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Pitiose
Também conhecido como Tumor dos Pântanos – é uma infecção invasiva, ulcerativa, proliferativa, micótica,
piogranulomatosa causada por fungos do gênero Pythium ou Insidiosum sp. Que são fungos de plantas aquáticas de
agua parada.
Epidemiologia: ocorre geralmente em locais de temperaturas mais altas (30-
40°C), principalmente nos meses de maior calor, durante ou após a estação chuvosa.
É comum em equinos que possuam contato com lagos, pântanos, açudes, áreas
alagadiças.
Patogenia: Lesões clinicas cutâneas primarias com instalação de fungos no
tecido subcutâneo. Há uma lesão com necrose subcutânea e intensa reação
eosinofílica e necrose de vasos sanguíneos. Acomete membros e baixo ventre. Ocasionalmente pode ainda acometer
lábios, narinas e genitália externa.
Sinais clínicos: ocorrem lesões iniciais e inicio de tumefação local com posterior exsudação serosa. A ferida
possui expansão rápida e formação de granulomas ulcerados, formação de tecido de granulação exuberante e fístulas,
que ultrapassam os bordos da lesão. Ocorre a formação de grumos e massas necróticas amareladas e acinzentadas,
pruriginosas. Aspecto multifilamentoso denso, fétido, podendo haver ainda infecções secundarias bacterianas causando
secreção purulenta e pegajosa.
Diagnóstico:Anamnese, Historia clínica, exame físico, aspecto granulomatoso da lesão, presença de áreas
necróticas com fistulas e canais de secreção viscoso. Na citologia é possível ver hifas em galerias na pele. Cultivo em
meios para fungos – isolamento do agente, sorologia e histopatológico.
Tratamento: eficiente apenas em lesões pequenas onde é possível a remoção de toda a área. Pode ser usado
Anfotericina B 150 mg: 0,3 mg/kg IV, diluído em 1L de glicose. O tratamento é longo e pode ser nefrotóxico.
Antifúngicos normais não tem eficácia já que o Pythium é um fungo de plantas.
Ideal: Imunoterapia através da vacinação com antígenos derivados de culturas. Pode ser usado tanto como
vacina como para tratamento. Aplicação da dose e reforço com 14-21 dias e depois a cada 21 dias durante 3 meses ou
até a remissão total da ferida.
Pode ser feita o desbridamento cirúrgico da lesão, manutenção da ferida limpa.
Sarcóide Equino
Possui envolvimento com Papilomavírus tipo 3 e tipo 4, levando a produção de tumores benignos,
não metastáticos, mistos que podem ser ocultos, nodulares, ulcerados, pedunculados, etc. São bem
delimitados e frouxos no subcutâneo, sem aderência na musculatura, podendo ocorrer em qualquer
região do corpo, porem são mais frequentes em locais onde prendem os arreios. Os tumores tendem
a gerar prurido e são altamente recidivantes. O prognóstico depende da resposta imune do animal.
Tratamentos: auto-hemoterapia, ozonioterapia, acupuntura para o aumento da imunidade,
criocirurgia, cirurgia, pomada da aciclovir, vacina de BCG, mocha.
Melanoma
Neoplasia maligna com característica metastática, podendo infiltrar para órgãos internos e na musculatura.
São indolores, causados por melanócitos influenciados por raios UV. Em pele despigmentada há um
aumento da chance de ocorrerem tumores de células escamosas e melanomas. Acomete mais
frequentemente as regiões das bolsas guturais e glândulas parótidas, ao redor de anus. Possui maior
acometimento de animais com a pelagem tordilha, acima de 12 anos.
Tratamento: não há tratamento, não sendo indicada a remoção cirúrgica pelo risco de metástase.
Pode ser feito o controle da gastrite e ulceras gástricas utilizando um antagonista de H2 (As neoplasias
produzem histamina e liberam H2), que vai diminuir o progresso dos tumores.
Diagnóstico: característica das lesões, citologia aspirativa.
Rodococose
Zoonose oportunista de paciente imunocomprometidos, causada pelo Rhodococcusequi em potros com 6-16 semanas
de idade. É considerado um dos patógenos bacterianos mais importantes causadores de pneumonia fatal em potros. Em
equinos adultos a bactéria normalmente habita o trato digestório de forma saprófita, porém, ao ser eliminada pelas
fezes se torna potencialmente patógena e capaz de ocasionar enfermidades nos potros. Ocorre quando os potros
possuem deficiência na transferência passiva de colostro. O potro se contamina principalmente
por meio da inalação de aerossóis. A bactéria se multiplica no interior de macrófagos e
neutrófilos, dificultando a resposta imune adequada e induzindo a formação de
broncopneumonia piogranulomatosa, enterite ulcerativa e linfoadenite mesentérica. O curso
da doença pode ser agudo com a morte rápida do animal pela severa pneumonia, ou crônico,
durando de 30-40 dias, com 64% de mortalidade.
Sinais clínicos: anorexia, apatia, fraqueza, anemia, animais caquéticos com abdômen penduloso, fezes pastosas
que grudam na região perineal, com odor fétido, intolerância ao exercício, tosse seca, FR aumentada, crepitação, sibilo,
hipertermia (41°C), polisinovites, principalmente tibiotársicas.
Diagnóstico: pode ser feito através de raio x de tórax, hemograma, cultura do lavado traqueal e testes
sorológicos.
Prevenção e controle: manejo adequado, higiene, reconhecimento precoce da doença, isolamento de doentes.
Tratamento: uso de antibióticos específicos como uma combinação de eritromicina ouazitromicina com rifampicina,
pois estas penetram nos macrófagos – 25 mg/kg(eritromicina) e 10 mg/kg (ripampicina) VO, administrados
de até 48-72h após o desaparecimento dos sintomas; administração de plasma hiperimune, visando
aumentar as concentrações de imunoglobulina sérica, local protegido e abrigado. Prognostico reservado,
Manejo de feridas
Os equinos são muito susceptíveis a traumas e neoplasias cutâneas, apresentam o tecido de cicatrização na
forma de granulação muito exacerbada, sendo essa granulação exuberante muito semelhante as lesões
produzidas por sarcóide e ptiose equina. Outra característica de equinos é a rápida retração da pele logo
após uma lesão, levando comumente a deiscência de pontos, sendo as vezes melhor o tratamento por
segunda intensão.
Definições de feridas: as feridas são lesões na pele produzidas por ação traumática externa, que podem ser:
- Superficiais: quando as bordas são limpas e regulares, sem lesão nervosa ou vascular, como no caso de lesões
abrasivas e queimaduras
- Profundas: quando há o comprometimento de vários planos, atingindo nervos, músculos e ossos, como no caso de
perfurações ou lacerações.
Tipos de cicatrização:
1ª Intensão: realizada em feridas cirúrgicas, que podem ser suturadas e fechadas, normalmente assépticas.
2ª Intensão: quando em bordas distantes e irregulares, contaminadas, com presença de secreção e tecido
necrótico. Necessário manejo intenso e muitas vezes a colocação de um dreno.
Tratamentos:
Inicialmente deve ser realizada uma tricotomia ampla para a retirada dos pelos ao redor da lesão, facilitando a limpeza e
evitando maior contaminação do tecido. Deve ser feito o desbridamento com retirada do tecido morto ou necrosado,
feita uma escovação utilizando gaze para causar um choque mecânico, removendo tecidos mortos e materiais
estranhos. Isso reaviva a ferida e evita muitas vezes a formação de tecido proliferativo. Deve ser feita a lavagem
utilizando substancias detergentes como sabão de coco, agua corrente, soluções fisiológicas ou soluções salinas. Em
seguida é feita a assepsia da ferida utilizando PVPI 0,1-0,2%, clorexidine 0,05% ou solução de Darkin (água boricada e
hipoclorito). Por último realiza a utilização de substancias cicatrizantes como: aloe vera, calêndula, melaleuca, própolis,
casca de andrade... pomadas como vetaglós, Hipoglós, alantol, óxido de zindo, alantoína, bepantol...
É necessário sempre fazer a limpeza da ferida, pelo menos duas vezes ao dia, se possível utilizar bandagens
para evitar contaminações, miíases e o ressecamento da lesão.
Sulfato de cobre: diminui o tecido de granulação – cauterização química.
Placa aural
É uma Afecção viral que causa lesões bem delimitadas na face interna do pavilhão auricular externo de
equinos. As lesões podem ainda estar presentes em lábios, narinas, pálpebras e membros dos equinos. É
caracterizada por uma hiperqueratose de coloração esbranquiçada, que podem ser únicas ou múltiplas
com tendência a coalescerem.
Etiologia: Família Papillomaviridae – Equuscaballus, papillomavirus tipo 3 e 4, espécie-específicos. Dependem
muito da imunidade do animal.
Patogenia: habitantes naturais de pele hígida, só levam a proliferações tumorais ou ulcerativas quando se tem
envolvimento do sistema imune. Apesar de terem na pele hígida, os equinos precisam de contaminação com contato
com portadores (direta ou indiretamente). É considerada uma doença auto limitante.
Sinais Clínicos: incomodo, relutância em colocar freios ou cabrestos, placas de hiperqueratose do tecido
acometido esbranquiçadas variando de tamanho de 0,5 a 20cm, únicos, múltiplos ou coalescentes.
Diagnostico: anamnese, histórica clínica, sinais clínicos, exames complementares (biopsia e PCR – raspado de
áreas de transição entre papilomas e tecido saldável).
Diferenciais: neoplasias (sarcóide, carcinomas de células escamosas – só em áreas despigmentadas, melanoma
– também áreas pigmentadas).
Tratamento: considerada auto limitante, portanto, sem tratamento especifico. Empírico com imiquimode tópico
5%, duas vezes por semana com intervalos de uma semana (12 aplicações, total de 6 semanas), porém é extremamente
agressivo. Se forem apenas alguns papilomas, seda o animal e faz a raspagem profunda. Auto vacinas pela produção
após maceração e processamento dos próprios papilomas dos animais, porem eficácia de 50% e em equinos pode ter
reação com o veículo. Raspagem, cauterização e auto-hemoterapia (2 aplicações anteriores ao procedimento com
intervalo de 7 dias, 20mL aplicado intramuscular, faz o procedimento e após ele faz quantas aplicações forem
necessárias – sem reincidias). Aldara 5% cream: antioneoplásico da linha humana para tumores de pele (não malignos),
tópico. Ainda excisão cirurgica.
Prevenção e Controle: evitar contato de infectados com não acometidos, contato esse direto ou indireto
(equipamentos, vetores).