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Transporte marítimo

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O transporte marítimo é o que utiliza como vias de


passagem os mares abertos, para o transporte de
mercadorias e de passageiros. O transporte fluvial usa
os lagos e rios. Como o transporte marítimo representa
a grande maioria do transporte aquático, muitas vezes é
usada esta denominação como sinônimo.

Com o desenvolvimento da indústria automóvel e da


aviação a importância do transporte marítimo decresceu Figura 1. Navio atravessando
ou seja foi reduzido, mas ainda assim é eficaz para o canal do Panamá nas
curtas viagens ou passeios de lazer. Os navios já há comportas de Miraflores.
muito que são utilizados para efeitos militares, tanto
para formação, invasões, bombardeamentos, transporte
de armamento e recursos como por exemplo os Porta-aviões.

O transporte marítimo pode englobar todo o tipo de cargas desde químico,


alimentos, areias, cereais, minérios a automóveis e por ai adiante. A carga chamada
carga geral é transportada em caixas, paletes, barris, contentores etc. Um dos meios
de empacotamento de carga mais utilizados e que mais contribuiu para o
desenvolvimento do transporte marítimo desde a década de 1960 é o uso de
contentores. Existentes em tamanhos padronizados permitem o transporte de carga
de uma forma eficiente e segura, facilitando o transporte e arrumação da carga
dentro dos navios. Existem softwares especializados para o carregamento de
contentores, divulgando informação sobre como e de que forma dispor a carga
dentro dos contentores, optimizando espaço e cumprindo regras de transporte, por
exemplo cargas leves em cima de cargas pesadas.

Índice
História
Vantagens e desvantagens
Marinha de comércio
Intervenientes no transporte
Responsáveis pela navegação
Tipos de navios de transporte
Vida no mar
Questões ambientais
Acidentes e mitos
Infra-estruturas
Galeria
Referências
Ver também
Ligações externas

História
A navegação marítima nas épocas antigas, medieval e
moderna (figura 2), foi o mais importante meio de difusão
comercial e cultural. Foi pelo mar que os portugueses
descobriram novos mundos, que os viquingues fizeram as suas
conquistas e muito mais. A história do barco é tão antiga
quase como a do homem, antes de trabalhar a pedra o homem
Figura 2. Caravela descobre que um tronco suficientemente grande é capaz de o
portuguesa Boa fazer flutuar, depois com o evoluir da civilização, quem sabe
Esperança. cem, mil ou cem mil anos depois vai aprendendo maneiras de
mudar a forma desse tronco tornando-o mais estável e melhor,
chegando mais tarde a barcos e caravelas (Gomes, 2004).

Têm-se verificado inúmeros avanços na tecnologia de navegação desde a idade


média, quando os navegadores mediam a altura (ângulo em relação à linha do
horizonte) da estrela polar (no hemisfério norte) para saber a latitude usando o
astrolábio, passando pelo advento do relógio utilizado para medir a longitude, até os
dias de hoje, em que avançadas tecnologias, tais como o GPS e comunicação via
satélite, são utilizadas para saber a localização e orientação de navios com precisão
em qualquer hora ou situação meteorológica.

Um dos canais naturais mais longos e importantes para a travessia entre os oceanos
Atlântico e Pacifico é o Estreito de Magalhães, descoberto em 1520 por Fernão de
Magalhães, mas com a evolução da indústria e exigências cada vez maiores pelo
mercado são necessárias infraestruturas cada vez mais sofisticadas, por exemplo os
portos, como a construção de canais e diques para a uma mais rápida travessia de
navios, um desses exemplos é o Canal do Panamá.

O Canal do Panamá (figura 1) é talvez o canal de ligação entre oceanos mais


importante do mundo, tem 77  km de extensão interligando os oceanos Pacifico e
Atlântico. Foi inaugurado a 15 de Agosto de 1914 e representou um triunfo
estratégico e militar importantíssimos para os Estados unidos, visto que serviu de
apoio à primeira guerra mundial. Revolucionou ainda os padrões do transporte
marítimo até então utilizados e serve agora como uma das principais ligações
marítimas entre Nova York e Califórnia.

Vantagens e desvantagens
Vantagens:Permite deslocar cargas de maior tamanho e em maior quantidade com
menores custos associados em comparação com o transporte aéreo ou terrestre para
deslocações intercontinentais; custo do frete.

Desvantagens:
pouca flexibilidade da carga;
baixa velocidade de transporte;
necessidade dos produtos transitarem nos portos/alfândega, implica um maior
tempo de descarga;
distância dos portos aos centros de produção;
estragos ou perdas de carga. (Carvalho, 2002, p. 194).

Marinha de comércio
A marinha de comércio é o ramo da marinha mercante, essencialmente, dedicado
ao transporte de pessoas e de mercadorias. Muitas vezes a marinha de comércio é
referida como "marinha mercante", no entanto, corretamente, este último termo é
mais abrangente, incluindo também a marinha de pesca, a náutica de recreio e as
atividades marítimas auxiliares.

Os navios estão sujeitos a regulamentações internacionais e nacionais, sobretudo no


que diz respeito aos de marinha mercante (figura 3). As duas principais organizações
responsáveis são: a Organização Marítima Internacional (com influência em todo o
mundo) e a Agência Europeia de Segurança Marítima.

As principais convenções internacionais estabelecidas para a marinha mercante são:

Solas - Convenção Internacional para a Salvaguarda da Vida Humana no Mar,


assinada em 1974;
Marpol - Convenção Internacional para a Prevenção e a Poluição pelos Navios,
assinada em 1973 e 1978;
LL 66 - Convenção Internacional para as Linhas de Carga, assinada em 1969;
Colreg - Convenção sobre o Regulamento Internacional para prevenir os
Abalroamentos no Mar, assinada em 1972;
STCW - Convenção Internacional sobre Normas de Formação, de Certificação e de
Serviço de Quartos para os Marítimos, assinada em 1995;
SAR - Convenção Internacional sobre a Busca e Salvamento Marítimo, assinada em
1975.

O pessoal

Oficiais;
Marinhagem.

Cada escalão abrange várias categorias e especialidades.

Os pilotos, os maquinistas e os radiotécnicos são formados na Escola Náutica Infante


D. Henrique e estão incluídos no escalão dos Oficiais. Os marítimos de cada
categoria podem desempenhar funções de diferentes níveis conforme a dimensão do
navio.

Intervenientes no transporte
Armador: é a entidade que se ocupa do transporte propriamente dito. Quer seja o
proprietário, o explorador ou o simples fretador de um navio, a sua missão é a de
transportar as mercadorias ou passageiros do ponto A ao ponto B através do mar,
rios e lagos, a tempo e em segurança. Para manter a sua atividade está em ligação
com numerosos outros intervenientes:
agentes que são intermediários, entre carregadores e transportadores de
mercadorias;
pilotos que realizam operações portuárias;
seguradoras que oferecem seguro do navio, da carga e assumem a
responsabilidade em caso de acidente.

Nos portos em que não está instalado o proprietário vai confiar estas tarefas a um
agente destinatário.

Estivador: é o trabalhador que organiza as cargas para embarque e desembarque


dos navios nos portos. Grande parte desta atividade hoje em dia já está
automatizada, ainda assim é um trabalho perigoso. Exige o conhecimento tanto da
carga como da maquinaria em questão, tornando-se num trabalho de condições
físicas extremas;
Transitário:A pessoa que trata do transporte da carga desde o fornecedor ao
cliente. Ela seleciona as transportadoras necessárias. Está relacionado com o
agente marítimo para a entrega de mercadorias;
Organizações de reboque e pilotagem de portos: asseguram a boa navegação
do navio dentro da área portuária;
Seguradora marítima: segura o navio e a sua carga, e assume a
responsabilidade em caso de acidente;
Agente marítimo ou Agente de navegação: é o representante do armador nos
portos onde o mesmo não tem delegações. É responsável pelas formalidades
administrativas e ocupa-se de todos os assuntos antes da chegada de um navio e
durante a sua estadia num porto (reboque, pilotagem, reparações, relações com as
autoridades marítimas e portuárias, assuntos da tripulação e gestão da carga);
Shiphandler : é a entidade que abastece os navios de produtos alimentares e de
outros consumíveis.

Responsáveis pela navegação


São todos os responsáveis que asseguram uma boa navegação assim como o bem
estar dos tripulantes e passageiros. Podemos dividir assim a tripulação em algumas
secções:

No Convés encontram-se os responsáveis pela navegação e a manobra geral do


navio:

1. Comandante (figura 4)
2. Imediato
3. Oficiais pilotos
4. Praticantes de piloto
5. Contramestre
6. Marinheiros
Na Secção de máquinas de um navio estão os marítimos que operam e mantêm
os sistemas de energia e de propulsão da embarcação:

1. Chefe de máquinas
2. Segundo oficial de máquinas
3. Oficiais maquinistas (figura 5)
4. Eletricistas
5. Mecânicos de bordo
6. Marinheiros-maquinistas Figura 5. Oficial de
7. Ajudantes de maquinista máquinas no posto
de controlo de
O Serviço das câmaras inclui os marítimos responsáveis máquinas de um
pela gestão administrativa e financeira do serviço de navio.
passageiros, tripulação e do abastecimento do navio.

1. Chefe de comissariado
2. Oficiais comissários
3. Praticantes de comissário
4. Despenseiros
5. Cozinheiros
6. Ajudantes de cozinheiro
7. Empregados das câmaras

Serviço de saúde. Fazem parte integrante deste serviço todo o pessoal médico e
de enfermagem, responsável por assegurar a saúde de passageiros e tripulantes a
bordo:

1. Médico
2. Enfermeiros

Outros departamentos. Conforme o tipo de navio pode existir pessoal


especializado noutros departamentos a bordo:

1. Empregados de hotel
2. Empregados de bar
3. Empregados de casino
4. Empregados de entretenimento
5. Empregados da segurança

Estes postos podem diferir consoante o tipo de Navio, tamanho e curso da rota
(longo ou curto curso).

Tipos de navios de transporte


Diversos tipos de navios são utilizados para o transporte marítimo. Podem ser
distinguidos pelo tipo de propur, tamanhos, formas e o tipo de carga. As
embarcações de recreio e de lazer utilizam ainda o vento como meio de propulsão,
enquanto os navios de carga e outros navios utilizam motores de combustão interna.
Em zonas de águas pouco profundas são normalmente utilizados barcos com um
calado pequeno, como semirrígidos e hovercrafts, sendo estes últimos impulsionados
por grandes hélices.

Navio tanque, Navios tanque assim como o Sabrina I são


utilizados para o transporte de líquidos, cereais entre outras
cargas, podendo carregar desde centenas a milhares de toneladas
de carga. São facilmente reconhecíveis pelos seus grandes
compartimentos a bordo com grandes comportas, construídas de
forma a deslizarem para os lados para facilitar a entrada da carga
nos compartimentos.
Os Petroleiros são também navios-tanque mas geralmente para
o transporte de líquidos como o crude,derivados do petróleo,gás
natural, gás liquefeito, químicos, óleos, vinho. Podem transportar
milhares de toneladas, embora sejam bastante importantes para a
nossa indústria, são dos navios que mais problemas ambientais
representam, como no caso do navio Prestige.
Navios Frigoríficos são navios especializados em transporte de
carga refrigerada, por exemplo medicamentos, alimentos entre
outras cargas.
Os Navio porta-contentores são navios que transportam a sua
carga em contentores, normalmente empilhados segundo uma
técnica conhecida como conteinarização. São normalmente
impulsionados por grandes motores a diesel e uma tripulação que
pode variar de 10 a 30 pessoas. São os navios que transportam a
maioria da carga do mundo, visto que podem transportar quase
todo o tipo de cargas.

Cargueiros ro-ro, São navios de carga construídos para


transportar cargas móveis assim como automóveis, atrelados ou
vagões ferroviários. Têm a particularidade de a sua proa ou popa
serem escotilhas que podem abrir de modo que a carga entre
para o convés pelos seus próprios meios,enquanto navios mais
pequenos como os ferries tem rampas de acesso. A terminologia
RORO é normalmente aplicada para navios de maior porte.

Este tipo de Embarcações pequenas são utilizadas para


transporte entre locais pouco distantes. Devido ao seu calado
pouco profundo são utilizadas em locais com recifes ou com águas
pouco profundas. Os navios com calados tem mais espaço na
quilha podendo transportar cargas nesse espaço e conseguem
uma maior estabilidade.
Os Cruzeiros assim como o MS Independence of the Seas, um
dos maiores navios cruzeiro do mundo, pertencente à operadora
Royal Caribbean International, são navios de transporte de
passageiros utilizados para viagens de lazer. A própria viagem
assim como as diferentes actividades a bordo proporcionam uma
fantástica viagem. É considerada uma das maiores partes da
indústria do turismo, transportando milhões de passageiros cada
ano e dando assim uma grande oportunidade ao comércio situado
perto dos portos.
Cable layer são navios de alto mar utilizados para colocar cabos
submarinos debaixo de água, como fibra óptica e outros tipos
utilizados para telecomunicações ou electricidade. Podem ser
controlados manualmente ou através de um sistema GPS que
permite colocar os cabos segundo uma rota específica. Podem ser
operados por vezes em condições meteorológicas más que
mesmo assim o navio consegue colocar os cabos nas rotas certas.
Os Rebocadores são barcos projectados para empurrar, puxar e
rebocar barcaças ou navios em manobras complicadas, como no
caso de atracagem ou desatracagem dos navios de grande porte.
São caracterizados por ter pequeno porte, motores potentes e alta
capacidade de manobra.
As Dragas são utilizadas tanto para desassoreamentos de portos,
leitos de rios ou passagens com o objectivo de recolher materiais
para diferentes utilizações. Existem dragas para diferentes
objectivos e de diversas capacidades e tamanhos. Geralmente
junto à draga operam tanto uma chata como um rebocador, para
recolha do material extraído.
Os navios Semi-submersíveis como o MV Blue Marlin são navios
utilizados para transporte de cargas de grande porte,
nomeadamente embarcações, submarinos, plataformas-
petrolíferas entre outros. Dispõe de tanques e bombas de água
que injectam a água para dentro dos tanques de forma a o navio
se afundar para permitir a entrada e saída da carga a transportar.
Porta-aviões São navios de guerra utilizados para transporte de
armamento militar assim como, aviões, tanques entre outros, cujo
principal papel é servir de Base aérea móvel. São geralmente os
maiores navios operados pela Marinha. Apenas nove países
mantêm porta-aviões: Estados Unidos, França, Índia, Rússia,
Espanha, Brasil, Itália, Tailândia, e Reino Unido. Sendo os Estados
unidos o país com o maior número de porta aviões, 11 em serviço,
o que representa uma grande projecção do pais como potencia
militar.
As Balsas ou chatas são navios de fundo chato e com um calado
pequeno de modo a se poderem deslocar em águas de pouca
profundidade. São normalmente utilizados para transporte de
areias, veículos e pessoas, sendo estes mais conhecidos por
Cacilheiros .

Vida no mar
Antigamente os marinheiros viviam à margem da sociedade, com grande parte da
sua vida gasta além do alcance da terra. Enfrentavam condições extremas e
perigosas no mar. Para alguns, a atracção pelo mar é uma vida não sobrecarregada
com as restrições da vida em terra. Alto mar, aventura e uma oportunidade de ver o
mundo de outra forma apela a muitos marítimos.
Na Pesca do bacalhau, tudo era duplamente complicado, más condições, pouca
comida, má dormida. Trabalhavam arduamente, com poucas horas de descanso
durante meses a fio. A fragilidade das embarcações face as más condições
climatéricas vividas ameaçava a vida dos tripulantes.

Quando os navios chegavam à Gronelândia os pescadores saíam em botes pela


manhã cedo e só regressavam quase um dia depois ao navio, com ou sem peixe e
uma pequena refeição. No navio, o bacalhau era preparado até às duas ou três da
manhã. Às cinco ou seis horas retomava-se a mesma faina. Isto, dias e dias a fio,
rodeados apenas de mar e céu.

A pesca do bacalhau realizada pelos pescadores portugueses na Terra Nova e


Gronelândia, encontra-se intimamente associada à saga das navegações e
descobertas, datando do século XIV. Em 1504 havia na Terra Nova colónias de
pescadores de Aveiro e de Viana do Minho. Em 1506  um dos principais portos
bacalhoeiros era Aveiro.

Durante o reinado de D. Manuel I, Aveiro foi o porto que mais navios enviou para a
Terra Nova, cerca de 60 naus. O período de dominação dos Filipes (1580-1640)
quase levou à extinção da pesca do bacalhau. A recuperação da Pesca do Bacalhau só
foi feita no século XIX, até lá, 90% do consumo interno do bacalhau era importado
(Marques, 1997).

Questões ambientais
O transporte marítimo é provavelmente o meio de transporte menos poluente por
tonelada de mercadoria transportada. Mas, segundo relatório da ONU, tendo em
conta a quantidade e a qualidade do combustível vendido aos navios no mundo, o
tipo de motor e tempo gasto navegando, a frota mercante mundial em 2007, emitiu
1,12 bilhões de toneladas de dióxido de carbono . O que representa 4,5% da
quantidade de gases poluentes mundial (excluindo frotas militares, pesca e
embarcações de recreio), comparando com os resultados de 2006 essa quantidade é
equivalente ao total das emissões de dois países como a França num ano.

Isto faz com que a Marinha Mercante seja o quinto emissor de gases poluentes,
embora muito atrás da aviação. O óxido nitroso (N2O) emitido pelos motores a diesel
marítimos, é um poderoso gás com efeitos de estufa, é o quarto pior contribuidor
para o efeito de estufa a seguir ao vapor de água (H2O), dióxido de carbono (CO2) e
o gás metano (CH4).

A ICS (International Chamber of Shipping) reconhece que o cerca de 60 000 navios


que eles representam são responsáveis por cerca de 10% das emissões de enxofre
(S) e azoto (N). Embora as emissões terrestres tenham decrescido acentuadamente
desde 1990, as emissões provenientes dos transportes marítimos têm aumentado
bastante.

Acidentes e mitos
Embora o transporte marítimo seja bastante vantajoso existem porém alguns riscos,
derivados de más condições meteorológicas, falhas técnicas ou erro humano.
Existindo porém seguradoras de transporte, podem existir diversos problemas tanto
na fase de atracagem/desatracagem, por exemplo problemas no sistema informático
que impossibilite o carregamento de contentores, o que atrasaria o prazo de entrega
de encomendas, acidentes de navegação com as embarcações.

Prestige

A 13 de Novembro de 2002, o petroleiro Prestige


construído em 1976, transportava 77 mil toneladas de
combustível sofreu um rombo no casco ao largo do Cabo
Finisterra e derramou nesse dia 5.000 toneladas de
óleo-combustível para o oceano. A tripulação após o
acidente abandonou o navio e este acabou por afundar-
se no dia 19 de Novembro, a cerca de 240 km a oeste de Figura 6. Voluntários
Vigo. Para prever as trajectórias das derivas das limpando a costa da mancha
manchas de fuel, o Instituto Hidrográfico utilizou como negra deixada pelo Prestige.
ferramenta base o modelo DERIVA, desenvolvido na
Divisão de Oceanografia. Este modelo considera basicamente a acção do vento sobre
os objectos flutuando à superfície da água e a influência da agitação marítima (Pata,
2009). Com o passar do tempo o navio acabou por se partir em dois incrementando
assim a mancha negra derramada . A vasta zona que foi atingida por esta tragédia
tem uma grande importância ecológica assim como uma notável indústria pesqueira
(figura 6). Mesmo afundado o navio continuava a largar fuel-oil para o oceano e a
incrementar a mancha negra que chegou a 50 km da costa francesa.

Triângulo das Bermudas

Zona a sul das ilhas Bermudas onde muitos acreditam


que as leis da física não se aplicam ao Triângulo das
Bermudas e que este é um dos locais onde uma bússola
não aponta para o norte magnético mas sim para o norte
real (figura 7).

Ao longo do tempo verificaram-se inúmeros


desaparecimentos de centenas de barcos e aviões na área
do Oceano Atlântico entre Bermuda, Porto Rico e Fort
Lauderdale. Um dos mais famosos desaparecimentos
aconteceu em Dezembro de 1945, quando o voo 19, Figura 7. Zona do Triângulo
constituído por cinco aviões bombardeiros da marinha das bermudas.
Americana desapareceram misteriosamente durante um
exercício de treino.

Existem várias explicações possíveis para os misteriosos desaparecimentos de navios


inteiros, por exemplo a existência de grandes bolsas de gás que são comuns no leito
do mar nesta área. Quando o gás sobe para a superfície dissolve-se na água
diminuindo a flutuação e causando o naufrágio de navios. Outras causas prováveis
poderiam ser as más condições climáticas assim como o elevado nível de metano no
ar, o que o torna menos denso provocando assim perda de sustentação nos aviões
(Triângulo das Bermudas, 2009).

Infra-estruturas
Hoje em dia com a ajuda das tecnologias de informação e programas especializados
tanto a carga como a descarga dos navios e muitas outras operações nos portos são
feitas ou controladas por sistemas informáticos, o que facilita muito a disposição de
cada contentor permitindo assim que a carga fique distribuída pelo navio e ao
mesmo tempo de forma a ficar por ordem de desembarque.

Existem muitas infra-estruturas ligadas ao transporte marítimo:

Porto

É uma área abrigada de correntes e ondas, localizada à beira de um oceano, mar,


lago ou rio, destinada ao atracamento de barcos e navios. Contêm todas as
instalações necessárias tanto ao movimento de cargas como de pessoas e em alguns
casos terminais especialmente designados para acomodação de passageiros (figura
8). Utilizam estruturas como os quebra-mares e molhes para criar uma barreira a
ondas e oferecer condições de segurança aos barcos atracados.

Doca seca

É um recinto cavado, normalmente associado aos portos de forma a receber


embarcações para vistorias, fabrico, limpeza ou construção (figura 9 e 15). No fundo
da doca seca existem picadeiros onde assentam as quilhas das embarcações e as
paredes laterais vão alargando para a parte superior de modo facilitar a circulação
de pessoal e o escoramento das embarcações.

As docas secas estão ligadas à água por portas estanques, após a entrada da
embarcação, estas portas são fechadas e a água é bombeada para fora da doca de
modo a deixar a doca seca e livre para iniciar os trabalhos. No processo inverso para
a saída das embarcações a água é bombeada até um nível que permita a abertura
das portas sem que o caudal da entrada ponha em risco a estabilidade da
embarcação dentro da doca.

Ferry slip

É uma doca especializada para receber ferryboats. Permite carregar ou descarregar


veículos ou carga das embarcações (figura 10). Pode ajustar-se a diferentes alturas
da maré assim como ao tipo de carga transportada pelo ferry, por exemplo no caso
de serem transportados vagões de comboio as Ferryslip terão carris de modo a se
puderem deslocar os vagões.

Marina

Pode ser considerada como um pequeno porto mas direccionada para embarcações
de lazer (figura 11). São normalmente centros de lazer, pois tem zonas de
restauração e alguns serviços portuários como lavagem de embarcações, venda de
combustível e manutenção de embarcações.

Faróis

É uma estrutura elevada, habitualmente uma torre (figura 12), dotada de potente
fonte de luz de modo a ser visível a longas distâncias. Alguns construídos no meio de
água outros em terra firme, servem para informar as embarcações em que direcção
se encontra a costa. Variando a cor da luz e o período de intermitência da luz é
possível saber de que farol se trata.

Comportas

As comportas são dispositivos que permitem o isolamento de água (figura 13). O


tabuleiro, componente principal da comporta, é um elemento móvel que serve de
anteparo à passagem da água. Estão dotadas de um mecanismo de manobra
hidráulico a abertura e fecho da comporta. Algumas comportas dispensam o uso de
mecanismo de manobras e são movimentadas pela pressão hidráulica, como as dos
tipos setor, tambor e telhado. Podem ser usadas em barragens, docas secas e canais.

Diques

São obras de engenharia hidráulica com a finalidade de criar ou manter zonas de


terra secas (figura 14). Podem ser feitos de cimento, terra ou de aglomeradode
rochas. Actualmente os Países Baixos possuem a mais avançada rede de diques no
mundo. O principal desafio dos diques é faze-los resistir às tempestades marítimas
ou às enchentes no caso de rios.

Galeria

Figura 8. Porto de Figura 9. Doca Figura 10. Ferry Figura 11. Marina
Lisboa seca slip de Brixham,
Inglaterra

Figura 12. Farol Figura 13. Figura 14. O Figura 15. Doca
do Bugio Comportas do dique Afsluitdijk seca para a
Mar do Norte no nos Países Baixos construção naval
Rio Elba, em
Brunsbüttel
Referências
CHORÃO, João Bigotte, dir. - Enciclopédia Verbo luso-brasileira de cultura. Lisboa:
Editorial Verbo, 2003. ISBN 978-972-22-2246-4
CARVALHO, J. M. Crespo de, - Logística. 3ª ed. Lisboa: Edições Sílabo, 2002. ISBN
978-972-618-279-4
GOMES, Telmo, - Navios da Antiguidade da Pré-história à Idade Média. Lisboa:
Edições Inapa, 2004. ISBN 972-797-094-X
PATA, Célia, - Prestige [Em Linha].Lisboa, Portugal : Instituto Hidrográfico, 2009.
[Consultado em 2009-06-2]. Disponível em WWW:<URL:
http://www.hidrografico.pt/prestige.php>.
MARQUES, Fernando, - História do Bacalhau e Outras Histórias [Em linha]. Nazaré,
Portugal : Direcção Regional de agricultura e pescas do centro, 2007.[Consultado
em 2009-06-03]. Disponível em WWW:<URL: http://www.drapc.min-
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Bermuda Triangle [Em linha]. Washington DC, Estados Unidos: Naval History and
Heritage, 2009. [Consultado em 2009-06-03]. Disponível em WWW:<URL:
http://www.history.navy.mil/faqs/faq8-1.htm>.
Triângulo das Bermudas [Em linha].[S.l.], Brazil: Discovery Channel - conspirações
e mitos, 2009. [Consultado em 2009-06-03]. Disponível em WWW:<URL:
http://www.discoverybrasil.com/guia_conspiracao/lugares/bermudas/index.shtml>.

Ver também
Marinha mercante
Hierarquia da Marinha Mercante (Portugal)
Transporte
Lista de portos portugueses
Instituto de Socorros a Náufragos
Construção naval
Engenharia naval e oceânica

Ligações externas
Navios.pt (http://navios.no.sapo.pt/)
Ship Technology (http://www.ship-technology.com/projects/cable/)
Container Shipping (http://www.containershipping.nl/)
Marinha (https://web.archive.org/web/20121122094017/http://www.marinha.pt/PT/
Pages/homepage.aspx)
Faróis vistos por fora (http://faroisvistoporfora.home.sapo.pt/farois.html)
Porto de Lisboa (http://www.portodelisboa.pt/portal/page/portal/PORTAL_PORTO_LIS
BOA)
Maersk (http://www.maerskline.com/appmanager/)
Gestão do transporte marítimo e fluvial (http://www.fdte.org.br/index.php/cursos/cu
rsos-fdte/46-gestao/168)
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