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Foi no final do século XIX, em 1895, na França, os irmãos Louis e Auguste

Lumière inventaram o cinema. Na primeira metade deste século a fotografia já havia sido inventada
por Louis-Jacques Daguerre e Joseph Nicéphore Niepce, possibilitando esta criação revolucionária
no mundo das artes e da indústria cultural: o cinema.
Para se chegar à projeção cinematográfica atual, muitos processos de investigação foram
feitos em relação aos fundamentos da ciência óptica. Já vem dos primórdios da humanidade a
necessidade de registrar movimentos através de pinturas e desenhos nas paredes. Há
aproximadamente sete mil anos atrás, no oriente, os chineses já projetavam sombras de diferentes
figuras recortadas e manipuladas sobre a parede, um jogo de sombras, próprio do seu teatro de
marionetes. No século XV, Leonardo da Vinci realizou trabalhos utilizando a projeção da luz na
superfície, criando a Câmara Escura, que era uma caixa fechada, possuindo um orifício com uma
lente, local destinado a passagem da luz produzida pelos objetos externos. A imagem refletida no
interior dessa caixa era a inversão do que se via na realidade. Mais adiante, no século XVII, O
alemão Athanasius Kirchner criou a Lanterna Mágica, objeto composto de um cilindro iluminado à
vela, para projetar imagens desenhadas em uma lâmina de vidro.
No século XIX, muitos aparelhos que buscavam estudar o fenômeno da persistência
retiniana foram construídos, este fenômeno é o que mantém a imagem em fração de segundos
na retina. Joseph-Antoine Plateau foi o primeiro a medir o tempo da persistência retiniana,
concluindo que uma ilusão de movimento necessita de uma série de imagens fixas, sucedendo-se
pela razão de dez imagens por segundo. Plateau, em 1832, criou o Fenacistoscópio, apresentando
várias figuras de uma mesma pessoa em posições diferentes desenhadas em um disco, de forma que
ao girá-lo, elas passam a formar um movimento.
Criado pelo francês Charles Émile Reynaud o Praxinoscópio foi um invento importante para
o surgimento do cinema. Este aparelho era um tambor giratório com desenhos colados na sua
superfície interior, e no centro deste tambor havia diversos espelhos. Na medida em que girava-se o
tambor, no centro, onde ficavam os espelhos, via-se os desenhos se unindo em um movimento
harmonioso. Dentre outros inventos, há o Cinetoscópio, inventado por Thomas A. Edison, que
consistia em um filme perfurado, projetado em uma tela no interior de uma máquina, na qual só
cabia uma pessoa em cada apresentação. A projeção precisava ser vista por uma lente de aumento.
Em 1890, Edison projeta diversos filmes de seu estúdio, aos quais encontra-se “Black
Maria”, considerado o primeiro filme da história do cinema. É a partir do aperfeiçoamento do
Cinetoscópio, que o Cinematógrafo é criado pelos irmãos Louis e Auguste Lumière, na França,
em 1895. O cinematógrafo era ao mesmo tempo filmador, copiador e projetor, e foi
considerado o primeiro aparelho realmente qualificado de cinema. Louis Lumière foi o
primeiro cineasta a realizar documentários em curta metragem na história do cinema. O
primeiro se intitulava “Sortie de L’usine Lumière à Lyon” (Empregados deixando a Fábrica
Lumière), e possuia 45 segundos de duração. Neste mesmo ano de 1895, Thomas Edison
projeta seu primeiro filme, “Vitascope”.
O americano Edwin S. Porter, apropriou-se dos estilos documentarista dos irmãos
Lumière e os de ficção com uso de maquetes, truques ópticos, e efeitos especiais teatrais
de Georges Méliès, para produzir “Great Train Robbery” (O grande roubo do trem), em
1903, um modelo de filme de ação, obtendo êxito e contribuindo para que o cinema se
popularizasse e entrasse para a indústria cultural.
A indústria cinematográfica atual é um mercado exigente e promissor para
diferentes áreas do saber. Não são apenas os atores e atrizes que brilham nas cenas que
são apresentadas a um público local e internacional, pois a realização de um filme precisa
englobar uma equipe de trabalho. Na construção e realização de um filme existem os
seguintes profissionais: o “roteirista” que escreve a história e as narrativas dos
personagens, ou melhor, os diálogos; o “diretor” que tem a função de coordenar, direta e
indiretamente, o trabalho de todas as pessoas envolvidas com o filme, da concepção à
finalização; o “diretor de fotografia”, um profissional de artes visuais com sensibilidade e
competência para decidir como iluminar uma cena, que lentes serão melhores para
determinados ângulos, o tipo de filme a ser rodado, entre outras atribuições; há quem seja
responsável pela trilha sonora do filme, que é o “compositor musical”, ele é quem fica
responsável por contribuir para o clima pretendido pelo diretor; O “produtor” é a pessoa ou
grupo de pessoas que se encarrega de viabilizar a realização do filme, buscando
patrocínios e parcerias, e ainda, tratando da parte burocrática que envolve toda a equipe.
Há também uma equipe de técnicos/especialistas que são fundamentais junto aos
profissionais já apresentados, que são: o “técnico de efeitos especiais” cuja tarefa é
realizar efeitos visuais e sonoros às cenas já filmadas, inclusive utilizando inserção de
efeitos posteriores por computador; o “técnico de som”, que cuida dos diferentes
microfones durante as gravações, cuidando para que só haja a captação do que se julgue
essencial; o “operador de câmera” que fica responsável por focar os ângulos solicitados
pelo diretor; e os “editores” ou “montadores”, que trabalham numa ilha de edição, juntos
com o diretor ou orientados por um mapa organizado pelo próprio diretor, onde se
encontra organizados as cenas, os sons, a trilha sonora, entre outros parâmetros
qualitativos e quantitativos de finalização do filme. Outros profissionais
como coreógrafos, figurinistas, e maquiadores são essenciais em determinadas
produções.
O cinema é uma das artes que mais possuem gêneros. Existem pessoas que
somente apreciam ação, enquanto que outras não dispensam um romance, ou mesma
aquela comédia romântica. Especialistas em filmes conhecem bastante sobre todas as
categorias existentes dentro deste mundo. Nas novas temporadas são inventados novos
tipos e por este motivo nenhuma lista relacionada com o tema pode ser considerada
completa. Conheça os principais gêneros do cinema.

Ação
Tema que está frequentemente misturado com outros gêneros (ficção científica,
guerras, lutas marciais, entre outros). Normalmente, existe um conjunto de protagonistas
que estão no lado bom da história, enquanto que os antagonistas fazem parte do inimigo.
Até os dias de hoje, os filmes dos super-heróis extraídos dos quadrinhos fazem sucesso
em nível mundial. O que seria do filme Guerra nas Estrelas sem os lendários confrontos
com diversas mensagens implícitas?
É possível dizer que as três maiores séries de filmes, no que tangem a receita de
bilheteria nos cinemas, possuem bastante ação: James Bond, Harry Porter e Guerra nas
estrelas. Neste sentido, o gosto mundial por cinemas está intimamente relacionado com a
ação. Sem ela, as metragens ficam paradas, cansando os telespectadores em cada
diálogo.
Podem ser considerados como filmes que agregam superproduções com alta
tecnologia e frequentes efeitos visuais. Os frequentes raios do Highlander já
impressionava o público nos cinemas na metade da década de 1980. É possível
considerar que a maioria dos filmes de ficção científica possuem alto nível de cenas de
ação.
Musical
Gênero de filme que começou a ficar famoso somente na época em que o cinema
deixou de ser mudo. Normalmente, traz diversas sequências de coreografias anexadas na
narrativa. Especialistas entram em convergência ao afirmar que o teatro é a principal
influência das metragens musicais.
Desde a época do Império Grego os artistas trabalhavam neste formato de
apresentação cênica casada com música. Interessante notar que o desempenho
qualitativo era exigido tanto pelos músicos e cantores como também entre os artistas que
representavam as peças épicas.
Na década de trinta do século passado, já existiam mais de cem títulos
relacionados com musicais cinematográficos. No entanto, a intitulada “época de ouro”
aconteceu apenas nos anos sessenta, após o mundo implantar as reconstruções dos
destroços promovidos pela Segunda Grande Guerra, quando surgiu um “boom” de
superproduções que são lembrados até os dias de hoje, mesmo com falta de tecnologia
marcante daqueles anos dourados. Alguns exemplos são:
• Cantando na Chuva
• Oklahoma
• South Pacific
• O Rei e Eu
• Cinderela em Paris
• Gigi
• Amor, Sublime Amor!
• A Noviça Rebelde
• Mary Poppins
• My Fair Lady

Documentário
Como o próprio nome já diz, são fatos expostos em formato de documento no
intuito defender ou atacar alguma ideia. Também pode ser feito no aspecto publicitário
para divulgar características bens, serviços e ambientes.
De qualquer maneira, os documentários são dirigidos no intuito de compreender a
exploração da realidade. Porém, não é somente por causa do objetivo que as explicações
são necessariamente consideradas válidas. Pelo contrário, quanto maior sucesso do
documento em vídeo, mais chances existem de surgiram outros documentários para
debater melhor a ideia que fez sucesso.
Nesta ótica, este gênero simboliza apenas uma visão sobre a realidade, podendo
(ou não) ser complementadas com ideias de outros autores. A história do cinema afirma
que o primeiro filme documentário foi teorizado por Dziga Vertov, no início do século XX.
Sua ideia consistiu em defender a tese de que os olhos das câmeras podem sem
mais fieis do que as visões geradas pelos olhos humanos. Lançado no ano de 1924, com
o título de Cine-Olho.
Comédia 
Metragem que tem por objetivo provocar séries de risos no público. Pode ser
considerado como um dos principais gêneros, ao lado do drama, assim como funcionava
na base do teatro grego antigo. Caracterizado pela presença de brincadeiras presentes
tanto no texto como nas imagens.
Alguns historiadores apontam que o primeiro filme do gênero foi lançado em 1896,
na cidade de Paris, pelos irmãos Lumière, intitulado “L’arroseur Arrosé,” o que em
português significa “O Regador Regado”.
Os estadunidenses eram campeões em lançar filmes mudos em preto e branco
com imagens engraçadas de perseguições, jargões gestuais e surpresas entre os
personagens envolvidos. O objetivo está em atingir, ao máximo, a hilaridade dos
espectadores. A comédia muda pode ser considerada como principal tipo de protótipo
cômico para o cinema.
Este tipo de gêneros fez sucesso nos Estados Unidos, que estavam no período de
pós-guerra civil, com o capitalismo implantado e o caminho livre para a democracia do
chamado sonho norte-americano.
Não se pode falar de comédia muda sem ignorar a presença de Charles Chaplin,
pioneiro de grandes mudanças na forma de fazer filmes cômicos. Carlitos tinha a
brutalidade dos americanos junto com a calma e charme dos ingleses, dois estereótipos
que estão presentes no personagem que ficou eternizado como o eterno vagabundo com
coração de ouro.

Drama
Os dramas retratam problemas relacionados com a rotina dos seres humanos.
Cada autor conhecido registra como ninguém os dramas vividos pelas suas épocas,
desde o tempo dos antigos gregos até à atualidade. No cinema, o termo está relacionado
principalmente com presença de imagens que não possuem caráter cômico. Interessante
notar que, dependendo da cultura do povo, pode acontecer variação entre este tipo de
gênero e a comédia.
Nelson Rodrigues é um grande exemplo. Enquanto que no Brasil os seus contos
são medidos como cômicos com pontos de sedução, em terras portuguesas a maioria dos
telespectadores chora somente de lembrar-se dos dramas vividos pelos grandes
personagens.

Romance
Pode estar aliado com a comédia ou suspense, embora esta não seja uma regra
básica. De certo que o enredo amoroso deve estar presente de forma principal,
independente das misturas dos gêneros. Normalmente no cinema, os romances
aparecem como releituras de livros, caso de Romeu e Julieta, Zorro, entre outros. Contos
de fadas nos quais os heróis desafiam o perigo em nome do amor também entram no
gênero.
Suspense/ Terror
Baseado de forma principal no sentimento de ansiedade e incertezas que percorrem o
corpo da audiência. Tensão medida como emoção primária na obra.

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