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ESTRUTURA DA ICTIOFAUNA DE UM IGARAPÉ DA FAZENDA DIMONA,

AMAZÔNIA CENTRAL: COMPARAÇÃO ENTRE FRAGMENTO E CAPOEIRA

Frederico Augusto Martins Valtuille Faleiro¹2; Adriana Brito da Silva; Aline Cristina Costa Silva;
Elisama Franco Bezerra; Veber Sousa de Moura

¹ – Departamento de Biologia Geral - Laboratório de Ecologia de Isoptera - Universidade Federal


de Goiás. Goiânia. Goiás.
2
fredvaltuille@hotmail.com

Os peixes de igarapés são dependentes da floresta adjacente que é responsável na sustentação


energética destes ambientes, através da matéria orgânica depositada, e para formação de micro-
habitats, que favorecem a diversidade da ictiofauna. Após a fragmentação florestal há formação
de floresta secundária (capoeira) com as seguintes consequências: modificação na cobertura
vegetal que implica em maior incidência de luz, aumentando a produtividade primária autóctone
dos igarapés, podendo com isso permitir uma maior abundância de peixes. Em contraposto, há
uma simplificação de habitats por haver menos troncos caídos, folhas e galhos, devido a uma
menor quantidade de árvores, bem como maior incidência de luz. Assim tivemos como objetivo
testar as seguintes hipóteses relacionadas com as diferenças entre as florestas 1ª e 2ª: o número
total de peixes capturados (abundância) na capoeira é maior que no fragmento; o número de
espécies registradas (riqueza) na capoeira é menor que no fragmento; a abundância será maior em
regiões com a maior abertura do dossel; a riqueza será maior em regiões com grande quantidade
de folhas e barreiras físicas. Realizamos o estudo na fazenda Dimona próxima de Manaus.
Coletamos os peixes com puçá durante 30 minutos em cada um dos trechos de 25 metros,
separados dos adjacentes por 30 metros, totalizando 4 trechos no fragmento de 10 ha e 4 na
capoeira. Em cada trecho medimos: a entrada de luz do dossel; a quantidade de barreiras físicas;
porcentagem de liteira. Capturamos 135 indivíduos, 75 na área de capoeira e 60 indivíduos na
área do fragmento, mas não houve diferença significativa da abundância (t= 0,777; gl=6; p=0,466).
Encontramos 11 espécies na capoeira e 13 espécies no fragmento, não existindo diferença entre a
riqueza desses habitats (t=-0,447; gl=6; p=0,670), totalizando 16 espécies, pertencentes a 9
famílias e 6 ordens. O número de indivíduos capturados não teve relação com a abertura de
dossel (R2=0,083; p=0,489). O número de espécies capturadas não teve relação com o acúmulo
de liteira (R2=0,216; p=0,246) e número de barreiras físicas (R2=0,095; p=0,458). Os resultados
podem ser explicados pelo fato do tempo de regeneração de 24 anos, até 2008, ser suficiente para
a comunidade de peixes ser restaurada a ponto de se aproximar da ictiofauna da floresta 1ª do
fragmento de 10ha. Além disso, pode ser entendido devido ao fato das variáveis ambientais
também não apresentarem diferenças entre os dois habitats. Indicando que a comunidade de
peixes está respondendo bem a regeneração florestal.

Palavras chave: Peixes, regeneração florestal, fragmentação florestal.

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