levanta-la. Suas pernas
instintivamente envolveram em minha cintura e seus braços
envolveram o meu pescoço, enquanto eu pulava para a água,
em seguida, ela esticou o corpo para manter os nossos rostos
acima da linha da água.
— Oh! — Ela gritou antes de soltar uma risadinha
desinibida, que se transformou em uma risada pura e bonita.
Então, ela bufou. Facilmente foi o som menos atraente que eu
já tive encostado nos meus tímpanos. E eu vou ser a porra de
um maldito se não fizer ela realmente rir em voz alta.
— O quê? Você age como se nunca estivesse em uma
piscina antes, Ratinha.
Eu senti os lábios molhados sorrirem na curva do
meu pescoço antes dela beijar e beliscar com seus dentes, a
minha carne. Sua língua lambeu a mordida antes de parar os
lábios no meu pescoço e murmurar:
— Eu gosto quando você me chama de baby. Faz-me
sentir querida, amada... E ainda soa bem melhor do que
“Ratinha”, eu sempre penso no desenho do ratinho Fievel 15
quando você me chama assim. — Ela ri.
— É mesmo? — sorri, olhando para seu rosto bonito
e emoções um pouco ousadas esperavam que ela fosse forte o
suficiente para suportar uma pessoa estéril e fria como eu.
Eu nunca quis que algo funcionasse tanto quanto eu
queria neste momento.
Nossa brincadeira boba de saltar para trás e para a
frente continuou enquanto brincamos e nadamos. Mesmo
que seu rosto ainda estivesse machucado e inchado por
causa de minhas mãos, não fui capaz de me afastar do
esplendor que brilhava dela.
Eu sempre soube que nunca seria capaz de me apaixonar,
que era uma impossibilidade... No entanto agora, neste
momento, essa impossibilidade estava rapidamente se
tornando uma possibilidade.
E isso me assustava descontroladamente.
Heather cansou muito rápido, mas isso não impediu
que seu belo sorriso permanecesse em seu rosto. Depois de
ter enrolado uma toalha, eu a peguei no colo, passando meus
braços por detrás de suas costas e o outro em seus joelhos e
a levei pelas escadas até o quarto dela. Ela estava dormindo
antes mesmo que eu a colocasse na cama e colocasse as
cobertas nela.
Levemente, eu beijei sua testa, desliguei a lâmpada e
puxei as cortinas para deixar seu quarto tranquilo e escuro,
fechando a porta atrás de mim e fui para o meu quarto. Uma
vez que eu estava vestido de jeans e uma camiseta cinza
escuro com a gola em V, fui para o meu escritório e sentei
atrás da minha mesa. Meus pensamentos e plano de ação
dispersaram em minha mente.
Antes que eu percebesse, eu peguei meu telefone e
disquei o número de Sebastian.
Eu me uni a Sebastian e Andrew depois de Heather
cair em meu poder por várias razões, a razão mais importante
era que Andrew podia ser um pouco legal às vezes e ele
também fazia perguntas demais. Sebastian, bem ele não dava
a mínima para a lei, ou a vida, ele só se preocupava com a
linha de fundo.... E dinheiro.
Era a sua falta de moral que fazia dele tão importante
no meu futuro. Meu e de Heather e de nossa... Nova família.
— É Seb, o que está acontecendo?
— Sebastian, já encontrou um cirurgião maxilo-
facial?
— Eu fiz. Dr. Tessler, especialista muito renomado,
sua clínica está em Portland, Oregon. Ele disse que pode
estar em Seattle amanhã de manhã. Além disso, eu procurei
especialista em obstetrícia e ginecologia como pediu, você
deve ter recebido o e-mail. Acabei de enviar.
— Perfeito. E os irmãos da senhorita Mackenzie?
— Do que eu posso dizer, todos os três estão
contentes com sua desculpa de tirar uma licença para viajar
e levar algum tempo longe do stress do seu trabalho. Eu...
Senhor, eu sei que Andrew, Dolores e eu temos discutido na
noite em que voltou da França. E sim, permitindo que seus
irmãos assistam o casamento os torna parte da sua nova vida
é a maneira mais eficaz para manter Mac contente e com
vontade de se manter na linha. No entanto, depois de pensar
em todos os cenários possíveis, eu não fui capaz de inventar
uma desculpa válida e incrível o suficiente para mantê-la
longe dos irmãos protetores e não parecer suspeito. A partir
de agora, eu tenho que exigir que você pense em um plano de
ação antes de tomar essa decisão. A aceitação dos seus
irmãos na relação entre vocês dois vai exigir que ela invente
uma mentira grande e execute essa mentira muito bem,
então você precisa levar sua garota em uma seção...
— Sebastian. Não me lembro de perguntar-lhe como
lidar com a minha noiva. E se você passar por cima dessa
linha mais uma vez, eu vou cortar sua língua, em seguida,
arrancarei sua mandíbula do seu rosto. Está claro?
— Entendido, senhor. Eu só queria passar a
informação, você me paga para tê-la.
— Certo, pode fazer seus comentários e opiniões. Eu
vou lidar com a Senhorita Mackenzie, esse é o meu trabalho.
— Passei meu polegar na tela para terminar a ligação antes
de abrir os e-mails e olhar os diferentes especialistas em
obstetrícia e ginecologia.
Uma vez que eu escolhi o especialista mais
experiente, respondi o e-mail de Sebastian, desliguei o laptop
e inclinei para trás em minha cadeira, olhando para o teto,
enquanto minha mente vagava por diferentes cenários
possíveis para explicar não só a minha presença na vida de
Heather, mas também ser o pai do seu filho.
Capítulo 23
Acordei no dia seguinte tão desorientada que tudo o
queria fazer era rolar e nunca mais acordar. Quando abri
meus olhos, eu vi Roman sentado em sua cadeira ao lado da
minha cama.
— Bom Dia. Eu acho que você se excedeu um pouco
demais mais ontem, você dormiu quase 16 horas.
— Eu acho que mesmo que eu pedisse, você não me
deixaria ter mais quatro horas, hein?
Ele riu e eu não pude deixar de sorrir.
— Eu iria, mas preciso que você se levante, tome um
bando e se vista. Um cirurgião maxilo-facial de Portland voou
para avaliar suas lesões e, mais tarde, você e eu também tem
algumas coisas importantes para discutir. — Ele levantou do
seu assento antes de ir para a porta do quarto e se virar. Seu
sorriso permaneceu no lugar — O Dr. Tessler e eu vamos
encontrá-la no primeiro andar na sala de estar principal. Não
leve muito tempo ou eu virei aqui no banho e vestirei você eu
mesmo. Entendido, Ratinha?
Eu bufei:
— Sim, Roman. Entendido. — Puxando as cobertas,
saí da cama e fui para o banheiro.
Tomei banho, sequei meu cabelo, pus um vestido
longo tomara que caia e coloquei um salto alto. Eu renunciei
a qualquer maquiagem e fui para o térreo.
Quando estava perto da porta, eu ouvi um acalorado debate
que vinha do outro lado, então decidindo ignorá-lo. Fui para
a sala e sentei do lado de Roman, sorrindo ligeiramente para
alguém que supus ser o Dr. Tessler.
— Roman, se você espera que eu acredite que a
bagunça em seu rosto é uma consequência de um roubo
interrompido, você está enganado. Francês ou não, um
homem não bate no rosto de uma mulher como se fosse um
saco de pancada para interromper um assalto. Eles atiram à
queima-roupa. E pronto.
— Dr. Tessler...
Um protecionismo feroz me consumiu a ponto de me
fazer tremer.
— Desculpe. Não fale como se eu não estivesse na
sala, senhor?
Uma vez que ele terminou o seu concurso de encarar
Roman, ele olhou para mim, seu rosto imediatamente se
transformando em um sorriso.
— Senhor. Ou Dr. Tessler, James Tessler, Srta.
Mackenzie. É um praz…
Eu balancei minha mão no ar.
— Senhor Tessler, sou obviamente adulta o suficiente
para falar por mim. E, quanto ao meu noivo, se você está
insinuando que ele fez isso com meu rosto, vai pedir
desculpas neste instante, não só para ele, mas para mim
também. Sua acusação é ridícula e me coloca em uma
categoria que eu não gosto. Pareço louca? Eu soei como se
permitisse que um homem fizesse isso comigo e deixaria isso
para lá sem prestar queixa a justiça, ENTÃO sentaria ao lado
dele como um casal amoroso? — Minha risada sinistra foi
recebida com choque no rosto de Tessler, assim como o
orgulho e espanto de Roman.
— Não... Eu-eu só... Geralmente, é abuso conjugal
quando o trauma é tão extenso e localizado no rosto como é o
seu caso. Peço desculpas, tanto para você como ao Sr. Payne.
Parece que a minha maneira de tratar um paciente falhou
devido ao meu desagrado com homens que maltratam as
mulheres. Por favor, me perdoe.
— Você está perdoado. No entanto, tenha em mente e
não esqueça. — Eu olhei para Roman. — Querido, estamos
fazendo a avaliação aqui, ou em outro lugar? — Roman olhou
para Tessler antes de responder a minha pergunta.
— Eu tenho a minha maleta médica e vou colocar na
cadeira o mesmo plástico que eu uso no meu escritório. Não
vejo nenhuma razão para irmos para um outro quarto, se isso
estiver tudo bem com você e para o Sr. Payne.
Concordei com a cabeça antes de ir para a cadeira
mais próxima. Tessler começou a consulta e Roman encostou
em sua cadeira, sorrindo.
Após a cadeira ser coberta, Tessler fez um gesto para
eu sentar, mas antes que eu pudesse sentar, Roman saltou
de onde ele estava sentado.
— Espere, Heather, você acha que vai ser mais fácil
se você tomar um remédio para dor antes do Dr. Tessler
começar?
— Já tomei, querido, eu tomei depois do banho. —
Eu sorri antes de me acomodar na cadeira.
As pontas dos dedos do Dr. Tessler avaliaram
cuidadosamente os pontos mais sensíveis do meu rosto por
alguns minutos. Quando ele chegou nos pontos que eram no
lado esquerdo do meu rosto, ele limpou a garganta antes de
falar:
— Bem, os pontos podem definitivamente sair. Eles
fizeram um excelente trabalho usando um tipo de sutura e
agulha utilizada durante a reconstrução facial, bem como a
cirurgia estética, portanto, depois que o inchaço diminuir e a
vermelhidão inicial das lesões frescas também, será difícil
dizer que a pele foi ferida e muito menos separada. — Ele
sorriu para mim antes de ir para sua maleta. Quando virou
de volta, estava com uma seringa. — Eu vou anestesiar
algumas das áreas mais sensíveis antes de começar a
remover os pontos. Pode sentir a linha do ponto saindo da
pele e possivelmente uma pequena quantidade de puxar ou
repuxar, mas nenhuma dor real. Você está pronta?
Concordei com a cabeça e fechei os olhos antes de
deslizar mentalmente para o meu lugar calmo.
Não tive certeza quanto tempo passou antes das
palavras de Tessler me puxarem de volta ao presente.
— Tudo terminado. Você foi muito bem, senhorita
Mackenzie. Muito bem. Agora, você vai tentar piscar seu olho
direito e não abri-lo, apenas pisca-lo um pouco e me fale se
sente alguma coisa.
Eu levei trinta segundos para ter coragem de fazer.
Quando eu fiz, meus cílios abriram e fecharam tão facilmente
que me fez sorrir antes de virar a cabeça para onde Roman
estava sentado. Mantive os dois olhos abertos, sorri para ele e
vi um olhar de espanto em seu rosto antes de sussurrar:
— Ei, você.
Ele instantaneamente estava ao meu lado, seus olhos
indo e voltando nos meus antes dele sorrir e sussurrar:
— Ei, meu lindo bebê.
Eu não pude segurar minhas lágrimas mesmo se eu
tentasse. Roman fechou seus olhos e inclinou cabeça contra
a minha. Eu podia sentir seu alívio, uma vez que substituiu a
tensão que o consumiu desde a primeira noite na França,
quando eu saí da banheira sangrenta.
Ele beijou meus dois olhos, em seguida, colocou os
lábios perto do meu ouvido... E então, ele levou tudo o que
sou, tudo o que eu tenho sido e chegaria a ser e transformou
tudo e me tornou completamente sua somente sua.
— Eu amo você, Heather Joslyn Mackenzie. Porra, eu
te amo.
Antes que eu pudesse recuperar o meu juízo e muito
menos a minha voz, o maldito Tessler nos interrompeu depois
de limpar a garganta.
— Vou deixar um pouco de creme que irá ajudar a
acelerar as etapas finais do processo da cicatrização. Aplique
quatro vezes ao dia até que todo o creme tenha acabado.
Gostaria de vê-la novamente em aproximadamente duas
semanas. Você ou o Sr. Payne me ligue quando parecer
conveniente, pode ser? — Roman arrumou sua postura antes
de virar e estender a mão para Tessler, no mesmo tempo em
que Andrew entrou na sala de estar e parou na porta.
Uma vez que Tessler teve suas coisas colocadas
dentro da maleta, ele sorriu para nós antes de virar e seguir
Andrew para fora da sala. Andrew fechou as portas atrás
deles, deixando Roman e eu sozinhos.
Eu parei e fui para o bar, Roman já estava lá fazendo
suco de cereja com Sprite, colocou alguns cubos de gelo no
copo antes de entregá-lo para mim.
— Sente-se, Ratinha.
Fiz o que ele disse e saboreei lentamente a bebida
que ele fez para mim e levantei meus olhos para ele.
— É meio de junho, depois de pensar muito e depois
de como você falou com o Dr. Tessler, acho que a data do
casamento pode ser facilmente marcada para 30 de julho.
Com isso definindo, eu falei para Andrew começar a
programar os organizadores do casamento para daqui a duas
semanas. Você certamente estará mais forte até lá,
especialmente se continuarmos nossas caminhadas diárias e
nadar nos dias que o tempo permitir. No entanto, você e eu
temos algo mais, muito mais importante para discutir e que
vai exigir que você mantenha a cabeça fria. Eu,
pessoalmente, acho que você está mais do que pronta para
esta conversa. Especialmente depois da maneira que você não
só empunhou de forma perversa essa sua língua pervertida,
mas também o quão bem você usou seu um metro e sessenta
de altura para colocar o Dr. Tessler em seu merecido lugar,
sem piscar um olho ou remexer um único músculo.
Seu rosto iluminou de orgulho e seus olhos
brilharam de alegria enquanto um sorriso igual do diabo
formava-se em seu rosto.
— Eu acredito que eu devo perguntar isso antes, meu
amor... Você também acha que está pronta?
Eu olhei para ele por um momento, deixando que
meus olhos examinassem seu rosto, tentando encontrar
alguma pista de que tipo de bola infernal ele estava prestes a
atirar em mim.
Quando fui incapaz de encontrar, eu liberei um
suspiro exagerado.
— Jesus, Roman, o que é? Se você acha que vai me
convencer a fazer um aborto para fazer este casamento
mais... Aceitável? Então, eu vou decepcionar você. — Minhas
mãos deslizaram sobre minha quase inexistente, mas muito
real barriga com um bebê, antes de olhar nos olhos dele,
assim quando lágrimas transbordaram pelo meu rosto. Eu
falei com a voz fraca, quase como um sussurro: — Ela é
minha, mesmo que você não a queira, mesmo que isso
signifique que eu tenha que me afastar de você, Roman. Ela.
É. Minha. Meu primeiro. Meu último. Minha única
prioridade.
Olhamos firmemente um para outro até que pareceu
uma eternidade, antes que ele finalmente falasse.
— As vidas dos seus irmãos foram deixadas intactas
por causa da minha filha que você continua a proteger tão
ferozmente. É o seu amor por ela, o amor que transformou
você nesta mulher surpreendente e feroz e que é responsável
pela minha visão da vida mudar. Toda vez que eu presencio
este belo milagre ocorrer, mais eu percebo que você não só
está pronta, mas você vai ter sucesso em enganar a todos, até
mesmo a mim...
Suas primeiras palavras pareceram como um óleo
fresco sobre uma queimadura solar com bolhas. Porém suas
últimas... Pinicou como um tapa contra a minha bochecha já
inchada.
— Depois da nossa primeira sessão, eu não tentei
enganar você nenhuma vez, Roman. Dói em mim pensar que
você acredita nisso.
Suas mãos afundaram no meu cabelo e ele inclinou
seus cotovelos sobre os joelhos.
— Não importa de qualquer forma, Ratinha. A
conclusão é, precisamos de uma história. Uma história muito
boa e convincente. Teremos que ter uma explicação: Como
você irá fazer se era a detetive que esteve investigando minha
associação com o desaparecimento de onze mulheres e o
suicídio de outra e você engravida do meu filho e em seis
semanas, se casa comigo…
Eu o interrompi, muito confusa.
— Por quê? É como sempre foi, Roman. As coisas são
assim, por que você diz para que elas sejam assim. Por que
agora tudo vira uma discussão de repente?
BAM! Sabe aqueles momentos na vida, aqueles
quando você está cara a cara com uma resposta, tão perto de
fato, que você não pode sequer vê-la? E quando você vê,
quando ela finalmente se torna tão clara, você poderia
golpear a si mesma por não ver? As palavras de Roman
voaram para minha mente, absolutamente tudo se
encaixando no lugar. “A vidas dos seus irmãos foram
deixados intactas por causa da minha filha que você leva e
continua a proteger tão ferozmente...” Abri meus olhos e
ambas as mãos voaram para minha boca enquanto eu
suspirava.
Roman sorriu, enquanto balançava a cabeça, em
seguida, reconheceu que eu percebi exatamente onde a curva
da bola estava indo.
— Ha... Agora, estamos na mesma página. Boa
garota.
As lágrimas voltaram com força total e caíram pelo
meu rosto e eu tentava, em vão, falar.
— Meus m-meus irmãos? Ir-irr-irmãos?
— Sim, querida. Seus irmãos. É inegável que seus
irmãos, assim como meus pais, estão envolvidos na
realização desta pequena família... Que parece que estamos
criando. Eu já falei para os meus pais e expliquei, menti, o
que você quiser chamar e eles entenderam completamente o
que aconteceu e por que eles não foram capazes de nos
encontrar na França. Agora, é sua vez, Ratinha. Precisamos
de uma história, uma história para que seus irmãos não
questionem e que eu não saia mal. Então, eu preciso de sua
ajuda, você conhece seus irmãos, eu não. Isso é algo que só
você pode fazer com sucesso. Só você pode me dar uma
história que eu tenho certeza que eles vão acreditar, então,
vou permitir que a minha família e sua família testemunhem
a união da nossa família. — Seus olhos azuis olharam para
mim. — Ratinha, me diga. Você. Está. Pronta?
Concordei com a cabeça antes de ele repetir a
pergunta.
— Eu, eu estou pronta. Estou pronta.
A tristeza passou pelo seu rosto antes que ele
friamente colocasse a máscara com o mais falso dos sorrisos.
— Então, o cenário é todo seu. — Ele pegou uma
caneta e um caderno na mesa, enquanto eu olhava para ele
esperando pacientemente.
Depois de mentalmente puxar a minha coragem e
força para mim, a minha perseverança encaixou no lugar
como uma armadura bem oleada e meus pulmões esvaziaram
completamente, olhei para cima e meus olhos pararam em
Roman.
Porra. Bem, aqui vai...
— O meu caso é que o meu pai estava trabalhando
quando morreu, eu me joguei na primeira chance de acabar
contigo... O caso contra você e suas doze não era nada mais
do que um sonho. Você era a vítima. A posição do seu pai,
tanto como um general respeitado, bem como a posição social
de elite de sua família, fez-lhe o alvo perfeito, especialmente
quando qualquer um com metade de um cérebro, com menos
do que importantes “parceiros” do seu pai e com quaisquer
atividades extracurriculares que envolve o final dos anos
sessenta e que continua no fim dos anos noventa. Quando eu
percebi isso, estava encerrado. Eu estava tentando consertar
tudo, colocando você atrás das grades por causa do luto e da
dor pela morte de meu pai. Isso nunca poderá ser corrigido.
Além disso, com Jay me tirando do caso e me dando
suspensão do departamento, não havia nenhuma razão para
continuar na direção em que eu estava. Então, eu fui embora.
De tudo.
Meus olhos avaliaram seu rosto por qualquer
evidência de que minhas palavras estavam sendo eficazes ou
inúteis, mas tudo o que ele permitiu, foi que eu visse o tédio
em seu rosto.
— No entanto, antes que eu percebesse isso, você e
eu tínhamos passado tempo suficiente nos dois anos, jogando
nosso jogo de “gato e rato”, criando uma fina e falsa
“amizade” educada. A nossa “amizade” cresceu com as nossas
conversas telefônicas e breves almoços ou jantares, que
ocorreram esporadicamente quando você e eu nos
encontramos em países em que estávamos ao mesmo tempo.
Ao longo de vários meses, a nossa “amizade” ficou íntima e
fizemos mais de um esforço para não estar na companhia de
outras pessoas, tentamos manter escondido o nosso tempo
juntos tanto quanto foi possível.
Ele sorriu maliciosamente para mim depois de
escrever minhas palavras.
— E o tempo todo que você estava costurando sua
linda e intrínseca rede, eu estava me apaixonando
profundamente por você...
Capítulo 24
Se você tivesse uma caneta neste momento, o seu
nome seria Heather... Você poderia facilmente bater na minha
bunda. Enfeitiçado. Encantado. Cativado. Emocionado. A
mulher me enfeitiçou, não só a mim, mas a minha mente,
meu coração, porra, ela estava ocupando a minha alma
maldita e desolada.
Eu sei que você leu, em algum lugar das minhas
divagações anteriores, que eu não era capaz de amar, eu era
superior e não cairia vítima de um momento humano e muito
menos permitiria o poder que Heather tinha tomado com
apenas a beleza de suas palavras.
Suas sobrancelhas se juntaram antes que ela
sorrisse e falasse:
— Sr. Payne... Não foi? Você acabou de confessar o
seu amor?
Eu joguei sua cabeça para trás, enrolando seus
cabelos longos em meus dedos em punho, enquanto a outra
mão apertava seu pescoço e minhas unhas arranhavam sua
pele. Sem pensar, eu a tinha pressionada contra a parede.
Minhas mãos estavam exatamente onde eu tinha imaginado
segundos atrás, emaranhadas em seu cabelo solto, então
desci as minhas mãos pelo seu vestido frágil, rasgando e
tirando ele do seu corpo. Em seguida, as minhas mãos
estavam de volta em seus fios loiros e sedosos, enrolados
duas vezes em meus punhos, joguei sua cabeça para trás
novamente e sussurrei em seu ouvido.
— O dia que você achar que vou permitir que o amor
que sinto por você me controle, esse será o dia que você irá
cometer o seu último erro.
Meu nariz deslizou da curva do seu pescoço até atrás
da sua orelha antes dos meus dentes afundarem em sua
carne.
— Império Romano, baby. Eu sou um império. E
você... Você nunca vai ser nada mais do que minha. Minha
amante, minha escrava, minha puta, a porra do que eu
quiser que você seja. — Eu deslizei meus dedos da sua
garganta e fui para suas pernas e sorri quando senti quão
molhada ela estava. — E você vai adorar cada segundo disso.
Ela involuntariamente empurrou sua bunda contra a
minha ereção, soltando gemidos, ganhando uma rara risada
minha antes que eu deslizasse dois dedos dentro dela,
fazendo círculos no inchado clitóris com o polegar. Eu senti
sua boceta convulsionar em torno de meus dedos com um
orgasmo que rasgou seu corpo; meu pênis inchou mais,
doendo para afundar profundamente dentro dela.
Desabotoei minhas calças que deslizaram para o
chão, a girei, empurrando-a contra a parede novamente e a
levantei nos meus antebraços cada uma de coxas. Eu deixei
ela tão aberta quanto possível, esfregando meu pau em sua
umidade. Fazendo com que cada reserva dela que estivesse
abrigada nela voasse pela janela a fora. Eu bati nela até o
punho, arrancando um grito de sua garganta.
— Tão apertada. Deus, você é tão apertada, porra.
Sua cabeça foi para trás e eu vi seu pescoço longo
arqueado acendendo o meu vício, fazendo eu buscar com
sucesso o que eu estava com fome. Eu passei a língua,
lambeando e beijando até as primeiras ondas dos seus seios,
voltei, até que minha boca chegou no tendão entre o pescoço
e o ombro. Afundei meus dentes na carne macia do seu
pescoço e ombro, marcando-a enquanto eu rosnava:
— Deus, eu adoro isso. Sua pequena boceta está
apertando meu pau, Ratinha.
Meus golpes ficaram mais rápidos enquanto eu
mudava minhas mãos, posicionando-a para ficar mais fácil
de levantá-la antes de usar todo o seu peso para trazer ela de
volta para baixo, sua boceta subindo e descendo no meu pau,
com as suas costas contra a parede e suas mãos apertando
meu cabelo mais e mais forte, sua vagina começou a
convulsionar em volta do meu eixo.
O som dos seus gemidos roucos enquanto seus
lábios molhados acariciavam minha orelha quase me fez
gozar.
— Você não vai gozar Heather! Você entende? Você
não vai gozar até que eu diga que você pode.
— Por favor, eu não posso... Eu não posso — Ela
implorou.
— VOCÊ PODE E VOCÊ VAI, PORRA! — Eu gritei,
batendo nela com mais força, mais e mais e assim que eu
senti minhas bolas apertarem, eu disse: — Agora! — A
medida que gozava, eu afundei meus dentes no seu ombro
novamente, derramando cada gota que possuía o mais fundo
dentro dela, rugindo com meus dentes cerrados em seu
ombro — Maldito Deus. Eu amo como sua boceta aperta meu
pau!
Não tinha certeza quanto tempo fazia que a tinha
contra a parede com meu pau enterrado nela, nossas testas
suadas descansando uma contra a outra enquanto nós
recuperávamos o fôlego. Depois que fui capaz de reunir
minhas forças, eu lentamente a coloquei de pé, eu a peguei,
colocando um braço de trás de suas costas e o outro atrás
dos seus joelhos e a levei para o meu banheiro. Liguei a água
e nos enfiei no jato água quente.
Eu gentilmente lavei seu corpo e passei shampoo no
seu cabelo. Uma vez que nós dois estávamos limpos, enrolei
uma toalha nela e a levei para o meu quarto, puxei para trás
os lençóis e coloquei nós dois na cama.
Mesmo que seus olhos estivessem fechados e sua
respiração calma, eu sabia que ela não estava dormindo, mas
eu decidi deixar ela neste momento de silêncio.
Bem depois que o sol se pôs e a escuridão tomou conta do
quarto, ela sussurrou.
— Você acha que me ama, Roman?
Suas palavras ficaram entre nós como uma bomba
relógio. Para evitar que ela explodisse sobre ela, eu virei a
mesa com seu pequeno truque “eu estou dormindo” e
permaneci em silêncio e imóvel com os olhos fechados.
Dez minutos mais tarde, ela suspirou e suavemente
beijou meu ombro. Eu senti a mudança da cama sob o seu
peso quando ela foi para o canto da cama. Antes de levantar-
se e deixar-me, eu mal conseguia ouvir sua confissão
sussurrada.
— Eu não sei se alguma vez eu te amei o suficiente
para esquecer todo o mal que espreita dentro de você. E
depois que o bebê nascer, eu vou deixar você no momento em
que sua primeira máscara escorregar. Eu vou deixar você e
você nunca vai ver qualquer um de nós novamente.
O próximo som que chegou nos meus ouvidos foi o
clique da porta quando ela foi embora.
Eu encostei na cama com suas palavras, fazendo
círculo na minha mente até o sol raiar. E antes que minha
consciência me deixasse, a única resposta que pude ter sobre
isso foi nunca deixar nenhuma máscara minha cair. Ou
correr, deixando tanto minha esposa e minha filha para trás
antes que isso acontecesse.
Os dias passaram rapidamente e, a cada dia, ia e
vinha a minha esperança, a minha felicidade e o meu
contentamento pacífico lentamente começaram a
desaparecer. Suas palavras naquela noite começaram a
corroer como um câncer, corroendo de dentro para fora e não
havia nada para parar a mudança que eu sentia acontecendo
dentro de mim. A escuridão estava invadindo qualquer
bondade que ela causou, era tão forte que era palpável.
Heather escolheu seu vestido, o bolo, as flores e a
decoração. E hoje, o dia em que os convites deveriam ser
enviados, ela e Andrew estavam vendo o menu para o
coquetel e iria ficar cara a cara com seus irmãos pela
primeira vez. O avião dos meus pais iria pousar em pouco
mais de uma hora. Antes que eles chegassem, ela e eu
decidimos chamar Bobby, o irmão com quem ela vivia e
explicar em detalhes a nossa “história”. Ela decidiu que seria
melhor ela explicar a maior parte da conversa e eu concordei
que seria melhor vindo dela do que de mim.
Eu estava no meu escritório quando ela bateu na
porta.
— Pode entrar. — Ela entrou lentamente em meu
escritório sorrindo.
Depois que ela se sentou em umas das cadeiras em
frente à minha mesa, ela perguntou:
— Você está pronto para fazer a ligação? — Eu acenei
de cabeça e disquei o número, deixei no viva-vos e passei o
telefone para ela.
Ela não falava com seus irmãos há semanas, então
eu não deveria sentir a raiva que me consumiu no instante
em que ele atendeu e ela imediatamente começou a chorar,
mas eu senti... Ao ponto de ver vermelho.
Eu a encarei enquanto ela chorava. Eu não tentei
consolá-la. Eu não tentei acalmá-la. Eu só olhei em sua
direção.
No momento em que ela ganhou compostura, ela
estava horrível e uma bagunça. Ela cavava a nossa “história”
e uma vez que ela terminou, seu irmão esperava tão
silenciosamente como eu fazia.
Quando Bobby finalmente falou, em vez do alívio que
eu pensei que iria sentir, eu senti um completo e absoluto
terror e era a única coisa que eu estava sentindo.
Isto realmente iria funcionar? Será que ele iria
realmente acreditar em sua história? Quando percebi que não
havia nada para que realmente achasse que queria, até
momentos atrás, realmente acreditava que eu queria.
O que eu estava fazendo? E por que estava fazendo
isso?
O que fazia de Heather tão maldita de especial que eu
tenho, de alguma forma, me convencido de que eu a quero na
minha vida, dia após dia?
Cada palavra que ela falou sem pedir a minha
permissão para falar nas últimas semanas inundou de
repente na minha mente. Cada momento em que ela tomou
uma decisão sem a minha palavra, sobre falar de
determinados assuntos disparou dentro mim, causando uma
fervura lenta inflamando logo abaixo da superfície.
As palavras doces e amorosas entre irmão e irmã
nunca foram trocadas. Toda ação desrespeitosa e as palavras
dela alimentaram o meu ódio pela mulher sentada na minha
frente.
Que porra eu criei?
Com quem eu iria casar em duas semanas?
E por quê? Por quê?
Eu sou Roman William Payne. Ela não era nada.
Meu dedo tocou a tela, terminando a chamada, saí
da minha da mesa e fui para a porta.
— Roman, que merda foi essa? — Antes que ela
pudesse até mesmo limpar a confusão do seu rosto, eu estava
elevando-me sobre ela.
— Se você perguntar mais uma merda outra vez,
Heather. Só mais uma vez. Eu vou quebrar sua maldita
mandíbula novamente, costurar ela e rir enquanto você
disser “Sim eu quero” através dos seus dentes cerrados. Eu
não sei de onde, em nome de Deus, você teve a ideia de que
somos iguais, mas se você quiser permanecer viva bem como
manter essa coisa dentro de você viva, você vai aprender
rapidamente o seu lugar. Aprender e se lembrar quem eu
sou. Você entendeu?!
Quando seu olho encheu de lágrimas, eu agarrei seu
queixo duramente e acenei com a cabeça para ela. Depois de
ver seus olhos em branco, eu cuspi:
— Você está parecendo uma merda. Vai arrumar sua
maquiagem.
— Mas... Meus irmãos? O que aconteceu com você
enquanto eu falava com Bobby...
Eu voltei para a porta do meu escritório:
— Como eu disse. Você e eu não somos iguais. Eu
apenas tomei uma decisão e por que eu fiz isso não lhe diz
respeito. — Os meus pés se moveram tão rápido quanto
possível para sair da sala. Se eu não saísse de sua
proximidade AGORA, o incidente com seu rosto iria acontecer
de novo na minha mesa de escritório.
Capítulo 25
Eu contei até 475 antes que estivesse calma o
suficiente para separar os meus pensamentos e sentimentos
e encontrasse força para levantar e caminhar para o meu
quarto.
Preparei um banho e entrei na água morna até a
minha cabeça estar toda imersa nela e olhei para o teto
debaixo da água, até que eu já não podia mais segurar minha
a respiração. Assim que eu estava na superfície, peguei um
fôlego e afundei de novo, repetindo os movimentos até que eu
estivesse convencida de que estava calma o suficiente para
passar por essa merda de atrocidade que estava na minha
frente. Eu enrolei-me num cobertor de calma, sequei os meus
cabelos, apliquei a maquiagem e me vesti adequadamente...
De acordo com o gosto de Roman. Um Roman ameaçador e
diabólico, imprevisível, que sem dúvida tirou a vida de doze
mulheres antes de mim. O gêmeo malvado espelhado no
homem que eu sempre amei, mas nunca entendi por que.
Em algum momento nos meus pensamentos
subaquáticos, cheguei a uma conclusão. Eu atravessei o que
só pode ser descrito como os sete estágios do luto, tudo ao
mesmo tempo, enquanto fechei os meus sentimentos e
pensamentos indesejados. A primeira vez que afundei na
água e observei as bolhas minúsculas lentamente irem para a
superfície. Eu lutei com a negação. Lutei com tudo, cada
esperança, cada sorriso, cada palavra amável que Roman
nunca murmurou para mim até que a dor e a culpa
consumiram a minha pele e apertei o botão que levou meu
Roman para longe de mim.
Depois que eu peguei meu primeiro suspiro e voltei
para baixo na água novamente, a presença malévola que
residia no abismo escapou usando a minha raiva em relação
a ele, a minha raiva que provava que estava certa em
decepcionar. Esta nova parte de mim estava muito inquieta
pelo ódio que impediu que ficasse sob a água como eu fiz na
primeira vez. Quando eu mergulhei a terceira vez, a
realização, o medo, a depressão, foi o que afundou... E me
manteve lá enquanto eu lentamente passava pelas últimos
três etapas que terminavam em aceitação. Quando voltei para
a superfície, ofegando furiosamente, procurando por ar, cada
respiração que enchia meus pulmões trouxe com ela a
paciência, autopreservação e os conhecimentos necessários
para obter e manter ambos. Um plano surgiu enquanto eu
penteava o meu cabelo, perfeitamente aplicava a quantidade
apropriada de maquiagem e vestia. Um extenso, elaborado e
perfeito plano que tudo me levaria e minha filha perseverante,
desapareceria, autodestruindo Roman.
Era do conhecimento comum, se você der para um
homem bastante corda, especialmente os homens arrogantes
que verdadeiramente acreditam que são deuses, ele vai se
enforcar. Seu orgulho e regozijo, sua crença de ser superior e
intocável, era a queda de cada assassino em série, estuprador
e sádico. A história se repetia, começou bem antes de Roman.
Depois que eu estava vestida no meu traje de esposa
perfeita, eu olhei uma última vez para a fachada perfeita que
eu criei de ambas as minhas emoções e minha aparência
antes de descer a escada e seguir as vozes que vinham da
sala de estar principal.
Eu não fiquei surpresa de encontrar Roman em sua
própria fachada de noivo perfeito e amoroso, atencioso e
preocupado e próximo pai.
Meus passos vacilaram quando vi seus pais.
— E aqui está ela, Mãe, Pai, esta é a minha futura
esposa, assim como a mãe de seu primeiro neto. — Seu
sorriso iluminou seu rosto e se eu não o conhecesse tão bem,
eu acreditaria que estava olhando para o angelical gêmeo em
vez do bastardo satânico que me deixou em seu escritório a
menos de duas horas.
O problema era... Eu o conhecia tão bem. E cada
palavra que saiu de sua boca pareceu um forte golpe para o
meu peito. Um golpe que eu felizmente mascarei antes de
sorrir para seus pais.
— É tão maravilhoso finalmente conhecê-los. — Eu
iria somente apertar suas mãos, mas ganhei um abraço de
ambos os pais de Roman.
Foram as sussurradas palavras da Sra. Payne que
me trouxeram a sensação de virar e fugir da loucura que os
próximos meses prometiam ser.
— Você, minha querida, é um dom de Deus, um
milagre, eu rezei todos os dias a partir do momento em que
coloquei Roman neste mundo. Eu não sei como você fez isso,
mas obrigada, obrigada doce criança por salvar meu filho. Eu
amei vocês desde o momento em que Roman mencionou seu
nome. E eu sempre amarei.
Minhas mãos empurraram o material na parte de
trás do seu vestido e eu tive que dobrar os meus joelhos para
permanecer em pé. Depois que fui capaz de piscar
rapidamente as lágrimas em meus olhos, eu olhei para olhar
a mãe de Roman em seus olhos e menti:
— Seu filho me salvou, senhora Payne, muito mais
do que eu o salvei. — Eu sorri para ela e fui para ficar do lado
de Roman.
Ele beijou brevemente minha testa e sussurrou em
meu ouvido:
— Não vamos estragar tudo, não é? — Depois, ele
beijou minha bochecha, olhou para baixo, sorrindo para mim
como se eu fosse o seu maior tesouro.
Devo dizer que eu vou explicar em maior detalhe
mais tarde, a fim de assegurar que eu estou curada, mesmo
se cada ação que eu fiz até este ponto gritava insanidade, é
neste exato momento, anote, destaque, porra, marque a
página, é neste momento em que finalmente percebi com
quem eu vivi, procriei e iria casar em apenas duas semanas.
Roman não era um homem perturbado. Ele não era
doente mental. Ele não era um homem quebrado e triste que
infelizes acontecimentos levaram ele a ter as mãos cobertas
com o sangue de doze mulheres. Ele é verdadeiramente mal.
Satanás em carne. O rei do engano, a aranha na teia de
mentira, uma cobra na grama que atinge antes de vê-la.
Roman era o governante deste caos que minha vida se
tornou.
Agora, para minha explicação de como cheguei até
onde estou neste momento... Sim, eu sabia enquanto meu
queixo estava costurado, depois que eu testemunhei ele
estrangular meu tio. Não deveria ter aceitado mais nada e
deveria ter fugido, eu poderia facilmente fazer isso e
imediatamente ter prendido ele facilmente em vários
aspectos. Sequestro, prisão, estupro, tentativa de homicídio.
E, talvez, por eu ter esse conhecimento, foi por isso que eu
fiquei. Talvez fosse minha culpa causando uma necessidade
inconsciente de sentir que merecia levar esta... Cruz por estar
atraída por um homem como Roman.
Foi a beleza de Roman que me cativou e cegou-me,
me fez fechar os olhos para os sinais que ele era, de fato, um
monstro? Ou era minha esperança ingênua de que eu poderia
ser capaz de amá-lo o suficiente, dar-lhe a minha pureza...
Eu acreditei que o sangue da minha virtude iria lavar os
pecados do seu passado?
Não sei por que. Eu só sei que eu não podia sair, não
até que eu encontrasse a razão pela qual eu estava tão
cativada por ele.
Eu menti por Roman. Eu fiquei longe da minha
família por ele. Estive com ele e o protegi e ao mesmo tempo,
não fiz uma única coisa para me proteger dele, ou impedir-me
de me apaixonar por ele.
Era um dia muito triste, quando o homem que
acordava feliz ao seu lado, que você ama com todo o seu
coração, descobre o quanto você realmente o odeia, tudo em
menos de oito horas a partir do momento que você acordou.
Esta manhã, quando o sol brilhou, eu amava Roman.
Total e irrevogavelmente. E embora tenham sido poucas
horas e menos de um dia, o homem que eu amava esta
manhã, era exatamente o mesmo homem que eu desprezava
em um nível inerente.
Deste dia em diante, eu tinha absolutamente acabado.
Terminado. Eu não me importava de onde vinha a sua
maldade. E a injustiça que ele sofreu para transforma-lo em
um pecador. Qualquer emoção que eu já senti por ele que se
assemelhava a empatia, amor, orgulho, esperança, respeito
ou afeto, tornou-se um vazio, deixando nada para trás, exceto
ódio puro, o ódio infinito. E até que chegasse a hora... Eu iria
ter certeza que ele não percebesse.
Eu iria sorrir e continuar sendo a noiva exemplar,
perfeita, obediente, então, a esposa do todo poderoso Roman
Payne.
Meu pai sempre me dizia para seguir meu instinto.
Eu tirei meu coração do peito e joguei para o lado os
resíduos. Agora... O meu intestino era tudo que me restava
para seguir.
Capítulo 26
Ela não poderia ter feito um trabalho melhor hoje à
noite se eu tivesse pago e treinado ela para fazer uma ótima
apresentação. Percebi que depois que eu golpeei abaixo da
sua cintura, uma e outra vez e disse em um tom abafado
suficiente para apenas seus ouvidos ouvirem, Heather não se
contentou apenas em fazer o seu papel de meu objeto, mas
em vez disso, tornou-se um adversário extremamente digno,
um dos quais eu gostei. Um que eu nunca vi ou encontrei
antes.
A noite depois que eu estava deitado em silêncio e
ouvi a sua confissão sussurrada, mudei seus pertences para
o meu quarto e tranquei as portas do dela, na esperança dela
reconquistar qualquer tipo de diversão que ela tinha antes de
ser implantada em todas as facetas da minha vida. Tendo
sido uma constante continuação não só dos meus dias, nas
minhas noites também.
Quando eu digo que sei que finalmente conheci um
adversário forte o suficiente para me desafiar, isso era algo
significativo. Heather provou sua superioridade tão bem que
eu mesmo questionei a nossa realidade. Durante nossas
rotinas diárias, sua obediência e personificação da perfeição
nunca hesitou uma só vez.
No dia seguinte da nossa “Reunião de família”, todas
as decisões do casamento, incluindo o vestido de noiva e
sapatos foram cancelados e reapresentados... Para a minha
aprovação.
Eu vetei cada uma de suas escolhas, mesmo que eu
tivesse concordado noventa e nove por cento, mas só porque
eram suas decisões, elas foram rejeitadas.
Escolhi os arranjos de flores eu não poderia dizer qual era
sua cor, muito menos identificar pelo nome. Eu fiz a mesma
coisa com as outras escolhas do casamento, incluindo o
vestido de Heather, sapatos, maquiador e cabeleireiro.
Não importava para mim, mas era o simples fato de
que Heather não tivesse voz sobre o assunto.
Hoje era um dia antes que eu e Heather iríamos nos
casar. Por insistência da minha mãe, as duas saíram mais
cedo esta manhã para um dia de spa, que seria seguido de
uma estadia no hotel mais luxuoso de Seattle. Tanto o
maquiador quanto o estilista iriam encontrá-las antes do
almoço amanhã, antes que eles atacassem minha noiva com
cremes, pó, blush e Deus sabe mais lá o quê, antes da
limusine trazer Heather de volta para minha casa e eu fazer
dela minha esposa, debaixo da única coisa que ela manteve
firme contra a mudança, a trepadeira de malva no jardin.
Com Heather e minha mãe fora, meu pai e eu fomos
para o campo de golfe tentar curar nossas mãos ociosas.
No dia em que terminei a conversa pelo telefone entre
Heather e seu irmão, ela não foi capaz de mencionar eu,
nossa filha ou nosso casamento.
A noite após o incidente do telefonema, eu menti para
Heather, dizendo para ela que eu tinha convidado seus
irmãos para o jantar em família e para o nosso casamento.
Eu disse para ela que a história que ela tinha criado
funcionou como um encanto e seus irmãos não podiam
esperar para vê-la.
Eu pude ver como ela ficou sentida quando seus
irmãos não apareceram para o jantar, mas tudo que eu fui
capaz de dizer foi encolher os ombros.
Amanhã, quando eles não aparecerem para o casamento, eu
não estou certo que serei capaz de manter o controle sobre
sua obediência.
Meu pai pigarreou, puxando-me dos meus
pensamentos no sétimo buraco, seus olhos permaneceram na
bola de golfe, no entanto, quando ele falou, eu sabia que não
era a bola que ele estava vendo.
— Roman, eu tentei, filho. Eu juro por Deus que eu
tentei ser o pai que você merecia. Eu escolhi a melhor
mulher, não apenas a mais bonita, a mais inteligente e a
mais gentil. — Ele parou abruptamente antes de deixar cair
seu taco de golfe Callaway 17 em sua bolsa e estreitar seus
olhos nos meus. — Eu limpei onze das suas doze bagunças,
filho. Uma delas fisicamente e dez delas legalmente.
Heather... Ela é diferente. Você honestamente acha que você
é o único homem Payne que tem feito sua lição de casa? —
Ele riu antes de balançar a cabeça e olhar para campo de
golfe. — Eu sei quem ela é, eu sei por que ela está em sua
vida, mas pela minha vida eu não posso pôr na minha cabeça
como você acabou dormindo com seu inimigo. Muito menos
criar uma vida com ela. Acho que o que estou tentando dizer
é, qualquer cama que você faça no futuro, você vai fazer para
dormir nela. Eu transferi todo o seu crédito de confiança e
herança de família, não só para Heather, mas para a criança
que ela carrega agora e qualquer outra criança que ela
carregar e vir a ter. Seja filho seu ou não. O primeiro olho
roxo, ou pele danificada em seu corpo como eu vi na França,
está acabado. Eu só não vou cortar você dessa família, mas
qualquer centavo que seu nome for herdar. — Ambas as
mãos bateram no meu ombro antes de cair de volta para o
seu lado. — Filho, você é autodestrutivo, mas de alguma
forma, você tropeçou com sua alma gêmea. Sua primeira e
única. E se você acha que eu não estou prestando atenção,
em cada sussurro e palavra de ódio que você acha que não
pode ser visto e ouvido, você está errado. Roman, é hora de
você encontrar os seus demônios interiores e aniquilar cada
um. Se você não fizer isso, você nunca vai ser feliz, eu posso
garantir isso.
Eu deixei suas palavras e ameaças ficarem entre nós
até que senti que estava calmo o suficiente para falar.
— Obrigado pelo bate-papo, papai. Eu acho que sou
velho o suficiente para cuidar de mim mesmo, então, por que
você não deixa de se preocupar com isso. — Eu bati em suas
costas antes de colocar a bolsa de golfe no carrinho e fazer
um sinal para ele se apressar. — Vamos, eu só tenho mais
um dia de liberdade.

Eu vou admitir isso para você e mais ninguém...


Estou muito nervoso. O estranho é, eu não sei o porquê. Eu
não posso colocar o dedo sobre isso, mas algo não está certo,
tudo sobre este dia parece errado.
Meu pai e eu estávamos na biblioteca, vestidos e
esperando a cerimônia começar quando Sebastian apareceu e
disse para mim:
— Roman, o coordenador do casamento quer vocês
nos seus lugares lá fora.
Heather e minha mãe ainda não tinham chegado e eu
não me sentia bem. Absolutamente. Se meu pai tivesse essa
pequena conversa de coração para coração comigo ontem, eu
só podia imaginar o que Heather e mamãe falaram. Sei que
minha mãe me amava e não queria que esse casamento
apenas acontecesse, mas que fosse um sucesso. A questão
era: A que custo?
Meus olhos foram para Sebastian e eu continuei na
minha cadeira.
— Heather não está aqui. Eu não vou para o lugar
até que ela chegue. Algo não está certo.
— Filho, vamos. As senhoras estarão aqui em breve.
— Eu olhei para Sebastian e meu pai e fiquei de pé
abruptamente. Enquanto saia da sala arrumando a minha
gravata, eu amaldiçoei Heather pelo seu maldito atraso.
Quando estávamos todos debaixo da trepadeira de
malva em nossos lugares. As flores e decorações estavam
todos arrumadas e elaboradas, era um casamento para um
rei e rainha. Quando a marcha nupcial começou... As
cortinas foram puxadas para trás.
No momento em que Heather andou, os meus joelhos
ficam moles com a sua beleza pura. Felizmente, o meu pai
estava mais preparado para essa reação do que eu,
imediatamente ele ficou atrás de mim e passou despercebida
a minha reação.
Ela não estava usando o vestido que eu escolhi, ela estava
usando um vestido de cor creme com pedras de safira
costuradas no corpete que paravam em uma cintura imperial,
onde se reunia chiffon de seda e ia até o chão, como um trem
esvoaçante atrás dela. Seu cabelo louro estava com cachos
soltos em volta de seu rosto. A cascatas do véu estava em
suas costas e uma coroa de safira em sua cabeça.
Ela era a essência da beleza na sua forma mais pura
e mais rara. Imediatamente, o orgulho inundou meu peito
quando ela finalmente olhou para cima e seus olhos
encontram os meus. E quando ela sorriu... Eu me lembrei por
que escolhi Heather, eu me lembrei o que a tornava tão
única, o que havia nela que fazia de mim um homem fraco e
então, me prometi nunca esquecer tudo isso enquanto
registrava as razões e este momento, nos nervos frontais do
meu cérebro, para que nunca esquecesse disso.
A única coisa que podia lembrar da cerimônia real
foram seus votos ensaiados e o olhar em seu rosto enquanto
meus votos não ensaiados, as palavras direto do meu
coração, foram ditas.
— Heather Joslyn Mackenzie, eu não tenho a menor
ideia de por que eu fui abençoado para ter você e seu amor
infiltrado em minha vida, minha mente, meu coração e minha
alma. No entanto, eu prometo a você hoje, na frente de nossa
família e diante de Deus, vou guardar cada momento, de cada
dia, tentando me tornar um homem melhor, um homem que
merece uma mulher rara e requintada como você. Você
tomou a escuridão do meu coração e preencheu com sua luz
e felicidade. Por isso, eu sempre estarei em dívida contigo.
Você me deu uma vida que eu nunca mereci. Eu vou te amar
de hoje em diante, na doença e na saúde. Foi você que fez eu
perceber o significado de seguir as Escrituras Sagradas e
também criou uma unidade de mim, para viver estas
palavras, na esperança de me tornar um homem suficiente
bom e merecedor para todos os dias de nossas vidas. O amor
é paciente. O amor é bom, o amor não é invejoso ou
pretensioso, não é arrogante nem guarda rancor. Ele não
goza do incorreto e sim da verdade. O amor nunca desiste,
acredita em todas as coisas, nunca perde a fé, é sempre
esperançoso e suporta tudo. O amor nunca termina. Nosso
amor é esse amor, neste dia e todos os dias a seguir.
Capítulo 27
Eu não tinha ideia do que testemunhei ocorrer por
trás dos olhos de Roman, enquanto ele dizia seus votos que
eu não estava preparada para ouvir. Eu sei que me assustou
tremendamente; e também reforçou a minha força de
vontade. Um mês atrás, suas palavras cairiam sobre mim e
me transformariam em massa, suplicando para ouvir mais.
Roman tinha uma tendência a acreditar que
qualquer emoção sentida no momento era genuína e em
alguns momentos geralmente eram, no entanto, durante o
ano passado, eu aprendi que elas também eram enganosas.
Com esta lição aprendida, não importava o que
Roman dissesse, quantas vezes o dissesse, ou quando ele
dizia isso, eu sempre permaneceria fria. Ele condicionou esta
resposta de mim... Não tinha mais nada para dar a ele... Ele
apagou qualquer luz restante que havia dentro de mim.
Eu passei pelas emoções da cerimônia e da recepção,
como a esposa perfeita de Stepford, acenando com a cabeça,
sorrindo e falando quando apropriado. No entanto, por
dentro, eu estava anestesiada, meu único pensamento
consciente era o tique-taque do relógio, até que esta
pretensão abominável de casamento foi celebrada. Após todos
os convidados saírem, eu fui capaz de fugir para o banheiro
principal, onde tranquei a porta atrás de mim e liguei o
chuveiro antes de afundar no chão. A água se misturava com
minhas lágrimas e pela primeira vez, eu permiti que a dor
excruciante, que eu tinha aguentado saísse de dentro de
mim. E merda, isso doía e era muito pior do que eu
imaginava.
Minha pele estava enrugada no momento em que a
dor diminui o suficiente para separar a minha mente da
minha alma e colocar a máscara no lugar. Coloquei um robe
de seda no meu corpo e trancei o meu cabelo. Estava
aplicando o meu hidratante quando Roman bateu na porta.
— Heather?
— Sim, eu sairei em um momento. Peço desculpas
por ter demorado demais.
Eu ensaboei as mãos antes de secá-las em uma
toalha e chequei a minha aparência no reflexo do espelho e
entrei no quarto para encontrar Roman sentado em uma
cadeira de couro alta no canto da sala de estar do quarto
principal. Os primeiros botões de seu smoking estavam
desabotoados e sua gravata pendia de seu pescoço. Ele
estava inclinando, com seus dedos entrelaçados atrás da
cabeça. Ele não viu a minha entrada, só continuou a olhar
para o teto.
Sem dizer nada, eu puxei o edredom e deitei entre os
lençóis. Depois do que pareceu uma eternidade, eu ouvi o
suspiro e o rangido de couro segundos antes de ouvir a porta
se fechar
Na minha primeira noite como a Sra. Roman Payne,
eu dormi sozinha em nossa cama. Eu dormi sem descanso,
acordando várias vezes. Chorando. lutando contra os
pesadelos que invadiam meu subconsciente. Pesadelos de um
homem que era tanto mal como amoroso, um anjo e Satanás,
o homem que se juntou a minha vida, o pai do meu filho. Mal
ou amoroso, anjo ou Satanás, o que se encontrava abaixo da
superfície não removia a beleza que encarnava Roman.
E depois daquela primeira noite, eu fiquei só durante
os seguintes dias e noites. Semanas passaram e eu ainda eu
não via Roman. Eu passei meus dias dentro das paredes da
minha gaiola dourada da Mansão Payne. Meus irmãos
permaneceram ausentes e Roman removeu cada telefone da
casa depois que eu liguei para Bobby, então eu fiquei sem
respostas a respeito do porque eles não vieram me visitar.
Mas no meu coração, eu já sabia o porquê. Duvidei que
Roman tivesse sequer falado com eles ao telefone.
Os pais de Roman ficaram após as bodas. Eles eram
legais, muito simpáticos e carinhosos, mas isso não fazia com
que o vazio que sentia a cada dia passasse e Roman
continuava desaparecido.
Se eu estivesse sendo honesta comigo mesmo ou
merda, mesmo com você, eu iria, mas eu sabia até a medula
dos meus ossos que iria evita-lo como uma praga.
Dolores e eu continuamos com nossos métodos de
comunicação anteriores, onde eu falava e ela me respondia
acenando ou balançando a cabeça ou sorrindo tristemente.
Nossas conversas permaneceram breves e superficiais. Era
tão irritante até o ponto onde tive que sair da sala para evitar
segurar sua garganta contra as paredes, que constantemente
tentava se misturar, exigindo respostas. Andrew e eu não nos
falávamos, exceto sobre tópicos seguros, tais como o clima.
Digamos que passar a maior parte do meu tempo
sozinha foi um eufemismo. Um eufemismo que me recusava a
colocar em palavras.

Eu não vi o meu marido em mais de dois meses. Com


exceção de quando entrei em nosso quarto na nossa noite de
núpcias, eu não o vi sequer uma vez. Minhas emoções
estavam fora de controle.
Minhas emoções estão confusas. Meu subconsciente
está em conflito com as minhas emoções confusas e ainda
profundamente enraizadas. Eu não sabia quem eu era, mas
eu sabia que precisava de Roman.
Eu sou fraca.
Eu sou uma vergonha para todas as mulheres.
Sabem quantas vezes em minha sepultura silenciosa
eu planejei minha fuga? A parte mais triste é que, com cada
dia que passava, os meus planos perfeitos se dobravam e
cediam sob o dia anterior. Eles enfraqueceram e eu odiava
isso. Sua ausência não estava fazendo nada... nada além de
rasgar a minha determinação em pedaços e eu não sabia
quanto tempo mais seria capaz de evitar que os fios se
quebrassem
Meus pensamentos eram claramente vistos no
espelho, refletindo uma mulher que eu não reconhecia,
quando uma batida na porta me afastou desses
pensamentos.
Eu estava na minha penteadeira e borrifei o spray
Coco Chanel Mademoiselle e caminhei na névoa de perfume
antes de colocar o frasco no banheiro e me dirigir em direção
à porta.
Quando eu abri a porta, eu sorri, cumprimentando
minha obstetra, a Dra. Carol, antes de fechar a porta e seguir
suas instruções.
— Senhora Payne, você está agora com 28 semanas
de gestação, ou sete meses e está na hora de seu terceiro e
último ultrassom. Agora, o Sr. Payne tem uma máquina de
ultrassom 4D e eu trouxe, assim você será capaz de ver o seu
bebê de forma mais clara. É uma máquina surpreendente que
irá, literalmente, nos permitir ver seu bebê como se estivesse
fora do útero, a tecnologia é surpreendente, eu lhe garanto.
Ela sorri antes de abrir uma porta para uma sala
escura.
— Vá lá dentro, lembre-se, vestido aberto para frente,
sente-se em cima da mesa de exame e coloque o lençol em
seu colo.
— Sim, senhora. — Eu murmurei quando a porta se
fechou atrás de mim.
Eu removi minhas roupas de forma rápida, colocando
o vestido e agarrando o lençol antes de me virar para ir em
direção à mesa de exame.
— Porra!!!!
Roman Payne, em toda a sua glória, levou-me a uma
parada abrupta e eu suspirei, colocando minhas mãos sobre
a boca.
— Rom….
Satanás personificado deslizou sob a pele do homem
com quem me casei enquanto seu sorriso torto levantava o
canto de sua boca e revelava sua covinha escondida.
— Ratinha. — Sem mostrar um pingo de emoção, ele
se sentou, cruzando as pernas e juntando os dedos sob o
lábio inferior cheio e continuou: — Bem, bem. Você parece...
bem descansada.
— Roma…
Suas mãos voaram no ar, fazendo com que eu
mantivesse a minha boca fechada e mordesse a minha
língua, me impedindo de lançar acusações verbais, tentando
empurra-lo para fora do quarto.
— Ratinha, você realmente não acha que perderia
isso, não é?
Ele deu um tapinha na mesa de exame ao lado dele e
sorriu para mim.
— Por favor, sente-se. Vamos ver a nossa menina.
Sem hesitação, eu fui para a mesa de exame, depois
de me deitar, eu ouvi a enfermeira entrar e falar.
— Heather, você vai sentir o gel um pouco pegajoso,
eu o aqueci, por isso não vai estar frio.
Eu acenei enquanto a enfermeira espalhava o gel
quente em todo o meu ventre antes do belo rosto de minha
filha aparecer na tela.
Qualquer mulher que já amou verdadeiramente um
homem sabe na vida que só terá apenas um punhado de
memórias que serão importantes. Uma destas é o amor.
Nossos corações são tão autodestrutivos e tolos, como
ovelhas, que nos levam ao nosso próprio abate. E depois de
sermos quebrados... continuamos pedindo, implorando por
mais, porque o doce é a droga de cada mulher. E mesmo
sabendo o que ele vai causar a você, em como vai lhe dizimar
e deixá-la no escuro, ainda iremos perseguir o doce como
bons e pequenos viciados que somos.
Fui correndo em direção a ele no minuto em que
joguei minha mochila no porta-malas do meu carro e corri
para uma vida a qual eu não estava pronta para viver. E eu
me odiava tanto quanto a Roman por isso.
— Lá está ela. — A enfermeira puxou a minha
atenção para a tela. — Você pode vê-la?
Quando eu vi minha filha, Winter Ivy, o soluço
sufocado que eu estava segurando a partir do momento em
que vi Roman, saiu do meu peito.
— Ela é linda.
— É claro que é, ela parece exatamente com sua
mãe. — Ele sussurrou.
Quando eu olhei em seus olhos, eu vi alguma coisa
debaixo do temor, eu vi algo que eu nunca vi no rosto de
Roman... Eu vi medo.
Após a enfermeira limpar o gel de minha barriga,
desligar a máquina e sair calmamente, eu mantive meus
olhos nos seus e lhe fiz a pergunta para qual não queria
resposta.
— Roman, o que você fez?
Lágrimas derramaram pelo meu rosto quando ele se
levantou e começou a andar, passando as mãos pelos cabelos
e as palavras derramaram em torno de meus soluços.
— Roman, o quê? O que você tem feito?
Ele parou na porta e com a voz entrecortada, disse:
— Você nunca vai ser a número treze.
Ele deixou-me olhando para a porta quando esta se
fechou atrás dele.
Como alguém se sente entorpecido e destruído, tudo
de uma vez?
Capítulo 28
Desde que deixei Heather na noite do dia de nosso
casamento, fiquei embriagado em cada momento do dia e eu
nunca me hospedei em uma cidade por mais de uma noite. E
toda noite, eu estava com uma mulher diferente, às vezes, até
três ou quatro de uma vez. Estrangulei todas, eu matei todas
elas, observando-as sangrar enquanto meu sadista
esfomeado apreciava seus gritos e apelos.
A princípio, as mulheres eram de meus círculos
sociais, mas após a besta dentro de mim crescer para o
monstro que eu estava virando, Sebastian começou a alinhar
escoltas em cidade após cidade. E em algum lugar entre a
número treze no Brasil e a número dezessete em Toronto, eu
fui forçado a começar a pegar prostitutas, putas baratas que
ninguém iria sentir falta se eu fosse longe demais.
Ontem de manhã, quando acordei com uma ressaca
de três meses em scotch, deitado em uma poça de sangue da
número vinte, eu sabia que não havia como voltar atrás.
Estava longe de ser a pessoa que eu era antes de
colocar meu coração na frente de nossos amigos e familiares,
enquanto a fria indiferença dos olhos mortos de Heather era a
única coisa olhando para mim e agora, não havia como voltar
atrás.
Devo dizer, várias vezes nesta viagem que eu
sinceramente acreditei que era capaz de ser a antítese do
homem que ela conheceu. Eu lutei com a realidade de ter de
lhe explicar que as pessoas não mudam, de que talvez,
Heather era a pessoa que iria me mudar para melhor.
Em vez disso, ela me mudou para pior.
Antes de Heather, eu realmente pensei que meus
infortúnios, ou a morte das doze mulheres com as quais eu
tive que lidar, eram apenas minha ingenuidade. Eu estava
certo antes de Heather invadir minha vida que a idade e a
prática a impediriam de ser a número treze.
Agora, eu sabia que não era verdade. Eu sou uma
criatura de pura maldade. Isto é quem eu sou, quem eu
sempre fui e quem eu sempre serei.
O que eu disse no começo? O que eu adverti?
Aqui, deixe-me refrescar sua memória...
Vivo a minha vida da única maneira que eu
considerei necessário. Você não concordará com as decisões
que tomei e odiará as que eu não tomei. Todo pecado que eu
cometi, cada vida que terminei, todas as almas que eu
comprei para observar com grande entretenimento enquanto
ela desaparecia. Eu fiz plenamente consciente... para
observar como meus pecados e transgressões afetavam e
alteravam a vida dos outros.
Minhas intenções são minhas e me pertencem cada
uma delas. Eu tinha que estar onde estou hoje, a fim de
atender a minha filha, sem ter seu olhar nos olhos de
Satanás. Eu tinha que estar aqui hoje, para dizer
silenciosamente ao amor da minha vida adeus.
Eu tinha que estar aqui hoje para extrair e
cauterizar-me como um câncer que sou para as duas únicas
pessoas que eu amo e alguma vez amarei.
Na viagem de carro de retorno à mansão, após meu
afogamento em scotch, a voz de Andrew me sacudiu.
— Todos os seus pertences foram embalados e estão
atualmente em rota para a mansão Boulder como foi pedido,
senhor. Sebastian enviou uma mensagem de texto
informando que toda a papelada legal e o mobiliário da casa
já estão lá. Assim que desembarcar, tudo deve estar pronto.
Minha cabeça afundou de volta no assento de couro
enquanto murmurava:
— Obrigado, Andrew.
Boulder, Colorado. Isso era onde eu pretendia
construir uma nova clínica e começar a minha vida longe de
Heather e de nossa filha. Você e eu sabemos que não deveria
ter bênçãos como Heather e Winter, não uma aberração da
natureza demoníaca como eu.
Andrew parou o carro em frente à entrada da
mansão.
— Fique no carro, eu só tenho que pegar o último dos
meus arquivos e estarei fora. Deixe o motor ligado.
— Sim senhor.
Silenciosamente, eu abri e fechei a porta antes de ir
para o meu escritório e fechar a porta. Em menos de cinco
minutos, eu senti seus olhos em mim, eu senti sua presença
angelical, mesmo de costas para a porta.
Uma bomba implodiu dentro do meu peito quando eu
olhei para cima e vi a bagunça que eu fiz a ela. Sua
maquiagem estava borrada, seu rímel estava manchando seu
belo rosto enquanto suas lágrimas caíam em cascatas.
Através de seu pranto, ela murmurava suplicas até que
estava de pé em minha frente. Seus braços envolveram meu
pescoço com força e ela soluçava.
— Por favor, por favor. Roman. Não faça isso, eu lhe
peço. Eu não posso. Por favor, não me deixe. Eu, eu não
posso te perder.
Suas mãos ficaram no meu cabelo antes que ela
puxasse meu rosto para o dela e me beijasse com paixão e
fervor.
Nossas bocas se consumiram entre si, nossas línguas
deslizaram uma contra a outra, nossos dentes quebraram a
pele e nossos lábios sugaram e puxaram nossas bocas.
Minhas malas bateram no chão e eu segurei seu
rosto em minhas mãos, varrendo as lágrimas que meus
pecados causaram. Eu me afastei e sorri para seu belo rosto
confuso e tudo o que uma vez abrigou meu coração se
despedaçou no nada:
— Minha pequena e doce ratinha, você já me perdeu,
amor.
Depois que eu tive que literalmente arrancar as mãos
que estavam segurando meu paletó, eu peguei a minha pasta
e saí. A visão da minha esposa grávida afundando no chão,
clamando em uma confusão de soluços enquanto embalava
sua barriga inchada foi uma visão que vou tentar, a cada
minuto de todos os dias, apagar.
E eu vou falhar.
— Adeus, Heather. Tudo é seu. Tenho a certeza que
você e nossa filha vão ficar bem.
Eu endireitei meu paletó enquanto saía do escritório,
então eu desci a escada enorme, através das portas da frente
da Mansão Payne. Lágrimas piscavam atrás dos meus olhos
enquanto o motorista se afastava para as arvores alinhadas
na calcada da rua. Felizmente, eu fui capaz de piscá-las
rapidamente para longe e eficientemente tirar Heather fora da
minha mente e pensamentos conscientes.
Capítulo 29
Quando eu comecei a trabalhar para Roman, eu
sabia que ele era um filho da puta doente. Eu não só mantive
os arquivos do que ele tinha feito com cada uma de suas
vítimas, mas os estudei também. Porra, meu primeiro
trabalho foi limpar a merda de sua bagunça com o tio de
Mac? Eu tive que empurrar aquele filho da puta pelo
incinerador de lixo. Ele estava em pedaços, embora vamos ser
honestos, um homem que pesa cem quilos nunca vai caber
em um espaço de dois por dois.
Não demorou muito tempo depois de limpar esta
bagunça, quando comecei a ver realmente o homem que eu
sabia que ele era. Durante o ano passado, eu testemunhei
este homem mal transformar-se em monstro comparando
com quem ele era quando nos conhecemos. Além de alguns
inchaços e contusões em Heather que ele limpou, a besta
dentro dele tornou-se inativa. Em silêncio. Eu pensei que ela
tinha morrido completamente.
Não foi até que eu o encontrei absolutamente bêbado
em seu escritório na noite de núpcias, amaldiçoando sua
raiva em ninguém em particular, que eu percebi que a velha
besta ainda estava viva e bem e também ansiosa e pronta
para sair e brincar.
Será que eu criei o monstro que ele é hoje? Não, eu
não fiz. Admito que eu o alimentei. A partir de Los Angeles
para Hong Kong, para o Havaí, em seguida, Canadá e,
finalmente, em Nova York, bem como todas as grandes
cidades no meio. E depois de alimenta-lo, limpei sua
bagunça.
Ele sabia o que estava se tornando e o que isto estava
lhe custando. Depois de ter assinado a última papelada da
nova casa de Roman, eu sorri para a advogada morena sexy e
pisquei enquanto colocava minha caneta dentro do bolso do
meu paletó e saía.
Quando o avião decolou, suspirei de alívio, sabendo
que, depois de ter sido um fantoche todo esse tempo, eu
finalmente dominei o marionetista. Sabendo que eu era o
homem por trás das cortinas guiando Roman, dando-me de
uma só tacada, não só a mulher, mas a sua vida, fez com que
cada pingo de paciência e trabalho tenha valido a pena.
Assim que Roman me deu a minha próxima missão,
eu sabia que todos os meus planos cuidadosamente
elaborados no final, seriam concretizados.
Minha tarefa? Cuidar de sua preciosa Heather.
Garantir a sua felicidade; vigiá-la, enquanto Roman começava
sua vida ao longo das Montanhas Rochosas.
Eu não chamaria meus sentimentos por Mac de
paixão ou obsessão. Simplificando, no momento em que
coloquei os olhos nela, eu sabia que ela era única. Eu sabia
que ela ia ser uma conquista difícil de ganhar e exigiria
paciência e calma acima dos níveis que nunca tinha
trabalhado antes. Mas isso não importava. Eu sempre soube
que isto era a guerra. Eu sabia desde o início que esta seria
uma guerra digna de anos de elaboração. Uma guerra que
comecei a travar na noite em que eu silenciosamente assisti
como ele estrangulava Brittany Sloan enquanto estuprava
sua virtude.
Heather era diferente. Desde o início, eu sabia que
ela foi feita para mim. Eu não tenho palavras para descrever
a ligação entre Heather e eu, então eu sei que nunca vou
saber como explicar isso. Ter que ficar de lado enquanto a
mulher que você ama repetidamente implora por carinho de
um homem que golpeia seu rosto e estupra seu corpo sem
remorso e em seguida, ser forçado a ver diariamente como ela
incha com seu filho, era mais do que eu podia suportar.
Quase.
Eu estava pendurado por um fio, prestes a quebrar
completamente durante seu casamento, seguro de que iria
estragar tudo, mas de alguma forma, perseverei e mantive o
controle.
E agora, cada momento de agonia, finalmente valeu a
pena.
Mac não sabe realmente quem eu sou, ou que
medidas vou tomar para que ela se torne minha.
Capítulo 30
Adormeci no chão do escritório de Roman em uma
confusão, muito parecido com o que havia acontecido antes,
depois de resistir golpe após golpe em meus primeiros dias
aqui. Só que desta vez, ele não deixou os meus ossos
quebrados e minha pele dividida. Não, era muito pior desta
vez. Ele me deixou sem minha alma, meu ser, ele deixou
Heather Mackenzie Payne quebrada e dividida e
completamente sozinha.
É engraçado o que uma mulher é capaz de resistir
fisicamente e emocionalmente quando ela ama alguém.
Iremos percorrer as entranhas do inferno e nunca vacilar.
Nós condicionamos a ser suficientemente fortes todo o tempo,
entregando todo poder a única pessoa que detém todo o
poder de nos dizimar. E fazemos tudo apenas com fé.
Quando você percebe, como eu, que não só lhe
permitiu transformá-la em uma vítima de abuso, mas você
ansiosamente deu-lhe todas as ferramentas e, em seguida,
ajudou na transformação, isso te destroça, fisicamente,
mentalmente e emocionalmente, em todos os níveis, até o
fundo de sua alma.
Nenhuma mulher está preparada para uma revelação
tão catastrófica; Eu tenho a maldita certeza que não.
É preocupante, é doloroso. Tão doloroso que podia
buscar sua definição por todo o dicionário, entretanto, não
seria fácil encontrar uma forma de defini-lo corretamente. As
últimas palavras de Roman ricocheteavam através de mim.
— Adeus, Heather. Tudo é seu. Eu tenho a certeza que
você e nossa filha vão ficar bem.
Uma vez que estas palavras ecoavam nos pedaços
restantes do meu coração. Eu sorri. Eu não podia evitar.
— Tudo é seu.
Eu não ganhei. No entanto, com Roman... alguma
vez, realmente, eu esperava ganhar? Não. Eu vou admitir que
talvez, eu tive breves momentos de esperança e vislumbres do
que poderíamos ser, mas eu sempre soube, Roman era um
homem que você não pode vencer. Uma mulher não pode
ganhar um coração que nunca esteve lá.
Olhando para o lado positivo... não, eu não ganhei.
Mas porra, eu não perdi, não é?

Após um tempo, juntei coragem suficiente para ligar


para meus irmãos. Nossa conversa inicial foi distorcida em
tantas mentiras como verdades e no final da estrada
pavimentada ao lado de nossas vidas destroçadas e aonde
chegamos até levantarmos.
Bobby recentemente mudou-se para me ajudar com
pequenas reformas, enquanto os profissionais trabalhavam
com as grandes reformas. Eu queria Roman completamente
apagado de cada polegada desta casa antes de nossa filha,
Winter Ivy vir a este mundo, mais especificamente, nesta
casa.
Acabei de terminar o piso de madeira do quarto do
bebe, quando ouvi alguém caminhar atrás de onde me
sentava com as pernas abertas, procurando uma cor no
mostruário.
— Eu sei que é estúpido, mas, por favor, faça a
minha vontade. A cor de Inverno de jade pálido ao verde
esmeralda escuro. Eu acho que a cor dominante deve ser jade
e no restante, pintamos com roxo escuro. Mas não muito.
Não quero que pareça como se Hello Kitty tivesse explodido
no quarto da minha filha. Então, podemos fazer o mesmo
esquema de cores com sua roupa de cama e mobiliário. O que
acha Bo?
A pessoa que ri atrás de mim não era Bobby.
— Bem, eu não sei o que Bo acha, mas eu acho que
soa muito bonito, Mac.
Uma vez que puxei minha bunda grande para cima
do chão, eu me virei para ver Sebastian. Estou quase sem
fôlego. Meus olhos se moveram para trás e voltaram várias
vezes antes que eu pudesse reunir minha compostura e
calmamente perguntar:
— Seb, por favor, me diga que ele não está aqui.
Seus olhos verdes brilharam contra sua pele oliva
enquanto passava as mãos pelo cabelo loiro escuro que
estava bem além da necessidade um corte, mas funcionava
bem, devo dizê-lo. Quando ele sorriu, seus dentes brancos
brilharam por uma fração de segundo antes de falar:
— Não, querida. Ele não está aqui. Apenas eu. Eu
queria aparecer e verificar você. Eu sei já faz um tempo, mas
estou preocupado com você e o bebê. Ele me soltou, merda,
eu acho que foi alguns dias após vocês se casarem. Eu não
tenho notícias dele desde então. Eu poderia ter passado por
aqui mais cedo, mas só descobri a duas semanas, que ele a
deixou... merda, eu sinto muito.
Minhas mãos inquietas passaram por meu cabelo e,
em seguida, passaram pelas rugas que não existiam no meu
vestido enquanto eu gaguejava perturbada.
— Não, não. De modo nenhum. Você está bem, Seb,
realmente. Era... bem, você estava lá, você sabe. O que ele fez
foi necessário para mim e minha filha termos realmente uma
vida feliz. Eu sou grata que ele foi capaz de ver além de sua
própria ganância e avareza e nos deixar ir, embora eu tenha
implorado e insistido para ele ficar. — Eu sorrio para ele.
— Eu acho que às vezes, você não pode ver as
arvores de sua própria floresta.
Sua mão estava ao lado do meu rosto e ele estava
colocando o meu cabelo atrás da minha orelha e antes que eu
pudesse registrar o que ele estava fazendo, terminou e suas
mãos foram para os bolsos de sua calça jeans desbotada ao
mesmo tempo em que sua cabeça se agachou para esconder
seu sorriso.
— Sim, senhora. Eu diria que isso acontece mais do
que a maioria das pessoas gostariam de admitir.
Eu vi como a preocupação passou através de seu
rosto, enquanto seus olhos verdes escuros me observavam.
— Tem certeza que está tudo bem, querida?
Eu senti meus olhos se encherem de lágrimas e
acenei.
— Eu não posso me dar ao luxo de não estar bem,
Seb. Eu... ainda dói, mas não é tão ruim como seria se ele
tivesse ficado e continuado com seu ato de "doce Roman"
apenas para deixar-nos depois.
Ele sacodiu a cabeça para a pintura.
— Você se importaria se eu ajudasse?
— Na verdade, eu adoraria ter alguma ajuda se você
não se importar. Meus pés estão inchando como loucos e
estou certa de que esta criança dentro de mim acha que está
morrendo de fome, embora tenhamos comido hambúrgueres
e dois litros de sorvete de menta com gotas de chocolate. —
Eu ri antes de me dirigir para a porta e perguntar sobre o
meu ombro.
— Eu vou pegar um sanduíche ou dez, você quer
alguma coisa?
Sua risada fez algo acontecer dentro da minha
barriga que eu não sentia desde que Roman viajou para a
Franca. Borboletas. Eu senti borboletas e eu conhecia o
suficiente para saber, que não tinha nada a ver com a minha
gravidez.
— Não, eu estou bem, querida. Vá arranjar alguma
coisa para comer, eu vou começar o trabalho pintando as
paredes com essa sua cor de jade. — Ele sorriu antes de
derramar a tinta na bandeja.
Eu lentamente desci as escadas em direção à cozinha
e me fiz quatro sanduíches de queijo grelhado. Desde que
Roman levou Andrew quando ele saiu, eu fui deixada com
meus próprios recursos na cozinha.
Uma vez que eu terminei de fazer os meus
sanduíches, eu levei dois copos e uma jarra de chá doce em
uma bandeja até o berçário e depois que Seb estendeu um
pano limpo onde seria a sala de estar, eu sentei e comi
enquanto partilhava de uma jarra de chá com meu novo
amigo.
Mais importante, eu ri. Quer dizer, eu dei
gargalhadas e não podia te dizer por quanto a tempo. E todo
o tempo, eu senti uma felicidade preencher o vazio que
Roman esculpiu por si mesmo, só para deixá-lo vazio quando
ele se afastou de mim.
Capítulo 31
A data de previsão do parto de Heather foi ontem,
véspera de Ano Novo. Onde eu havia estado desde o dia trinta
e um de dezembro?
Residindo na minha casa com piscina, ou melhor, na
casa da piscina ao lado de Heather, a qual eu destruí o
sistema de aquecimento em outubro para garantir que
ninguém pudesse nadar na piscina ou encontrar evidências
de minha residência.
Tenho estado aguardando e planejando... um
pouco. Eu fui forçado a participar de atividades legais
questionáveis... Possivelmente.
Estou exatamente onde eu deveria estar, quando
todas as luzes da casa acendem as três da manhã no
segundo dia de janeiro, sinalizando uma coisa e apenas uma
coisa? Porra, pode apostar que é!
Meus dedos deslizaram pela tela, até a Dr. Carol. Que
respondeu no primeiro toque.
— Dra. Car…
— Cale a porra da boca e escute. Você tem falado
com Heather na última hora? Não fale a menos que seja para
responder às MINHAS perguntas.
— Ahh... Sr. Payne?
— Qual merda você não entendeu? — Eu cuspi por
entre os dentes cerrados.
— Não, Não, senhor, eu… — Ouvi sua confusão por
telefone por um segundo.
— É o som de seu toque para emergência, você tem
que ligar de volta em um minuto.
— Merda, você não vai! Atenda a chamada, eu vou
estar esperando.
O telefone tocou ocupado. Eu andei violentamente
pela pequena sala na qual eu andei pelo tapete nas últimas
semanas. Eu fiz a única coisa que me fazia ficar calmo desde
que eu aprendi o nome da minha salvação. Eu disse uma e
outra vez.
— W I N T E R I V Y - W I N T E R I V Y.
As letras foram tatuadas em meu coração desde o
primeiro dia em que eu ouvi o nome do meu anjo. A única
coisa boa que eu já trouxe a este mundo.
A meca de todas as coisas puras, criados por um
pedaço de Satanás personificado e o sacrifício da santidade
de sua mãe.
Quando perguntarem no Purgatório onde eu acho
que eu pertenço e por que, vou lhes dizer ao Traiçoeiro
Círculo do Inferno, nono círculo do Inferno de Dante.
Eu tinha tudo e como um maldito idiota, eu deixei
escapar.
— Dr. Payne?
Eu me atrapalhei e quase deixei o telefone cair, mas
continuei a caminhar pela sala.
— Sim?
— A bolsa de sua mulher estourou a cerca de quinze
minutos atrás, enquanto ela tomava banho.
— Ela estava fazendo o quê? — Eu rosnei.
— Tomando um banho, a maioria das mulheres o
fazem Dr. Payne e você e eu agradecemos por isso, então saia
do modo pai e entre no modo de médico.
— Estou em modo de médico, pai médico, porra!
— Oh meu Deus, é por isso, é por isto que eles nos
proíbem de cuidar de nossos próprios familiares. — Ela
suspirou. — Eu estou indo para o hospital agora, eu vou
chamá-lo depois que eu terminar minha avaliação.
Meu riso era sarcástico e perverso.
— Carol, eu estarei na sala de parto, esperando,
observando seus batimentos cardíacos fetais através do
monitor, bem como as notas de avaliação, enquanto estão
sendo inseridas no computador. Eu vou até lá, porra!
Eu coloquei o meu telefone no bolso de trás de minha
camisa antes de entrar na minha McLaren F1. Eu pressionei
o acelerador, testando seus os limites e pulverizei cascalho
quando segui para o hospital.
Por que eu deixei Heather lidar com tudo isso
sozinha?
POR QUE!
Eu deveria ter estado lá, o tempo todo, eu deveria ter
estado lá para as duas e eu não estava.
Eu a magoei, como sempre. Eu a deixei.
Irrompi com cavalos de potência, o escape respirando
ferozmente dentro do estacionamento, estacionando em uma
vaga que não era reservada para mim. Bati a porta do carro e
corri para sala de parto.
Meus sapatos Ferragamo pararam abruptamente na
deserta sala dos enfermeiros. Meus olhos pousaram na placa
do único paciente em monitoramento dos batimentos
cardíaco fetal de toda a ala.
Na ficha, eu li Heather Payne, Gravida 1 Pará 0, GBS
(-), dilatação 8,5 centímetros, Effacement 100%. Médico:
Carol.
De tudo que deduzi ser importante no que acabava
de ler, eu gritei em voz alta:
— Ela está com quase nove centímetros de dilatação,
merda?
Meu foco estava no ritmo cardíaco de Winter e
imediatamente eu senti meu estômago cair, meu coração se
quebrar, minha mente estava fraturada.
Quando a frequência cardíaca do bebê não era
detectável em um monitor fetal interno, significa uma coisa e
apenas uma coisa.
Minha filha não estava mais viva dentro de sua mãe.
O pensamento racional me deixou. Eu reagi como se
cães do inferno estivessem em meus calcanhares.
Assim que eu entrei na sala de parto e escutei os
gritos e risos de Heather misturados com o som do choro de
nossa filha, eu agradeci a Deus pelas bênçãos que eu nunca
vou merecer.
Como um homem, um monstro sádico perverso que
com toda a honestidade deveria ter sido erradicado em seu
berço enquanto ainda era uma criança, eu ainda fui capaz de
discernir quando a sorte ou o destino foi bom para mim.
Quando meus olhos se encontraram com os de
minha filha, me dei conta de que estava cara a cara com a
minha salvadora e tudo o que pude fazer foi sussurrar o
nome dela.
— Winter.
A Dra. Carol estava cuidando de Heather, Winter
estava do lado oposto da cortina, dando-me uma
oportunidade para desfrutar da nova etapa de minha vida.
Nunca tive a intenção de conhecer um anjo, muito
menos chegar perto o suficiente para que sua mão agarrasse
o meu dedo mindinho. Winter, num instante, envolveu todo o
meu ser em torno dela quando envolveu seus dedinhos nos
meus.
Quando eu digo que a minha filha é o bebê mais
lindo no mundo todo, eu digo, não só como um médico que vê
bebês logo após o nascimento a cada dia, mas porque é
verdade.
Winter Ivy era derivado de beleza e bondade que
irradiava de seu espírito minúsculo. Lágrimas escorreram
pelo meu rosto escuro, auto destrutivo, pecador, quando eu
olhei com admiração para este pequeno pedaço de perfeição
que eu ajudei a criar.
Quando eu passei os meus lábios sobre sua testa,
minhas lágrimas caíram, aterrissando em suas bochechas.
Enxugando as lágrimas de seu rosto, eu sussurrei para ela:
— Você sempre será minha menina, sempre. Nunca
pensei que nos conheceríamos, mas o destino e eu temos
visto as coisas de forma diferentes.
Os gritos de Winter foram diminuindo até o silêncio e
eu fiquei olhando para os olhos que refletiam os meus
próprios e então... então, ela sorriu para mim.
— Winter, eu prometo a você, eu estou voltando para
vocês, até lá, seja uma boa menina e escute o que sua mãe
diz. Faça o que ela diz a você, princesa. Por Favor.
Eu beijo cada uma das pontas de seus dez dedinhos,
em seguida, a pele da parte superior de sua cabeça escura
antes de me virar para sair.
Eu tinha um novo propósito. Eu sabia disso agora e
nada, nem ninguém, iria ficar no meu caminho de obter meu
novo objetivo na vida.
— Roman, é hora de sair. Você não pode estar dentro
e fora de sua vida. Eu permiti que ficasse em sua casa da
piscina, mas agora que você a conheceu, é hora de você pegar
suas coisas e fazer o que você sabe que é melhor. Eu a tenho
agora. E ao contrário de você, eu vou cuidar bem dela.
Cada uma de suas palavras foi uma facada no meu
coração. E quando me virei e travei meus olhos, eu percebi
que este era o homem. Eu sempre soube que havia um fator
desconhecido se escondendo nas sombras. Só que eu não
esperava que ele estivesse malditamente tão perto.
— Sebastian — eu acenei. — Como você tem estado?
Capítulo 32
Quando a dor devastadora me acordou, eu poderia
cuspir fogo, eu estou tão brava comigo por perder tempo
tomando banho, depilando minhas axilas e em seguida,
passando a loção "Fresh & Clean" em cada centímetro de meu
corpo. E logo, eu estou com oito centímetros de dilatação e
mais fresca e limpa do que qualquer outra mulher grávida na
história dos trabalhos de parto, que me custou uma peridural
por causa do meu banho improvisado e da depilação a
brasileira. No entanto, quando eu vi o doce rosto de minha
filha pela primeira vez, nada e quero dizer, nada mais no
universo importava depois que nossos olhos se encontraram.
Ela se parecia muito com Roman, era quase mais do
que eu podia suportar. Ela era linda. Seu cabelo era grosso e
tão negro como a asa de um corvo, os lábios carnudos eram
vermelhos, mas foram seus olhos que me cativaram, quietos e
silenciosos enquanto eu os vi brilharem com manchas
prateadas.
A voz de Seb me tirou do "deve ter sido e poderia ter
sido".
— Eu sabia que vocês iriam chutar o traseiro como
uma fênix renascendo das cinzas. Porra, baby, você é Joana
d'Arc do meu livro. Eu nunca estive tão orgulhoso de alguém
ou alguma coisa do que eu estou agora.
Eu sorri, sem tirar os olhos de Winter.
Para qualquer outra pessoa na sala que quisesse
olhar, nem sequer eles perderiam o leve tremor que me
arruinava. Da dor cortando meu coração batendo com a
euforia e ocitocina inundando minhas veias quando minha
filha se agarrou ao meu peito.
— Eu desejei que Roman estivesse aqui. — Eu
sussurro.
— Eu sei que sim, querida. Eu sei.

Enviei Seb para casa, ignorando seus apelos para


ficar com a gente no hospital durante a noite. Se eu não
podia ter Roman aqui comigo, eu não queria um substituto.
Eu preferia gastar esse tempo a sós com minha filha.
O amor não correspondido de Sebastian estava
crescendo contra a minha insistência para que cessasse. Ele
continuava a inserir-se na minha rotina de vida e ao mesmo
tempo, isto tornava as coisas mais fáceis, eu preferiria fazer
isso da maneira mais difícil, sozinha. Eu simplesmente não
tinha coração para lhe dizer, porque eu não sei se conseguiria
ver a luz dos seus olhos desaparecerem quando eu dissesse.
Ele se preocupava comigo e com Winter e eu
agradecia as coisas que ele fazia para mostrar que ele se
importava. Eu só não sei por quanto tempo iria conseguir
lidar com esta farsa. Sem Roman, eu não tinha que morder a
língua para manter meus pensamentos e emoções sob
controle.
Não demorou muito tempo para voltar a ser a Mac
que eu era antes de Roman, assumir o controle e me
transformar em Heather.
Eu me deleitei em meu velho eu. Eu gostava do novo
poder que Roman deixou para trás. Mas, ainda assim, algo
me impedia de evitar a presença e a generosidade de Seb.
Chamá-lo de minha falta de vontade de estar sozinha nessa
enorme casa, ou talvez fosse a necessidade de ter alguma
companhia, mesmo se não fosse com meu marido e pai de
minha filha. Ás vezes, uma mulher só precisava de uma
presença masculina para ajudá-la a ir para a cama a noite.
Isso nunca ia ser amor e não, ele nunca seria o meu
Roman... Mas isso ajudava a aliviar a dor. Mantinha a solidão
numa baía tranquila nas piores noites, me segurando quando
começavam meus soluços imprevisíveis... Quando estava
comigo, ele apagava a dor.
Às vezes, quando uma mulher é deixada para viver
sua vida e criar seu filho sem sua alma gêmea, ela deve
continuar. Não importa o quanto ela detesta a ideia de fazê-
lo, por causa de seu filho e de sua própria sanidade, ela deve
encontrar uma maneira, qualquer porra de maneira de
perseverar, mesmo que seu coração se quebre dia após dia.
Mesmo se a medula de seus ossos, a alma escondida e
encerrada, grite constantemente como é errado em cada nível
visceral.

Winter completava hoje seis dias. Seb e eu caímos em


uma rotina, que devo dizer, eu me adaptei mais fácil do que
pensava.
Depois que Winter dormiu, eu me levantei da cadeira
de balanço e a deitei em seu berço, antes de olhar em torno
do quarto que Seb pintou meticulosamente.
Meus dedos pressionaram os interruptores duas
vezes e o quarto ficou escuro. E assim, todas as noites, antes
de eu pegar a baba eletrônica e descer as escadas para pegar
um copo de leite.
Depois de enxaguar o meu copo e colocá-lo na
máquina de lavar, eu andava pela casa tranquilamente para o
meu quarto. Quando eu entrei na sala de estar, o fogo
refletindo nas paredes escuras me pegaram com a guarda
baixa e eu vacilei com a visão de Roman delineada pela luz do
fogo em sua plena estatura... Olhando diretamente para mim.
Sua camisa branca habitual estava fora da calça, com as
mangas desabotoadas e enroladas até os cotovelos.
Foi só quando estava perto o suficiente dele que eu vi
o sangue espalhado na frente de sua camisa amarrotada,
desabotoada no peito.
Seu cabelo estava uma bagunça conforme seus dedos
passavam por ele neste momento, com seu rosto barbeado
com linhas escuras emoldurando a boca e ao redor dos seus
olhos.
— Sente-se. — Ele rosnou.
O senso de autopreservação em um esforço para não
acordar Winter, eu silenciosamente fiz como ele me disse.
Ele deu voltas em torno de onde me sentei durante
vários minutos em silêncio antes de abrir uma pasta, que
passou despercebida até agora e começou a golpear as doze
fotos.
— É por isso que você entrou na minha vida,
Ratinha? Essas mulheres são a razão por que você decidiu
me procurar? Para me mostrar amor? Me salvar? Hein? Você
queria me salvar de mim mesmo, Heather? É isso?
Eu balancei minha cabeça e mantive os olhos sobre
as fotos das doze mulheres que ainda estariam vivas hoje, se
não fosse por Roman.
— Você sabia a que tipo de homem pertencia às mãos
em que estava colocando sua vida e mesmo assim, você optou
por fazê-lo. Foi uma garota em particular que eu matei que
fez você escolher, ou foram todas as doze? Ou será que foi a
sua necessidade de se tornar a décima terceira. Foi?
Eu estremeci, soltando um grito quando ele golpeou
uma foto horrível de uma mulher nua, coberta de cortes e
feridas, sangrando em uma cama, com um fio amarrado com
tanta força em volta do seu pescoço que seus olhos roxos e os
lábios azuis contrastavam fortemente contra os lençóis
brancos.
— Número Treze. Isso faz você me amar?
Eu fiquei olhando para a foto, lutando por palavras
enquanto ele se elevava sobre mim, arrancando a foto e a
esmagando sobre meu rosto, gritando e batendo na mesa
novamente.
— Não é? — Rugiu.
— NÃO! — Meus olhos se fecharam quando a palavra
foi arrancada de minha garganta.
— Maldita mentirosa!
Boom. Suas mãos bateram na mesa novamente.
Quando meus olhos olharam para baixo, para onde a mão
dele estava ele revelou outro cenário. Este era de uma mulher
morena pendurada pelo pescoço em um ventilador de teto por
fios. Marcas de faca em forma de luas que iam das suas
coxas até onde os vínculos estavam cortando a pele ao redor
de seu pescoço.
— O que tem ela? Você me ama por causa do meu
trabalho prático na número quatorze?
A bile sobe pela minha garganta e eu botei pra fora:
— NÃO!
— MENTIROSA! — Boom. Sua mão bateu na mesa
novamente, mas meus olhos permaneceram fechados.
— O que acha da número quinze? Ela não era como
as outras duas primeiras meninas, ela lutou um pouco. Olhe
para elas, Ratinha! OLHE!
Cada foto das meninas que ele passava era sempre
pior do que a última.
Meu coração doía por elas. Cada uma delas. Meu
coração se partiu pelas vidas perdidas, pela perda de suas
famílias. Meu coração se partiu, porque eu poderia ter feito
algo para impedir isso. Em vez disso, eu não fiz nada, mas
fechei os olhos e tolamente esperei que eu fosse mulher o
suficiente para fazê-lo parar com isso. Que das treze, eu seria
capaz de lhe mostrar amor suficiente, dar-lhe a felicidade
suficiente, ser suficiente, mas nunca fui.
Boom.
— Número dezenove, ela implorou por isso, o tempo
todo. Implorou-me para terminar. Eu quase não lhe concedi a
morte, ela queria isso, mas no final, ela era uma ponta solta.
E todos nós precisamos ter certeza de que essas pontas
estejam amarradas, você não acha?
Eu não podia nem mesmo ver as marcas faciais ou
determinar a cor da pobre garota, ela nada mais era do que
uma bagunça emaranhada de cabelo e sangue.
— Isso faz você me amar? — Ele rugiu saliva voando
de seus lábios a centímetros do meu rosto, respirando com os
dentes cerrados.
— NÃO! — Meus soluços tornaram-se esmagadores,
quando eu gritei de dor e agonia do que a minha vida se
tornou.
Em desespero para fazer tudo ir embora quando sua
mão bateu na mesa pela vigésima vez, com a vigésima
imagem em seu punho, eu menti quando ele exigiu.
— É a número vinte? Honestamente tudo que eu
lembro é de acordar embebido em seu sangue, com o gosto de
uísque me sufocando. Ela é a razão pela qual você me ama,
ratinha? Ela é a porra do porquê?
— SIM! — Eu soluço. — Sim, porra!
— Você é uma MENTIROSA!
E então... O meu mundo ficou escuro.
Eu morri no dia em que Heather se foi.
A espiral decadente da minha vida consistia em caos
e carnificina. As grandes quantidades de álcool que consumo
em uma base diária é um catalisador para profanar os
estragos embaixo de minha alma, pois é uma cura, um
bálsamo para aliviar a dor que eu recuso a reconhecer que
existe em mim.
Eu vou admitir que eu nunca quis decepcioná-la,
mas o que você pode esperar de um homem sempre vinculado
ao inferno?
Nada disso importa mais, agora. Não com a minha
Heather tendo ido embora. O pensamento gira em torno de
um buraco negro tão escuro que sufoca, um lugar muito mais
escuro do que eu já estive antes.
Tornei-me descuidado e imprudente em minha
destruição autodepreciativa, eu estou no ponto onde eu quero
que eles me prendam. Andrew me impediu de sair de casa
bêbado com a pele coberta da cabeça aos pés com o sangue
de minhas últimas vítimas em inúmeras ocasiões.
Eu quero que o mundo me veja como eu sou
realmente.
Sadista.
Filho da puta.
Assassino.
Monstro.
A própria besta de Lúcifer se saboreando, fazendo da
Terra um inferno.
Quando você vai perceber que alguns homens não
podem ser alcançados...
Você acha que eu odiava o homem que eu era antes?
Eu sou bête noire, a Besta Negra.
Eu não rezo para qualquer Deus, eu oro por mim...
Para mim mesmo.
Agradecimentos

Amanda Harrison, Trina Taylor e Kylie Afiado obrigado,


obrigado, obrigado por ter cuidado de mim! Deus sabe que eu não
posso cuidar de mim mesmo.
Para Robin, Dolores e Jennifer, muito obrigada por
estarem lá por mim quando eu estava no fundo do poço. Você não
tinha que estar lá, mas você estava e eu sempre vou me lembrar
disso.
As cadelas da Kimber, OBRIGADO! Não há nenhuma maldita
maneira que eu poderia ter feito isso sem as histórias de Wesley
sem todos e cada uma de vocês, vadias, dos badass! XOXO
Lauryn, Meg e B, vocês são minha razão de viver, minha
razão para respirar e se não fosse por vocês três, eu teria
vivido minha vida como uma mulher enlouquecida. Cada doce bênção
que eu nunca poderia viver sem e eu amo cada um de vocês.
Mamãe e papai, eu sei que eu sou a filha menos
convencional para ter e também a filha mais difícil de amor, no
entanto, um dia, vou fazer com que vocês tenham tanto orgulho.
Obrigado, muito obrigado por dar a Bobby e eu a família
maravilhosa e amorosa que crescemos. Mamma, obrigado por me
levantar por ser forte e por nunca se por para baixo, mas acima
de tudo, muito obrigado, mamãe, por ser minha melhor amiga.
Papai, muito obrigado por ser o melhor pai no mundo inteiro. Eu
vou ser sempre a queridinha do papai em primeiro lugar, mesmo
quando eu tiver cem anos de idade. Eu amo muito vocês dois e rezo
para que eu possa deixar vocês orgulhosos. * Psst... Mamma, não
deixa o papai ler qualquer um dos meus livros – só os
reconhecimentos SOMENTE!!!!
Autor Bio
Eu nasci e cresci em Louisiana... e não, eu não vivo em uma
albufeira, eu realmente vejo as praias da costa do golfo
mais do que eu vejo uma albufeira, lol. Eu comecei a
escrever poemas e contos muito cedo em minha vida. Você
sabe, para Michael e Leo e Nick. Eu fui uma colecionadora de
livros desde que eu tinha 11 anos de idade, mas, em seguida,
um par de anos atrás aconteceu algo maravilhoso! Os 50
Shades of Grey trouxe à vida a minha prostituta interior e
comecei a ler qualquer coisa. Quando a leitura não era mais
suficiente e eu notei que muitos dos meus autores favoritos
indie e seus livros não estavam recebendo a exposição que
seu trabalho merecia, eu o transformei em uma missão,
começando meu próprio blog, a comprando seus livros e lendo
os um por um. E, então, eu escrevia os comentários para o
meu blog e não se contive em escrevê-las (Hell yeah esses
filhos da puta são palavrões carregado). Eu nunca fiz uma
única coisa na minha vida pela metade. Eu sempre fui além.
Após o sucesso do meu Blog e a insistência de um dos meus
melhores amigos, a minha irmã de outro senhor, Trina Taylor
de Bad & Livros sujos, eu estava pronto para finalmente
tomar a mergulhar e ver se eu podia escrever um livro que
valesse a pena. Eu sou uma menina do sul, uma obscena
prostituta autoproclamada e eu continuo a ouvir que eu sou
uma autora, mas honestamente... eu não acredito nos rumores.
Eu não me sinto como um spittin kickass bitch 'fora letras,
ou histórias, como uma porra de rockstar.
Tatuado em minhas costelas estão as palavras que eu
sempre vive por elas: '. Aut viam inveniam aut faciam tibi
— Latin para: Se eu não puder encontrar uma maneira, eu vou
fazer o meu próprio.

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