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CANOAS, 2007.
MARCIA BALREIRA DE SOUZA
CANOAS, 2007
TERMO DE APROVAÇÃO
Agradeço a todos que, direta ou indiretamente, contribuíram para que minha jornada
fosse concluída com êxito, em especial:
ABSTRACT
The present work, performed from march to june of 2007, presents a mapping of the
plants that are being used for medicinal and mystic purposes and in which ways they
are used by residents of Morretes neighbourhood, city of Nova Santa Rita, in the
State of Rio Grande do Sul. The results are compared against similar works carried
out elsewhere in the State. The methodology employed consisted of semi-structured
interviews with the first five people appointed by the community as having knowledge
about plants used for medicinal and mystic purposes. These informers showed vast
knowledge on herbal medicines and mentioned a total of 184 of them, yielding an
average of 36.8 plants per informer, spread across 99 táxons and 48 botanical
families. Foremost among these are the Asteraceae and Lamiaceae families with
14.7% and 13.6% of quotes respectively. The herbaceous habit was predominant
among such quotes giving its ease of cultivation. The majority of the mentioned
plants is exotic, showing success in the colonization of the ruderal environment
probably due to centuries of adaptation to anthropic environments in their places of
origin. The author suggests further ecological, botanical and social studies involving
the medic and ritualistic usage of plants in the region.
Keywords: herbal medicines, etnobotany , Nova Santa Rita, Morretes, Rio Grande do
Sul.
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO
O termo “etnobotânica” foi utilizado pela primeira vez em 1895 pelo americano
Harshberger e, desde então, seu conceito vem-se ampliando. Modernamente, o
termo compreende o estudo de plantas associadas ao conhecimento de diferentes
grupos humanos (KUBO, 1997). Para o americano Richard Schultes, a etnobotânica
existe desde os primórdios da humanidade e só foi nos últimos 100 anos que
ocorreu o seu reconhecimento como uma disciplina científica, sendo que, nas
últimas décadas, devido aos esforços mundiais de conservação, cresceu
vertiginosamente como um ramo teórico e prático da botânica (ALBUQUERQUE,
2005).
A etnobotânica, pela estrutura do termo, é uma ciência interdisciplinar que
combina antropologia e botânica, mas, para ser bem conduzida, precisa da
colaboração entre várias outras matérias, incluindo química, farmácia, engenharia
agronômica, entomologia, ecologia e outras. Isto, devido à necessidade de
compreensão do manejo e demais hábitos no trato com as plantas presentes nas
culturas tradicionais). Pesquisas recentes, por exemplo, indicam que os índios
possuem vasto conhecimento ecológico que pode ser aprendido a partir tanto do
estudo de seu manejo nas florestas quanto de seus mitos (PRANCE, 1991).
Em levantamento sobre pesquisas etnobotânicas na América Latina, foi
constatada a necessidade de se intensificarem os estudos sobre o conhecimento
botânico de grupos humanos específicos, dada a diversidade cultural da América
Latina, gerando uma demanda crescente para estudos interdisciplinares (KUBO,
1997) que levem em conta aspectos sócio-econômicos, culturais, bem como
biológicos e bioquímicos.
A etnofarmacologia é um ramo da ciência ainda mal compreendida e mal
desenvolvida no Brasil. Sua disciplina praticamente não existe nos cursos de pós-
graduação. Além disso, é pouco acreditada por amplos setores da ciência oficial. No
entanto, a etnofarmacologia é um elemento metodológico hoje fundamental para
empresas dos Estados Unidos e Europa pesquisarem plantas nos trópicos
(BARATA, 1998). Esse interesse por práticas tradicionais ou alternativas aos
sistemas de assistência médica vem crescendo por parte de muitos países
industrializados. Isto foi constatado nos EUA, Países Baixos e Inglaterra. (KUBO,
1997) e, de um modo geral, em diversos outros países desenvolvidos, cada vez
mais pessoas estão usando práticas tradicionais e complementares combinadas ou
11
Grande parte dos trabalhos até agora têm sido realizados em comunidades
indígenas, havendo carência de estudos etnobotânicos sobre outras culturas
(BALDAUF, 2000). Entretanto, a maioria dessas populações rurais detém grande
conhecimento de plantas e manejo do meio-ambiente em que vive e, mesmo
vivendo em contato com a medicina moderna, ainda mantém vasta farmacopéia
vegetal e usa diversos remédios de plantas. Isto ocorre tanto por escolha quanto por
necessidade, porque são muito pobres para depender de drogas manufaturadas.
Seu conhecimento deriva em muito dos índios, mas também de sua própria
experiência no desenvolvimento de novos usos para as plantas e de técnicas
eficazes de manejo (PRANCE, 1991).
Então, o resgate do conhecimento etnobotânico dessas culturas como
subsídio para aprofundamentos e pesquisas posteriores reveste-se de particular
importância.
80% 70%
70%
60%
49% 49%
50% 42%
40% 31%
30%
20%
10%
0%
Bélgica EUA Austrália França Canadá
Esclarecido (Anexo A). Ficou estabelecido que haveria novos contatos nos finais de
semana para que o levantamento pudesse ser mais efetivo, possibilitando que os
informantes pudessem lembrar o máximo de plantas que utilizam como medicinais
ou ritualísticas.
Foram mencionadas 184 plantas, três delas sendo citadas por todas as
informantes: Bauhinia forficata (pata-de-vaca), Eugenia uniflora (pitangueira) e
Aloysia gratissima (erva-de-nossa-senhora), evidenciando sua importância na
região.
As plantas mencionadas pertencem a 48 famílias e 86 gêneros, distribuídos
em 99 espécies, das quais somente 6 não foram identificadas, por não estarem em
fase reprodutiva ou não serem encontradas no local: Mentha sp., Cordia sp.,
Abutilon sp., Lavandula sp., Origanum sp. e Cucurbita sp. Para fins de comparação,
mesmo esses gêneros foram considerados como táxons distintos.
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Forma de Citações/uso
Nome Parte Uso
Nome popular Família Hábito Origem Ecologia preparo e em consórcio/
científico utilizada medicinal/religioso
administração Observações
Mil-em-rama (1) Achilea millefolium Asteraceae Herbáceo Exótica Cultivada Folhas “Barriga” da mulher, como Chá
L. anti-inflamatório
Marcela (3, 4,5) Achyrochline Asteraceae Herbáceo Nativa Espontânea Flores Estômago (3,4) Chá (3,4) Também com
satureioides(Lam.) Tosse (4); Gripe (5) Chá no leite, com funcho ou com
DC. gemada, p/tosse (4); gervão (4); Também
Chá com gemada, com folhas de
p/gripe (5) eucalipto e limão (5)
Baldrana (4) Arctium minus (Hill.) Asteraceae Herbáceo Exótica Espontânea Folhas Estômago (uso interno) e Chá e uso externo:
Bernh. feridas (uso externo). folhas amassadas
Losna (2,5) Artemísia Asteraceae Subarbustivo Exótica Cultivada Folhas Fígado (2) Chá, em decocção,
absinthium L. Estômago (5) frio (2), Chá (5)
Carquejinha (5) Baccharis articulata Asteraceae Subarbustivo Nativa Espontânea Ramos Rins, para emagrecer Chá
(Lam.) Pers
Carqueja (1) Baccharis sp. Asteraceae Subarbustivo Nativa Espontânea Folhas Diabetes, intestino. Para Chá
emagrecer
Picão (2) Bidens pilosa L. Asteraceae Herbáceo Nativa Espontânea Folhas (2) Infecção, “puxa” o pus(2). Chá, em decocção
Picão-preto (4) Infecção na bexiga, útero (2,4) para tomar e
Raiz (2,4) (2) colocar no local,
Bexiga, diurético (4) juntamente com as
folhinhas molhadas
(2)
Maçanilha (4,5) Chamomilla recutita Asteraceae Herbáceo Exótica Cultivada Flores Cólica de bebês (4,5) Chá (4,5)
(L) Rauschert
Arnica-do-mato (2 Chaptalia nutans Asteraceae Herbáceo Nativa Espontânea Folhas Cicatrização (2) Fumentação em Juntamente com
,4) (L.) Pol. Dores reumáticas e álcool (uso externo) caroço de abacate,
Arnica (3) musculares (2) (2,3,4) arruda e guiné(2)
Úlcera, gastrite, infecção, Chá (3,4)
inflamação (“puxa para
fora”) (3)
Infecções na boca (lavar –
ext.) (3)
Contusões (4)
Erva-santa (5) Chrysanthemum Asteraceae Herbáceo Exótica Espontânea Folhas e Lavar feridas (uso externo) Folhas e flores
myconis L. flores fervidas (ext.)
Picão-branco (5) Galinsoga parviflora Asteraceae Herbáceo Exótica Espontânea Flores Infecção urinária Chá. Junto com mel,
Cav. tançagem, marcela
ou Picão-branco.
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Forma de Citações/uso
Nome Parte Uso
Nome popular Família Hábito Origem Ecologia preparo e em consórcio/
científico utilizada medicinal/religioso
administração Observações
Guaquinho-do-mato Mikania cf. cordifolia Asteraceae Escandente Nativa Espontânea Folhas Expectorante, para tosse; Chá, em decocção
(2) (L. f.) Willd. Falta de fôlego
Flor
Guaco (5) Mikania laevigata Asteraceae Escandente Nativa Espontânea Folhas Tosse, gripe Chá Também com limão
Schultz
Arnica-do-campo Pluchea sagittalis Asteraceae Subarbustivo Nativa Espontânea Ramos Contusões (1), hematomas Chá (int.) (1) Também junto com
(1,2,), (Lam.) Cabrera (1) Maceração (ext.) (1); Malva-cheirosa (5)
Arnica (5) Intestino, diarréia (2) Chá, em decocção
Lavar feridas (5); Infecções (2,5)
(5)
Chinchíria (3) Tagetes minuta L. Asteraceae Subarbustivo Nativa Espontânea Folhas Bronquite, tosse, asma Chá.
Catinga-de-mulata Tanacetum vulgare Asteraceae Herbáceo Exótica Cultivada Folhas Dores, reumatismo Fumentação em Juntamente com
(3, 4) L. (ext.)(3) álcool (ext.)(3,4) caroço de abacate
Dor de garganta (4) Chá com sal, em e Cebola-roxa (3).
Contusões (ext.)(4) gargarejo (4) Juntamente com
arruda (ext.) (4)
Orô (4) Vernonia Asteraceae Arbustivo Exótica Cultivada Ramos Banhos de descarga Também com
condensata Baker outras ervas
indicadas, em
número ímpar
Baleeira (2,4) Cordia sp. Boraginaceae Arbustivo Nativa de Espontânea Folhas Diarréia (2, 4) Chá, em decocção
quase todo Colite. (2) (2),
o Brasil Chá (4).
Esporinha (2) Tillandsia aeranthos Bromeliaceae Epifítico Nativa Espontânea Folhas Diabetes Chá fraco, tomar por
(Loisel.) L. B. Sm. água
Erva-de-pássaro (2) Rhipsalis teres Cactaceae Epifítico Nativa Espontânea Folhas Rins Chá, em decocção
(Vell.) Steud.
Mamão-verde (1) Carica papaya L. Caricaceae Arbustivo Exótica Cultivada Fruto Bronquite Xarope, cortando na
parte menor do fruto,
enchendo de mel e
assando no forno. Ao
“murchar”, coar.
Cancorosa (5) Maytenus muelleri Celastraceae Arbóreo Nativa Cultivada Folhas Feridas com coceira (ext.) Folhas torradas e
Schwacke (= M. Antibiótico (int.) moídas (ext.). Chá e
ilicifolia Mart. ex no chimarrão (int.)
Reiss.)
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Forma de Citações/uso
Nome Parte Uso
Nome popular Família Hábito Origem Ecologia preparo e em consórcio/
científico utilizada medicinal/religioso
administração Observações
Cana-do-brejo (2, 3) Dichorisandra Commelinaceae Herbáceo Nativa Cultivada Folhas Pedras nos rins (2,3) Chá, em decocção
thyrsifolia J. C. (2)
Mikan Chá – “toma por
água”(3)
Onda-do-mar(3,4) Tradescantia Commelinaceae Herbáceo Exótica Cultivada Folhas Banho de descarga(3, 4) Chá (3, 4),
zebrina Hort febre e gripe (3) Banho (4)
Bexiga (int.) (4)
Batata-doce (2) Ipomoea batatas Convolvulaceae Escandente Exótica Cultivada Folhas Infecção nos dentes, na Cozido com leite, em
(L.) Lam. garganta gargarejo
Fortuna (3) Kalanchoe crenata Crassulaceae Herbáceo Exótica Espontânea Folhas Pedras nos rins Chá
(Andrews) Haworth
Abóbora (5) Cucurbita sp. Cucurbitaceae Herbáceo Exótica Cultivada Sementes Vermes Sementes sem a
“casca”, amassadas
Chuchu-branco (5) Sechium edule Cucurbitaceae Escandente Exótica Cultivada Folhas Pressão alta Chá, em decocção.
(Jacq.) Sw.
Caqui (2) Diospyros kaki L. Ebenaceae Arbóreo Exótica Cultivada Folhas Para dormir Chá, em decocção
Cocão (4) Erythroxyllum Erythroxylaceae Arbóreo Nativa Espontânea Folhas Coluna Chá
argentinum O.E. Casca Casca fervida para
Schulz xarope.
Quebra-pedra- Euphorbia prostrata Euphorbiaceae Herbáceo Nativa Espontânea Ramos Rins (3,4) Chá (3,4)
rasteiro (3) Aiton Banhos de descarrego (4) Banhos (4)
Erva-de-xangô (4)
Avelós (2) Euphorbia tirucalli L. Euphorbiaceae Arbustivo Exótica Cultivada Látex Câncer. 1 gota em ½ copo de Teve câncer e
leite, 1 x por dia. tomou. Melhorou a
Tomar 15 dias e garganta.
parar 15.
Pata-de-vaca Bauhinia forficata Fabaceae Arbóreo Nativa Espontânea Folhas Vias urinárias, cistite, anti- Chá (1, 3, 4, 5) Junto com pendão
(1,2,3,4,5) Link Campo? inflamatória(1); Chá, em decocção de milho (3)
Diurético (2, 4, 5) (2)
Infecção na bexiga (3, 4, 5) Banho (ext.)
Tintura macerada em
álcool de cereais
(ext.)(4)
Malva-cheirosa (4,5) Pelargonium Geraniaceae Herbáceo Exótica Cultivada Folhas Banhos de descarga (4); Banhos (4) 4 ervas “fracas” e
graveolens L’Hér. Dor de garganta (5) Chá com sal, em uma “forte”
gargarejos (5)
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Forma de Citações/uso
Nome Parte Uso
Nome popular Família Hábito Origem Ecologia preparo e em consórcio/
científico utilizada medicinal/religioso
administração Observações
Poejo (1, 2, 3,5) Cunila Lamiaceae Hrebáceo Nativa Cultivada Folhas Gripe, para crianças, com Chá (1, 3) Também com
microcephalla mel (1, 2); Chá, em decocção guaco e suco de
Benth. Gripe (5) (2) limão (5)
Tosse (2,5) Xarope (2)
Para crianças: tira o frio (3)
Alfazema (3) Lavandula sp. Lamiaceae Subarbustivo Exótica Cultivada Ramos Banhos “para comprar Infusão
alguma coisa” e
defumação.
Melissa (1) Melissa officinalis L. Lamiaceae Herbáceo Exótica Cultivada Folhas Calmante Chá
Hortelã (1) Mentha sp. Lamiaceae Herbáceo Exótica Cultivada Folhas Digestivo, após as Chá (1, 5)
Alevante (4) refeições (1) Banho (4) (ext.)
Hortelã-branca (5) Banho de descarrego (4)
Vermes (5)
Dor no estômago (5)
Manjericão (1, 3, 4, Ocimum basilicum Lamiaceae Subarbustivo Exótica Cultivada Folhas Dor de cabeça (1, 4) Chá (1,4), Para picada de
5) L. Banhos de descarrego (3, Banho (3, 5) insetos (uso ext.),
4, 5) Fumentação em juntamente com
Picadas de inseto (4) álcool (4) (ext.) arruda e guiné.(4)
Anis (1,4) Ocimum selloi Lamiaceae Herbáceo Exótica Cultivada Folhas Prisão de ventre, ventre Chá (1, 4)
Benth. “inchado” (1)
Estômago (4)
Manjerona (1,4,5) Origanum X appli Lamiaceae Subarbustivo Exótica Cultivada Folhas Tosse (1,4); Chá, com mel (1); Junto com
(Domin) Boros Friagem, cólicas (5) Xarope com açúcar Trançagem, Picão-
queimado (4); branco e mel (5)
Chá (5)
Boldo (3,5) Plectrantus barbatus Lamiaceae Arbustivo Exótica Cultivada Folhas Estômago e fígado (3); Má Folhas espremidas
Andrews digestão (5) na água fria (3);
Três folhas
espremidas na água
fria (5)
Alecrim (1,2, 3, 5) Rosmarinus Lamiaceae Subarbustivo Exótica Cultivada Folhas Calmante (1) Chá (1, 3, 5)
officinalis L. Dor de cabeça (2) Chá, em decocção
Cólicas menstruais(3), (2)
Banhos de descarrego (3) Banho (3) (ext.)
Coração (5)
Sálvia (1) Salvia officinale L. Lamiaceae Herbáceo Exótica Cultivada Folhas Anti-inflamatória Chá
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Forma de Citações/uso
Nome Parte Uso
Nome popular Família Hábito Origem Ecologia preparo e em consórcio/
científico utilizada medicinal/religioso
administração Observações
Abacateiro (2,3,4) Persea americana Lauraceae Arbóreo Exótica Cultivada Folhas Rins e bexiga (int.)(2) Chá, em decocção Juntamente com
Mill. (int.)(2,4) Reumatismo (ext.)(2,3,4) (uso interno)(2) arnica-do-mato,
Caroço Dores (3) Chá (4) arruda e guiné(2)
(ext.)(2,3,4) Diurético, para pressão Fumentação em Juntamente com
alta (4) álcool (ext.)(2,3,4) Cebola-roxa e
Catinga-de-mulata
(3)
Babosa (2,3,5) Aloe arborescens Liliaceae Herbáceo Exótica Cultivada Gel das Cicatrizante (ext.) (2) Para Gel diluído em água Diz ter-se curado de
Mill. folhas câncer (int.) (2,5) quente, tomar de 2 a câncer incipiente
Estômago (3) 3 xícaras/dia (2) com babosa.
Úlcera (5) Chá, com a geléia
Feridas (ext.) (3) das folhas (3)
Queda de cabelo (ext.) (3) Aplicar o gel no local
(ext) (3)
Romãzeira (2,5) Punica granatum L. Lythraceae Arbóreo Exótica Cultivado Casca do Diarréia Chá, em decocção juntamente com
fruto (2); pitangueira e
Chá (5) goiabeira (2)
Malva-alemã (1) Abutilon sp. Malvaceae Arbustivo Nativa Espontânea Folhas Anti-inflamatória Chá
Malva (2) Malva cf. parviflora Malvaceae Herbáceo Exótica Cultivada Folhas Garganta, dores de dente; Chá, em decocção, Junto com cipó-
em bochechos e cabeludo.
Para os rins gargarejo
Cinamão (3) Melia azedarach L. Meliaceae Arbóreo Exótica Cultivada Casca Dores nas pernas e Chá, em decocção
braços, inchaços
Figueira (1,2) Ficus carica L. Moraceae Arbóreo Exótica Cultivada Látex (1) Verrugas (ext.) (1) Pingar uma gota
Folhas (2) Expectorante (2) sobre a lesão,
diariamente (1)
Xarope (2)
Bananeira (4,5) Musa paradisiaca Musaceae Herbáceo Exótica Espontânea Broto (4), Tosse (4,5) Xarope
“Coração” Bronquite (5)
(5)
Gabiroba (2) Campomanesia Myrtaceae Arbóreo Nativa Espontânea Folhas Diabetes Chá, em decocção,
xanthocarpa O. tomar por água
Berg
Eucalipto-cheiroso Eucalyptus Myrtaceae Arbóreo Exótica Cultivada. Folhas Gripe, pulmão Chá Também com
(5) citriodora Hook. marcela e limão
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Forma de Citações/uso
Nome Parte Uso
Nome popular Família Hábito Origem Ecologia preparo e em consórcio/
científico utilizada medicinal/religioso
administração Observações
Pitangueira (1,2, 3, Eugenia uniflora L. Myrtaceae Arbóreo Nativa Espontânea Folhas(1, 2, Diarréia (1, 2, 3,4, 5), Chá (1, 3, 4,5) Juntamente com
4, 5) 3, 4) pneumonia (1,2,3,4) Chá, em decocção romã e goiabeira (2)
Folhas Febre (4) (2) Juntamente com
novas (5) Banhos de descarrego Banhos (4) (ext.) goiabeira (3, 4)
(ext.)(4) Juntamente com
broto de goiabeira
(5)
Juntamente com
Erva-de-nossa-
senhora (int.)(4)
Camboim (1) Myrciaria cuspidata Myrtaceae Arbóreo Nativa Espontânea Casca Ossos Infusão, em álcool
O. Berg Mata ciliar -
Campo
Araçá (2,3) Psidium catleianum Myrtaceae Arbustivo Nativa Espontânea Folhas Diarréia (2), Chá em decocção
Sabine Mata ciliar Diabetes (3) (2), Chá (3).
Goiabeira (2,3,4,5) Psidium guajava L. Myrtaceae Arbóreo Nativa do Cultivada Folhas(2,3) Diarréia (2,3,4,5) Chá, em decocção juntamente com
Brasil, não Folhas “pontada” no pulmão (3) (2) pitangueira e romã
é nativa do novas (4,5) Chá (3,4,5) (2)
RS. Para diarréia,
juntamente com
pitangueira (3,4)
Para diarréia,
juntamente com
brotos de
pitangueira (5)
Maravilha (1) Mirabilis jalapa L. Nyctaginaceae Herbáceo Exótica Espontânea Folhas Cicatrizante Chá e lavar feridas
(uso externo): folhas
amassadas
Maracujá (4,5) Passiflora edulis Passifloraceae Escandente Nativa Cultivada Folhas (4) Calmante (4); Chá (4);
Sims. Fruto (5) Pressão alta (5) Sumo (5)
Quebra-pedra-de- Phyllanthus tenellus Phyllantaceae Herbáceo Nativa Espontânea Ramos Bexiga(2) Chá, em decocção O “de árvore” é
árvore (2, 3, 4) Roxb. (APG II) Rins (3,4) (2) melhor; o “rasteiro”
Erva-de-xangô (4) Cálculos renais (2) Chá (3,4) não pode tomar
Banhos de descarrego (4) Banho (4) muito: dá problemas
de visão (2).
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Forma de Citações/uso
Nome Parte Uso
Nome popular Família Hábito Origem Ecologia preparo e em consórcio/
científico utilizada medicinal/religioso
administração Observações
Guiné (2,3,4) Petiveria alliacea L. Phytolaccaceae Herbáceo Nativa da Cultivada Folhas “Benzedura”: Corta o “olho- Fumentação em Para dores
Amazônia gordo”(2) álcool (ext.)(2,4) reumáticas,
Dor reumática e muscular Banho (3,4) juntamente com
(ext.)(2) Chá (4) arnica-do-mato,
Banho para “abrir os arruda, e caroço de
caminhos”(3) e descarrego abacate (2);
(4) Juntamente com
Dor de cabeça (int.)(4) Comigo-ninguém-
Picada de insetos (ext.)(4) pode e Quebra-tudo
(3); Fumentação,
juntamente com
arruda e manjericão
(4)
Pariparoba (2) Piper regnelli (Miq.) Piperaceae Arbustiva Talvez Cultivada Folhas Intestino: diarréia, cólicas, Chá, em decocção, 3
C.DC. nativa até o sangue x/dia.
oeste do
RS.
Tanchagem (1,2,5), Plantago major L. Plantaginaceae Herbáceo Exótica Espontânea Folhas Anti-inflamatória (1), para a Chá (1,3,5) É quente, cuidar (2).
Tansagem (3), garganta (1,2) Chá em decocção Também com
Trançagem (5) Câncer (2) (2) Picão-branco e com
Infecções (2,3) Gargarejos para dor manjerona e mel,
Úlcera, gastrite (3); de garganta (2) para a friagem (5)
Infecções na bexiga (5); Deixar um pedacinho
Infecção urinária nas de folha dissolvendo
mulheres (5); lentamente na boca
Antibiótico (5); (para a garganta) (1)
Friagem (5)
Tomilho (2) Coix lacryma-jobi L. Poaceae Herbáceo Exótica Cultivada Folhas Bexiga, pedras nos rins Chá, em decocção
(expele)
Capim-cidró (4), Cymbopogon Poaceae Herbáceo Exótica Cultivada Folhas Pressão alta (4,5); Chá – “toma por
Capim-cidreira (5) citratus (DC.) Stapf. Calmante (5) água”(4);
Chá (5)
Cana-de-açúcar (2) Saccharum Poaceae Herbáceo Exótica Cultivada Folhas Pressão bem alta, “acima Chá, em decocção,
officinarum L. de 18” frio.
Milho (2, 3) Zea mays L. Poaceae Herbáceo Exótica Cultivada “Cabelo”, Rins(2) Chá, em decocção Chá, juntamente
(2) Bexiga(2,3) (2) com Pata-de-vaca
pendão Chá (3) (3)
(2,3)
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Forma de Citações/uso
Nome Parte Uso
Nome popular Família Hábito Origem Ecologia preparo e em consórcio/
científico utilizada medicinal/religioso
administração Observações
Salsaparrilha (3) Muehlenbeckia Polygonaceae Herbáceo Nativa Cultivada Folhas Limpa o sangue Chá e banhos (ext.) Juntamente com
sagittifolia (Ortega) casca de cinamomo
Meisn.
Erva-de-bicho (2) Polygonum cf. Polygonaceae Herbáceo Nativa Espontânea Folhas Hemorróidas, varizes Chá, em decocção e
punctatum Elliott Locais banhos de assento
úmidos
Cipó-cabeludo Microgramma Polypodiaceae Escandente Nativa Espontânea Ramos Para a coluna (1) Chá (1,3) Juntamente com
(1,2,3) vacciniifolia Sobre tronco Rins, diurético (2) Chá, em decocção malva (2)
(Langsd. & Fisch) de árvores Estômago, para abrir o (2) Tirado de árvore
Copel. apetite, dor de cabeça, sem espinho (3)
infecção e úlcera (3)
Ameixa (2) Eriobotrya japonica Rosaceae Arbóreo Exótica Espontânea Folhas Rins (pedras), bexiga Chá, em decocção,
Lindl. expele as pedras
Ameixa-preta (5) Prunus domestica L. Rosaceae Arbóreo Exótica Cultivada Fruto Prisão de ventre Chá, em decocção
Amoreira (4) Rubus cf. rosifolius Rosaceae Arbustivo Nativa Cultivada Folhas Dor de garganta Chá, com sal, em
Mart. gargarejo
Lança-de-ogum (3) Sansieveria Ruscaceae Herbáceo Exótica Cultivada Folhas Banhos de descarga -
cylindrica Bojer. homens
Espada-de-ogum (3) Sansieveria Ruscaceae Herbáceo Exótica Cultivada Folhas Banhos de descarga -
trifaciata var. mulheres
Laurentii
Espada-de-santa- Sansieveria Ruscaceae Herbáceo Exótica Cultivada Folhas Banhos de descarga (mais
Catarina (3) trifaciata var. para mulheres)
Laurentii
Espada-de-são- Sansieveria Ruscaceae Herbáceo Exótica Cultivada Folhas Banhos de descarga (mais Quebrada em 3
jorge (3) trifaciata var. para homens) pedaços
Laurentii
Laranjeira-azeda (3, Citrus aurantium L. Rutaceae Arbóreo Exótica Cultivada Folhas Friagem (3) Escalda-pé (3) Xarope tirando a
4) Nas feridas (uso ext.) (3) Uso ext: chá, com polpa, preenchendo
Enxaqueca (4) sabão virgem: com mel e
Contrações do parto (4) passar nas feridas aquecendo no forno
Tosse (4) (3) (4).
Chá (4)
Xarope (4)
Limoeiro (2,5) Citrus limon (L.) Rutaceae Arbóreo Exótica Cultivada Fruto (suco) Para “puxar o tétano”(2) Suco morno.(2) Sumo, também cm
Burm. F. para pressão alta (2,5), Suco, sem açúcar(2) guaco (5)
“afina” o sangue (2) Suco (5) Chá, também com
Tosse, gripe (5) Chá (5) eucalipto e macela
(5)
41
Forma de Citações/uso
Nome Parte Uso
Nome popular Família Hábito Origem Ecologia preparo e em consórcio/
científico utilizada medicinal/religioso
administração Observações
Bergamoteira (2,3,4) Citrus reticulata Rutaceae Arbóreo Exótica Cultivada Folhas Cólicas menstruais (2) Chá, em decocção
Blanco Gripe e febre (3) (2)
Calmante (4) Chá (3,4)
Laranjeira (3,5) Citrus sinensis (L.) Rutaceae Arbóreo Exótica Cultivada Folhas Gripe e febre (3) Chá (3,5)
Osbeck (3,5), Dor de cabeça (3,5)
Casca seca
do fruto (3)
Arruda (2) Ruta graveolens L. Rutaceae Subarbustivo Exótica Cultivada Ramos Infusão em álcool (ext.) Juntamente com
guiné, caroço de
abacate e arnica-
do-mato
Arruda-fêmea (3,4) Ruta graveolens L. Rutaceae Subarbustivo Exótica Cultivada Ramos Banhos de descarga (3,4); Banhos (3,4) Banho junto com
Picada de insetos (ext.) Maceração em álcool guiné e manjericão
(4); Inseticida p/piolhos (ext) (4) (4)
(ext.) (4)
Arruda-macho (3,4) Ruta graveolens L. Rutaceae Subarbustivo Exótica Cultivada Ramos Banhos de descarga (3,4); Banhos (3,4) Banho junto com
Picada de insetos (ext.) Maceração em álcool guiné e manjericão
(4); Inseticida p/piolhos (ext) (4) (4)
(ext.) (4)
Chá-de-bugre (2,5), Casearia sylvestris Salicaceae Arbóreo Nativa Espontânea Folhas “Afina” o sangue (2); Chá, em decocção, O chá quente é
Rama-de-peixe Sw. Bom para o sangue frio, “por água”;(2) perigoso, porque é
(3,5), Erva-de-bugre (4,5) para emagrecer (chá Chá, em decocção “muito quente”, bom
(4) frio)(2) quente, tem que tomar ao se
Gripe (chá quente) (2) fazer resguardo(2) deitar.(2)
Frio(3) Chá (4,5)
Infecção (3)
Quebra-tudo (3) Solanum Solanaceae Subarbustivo Nativa Espontânea, Folhas Banho para “abrir os Juntamente com
amygdalifolium Aquático em banhados caminhos” Guiné e Comigo-
Steud. (palustre) ninguém-pode
Fumo-bravo (4) Solanum Solanaceae Arbustivo Nativa Espontânea Folhas Inseticida Queimar nas brasas.
mauritianum Scop.
Jurubeba (1, 4) Solanum Solanaceae Arbustivo Nativa Espontânea Folhas Estômago (1,4), Chá (1,4)
paniculatum L. “vitamina”(1)
Batata-inglesa (2) Solanum tuberosum Solanaceae Herbáceo Exótica Cultivada Tubérculo Azia, gastrite, úlcera, “tira a Batata ralada crua
L. acidez”
Erva-cidreira (1) Aloysia citrodora Verbenaceae Arbustivo Exótica Cultivada Folhas Calmante Chá
Palau
42
Forma de Citações/uso
Nome Parte Uso
Nome popular Família Hábito Origem Ecologia preparo e em consórcio/
científico utilizada medicinal/religioso
administração Observações
Erva-de-santa-rita Aloysia gratissima Verbenaceae Arbustivo Nativa Espontânea Folhas Estômago (1), Calmante Chá (1,3,4,5) Para pneumonia,
(1) (Gillies & Hook.) (1,3) Chá, em decocção, também junto com
Erva-santa (2), Tronc. Gripe (1,3,5) com açúcar pitangueira e
Erva-de-nossa- Tosse (2) queimado ou mel (2) goiabeira (4)
senhora (2,3,4) Pneumonia (4) Banhos (4)
Cidrozinho-do-mato Banhos de descarga (4)
(5)
Gervão (1,4) Stachytarpheta Verbenaceae Subarbustivo Nativa Espontânea Folhas Tosse (1,4) Chá, com gemada Também com
cayennensis (Rich.) “vitamina”(1) (1) macela (4)
Vahl. Fervido no leite, com
gemada (4)
Caldamão (5) Alpinia zerumbet Zingiberaceae Herbáceo Exótica Cultivada Flores Coração Chá
(Pers.) Burtt & Smith secas
43
44
INFORMANTE % DE
TOTAL DE % ESPÉCIES
FAMÍLIA ESPÉCIES
1 2 3 4 5 CITAÇÕES REFERIDO CITADAS
CITADAS
FAMÍLIAS MAIS
Nº CITAÇÕES % CITADO
CITADAS
Asteraceae 27 14,67
Lamiaceae 25 13,59
Rutaceae 14 7,61
Myrtaceae 14 7,61
Verbenaceae 8 4,35
Poaceae 6 3,26
Fabaceae 5 2,72
Solanaceae 5 2,72
Outras 40 famílias 80 43,48
TOTAL 184 100,00
43,5
Asteraceae
14,7 Lamiaceae
Rutaceae
Myrtaceae
Verbenaceae
Poaceae
13,6 Fabaceae
2,7
Solanaceae
2,7 7,6 Outras 40 famílias
3,3
4,3 7,6
4.3 Hábito
HÁBITO TOTAL %
HERBÁCEO 41 41,42
ARBÓREO 23 23,23
ARBUSTIVO 13 13,13
SUBARBUSTIVO 12 12,12
ESCANDENTE 7 7,07
EPIFÍTICO 2 2,02
SUBARBUSTIVO AQUÁTICO 1 1,01
TOTAL 99 100,00
2,02
1,01
7,07
HERBÁCEO
ARBÓREO
41,42
12,12
ARBUSTIVO
SUBARBUSTIVO
ESCANDENTE
EPIFÍTICO
13,13 SUBARBUSTIVO
AQUÁTICO
23,23
Muitas das espécies citadas já foram definidas como ruderais, estando bem
adaptadas para a sobrevivência no ambiente antropizado, ocorrendo facilmente na
região pesquisada.
Foi constatado, ainda, que as espécies nativas representam 41,41% dos 99
táxons citados, sendo a maior parte exótica ou não nativa do RS, num índice de
58,59%. Esses índices são semelhantes àqueles encontrados no levantamento feito
em Coronel Bicaco/RS (KUBO, 1997).
Uma das explicações para a existência de grande número de exóticas entre
as espécies utilizadas com fins medicinais num local antropizado é de que a maioria
das espécies que colonizam estes locais já teriam sido pré-adaptadas como
resultado de séculos de distúrbio antropogênico ou natural nas suas regiões de
origem, o que as permitiria maior sucesso na competição com as nativas (MOORE,
apud CARNEIRO: IRGANG, 2005, p. 184), tais como Achillea millefolium,
49
ORIGEM Nº TÁXONS %
EXÓTICAS * 58 58,59
NATIVAS 41 41,41
TOTAL 99 100,00
* Ou não nativas da região estudada.
Fonte: Autoria própria, 2007.
“O cultivo é uma das principais formas de obtenção das plantas utilizadas por
comunidades no estado” (REIS et al.,apud VENDRUSCOLO, 2004, p. 38). Essa
forma de obtenção é muito importante para a conservação das espécies vegetais,
porque a retirada de espécies de seu ambiente natural tem levado, em muitos casos,
à redução drástica das populações dessas espécies.
No presente estudo, foi confirmada essa tendência, sendo o cultivo o principal
meio de obtenção das plantas pelas informantes, destacando-se que todas elas
possuem quintal com as plantas que utilizam. A segunda forma de obtenção é a
coleta no entorno, seguida da obtenção com vizinhos e parentes. Raramente
adquirem as plantas no comércio.
Uma mesma planta, em alguns casos, teve mais de uma indicação, conforme
a parte utilizada. Torna-se importante o registro da parte específica utilizada, uma
50
Caule
Folhas 7%
66% Flores, inflorescência
5%
Raiz
1% Fruto (sumo ou
casca)
4%
"Coração" (broto
apical da Casca
Sementes, caroço
inflorescência) 2%
2%
1% Estigma Látex
(cabelo)/pendão 1%
2%
quantidade de informantes, no caso de ter sido mais de um, que indicaram a planta
para aquela enfermidade, ou se o mesmo informante indicou para duas
enfermidades do mesmo grupo.
2
• Eriobotrya japonica (Ameixa) – 2
• Citrus reticulata (Bergamoteira)
XI Complicações da • Foeniculum vulgare (Funcho)
gravidez, do parto e • Citrus aurantium (Laranjeira-azeda)
puerpério
XII Doenças da pele e do • Arctium minus (Baldrana)
tecido celular subcutâneo • Chaptalia nutans (Arnica-do-mato) – 2
• Chrysanthemum myconis (Erva-santa)
• Pluchea sagittalis (Arnica)
• Ocimum basilicum (Manjericão)
• Aloe arborescens (Babosa) – 3
• Ficus carica (Figueira)
• Mirabilis jalapa (Maravilha)
• Petiveria alliacea (Guiné)
• Maytenus muelleri (Cancorosa)
• Citrus aurantium (Laranjeira-azeda)
• Ruta graveolens (Arruda)
XIII Doenças do sistema • Chenopodium ambrosioides (Arnica-do-mato) –
osteomuscular e do tecido 2
conjuntivo • Aristolochia triangularis (Cipó-mil-homens)
• Chaptalia nutans (Arnica-do-mato) – 3
• Pluchea sagittalis (Arnica-do-campo) – 2
• Tanacetum vulgare (Catinga-de-mulata) – 3
• Ipomoea batatas (Batata-doce)
• Erythroxillum argentinum (Cocão)
• Persea americana (Abacateiro) – 4
• Allium cepa (Cebola-roxa) – 2
• Myrciaria cuspidata (Camboim)
• Petiveria alliacea (Guiné) – 2
• Microgramma vacciniifolia (Cipó-cabeludo)
• Ruta graveolens (Arruda) – 2
XIV Anomalias congênitas Sem citações
58
Houve indicações de uso místico, para “oferendas” (uma citação), contra “olho
gordo” (uma citação) e, principalmente, “de descarrego” (quinze citações) ou
“banhos para abrir os caminhos” (duas citações), “para comprar alguma coisa” (uma
citação) e “defumação” (uma citação).
Destaca-se o fato de que, com exceção de uma informante, todas as demais
citaram pelo menos um uso místico de plantas.
1,1%
0,7%
3,3% 2,2%
3,3% 17,0%
4,0%
5,4%
6,9%
16,7%
7,6%
8,3%
14,5%
9,1%
APARELHO GENITURINÁRIO
APARELHO RESPIRATÓRIO
APARELHO DIGESTÓRIO
SISTEMA OSTEOMUSCULAR E TEC.CONJUNTIVO
USOS NÃO MEDICINAIS
INFECCIOSAS E PARASITÁRIAS
OUTROS SINTOMAS
PELE E TECIDO CELULAR SUBCUTÂNEO
APARELHO CIRCULATÓRIO
GLÂNDULAS ENDÓCRINAS, NUTRIÇÃO, METAB. E TRANSTORNOS IMUNITÁRIOS
SISTEMA NERVOSO E ÓRGÃOS DOS SENTIDOS
SANGUE E ÓRGÃOS HEMATOPOIÉTICOS
NEOPLASIAS
GRAVIDEZ, PARTO E PUERPÉRIO
gemada
Achyrochline satureioides + folhas de eucalipto e limão Chá Interno
Chaptalia nutans + Persea americana + Ruta graveolens + Maceração
Externo
Petiveria alliacea em álcool
Galinsoga parviflora + Achyrochline satureioides + Plantago
Chá Interno
major + mel
Galinsoga parviflora + Plantago major + Origanum sp. + mel Chá Interno
Maceração
Pluchea sagittalis + Pelargonium graveolens Externo
em álcool
Tanacetum vulgare + sal Chá Interno
Tanacetum vulgare + Persea americana + Allium cepa + Maceração
Externo
Ruta graveolens em álcool
Vernonia condensata + outras ervas, “em número ímpar” Banho Externo
Carica papaya + mel Xarope Interno
Ipomoea batatas + leite Chá Externo
Euphorbia tirucalli + leite Mistura Interno
Bauhinia forficata + Zea mays Chá Interno
Pelargonium graveolens + sal Chá Externo
Pelargonium graveolens + 4 ervas “fracas” e 1 “forte” Banho Externo
Cunila microcephalla + Mikania laevigata + suco de limão Chá Interno
Cunila microcephalla + mel Chá Interno
Maceração
Ocimum basilicum + Ruta graveolens + Petiveria alliacea Externo
em álcool
Origanum sp.+ mel Chá Interno
Origanum sp. + açúcar queimado Xarope Interno
Origanum sp. + Plantago major + Galinsoga parviflora + mel Chá Interno
Punica granatum + Eugenia uniflora + Psidium guajava Chá Interno
Interno
Malva cf. parviflora + Microgramma vacciniifolia (“tirado de
Chá e
árvore sem espinho”)
externo
Melia azedarach + Muehlenbeckia sagittifolia Chá Interno
Eugenia uniflora + Aloysia gratissima + Psidium guajava +
Chá Interno
açúcar queimado ou mel
62
BALDAUF, Cristina; KUBO, Rumi R.; IRGANG, Bruno E. Ferveu, queimou o ser da
erva: conhecimento popular sobre plantas medicinais e mágico-rituais no bairro
Lami, Porto Alegre, RS. Porto Alegre: Universidade Federal do Rio Grande do Sul,
2000.
FEE. Fundação de economia e estatística. Nova Santa Rita. 2007. Disponível em:
<www.fee.tche.br/sitefee/pt/content/resumo/pg_municipios_detalhe.php?municipio=
Nova+Santa+Rita>. Acesso em 10 abr. 2007.
RITTER, M.R. et al. Plantas usadas como medicinais no município de Ipê, RS,
Brasil. Revista brasileira de farmacognosia, João Pessoa, v. 12, n. 2, p. 51-62,
jul/dez. 2002.
SANT'ANA, Paulo José Péret de; ASSAD, Ana Lúcia Delgado. Programa em
pesquisa de produtos naturais: a experiência da CEME. Química Nova, [S.l.], v. 27,
n. 3, p. 508-512, 2004
SILVA, Suelma Ribeiro et al. Plantas medicinais do Brasil: aspectos gerais sobre
legislação e comércio. Pesquisa financiada pelo Ministério de cooperação
econômica e desenvolvimento da Alemanha e pelo Instituto Brasileiro do Meio
Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (IBAMA), Brasília: IBAMA, [ca 2002].
1
Material vegetal é entendido como sucos e resinas, óleos fixos ou voláteis e qualquer outro produto
de natureza semelhante (OMS, 1991, apud Vendruscolo, 2004).
70
- Remédio – Aquilo que combate o mal, a dor ou uma doença; aquilo que serve para
curar ou aliviar dor ou enfermidade (FERREIRA, 1986).
71
ANEXO A
Você está sendo convidado para participar da pesquisa sobre o uso medicinal e místico de plantas
por moradores do bairro Morretes, município de Nova Santa Rita, Rio Grande do Sul, que comporá o
trabalho de conclusão de curso da aluna do Centro Universitário Unilasalle – Canoas/RS.
Você foi selecionado por indicação e sua participação não é obrigatória. A qualquer momento você
pode desistir de participar e retirar seu consentimento. Sua recusa não trará nenhum prejuízo em sua
relação com a pesquisadora ou com a instituição.
Sua participação nesta pesquisa consistirá em apontar as plantas que utiliza como medicinais ou
úteis, finalidade, seu manejo, forma de utilização, freqüência de uso, e demais informações
pertinentes
Podemos divulgar seu nome, ou você prefere não ser identificado? Caso prefira não ser identificado,
comprometemo-nos a proteger sua privacidade, utilizando nome fictício.
O objetivo desse estudo, no qual sua participação é muito importante, é de auxiliar na identificação
das plantas mais utilizadas como medicinais ou úteis, sua ecologia e forma de utilização, no bairro
Morretes, Nova Santa Rita, comparando os resultados com outros estudos realizados no Rio Grande
do Sul.
Os benefícios decorrentes são a possibilidade de acesso, por parte dos moradores de Nova Santa
Rita, ao conhecimento sobre plantas utilizadas como medicinais ou úteis no bairro Morretes, e
acessar alguns dados referentes a plantas indicadas como medicinais em outras localidades do RS,
já que uma cópia do trabalho será doada à comunidade.
Você está recebendo uma cópia deste termo onde constam os telefones de contato da pesquisadora,
podendo tirar suas dúvidas sobre o projeto e sua participação a qualquer momento.
Agradecemos muito sua participação, sem a qual não seria possível levar adiante este estudo.
______________________________________
Marcia Balreira de Souza
Fones: 51-8422-4846 / 3533-3466 / 3230-9647 (tarde)
______________________________________
Nome:
Data de nascimento: Sexo:
Endereço:
Fones:
72
1. Nome:
2. Idade:
3. Tempo que vive em Nova Santa Rita:
( ) de 1 a 5 anos ( ) de 6 a 15 anos ( ) mais de 15 anos ( ) a vida
toda
4. De onde veio?
( ) interior do estado ( ) grande Porto Alegre ( ) Porto Alegre ( ) fora do
estado
5. Trabalha? ( ) Sim ( ) Não
6. Profissão:
7. Escolaridade:
8. Há quanto tempo utiliza com plantas medicinais?
9. Com quem aprendeu?
10. Como obtém a planta? Onde?
11. Costuma armazenar? De que forma?
12. Plantas de que se lembra, forma de utilização, parte da planta utilizada,
finalidade: