Você está na página 1de 110

Medição & Verificação

Medição & verificação

Página 1 de 110
Medição & Verificação

MEDIÇÃO & VERIFICAÇÃO

MEDIÇÃO & VERIFICAÇÃO 1


MODULO 1 - INTRODUÇÃO 4
Aula 1 - Apresentação ................................................................................. 4
Aula 2 - Princípios ...................................................................................... 4
Aula 3 – Atividades da M&V ......................................................................... 5
Aula 4 – Comparação entre M&V e MT&R ...................................................... 5
Aula 5 – A importância da M&V para as organizações ...................................... 6
Aula 6 – Os diferentes Planos de M&V ........................................................... 6
MODULO 2 - OBJETIVOS 7
Aula 1 – Áreas de interessadas .................................................................... 7
Aula 2 – Propósitos da M&V ......................................................................... 7
MODULO 3 - O PROTOCOLO INTERNACIONAL DE MEDIÇÃO E VERIFICAÇÃO E
OUTROS 10
Aula 1 - Introdução ...................................................................................10
Aula 2 - Flexibilidade na criação de planos de M&V ........................................11
Aula 3 - Benefícios do uso do PIMVP ............................................................11
Aula 4 - Outros Padrões .............................................................................12
MODULO 4 – AS OPÇÕES DE MEDIÇÃO E VERIFICAÇÃO 13
Aula 1 - Introdução ...................................................................................13
Aula 2 - Opção A - Isolamento da melhoria com medição somente de variáveis
chaves .....................................................................................................13
Aula 3 - Medir X Estimar ...........................................................................14
Aula 4 – Comparação entre M&V e MT&R .....................................................15
Aula 5 - Intervalo das Medições ..................................................................15
Aula 6 - Amostragem ................................................................................16
Aula 7 - Incerteza ....................................................................................16
Aula 8 - Custo..........................................................................................17
Aula 9 - Melhores Aplicações.......................................................................17
Aula 10 - Opção B – Isolamento da melhoria com medição de todas as variáveis
...............................................................................................................18
Aula 11 - Melhores Aplicações .....................................................................18
Aula 12 - Opção C - Medição de toda a instalação..........................................19
Aula 13 - Dados de Energia ........................................................................20
Aula 14 - Dados de Energia ........................................................................20
Aula 15 - Variáveis Independentes ..............................................................21
Aula 16 - Análise de Dados e Modelos ..........................................................21
Aula 17 - Cálculo dos Ajustes de Rotina ......................................................22
Aula 18 - Custo .........................................................................................22
Aula 19 - Melhores Aplicações .....................................................................23
Aula 20 - Opção D - Simulação calibrada ......................................................23
Aula 21 - Medindo as economias reais..........................................................25
Aula 22 - Tipos de Programas de Simulação .................................................25
Aula 23 - Calibragem .................................................................................25
Aula 24 - Melhores Aplicações .....................................................................26
Aula 25 - Síntese.......................................................................................28
Aula 26 - Guia para a seleção da opção ........................................................30
MODULO 5 – ASPECTOS DA m&v 31
Aula 1 - Fronteiras de medição....................................................................31
Aula 2 - Exemplos .....................................................................................31
Aula 3 - O período de medição ....................................................................33
Aula 4 - Medição das Economias..................................................................36
Aula 5 - Incerteza na Avaliação das Economias .............................................37

Página 2 de 110
Medição & Verificação

Aula 6 - Armazenamento dos dados.............................................................40


Aula 7 - Parâmetros de influência ................................................................40
Aula 8 - Ajuste da Linha de Referência .........................................................40
Aula 9 - Consumo constante .......................................................................41
Aula 10 - A temperatura como variável independente ....................................43
Aula 11 - Ajustes não rotineiros ..................................................................44
Aula 12 - Valores mínimos de parâmetros ....................................................46
Aula 13 - Custos de medição ......................................................................47
Aula 14 - Balanço entre a Incerteza e o Custo ..............................................48
Aula 15 - Preços da Energia ........................................................................48
Aula 16 - Dados para Certificados de Redução de Emissão..............................50
Aula 17 - Verificação por Uma Terceira Parte ................................................50
MODULO 6 – plano de m&v 51
Aula 1 – Introdução ...................................................................................51
Aula 2 - Início do planejamento ..................................................................51
Aula 3 - Os 13 tópicos de um plano de M&V ..................................................52
Aula 4 - Tópicos adicionais .........................................................................54
Aula 5 - Relatório da M&V ..........................................................................54
Módulo 7 – Exemplos 56
Aula 1 - Correlação de dados no Excel® .......................................................56
Aula 2 - Opção a – Melhoria da eficiência de um conjunto motor-bomba. .........61
Aula 3 - Opção B - Alterando a demanda do conjunto motor-bomba ................62
Aula 4 - Opção A - Retrofit em iluminação ....................................................62
Aula 5 - Opção A – Controle de iluminação ...................................................66
Aula 6 - Opção B – Substituição de caldeira ..................................................67
Aula 7 - Opção C - Projeto de múltiplas medidas em todo o Edifício .................69
Aula 8 - Opção D - Projeto de múltiplas medidas com Simulação Calibrada ......75
Aula 9 - Exercício ......................................................................................78
Aula 10 - Premissas adotadas: ....................................................................78
Aula 11 - Preços e tarifas de energia elétrica aplicados ..................................79
Aula 12 - Resultados estimados ..................................................................81
Aula 13 - Metodologia para cálculo do benefício real ......................................82
Módulo 8 – Técnicas de Medição 85
Aula 1 - Equipamento de medição ...............................................................85
Aula 2 - Demanda Elétrica ..........................................................................86
Aula 3 - Técnicas para Instrumentação e Medição .........................................86
Aula 4 - Eletricidade ..................................................................................86
Aula 5 - Tempo de Duração ........................................................................87
Aula 6 - Temperatura.................................................................................87
Aula 7 - Umidade ......................................................................................89
Aula 8 - Fluxo ...........................................................................................89
Aula 9 - Pressão ........................................................................................91
Aula 10 - Energia Térmica ..........................................................................91
Aula 11 - Controle de qualidade ..................................................................92
Módulo 9 – Exercícios de avaliação M&V 94
Banco de Exercícios de avaliação de M&V .....................................................94
Módulo 10 – Glossário 107
Glossário ................................................................................................ 107
Módulo 11 – Bibliografia 109
Bibliografia ............................................................................................. 109
Módulo 12 – Links 110
Links úteis .............................................................................................. 110

Página 3 de 110
Medição & Verificação

MODULO 1 - INTRODUÇÃO

Aula 1 - Apresentação
Economia de Energia ou Água e reduções de demanda não podem ser medidas
diretamente, uma vez que representam a ausência de energia e água. Desse modo,
economias são determinadas por comparação entre a demanda ou uso medido,
antes e depois da implementação de um projeto, e ajustadas devido a mudanças
das condições entre um período e outro da medição.

A Medição e Verificação (M&V) é uma metodologia para comprovar economias em


energia e custos, resultantes de ações de eficiência energética. Ela inicia-se
juntamente com a criação de uma determinada ação de eficiência energética, e
termina ao final da atividade de comprovação dos resultados.

Esse curso foi baseado no primeiro volume do Protocolo Internacional de Medição e


Verificação, disponível no site da EVO - Efficiency Valuation Organization.

Veremos os objetivos e benefícios do M&V, depois serão descritos o IPMVP e outros


documentos semelhantes utilizados como procedimentos padronizados.

Serão detalhadas as opções de M&V descritas no IPMVP.

Apresentados os procedimentos e o conteúdo para elaborar um plano de M&V.

São dados diversos exemplos e colocadas diversas considerações sobre o plano e


protocolo.

Aula 2 - Princípios
Como envolve mais de um interessado, A M&V deve ser baseada nos seguintes
princípios:

Completo – nos documentos de registro das economias todos os efeitos de um


projeto devem ser considerados.

 Conservador – é melhor que os procedimentos de M&V projetem economias


conservadoras ou subestimadas, uma vez que são baseadas em algumas
incertezas.

 Consistente – O registro das economias efetivas deve ser consistente entre


diferentes tipos de projetos de eficiência energética, para qualquer gerente
de energia, em qualquer tempo do projeto seja ele de eficiência ou um novo
projeto de suprimento. Consistente não significa idêntico. Qualquer projeto
sujeito a julgamentos de diferentes interessados deve considerar as
dimensões ou parâmetros que são valorizadas por cada parte, identificando
áreas chaves de atuação.

 Preciso – a precisão dos resultados da M&V depende do orçamento


disponível, quanto mais impreciso mais conservadoras devem ser as

Página 4 de 110
Medição & Verificação

estimativas ou análises. Os custos de M&V devem ser pequenos em relação


às economias que são objeto da avaliação.

 Relevante – Na determinação das economias, as variáveis que provocam


efeitos significativos ou relevantes devem ser medidas enquanto outras de
menor efeito podem ser estimadas, desprezadas ou acordadas

 Transparente – todas as atividades de M&V devem ser esclarecidas e bem


relatadas. Um detalhamento completo deve incluir a apresentação de todos
os itens envolvidos no plano de M&V e no relatório de economias.

Estes princípios devem ser usados como guia em projetos de eficiência energética
nos quais hajam omissões ou inconsistências.

Aula 3 – Atividades da M&V


A M&V consiste das seguintes atividades:

 Instalar, calibrar e dar manutenção em medidores;


 Coletar e selecionar dados
 Desenvolver um método computacional e estimativo aceitáveis.
 Computar os dados medidos e
 Relatar os resultados, assegurar a qualidade e permitir a verificação de
terceiros.

A inserção da Medição e Verificação em uma empresa é contratual ou formal, ou


seja, faz parte de um contrato ou documento equivalente, firmado entre o
implantador ou responsável pela medida e seu beneficiário ou usuário.

Aula 4 – Comparação entre M&V e MT&R


A Medição e Verificação difere da metodologia de gestão energética conhecida por
Monitoring (monitoramento), Targeting (estabelecimento de metas) e Reporting
(relatório) (MT&R), deve-se evitar a confusão entre essas duas metodologias.

O MT&R tem início definido durante um programa de gestão energética, como


ferramenta de gestão, sendo de aplicação contínua, sem término previsto. A
integração do MT&R em uma empresa é organizacional, ou seja, faz parte de
diversos setores da empresa, como o Controle da Qualidade, por exemplo.

O M&V pode não ser necessário quando as partes estão de acordo com os
resultados do projeto. Entretanto dentro de um programa de gestão energética ou
MT&R, pode ser necessário, ou às vezes o sistema requer, a verificação da
eficiência de alguns equipamentos ou processos. Tal verificação do potencial de
economia não deve ser confundido com M&V.

A seguir um quadro comparativo entre as duas metodologias:

M&V MT&R
Comprova ações de melhoria Monitora ações operacionais e de
melhorias
Mede ações esperadas no consumo Detecta alterações esperadas e
de energia inesperadas no consumo de energia
Segue protocolos padronizados Método depende da organização
Inserção por contrato ou formal Integração organizacional

Página 5 de 110
Medição & Verificação

Limitado a um período específico Atividade contínua

Feita esta distinção, fica claro que a denominação Monitoramento e Verificação


disseminada em alguns meios é errada e deve-se utilizar a denominação Medição e
Verificação.

Aula 5 – A importância da M&V para as organizações


Para as organizações, a Medição e Verificação é extremamente relevante, visto que
os executivos das empresas necessitam prever e apurar os retornos de capital
esperados sobre determinado investimento, seja em projetos de eficiência energética
ou não, para poderem tomar as suas decisões em fatos e não em estimativas.

“Não é possível gerenciar o que não é medido” – Jack Welch, da General


Eletric”

Um dos pontos críticos, no caso de projetos de eficiência energética, é a


comprovação dos resultados obtidos por meio de uma melhoria. Por isso é
necessário estabelecer um procedimento padrão, aceito pelas partes, que
estabeleça uma metodologia de M&V.

Não existe um único Plano de Medição e Verificação possível para determinada


situação!

Aula 6 – Os diferentes Planos de M&V

Para uma mesma situação, diferentes planos podem ser desenvolvidos, todos eles
válidos. A forma do desenvolvimento de um Plano de Medição e Verificação
depende de diversos fatores, como: simplicidade, custos, disponibilidades, entre
outros.

A experiência individual do planejador fará com que este opte por uma ou outra
modelagem. Da mesma forma não faz sentido uma "receita de bolo" para
determinada situação. Em certos casos é necessária a adoção de alternativas ao
usual para a obtenção de um resultado aceitável.

Tendo isso em vista e com o objetivo de facilitar o entendimento, foi criado o


Protocolo de Medição e Verificação, que foi desenvolvido como manual de como
elaborar um Plano de M&V consistente e aceitável por todas as partes envolvidas
em um projeto.

No Brasil fala-se sobre o Protocolo Internacional de Medição e Verificação da


Performance (IPMVP - International Performance Measurement and Verification
Protocol) desde o final dos anos 90 e, ao longo destes anos, manteve-se ao largo
dos acontecimentos, e diversas tentativas de sua popularização não obtiveram
sucesso.

A partir do momento em que a Agência Nacional de Energia Elétrica - ANEEL exige


que todos os projetos de eficiência energética implementados pelas concessionárias
de energia elétrica no âmbito do Programa de Eficiência Energética - PEE, devem
comprovar os resultados baseando-se neste Protocolo, tornou-se de fundamental
importância conhecê-lo.

Página 6 de 110
Medição & Verificação

MODULO 2 - OBJETIVOS

Aula 1 – Áreas de interessadas


A M&V não tem um único objetivo, uma vez que ele envolve diversos agentes ou
interessados. Desse modo, de início, é necessário conhecer os diversos
interessados num plano de M&V.

1. ESCO (empresas de serviço de energia) ou Empresas que realizam contrato


de desempenho e seus clientes, proprietários ou gerentes de uma instalação
consumidora de energia.

2. ESCO (empresas de serviço de energia) ou Empresas que realizam contrato


de desempenho e seus clientes, proprietários ou gerentes de uma indústria
ou processo industrial consumidor de energia.

3. Usuário de energia que executará seu próprio projeto e que deseja


contabilizar a economia para apresentar para sua gerência superior ou para
os proprietários ; acionistas.

4. Gerente de planta que deseja registrar as variações no orçamento de


energia

5. Novos construtores.

6. Novos construtores, que desejam receber certificações de eficiência


energética, de edificação sustentável, etc.

7. Gerentes de edificações existentes, que desejam receber certificações de


eficiência energética, de edificação sustentável, etc.

8. Gerentes e coordenadores de programas de gerenciamento pelo lado da


demanda de concessionárias de energia.

9. Empreendedores de projetos de eficiência de energia e água.

10. Projetistas ou empreendedores de programa de comercialização de redução


de emissões.

11. Compradores e investidores em créditos de carbono.

12. Órgãos institucionais (ANEEL, PROCEL, instituições governamentais) que


regulam ou suportam programas de eficiência energética.

Aula 2 – Propósitos da M&V


A M&V serve para os seguintes propósitos:

Aumentar e garantir a economia de energia: a determinação precisa das


economias e o aumento de informações consistentes dá aos proprietários e gerentes
um retorno precioso sobre a performance de suas medidas de conservação de energia
(MCEs). Esse retorno ajuda-os a controlar e adequar o projeto ou a operação da MCE

Página 7 de 110
Medição & Verificação

e aumentar a economia e sua vida útil ou tempo de duração bem como reduzir
variações ao longo do tempo.

Documentar uma transação financeira: em muitos projetos as economias são a


base de garantia de contratos de desempenho. Um plano de M&V bem feito e
transparente fornece às partes segurança e permite uma verificação independente.

Assegurar financiamento para projetos de eficiência energética: Um bom


plano de M&V aumenta a transparência e credibilidade dos relatórios sobre
investimento em eficiência. Aumenta a credibilidade, também, das previsões de
economias desses projetos. Essa credibilidade aumenta a confiança de investidores
e financiadores em projetos de eficiência energética, aumentando as chances ou
reduzindo os riscos de seu financiamento.

Reduzir os custos de financiamentos de projetos: Um dos componentes do


custo de qualquer projeto é o risco inerente ao mesmo. Com a apresentação de um
Plano de Medição e Verificação consistente, boa parte do risco é mitigada,
permitindo a redução da parcela referente ao mesmo, que pode ser bem elevada
nos casos de uma inexistência de um Plano.

Melhorar a engenharia, operação e manutenção de plantas: Uma boa M&V ajuda


aos gerentes descobrir e reduzir problemas de manutenção e operação, assim
podem rodar seus processos mais efetivamente. Além de fornecer boas dicas para
projetos futuros.

Gerenciar a “conta“ de energia: Mesmo onde a economia não é planejada, as


técnicas de M&V ajudam gerentes a avaliar e gerenciar os usos de energia de modo
a controlar as variações de sua conta. Essas técnicas são usadas, quando há
mudanças nas condições de operação, para estabelecer novos orçamentos e
controlar variações nesse.

Assegurar o valor dos créditos de emissões reduzidas (CER): Considerar as


emissões reduzidas fornece um atrativo adicional aos projetos de eficiência. O uso
de um plano de M&V para determinar as economias melhora o registro das
emissões reduzidas quando comparado com um projeto sem M&V. Assim, é
possível determinar a contribuição do projeto na redução dos gases de efeito
estufa. Dependendo do montante desta redução, é possível incluir o projeto para a
obtenção de fundos a partir da redução destes gases.

Apoiar a avaliação de programas de governo de eficiência energética:


programas de governo ou de concessionárias para gerenciar seu sistema de oferta de
energia podem usar as técnicas de M&V para avaliar as economias de um conjunto de
clientes. Usando técnicas estatísticas e outras premissas, as economias indicadas
pela atividade de M&V em clientes selecionados podem ajudar a prever as economias
em clientes não medidos de modo a prognosticar a eficiência de todo o programa.

Aumentar o entendimento público da gestão energética como ferramenta


de política pública: Ao melhorar a credibilidade de projetos de gestão energética, a
M&V aumenta a aceitação pública das emissões reduzidas correlacionadas. Esta
aceitação incentivará investimentos em projetos de eficiência energética ou nos
créditos de emissões reduzidas que ele criará. Ao assegurar as economias, uma boa
M&V enfatiza os benefícios fornecidos pela boa gestão energética, tais como
melhorias no bem estar, no menor impacto no meio ambiente e aumento do nível de
emprego.

Página 8 de 110
Medição & Verificação

Detectar mudanças esperadas no consumo de energia: Devido à modelagem


matemática utilizada no desenvolvimento de um bom plano de medição e verificação,
é possível detectar mudanças no consumo de energia, desde que as variáveis de
influência tenham sido consideradas. Boas práticas de Medição e Verificação,
incorporadas a um projeto de eficiência, levam naturalmente a um melhor projeto de
retrofit, visto que há uma verificação dos resultados obtidos baseada em medição e
não em estimativas.

Página 9 de 110
Medição & Verificação

MODULO 3 - O PROTOCOLO
INTERNACIONAL DE MEDIÇÃO E
VERIFICAÇÃO E OUTROS

Aula 1 - Introdução
O desenvolvimento do Protocolo Internacional de Medição e Verificação foi iniciado
nos anos 90, por um grupo de voluntários reunidos por iniciativa do Departamento
de Energia dos Estados Unidos (DOE - Department of Energy), motivado pelos
baixos investimentos em projetos de eficiência energética devido às incertezas
relacionadas às economias futuras a serem obtidas por meio dessas ações.
A alta incerteza dava-se por causa da falta de um protocolo padronizado para medir
as economias realmente alcançadas e utilizava-se uma colcha de retalhos de
procedimentos para este fim.
Em 1997, foi lançado o primeiro Protocolo Internacional de Medição e Verificação,
tendo sido atualizado algumas vezes desde então, ganhando outros volumes ao
longo tempo.
O Protocolo não é uma norma ou diretriz obrigatória, tampouco é um manual de
instruções sobre como fazer a Medição e Verificação. Deve ser encarado mais como
um manual de boas práticas a ser aceito por todas as partes envolvidas, o qual
estabelece as bases para uma boa avaliação de projetos de eficiência energética.
Uma das grandes vantagens do Protocolo é exatamente o fato de não apresentar
regras rígidas para cada tipo de ação de eficiência energética, pois, na prática, cada
ação apresenta as suas características particulares e, caso a Medição e Verificação
fosse demasiadamente "engessada", sua implantação poderia ser inviável.
Fica, portanto, a critério dos desenvolvedores de um Plano de Medição e Verificação
a escolha da metodologia a ser adotada, adequada à situação encontrada no local.
O PIMVP:

 Documenta termos e métodos comuns de avaliação de projetos de eficiência


energética para compradores, vendedores e financiadores, os quais podem
ser usados em contratos, apesar do Protocolo não estar em linguagem de
contrato.

 Fornece métodos indicados, com diferentes níveis de custo e precisão, que


servem tanto para toda uma instalação como para uma melhoria isolada de
um equipamento ou processo.

 Indica o conteúdo de um Plano de M&V que satisfaz os fundamentos da M&V


e deve produzir economias verificáveis.

 Aplica-se a todo tipo de instalação.

Página 10 de 110
Medição & Verificação

O PIMVP é uma estrutura de definições e métodos para avaliar economias de


energia. Ele foi projetado para permitir aos usuários desenvolver um plano de M&V
para um projeto específico.

Aula 2 - Flexibilidade na criação de planos de M&V


O PIMVP foi escrito para permitir máxima flexibilidade na criação de planos de M&V
que vão de encontro às necessidades de projetos específicos, mas que também
estejam de acordo com os princípios de precisão, transparência e repetibilidade. No
caso onde os usuários necessitem demonstrar, ou desejem alegar que suas
medições estão de acordo com o PIMVP, devem ser levadas em conta as seguintes
questões:

• As duas partes devem identificar a organização/pessoa responsável pelas


atividades de M&V. Esta organização/pessoa deve ser responsável pela aprovação
do plano de M&V e assegurar que ele seja seguido durante o período do contrato.

• O plano de M&V deve estabelecer claramente qual Opção do PIMVP (ou a


combinação delas) e métodos (regressão linear, regressão múltipla, etc.) será
utilizada para determinar as economias de energia.

• As duas partes devem concordar quanto a um plano que especifique a


medição/monitoramento a ser realizada. O plano deve estabelecer claramente
como o uso de energia e as condições do período base devem ser estabelecidas,
incluindo: em quais medições devem ser feitas, como devem ser utilizados os
dados, quais variáveis devem ser estipuladas e em que base. O plano deve fornecer
informações sobre o equipamento para medição, sua calibragem, o local das
medições, a duração do período de medição, a precisão do processo de medição
etc.

• O plano de M&V deve especificar os detalhes de como os cálculos devem ser


feitos estabelecendo as variáveis (horas de operação, consumo elétrico num
aparelho para iluminação, kWh/t etc.) que devem ser medidas e quaisquer
hipóteses associadas.

• As duas partes devem concordar sobre como deve ser mantida a garantia da
qualidade e checado os resultados.

• O plano de M&V deve listar os relatórios a serem preparados, seu conteúdo e


formatos e estipulado um período de tempo durante o qual eles devem ser
fornecidos.

• Toda a terminologia deve ser consistente com as definições do PIMVP.

Aula 3 - Benefícios do uso do PIMVP


 Garantia de pagamentos. Projetos aderentes ao PIMVP dão tranqüilidade aos
agentes envolvidos facilitando a aceitação das economias reportadas.

 Reduz custo de transação, uma vez que padronizado termos e métodos,


simplificam a negociação do contrato de performance.

 Credibilidade internacional, aumentando o valor percebido pelo contratante.

Página 11 de 110
Medição & Verificação

 Permite obter certificações de eficiência como as do LEED™ (Leadership in


Energy Efficient Design) sistema de certificações de edifícios dos Estados
Unidos.

 Auxilia organizações e agencias governamentais, ANEEL, por exemplo, a


gerenciar seus programas de eficiência energética além de dar credibilidade
aos resultados registrados.

Aula 4 - Outros Padrões


O PIMVP é complementado pelo trabalho da American Society of Heating,
Refrigeration and Air-Conditioning Engineers (ASHRAE) na forma de sua Diretriz 14
Medições das Economias de Energia e Demanda (ASHRAE, Guideline 14-2002
Measurement of Energy and Demand Savings) . Em contraste com o documento
ASHRAE, que enfoca um nível muito técnico, o PIMVP estabelece uma estrutura
geral e terminologia para auxiliar compradores e vendedores de serviços de M&V.
Essa diretriz pode ser encontrada em
http://resourcecenter.ashrae.org/store/ashrae/
O Programa Federal de Gerenciamento de Energia (FEMP) do Departamento de
Energia americano foi estabelecido em parte para reduzir os custos de energia do
governo relativos às instalações federais em operação. O FEMP dá assistência aos
gerentes federais de energia na identificação e obtenção de projetos de
conservação de energia.
As Diretrizes de M&V do FEMP (M&V Guidelines: Measurement and Verification for
Federal Energy Projects, Version 2.2 – 2000) seguem o PIMVP e fornecem
orientação e métodos para medição e verificação das economias de energia e
custos associadas aos contratos de desempenho das agências federais. Destina-se
aos gerentes de energia federais, funcionários federais e empreiteiros
implementadores de contratos de desempenho em instalações federais. Auxilia na
escolha de métodos de M&V que forneçam um nível de precisão adequado para
proteção do investimento no projeto.
O PIMVP está incorporado ao U.S. Green Building Council´s (USGBC) Leadership in
Energy and Environmental Design Rating System (LEEDTM), que está se tornando o
padrão nacional de projetos de prédios verdes.
O Programa USGBC-LEEDTM fornece um sistema abrangente de avaliação de
prédios verdes. Para ser avaliado, um prédio deve tomar várias medidas, inclusive
o PIMVP, para medir a eficiência em energia e água. Eles são então avaliados por
uma série de aspectos ambientais e de ciclo de vida para determinar se o edifício
alcança um dos níveis de desempenho LEEDTM. Os candidatos recebem um ponto
se estiverem de acordo com o PIMVP. Para mais informações, visitar o site
www.usgbc.org.
O protocolo de gás estufa define meios de reportar o impacto da redução das
emissões de gás estufa e de projetos de seqüestro de carbono. Veja em
www.ghgprotocol.org.
• Outro protocolo existente para avaliar programas de eficiência energética é o da
comissão de Concessionárias do estado da Califórnia nos Estados Unidos. Pode ser
encontrado em http://www.calmac.org.

Página 12 de 110
Medição & Verificação

MODULO 4 – AS OPÇÕES DE MEDIÇÃO E


VERIFICAÇÃO

Aula 1 - Introdução
O Protocolo de Medição e Verificação apresenta quatro opções sobre como pode ser
realizada a Medição e Verificação, determinar qual a melhor em cada caso
dependerá de uma série de fatores, entre eles:

 Recursos disponíveis ou custo.


 Medições necessárias e seu limite.
 Experiência e desejo das partes.
 Dados disponíveis.
 Previsões e projetos futuros.
 Incertezas e riscos aceitáveis.

Os custos são diferentes para cada opção, pois envolve maior ou menor tempo e
profundidade de medição, expertise ou recursos de informática.

As Opções A e B medem o desempenho de melhorias específicas, isto ocorre


quando a ação abrange apenas um setor ou equipamento da instalação. Elas
envolvem a medição do uso de energia de sistemas afetados pela melhoria em
separado do restante da instalação. As opções se diferem pelo número de variáveis
que são medidas, na A admite-se estimar alguns valores na B todas as variáveis
são medidas.

A Opção C verifica a economia de energia de toda a instalação. A Opção D é


baseada em simulações do desempenho de energia do equipamento ou de toda a
instalação para permitir a determinação das economias quando os dados do ano-
base ou após a melhoria não forem confiáveis ou não estiverem disponíveis.

Aula 2 - Opção A - Isolamento da melhoria com medição


somente de variáveis chaves
Nesta opção o protocolo define que "alguns parâmetros, mas não todos, podem ser
estimados", ou seja, pelo menos um dos parâmetros de influência sobre o consumo
deve ser medido, podendo os demais serem estimados ou estipulados. As
economias são determinadas através de cálculos de engenharia utilizando dados
provenientes de estimativas e medições pós-melhoria.

Um exemplo de aplicação típica é a substituição de um sistema de iluminação, onde


a potência instantânea é medida e as horas de funcionamento são estimadas.

A Opção A refere-se ao isolamento do uso de energia do equipamento afetado por


uma ação, do uso de energia do restante da instalação. Apenas uma medição
parcial é utilizada na Opção A com alguns parâmetros sendo estimados e outros,
medidos. Estimativas são admitidas onde o impacto dos erros possíveis de ocorrer
não afetarão significativamente as economias esperadas.

Página 13 de 110
Medição & Verificação

Um equipamento de medição deve ser usado para isolar o uso de energia do


equipamento afetado pela ação. A medição deve refletir o limite entre o
equipamento que a melhoria afeta e aquele que ela não afeta. Por exemplo, uma
redução de carga de iluminação freqüentemente tem um impacto no uso de energia
do sistema de climatização, mas o limite para a medição pode ser definido para
abranger apenas o circuito de iluminação. Contudo, se o limite da determinação de
economias abrange os efeitos térmicos, será necessário medir ou estipular a
iluminação e os fluxos de energia térmica.

Aula 3 - Medir X Estimar


A decisão sobre quais parâmetros medir e quais a estimar deve considerar a
importância do impacto de todas as estimativas sobre as economias gerais
registradas. Os valores estimados e a análise de seus impactos devem ser incluídos
no Plano de M&V.

A estimativa pode ser baseada em dados históricos tais como o registro de horas de
operação do ano-base. Qualquer parâmetro que não for medido na instalação para
o ano-base ou o período pós-melhoria deve ser tratado como um valor estimado e
o impacto de um possível erro na estimativa ser considerado nas economias
esperadas.

Cálculos de engenharia ou modelos matemáticos podem ser utilizados em


estimativas de qualquer parâmetro das economias registradas. Por exemplo, se
uma parte das horas de operação de um equipamento for considerada por
estimativa, e pode estar entre 2.100 e 2.300 horas por ano, as economias
estimadas entre estes valores horários devem ser computadas e avaliada o impacto
da diferença nas economias esperadas.

Os parâmetros a serem medidos devem ser objeto de negociação entre os


interessados, principalmente aqueles submetidos a um contrato, pois envolve
custos e a comprovação de serviços prestados. Quanto mais estimativas menores
os custos e mais imprecisas as economias.4 - Verificação da Instalação.

Já que a estimativa é prevista nesta Opção, deve-se ter muito cuidado em revisar o
projeto de engenharia e a instalação para assegurar que a estimativa seja realista e
alcançável, i.e., que o equipamento tenha realmente potencial para apresentar a
performance prevista.
A intervalos definidos durante o período pós-melhoria, a instalação deve ser
inspecionada para verificar a existência do equipamento e sua operação e
manutenção adequadas. Tais inspeções assegurarão a continuação do potencial
para gerar as economias previstas e validar as estimativas. A freqüência destas
inspeções pode ser determinada pela probabilidade de mudança. Ela pode ser
estabelecida por inspeções iniciais freqüentes para estabelecer a estabilidade da
ocorrência e do desempenho do equipamento. Um exemplo da necessidade de
inspeção de rotina é a determinação de economias de um retrofit de iluminação
envolvendo a amostragem do desempenho dos aparelhos e a contagem da
quantidade deles. Neste caso, a contínua existência dos aparelhos e lâmpadas é
crítica para a determinação das economias. Portanto, seria apropriada a contagem
periódica do número de luminárias no local com lâmpadas acesas. Mesmo em local
com medições, é necessário inspeções locais para a verificação de seu adequado
funcionamento e estado de manutenção.

Página 14 de 110
Medição & Verificação

Aula 4 – Comparação entre M&V e MT&R


A Medição e Verificação difere da metodologia de gestão energética conhecida por
Monitoring (monitoramento), Targeting (estabelecimento de metas) e Reporting
(relatório) (MT&R), deve-se evitar a confusão entre essas duas metodologias.

O MT&R tem início definido durante um programa de gestão energética, como


ferramenta de gestão, sendo de aplicação contínua, sem término previsto. A
integração do MT&R em uma empresa é organizacional, ou seja, faz parte de
diversos setores da empresa, como o Controle da Qualidade, por exemplo.

O M&V pode não ser necessário quando as partes estão de acordo com os
resultados do projeto. Entretanto dentro de um programa de gestão energética ou
MT&R, pode ser necessário, ou às vezes o sistema requer, a verificação da
eficiência de alguns equipamentos ou processos. Tal verificação do potencial de
economia não deve ser confundido com M&V.

A seguir um quadro comparativo entre as duas metodologias:

M&V MT&R
Comprova ações de melhoria Monitora ações operacionais e de
melhorias
Mede ações esperadas no consumo Detecta alterações esperadas e
de energia inesperadas no consumo de energia
Segue protocolos padronizados Método depende da organização
Inserção por contrato ou formal Integração organizacional
Limitado a um período específico Atividade contínua

Feita esta distinção, fica claro que a denominação Monitoramento e Verificação


disseminada em alguns meios é errada e deve-se utilizar a denominação Medição e
Verificação.

Aula 5 - Intervalo das Medições

Os parâmetros podem ser medidos contínua ou periodicamente por períodos curtos.


O valor esperado de variação no parâmetro definirá a decisão de medir contínua ou
periodicamente.

Onde não se espera mudança em um parâmetro, ele pode ser medido


imediatamente após a execução da melhoria e testado ocasionalmente durante o
período pós-melhoria. A repetição deste teste pode ser determinada iniciando-se
com medições freqüentes para verificar se o parâmetro está constante. Uma vez
provada a constância, a freqüência das medições pode ser reduzida.

Se não forem utilizadas medições contínuas, o local da medição e a natureza exata


do equipamento de medição devem ser registrados no Plano de M&V junto com o
procedimento de calibragem do medidor que estiver sendo usado.

Quando se espera que um parâmetro seja constante, os intervalos de medição


podem ser curtos e ocasionais. Os aparelhos para iluminação dão um exemplo de
fluxo de carga constante, admitindo-se que eles não tenham redutor de luz.

Página 15 de 110
Medição & Verificação

Contudo, os períodos de operação das luzes podem não ser constantes, por
exemplo, a iluminação externa controlada por uma fotocélula opera por períodos
menores nas estações com iluminação natural mais longa do que nas estações de
menor iluminação natural. Onde um parâmetro puder ser modificado, como no caso
desta fotocélula, as medições devem ser feitas sob condições sazonais apropriadas.

Onde um parâmetro puder variar diária ou horariamente, como na maioria dos


sistemas de aquecimento ou refrigeração, as medições contínuas devem ser as
mais simples. Entretanto, para as cargas dependentes da estação do ano, as
medições podem ser feitas por um período longo o bastante para caracterizar
adequadamente o padrão de carga (i.e., dia da semana/fim de semana e
características da carga dependentes da estação do ano) e repetidas se necessário
durante o período pós-melhoria.

Aula 6 - Amostragem
Onde múltiplas instalações com melhorias similares forem incluídas nos cálculos das
economias, podem ser usadas amostras, estatisticamente válidas, como medições
comprovadas do total do parâmetro. Esta situação pode surgir, por exemplo, onde
luminárias para iluminação individuais forem medidas antes e após o retrofit para
avaliar sua carga, enquanto a carga total de iluminação não pode ser lida no painel
elétrico devido à presença de cargas não relativas a iluminação no mesmo painel.
Desde que uma amostra estatisticamente importante de luminárias seja medida
antes e após a instalação da medida, estes dados podem ser usados como a
“medição” da carga total de iluminação.

Aula 7 - Incerteza
Os fatores específicos relativos à incerteza dos métodos da Opção A são:

• O impacto dos efeitos da melhoria além de seus limites. Por exemplo, a


importância da energia térmica de refrigeração associada à redução na carga de
iluminação depende do porte e do número de horas de operação do equipamento
de refrigeração a cada dia.

• A importância do erro introduzido pelas variações possíveis entre os valores


estipulados e os reais dos parâmetros. Esta incerteza é controlada através de
revisão cuidadosa da melhoria, da inspeção de sua implementação após a
instalação e periodicamente depois disso.

• A variabilidade nos parâmetros medidos, se for empregada medição periódica.


Esta incerteza pode ser minimizada através de medições freqüentes no início do
projeto para caracterizar adequadamente a variabilidade.

• O grau em que a amostra medida representa entre todos os componentes da


melhoria.

A incerteza das economias na Opção A geralmente é inversamente proporcional à


complexidade da melhoria e da variabilidade das operações no ano-base e no
período pós-melhoria. Assim, as economias de uma simples troca de iluminação
podem ser mais exatamente determinadas com a Opção A do que as de um retrofit
de chiller, já que as estimativas para iluminação podem ter menos incerteza.

Página 16 de 110
Medição & Verificação

Aula 8 - Custo
As determinações de economias com a Opção A podem ser menos onerosas do que
com as outras opções, uma vez que o custo para realizar uma estimativa pode ser
menor do que para fazer medições. Entretanto, em algumas situações onde a
estimativa é o único caminho possível, o custo de uma boa estimativa pode ser
maior do que uma medição direta. O planejamento dos custos dessa opção deve
considerar todos os elementos: instalação do medidor, das estimativas, do
comissionamento e inspeção, das análises e o custo de leitura e registro dos dados.

Podem ser usados medidores portáteis, de modo que seus custos possam ser
compartilhados com outras medidas. Salienta-se que os medidores que são
instalados permanentemente são úteis na instalação para dar feedback à equipe de
operação para otimização dos sistemas ou o faturamento de usuários especiais.

O custo também é determinado pela freqüência da medição, se contínua ou


periódica. Os custos anuais devem ser estimados para serem maiores no início do
período pós-melhoria. Neste estágio de um projeto os processos de medição estão
sendo aperfeiçoados e é necessário maior monitoramento do desempenho para
otimizar a melhoria. Alguns projetos podem deixar de registrar economias após um
período de “teste” definido, ainda que a medição possa ser deixada no local para
feedback em tempo real para a equipe de operação.

O custo adequado a cada medição de economias deve ser definido em proporção às


economias esperadas e de seu potencial de variabilidade. No plano de M&V, deve
ficar claro de quem será a responsabilidade pelos custos de M&V, ou quais as
responsabilidades de cada parte interessada.
Aula 9 - Melhores Aplicações
A Opção A é melhor aplicada onde:

• É de interesse o desempenho de apenas um dos sistemas afetados pela melhoria,


seja devido às responsabilidades fixadas para as partes em um contrato de
desempenho, seja porque as economias da melhoria são muito pequenas para
serem detectadas pela medidor de toda a instalação.

• Os efeitos interativos entre a melhoria com outros equipamentos da instalação


podem ser razoavelmente estimados ou não são significativos.

• O isolamento da melhoria do restante da instalação e a estipulação de fatores


chaves podem evitar dificuldades de ajustes quando ocorrerem mudanças dentro
dos limites de medição.

• As variáveis independentes que afetam o uso de energia não são complexas nem
caras para controlar.

• A incerteza criada pelas estimativas é aceitável.

• A efetividade da melhoria pode ser verificada por uma simples inspeção de rotina
das variáveis estimadas.

• A estimativa de alguns parâmetros é menos onerosa do que sua medição, e os


interessados estão de acordo com a estimativa.

Página 17 de 110
Medição & Verificação

• Uma variável chave usada nos cálculos é bem conhecida e é utilizada na avaliação
do projeto ou do contrato.

Aula 10 - Opção B – Isolamento da melhoria com medição de


todas as variáveis
Nesta opção todos os parâmetros de influência sobre o consumo devem ser
medidos.

As economias são determinadas através de cálculos de engenharia utilizando


dados provenientes de medições curtas ou contínuas.

Um exemplo de aplicação típica é a utilização de variador de freqüência em uma


bomba. Um medidor é colocado por um período antes da medida para determinar a
a
linha de base e continuará a medir o consumo de energia após a implantação da m
edida por um determinado período.

As técnicas para determinação das economias da Opção B são idênticas às da


Opção A, a não ser que não são permitidas estimativas na Opção B. Em outras
palavras, é necessária medição completa.

As medições de curto prazo ou contínuas podem ser usadas na Opção B. A medição


contínua oferece maior exatidão nas economias registradas e mais dados sobre a
operação dos equipamentos. Estes dados podem ser utilizados para melhorar ou
otimizar a operação do equipamento em tempo real, desse modo, melhorando o
benefício da própria medida. Resultados de vários estudos mostram que podem ser
alcançadas economias anuais de energia de 5 a 15% através do uso adequado de
registradores contínuos de dados (dataloggers).

A Opção B inclui medição completa do impacto da melhoria. Conseqüentemente há


menor necessidade de verificar constantemente o desempenho do que na Opção A.
As verificações na instalação sugeridas na opção A podem ser moderadas
eliminando-se a repetição das inspeções após o comissionamento.

As economias obtidas pela maioria das melhorias podem ser determinadas com a
Opção B. Entretanto, o grau de dificuldade e os custos associados à verificação
crescem proporcionalmente ao aumento da complexidade da medição. Os métodos
da Opção B geralmente serão mais difíceis e onerosos do que os da Opção A. A
Opção B produz resultados mais certos onde a carga e/ou economias sejam
variáveis. Os custos adicionais podem ser justificáveis se um contratante for o
responsável por todos os aspectos que afetam a economia de energia.

Aula 11 - Melhores Aplicações

A Opção B é melhor aplicada onde:

• É de interesse o desempenho de apenas um dos sistemas afetados pela melhoria,


seja devido às responsabilidades fixadas para as partes em um contrato de
desempenho, seja porque as economias da melhoria são muito pequenas para
serem detectadas pela medidor de toda a instalação.

Página 18 de 110
Medição & Verificação

• Os efeitos interativos entre medida com o restante da instalação podem ser


difíceis de se identificar ou serem secundários.

• O isolamento da medida do restante da instalação pode evitar ajustamentos não


rotineiros da linha de base, possivelmente difíceis para mudanças futuras da
instalação.

• As variáveis independentes que afetam o uso de energia não são complexas nem
caras para controlar.

• Já existem medidores secundários para isolar o uso de energia dos sistemas.

• Os medidores adicionados para fins de isolamento serão usados para outras


atividades como feedback operacional ou faturamento do locatário.

• A medição dos parâmetros é menos dispendiosa do que a simulação ou do risco


de uma estimativa.

• Testes de longo prazo não estão garantidos ou acordados.

• Os pagamentos não estão vinculados a mudanças nos preços da energia ou no


sistema de faturamento da comercializador / concessionária de energia.3

Aula 12 - Opção C - Medição de toda a instalação


As economias são determinadas diretamente a partir do medidor principal de
energia da concessionária, com medições curtas ou contínuas após a implantação
da melhoria.

Esta opção é aconselhada nos casos em que a economia esperada seja superior a
10% do consumo do ano base.Uma aplicação típica ocorre quando da instalação de
um sistema múltiplo de gerenciamento de energia em um edifício, onde diversos
controles e melhorias interagem entre si.

A Opção C inclui o uso dos medidores da concessionária ou medidores secundários


de toda a instalação para avaliar o desempenho de energia de todo uma instalação.
Esta opção determina as economias reunidas de todas as medidas aplicadas à parte
da instalação monitorada pelo medidor de energia, refletindo os efeitos interativos
que podem haver. No entanto, incluem, também, o impacto de quaisquer outras
mudanças “não energéticas” na instalação, seja positiva ou negativa.

A Opção C pode ser utilizada nos casos onde haja um alto grau de interação entre
as medidas instaladas ou entre essas e o restante da instalação, ou o isolamento e
medição de uma determinada medida é difícil ou muito caro.
Esta Opção destina-se a projetos onde se esperam economias suficientemente
grandes para serem perceptíveis das variações de energia aleatórias ou
inexplicáveis que normalmente se encontram a nível do medidor de toda a
instalação. Quanto maior a economia, ou quanto menores as variações
inexplicáveis no ano-base, mais fácil será identificar as economias. Também quanto
maior o período de análise das economias após a instalação da medida, menos
significativo é o impacto das variações de curto prazo.

Página 19 de 110
Medição & Verificação

Avaliar as mudanças, além daquelas motivadas pela melhoria(s) é o principal


desafio associado à Opção C, particularmente onde as economias devem ser
monitoradas por longos períodos.

Aula 13 - Dados de Energia


Em grandes instalações onde o fornecimento pela concessionária é apenas medido
em um ponto, são necessários medidores secundários em cada prédio ou grupo de
prédios para os quais deve ser determinado o desempenho individual do prédio.

Se um sistema que interage com outros sistemas de energia direta ou


indiretamente são medidos por diferentes medidores, então, devem ser utilizados
mais medidores, e na determinação das economias de todo o prédio, a soma dos
efeitos deve ser considerada. Por outro lado, medidores de áreas não afetadas pela
melhoria podem ser ignorados, tais como os circuitos de iluminação externa
medidos separadamente. As leituras devem ser simultâneas e referenciadas ao
mesmo horário e período de medição.

As economias devem ser determinadas separadamente para cada medidor ou


medidor secundário de uma instalação, de modo que as mudanças no desempenho
possam ser avaliadas para partes da instalação medidas separadamente. Onde um
medidor mede uma pequena fração do consumo de um tipo de energia, ele pode
ser totalizado com o medidor maior(es) para reduzir as tarefas de gerenciamento
de dados.

Onde as mudanças na demanda elétrica representarem um valor significativo das


economias de custo, a demanda registrada na fatura da concessionária pode não
ser uma fonte segura de dados, devido às dificuldades para obter dados precisos
das leituras de demanda mensal. Neste caso, o horário de pico do medidor da
concessionária deve ser conhecido e outros medidores de demanda tem que estar
sincronizados com o da concessionária. Também o tempo mínimo para qualquer
registro no medidor deve coincidir com o intervalo de tempo usado no medidor da
concessionária.

Aula 14 - Dados de Energia

Os dados de energia são freqüentemente obtidos nos medidores da concessionária,


seja através de leitura direta do medidor, seja pelas faturas. Onde as faturas forem
a fonte dos dados do uso de energia, deve-se salientar que as necessidades da
concessionária para a exatidão da leitura do medidor podem não ser as mesmas
que as dos interessados na medição da economia.

As faturas da concessionária podem conter dados estimados, e, às vezes, não pode


ser determinado na fatura quais dados provêm de uma estimativa e quais da leitura
do medidor. Leituras estimadas não registradas criam erros desconhecidos para o
mês da estimativa e o mês subseqüente quando uma leitura efetivamente é feita.
Entretanto, a primeira fatura com uma leitura efetiva após uma ou mais estimativas
corrigirá os erros prévios em quantidades de energia. Quando uma estimativa
aparece na fatura da concessionária, o registro das economias associadas deve
refletir este fato.

Onde são feitas estimativas de medidor elétrico, não há dados válidos para a
demanda elétrica.

Página 20 de 110
Medição & Verificação

A energia pode ser fornecida indiretamente a uma instalação, através da estocagem


no local para óleo, propano ou carvão. Nestas situações, as informações sobre as
faturas de embarque do fornecedor de energia não são representativas do consumo
real da instalação durante o período entre os embarques. Preferencialmente deve
ser usado um medidor abaixo do local de estocagem para medir o uso de energia.
Entretanto, quando não houver tal medidor, devem ser usados ajustes de nível do
reservatório ou do inventário para o período da fatura para complementar as
medidas.

Aula 15 - Variáveis Independentes


As características de uso de uma instalação ou o meio ambiente que norteiam o
consumo de energia são chamadas de variáveis independentes. As comuns são
produção, regime de operação, clima e ocupação. A produção pode ser medida em
massa, volume ou unidades. Muitas vezes será necessário caracterizar melhor o
produto devido à sua diversidade, por isso algumas vezes utiliza-se dados do
insumo ou matéria prima utilizado na produção. Exemplo: numa siderúrgica utiliza-
se a produção de aço bruto como referencial visto que produz diferentes tipos de
produtos: chapas, vigas, lingotes, vergalhões com diferentes dimensões. O clima
tem várias dimensões, mas para a análise de todo o prédio o clima é
freqüentemente representado apenas pela temperatura externa e, alguma vez, pela
umidade, dependendo do ambiente da instalação. A ocupação pode ser definida de
várias maneiras tais como: fator de ocupação de quartos de hotel, leitos de
hospital, número de horas de produção ou ocupação de prédio de escritórios ou
máximo de horas, número de dias de ocupação (dias da semana/fins de semana),
ou vendas em restaurantes.

Devido ao fato que as variáveis independentes têm uma natureza cíclica, a


importância de seu impacto no uso de energia pode ser avaliado por meio de
equações ou modelos matemáticos. Os parâmetros que tiverem um efeito
significativo no período do ano-base devem ser incluídos nos ajustamentos de
rotina ao determinar as economias. Os parâmetros que tiverem um efeito menos
previsível, mas potencialmente significativo, devem ser medidos e registrados, nas
condições dos períodos do ano-base e pós-melhoria de modo que possam ser feitos
ajustamentos não-rotineiros, se necessários.

As variáveis independentes devem ser medidas e registradas simultaneamente aos


medidores de energia. Por exemplo, os dados de clima devem ser registrados
diariamente para que possam ser totalizados e corresponderem com o exato
período de medição mensal que pode ser diferente do mês calendário.

O número de variáveis independentes a considerar nos dados do modelo do ano-


base pode ser determinado por análise de regressão e outras formas de modelos
matemáticos

Aula 16 - Análise de Dados e Modelos


O período de ajustamento na Opção C é calculado pelo desenvolvimento de um
modelo válido de cada uso de energia e/ou demanda do período base do medidor.
Um modelo pode ser tão simples quanto uma lista ordenada de 12 demandas
elétricas mensais efetivas do ano-base sem quaisquer fatores de ajustamento.
Entretanto, eles podem ser um conjunto de fatores obtidos de análise de regressão
correlacionando o uso de energia a um ou mais parâmetros como os graus diários,
duração do período de medição, ocupação e modo de ocupação do prédio

Página 21 de 110
Medição & Verificação

(verão/inverno). Os modelos também podem incluir vários conjuntos de parâmetros


de regressão, cada um válido sobre uma variação definida de condições como
temperatura do ambiente, no caso de prédios, uma vez que estes geralmente usam
diferentemente a energia de acordo com a estação do ano.

A Opção C geralmente requer 12, 24 ou 36 (i.e., um ano ou vários anos) dados de


energia contínuos do ano-base diários ou mensais, ou dados contínuos durante o
período pós-melhoria uma vez que os modelos com mais ou menos dados (i.e., 13,
14, 15 ou 9, 10, 11 meses) podem ocasionar um desvio estatístico na regressão.
Os dados de medição podem ser horários, diários ou mensais de todo o prédio. Os
dados horários devem ser agregados pelo menos ao nível diário para controlar o
número de variáveis independentes necessário para produzir um modelo razoável
do ano-base, sem impacto significativo na incerteza ao computar as economias. A
dispersão encontrada nos dados diários geralmente é atribuída ao ciclo semanal da
maioria das instalações.

A validade estatística do modelo selecionado deve ser avaliada e demonstrada por


meio de referência à literatura estatística publicada.

Em certos tipos de instalação (como escolas) onde há uma diferença significativa


entre o uso de energia da instalação durante o ano escolar e as férias de verão,
pode ser necessário desenvolver modelos de regressão em separado para
diferentes períodos de uso.

Aula 17 - Cálculo dos Ajustes de Rotina


Para calcular o ajuste é necessário:

1. Desenvolver o modelo apropriado para os dados de energia do ano-base e


selecionar condições significativas.

2. Inserir as variáveis independentes do período pós-melhoria (e.g., temperatura


ambiente, duração do período de medição) no modelo do período base. Este
processo dá origem ao consumo de energia que teria ocorrido sob condições pós-
melhoria se a medida não tivesse sido instalada.

3. Diminuir o consumo de energia do ano-base do resultado de 2 acima, para cada


mês, o resultado é o ajuste necessário `para as condições pós melhoria(s).

Aula 18 - Custo
O custo dos métodos da Opção C depende se os dados de energia são retirados das
faturas da concessionária ou de outros medidores especiais de todo o prédio. Se
tais medidores secundários estiverem no local, de qualquer maneira pode não
haver custo extra, desde que eles sejam lidos adequadamente, registrados e
calibrados. Os principais elementos de custo na Opção C são:

I) A gestão de dados e operação do modelo com cada dado mensal da


concessionária;

II) o registro e ajustes para condições que mudaram após o ano-base.

Página 22 de 110
Medição & Verificação

Aula 19 - Melhores Aplicações


A Opção C é melhor aplicada onde:

• O desempenho de energia de toda a instalação deve ser avaliado, não apenas as


melhorias.

• Há vários tipos diferentes de medidas adotadas na instalação.

• A medida envolve atividades espalhadas que não podem ser facilmente isoladas
do restante da instalação, tais como treinamento de operadores ou melhorias em
paredes e janelas.

• As economias são grandes o bastante ao serem comparada com variações nos


dados do período base e daqueles do período pós melhoria.

• Os efeitos interativos entre as medidas com outros equipamentos da instalação


são significativos, o que torna as técnicas de isolamento das Opções A e B
excessivamente complexas.

• As mudanças futuras na instalação não são esperadas ocorrer durante o período


de determinação das economias.

• Pode ser estabelecido um modelo de ajuste das condições de operação para


facilitar futuros ajustes não rotineiros do período de referência.

• Correlações razoáveis podem ser encontradas entre o consumo de energia e


outras variáveis independentes.

Aula 20 - Opção D - Simulação calibrada


Por simulação calibrada entende-se um modelo matemático que reflita o consumo
de uma instalação, ajustado (calibrado) em relação aos registros de energia
disponíveis.

As economias são determinadas por meio de simulação do consumo de energia de


alguns componentes ou de toda a instalação. Os modelos matemáticos devem
refletir o consumo atual medido nas instalações e esta opção requer bastante
conhecimento de simulações calibradas.

Uma aplicação típica ocorre quando da instalação de um sistema múltiplo de


gerenciamento de energia em um edifício, do qual não se podem obter dados
consistentes para geração de uma base. Neste caso, o consumo pós-retrofit é
determinado através dos medidores da concessionária, por exemplo, e o consumo
do ano base (pré-retrofit) é calibrado com base
nestes dados após a implementação das medidas.

A Opção D trata do uso de programa de simulação em computador para prever o


consumo de energia em um ou ambos períodos: antes e pós melhoria. Tal modelo
de simulação deve ser “calibrado”, de modo que preveja um consumo e demanda
que seja igual ou próximo ao consumo e demanda efetivos da concessionária no
período base e/ou pós-melhoria.

A Opção D pode ser usada para avaliar o desempenho de todas as medidas numa
instalação, semelhante à Opção C. Entretanto, a simulação na Opção D permite
estimar economias atribuíveis a medidas isoladas dentro de um projeto de múltiplas

Página 23 de 110
Medição & Verificação

melhorias.

A Opção D também pode ser usada para avaliar apenas o desempenho de


determinados sistemas na instalação, semelhante às Opções A e B. Neste caso, o
uso de energia do sistema deve ser isolado do restante da instalação por meio de
medidores apropriados.

A Opção D é útil onde:

• Não há dados de energia do ano-base ou não estão disponíveis. Esta situação


pode aparecer em uma nova instalação que contenha ações de eficiência energética
necessitando ser avaliadas separadamente do restante da instalação. Também
pode surgir em instalações com medição central onde não há medidor individual no
período base, mas onde haverá medidores disponíveis após a instalação da medida.

• Os dados de energia do período pós-melhoria não estão disponíveis ou


indefinidos. Por exemplo, esta situação pode surgir onde seja muito difícil avaliar o
impacto de mudanças na instalação que possam afetar significativamente o
consumo de energia. Mudanças em processos industriais ou novos equipamentos
geralmente tornam o cálculo dos ajustes futuros tão imprecisos que o erro na
determinação das economias pelas opções A, B ou C é excessivo.

• Deseja-se determinar as economias referentes a melhorias individuais, mas o


isolamento com as Opções A ou B são muito difíceis ou onerosas.

Se o uso de energia pós-melhoria é baseado no programa de simulação, as


economias determinadas são efetivamente mantidas apenas se as condições de
operação, usadas na simulação, são mantidas. Devem ser feitas inspeções
periódicas nos equipamentos e operações da instalação após a medida implantada.
Estas inspeções identificarão mudanças nas condições do período base e variações
no desempenho do equipamento.

Cuidadosa modelagem em computador e calibragem dos dados medidos são os


principais desafios associados à Opção D. Para controlar os custos deste método e
manter uma exatidão razoável, devem ser considerados os seguintes pontos:

1. A análise da simulação deve ser conduzida por pessoal treinado e com


experiência no software utilizado e nas técnicas para calibragem.

2. Os dados de entrada devem representar a melhor informação disponível


incluindo, tanto quanto possível, os dados de desempenho efetivo dos principais
componentes da instalação.

3. A simulação deve ser ajustada (“calibrada”) para que seus resultados coincidam
com os dados de demanda e consumo das faturas mensais, com tolerâncias
aceitáveis. Pode ser necessário utilizar dados efetivos de clima, onde eles variem
significativamente da média anual utilizada na simulação. Obter um consumo de
energia total previsto igual ao efetivo não significa que a simulação prevê
adequadamente o perfil de energia da instalação.

4. As análises da simulação devem ser bem documentadas com cópias em papel e


eletrônicas dos arquivos de entrada e saída, assim como os dados de pesquisa e
medição utilizados para definir e calibrar o modelo. O número da versão do
software deve ser declarado se ele estiver publicamente disponível, de modo que
qualquer outra parte possa rever completamente os vários cálculos da simulação.

Página 24 de 110
Medição & Verificação

Aula 21 - Medindo as economias reais


Se é necessário uma avaliação por vários anos, a opção D pode ser usada para no
primeiro ano em que a melhoria foi implantada, nos anos seguintes a opção C pode
ser mais barata se utilizarmos como linha de referência os dados medidos do
primeiro ano de operação contínua pós-melhoria. A opção C é usada para verificar
se o consumo de energia muda após o primeiro ano de operação. Nesse caso, o
primeiro ano de consumo de energia em operação.contínua seria usado para
A – calibrar o modelo de simulação da opção D.
B – Estabelecer uma linha de base para a opção C ao medir economias adicionais
nos anos seguintes.

Aula 22 - Tipos de Programas de Simulação

No Brasil não está difundido programas de simulação mas nos Estados Unidos
podem ser encontradas informações sobre os diferentes tipos de modelos de
simulação, na ASHRAE, no Departamento de Energia (DOE) que mantém uma lista
de domínio público e programas de simulação de energia em prédios. Estas
informações podem ser obtidas através do servidor do DOE no endereço
www.eren.doe.gov/buildings/tools/directory .
http://www1.eere.energy.gov/buildings/technologies.html

Os programas de simulação de todo o prédio geralmente incluem técnicas de


cálculo horário. Embora as técnicas que usam procedimentos simplificados de
análise de energia da ASHRAE também possam ser utilizadas, se os ganhos/perdas
de aquecimento do prédio, cargas internas e os sistemas de climatização forem
simples. O procedimento da ASHRAE apresenta modelos simplificados de sistema
de climatização.

Muitos outros tipos de programa para fins especiais podem ser utilizados para
simular o uso de energia e condições de operação de componentes ou processos
industriais. Os modelos de componentes de climatização estão disponíveis na
ASHRAE e em seu kit HVAC02 e para boiler/chiller no kit HVAC01.

Qualquer software utilizado deve ser bem documentado e bem compreendido pelo
usuário.

Aula 23 - Calibragem
As economias determinadas com a Opção D são baseadas em uma ou mais
estimativas complexas do uso de energia. Entretanto, a precisão das economias é
completamente dependente de como os modelos de simulação se comportam
realmente e de como seja bem calibrado para medir o desempenho efetivo.

A calibragem é conseguida verificando-se se o modelo de simulação prevê


razoavelmente o consumo de energia da instalação pela comparação dos resultados
do modelo com um conjunto de dados de calibragem tais como o consumo de
energia e de demanda medidos, as variáveis independentes e fatores estáticos,
para a parte da instalação que estiver sendo simulada.

A calibragem de simulações de instalações geralmente é feita usando os dados da


fatura da concessionária de 12 meses regulares de operação. O conjunto de dados
de calibragem deve ser documentado junto com uma descrição das suas fontes.

Página 25 de 110
Medição & Verificação

Outros dados de operação da instalação podem ser utilizados como dados de


simulação de entrada como parte do conjunto de dados de calibragem. Estes dados
devem incluir as características de operação e perfis das principais variáveis como
uso e ocupação, clima, cargas conhecidas, períodos de operação do equipamento e
eficiência. Algumas variáveis podem ser medidas para intervalos curtos: um dia,
uma semana ou um mês, ou extraídas de listas de operação existentes. A precisão
do medidor deve ser verificada para medições críticas.

Se os recursos permitirem, devem ser medidas a ventilação e a infiltração, uma vez


que estas quantidades freqüentemente variam muito das expectativas. Medições
instantâneas melhorarão significativamente a precisão da simulação. Onde os
recursos forem limitados, testes de liga/desliga podem ser utilizados para
determinar medições instantâneas e de consumo final de iluminação, das cargas
das tomadas elétricas e de centros de controle de motores.

Estes testes podem ser feitos durante um fim de semana utilizando um registrador
de dados ou um controlador de demanda para registrar o consumo de eletricidade
em todo o prédio, geralmente a intervalos de um minuto. Em alguns casos
registradores portáteis baratos, sincronizados a um horário comum, são efetivos
em medições de curto prazo.

Após a coleta do maior número possível de dados de calibragem, os passos para


calibrar a simulação são mostrados abaixo.

1. Avaliar outros parâmetros de entrada e documentá-los.

2. Obter e usar dados reais do clima, especialmente se eles diferem dos dados
padrão usados na simulação, desde que o custo de obtê-los seja razoável.

3. Desenvolver e verificar que a simulação preveja parâmetros como temperatura


e umidade.

4. Comparar os resultados da simulação com os dados medidos, em base horária


ou mensal.

5. Avalie padrões nas diferenças entre resultados simulados e dados de calibração.


Use recursos gráficos para identificar padrões de erro.

6. Revisar os dados de entrada previstos no passo 1 e repetir os passos 3 e 4 para


trazer os resultados previstos para perto do efetivo. Podem ser necessários mais
dados de operação da instalação, para melhorar a calibragem.

A criação e a calibragem de uma simulação podem levar tempo. A utilização de


dados mensais para calibragem geralmente é menos onerosa do que a calibragem
horária.

Aula 24 - Melhores Aplicações

A Opção D aplicada onde nenhuma outra opção é viável, por exemplo:

• Os dados do período base ou do período pós-melhoria não estão disponíveis ou


não são confiáveis.

• Há muitas medidas para avaliar usando as Opções A ou B.

Página 26 de 110
Medição & Verificação

• As medidas incluem atividades dispersas que não podem ser facilmente isoladas
do restante da instalação, tais como treinamento de operadores ou melhorias em
paredes e janelas.

• O impacto de cada medida deve ser estimado dentro de um projeto de múltiplas


medidas mas os custos das Opções A ou B são excessivos.

• Os efeitos interativos entre as medidas ou com outros equipamentos da


instalação são complexos, o que torna as técnicas de isolamento das Opções A e B
impraticáveis.

• São esperadas mudanças futuras na instalação durante o período de medição e


não há meios de seguir essas mudanças e/ou contabilizar seu impacto no consumo
de energia.

• Há um profissional disponível com experiência em simulação de energia e com


recursos para reunir os dados de entrada adequados para calibrar o modelo de
simulação.

• A instalação e as medidas podem ser modeladas por um software de simulação


bem documentado.

• O software de simulação prevê dados de calibração medidos com precisão


aceitável.

• Somente um ano de desempenho é medido, depois da instalação de um programa


de gestão de energia.

Página 27 de 110
Medição & Verificação

Aula 25 - Síntese

Tabela: Panorama das Opções de M&V

Opções de M&V Como as Economias são Aplicações Típicas


Calculadas

A. Isolamento da melhoria Cálculos de engenharia Retrofit de iluminação onde a


com medição somente de usando medições de curto carga é medida
variáveis chaves prazo ou contínuas da periodicamente. As horas de
As economias são melhoria e valores estimados. operação são estimadas
determinadas por medições baseada no regime de
parciais de campo do uso de Medições parciais significam funcionamento da instalação
energia do(s) sistema(s) aos que alguns mas não todo(s) e comportamento dos
quais foi aplicada uma o(s) parâmetro(s) podem ser ocupantes.
medida, em separado do uso estimados, se o impacto total .
de energia do restante da dos possíveis erros de
instalação. As medições estimativa não forem
podem ser de curto prazo ou significativos para as
contínuas. economias resultantes. Uma
. As estimativas devem ser cuidadosa revisão dos
mostradas no Plano de M&V cálculos da economia e da
juntamente com a análise da instalação assegurará que os
significância do erro que elas valores estimados
podem provocar. representam razoavelmente o
valor real provável

B. – Isolamento da melhoria As medições de curto Medidas envolvendo o


com medição de todas as prazo ou contínuas são desempenho de
variáveis feitas durante o período variadores de velocidade
As economias são antes e pós melhoria e ou conversores de
determinadas por cálculos de engenharia freqüência e de motores.
medições de campo do utilizando medições de Substituição de maquinários.
uso de energia dos indicadores de energia.
sistemas aos quais a Ajustes de rotina, ou não,
medida foi aplicada, em podem ser necessários.
separado do uso de
energia do restante da
instalação..

C. Medição de toda a Análise dos dados de toda Programa de


instalação. As economias a instalação utilizando o gerenciamento de energia
são determinadas pela medidor da que afete muitos sistemas
medição do uso de concessionária. Ajustes em uma instalação ou que
energia em toda a calculados utilizando abranja diversas medidas
instalação. As medições técnicas que vão desde a de economia.
de curto prazo ou simples comparação até a
contínuas são feitas análise de regressão. O
durante o período pós- uso de energia é medido
retrofit. pelos medidores de gás e
energia da concessionária
para um período de 12
meses do ano-base e
durante o período pós-
melhoria

Página 28 de 110
Medição & Verificação

D. Simulação Calibrada Simulação do uso de Programa de


As economias são energia calibrada com gerenciamento de energia
determinadas através da dados horários ou que afete muitos sistemas
simulação do uso de mensais da fatura da num prédio mas onde não
energia de componentes concessionária e/ou há dados disponíveis do
ou de toda a instalação. medidor de uso final. período base. O uso de
As rotinas para simulação energia do período pós-
devem ser demonstradas melhoria é medido pelos
para simular medidores de gás e
adequadamente o energia da concessionária.
desempenho efetivo da O uso de energia do ano-
medida. Esta opção base é determinado por
geralmente requer simulação utilizando um
considerável habilidade modelo calibrado pelos
em simulação calibrada. dados da concessionária.

É difícil indicar a melhor opção para qualquer tipo de situação. A tabela a seguir
mostra algumas sugestões.

Tabela: Sugestões de opção

Característica do projeto de economia de energia Opção sugerida


A B C D
Necessita verificar as economias por melhoria x x x

Necessita verificar somente o desempenho global x x

Economias esperadas são menores que 10%do x x x


consumo total medido
Muitas melhorias simultaneamente x x x

A significância de alguma variável chave não é bem x x x


conhecida
Os efeitos interativos das medidas são significativos ou x x
não mesuráveis
Mudanças futuras são esperadas dentro do limite de x x
medição
É necessária a avaliação por longo prazo x x

Dados da linha de base não disponíveis x

Pessoal não técnico tem que entender os relatórios x x x

Capacidade de medição disponível x x

Capacidade de simulação computadorizada disponível x

Disponibilidade de análises da fatura da concessionária x


e no desenvolvimento de regressão

Página 29 de 110
Medição & Verificação

Aula 26 - Guia para a seleção da opção

Início

Só a melhoria Instalação
Medir só a melhoria ou
a instalação

Capaz de isolar Não Espera


a melhoria com Sim economias Não
medidor? maiores que 10%?

Sim É necessário
avaliar separadamente
Não cada melhoria?
É necessário Sim
provar o desempenho
total? Não
Sim Análise dos
dados do
Instalar medidores para medidor principal
Instalar Simular sistema
parâmetros chave,
medidores para verificar os efeitos ou instalação
todos parâmetros interativos e estimar
e verificar os parâmetros bem
efeitos interativos conhecidos
Obter dados
de calibração

Dados da linha de base


Sim
ou do período pós-melhoria Calibrar a
não disponíveis? simulação

Dados da linha de base Não


ou do período pós-melhoria Simulação com e
não disponíveis? sem melhorias
Sim
Não
Opção B Opção A Opção C Opção D
Isolamento da Isolamento da
melhoria melhoria com Medição de toda Simulação
com medição de medição somente a instalação calibrada
todas as variáveis de variáveis chaves

Página 30 de 110
Medição & Verificação

MODULO 5 – ASPECTOS DA m&v

Aula 1 - Fronteiras de medição


As fronteiras de medição são, de certa forma, volumes de controle que delimitam
até onde se quer controlar a interação da melhoria com o restante do sistema e do
ambiente. Normalmente as fronteiras são delimitadas por medidores, os quais
isolam
as variáveis do sistema a serem controladas do resto da instalação (isolamento de
melhoria).

“Medidores delimitam a fronteira de medição”

Quanto mais estreita a fronteira de medição, menor a quantidade de variáveis a


considerar, mas efeitos interativos relacionados à economia de energia poderão
estar localizados fora da fronteira e, assim, não serem medidos.

Fronteiras maiores aumentam o volume da informação sobre a interação entre os


diversos fatores, podendo trazer mais precisão ao resultado, porém implicam em
maior número de medidores, fatores a controlar, complexidade do modelo
matemático e, por conseqüência, maiores custos de medição.

O número de medições é determinado e limitado pelo total de recursos financeiros


disponíveis para a obtenção de uma precisão maior. Os custos com a medição
podem ser reduzidos utilizando-se estimativas realizadas através de cálculos de
engenharia, porém, é necessário atentar para a sensibilidade destas estimativas, a
plausibilidade dos cálculos e, principalmente, a concordância entre as partes:
Cliente, Consultor ou Esco e Financiador.

Aula 2 - Exemplos
Sistema de iluminação

Quando há troca de conjuntos lâmpada-luminária em um sistema de iluminação,


deve ocorrer a redução da potência instalada, resultando em uma economia no
consumo, de energia.
Além da redução de potência e consumo de energia, ocorre menor liberação de calor
para o meio ambiente, causando menor carga térmica sobre o ar condicionado durante
o verão, porém podendo significar necessidade extra de aquecimento durante o
inverno em regiões mais frias.

Página 31 de 110
Medição & Verificação

Ao longo do tempo as lâmpadas vão queimando e novos conjuntos de lâmpadas,


não necessariamente iguais aos da melhoria, podem ser instalados no sistema.
Pode-se, então, optar desde uma fronteira mínima, restrita a um conjunto apenas,
até uma fronteira extensa, englobando todos os conjuntos instalados e sua
interação total com os sistemas de refrigeração e aquecimento, levantando-se
constantemente a taxa de queima e instalação de novas lâmpadas não previstas na
melhoria.
É óbvio que nenhuma das duas fronteiras apresentadas irá ser utilizada na prática:
a primeira, por ser simplista demais, pode não representar a economia obtida a
contento; a segunda, por demandar controles e medições excessivos, resulta em
custos excessivos que inviabilizariam toda a Medição e Verificação.
Um modelo intermediário poderia considerar um ramal de iluminação típico como
referência para o restante da instalação e a fronteira de medição seria colocada
"em torno" deste ramal.

Energia entra pela fronteira sob a forma de eletricidade e a deixa sob a forma de
energia térmica (desconsiderando aqui a energia luminosa). Nesse caso, poder-se
ia, por exemplo, medir a energia que entra pela fronteira, estimar as horas de
funcionamento em comum acordo com o cliente (interior da fronteira), considerar a
taxa de queima das lâmpadas igual a, por exemplo, 3% (baseado em levantamento
anterior) e calcular a interação com o sistema de refrigeração/aquecimento
baseado em cálculos de engenharia fundamentados, ou desconsiderá-la por
completo.

Motor com acionamento de velocidade variável

Consideremos um motor que aciona um ventilador que insufla ar em um forno de


pré-aquecimento de peças em uma forjaria.

A temperatura do forno é mantida constante e, com a instalação do variador de


velocidade, a mesma é controlada por meio da quantidade de ar insuflado.

Página 32 de 110
Medição & Verificação

Com a redução da velocidade do ventilador, pode haver uma variação no consumo


de gás.
A primeira reação será colocar a fronteira de medição ao longo de todo o sistema,
como ilustra a figura a seguir:

Esta fronteira fará necessária a medição do consumo de eletricidade e gás, além da


quantidade e temperatura do ar insuflado, resultando em altos custos de medição.

Uma fronteira mais viável seria:

Medir a energia consumida pelo motor somente e atribuir um aumento do consumo


do gás através de cálculos de engenharia, reduzindo a economia final, caso a
influência da diminuição da temperatura do ar realmente seja significativa.

Aula 3 - O período de medição

Para evitar confusão, referiremos aos períodos de medição antes da melhoria como
período base ou linha de referência e após a melhoria como período de verificação
das economias.

Antes da melhoria
O Protocolo refere-se ao período de medição antes da melhoria como ano base, o
que é um termo que leva a interpretações errôneas, pois, de acordo com a
definição do próprio protocolo, o ano base é "um período definido de qualquer
duração antes da implementação de uma ação de conservação de energia".

Página 33 de 110
Medição & Verificação

Portanto, poderá o ano base, por mais paradoxal que seja, ser formado por
um período de medição instantâneo, como é usual em sistemas de iluminação,
por exemplo. Desse modo nos referiremos a período base ou linha de
referência.

A Linha de Referência é o modelo matemático do conjunto de dados que


representam a correlação entre os parâmetros de influência e o consumo de
energia durante o período base, antes da melhoria.
A determinação correta da Linha de Referência é o "coração" do Plano de Medição e
Verificação.
Considere os seguintes valores de produção e consumo na situação do período base

Produção =1.200 t

Consumo = 48.000 MWh

Na situação pós-melhoria considere os seguintes resultados:

Produção =1.100 t

Consumo = 41.800 MWh

Neste caso, a economia obtida foi de 6.200 MWh (48.000 – 41.800),


correto?

Errado!!! A comparação acima não pode ser realizada, pois se referem a dois
instantes distintos, com valores de produção diferentes! A simples redução da
produção no período pós-melhoria pode ter causado a diferença no consumo, sem
outra influência qualquer.

O modo correto é elaborar uma Linha de Referência para um período determinado,


contra a qual os consumos após a melhoria serão comparados.

O Protocolo não descreve como uma Linha de Referência deve ser desenvolvida,
somente menciona que deve haver uma, a forma usada para determinar a Linha de
Referência deve ser decidida pelo planejador e acordada com o cliente.

O modelo matemático da Linha de Referência é gerado através da correlação da


variável independente com a(s) variável(is) dependente(s), facilmente realizado
através do uso de uma planilha eletrônica como o Microsoft Excel®.

Por princípio, mede-se o consumo de energia até que se prove que o mesmo seja
constante ou definido por uma função ou equação e os períodos de medição são
definidos pelos tipos de carregamento e operação.

No caso de carregamentos constantes com operação constante mede-se


brevemente a potência (kW), por tempo suficiente para provar que esta é
constante. No caso de sistemas de iluminação, por exemplo, esta medição costuma
ser instantânea.

Em carregamentos constantes com operação intermitente mede-se brevemente a


potência e continuamente o tempo (h) de operação.

Nos carregamentos variáveis deve-se medir a energia (kWh) continuamente.

Ressaltando novamente: a medição contínua da energia, quando necessária, é feita


até que seja comprovada a constância do consumo ou ou sua variação de acordo

Página 34 de 110
Medição & Verificação

com uma equação conhecida. Somente em alguns casos especiais a medição é feita
durante todo o período de comprovação dos resultados.

Os custos da Medição e Verificação são diretamente influenciados pela extensão da


medição.

Muitas vezes há a necessidade de curtos períodos de teste antes e após a melhoria


para determinar o desempenho dos principais componentes.
Estes testes podem requerer uma operação especial da instalação nestes períodos,
sendo necessário um bom planejamento para que os mesmos sejam realizados a
contento. Muitas vezes não existe uma segunda chance para realizar estes testes.

Enfim, a linha de referência deve ser estabelecida para:

Representar igualmente todos os modos operacionais da instalação e durar por um


ciclo completo onde se verifiquem valores mínimos e máximos de energia.

Incluir somente períodos nos quais se conhece os fatores que afetam o consumo de
energia.

Estabelecer períodos imediatamente anteriores às medidas de melhoria evitando


que as condições se modifiquem demasiadamente (operadores, tipos de produtos,
regime de operação).

No processo de planejamento da medida de eficiência energética pode ser


necessário ter conhecimento do consumo ao longo de um tempo maior para
identificar ciclos de operação, razões para diferentes performances e para
determinar qual deve ser o período base.

Após a melhoria

Após a melhoria deve ser previsto um período para comprovação das economias
alcançadas, podendo este ser curto e extrapolado para o restante do período de
remuneração das economias ou, em alguns poucos casos, ter duração igual ao
período de comprovação. As medições poderão ser contínuas ou periódicas,
conforme acordado com o cliente no Plano de Medição de Verificação.

O período de verificação deve ser o suficiente para representar o novo ciclo


operacional, considerando a vida útil da medida e suas possíveis quedas de
rendimento ao longo do tempo (degradação).

No caso em que os medidores permanecerão ligados, seus resultados poderão ser


utilizados na atividade de monitoramento e ser para a gestão energética da
instalação.

Os prazos necessários para instalação, comissionamento e ajustes iniciais de


instrumentos e equipamentos permanentes não costumam fazer parte do Plano de
Medição e Verificação, pois devem fazer parte do planejamento do projeto.

O monitoramento servirá para comprovar o desempenho da melhoria, e pode ser


instantâneo no caso de sistemas de iluminação, por exemplo.

Observação:

Os períodos de medição da linha de referência ou período base e após a


melhoria não necessitam ter a mesma duração

Página 35 de 110
Medição & Verificação

Períodos base e de verificação contíguos (Teste liga / desliga)

Quanto menor o período de verificação menores os custos e, caso a melhoria possa


ser desligada integralmente com facilidade, um teste liga-desliga, poderá ser usado
para testar o impacto sobre a planta como um todo.

Uma mudança na lógica de controle é um exemplo. Num momento a instalação


funciona segundo uma lógica, quando é medido seu efeito no consumo; no
momento imediatamente posterior, sob as mesmas condições, muda-se a lógica
(temperatura de operação, velocidade do fluxo, etc.) e verifica-se seu efeito no
consumo.

No caso em que todos fatores que influenciam o consumo tenham sido mantidos
exceto aqueles alterados pela lógica de controle, a economia será a diferença entre
os consumos medidos antes e depois do teste.

O período de medição deve ser o suficiente para representar uma condição


operacional real e pode ser repetido segundo as diferentes possíveis condições da
instalação.

Aula 4 - Medição das Economias


A equação 1 expressa a Economia a ser medida.

Economia = Consumo no período Base – Consumo no período de verificação ±


Ajustes (1)

A parcela de ajuste é usada para nivelar as outras duas parcelas sob a mesma
condição. O cálculo do ajuste dependerá se a Economia será medida tomando
como referência o período de verificação ou uma outra condição normalizada ou
padrão.

Ajuste com base no período de verificação

Quando os ajustes são realizados baseados nas condições do período de


verificação, a economia é chamada de consumo evitado no período de verificação e
representa o consumo adicional que haveria se não houve a melhoria. Nesse caso o
consumo da linha de referência é ajustado para as condições do período de
verificação.

A equação 1 pode ser refeita para:

Consumo Evitado = (Consumo no período base ± Ajustes para as condições do


período de verificação) - Consumo no período de verificação (2)
A equação 2 também pode ser escrita da seguinte forma:

Consumo Evitado = Consumo no período base ajustado - Consumo no período de


verificação ± Ajustes não rotineiros da linha de referência para as condições do
período de verificação (2a)

O consumo no período base ajustado é encontrado através da correlação entre os


dados do consumo de energia e as variáveis independentes do período base; após a
melhoria, insere-se os valores das variáveis independentes observados no período
de verificação no modelo matemático encontrado obtendo-se, dessa forma, o
consumo no período base ajustado

Página 36 de 110
Medição & Verificação

Ajuste com base em Condições padrão ou Economias Normalizadas


Quando outra condição é usada, por exemplo, aquelas verificadas no período base,
ou outro período de referência ou uma condição típica ou média, a economia é
chamada de Economia Normalizada ou Padronizada.

Nesse método, tanto o consumo do período base como o do período de referência


são ajustadas para a condição normalizada ou pré-estabelecida. A equação da
economia pode ser re-escrita como:

Economia Normalizada = (Consumo no período base ± Ajustes para as condições


normalizadas) – (Consumo no período de verificação ± Ajustes para as condições
normalizadas) (3)

Nessa metodologia deve-se desenvolver a correlação do consumo de energia com


variáveis independentes tanto para o consumo no período base como para o
período de verificação, depois utiliza-se os dados das variáveis independentes da
condição normalizada em ambos os modelos. Se a condição de referência for a do
período base, não é necessário nem correlação, nem ajuste para o período base.

Em resumo as economias podem ser divididas em: Consumo evitado se forem


consideradas as condições existentes no período de verificação, e Economia
Normalizada se estabelecida sob condições padronizadas.

Qual forma de calcular a economia escolher?’

Fatores a considerar na escolha entre Consumo Evitado ou Economia


Normalizada:

Consumo evitado:

 Quando as economias dependem das condições reais ou do momento, logo


são função do período de verificação.

 Não podem ser diretamente comparado com economias previstas sob as


condições do período base.

Economia normalizada:

 Não são afetadas pelas condições do período de verificação desde que as


condições padrões uma vez estabelecidas não mudam.

 Podem ser diretamente comparadas com a economia prevista sob uma


condição pré-estabelecida.

 Somente podem ser registradas após um ciclo completo do consumo no


período de verificação, de modo que existam e possam ser encontradas
correlações matemáticas entre o consumo pós melhoria e as condições
operacionais.

Aula 5 - Incerteza na Avaliação das Economias


O esforço despendido para determinar economias deve ser concentrado no
gerenciamento da incerteza criada no processo de verificação.

Página 37 de 110
Medição & Verificação

O processo de determinação das economias por si só introduz incertezas porque


nenhum instrumento é 100% preciso. Erros são a diferença entre o valor observado
e o real. No processo de determinação das economias, os erros aparecem nas
medições do período base e no de verificação e, se houver, nos ajustes. Ao
implementar um plano de M&V assegure que a incerteza ou erro resultante é
aceitável pelas partes interessadas.

Erros comuns num processo de M&V:

• Erro de Instrumentação devido à calibração, medida inexata ou instalação ou


operação inadequada do instrumento/medidor. A magnitude dos erros de
instrumentação é dada pelas especificações dos fabricantes. Normalmente erros de
instrumentação são pequenos e não são a maior fonte de erros na estimativa de
economia.

• Erro de Modelagem devido à má utilização das técnicas matemáticas para


encontrar um modelo que contemple todas as condições do consumo de energia,
seja pela inclusão de variáveis irrelevantes , seja pela exclusão de variáveis
relevantes. Refere-se a erros nos modelos usados para estimar parâmetros de
interesse. Outras situações em que ocorrem esse tipo de erro são:

• omitir termos importantes do modelo.


• atribuir valores incorretos para fatores “conhecidos”.
• extrapolar os resultados do modelo fora de sua faixa de validade.
• Erro de Amostragem devido ao uso de amostras não significativa ou não
representativa da medida completa. Exemplo, medição da iluminação de só um
setor ou uso de medições instantâneas.
• Efeitos interativos não considerados com variáveis além da fronteira de medição
• Hipóteses planejadas ou não

A última categoria acima abrange todos os erros não quantificáveis associados às


estimativas e às previsões necessárias para medir e determinar as economias.

É possível quantificar muitas mas não todas as dimensões da incerteza para


determinar as economias. Portanto, ao planejar um processo de M&V, deve ser
levada em consideração a quantificação dos fatores de incerteza enumeráveis e
estimar qualitativamente os não quantificáveis. O objetivo é considerar todos os
fatores que criam incerteza, qualitativa ou quantitativamente.

A precisão de uma estimativa de economias pode ser melhorada de duas maneiras


gerais. Uma, pela redução das distorções utilizando-se melhores informações ou
valores medidos ao invés de valores admitidos ou estipulados. A segunda, pela
redução dos erros aleatórios, seja pelo aumento dos tamanhos dos exemplos,
usando um projeto mais eficiente, seja pela aplicação de melhores técnicas de
medição. Na maioria dos casos, melhorar a precisão por meio de qualquer uma
destas maneiras aumenta o custo de M&V. Este custo extra deve ser justificado
pelo valor da informação melhorada.

A incerteza quantificada deve ser expressa de modo estatisticamente satisfatório,


isto é, declarando os níveis de precisão e de confiabilidade. Por exemplo, um
medidor que mede um consumo de 5.000 unidades com uma precisão de ±100
unidades, e um grau de confiança de 95%, significa que 95% das leituras do
consumo são esperadas ficar entre 4.900 e 5.100 unidades.

O nível adequado de precisão para qualquer determinação de economias é


estabelecido pelas partes envolvidas.

Página 38 de 110
Medição & Verificação

Para prédios, devem ser usados um ou mais anos inteiros de dados sobre uso de
energia e clima para traçar os modelos de regressão. Períodos mais curtos levam a
mais incerteza devido a não haver dados sobre todos os modos de operação.

A extensão necessária do período de medição ou monitoramento depende do tipo


de melhoria. Se, por exemplo, a melhoria afeta um sistema que opera de acordo
com um horário bem definido sob uma carga constante, tal como um motor de
exaustão de velocidade constante, o período necessário para determinar as
economias anuais pode ser curto. Neste caso, economias de energia de curto prazo
podem ser facilmente extrapoladas para o ano inteiro. Entretanto, se o uso de
energia do projeto varia ao longo do dia e estações do ano, como nos
equipamentos de ar condicionado, pode ser necessário um período de medição e
monitoramento mais longo para caracterizar as economias anuais de energia.

Se o consumo de energia do equipamento medido ou sistemas variar para mais de


10% de mês para mês, devem ser feitas medições adicionais com detalhes
suficientes e por um período de tempo longo o bastante para identificar e
documentar a origem das variações. Qualquer variação maior no consumo de
energia devido a aumentos sazonais da produção ou flutuações periódicas na
ocupação ou uso deve ser localizada e registrada.

O plano de M&V deve estabelecer, também, uma metodologia de tratamento de


dados perdidos ou errados. Eles podem ser recriados por interpolação para a
analise final.

Página 39 de 110
Medição & Verificação

Aula 6 - Armazenamento dos dados


É essencial que todos os dados coletados, bem como todos os relatórios gerados
sejam armazenados de modo indelével, posto que são a base para todas as
comprovações de economia, que irão resultar em remunerações.

O armazenamento em discos de computador tem se mostrado sujeito a falhas e,


por este motivo, recomenda-se que cópias em papel sejam armazenadas, no
mínimo, pelo período de vigência do contrato de desempenho, ou da participação
nas economias obtidas ou o período pelo qual o cliente tem para discordar dos
resultados obtidos, optando-se pelo maior destes períodos.

Aula 7 - Parâmetros de influência


Os parâmetros de influência sobre o consumo de energia devem ser identificados e
monitorados desde o início do diagnóstico energético ou no período base, pois são
de extrema importância para a Medição e Verificação e não estarão mais
disponíveis para eventuais consultas após a melhoria.

Todos os parâmetros considerados relevantes devem ser descritos no Plano de


Medição e Verificação.Quando se planeja um processo de M&V, deve-se
ter cuidado com:

1. previsibilidade;
2. mensurabilidade e
3. provável impacto de todos os fatores plausíveis de ocorrerem.

As variáveis que influenciam diretamente o consumo são chamadas de variáveis


independentes e as variáveis influenciadas (por exemplo, o consumo) são
chamadas de variáveis dependentes.

A variável independente mais comum e imediatamente reconhecida é a produção


em uma indústria. Aumentando-se a produção, o consumo de energia aumenta;
baixando-se a produção, reduz-se o consumo de energia. Em setores de serviço
pode ser a taxa de ocupação ou de visitantes e, em hospitais, a quantidade de
leitos ocupados, por exemplo.

Outros fatores podem influenciar o consumo de energia como, por exemplo, a


temperatura externa e a umidade relativa do ar, quando há necessidade de
climatização ambiental. Outros fatores são o tipo de produto ou serviço prestado, a
hora do dia, e outros.

Aula 8 - Ajuste da Linha de Referência


O ajuste da Linha de Referência é realizado a cada vez que algum dos parâmetros
da Linha de Referência varie significantemente de modo a influenciar o consumo de
energia.

É necessário explicitar as formas de ajuste da Linha de Referência no Plano de


Medição e Verificação para que todas as partes envolvidas estejam de acordo com
ajustes futuros, caso necessários, de modo que possam ser implementadas
automaticamente, sem a necessidade de novas reuniões (e discussões) entre as
partes.

Página 40 de 110
Medição & Verificação

Podem ocorrer alterações imprevistas e é necessário incluir salvaguardas no Plano


de Medição e Verificação que permitam o ajuste da Linha de Referência nestas
situações, com anuência de todas as partes.
Dois tipos de ajuste são possíveis: de rotina e não rotineiros

Ajustes de rotina
São usados para os fatores que se esperam sejam alterados durante o período de
verificação, por exemplo, temperatura ou produção.
Mais de uma variável independente

Quando existe mais de uma variável independente como, por exemplo, produção e
temperatura, faz-se uma correlação múltipla, obtendo-se uma equação com dois
termos para as variáveis independentes, mas essencialmente igual ao processo
com uma única variável independente.

Outros métodos de análise

A regressão não necessariamente precisa ser linear, sendo possível adotar uma
regressão polinomial ou logarítmica, caso apresentem melhores correlações.

Sempre se deve tentar escolher o modelo matemático mais simples, pois necessita
de menos medições e é de melhor aceitação por parte de todos os envolvidos.

Aula 9 - Consumo constante


No caso de consumo constante, não influenciado por variáveis independentes, é
possível e permitida a comparação direta entre os dados de medição antes e após a
melhoria, porém, é necessário comprovar a constância do consumo. Uma das
maneiras de se fazer isso, mas não a única, é realizar medições até que o
quociente do desvio-padrão em relação à média das mesmas seja igual ou menor a
um determinado valor pré-acordado, por exemplo.

Neste caso, a extensão do período de medição antes e após a medição são


desconhecidos à época da elaboração do Plano de Medição e Verificação e serão
determinados unicamente pelo resultado das medições.

O responsável pelo Plano de Medição e Verificação já deverá ter feito medições


preliminares ao sugerir esta opção, tendo a garantia que o desvio-padrão desejado
será alcançado, pois, caso contrário, poderá ocorrer de nunca se alcançar a
comprovação da constância do consumo e todo o Plano de Medição e Verificação ter
de ser refeito!

Este modelo é um caso típico, onde muitas vezes o período base é mais prolongado
que o período pós-melhoria, posto que, com equipamentos mais eficientes e com o
controle maior do processo, os desvios no consumo costumam ser menores.

EXEMPLOS

Influência por variável independente


Seja, por exemplo, a seguinte tabela de dados de produção e consumo:

Página 41 de 110
Medição & Verificação

Apesar de no exemplo anterior os dados de produção e consumo serem


apresentados mês a mês, nada impede que estes valores sejam horários, diários ou
semanais.

É muito importante que os dados representem o mesmo período, ou seja, se os


dados são mensais e o período de medição está compreendido entre o dia 15 de
um mês e o dia 14 do mês seguinte, os dados de produção correspondentes
também deverão ser deste mesmo período do dia 15 ao 14!

Caso contrário, haverá erro na correlação dos dados e a Linha de Referência poderá
ser contestada!

O passo seguinte é correlacionar a variável independente (produção) com a variável


dependente (consumo), normalmente realizado através das funções de gráfico do
Microsoft Excel®, conforme a figura a seguir.

A equação da reta do gráfico representa o modelo matemático da Linha de


Referência. A variável R2 representa o coeficiente de correlação e indica o quanto

Página 42 de 110
Medição & Verificação

os pontos encontram-se dispersos em relação à reta. Um valor de R2 igual à


unidade indica que todos os pontos encontram-se sobre a reta.

É importante frisar que o Protocolo de Medição e Verificação não sugere nenhum


valor para o coeficiente de correlação, sendo que este deve ser definido em comum
acordo com o cliente.

É óbvio que valores muito baixos para o coeficiente de correlação indicam que o
modelo matemático é pouco confiável e que o mesmo deve ser refinado.

A comprovação do consumo evitado após a melhoria dá-se da seguinte forma:

 Medem-se os consumos de energia e os dados de produção para


determinado período;
 Calcula-se qual teria sido o consumo (y) na Linha de Referência, com a
produção atual (x), caso não houvesse a melhoria, utilizando-se o modelo
matemático (equação da reta);
 Determina-se o consumo evitado através da diferença entre o consumo da
Linha de Referência ajustado e o consumo real.

Sejam, por exemplo, o consumo e produção para determinado período iguais a


4.100.000 kWh e 400.000 t, cujo consumo deve ser calculado em relação à Linha
de Referência acima. Desta forma calcula-se o consumo para a Linha de Referência
ajustada:

Consumo (Linha de Referência) = 7,58 * 400.000 + 1.427.836 = 4.459.836 kWh

Caso não houvesse melhoria, o consumo estimado para a produção do período teria
sido de quase 4.500 MWh. Como o consumo real ficou abaixo deste valor, calcula-
se o consumo evitado:

Consumo evitado = 4.459.836 KWh - 4.100.000 KWh = 359.836 KWh

Se o consumo real fosse superior ao consumo estimado para a Linha de Referência,


não haveria economia, mas sim consumo maior do que aquele existente antes da
melhoria, sinalizando que ou alguma coisa não saiu como esperado na ação de
eficiência energética, ou houve alguma mudança na linha de produção.

Um conceito deve ficar muito claro: a comparação deve ser realizada sempre entre
o consumo atual e o estimado na Linha de Referência utilizando os valores de
produção atuais.

Aula 10 - A temperatura como variável independente


Outras variáveis independentes que não sejam a produção podem se fazer
necessárias, como, por exemplo, a temperatura em sistemas de ar condicionado.
Neste caso correlaciona-se os graus-dia de refrigeração do período de análise com
o consumo de energia.

Os graus-dia de um dia são a diferença positiva de graus da temperatura média


diária em relação a uma temperatura externa de referência. Esta temperatura de
referência usualmente é aquela a partir da qual não há mais necessidade de
condicionamento ambiental, ou seja, desliga-se o equipamento de ar condicionado.

Página 43 de 110
Medição & Verificação

Por exemplo: seja a temperatura de referência 18oC e a temperatura externa


média de 22oC; neste caso teremos 4 graus-dia neste dia específico. Caso em um
dia a temperatura média seja igual ou inferior à temperatura de referência,
considera-se este dia com 0 (zero) graus-dia.

Não existem graus-dia negativos

Os graus-dia de um período são simplesmente a soma de todos os graus-dia dos


dias que compõe o período avaliado.

A tabela a seguir exemplifica o cálculo dos graus-dia para um período de 7 dias,


com temperatura de referência de 18oC.

Pode-se observar neste período do exemplo acima um total de 15 graus-dia.


É importante notar que os graus-dia variam em função da temperatura de
referência escolhida, portanto, é importante determinar a temperatura de
referência utilizada em graus-dia tabelados por terceiros. Caso estes sejam
utilizados para o Plano de Medição e Verificação, a determinação de graus-dias
futuros deverá ser realizada na mesma temperatura de referência, ou a tabela terá
de ser ajustada.

Aula 11 - Ajustes não rotineiros

São usados para os fatores que não se esperam sejam alterados durante o período
de verificação, chamados fatores estáticos.

Fatores estáticos

Os fatores estáticos são aqueles parâmetros que influenciam o consumo de energia,


mas que não se espera que variem ao longo do tempo.

Entre eles podemos citar: horas de funcionamento, matéria-prima utilizada,


geometria das peças fabricadas, número de turnos de trabalho, entre outros.

Os fatores estáticos devem constar do Plano de Medição e Verificação e devem ser


verificados periodicamente, mas não excessivamente, durante o período de
comprovação das economias.

Caso uma alteração nos fatores estáticos influencie o consumo de energia, faz-se
necessário um ajuste da Linha de Referência.

Página 44 de 110
Medição & Verificação

Antes do início da M&V, deve-se ter conhecimento desses fatores e como eles
influenciam o consumo, e caso algum se altere, as partes interessadas devem estar
de acordo sobre os ajustes que serão realizados na linha de referência.

Exemplos de fatores que necessitam ajustes não rotineiros são:

Alteração do espaço a ser climatizado, mudança do tipo do produto ou regime de


funcionamento, modificação da fachada da instalação (isolamento, sombras,janelas,
etc.), alteração do número de equipamentos, processos ou instalações, mudança do
padrão ambiental interno, do tipo ou regime de ocupação.

Quando a mudança é esperada, o plano de M&V deve prever o ajuste necessário

Não são necessários Ajustamentos da Base onde:

• A variável está incluída no modelo matemático desenvolvido para o projeto

• Mudanças afetam uma variável que foi estipulada no Plano de M&V. Por exemplo,
se o número de toneladas-hora de resfriamento foi estipulado para uma Ação na
eficiência de chiller, um aumento desses valores na refrigeração não afetará as
economias determinadas pelo método simplificado, ainda que as economias reais se
modifiquem.

• As mudanças que ocorrem no equipamento além dos limites da determinação das


economias. Por exemplo, se o limite inclui apenas o sistema de iluminação, para
um aparelho de iluminação, a colocação de computadores pessoais no espaço não
afetará a determinação das economias.

As condições do período base necessitam ser bem documentadas no Plano de M&V,


de modo que possam ser feitos os ajustamentos adequados. Também é importante
dispor de um método para localizar e registrar mudanças nessas condições. Isto
pode ser feito por um dos proprietários da instalação, o agente determinador das
economias ou um verificador externo ou terceira parte. Deve ser estabelecido no
Plano de M&V quem localizará e reportará cada condição registrada para o período
base e quais outros aspectos da operação da instalação serão monitorados.

Os Ajustes não-rotineiros são determinados por mudanças físicas reais ou previstas


nos equipamentos ou nas operações. Às vezes pode ser difícil identificar o impacto
das mudanças. Se o medidor do consumo de energia da instalação for utilizado
para identificar tais mudanças, o impacto das Ações no consumo de energia medido
deve ser inicialmente retirado com as técnicas da Opção B.

Exemplo iluminação

Caso o número de horas de utilização de um sistema com potência de 1.960 W no


período base e 960 W após a melhoria passe de 2.500 horas por ano para 3.500 horas
por ano, faz-se necessário o ajuste da Linha de Referência, ficando, neste caso:

A potência da situação após a melhoria continua a mesma, porém o número de horas


de funcionamento também terá de ser ajustado:

Página 45 de 110
Medição & Verificação

Desta forma a nova economia obtida será de:


Economia = 6.860 kWh/a – 3.360 kWh/a = 3.500 kWh/a

Aula 12 - Valores mínimos de parâmetros

Da mesma forma que houve ajuste quando do aumento do número de horas de


funcionamento, deve-se fazer o ajuste quando da diminuição das horas de
funcionamento, visto que isso pode comprometer o retorno de capital e o fluxo de
caixa, caso fique abaixo de determinado valor.

Considerando o exposto, é de suma importância referir-se às condições mínimas de


funcionamento de uma instalação no Plano de Medição e Verificação, sendo
atribuído um valor mínimo a determinados parâmetros, caso estes não sejam
atingidos (p.ex. as horas de funcionamento). Caso contrário, o que fazer se o
cliente simplesmente passar a não utilizar mais o equipamento ou local onde a
melhoria foi instalada?

Quando é necessário um certo nível de eficiência, seja legal, seja pelos padrões do
cliente, as economias devem ser baseadas na diferença entre o uso de energia pós-
retrofit e o padrão mínimo. Nestas situações, o uso de energia do período base
pode ser estabelecido como igual aos padrões mínimos de energia aplicáveis.

Página 46 de 110
Medição & Verificação

Aula 13 - Custos de medição


Medições demandam custos consideráveis, visto que envolvem tempo de pessoal e
uso de equipamentos sensíveis.

Os custos da medição podem ser reduzidos por meio de um bom planejamento,


redução do número de medidores e da extensão da medição.

Em alguns casos, os custos de medição podem ser compartilhados com outros


setores da empresa que poderão utilizar os dados levantados. Um exemplo prático
é a instalação de medidores fixos que posteriormente continuarão a ser utilizados
em um programa de Monitoring and Targeting. Neste caso os custos dos medidores
poderiam ser repassados integralmente para o programa de gestão energética ou
compartilhados com o mesmo.

O custo para determinar as economias depende de fatores tais como:

• A Opção do PIMVP selecionada

• O número de melhorias, complexidade e valor de interação entre elas

• O número de fluxos de energia através da fronteira da medição para isolá-la do


restante da instalação

• O nível de detalhe e o esforço associado para estabelecer as condições do ano-


base necessárias para a Opção selecionada

• A quantidade e complexidade do equipamento para medição (projeto, instalação,


manutenção, calibragem, leitura, retirada)

• Tamanhos das amostras utilizadas para medir o equipamento representativo

• O valor da parte de engenharia necessário para fazer e apoiar as estimativas


usadas

• O número e complexidade das variáveis independentes que são avaliadas nos


modelos matemáticos

• A duração das atividades de medição e relatórios

• Os requisitos de precisão

• Os requisitos para os relatórios das economias

• O processo para rever ou verificar as economias

• A experiência e as qualificações profissionais do pessoal encarregado da


determinação das economias

O Plano de Medição e Verificação deve explicitar os custos de medição que devem


ser esperados pelo cliente, seja na forma de pagamentos mensais, anuais, únicos
ou por visita, já que na maioria dos casos estes custos não eram conhecidos
quando da assinatura do contrato de desempenho.

Página 47 de 110
Medição & Verificação

Sendo a Medição e Verificação realizada por uma terceira parte, é importante que
esta forneça os seus custos. Atualmente, nota-se a importância do envolvimento
também desta parte no planejamento desde o início, visto que o cliente também
deverá aprovar quem irá fazer a Medição e Verificação propriamente dita.
Pode-se também não cobrar diretamente pela Medição e Verificação, ficando os
seus custos embutidos no custo total do projeto. Porém, neste caso, deve-se
explicitar no Plano de Medição e Verificação que não haverá cobrança pela Medição
e Verificação.

Tipicamente, espera-se que a média anual dos custos para determinar as


economias não exceda a mais do que 10% da média anual das economias
estimadas.

No Brasil, pode ocorrer o caso de Cliente e usuário estar de acordo com um tipo de
medição, mas por exigências regulamentares da ANEEL nos casos de projetos
utilizando recursos do Programa de Eficiência Energética das concessionárias, ou
financeiras do investidor, ser exigido outro tipo e extensão de medição. Nessa
situação sugere-se que os custos sejam alocados às concessionárias em suas
despesas de gestão do programa ou ao financiador.

Aula 14 - Balanço entre a Incerteza e o Custo


O nível de incerteza aceitável requerido num cálculo de economias é uma função do
nível de economias e do custo efetivo da diminuição da incerteza. Por exemplo,
supondo-se que um projeto tenha uma economia esperada de $ 100.000 por ano e
que com a abordagem básica de M&V obtêm-se uma precisão não melhor do que ±
25% com 90% de confiabilidade, ou $ 25.000 por ano. Para levar a precisão para a
casa dos $ 10.000, deve ser visto como razoável despender $ 5.000 extras por ano
em M&V, mas não $ 30.000 por ano. A quantidade de economias em risco limita os
gastos com M&V.

Outro benefício ao reduzir a incerteza pode ser a disponibilidade de melhor


feedback para as operações, permitindo um aumento de economias ou outras
variáveis operacionais. As informações também podem ser úteis para avaliar o
tamanho dos equipamentos para planejar a expansão da planta ou substituições de
equipamentos. Também, pode permitir que sejam feitos pagamentos maiores num
contrato de desempenho de energia baseado em valores medidos x valores
conservadores estipulados. Os investimentos adicionais para melhorar a precisão
não devem ultrapassar o aumento esperado em valor.

As discussões e definições dos planos de M&V devem incluir a consideração dos


requisitos de precisão das medidas e relacionar os custos de M&V com a melhoria a
ser obtida. Deve ser reconhecido que nem todas as incertezas podem ser
quantificadas. Portanto, as incertezas quantitativas e qualitativas devem ser
consideradas quando forem estudadas as opções de custo de M&V para cada
projeto.

Aula 15 - Preços da Energia


As economias em valores monetários ou reduções de custo são calculadas
aplicando-se o preço de energia ou demanda às economias físicas kWh e kW
(consumo e demanda).

Custo da Economia = Custo no período base ajustado – custo no período de


verificação ajustado (4)

Página 48 de 110
Medição & Verificação

Quando se está trabalhando com o consumo evitado (condições do período de


verificação), utiliza-se os preços de energia vigentes do período.

O preço da energia deve ser a tarifa da concessionária que atende ao cliente, ou,
no caso de clientes livres, os preços pactuados. Algumas verificações usam os
preços marginais que consideram todos os aspectos do faturamento afetados pelos
valores medidos, como cargas de consumo e de demanda, perdas do
transformador, fator de potência, faixas de demanda, descontos prévios de
pagamentos.

Um exemplo para uso de custo marginal ocorre com sistemas tarifários que tem
custos diferentes para cada faixa de consumo (sistemas tarifários de água, são um
exemplo). No cálculo da economia devem ser utilizadas as tarifas aplicáveis aos
níveis de consumo que foram reduzidos. Preço médio de energia, no qual o valor da
conta de energia é dividido pelo consumo total, é diferente do preço marginal, e
não devem ser usados devido a distorções que provocam.

Outra metodologia pode ser a utilização de uma tabela de preço fixa e estabelecida
no início da implantação da melhoria. Quando os preços variam com o tempo pode-
se estabelecer um valor mínimo abaixo do qual prevalecerá esse padrão mínimo.

Quando há mudança de combustíveis ou mudança na classe tarifária ou de


faturamento, as condições do período base devem ser ajustadas usando a classe
tarifária a que era submetido nesse período ajustada para o valor vigente no
período de verificação e às grandezas do período de verificação deverão ser
aplicadas as tarifas vigentes para a nova condição, se prevista no plano de M&V.
Uma instalação que antes da melhoria é tarifada segundo a tarifa convencional, e
depois da melhoria (aquecimento solar, por exemplo) muda para a tarifa verde. As
condições do período de verificação devem ser medidas e tarifadas segundo a tarifa
verde e os dados do período base, ajustados para as condições do período de
verificação devem ser calculados usando a tarifa convencional. Nesse caso, estamos
considerando que a tarifa convencional era a mais adequada no período base. Caso
contrário, deve-se primeiro realizar a adequação tarifária para que a melhoria não
se beneficie-se de economias devido a outras ações (adequação tarifária).

No caso de mudança da classificação do consumidor para outro tipo de estrutura


tarifária não prevista no plano de M&V, deve-se manter o uso da estrutura antiga
usando os valores vigentes, se eles ainda existirem.

Caso a estrutura antiga deixe de existir, as partes deverão entrar em acordo qual
metodologia utilizar:

1. Usar os dados da condição do período base e de verificação na nova


estrutura.

2. Usar os dados da condição do período base na estrutura tarifária existente


naquele período ajustada até a última tarifa existente antes da nova
estrutura, ou não, e os dados do período de verificação na nova estrutura.

Imagine que a ANEEL determine o fim da tarifa de baixa tensão monômia e a


troque por uma tarifa binômia, tipo a convencional. Melhorias iniciadas na estrutura
antiga e terminadas na nova estrutura terão que ser ajustadas segundo as
metodologias indicadas.

Página 49 de 110
Medição & Verificação

Aula 16 - Dados para Certificados de Redução de Emissão


O PIMVP é importante para verificar as economias e assegurar benefícios
financeiros reconhecidos por programas de negociação de créditos de carbono e
espera-se que seja uma parte da norma internacional sobre comercialização. A
utilização deste Protocolo pode dar confiabilidade à medição das efetivas economias
de energia e, portanto, maior confiabilidade na determinação das reduções das
emissões associadas à melhoria.

Combinado com o Plano específico de M&V de cada projeto, este Protocolo aumenta
a consistência de relatórios e permite a verificação das economias de energia. Para
verificar um crédito por emissão o Protocolo e o Plano de M&V devem ser utilizados
em conjunto com o guia específico para programa de comercialização de créditos
sobre conversão das economias de energia, nas equivalentes reduções de
emissões.

A obtenção dos certificados de emissão serão agilizadas se os seguintes métodos


para relatórios de melhorias forem considerados ao elaborar o processo para
determinação das economias:

• As economias elétricas devem ser divididas em períodos de pico e fora de pico e


períodos seco e úmido.
• As reduções nas compras da rede devem ser divididas naquelas devido a redução
de carga e naquelas devido a aumento de geração própria na instalação.

• As economias devem ser separadas naquelas que são “excedentes” ou


“adicionais” ao comportamento normal daquelas que são apenas habituais ao
negócio ou precisam estar de acordo com um mínimo padronizado. Por exemplo,
onde os padrões mínimos de eficiência do equipamento limitarem a eficiência dos
novos equipamentos no mercado, estes padrões podem formar a referência para
determinar os créditos negociáveis derivados de economias de energia superiores a
esse padrão.

• Separar as economias de energia em cada local se um projeto engloba um


conjunto de cargas, ou se as quantidades das emissões diferem dos valores de
referência.

• Separar as economias por combustível ou tipo de equipamento se diferentes


taxas de emissão se aplicarem a cada equipamento de combustão.

Aula 17 - Verificação por Uma Terceira Parte


Quando a empresa que estiver fazendo a determinação das economias de energia
for mais experiente do que o cliente, este pode procurar assistência para revisar os
relatórios sobre as economias. Tal assistência deve começar na época da primeira
revisão do Plano de M&V, para assegurar que o processo para determinar as
economias irá de encontro aos objetivos do cliente. A revisão deve continuar com
os relatórios de rotina das economias e ajustes da linha de referência. Uma revisão
completa desses ajustes requer um bom entendimento da instalação e suas
operações. Para esta última finalidade, os resumos do cliente das condições de
operação reduzirão o escopo, o trabalho e o custo do verificador externo.

Um contrato de performance de energia requer que ambas as partes acreditem que


as informações sobre as quais os pagamentos se baseiam sejam válidas e exatas.
Uma terceira parte experiente pode ser útil para assegurar concordância com a

Página 50 de 110
Medição & Verificação

medição e validade. Se surgirem conflitos sobre o andamento do período de


payback do projeto, esta terceira parte pode ajudar a solucionar as diferenças.

Os verificadores das economias são tipicamente consultores de engenharia com


experiência e conhecimento em verificação de economias e tecnologias de
melhorias e, onde relevante, em contratos de desempenho de energia.

MODULO 6 – plano de m&v

Aula 1 – Introdução
A fase de planejamento anterior ao desenvolvimento e apresentação do Plano de
Medição e Verificação é de fundamental importância.

Deve-se ter sempre em mente que, após implantada uma melhoria, não é possível
voltar à instalação e levantar dados que estejam faltando, isto compromete ou
inviabiliza a comprovação dos resultados para o cliente. Com o comprometimento
da comprovação do custo ou consumo evitado, a obtenção de pagamentos por
parte do cliente é dificultada ou impossível.
Um bom planejamento inicial gerará um bom Plano de Medição e Verificação,
convencendo o cliente e o investidor, reduzindo os riscos e, conseqüentemente, o
custo do projeto, garantindo a remuneração a partir das economias obtidas e
efetivamente comprovadas.

Todo contrato de desempenho deve apresentar um Plano de Medição e Verificação


para cada melhoria a ser implementada.

Aula 2 - Início do planejamento


O início do planejamento para desenvolvimento de um Plano de Medição e
Verificação deve ocorrer já na fase preliminar de levantamento de dados, visando
determinar os diversos aspectos necessários para a implementação de uma
Medição e Verificação, entre os quais se podem citar:

 Levantamento de dados históricos


 Linha de Referência preliminar
 Possibilidade de instalação de medidores
 Definição se será necessária a parada da instalação para instalar a melhoria
 Definição se será necessária a parada da instalação para comissionamento e
teste em campo

Caso alguns dos pontos acima não estejam definidos ou sejam possíveis, há
necessidade de obtê-los ou encontrar alternativas para os mesmos junto ao cliente.

Usualmente, o Plano de Medição e Verificação é desenvolvido pela ESCO ou pelo


responsável pela implementação da ação de eficiência energética, pois este será o
responsável pela redução do consumo. O Plano de Medição e Verificação é
apresentado e tem de ser aprovado por todas as partes envolvidas (cliente,
financiador, e outros).

Página 51 de 110
Medição & Verificação

Já a Medição e Verificação de fato, pode ser realizada por outra parte, não o
responsável pela ação de eficiência energética, porém, seguindo o Plano de Medição
e Verificação aprovado pela parte responsável, evitando-se conflitos de interesse.

Nada impede que o próprio responsável pela ação de eficiência energética realize a
Medição e Verificação, desde que aprovado por todas as partes.

Aula 3 - Os 13 tópicos de um plano de M&V


Um Plano de M&V deve incluir os 13 tópicos a seguir:

1. Objetivo da medida de economia de energia – MEE


Descreva a medida, o resultado esperado, e os procedimentos que serão usados na
medição. Levante as mudanças planejadas na instalação.

2. Opção de M&V e os limites de medição


Indique a opção (veja o capítulo específico) e os limites ou abrangência da
medição. Eles podem ser tão restritos quanto o fluxo da energia através de um
tubo ou fio, ou tão abrangentes quanto o consumo total de energia de um ou vários
prédios. A natureza de quaisquer efeitos interativos além dos limites deve ser
descrita e estimados os seus possíveis impactos.

3. Condições da linha de referência


Também conhecida como linha de base ou “baseline”. Documente as condições do
período base da instalação dentro dos limites da medição. Inclui os dados de
energia do período base. Em contratos de desempenho, o consumo de energia e as
condições no período base podem ser definidos tanto pelo cliente como pela ESCO,
desde que seja dada oportunidade à outra parte para verificá-los. Uma pré-
auditoria usada para estabelecer um programa de economia ou os termos de um
contrato de desempenho de energia não reúne dados suficientes para caracterizar a
linha de referência. Geralmente, é necessária uma auditoria mais abrangente para
reunir as informações do período base relevantes para a M&V. as quais são:

a) período (tempo) da linha de referência


b) histórico de consumo e demanda de energia
c) histórico das variáveis independentes (produção, temperatura, dia de trabalho),
em período coincidente com os dados de energia.
d) Todos os fatores estáticos como:

1) Tipo de ocupação, densidade e períodos.


2) Condições parciais ou de toda a área da instalação em cada período de operação
e estação do ano. (Por exemplo, numa indústria pode incluir tipo de produto,
matéria-prima, número de turnos. Em um prédio deve ser incluído o nível de
iluminamento, temperatura, umidade e ventilação. A determinação do conforto
térmico e/ou qualidade interna do ar (QIA) também podem ser úteis nos casos
onde os novos sistemas funcionarão diferentemente dos antigos e ineficientes).
3) Inventário de equipamentos: dados de placa, localização, condições, fotografias
ou vídeos são maneiras efetivas para registrar as condições do equipamento.
4) Condições de operação do equipamento (horários e regulagens,
temperaturas/pressões efetivas).
5) Problemas significativos do equipamento, quebras ou paradas durante o período
base.

A documentação do período base tipicamente requer auditorias bem documentadas,


pesquisas, inspeções e/ou atividades de medição instantânea ou de curto prazo. O

Página 52 de 110
Medição & Verificação

número de informações depende do limite de medição escolhido ou do escopo da


medição das economias.

Onde for empregada a Opção do prédio inteiro, todos os equipamentos e condições


devem ser documentados.

1. Período (tempo) da linha de registro das economias verificadas


ou da medição pós-melhoria implantada. Este período pode ser tão curto quanto
uma medição instantânea após o comissionamento da medida, ou tão longo quanto
o tempo necessário para recuperar o custo do investimento na melhoria.

2. Bases de ajuste
Estabeleça o conjunto de condições ao qual todas as medições de energia serão
ajustadas. As condições podem ser aquelas do período pós-melhoria ou algum
outro conjunto de condições normalizadas. Esta escolha determina se as economias
registradas são “consumos evitados” ou “economias normalizadas/padronizadas”.

3. Procedimento de analises
Especificação dos procedimentos exatos de análise de dados, algoritmos e
suposições. Para cada modelo matemático utilizado, registrar todos os seus termos
e a faixa de valores das variáveis independentes sobre a qual ele é válido.

4. Preços de energia
Especificar os preços de energia que serão usados para valorar a economia e se e
como essas economias serão ajustadas se os preços ou sua estrutura mudarem no
futuro.

5. Especificações do medidor
Especificação dos pontos de medição, período(s) de medição (continuo ou não?).
Em casos de uso de outros medidores que não os da concessionária, indicar as
características do medidor, faixa de leitura do medidor e protocolo de referência
(“protocolo testemunha”), procedimentos para comissionamento do medidor,
processo de calibragem e método para lidar com dados perdidos.

6. Responsabilidades pelo controle


Defina as responsabilidades por registrar e relatar dados de energia, variáveis
independentes e fatores estáticos dentro do limite de medição durante o período de
registro das economias

7. Precisão esperada
Quantificação da exatidão esperada associada à medição, coleta de dados e
análises. Descrever também qualitativamente o impacto esperado dos fatores que
afetam a exatidão dos resultados mas que não podem ser quantificados. Indicar
nível de incerteza das medidas e os ajustes necessários a serem utilizados no
relatório das economias.

8. Orçamento
Defina os requisitos de orçamento e recursos para a determinação das economias,
tanto para os custos iniciais quanto os de progresso ao longo do período pós-
melhoria.

9. Formato do relatório das economias


Especificar como os resultados serão registrados e documentados. Deve ser incluído
um exemplo de cada relatório.

10. Procedimentos para assegurar qualidade

Página 53 de 110
Medição & Verificação

Indique os procedimentos para assegurar a qualidade das informações que serão


no relatório de economias e em qualquer etapa de preparação do relatório.

Aula 4 - Tópicos adicionais


Dependendo das circunstâncias de cada projeto, alguns tópicos adicionais devem
ser adicionados:

• Para a Opção A,

Justificar as estimativas - registrar os valores a serem utilizados para quaisquer


parâmetros estimados. Mostrar a importância geral destes parâmetros para a
economia total esperada e descrever a incerteza inerente à estimativa. Indique as
possíveis economias associadas com a faixa plausível de valores dos parâmetros
estimados.

Inspeção periódica – defina as inspeções que serão realizadas no período de


verificação das economias para checar se os equipamentos e suas condições estão
conforme estimado.

• Para a Opção D,

Nome do software - registrar o nome e o número da versão do software para


simulação a ser utilizado.

Dados de entrada e saída - Fornecer cópia em papel e eletrônica dos arquivos de


entrada e saída e referência dos arquivos sobre clima utilizados para a simulação.

Dados medidos - relatar quais parâmetros de entrada foram medidos e quais os


previstos. Descrever o processo para obtenção de quaisquer dados medidos.

Calibração - registrar os dados de energia e operacionais usados para calibração.


Registrar a exatidão com a qual os resultados da simulação se aproximam dos
dados de consumo de energia utilizados para calibragem.

Onde a natureza de mudanças futuras puder ser prevista, devem ser definidos os
métodos para fazer os Ajustamentos da Base.

Os requisitos de tempo e orçamento, usualmente, são subestimados, levando a


uma coleta incompleta dos dados. É melhor uma medição menos precisa e mais
barata do que uma incompleta e mal fundamentada.

Aula 5 - Relatório da M&V


O relatório das economias ou do M&V deve ser preparado e apresentado conforme
definido no plano de M&V.
Um relatório completo deve incluir no mínimo:

 Todos os dados do período de verificação: início e fim do período de


medição, dados de energia e das variáveis independentes.
 Descrição e justificativa para correções realizadas nos dados medidos.
 Na opção A os valores estimados e acordados.
 A planilha de tarifas ou preços de energia utilizada.
 Todos os detalhes de qualquer ajuste não previsto e realizado, incluindo:
explicação das mudanças nas condições desde o período base, todos os

Página 54 de 110
Medição & Verificação

fatos e premissas verificados e os cálculos de engenharia que levaram ao


ajuste.
 Economias calculadas em unidades físicas e monetárias

O relatório de M&V deve ser escrito para que todos os níveis de leitores
interessados o entenda.

Gerentes de energia devem repassar o relatório com o pessoal da planta. Tal


revisão permite descobrir informações úteis sobre o uso da energia na instalação,
ou como o pessoal poderia se beneficiar com mais conhecimento sobre as
características de consumo da instalação.

Página 55 de 110
Medição & Verificação

Módulo 7 – Exemplos

Aula 1 - Correlação de dados no Excel®


Os exemplos apresentados a seguir foram retirados e adaptados do Protocolo de
Medição e Verificação (versão de 2007 e traduzida de 2003) e do Guia do PROCEL.
Não devem ser considerados a única alternativa a ser seguida, pois existem
diferentes enfoques possíveis e permitidos.

Apresentamos, primeiramente, um passo-a-passo de como uma correlação entre


dados pode ser realizada no Microsoft Excel®.

A seguir será apresentado como fazer a correlação de dados no Excel® para a


geração de uma linha de base ou de referência. O exemplo apresentado a seguir
não é o único modo para se gerar uma linha de referência

Sejam os dados de produção e consumo da tabela a seguir.

Devem ser selecionados os dados de produção e consumo que se quer


correlacionar.

Página 56 de 110
Medição & Verificação

Na barra de ferramentas do Microsoft Excel® seleciona-se o botão para geração de


gráficos, conforme indicado na figura a seguir.

Na janela que se abre em seguida, deve ser selecionado o tipo de gráfico


"Dispersão
(XY)" e clicar sobre o botão "concluir", conforme indicado na figura a seguir.

Obtém-se, desta forma, um gráfico parecido com o da figura apresentada a seguir.


A formatação do gráfico, assim como a escala dos eixos, depende da versão e da
configuração do Excel® do usuário.

Página 57 de 110
Medição & Verificação

O Excel® atribui automaticamente os valores da primeira coluna ao eixo das


abscissas (X) e da segunda coluna ao eixo das ordenadas (Y). Por este motivo, é
recomendável que os dados da variável independente sejam mantidos na primeira
coluna e os da variável dependente na segunda coluna.
Após alguma formatação, para fins didáticos, é obtido um gráfico como o
apresentado a seguir.

Com o botão direito do mouse, deve-se clicar sobre qualquer ponto de dados do
gráfico para chamar o menu de contexto. Neste menu deve ser selecionada a opção
"adicionar linha de tendência", conforme mostrado a seguir.

Página 58 de 110
Medição & Verificação

Na aba "Tipo" da janela que se abre a seguir, deve ser selecionada a regressão
linear como modelo adotado.

Na aba "Opções" devem ser marcadas "Exibir equação no gráfico" e "Exibir valor de
R-quadrado no gráfico", como mostrado na figura a seguir.

Página 59 de 110
Medição & Verificação

Após alguma formatação, o gráfico resultante será da seguinte forma:

A equação mostrada poderá ser utilizada como linha de referência, desde que o
fator de correlação R2 seja adequado.
Substituindo-se o valor de "x" na equação pela produção de um período pós-
melhoria, obtém-se o consumo estimado que teria ocorrido nas condições da linha
de referência

Exemplos

Página 60 de 110
Medição & Verificação

O processo de M&V pode ser muito simples, conforme o exemplo abaixo


 Troca de iluminação

Utilizando a opção A do IPMVP para um sistema de iluminação, mede-se a potência


instantânea (ano base) da instalação e estima-se o número de horas de
funcionamento da mesma. Considerando-se, por exemplo, uma potência 1.960
Watts com 2.500 horas de funcionamento por ano. Desta forma, a Linha de
Referência será:

Após substituição do conjunto lâmpada-luminária mediu-se uma potência


instantânea igual a 960 Watts. Assim, o consumo ex-post será:

E a economia obtida será de:

S=B-P = 4.900 kWh/a - 2.400 kWh/a = 2.500 kWh/a

Seguem outros exemplos mais complexos

Aula 2 - Opção a – Melhoria da eficiência de um conjunto


motor-bomba.
Situação atual: Dez bombas são usadas para irrigação, elas são operadas manual
e . continuamente durante seis meses, no período seco. A proposta é substituir as
bombas por outras novas e mais eficientes utilizando incentivo da concessionária,
que exige uma demonstração de curto prazo do consumo evitado e que esteja de
acordo com os procedimentos do IPMVP.

Fatores que afetam o projeto de M&V: Espera-se que as novas bombas possam
bombear mais água e assim reduzir o número de horas de operação. As partes
concordam que as horas de operação dependem das condições de crescimento das
plantas e do nível de chuvas de cada ano, variáveis sem controle. Os medidores da
concessionária medem apenas os consumos das bombas (baixa tensão).

O fluxo da bomba é constante pois não há válvulas, nem grandes variações de


altura de bombeamento.

O plano de M&V Plan foi desenvolvido em conjunto pelo usuário e a concessionária


seguindo o modelo do IPMVP – A opção A foi selecionada para minimizar os custos.
Para isso, o número de horas de operação foi acordado entre as partes e somente
seria medida a potência reduzida. Os equipamentos de medição da empresa
contratada para a instalação era calibrado adequadamente. A potência de cada uma
dass bombas velhas foi medida por um período de 3 horas, e testemunhado pela

Página 61 de 110
Medição & Verificação

concessionária. O número de horas de operação foi calculado utilizando o consumo


anual faturado pela concessionária dividido pela potência média medida, resultando
em 4.321 horas num ano seco, onde choveu 9% a menos que um ano normal de
chuvas. Usuário e concessionário acordaram que, por isso, o número de horas
deveria ser reduzido em 9% resultando em 3.932 h por ano.

Depois de instaladas as novas bombas, foram realizadas medições de potência nas


novas bombas por 3 horas consecutivas de funcionamento conforme realizado para
estabelecer a linha de base.

Resultados A economia foi calculada usando os seguintes dados e equação:

Potência das bombas velhas = 132 KW


Potência das bombas velhas = 132 KW
Redução líquida = 33,8 KW
Economia = 33,8 KW x 3.932 h = 132.902 KWh/ano

O subsídio foi pago baseado na economia de 132.902 kWh multiplicado pela tarifa
de baixa tensão da concessionária .

Aula 3 - Opção B - Alterando a demanda do conjunto motor-


bomba
Situação: O mesmo sistema do exemplo anterior receberia incentivo da
concessionária se não operasse no horário de pico, de 7 às 10 e de 18 às 20 h
todos os dias úteis exceto feriados. O proprietário instalou um sistema de controle
automático que desligava os motores naqueles horários exceto nos feriados, e ao
final do ano ele era reprogramado de acordo com o calendário de feriados.

Fatores que afetam o projeto de M&V: O proprietário acredita que a não


operação por 25 horas por semana causará poucas perdas e que reduzirá quebras
das bombas, por isso não terá prejuízo.
A concessionária deseja comprovar o real desligamento das bombas e exige que a
opção B do protocolo seja adotada para comprovar a operação a cada ano antes de
pagar os incentivos prometidos. Já o proprietário não quer gastar muito para
realizar essa comprovação anual.

O Plano de M&V: As partes concordaram que a instalação de um registrador


horário de fluxo junto ao medidor serviria como medição do horário de
funcionamento ao longo do ano. Ao final de cada ano os registros eram lidos e um
relatório dos dias de funcionamento das bombas em horário de ponta era
repassado para a concessionária.

Resultados Após o primeiro ano o relatório indicou o funcionamento por cinco dias
no horário de 18 às 20, no entanto, foi verificado que esses dias eram feriados logo
não houve operação no horário de pico, e a concessionária pagou o incentivo
acordado ao proprietário.

Aula 4 - Opção A - Retrofit em iluminação


Situação

Em uma escola serão instaladas luminárias mais eficientes em lugar das existentes,
de modo a reduzir o uso de energia, mantendo os níveis de iluminação atuais.

Página 62 de 110
Medição & Verificação

Plano M&V

Um Plano de M&V foi desenvolvido utilizando a Opção A do Protocolo, pois se


considerou que a medição parcial forneceria precisão adequada. Um esboço do
Plano é apresentado a seguir:

 O limite desta ação de eficiência energética foi traçado de modo a incluir os


circuitos de iluminação montados no teto, alimentados em 127 Volt. A
diminuição da carga sobre o ar condicionado foi considerada irrisória, já que
há pouca climatização ambiental e a escola fecha durante a maior parte do
verão.
 As condições do ano base são as dos 12 meses imediatamente precedentes
à decisão de prosseguir com o projeto. Nelas foram incluídos os níveis de
iluminamento, descrições dos locais e número de reatores e luminárias.

 Os períodos de iluminação do ano base foram estabelecidos através do


registro da iluminação em áreas representativas ao longo de um mês. Os
registros resultaram nos seguintes dados de carga/duração para o ano base:

 Devido às mudanças nos padrões de ocupação, que entrarão em vigor


aproximadamente no mesmo momento da aplicação da ação de eficiência
energética, foi acordado que o perfil de carga/duração, durante o período
pós-melhoria será como mostrado na tabela a seguir.

 Foram realizadas medições de potência nas 3 fases, com um medidor true


RMS recém calibrado, nos circuitos de iluminação. De acordo com o
fabricante, a precisão deste medidor é de ±2% sobre a escala total e as
leituras foram realizadas em aproximadamente 50% da escala total. A partir
de uma medição de trinta segundos na entrada de dois transformadores de
iluminação, foi constatado que quando todas as luminárias estavam ligadas,
a demanda era de 28,8 KW, porém 7 lâmpadas (= 0,3 KW ou 1%) estavam
queimadas durante o teste. Tendo isso em vista, foi assumido que a fração
que estava queimada durante a medição era normal.

 Assumiu-se que a demanda elétrica da iluminação é igual à demanda


medida pelo medidor da concessionária nos dez meses em que escola estava
em funcionamento. Nos meses de julho e agosto, com a escola parada,

Página 63 de 110
Medição & Verificação

assumiu-se que a demanda elétrica referente à iluminação seja somente


50% da demanda medida.

 Os possíveis erros no perfil de carga/duração de iluminação pós-melhoria


estimados acima são:
o Somente a metade do crescimento de 1.450h para 2.000h poderá
acontecer, e
o A fração de carga de 9% poderá ser ligada por 400 horas.
 Estes possíveis erros poderão afetar o consumo de energia pós-melhoria em
até 2.500kWh, os quais representam 8,2% dos esperados 30.000 kWh em
economias anuais. O impacto das suposições da iluminação sobre o medidor
de demanda elétrica durante todos os 12 meses do ano base e anos pós-
melhoria poderão afetar as economias relatadas em até 3%. Nenhum destes
impactos foi considerado relevante para o projeto.
 A precisão estimada das medições de energia é de ±4%.
 O processo de cálculo de economia mostrado a partir da próxima tabela foi
resumido no plano de M&V.
 As economias serão computadas anualmente para o ano subseqüente por
meio de uma nova medição da carga elétrica, imediatamente após a conclusão
da ação de eficiência energética, e por medição anuais posteriores.
 As leituras de energia no ano base e nos anos futuros serão realizadas por um
eletricista contratado. Todos os dados e análises deverão estar disponíveis
para inspeção. Para comprovação das medições, a equipe de manutenção
predial também deverá realizar medições da carga elétrica, simultaneamente
com o contratado. Caso haja uma diferença de mais de 4% entre as duas
leituras, um segundo contratado irá realizar medições e o valor apropriado
entre as duas medições será selecionado.
 Estima-se que este processo requeira um eletricista por 5 horas ao ano para as
medições e calibração dos equipamentos. O custo anual é estimado em $200,
incluindo os relatórios.

Consumo/Demanda de Eletricidade no ano base

O consumo de energia no ano base é calculado multiplicando-se a sua carga de


28,8 kW pela carga/duração do ano base. O cálculo é mostrado abaixo.

A demanda no ano base é de 28,8 kW por 10 meses, e de 14,4 kW nos meses de


julho e agosto, somando um total de 317 kW.

Consumo/Demanda de Eletricidade pós melhoria

Após a instalação da ação de eficiência energética, a potência do circuito de


iluminação foi medida novamente como no ano base. A potência demandada foi de
16,2 kW quando todas as lâmpadas estavam ligadas e nenhuma queimada.

Página 64 de 110
Medição & Verificação

Com o mesmo percentual de queima de 1% do ano base, a demanda máxima no


período pós-melhoria irá ser 16 kW (=16,2 * 0,99). Sendo assim, o consumo de
energia anual pós-melhoria é calculado multiplicando-se a demanda pós-melhoria
com os dados de carga/utilização estipulados. O cálculo é mostrado a seguir.

A demanda pós-melhoria é de 16,0 kW por 10 meses, e de 8,0 kW nos meses de


julho e agosto, somando um total de 176 kW.

Página 65 de 110
Medição & Verificação

Ajustes de rotina

Ajustes de rotina são necessários para trazer o uso de energia do ano base às
condições do período pós-melhoria estipulado.

Aplicando-se a carga elétrica do ano base, de 28,8 kW, aos dados estimados de
carga/duração pós-melhoria, o ajuste de rotina para as horas operacionais mais
longas é derivado, conforme apresentado abaixo:

Note-se que neste caso foi calculada a parcela do ajuste de rotina devido ao
aumento do número de horas de trabalho, parcela esta que irá ser utilizada no
cálculo da economia mais adiante. Recalcular o ano base com os novos horários de
funcionamento e utilizar estes valores diretamente, sem ajuste rotineiro, também é
válido. Utilizou-se o ajuste neste exemplo, para fins didáticos.

Comentário: Não é necessário fazer um ajuste na demanda, visto que o ajuste de


consumo deve-se ao aumento das horas de aula, não afetando a demanda em si.

Economias

As economias de energia durante o primeiro ano depois da implantação da ação de


eficiência energética serão:

Os anos subseqüentes serão calculados de forma idêntica, baseados nas medições


realizadas.

Note-se que, neste exemplo, as economias relatadas são para condições pós-
melhoria. Desta forma as economias podem ser chamadas de "consumo evitado".

Aula 5 - Opção A – Controle de iluminação


Situação: Uma instalação opera em 2 turnos por dia. Ao final do segundo turno as
luzes devem ser apagadas mas frequentemente são esquecidas luzes acesas pois
há 70 interruptores para serem acionados. O gerente da planta implantou sensores
de presença para ligar e desligar as luzes e queria medir os resultados para mostrar
o desperdício existente.

Página 66 de 110
Medição & Verificação

Fatores que afetam o projeto de M&V: O circuito de iluminação era junto com
outras cargas, não havia aquecimento, refrigeração ou uso de luz natural. Não
havia muitos recursos para M&V.

O Plano de M&V: Para minimizar o custo decidiu-se por uma medição de curto
prazo usando a opção A. A potência foi estimada em 223 kW usando dados dos
fabricantes das lâmpadas.

As horas de operação foram utilizados registradores de iluminação distribuídos


randomicamente na área de produção. Foi estabelecido o número de registradores
baseado em método estatístico de modo a obter uma precisão de ±10%, com 90% de
confiança, um coeficiente de variância, cv, de 0,2 para 70 zonas de iluminação,
chegando-se à necessidade de 12 registradores. Não havia efeitos interativos uma vez
que não há climatização.

Resultados: Antes da colocação dos sensores de presença foram medidas as horas


de operação, os dados de um mês não foram suficientes pois apresentaram um cv
maior que 0,2 (= 0,24= 29/115; 115 horas por semana com desvio padrão de 29
h). Logo, foi medido mais um mês quando chegou-se a 118 horas por semana e
desvio de 24 h, um cv de 0,2. Assim ficou estabelecido 118 h de operação por
semana como linha de base.

Depois de instalados os sensores de presença a medição indicou 82 h por semana


com desvio de 3 horas, cv de 0,04, valor que foi aceito como referÊncia para o
período pós melhoria.

A redução das horas de iluminação foi de 118 – 82 = 36 horas, e a economia de


energia foi de 8.028 kWh/semana (= 223 kW x 36 h/semana).

Para 48 semanas de operação da instalação e um custo de 0,45 R$/kWh, a


economia anual com 90% de confiança e um possível desvio de ±10% é de:

Economia = 8.028 x 48 x 0,45 = R$173.405

Aula 6 - Opção B – Substituição de caldeira


Apesar de ser um exemplo para situações de inverno do hemisfério norte, o
procedimento pode ser aplicado para qualquer substituição de caldeiras, mesmo
nas condições brasileiras, desde que os dados sejam corretos.

Situação

A caldeira de um edifício comercial é substituída por outra mais eficiente. Noventa e


cinco por cento (95%) da carga da caldeira são para aquecimento do prédio
enquanto 5% são para aquecimento de água de uso. Não foram realizadas outras
alterações além da melhora da eficiência da caldeira. Nenhum outro equipamento
do edifício utiliza gás.

Plano de M&V

Um Plano de M&V foi desenvolvido utilizando a Opção B do IPMVP. Um esboço do


Plano é mostrado a seguir:

Página 67 de 110
Medição & Verificação

 A fronteira desta ação de eficiência energética foi projetada considerando


somente os sistemas de combustível da caldeira. Esta fronteira exclui a
eletricidade associada aos equipamentos auxiliares da caldeira. Embora o
consumo de gás da caldeira será menor, espera-se que os consumos de
eletricidade do queimador velho e do novo sejam semelhantes. Desta forma,
não se espera mudança significativa no consumo de energia elétrica e este
pode ser excluído da fronteira de medição.
 O padrão de carga dos períodos típicos de inverno antes da implementação da
ação de eficiência energética foi escolhido como condição do ano base.
 O uso de energia de ano base foi de 35.200×103 ft3 (1.000×103m3) de gás.
 Antes do retrofit, a eficiência da caldeira foi testada em três períodos
separados de uma semana, quando a média da temperatura ambiente variava
de 20oF (-6,7oC) a 24oF (-4,4oC) e a ocupação do edifício era normal. Um
medidor de fluxo de energia recém calibrado foi instalado na caldeira, medindo
a temperatura na linha de alimentação e retorno, além da taxa de fluxo da água
de alimentação. Este sistema de medição, com sua captura e processamento
de dados, tem a precisão declarada do fabricante igual a ±7% para a variação
de energia envolvida neste projeto. O medidor de gás da concessionária foi
usado para medir uso de gás e foi considerado como a fonte de referência, i.e.,
não apresenta erro. A leitura média de eficiência para os três intervalos
semanais foi de 66%, 64%, 65%. Foi estabelecido que a eficiência média
global é de 65%. A temperatura externa foi medida por um sensor calibrado
duas vezes por ano e registrado pelo sistema de controle do edifício.
 Assumiu-se que a variação da eficiência medida sob condições típicas de
inverno prevalecerá em todas as outras condições. O erro nesta suposição
provavelmente não excederá 5%.
 O processo de cálculo de economia mostrado abaixo foi resumido no Plano de
M&V.
 As economias serão calculadas anualmente para o ano subseqüente utilizando
os dados de eficiência da caldeira medidos a cada ano. Dados do medidor de
fluxo de energia serão armazenados para exame por um terceiro, se
necessário.
 O custo de instalação e comissionamento do medidor do fluxo de energia foi de
$7.900. O custo da leitura anual de eficiência, calibragem do medidor e do
relatório é de $4.000.
 As leituras de fluxo de gás e energia serão feitas diariamente pelo pessoal de
manutenção do edifício ao longo dos meses de inverno até que três semanas
válidas tenham sido obtidas. Estes dados serão arquivados na sala da caldeira
e estarão disponíveis para inspeção a qualquer hora. Dados de temperatura
ambiente serão registrados pelo sistema de automação do edifício e listagens
impressas para as semanas válidas selecionadas.
 A calibragem do medidor de fluxo de energia será feita anualmente pelo
contratante imediatamente antes do início do período de testes da eficiência.
As leituras diretas do medidor de gás serão corrigidas para valores normais.

Consumo de Energia do Ano Base

O consumo anual de energia do ano base é de 35.200x103ft3 (1x103m3).

Consumo de Energia Pós-melhoria

Após a instalação e comissionamento da ação de eficiência energética, três períodos


de testes semanais separados foram realizados, encontrando uma temperatura
ambiente média entre 20oF (-6,7oC) e 24oF (-4,4oC) com ocupação normal. Os

Página 68 de 110
Medição & Verificação

resultados de eficiência sobre os três períodos de uma semana foram de 81%, 79%
e 80%, chegando à média de 80%.

O consumo anual de energia pós-melhoria é determinado a partir do consumo ano


base:
Condição do Ano base + Correção para a condição pós-melhoria

=28.600x10³ + C ft³ (810x10³


+ C m³)

C é uma quantidade desconhecida necessária para converter o consumo projetado


no ano base para as condições pós-melhoria.

Ajustes de Rotina

Ajustes de rotina são necessários para trazer o consumo pós melhoria para as
condições do ano base. Esta é exatamente a quantidade de correção C, em milhões
ft3 (m3). Nesse caso não há necessidade de ajustes uma vez que as temperaturas
externas permaneceram as mesmas e a ocupação também, logo C = 0.

Economia

A economia de energia será:

Economia = 35.200 – 28.600 + C (0) = 6.600 x 10³ ft³ (186,9 x 10³ m³)

O ajuste "C" foi mantido apenas para fins didáticos, pois como não houve alteração
nas condições de funcionamento do ano base em relação ao período pós-melhoria,
não são necessários ajustes.

Aula 7 - Opção C - Projeto de múltiplas medidas em todo o


Edifício
Situação: Um projeto de eficiência de energia foi implementado em uma escola de
segundo grau, envolvendo iluminação, climatização, aquecimento de piscina,
treinamento de operador e campanhas de conscientização dos usuários.

Plano M&V: Um Plano M&V foi desenvolvido. A Opção C foi escolhida para ser
usada para determinação de economia porque o foco era custo total de energia do
estabelecimento. Um esboço do Plano é apresentado abaixo:

O limite da medição de economia foi definido como:

A conta de eletricidade do prédio, incluindo a demanda

A conta de eletricidade da casa de campo, existente no local

A conta de gás natural

Página 69 de 110
Medição & Verificação

As condições de ano base são aquelas dos 12 meses que precedem imediatamente
a decisão de prosseguir com o projeto. Incluso na documentação destas condições
está:

Uma pesquisa do nível de iluminação, com uma contagem do número de lâmpadas


queimadas em janeiro e junho.;

um resumo das temperaturas típicas e umidade do ambiente, durante períodos de


ocupação e não ocupação em cada uma das quatro estações;

uma contagem do número e tamanho de todos os computadores, monitores e


impressoras, juntamente com uma estimativa dos horários de operação de cada
um;

um registro do número de alunos de cursos diários e noturnos em cada mês do


ano;

registro do número de horas de aluguel do ginásio, lanchonete e piscina a cada


mês;

contagem do número de unidades instaladas de ar condicionado de janela;

Nível de temperatura da água de piscina e água quente que serve os chuveiros das
piscinas, dos ginásios e do resto da escola;

Volume de abastecimento de água para a piscina cada mês, como registrado por
um medidor substituto separado não calibrado;

temperatura da água quente na cozinha da lanchonete e o número e classificação


de todo o equipamento de cozinha; e

horário de funcionamento da cozinha da lanchonete e o valor de vendas de comida


a cada mês.

O uso de energia do ano base é retirado nas 12 últimas contas de energia.

Os dados de energia de ano base foram analisados como segue.

Uma regressão múltipla linear foi executada para consumo e demanda de energia
mensal, medindo o tamanho do período, e graus-dia (“GD”). Dados de graus-dias
foram derivados de temperatura de bulbo seco diaria, publicada mensalmente pelo
serviço de meteorologia do governo para a cidade onde a escola fica situada.
Nenhuma correlação significante com o clima foi achada para demanda elétrica,
consumo de eletricidade na casa da campo ou uso de gás, para o período de calor.

Houve correlação entre as condições do clima e o uso de gás e o consumo de


eletricidade do prédio principal no inverno. Portanto, nenhuma outra variável
independente foi utilizada. A energia por GD e a energia por dados diários mostrada
abaixo descrevem as características da relação direta encontrada pela análise de
regressão:

Consumo de demanda consumo e.e..no Consumo e.e. na


gás e.e.no prédio prédio principal casa de campo
principal
9 3 9
Unidade 10 ft (10 m3) kW-mês kWh kWh

Página 70 de 110
Medição & Verificação

Total anual 10,24 (0,29) 5.782 1.243.000 62.000


º º º
GD base (1) 15 C 16 C 20 C
Energia/GD (1) 2,55 39,61 18,12
Energia/dia (1) 9,16 2.640 20,1
CV (RMSE) (1) 9% 18% 5%

Nota: (1) São referentes à análise de regressão no inverno.

A economia será determinada nas condições pós-melhoria.

• O processo do cálculo de economia mostrado abaixo foi resumido no Plano M&V

• A escola forneceu autorização a ESCO (empresa que realizou as medidas) para


receber dados de uso de energia de companhias de gás e eletricidade por 10 anos.

• Economias devem ser computadas e relatadas mensalmente pela ESCO, por um


período de 8 anos, em um formato que o pessoal da escola possa acompanhar e
trimestralmente para que professores estudantes possam compreender. Este
relatório deve começar imediatamente após a conclusão das medidas.

• Anualmente a escola vai relatar qualquer mudança nas condições do ano base
listada acima, até um mês após o final de cada ano letivo. A ESCO calculará o
impacto destas mudanças e quaisquer outras que ele considere relevantes e
apresentará ajustes não rotineiros de ano base, dois meses antes do fim do ano
fiscal para a direção da escola.

O CV (RMSE) dos modelos de ano base variam de 5% a 18% e são muito menores
que a economia prevista de 35% tanto para combustível quanto para eletricidade.
Não existe erro de amostra ou instrumentação. Portanto a economia relatada será
estatisticamente significante, sujeita a qualquer erro introduzido através de ajustes
básicos não rotineiros que possam surgir

Uso de Energia do Ano Base

O consumo de energia de ano base é tirado diretamente das contas da


concessionária sem ajuste. Os dados foram tabulados no Plano M&V

Uso de Energia Pós-melhoria

O uso de energia pós-melhoria é tirado diretamente das contas da concessionária


sem ajuste.

Ajustes de Rotina

Ajustes de rotina são necessários para converter o consumo de energia do ano base
para condições do período pós-melhoria. Para o primeiro ano após retrofit os
ajustes de rotina são computados como segue:
Gas:
Uso de energia Condições Uso de energia no ano base projetada para as
no ano base pós- condições pós melhoria
melhoria
Consumo dias dias GD inverno Aquecimento Verão total Ajustamento
a b c d base – no inverno g h i
e f

Página 71 de 110
Medição & Verificação

Jan 2.239,1 29 31 742 284,0 1.892,1 2.176,1 -63,0


Fev 1.676,3 31 30 551 274,8 1.405,1 1.679,9 3,5
Mar 1.223,1 31 32 401 293,1 1.022,6 1.315,7 92,6
Abr 7.23,3 30 28 208 256,5 5.30,4 786,9 63,6
Mai 399,6 30 30 41 274,8 104,6 379,6 -20,3
Jun 240,1 28 30 12 257,3 257,3 17,2
Jul 201,2 31 32 0 207,7 207,7 6,5
Ago 193,6 30 30 2 193,6 193,6 0
Set 288,7 30 30 20 288,7 288,7 0
Out 439,1 30 31 99 284,0 252,5 536,4 97,3
Nov 1.023,6 31 30 302 274,8 770,1 1.044,9 21,3
Dez 1.591,1 33 33 521 302,3 1.328,6 1.630,8 39,7
Total 10.238,8 364 367 10.497,2 258,4

a e b. fatos dos dados de energia do ano base

c. fatos dos períodos de medição do pós-melhoria

d. fatos dos períodos de medição do pós-melhoria

e. (c) x 9,16 para meses onde GD > 25

f. (d) x 2,55 para meses onde GD > 25

g. (a/b) x (c) para meses onde GD = 25 ou menos

h. (e) + (f) + (g)

i. (h) - (a)

Consumo de Eletricidade:
Cálculos para cada um dos dois medidores de consumo de energia são feitos
separadamente da mesma forma em que o medidor de gás acima, usando dados
relevantes do ano base, fatores de regressão, períodos de medição e graus-dias. A
rede de ajustes de rotina para cada mês é mostrada na seção de Economia abaixo.

Demanda de Eletricidade:

Nenhum ajuste de rotina é feito, já que nenhuma correlação foi encontrada com o
clima.

Ajustes Não Rotineiros

Durante o primeiro período pós-melhoria, equipamento extra de computação foi


adicionado, substituindo parcialmente computadores velhos. As estimativas
mensais seguintes de energia e demanda foram feitas por informações de placa,
carregamento típico e horas operacionais pelos dez meses em que a escola está em
atividade:

computador monitor impressora total


número adicionado líquido 23 23 5
watts de placa 150 120 175
watts médios 70 110 50

Página 72 de 110
Medição & Verificação

horas de uso mensal 150 150 120


kWh/mês 242 380 30 652
fator de diversidade 90% 90% 70%
kW de demanda 1,45 2,28 0,23 3,06

Embora possa haver um erro de 50% nestas estimativas, o impacto é pequeno em


relação à economia relatada.

Economia
A economia de energia para o primeiro ano após a execução das medidas será,
para cada conta:
1 Conta de Gás - milhões ft3 (milhões m3 )

2 Conta de Eletricidade – Consumo (kWh)

3 Conta de Eletricidade - Demanda (kW)

Página 73 de 110
Medição & Verificação

4 Conta de Eletricidade Casa de campo - Consumo (kWh)

Note que neste exemplo a economia relatada é para operações sob condições de
período pós-melhoria. Portanto, a economia pode ser chamada: "consumo evitado
de energia."

Página 74 de 110
Medição & Verificação

Aula 8 - Opção D - Projeto de múltiplas medidas com


Simulação Calibrada
Situação: Um projeto de eficiência de energia foi implementado no prédio da
biblioteca de uma universidade, envolvendo iluminação, climatização, aquecimento,
treinamento de operador e campanhas de conscientização dos usuários. O edifício é
parte de um campus de múltiplos edifícios sem medidores individuais. Como parte
do programa de gerenciamento de energia, medidores de vapor e de consumo e de
demanda de eletricidade foram instalados nas principais linhas de fornecimento
para a biblioteca. Os objetivos deste projeto eram reduzir os custos de energia na
biblioteca.

Plano M&V
Um Plano M&V foi desenvolvido. A Opção D foi escolhida para ser usada para
determinação da economia porque os dados de ano base não existiam para a
biblioteca por si só. Um esboço do plano é apresentado abaixo:

 O limite deste projeto foi definido como o consumo total de energia da


biblioteca, uma vez que afeta a energia do campus principal e a compra de
demanda, considerando que:

- uma libra (0,45 kg) de vapor na biblioteca requer 1,5ft3 (0,04m3) de gás no
medidor de gás do sistema de aquecimento do campus,

- um kWh de eletricidade na biblioteca requer 1,03 kWh de eletricidade no


medidor de eletricidade do campus, e

- um kW de demanda na biblioteca coincide com 1,03 kW de demanda elétrica no


medidor de demanda elétrica do campus.

 As condições de ano base são aquelas dos 12 meses que precedem


imediatamente a decisão de prosseguir com o projeto, 1999. Níveis de luz
foram pesquisados durante este período e registrados. No entanto, assume-
se que o uso e ocupação da biblioteca são os mesmos no ano base e nos
períodos pós-melhoria

 Nenhum dado de energia do ano base existe, então será simulado usando o
software DOE-2, versão 2.1 calibrado com os dados do medidor atual do
primeiro ano de operações pós-melhoria.

 O conjunto único de condições selecionadas para uso, consiste no consumo e


na ocupação da biblioteca no primeiro ano do período pós-melhoria, e nas
condições climáticas de um ano normal para a cidade, como publicado pelo
Laboratório Nacional de Energia Renovável, em 1989.

 Registros foram feitos das seguintes cargas e condições de operação durante


o período pós-melhoria:

– dados do controle de acesso, dados de ocupação produtiva por hora para cada
hora do ano, chegando a um pico médio de ocupação diária de 300 pessoas;

– horários de funcionamento da biblioteca: 8:00 à meia-noite, sete dias por


semana, exceto em feriados oficiais quando está fechada;

Página 75 de 110
Medição & Verificação

– medições pelo pessoal de operação da temperatura e umidade ambientes em


vinte e cinco pontos na metade da manhã e metade da tarde no primeiro dia de
cada um dos 12 meses; e

– leitura contínua por cinco dias típicos e um feriado oficial da potência suprida.
Um total de 801kWh/dia ocupado foi registrado e um perfil por hora foi
desenvolvido para dias com e sem ocupação.

– O arquivo de entrada de dados incluindo suposições e os dados de medição


acima foram impressos e guardados eletronicamente para uso de qualquer outra
pessoa.

– A empresa de consultoria em engenharia conduzirá a simulação e


calibragem por causa de sua experiência neste campo.

– O processo de cálculo da economia pretendida apresentado abaixo foi


resumido no Plano M&V.

– A economia deve ser computada após o termino do primeiro ano pós-


melhoria. Para garantir que a economia permanecerá na mesma base, o pessoal de
operações do edifício irá regularmente relatar o status dos parâmetros operacionais
chaves que foram usados no modelo de simulação de calibragem. Se as condições
de operação mudam, a economia não será ajustada, uma vez que ela é computada
em um conjunto fixo de condições.

– A economia deve ser determinada usando os seguintes preços marginais


derivados dos respectivos contratos de fornecimento de energia

consumo de eletricidade = $0,0791/kWh


demanda elétrica = $9,93/kW-mês
vapor = $14,23/103 lbs ($31,34/103 kg)

 Espera-se que este processo de determinação de economia requeira a


consulta a um engenheiro profissional por um mês para programar e calibrar
um modelo de simulação apropriado, com um custo em torno de $20.000.
Uma revisão do trabalho do consultor está nos planos e pode custar $8.000
adicionais.

Uso de Energia no Ano Base

Os seguintes passos foram seguidos para computar o uso de energia no ano base
após o primeiro ano pós-melhoria:

1. Os novos medidores instalados foram calibrados antes da instalação. O pessoal


de operações leu o medidor mensalmente e registrou mensalmente o uso total de
vapor e eletricidade, assim como a demanda mensal, para cada um dos 12 meses
ao longo do ano pós-melhoria.

2. O modelo de simulação do edifício foi refinado após as medidas implantadas.


Este modelo usou condição de tempo real do período pós-melhoria e os perfis
operacionais registrados no mesmo período. As temperaturas e as umidades
internas no espaço modelado foram examinadas para garantir que representavam
razoavelmente a variação típica das condições internas durante dias com e sem
ocupação. Inicialmente, o modelo não modelou bem o uso de energia, então outras
investigações do local foram realizadas. Durante estas investigações, descobriu-se

Página 76 de 110
Medição & Verificação

que, durante períodos noturnos não ocupados, não havia variação efetiva de
temperatura interior, então as características de massa térmica do modelo foram
ajustadas. Com esta correção, o modelo foi calibrado adequadamente. Os
resultados modelados foram comparados com os dados reais mensais alcançando
uma correlação. aceitável

3. Esta precisão de calibragem foi boa o bastante para permitir confiança razoável
nos resultados em dois testes do modelo.

4. O modelo calibrado foi arquivado, com cópias impressas e eletrônicas dos dados
de entrada, relatórios de diagnóstico e dados de saída.

5. O modelo calibrado foi então ajustado não considerando as medidas de economia


implantadas (período base), e o arquivo de dados de condição de clima foi alterado
para corresponder à verdadeira condição de clima do ano base, 1999. As
temperaturas e umidades internas modeladas foram também examinadas para
garantir que satisfaziam a variação típica das condições internas durante dias com
e sem ocupação. Este modelo de ano base foi arquivado, com cópias impressas e
eletrônicas dos dados de entrada, relatórios de diagnóstico e dados de saída.

O consumo de energia baseado neste modelo foi:

Dados de Energia do Ano base

Consumo de Eletricidade = 2.971.000 kWh


Demanda Elétrica = 6.132 kW-mês
Vapor = 10,67 x 106 lbs (4,84 x 106 kg)

O modelo calibrado apresentou o seguinte uso de energia com as medidas


executadas:

Dados de Energia de Pós Retrofit


Consumo de Eletricidade = 1.711.000 kWh
Demanda Elétrica = 5.050 kW-mês
Vapor = 6,26 x 106 lbs (2,84 x106 kg)

Ajustes de Rotina

Ajustes de rotina são necessários para trazer os consumos de energia no ano base
e no pós-melhoria para o conjunto de condições padrão acordado: condições de
operações pós-melhoria e clima do ano “normal”.

Os seguintes passos foram seguidos:

1. O modelo calibrado foi aplicado novamente com os dados “normais” de condição


de clima. As temperaturas e as umidades internas modeladas foram examinadas
novamente para garantir que combinavam razoavelmente com a variação típica de
condições interiores durante períodos com e sem ocupação.

2. Este modelo calibrado com condições normais de clima foi arquivado, com cópias
impressas e eletrônicas dos dados de entrada, relatórios de diagnóstico e dados de
saída.

3. A diferença entre as duas versões do modelo calibrado foi computada como


termo de ajuste, e é apresentada abaixo:

Página 77 de 110
Medição & Verificação

4. O modelo de ano base foi aplicado novamente com os dados das condições de
clima normal. As temperaturas e as umidades internas modeladas foram
examinadas novamente para garantir que combinavam razoavelmente com a
variação típica de condições interiores durante períodos com e sem ocupação.

5. Este modelo de ano base, com condições normais de tempo foi arquivado, com
cópias impressas e eletrônicas dos dados de entrada, relatórios de diagnóstico e
dados de saída.

6. A diferença entre as duas versões do modelo de ano base foi computada como o
termo de Ajuste, e é mostrada abaixo:

Economias
Pela Equação 1, a economia de energia no grupo padrão de condições é:

Os valores desta economia de energia/demanda são computados pelos preços


marginais como:

Consumo de eletricidade = $113.300


Demanda elétrica = $13.700
Vapor = $70.970
Total = $197.970

Aula 9 - Exercício

Opção X: Cogeração a partir do gás de alto-forno

O exemplo a seguir refere-se a uma geração numa planta siderúrgica utilizando o


gás de alto-forno como combustível, trata-se apenas da proposta de M&V real e
proposta no início do contrato, a qual ambas as partes concordaram. Analise-a,
sugira alternativas e defina se ela está enquadrada em algumas das opções
apresentadas. Qual? Envie seus comentários e sua resposta para o tutor principal
que irá divulgar uma síntese e suas conclusões na sala do fórum de discussão.

Aula 10 - Premissas adotadas:

Página 78 de 110
Medição & Verificação

 Todos os levantamentos e estudos foram baseados nos dados do período de


julho a dezembro de 2007, ficando determinado que este será o Período
Base para comparação entre as situações atuais e pretendidas.

 Nos cálculos que se seguem, foram utilizadas as tarifas da resolução ANEEL


nº 626, 07/04/2008, anexo IB, valores sem ICMS, PASEP e COFINS. Não
foram considerados eventuais valores de tarifas para fornecimento de
energia elétrica interruptível.

 O projeto será implantado considerando a preservação do meio ambiente,


uma vez que está previsto, entre outras medidas, o tratamento dos
efluentes da unidade de cogeração, evitando, assim, que mananciais
hídricos e atmosfera sejam contaminados por efluentes líquidos ou sólidos
provenientes da planta termelétrica.

 O projeto tem entre seus objetivos a geração de Reduções de Emissões de


Gases de Efeito Estufa, que poderão ser comercializadas pela EMPRESA
como elemento adicional para a viabilização deste projeto, incluindo a
ampliação da atratividade e a mitigação de seus riscos intrínsecos.

 As características da planta termelétrica serão determinadas pelos


fornecedores dos equipamentos que serão adquiridos. Sendo seus principais
componentes: Tratamento do gás (filtros e lavadores), estação de
tratamento da água de suprimento para a caldeira (ETA), caldeira, turbina a
vapor com capacidade mínima de geração de 5.000 kW, moto-gerador
elétrico compatível com a turbina e demais acessórios (condensadores,
bombas, torres de refrigeração, desaeradores, painéis elétricos, sistemas de
automação e controle, proteção e segurança, sistemas de conexão com a
concessionária, etc).

 Os equipamentos serão dimensionados considerando a disponibilidade de


uma vazão média de gás de 25.200 Nm³/h, 7.884 h/ano (Fator de carga =
90%), geração de 0,204 kWh/Nm³. (Eficiência global de 20,6%)

 Características do gás de alto forno:

 Poder Calorífico Inferior médio de 850 kcal/Nm³ (3.559 kJ/Nm³);

 Máximo de 100 mg de particulados por Nm³ de gás.

Aula 11 - Preços e tarifas de energia elétrica aplicados


A empresa está enquadrada na tarifa A4 Azul. Os estudos demonstraram que após
a implantação torna-se mais vantajoso que a mesma migre para a tarifa A4 Verde.
Seguem a seguir as tarifas A4 Azul, A4 Verde e preços estimados de venda da
Energia Excedente:

Resol. 626 de 07/04/2008 – anexo IB - TARIFAS s/ ICMS, PASEP e COFINS


A4 - Azul
DEMANDA PONTA 45,65 R$/kW

Página 79 de 110
Medição & Verificação

DEMANDA FORA PONTA 12,62 R$/kW


CONSUMO PONTA - P.SECO 0,2329 R$/kWh
PONTA - P.ÚMIDO 0,2105 R$/kWh
FORA PONTA - P.SECO 0,1445 R$/kWh
FORA PONTA - P.ÚMIDO 0,1315 R$/kWh
A4 - verde
DEMANDA HFP 12,62
CONSUMO PONTA - P.SECO 1,2929 R$/kWh
PONTA - P.ÚMIDO 1,2704 R$/kWh

Tarifas - Médias Ponderadas *


A4 - Azul Azul
Demanda HP 45,65 R$/kW
Demanda HFP 12,62 R$/kW
Consumo HP 0,22357 R$/kWh
Consumo HFP 0,13912 R$/kWh
A4 - verde
Consumo HP 1,28350 R$/kWh

Energia excedente 130,00 R$/MWh


PLD ** médio 90,00 R$/MWh

* Para o cálculo das médias ponderadas de consumo, adotou-se a duração de 5


meses para o período úmido e 7 meses para o período seco.
** Preço de Liquidação das Diferenças, valor determinado pela CCEE – Câmara de
Comercialização de Energia Elétrica.

 As tarifas serão ajustadas caso haja aumentos tarifários posteriores à


assinatura do Contrato, até a entrada em operação da planta de cogeração.

 As tarifas de referência, usadas para o cálculo das Economias, serão as do


subgrupo tarifário Verde, A4 – tensão de fornecimento de 2,3 kV a 25 kV,
homologadas pela ANEEL para a CEMIG e para fornecimento de energia
elétrica firme.

 Os valores de Energia excedente e do PLD são estimados

Valores de referência

Com relação ao consumo e demanda, foram considerados os valores médios


registrados no período de jul/2007 a dez/2007.

2.636 kW
Demanda faturada Ponta
3.213 kW
Demanda faturada Fora de Ponta
Consumos de referência
153,77
Ponta – média MWh/mês
1.788,03
Fora da ponta – média MWh/mês
19.710
Produção t gusa / mês
24
Regime de funcionamento h/dia

Página 80 de 110
Medição & Verificação

Aula 12 - Resultados estimados

Geração Empresa
Capacidade de geração - kW 5.000
Auto consumo da central de cogeração - % 10%
Auto consumo da central de cogeração - kW 514
Auto consumo de energia- MWh ano 4.048,5
Potência disponibilizada kW 4.622
Disponibilidade anual 90%
Energia gerada - MWh/ano 40.485,3
Energia disponibilizada - MWh/ano 36.436,8
Energia excedente - MWh/ano 14.300,26

Com implantação da planta de cogeração haverá a redução total da demanda


contratada no horário de ponta, porém será mantida a contratação da demanda
única em tarifa verde, com o objetivo de garantir o suprimento de energia nos
períodos em que a planta de cogeração estiver parada.
Formulário(1):
EnergiaGerada  (Capacid.Instal. x Horas/ano. X Disponibilidade Anual / 1000)

EnergiaDisponibiliza da  (Potencia Disponib. X Horas/ano x Disponib. Anual / 1000)

AutoConsumo  (Energia Gerada – Energia Disponibilizada)


EnergiaExc edente  (Energia Disponível – ConsumoTotal)

CÁLCULO DA ECONOMIA DE ENERGIA


Valores
de
Referênci ECONOM
a FUTURO IA R$/ano R$/Mês
R$ R$
DEMANDA HP kW 2.636 0 2.636 1.444.000,80 120.333,40
DEMANDA R$ R$
HFP kW 3.213 3.200 13 1.918,29 159,86
MWh/a R$ R$
CONSUMO HP no 1.845,2 92,26 1.752,9 293.253,02 24.437,75
CONSUMO MWh/a R$ R$
HFP no 21.456,4 1.072,8 20.383,6 2.835.661,73 236.305,14
CONSUMO MWh/a R$ R$
TOTAL no 23.301,6 1.165,1 22.136,5 3.128.914,75 260.742,90
Fator de carga da lig. com a Benefício R$ R$
concessionária = 0,05 na conta 4.574.833,85 381.236,15

Empresa
Energia disponível - MWh/ano 36.436,78
Energia excedente - MWh/ano 14.300,26

Página 81 de 110
Medição & Verificação

Parcela a vender 0,80


Receita anual da venda de excedentes R$ 1.744.632,27

Formulário(2):

Cálculo das Economias Proporcionadas R$ ano


DEMANDA HP = Economia DemandaHP  Tarifa DemandaHP A4 Azul  12
DEMANDA HFP = Economia DemandaHFP  Tarifa DemandaHFP A4 Azul  12
- (A demanda ficará restrita à contratada = 3.200 kW
CONSUMO HP = Consumo AtualHP  Média Ponderada Tarifa ConsumoHP A4 Azul -
Consumo FututoHP  Média Ponderada Tarifa ConsumoHP A4 Verde
CONSUMO HFP =Economia ConsumoHFP  Média Ponderada Tarifa ConsumoHFP
A4 Verde
Benefício na Conta = Σ economias com demandas e consumo
Receita da venda da Energia Excedente =Energia Excedente x [preço de energia
excedente x parcela a vender + PLD x (1-parcela a vender)]

Benefício sem venda = Benefício na Conta – Custo operacional

Benefício com venda = Benefício na Conta – Custo operacional + Receita da venda da


Energia Excedente

Aula 13 - Metodologia para cálculo do benefício real


a) Dias com vazão média disponível de gás superiores a 25.200 Nm³/h. Base
medição diária, dos últimos 3 meses. Valores inferiores a 25.200 Nm³/h, ou de
dias em que a quantidade de particulados for superior a 100 mg/m³ serão
desconsiderados.

b) Número real de horas em funcionamento em h/ano.

O valor a ser considerado, em h/ano, será igual ao somatório das horas reais em
funcionamento nos três últimos meses, nos dias válidos conforme letra a, dividida
pelo número de dias calculado em “a” e multiplicado por 365 dias.

c) Capacidade de geração em kW.

O valor a ser considerado será igual ao somatório das médias diárias de geração
válidas dividido pelo número de dias com valores válidos. A medição deverá
abranger a energia e potencia gerada na planta termelétrica.

d) A energia gerada, estimada em 40.485,3 MWh/ano, será calculada pela


multiplicação da capacidade de geração obtida em “c” pelo número real de
horas em funcionamento em h/ano, obtido em “b”, isto é:

d = Energia gerada = b . c

e) Energia Excedente em MWh/ano será calculada pela seguinte expressão:

Página 82 de 110
Medição & Verificação

g = Energia Excedente = d - Energia consumida na planta

A economia monetária anual (EA) e que servirá de base para o cálculo do benefício
mensal será obtida pela soma das economias obtidas com a redução com o custo
da demanda evitada do horário de ponta, dos consumos do horário de ponta e fora
de ponta, somado ao benefício da venda da energia excedente. Estas parcelas
serão calculadas da seguinte forma:

1. A economia com a demanda evitada do horário de ponta – EDP é igual à


demanda de 2.636 kW multiplicada pela respectiva tarifa vigente do
subgrupo tarifário Azul, A4 – tensão de fornecimento de 2,3 kV a 25 kV,
homologadas pela ANEEL para a CEMIG - TDPazul.

EDP = 2.636 x TDPazul

2. A economia com o consumo do horário de ponta – ECP será igual a energia


consumida no horário de ponta multiplicada pela respectiva tarifa vigente do
subgrupo tarifário Azul, A4 – tensão de fornecimento de 2,3 kV a 25 kV,
homologadas pela ANEEL para a CEMIG – TCPazul, subtraída da energia
consumida da CEMIG no horário de ponta, no mesmo período, multiplicada
pela respectiva tarifa do subgrupo tarifário Verde, A4 – tensão de
fornecimento de 2,3 kV a 25 kV, homologada pela ANEEL para a CEMIG-
TCPverde.

ECP = Energia consumida na ponta x TCPazul – Energia de ponta CEMIG x


TCPverde

3. A economia com o consumo do horário fora de ponta – ECFP será igual a


Energia consumida fora de ponta, multiplicada pela respectiva tarifa vigente
do subgrupo tarifário Azul, A4 – tensão de fornecimento de 2,3 kV a 25 kV,
homologadas pela ANEEL para a CEMIG – TCFPazul,. subtraída da energia
consumida da CEMIG no horário de fora de ponta, no mesmo período,
multiplicada pela respectiva tarifa do subgrupo tarifário Verde, A4 – tensão
de fornecimento de 2,3 kV a 25 kV, homologada pela ANEEL para a CEMIG-
TCFPverde.

ECFP = Energia consumida fora da ponta x TCFPazul – Energia fora da ponta


CEMIG x TCPverde

4. O benefício com a venda da Energia excedente será valorado considerando a


venda de 80% desta, sendo o restante valorado ao PLD, conforme a
seguinte fórmula

VE = venda da Energia Excedente =Energia Excedente x 0,8 x Preço de energia


excedente + PLD x 0,2

Onde:

Preço de energia excedente = maior valor entre o efetivamente vendido ou 130


R$/MWh.

PLD = média aritimética dos 12 últimos valores médios mensais do PLD da região
sudeste / centro oeste divulgados pela CCEE.

Página 83 de 110
Medição & Verificação

A economia anual – EA será obtida pela soma das quatro parcelas (I, II, III, IV),
isto é:

EA = EDP + ECP +ECFP + VE

A economia mensal é igual à economia anual dividida por doze, e o benefício


mensal (BM) a ser utilizado para o pagamento será dado por:

BM = EA / 12 – R$ . ,

O valor de R$ . . refere-se ao custo médio operacional mensal, valor fixo


que não será ajustado.

Página 84 de 110
Medição & Verificação

Módulo 8 – Técnicas de Medição

Aula 1 - Equipamento de medição


Os equipamentos de medição a serem utilizados devem ser de boa qualidade, em
boas condições de uso e com precisão suficiente para a medição em questão.

A especificação dos equipamentos de medição deve começar já na fase de


planejamento, pois alguns equipamentos exigem algumas particularidades em sua
instalação e devemos garantir o seu atendimento.

Os equipamentos de medição podem ser próprios da ESCO ou alugados. Muitas


vezes já existem equipamentos de medição instalados pelo cliente e nada impede
que estes sejam utilizados para a Medição e Verificação, desde que mantidos os
critérios acordados.

Os medidores devem ser dimensionados para a faixa de valores esperados na


maioria dos casos, valores fora desta faixa devem ser tratados como exceção.

A precisão do medidor deve ser suficiente para satisfazer as necessidades do


cliente, levando-se sempre em consideração que quanto maior a precisão ou o
número de medidas, maior o custo de medição.

Deve-se considerar a facilidade e repetibilidade da leitura em campo na seleção do


medidor. Os medidores devem ser instalados de acordo com as recomendações do
fabricante, seguindo as normas industriais apropriadas.

Na Medição e Verificação devem ser medidos somente os parâmetros pelos quais se


é responsável e que influenciam o desempenho da melhoria

Quaisquer medições que não sejam as dos parâmetros estipulados no Plano de


Medição e Verificação devem ser evitadas. Exceções podem ser feitas para o caso
das medições que poderão ser utilizadas para a gestão energética, porém,
idealmente, as medições não essenciais devem ser tratadas como um assunto à
parte.

Caso, mesmo assim, resolva-se fazer medições que não sejam as dos parâmetros
de influência, estas devem ser relacionadas como tais no Plano de Medição e
Verificação e terem seus custos explicitados.

Uso dos Medidores da Concessionária

As medições de energia de todo o prédio podem utilizar os mesmos medidores que


a empresa distribuidora local usa para faturar o cliente se eles forem equipados ou
modificados para fornecer um sinal de saída que possa ser registrado pelo
equipamento para monitoramento da instalação. O “pulso de energia” constante do
transmissor de pulso deve ser calibrado contra uma referência conhecida, da
mesma forma que os dados registrados pelo medidor da empresa.

Página 85 de 110
Medição & Verificação

Aula 2 - Demanda Elétrica


Os métodos para medir a demanda elétrica variam entre as concessionárias. O
método utilizado por qualquer medidor secundário ou rotina de modelagem deve
repetir aquele que a empresa de energia utiliza para fazer o faturamento.

Por exemplo, se a empresa local calcula o pico da demanda utilizando uma “janela
fixa” de 15 minutos, o equipamento deve ser ajustado para registrar os dados a
cada 15 minutos. Portanto, se a empresa elétrica usar uma “janela deslizante” para
registrar os dados de demanda elétrica, o registrador de dados deve ter a
propriedade de registrar janela deslizante.

Tal propriedade da janela pode ser duplicada por dados de registro a intervalos
fixos de um minuto e então recriar os 15 minutos deslizantes usando um programa
pós-processamento. Muito freqüentemente as medições de 15 minutos de janela
fixa representarão razoavelmente bem os dados de 15 minutos deslizantes.

Contudo, deve-se ter cuidado em assegurar que a instalação não tenha


combinações de equipamentos fora do comum que gerem altas cargas de um
minuto de pico que podem aparecer num intervalo de janela deslizante e não numa
janela fixa. Após processar os dados da análise de demanda, os dados de 15
minutos podem então ser convertidos para dados horários para arquivo e análise
posterior contra os dados horários de clima.

Aula 3 - Técnicas para Instrumentação e Medição


Medidores especiais podem ser utilizados para medir quantidades físicas ou
medição secundária de um fluxo de energia. Exemplos de quantidades que podem
ser medidas sem o uso de medidores de entrada de energia são temperatura,
umidade, fluxo, pressão, período de operação de equipamentos, eletricidade e
energia térmica. Para determinar as economias de energia com precisão razoável e
repetibilidade, devem ser seguidas boas práticas de medição dessas quantidades.
Tais práticas estão em contínua evolução, à medida que se aperfeiçoam os
equipamentos de medição. Recomenda-se que sejam seguidas as práticas de
medição mais atualizadas para apoiar qualquer determinação de economias.

Aula 4 - Eletricidade
A forma mais comum de registrar corrente alternada para aplicações de eficiência e
economia de energia é com um transformador de corrente ou um transdutor de
corrente (TC). Os TCs são instalados em fios conectados a cargas específicas tais
como motores, bombas, ou lâmpadas, e então conectados a um medidor de
corrente (amperímetro) ou medidor de potência. Os TCs estão disponíveis em
núcleo partido ou configurações toroidais sólidas. TC’s com toróides são
normalmente mais econômicos do que os de núcleo partido mas exigem que a
carga seja desligada por um curto período enquanto são instalados. Os TCs de
núcleo partido permitem a instalação sem o desligamento da carga. Ambos os tipos
de TCs são oferecidos normalmente com precisão maior do que um por cento.

A tensão é verificada por uma conexão direta à fonte de potência. Alguns


voltímetros e aparelhos de medição de potência são diretamente ligados, enquanto
outros utilizam um dispositivo intermediário, um transformador de potencial (TP),
para diminuir a tensão para níveis mais seguros no medidor.

Página 86 de 110
Medição & Verificação

Embora a potência elétrica seja o produto da tensão pela corrente, medidas


separadas de tensão e corrente não devem ser usadas para cargas indutivas tais
como motores ou reatores. Medidores digitais de potência devem ser usados.

Tais medidores são especialmente importantes, se dispositivos de freqüência


variável ou outros dispositivos de produção de harmônicos estão no mesmo
circuito, resultando na possibilidade de tensões harmônicas nos terminais de motor.
Medições diretas de potência e de eneregia, baseadas em princípios de amostragem
digital, são recomendadas devido à sua habilidade de medir precisamente formas
de onda distorcidas e registrar adequadamente formas de potência.

Recomenda-se o equipamento de medição de potência trabalhe conforme a norma


IEEE padrão 519-1992 taxa de amostra de 3 kHz seja selecionado onde harmônicos
estejam presentes. A maioria dos equipamentos de medição com técnicas
adequadas de amostragem tratam destas questões.

Os usuários devem, no entanto, solicitar documentação dos fabricantes de


medidores para garantir que o equipamento está medindo precisamente o uso de
eletricidade sob distorções em forma de onda.

A potência pode ser medida diretamente usando transdutores de Watt.


Transdutores de energia Watt-hora que integram potência ao longo do tempo,
eliminam o erro inerente ao assumir ou ignorar variações de carga ao longo do
tempo. Pulsos são normalmente registrados por um registrador de dados de
contagem de pulsos para arquivamento e subsequente recuperação e análise. Uma
tecnologia alternativa envolve a combinação de medição e funções de registro de
dados em um único equipamento.

Wattímetros portáteis, em vez de amperímetros devem ser usados para medidas


localizadas de Watts, volts, ampéres, fatores de carga ou formas de onda.
Independentemente do tipo de dispositivo elétrico em estado sólido de medição
usado, recomenda-se que o dispositivo atinja as exigências mínimas de
performance para precisão dos padrões do INMETRO para medidores de
eletricidade. Este padrão se aplica a medidores de eletricidade, que são usados
inicialmente como medidores de Watt-hora, normalmente exigindo precisão de um
a dois por cento, baseado na variação de carga, fator de potência e tensão.

Aula 5 - Tempo de Duração


A determinação de economia de energia pode envolver a medição do tempo durante o
qual uma peça de equipamento esteja ligada, e aí multiplicá-lo por uma medição
instantânea de potência.
Motores de cargas constantes e luzes são exemplos de equipamentos que não
precisam ser medidos continuamente com medidores registrando Watt-hora para
estabelecer consumo de energia. Dispositivos de monitoramento movidos à bateria
estão disponíveis para registrar o tempo de duração do equipamento e, em alguns
casos, informação do tempo do uso. Este equipamento oferece um preço acessível
e fácil instalação para cálculos de economia de energia.

Aula 6 - Temperatura
Os dispositivos de medição de temperatura computadorizados mais usados são
detetores de temperatura a resistência (DTR), termopares, termistores, e sensores
de temperatura de circuitos integrados (CI).

Página 87 de 110
Medição & Verificação

Detector de Resistência de Temperatura ou DTR – Estes são equipamentos comuns


para a medição de temperatura do ar e da água no campo de gerenciamento de
energia. Eles estão entre os elementos térmicos disponíveis mais precisos,
reproduzíveis, estáveis e sensíveis. Um DTR mede a mudança da resistência
elétrica em materiais especiais.

DTR são econômicos e disponíveis prontamente em pacotes de configuração para


medir temperaturas do ar interna e externa, assim como temperaturas de fluidos
em sistemas de resfriamento ou aquecimento de água.. Considerando a
performance geral, os DTRs mais populares são dispositivos de platina de 100 e
1.000 Ohm em várias formas incluindo, chips de cerâmica, tiras flexíveis e
instalações encapsuladas.

Dependendo da aplicação, estão disponíveis DTRs de dois, três ou quatro fios.

Precisão, distância e percurso exigidos entre o DTR e o dispositivo de registro de


dados podem determinar o tipo específico de DTR para um projeto. DTRs de quatro
fios oferecem um nível de precisão raramente exigido na determinação de
economia de energia, e são encontrados com mais freqüência em serviços de alta
precisão ou em laboratórios.

DTRs de três fios compensam para aplicações nas quais um DTR exige um longo
comprimento de fio, exposto a várias condições de ambiente. Fios de comprimentos
e materiais iguais exibem características similares de temperatura de resistência e
podem ser usados para cancelar o efeito dos condutores longos em circuitos ponte
projetados apropriadamente. DTRs de dois condutores têm que receber calibragem
de campo para compensar o comprimento do condutor e não deve ter fios expostos
a condições que variem significativamente daquelas que estejam sendo medidas.

A instalação dos DTRs é relativamente simples com a vantagem de que fios de


cobre de condutores convencionais podem ser usados ao contrário de termopares
mais caros. A maioria dos equipamentos de medição permitem conexão direta dos
DTRs , fornecendo condições internas de sinal e a habilidade de estabelecer
coeficientes de calibragem e desvio.

Termopares – Medem temperatura usando dois metais não similares, ligados em


uma das extremidades, que produzem uma pequena tensão única em uma dada
temperatura que é medida e interpretada por um termômetro termopar.

Eles são encontrados em diferentes combinações de metal, cada um com uma faixa
diferente de temperatura. Além da faixa de temperatura, considere corrosão
química, resistência à vibração e exigências para instalação quando for escolher um
termopar.

Em geral, termopares são usados quando dados de temperatura razoavelmente


precisos são exigidos. A principal desvantagem dos termopares é o fraco sinal de
saída, tornando-os sensíveis a ruído elétrico e sempre exigindo amplificadores.
Poucas situações de determinação de economia de energia, com exceção de
medição de energia térmica, garantem a precisão e complexidade da tecnologia de
termopar.

Termistores – Estes são sensores de temperatura semicondutores que


normalmente consistem de um óxido de manganês, níquel, cobalto ou um de
outros vários tipos de material. Uma das diferenças primarias entre termistores e
DTRs é que termistores tem uma grande mudança de resistência com a
temperatura. Termistores não são intercambiáveis, e a sua relação temperatura -
resistência é não linear.

Página 88 de 110
Medição & Verificação

Eles são dispositivos frágeis e requerem o uso de cabos protegidos, filtros ou


tensão DC. Assim como os termopares, estes dispositivos são raramente usados em
determinações de economia.

Sensores de Temperatura de Circuito Integrado – Certos diodos semicondutores e


transistores também exibem sensibilidade a temperatura. Tais dispositivos são
normalmente sensores de Circuitos Integrados (CI que podem vir em vários
formatos e tamanhos). Estes dispositivos são ocasionalmente encontrados em
aplicações de climatização onde custo baixo e uma forte saída linear são exigidos.
Sensores CI têm um erro absoluto bastante razoável, mas eles exigem uma fonte
externa de energia, são frágeis e sujeitos a erros devido a auto-aquecimento.

Aula 7 - Umidade
Realizar medições de umidade precisas, baratas e confiáveis têm sempre sido uma
tarefa difícil que consome tempo. Equipamento para medir umidade relativa é
encontrado em vários pontos de venda e a instalação é bastante direta.

No entanto, a calibragem de sensores de umidade continua sendo uma grande


preocupação e deve ser cuidadosamente descrita no Plano M&V e documentada em
relatórios de economia.

Aula 8 - Fluxo
Tipos diferentes de medição de fluxo podem ser usados para quantidades tais como
gás natural, óleo, vapor, condensado, água, ou ar comprimido. Esta sessão discute
os dispositivos mais comuns de medição de fluxo de líquido. Em geral, sensores de
fluxo podem ser agrupados em dois tipos diferentes de medidores:

1. Medidores de Fluxo Intrusivos (Pressão e Obstrução Diferenciais)

2. Medidores de Fluxo Não-Intrusivos (Ultrasonico e Magnético)

A escolha de um medidor de fluxo para uma determinada aplicação demanda


conhecimento do tipo de fluido que está sendo medido, quão sujo ou limpo ele
está, as velocidades de fluxos mais altas e baixas esperadas, e o orçamento.

Medidores de Fluxo por Diferencial de Pressão – O cálculo de fluxo de fluido


através da medição da perda de pressão através de um estreitamento de tubo
talvez seja a técnica de medição de fluxo usada de forma mais comum em
aplicações de construção e indústria. As quedas de pressão geradas por uma ampla
variedade de restrições geométricas têm sido bem caracterizadas ao longo dos
anos, e, estes elementos de fluxo primários ou principais são encontrados em uma
ampla variedade de configurações, cada um com pontos fortes e fracos específicos
na aplicação. Exemplos de medidores de fluxo que usam o conceito de medição por
diferencial de pressão incluem medidor de placa de orifício, Venturi, e medidor de
Tubo Pitot. A precisão de medidores por diferencial pressão está tipicamente nas
proximidades de 1-5% do fluxo máximo para o qual cada medidor é calibrado.

Medidores de Fluxo por Obstrução – Vários tipos de medidores por obstrução


foram desenvolvidos e são capazes de fornecer um sinal linear de saída sobre uma
ampla faixa de fluxos, freqüentemente sem a grande perda de pressão que incorre
na placa de orifício ou nos venturi. Em geral, estes medidores colocam um pequeno
alvo, peso ou roda na corrente de fluxo que permite a determinação da velocidade

Página 89 de 110
Medição & Verificação

de fluxo pela velocidade rotativa do medidor (turbina) ou pela força no corpo de


medição (vórtice).

Medidores de Turbina – Eles medem fluxo de fluido através da contagem das


rotações de um rotor que é colocado em uma corrente de fluxo. Medidores de
Turbina podem ser de tipo axial ou de inserção.

Medidores axiais de turbina normalmente têm um rotor axial e um invólucro que


tem o tamanho certo para uma instalação apropriada. Um medidor de turbina de
inserção permite que a turbina axial seja inserida na corrente de fluxo e usa um
tubo existente como corpo de medição. Uma vez que o medidor de turbina de
inserção só mede a velocidade de fluxo em um único ponto na área de seção
transversal de um cano, a taxa volumétrica total para o cano só pode ser deduzida
com precisão se o medidor for instalado de acordo com as especificações do
fabricante. O mais importante na inserção de medidores de turbina é a instalação
em seções retas do tubo, afastadas da turbulência de fluxo interno. Este tipo de
medidor pode ser inserido sem que o sistema tenha que ser fechado. Medidores de
inserção podem ser usados em tubulações com mais de quatro polegadas com
perda de pressão muito baixa. Medidores de turbina fornecem uma saída que é
linear com o fluxo.
Cuidado tem que ser tomado ao usar turbinas uma vez que elas podem ser
danificadas por destroços e estão sujeitas a corrosão. Medidores de inserção podem
ser danificados durante a inserção ou retirada.

Medidores de Vórtice – Eles utilizam o mesmo princípio básico que faz os fios de
telefone oscilarem no vento entre postes telefônicos. Este efeito é devido à
instabilidade oscilante em um campo de baixa pressão depois que ele se parte em
duas correntes de fluxo em volta de um objeto arredondado. Medidores de Vórtice
exigem manutenção mínima e têm alta precisão e repetibilidade de longa duração.
Medidores de Vórtice fornecem um sinal linear de saída que pode ser capturado por
equipamento de medição e monitoramento.

Medidores de Fluxo não interferentes – Eles são bem adequados para


aplicações nas quais a queda de pressão de um medidor de fluxo intrusivo é de
preocupação crítica, ou o fluido está sujo, como em esgoto, massa semifluida, óleo
bruto, produtos químicos, alguns ácidos, água de processo, etc.

Medidores de fluxo Ultrasônicos – Eles medem velocidade de fluidos limpos


através da detecção de pequenas diferenças no tempo de transmissão de ondas
sonoras que são disparadas em um ângulo através de uma corrente de fluido.

Medidores de fluxo precisos ultra-sônicos de grampo facilitam a medição


rápida das velocidades de fluido em tubos de tamanhos variados. Uma taxa
de precisão de 1% do fluxo real a 2% da escala total já é possível, embora
esta tecnologia ainda seja consideravelmente cara. Recentemente, foi
desenvolvido um medidor de ultra-som que usa o princípio Doppler no lugar
do tempo de transmissão. Em tal medidor, uma certa quantidade de
partículas e ar é necessária de forma que o sinal seja rebatido e detectado
pelo receptor. Medidores de efeito Doppler estão disponíveis com uma
precisão entre 2% e 5% de escala total e têm preços de certa forma
menores que os dispositivos ultra-sônicos, padrões de trânsito tempo-
efeito. O custo do medidor independe do tamanho do cano. Medidores ultra-
sônicos podem ter custo baixo de instalação uma vez que não requerem o
fechamento do sistema para cortar os tubos para instalação.

Página 90 de 110
Medição & Verificação

Medidores de fluxo magnético – Eles medem o distúrbio que um líquido em


movimento causa em um campo magnético forte. Medidores de fluxo magnético são
normalmente mais caros que outros tipos de medidores. Eles têm vantagens de alta
precisão e nenhuma parte móvel. Precisão de medidores de fluxo magnético estão na
faixa de 1-2% no fluxo efetivo.

Aula 9 - Pressão
Métodos mecânicos de medir pressão são conhecidos há muito tempo. Manômetros
tubo-U estão entre os primeiros indicadores de pressão. Mas manômetros são
grandes, pesados, e não adequados para a integração em circuitos automáticos de
controle. Portanto, manômetros são normalmente encontrados em laboratório ou
usados como indicadores locais.

Dependendo da pressão de referência usada, eles podem indicar pressão absoluta,


relativa, ou diferencial. Aspectos que devem ser mantidos em mente enquanto é
feita a escolha de dispositivos de medição de pressão são: faixa de pressão, efeitos
de temperatura, saídas (millivolt, tensão ou sinal de corrente) e ambiente de
aplicação.

Transmissores de pressão modernos vieram dos transdutores de diferencial de


pressão usados em medidores de fluxo. Eles são usados na construção de sistemas
de gerenciamento de energia e são capazes de medir pressões com a precisão
necessária para pressurização adequada de construção e controle do fluxo de ar.

Aula 10 - Energia Térmica


A medição do fluxo de energia térmica requer a medição do fluxo de alguma
diferença de temperatura. Por exemplo, o resfriamento fornecido por um chiller é
registrado em kcal e é um valor calculado, determinado pela medição do fluxo de
água resfriada e a diferença de temperatura entre o fornecimento de água resfriada
e as linhas de retorno. Um medidor de fluxo de energia realiza um cálculo interno
de kcal em tempo real, baseado na entrada de um medidor de fluxo e sensores de
temperatura. Ele também usa softwares com constantes para o calor específico do
fluido a ser medido. Estes medidores eletrônicos de fluxo de energia oferecem uma
precisão melhor do que 1%. Eles também fornecem outros dados úteis do fluxo e
da temperatura (tanto fornecimento quanto retorno).

Quando uma instalação de aquecimento ou resfriamento está sob carga baixa


relativa a sua capacidade pode haver um diferença pequena de até 3°C entre as
duas correntes de fluxo. Para evitar erro significativo na medição de energia
térmica, os dois sensores de temperatura devem ser combinados ou calibrados à
tolerância mais próxima possível. É mais importante que os sensores estejam
calibrados um com relação ao outro, do que suas calibragens sejam rastreadas por
um padrão. Fornecedores de DTRs podem oferecer grupos de dispositivos
combinados quando encomendados com este propósito. Especificações normais de
aquisição são para um conjunto DTR (cada um consistindo de uma ponta de prova
DTR, braço, ponta de conexão com fios terminais e um invólucro de aço
inoxidável), calibrados para indicar a mesma temperatura, por exemplo dentro de
uma tolerância de 0.1°C sobre a faixa de - 4°C a 24°C. Uma folha de dados de
calibragem é normalmente fornecida com cada grupo.

O desenho e instalação dos sensores de temperatura usados para medições de


energia térmica deverão considerar o erro causado por: colocação do sensor no
cano, condução do invólucro, e qualquer transmissor, fonte de potência ou
conversor de analógico para digital. Uma análise completa de erro através do

Página 91 de 110
Medição & Verificação

sistema de medição é sugerido, em reconhecimento à dificuldade de se fazer


medições térmicas precisas.

Medição de energia térmica para vapor pode requerer medições de fluxo de vapor
(i.e. , fluxo de vapor ou fluxo de condensação), pressão de vapor, temperatura e
temperatura de água de alimentação onde o conteúdo de energia do vapor é então
calculado usando tabelas de vapor. Em casos onde a produção de vapor é
constante, isto pode ser reduzido a medidas de fluxo de vapor ou de condensado
com as respectivas temperatura ou pressão de vapor ou de condensação.

Aula 11 - Controle de qualidade


Os equipamentos utilizados na medição e verificação devem estar calibrados e
deve-se prever um plano de calibração para os mesmos durante o projeto, caso o
período de comprovação do consumo evitado seja prolongado o suficiente para
exigir tal medida.

Caso sejam utilizados medidores do cliente, é necessário verificar com que


freqüência os mesmos são calibrados e é necessário explicitar no Plano de Medição
e Verificação quem será responsável pela manutenção e calibração dos mesmos
durante o período de medição, o cliente ou a ESCO.

É altamente recomendado que a instrumentação seja calibrada com os


procedimentos desenvolvidos por organismos de regulação da metrologia, no Brasil
o Conselho Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial (Conmetro)
através do INMETRO exerce esse papel. Os sensores e equipamentos de medição
devem ser selecionados com base em parte na facilidade de calibragem e na
capacidade de mantê-la. Uma boa solução é optar por equipamentos auto-
calibrantes.

Os protocolos de calibração, por sua vez, devem ser anexados à documentação do


projeto à medida que forem sendo emitidos.

A leitura ou descarga dos dados pode ser realizada tanto por parte da ESCO como
do cliente, porém, é importante que ambas as partes possuam cópia dos dados
brutos assim que estes forem gerados, preferencialmente certificando os mesmos
quanto à sua correção, pois os dados são a fonte para o processamento para
obtenção do consumo evitado e devem ser encarados como documento legal,
devendo ser anexados à documentação existente.

O Plano de Medição e Verificação deve prever contingências para o caso de dados


perdidos ou erros de medição. Dados perdidos dificilmente poderão ser substituídos
e provavelmente ocorrerá uma alteração no período de comprovação, caso as
partes não tenham optado pela utilização de medições anteriores, por exemplo.

Em alguns casos, como na inversão de fases na medição de motores, há a


possibilidade da correção por meio de cálculos de engenharia, porém estes devem
ser aceitos por todas as partes envolvidas.

Os relatórios enviados ao cliente, não somente, mas principalmente os de


comprovação do consumo evitado devem sofrer revisões internas por uma pessoa
que não os escreveu, de modo a evitar que relatórios sejam enviados às partes
contendo erros. Isso porque, uma vez detectado um erro pelo cliente, há uma
queda de confiança nas informações recebidas dificilmente recuperada em curto
prazo.

tabela a seguir sintetiza informações sobre alguns tipos de medidores:

Página 92 de 110
Medição & Verificação

Custo
Aplicação Categoria do medidor Tipo do medidor Precisão típica Melhores usos Considerações
relativo

Não deve ser usado


quando o fator de
Transformador de Núcleo dividido potência for menor do
Corrente AC (A) < 1%
Corrente (TC) ou toroide sólido que 100% ou quando
houver forma de ondas
distorcidas.
Núcleo partido ou
Transformador de
Tensão AC (Volts) configurações
Potencial (TP)
toroidais sólidas
Mede Watts (ou
A, V e fator de
potência), e Watt-
Necessário para cargas
Potência Elétrica AC hora. Usa
Medidor true rms Watt indutivas (motores,
(Watts) ou Energia AC amostragem
ou Watt-hora reatores, controlador de
(Watts/hora) digital (IEEE 519-
velocidade variável)
1992) para medir
formas de ondas
distorcidas
Mede o tempo durante Para equipamentos que
Menor do que
Tempo de Duração o qual uma peça de Funciona à Registro de períodos utilizam potência
a medição
(Horas) equipamento esteja bateria de iluminação constante quando
Watt-hora
ligada ligados
Detector de
Temperatura a Razoável Baixo Ar e Água Largamente usado
Resistência ou DTR
Temperatura (graus) Faixa estreita. Adequado
para medir energia
Termopares Alta Alto
térmica. Necessita
amplificadores de sinal.
Precisa ser calibrado
Umidade (%)
regularmente

de Pressão
1-5% no máx
Diferencial

De deslocamento
< 1%
positivo
Intrusivo Seções retas do
tubo, afastadas da
de Turbina < 1%
turbulência de fluxo
interno
Fluxo (unid/s)
de Vórtice Alta

Ultra sônicos < 1% Seções retas do tubo Medição de fluxo local

de fluxo
Não - Intrusivo Alto
magnético

Condensado de
não interferentes Baixo Medição de fluxo local
vapor , torneiras

Pressão

Usa sensores Usa sensores


precisos de fluxo combinados para medir
e temperatura. diferenças de
Registro e cálculo de
Energia Térmica Para vapor < 1% Alto temperatura. Gerencia
temperatura e fluxo
necessita sensor cuidadosamente todas
de pressão e as possíveis fontes de
temperatura. erro.

Página 93 de 110
Medição & Verificação

Módulo 9 – Exercícios de avaliação M&V

Banco de Exercícios de avaliação de M&V


Capítulo 1 a 3

Exercício 1 – A M&V deve ser baseada nos seguintes princípios:

(a) Completo
(b) Consistente
(c) Relevante
(d) Transparente
(e) Todos acima - resposta

Exercício 2 – A M&V consiste das seguintes atividades, exceto:

(a) Instalar, calibrar e dar manutenção em medidores.


(b) Coletar e selecionar dados.
(c) Desenvolver um método computacional e estimativas aceitáveis
(d) Desprezar os dados estimados resposta (•Computar os dados medidos)
(e) Relatar os resultados, assegurar a qualidade e permitir a verificação de
terceiros.

Exercício 3 – São características do MT&R, exceto

(a) Monitorar ações operacionais e de melhorias


(b) Detectar alterações esperadas e inesperadas no consumo de energia
(c) Inserido por contrato ou formal - resposta
(d) Integrar a estrutura organizacional
(e) Atividade contínua

Exercício 4 – O plano de M&V é:

(a) Único, qualquer que seja a empresa ou a melhoria


(b) Independente da experiência do planejador ou consultor
(c) Uma proposta de comprovação dos resultados obtidos por meio de uma
melhoria resposta
(d) Uma atividade contínua nas indústrias
(e) Tudo acima

Exercício 5 – São interessados num plano de M&V, exceto

Página 94 de 110
Medição & Verificação

(a) ANEEL
(b) Fornecedor de equipamento - resposta
(c) ESCO
(d) Empreendedores e investidores em eficiência energética
(e) Gerente ou usuários de plantas submetidas a melhorias

Exercício 6 – A M&V serve para os seguintes propósitos, exceto:

(a) Pagar a “conta “ de energia. resposta (gerenciar)


(b) Aumentar e garantir a economia de energia.
(c) Assegurar financiamento para projetos de eficiência energética.
(d) Apoiar a avaliação de programas de governo de eficiência energética.
(e) Detectar mudanças esperadas no consumo de energia.

Exercício 7 – O Protocolo Internacional de Medição e Verificação é

(a) Obrigatório ser utilizado no BRASIL


(b) um manual de instruções sobre como fazer a Medição e Verificação
(c) Obrigatório ser utilizado nos Estados Unidos
(d) Um documento cuja última edição é de 1997
(e) Nenhuma das respostas anteriores - resposta

Exercício 8 – O PIMVP:

(a) Documenta termos e métodos comuns de avaliação de projetos de eficiência


energética para compradores, vendedores e financiadores.
(b) Registra os dados de uma melhoria e avalia se houve economia em sua
implantação. - resposta
(c) Fornece métodos indicados, com diferentes níveis de custo e precisão, que
servem tanto para toda uma instalação como para uma melhoria isolada de
um equipamento ou processo.
(d) Indica o conteúdo de um Plano de M&V que satisfaz os fundamentos da M&V
e deve produzir economias verificáveis.
(e) Aplica-se a todo tipo de instalação.

Exercício 9 – Quais dos requisitos abaixo não são necessários para que um plano
de M&V esteja adequado ao PIMVP:

(a) Usar a terminologia do PIMVP.


(b) As partes interessadas estejam de acordo quanto ao responsável pelas
atividades de M&V .
(c) A opção do PIMVP (ou combinação delas) deve estar indicada .

Página 95 de 110
Medição & Verificação

(d) O formato e conteúdo do relatório de verificação é determinado após a


realização da melhoria . - resposta
(e) Os equipamentos de medição, sua calibragem, o local das medições, a
duração do período de medição, a precisão do processo de medição devem
estar estabelecidos no plano.

Exercício 10 – São benefícios do uso do PIMVP, exceto:

(a) Garantia de pagamentos.


(b) Simplificam a negociação do contrato de performance.
(c) Credibilidade internacional, aumentando o valor percebido pelo contratante.
(d) Permite obter certificações de eficiência.
(e) Auxilia organizações e agencias governamentais a indicar as melhorias que
devem ser implantadas. - resposta

Exercício 11 – São organizações que usam ou desenvolvem protocolos de M&V,


exceto:

(a) Ministério de Minas e Energia do Brasil. - resposta


(b) American Society of Heating, Refrigeration and Air-Conditioning Engineers
(ASHRAE).
(c) O Programa Federal de Gerenciamento de Energia (FEMP) do Departamento
de Energia.
(d) A Comissão de Concessionárias do estado da Califórnia nos Estados Unidos.
(e) O U.S. Green Building Council´s (USGBC) Leadership in Energy and
Environmental Design Rating System (LEEDTM).

Capítulo 4

Exercício 1 – Determinar qual a melhor opção de como pode ser realizada a


Medição e Verificação depende de uma série de fatores. Citam-se, exceto:

(a) Recursos disponíveis ou custo.


(b) Medições existentes e data de sua coleta. - resposta
(c) Experiência e desejo das partes.
(d) Dados disponíveis.
(e) Previsões e projetos futuros.

Exercício 2 – São opções do PIMVP:

(a) Medição de toda a instalação com medição somente de variáveis chaves-


resposta
(b) Isolamento da melhoria com medição de todas as variáveis
(c) Isolamento da melhoria com medição somente de variáveis chaves

Página 96 de 110
Medição & Verificação

(d) Simulação calibrada


(e) Medição de toda a instalação

Exercício 3 – A opção A é

(a) Isolamento da melhoria com medição de todas as variáveis


(b) Isolamento da melhoria com medição somente de variáveis chaves -
resposta
(c) Simulação calibrada
(d) Medição de toda a instalação
(e) Medição de toda a instalação com medição somente de variáveis chaves

Exercício 4 – A opção B é

(a) Isolamento da melhoria com medição de todas as variáveis- resposta


(b) Isolamento da melhoria com medição somente de variáveis chaves
(c) Simulação calibrada
(d) Medição de toda a instalação
(e) Medição de toda a instalação com medição somente de variáveis chaves

Exercício 5 – A opção C é

(a) Isolamento da melhoria com medição de todas as variáveis


(b) Isolamento da melhoria com medição somente de variáveis chaves
(c) Simulação calibrada
(d) Medição de toda a instalação - resposta
(e) Medição de toda a instalação com medição somente de variáveis chaves

Exercício 6 – A opção D é

(f) Isolamento da melhoria com medição de todas as variáveis


(g) Isolamento da melhoria com medição somente de variáveis chaves
(h) Simulação calibrada - resposta
(i) Medição de toda a instalação
(j) Medição de toda a instalação com medição somente de variáveis chaves

Exercício 7 – Medição parcial; estimativas são admitidas; um parâmetro pode ser


medido imediatamente após a execução da melhoria; consumo afetado é pequeno
em relação ao total da instalação. As características descritas são típicas da opção:

(a) A- resposta
(b) B

Página 97 de 110
Medição & Verificação

(c) C
(d) D
(e) AeB

Exercício 8 – Os parâmetros de influência sobre o consumo devem ser medidos;


não são permitidas estimativas; produz resultados mais certos onde a carga e/ou
economias sejam variáveis. As características descritas são típicas da opção:

(a) A
(b) B - resposta
(c) C
(d) D
(e) AeB

Exercício 9 – Uso dos medidores da concessionária; alto grau de interação entre as


medidas instaladas ou entre essas e o restante da instalação; economias
suficientemente grandes para serem perceptíveis no medidor de toda a instalação.
As características descritas são típicas da opção:

(a) A
(b) B
(c) C - resposta
(d) D
(e) A e B

Exercício 10 – Sem dados disponíveis do período base; economias são


determinadas por meio de simulação; pode ser usada para avaliar o desempenho
de determinados sistemas na instalação As características descritas são típicas da
opção:

(a) A
(b) B
(c) C
(d) D - resposta
(e) AeB

Exercício 11 – A Opção A é melhor aplicada onde, exceto:

(a) Os efeitos interativos entre a melhoria com outros equipamentos da


instalação podem ser razoavelmente estimados ou não são significativos.
(b) A incerteza criada pelas estimativas é aceitável.
(c) As variáveis independentes que afetam o uso de energia são complexas e
caras para controlar. - resposta

Página 98 de 110
Medição & Verificação

(d) O isolamento da melhoria do restante da instalação e a estipulação de


fatores chaves podem evitar dificuldades de ajustes quando ocorrerem
mudanças dentro dos limites de medição
(e) A estimativa de alguns parâmetros é menos onerosa do que sua medição, e
os interessados estão de acordo com a estimativa.

Exercício 12 – A Opção B é melhor aplicada onde, exceto:

(a) É de interesse o desempenho de apenas um dos sistemas afetados pela


melhoria.
(b) Já existem medidores secundários para isolar o uso de energia dos sistemas.
(c) A medição dos parâmetros é menos dispendiosa do que a simulação ou do
risco de uma estimativa.
(d) O isolamento da medida do restante da instalação não evita ajustamentos
não rotineiros da linha de base. - resposta
(e) Testes de longo prazo não estão garantidos ou acordados.

Exercício 13 – A Opção C é melhor aplicada onde, exceto:

(a) Há vários tipos diferentes de medidas adotadas na instalação


(b) Os efeitos interativos entre as medidas com outros equipamentos da
instalação não são significativos. - resposta
(c) Correlações razoáveis podem ser encontradas entre o consumo de energia e
outras variáveis independentes.
(d) Pode ser estabelecido um modelo de ajuste das condições de operação para
facilitar futuros ajustes não rotineiros do período de referência
(e) O desempenho de energia de toda a instalação deve ser avaliado

Exercício 14 – A Opção D é melhor aplicada onde:

(a) Não há dados de energia do período base ou não estão disponíveis -


resposta
(b) As mudanças futuras na instalação não são esperadas ocorrer durante o
período de determinação das economias.
(c) Os dados de energia do período de verificação estão disponíveis ou
indefinidos
(d) As economias são grandes o bastante ao serem comparada com variações
nos dados do período base daqueles do período de verificação.
(e) Os pagamentos não estão vinculados a mudanças nos preços da energia ou
no sistema de faturamento da comercializador / concessionária de energia.

Página 99 de 110
Medição & Verificação

Capítulo 5

Exercício 1 – Quanto mais __________ a fronteira de medição, _______ a


quantidade de variáveis a considerar, mas efeitos interativos relacionados à
economia de energia poderão estar localizados _____ da fronteira e, assim, não
serem medidos. Na frase anterior as palavras que a completa são,
respectivamente:

(a) ampla; maior; fora.


(b) estreita; menor; fora - resposta
(c) estreita; menor; dentro.
(d) ampla; menor; fora.
(e) estreita; maior; fora.

Exercício 2 – 1 - Período base é um período definido de doze meses antes da


implementação de uma ação de conservação de energia
2 - A Linha de Referência é o modelo matemático do conjunto de dados que
representam a correlação entre os parâmetros de influência e o consumo de
energia durante o período base, antes da melhoria.
Com relação às duas frases anteriores podemos dizer que:

(a) .Ambas são falsas.


(b) Ambas são verdadeiras.
(c) 1 é verdadeira e 2 é falsa
(d) 1 é falsa e 2 é verdadeira. - resposta

Exercício 3 – Sobre o Período de Verificação qual das afirmativas abaixo está


incorreta:

(a) Deve ser o suficiente para representar o novo ciclo operacional.


(b) Sua medição pode ser contínua ou periódica
(c) Necessita ter a mesma duração do período base - resposta
(d) É o período para comprovação das economias alcançadas
(e) Pode ser representado por uma medição instantânea.

Exercício 4 – Ao medir a economia de energia de uma instalação é necessário


realizar ajustes para equalizar as condições do período base e o de verificação.
Dependendo das condições utilizadas serão medidos o consumo evitado ou uma
economia normalizada. Qual das frases abaixo está ERRADA:

(a) A Economia Normalizada é afetada pelas condições do período de


verificação - resposta

Página 100 de 110


Medição & Verificação

(b) Quando a condição usada é aquela verificada no período base, ou uma


condição típica ou média, a economia é chamada de Economia Normalizada
(c) O consumo evitado deve ser escolhido quando as economias dependem das
condições reais ou do momento.
(d) Quando os ajustes são realizados baseados nas condições do período de
verificação, a economia é chamada de consumo evitado
(e) A Economia Normalizada pode ser diretamente comparada com a economia
prevista sob uma condição pré-estabelecida

Exercício 5 – São erros comuns num processo de M&V :

(a) Instrumentação
(b) Modelagem
(c) Amostragem
(d) Efeitos interativos não considerados
(e) Todos acima - resposta

Exercício 6 – Qual dos parâmetros abaixo não é uma variável independente:

(a) Produção
(b) Consumo de energia - resposta
(c) Regime de operação
(d) Clima
(e) Taxa de ocupação

Exercício 7 – Abaixo segue os dados levantados para o cálculo dos graus-dia.


Temperaturas
ºC
Dia Ref. Média GD
1 20 25
2 20 24
3 20 18
4 20 19
5 20 20
6 20 21
7 20 24
soma

Qual o total de graus-dia do período

(a) 11
(b) 12
(c) 13
(d) 14- resposta

Página 101 de 110


Medição & Verificação

(e) 17

Exercício 8 – São exemplos de fatores que necessitam ajustes não rotineiros,


exceto :

(a) Alteração do espaço a ser climatizado


(b) Variação da produção - resposta
(c) Mudança do tipo do produto
(d) Alteração do número de equipamentos
(e) Mudança do padrão ambiental interno, ou regime de ocupação

Exercício 9 – são fatores que determinam o custo da medição, exceto:

(a) A Opção do PIMVP selecionada


(b) Os requisitos de precisão
(c) O processo para rever ou verificar as economia
(d) A duração das atividades de medição e relatórios
(e) As tarifas de energia - resposta

Exercício 10 – Para o cálculo da economia com o consumo evitado deve-se utilizar


:

(a) Os preços de energia vigentes no período de Verificação - resposta


(b) Os preços de energia vigentes no período base
(c) Os preços de energia fixados no plano de M&V
(d) Qualquer das opções acima
(e) Nenhuma das opções acima

Exercício 11 – Qual dos métodos relacionados abaixo não é indicado para a


obtenção dos certificados de redução de emissão:

(a) As economias elétricas devem ser divididas segundo as sazonalidades


existentes.
(b) As economias devem ser divididas naquelas devido a redução de carga e
naquelas devido a aumento de geração própria na instalação.
(c) As economias “excedentes” ou “adicionais” ao comportamento normal
daquelas que são apenas habituais ao negócio devem ser reunidas em uma
só economia. - resposta
(d) Separar as economias de energia por melhoria se um projeto engloba um
conjunto de cargas.
(e) Separar as economias por combustível ou tipo de equipamento se diferentes
taxas de emissão se aplicarem a cada equipamento de combustão.

Página 102 de 110


Medição & Verificação

Capítulo 6

Exercício 1 – São aspectos necessários para a implementação de uma Medição e


Verificação, exceto:

(a) Levantamento de dados históricos


(b) Linha de Referência preliminar
(c) Possibilidade de instalação de medidores
(d) Parada da instalação para instalar a melhoria - resposta
(e) Definição se será necessária a parada da instalação para comissionamento e
teste em campo.

Exercício 2 – É um tópico adicional e necessário em um Plano de M&V, quando se


escolhe a opção A:

(a) Justificativa das estimativas. - resposta


(b) Bases de ajuste.
(c) Formato do relatório das economias.
(d) Condições da linha de referência.
(e) Orçamento.

Exercício 3 – É um tópico adicional e necessário em um Plano de M&V, quando se


escolhe a opção D:

(a) Justificativa das estimativas.


(b) Calibração. - resposta
(c) Especificações do medidor.
(d) Orçamento.
(e) Condições da linha de referência.

Exercício 4 – São informações necessárias para estabelecer a linha de referência,


exceto:

(a) tempo da linha de referência


(b) histórico de consumo e demanda de energia
(c) histórico das variáveis independentes, em período coincidente com os dados
de energia.
(d) Os fatores estáticos
(e) Preços dos equipamentos - resposta

Página 103 de 110


Medição & Verificação

Exercício 5 – Fazem parte do conteúdo mínimo de um relatório de M&V:

(a) Todos os dados do período de verificação: início e fim do período de


medição, dados de energia e das variáveis independentes.
(b) Descrição e justificativa para correções realizadas nos dados medidos.
(c) Os valores estimados e acordados, em todas as opções. - resposta
(d) A planilha de tarifas ou preços de energia utilizada.
(e) Economias calculadas em unidades físicas e monetárias

Capítulo 8

Exercício 1 – Como devem ser tratadas medições de parâmetros que não foram
incluídas no plano de M&V:

(a) Tratadas fora do plano de M&V.


(b) Incluídas e cobradas junto com as demais medições.
(c) Proibidas ou não serem aceitas.
(d) Evitadas ou, se solicitadas, relacionadas e com custos cobrados a parte -
resposta
(e) Adicionadas ao custo total da M&V.
.

Exercício 2 – Ao se utilizar o medidor da concessionária que utilize uma janela fixa


de 15 minutos de intervalo, os demais medidores devem ser calibrados e
referenciados a um intervalo de:

(a) 15 minutos quaisquer


(b) 15 minutos coincidentes com os da concessionária - resposta
(c) De minuto em minuto e depois usando a média de 15 minutos.
(d) De hora em hora é aceitável
(e) Qualquer intervalo, as medições são independentes.

Exercício 3 – Para medição de potência – W deve-se utilizar:

(a) Wattímetros- resposta


(b) Amperímetros e Voltímetros
(c) Conhecendo-se a tensão, somente o amperímetro
(d) TC e TP
(e) Só um TC é suficiente.

Página 104 de 110


Medição & Verificação

Exercício 4 – Os dispositivos de medição de temperatura computadorizados mais


usados são, exceto:

(a) DTR
(b) Termopares
(c) Termômetros de bulbo - resposta
(d) sensores de temperatura de CI
(e) Termistores.

Exercício 5 – São medidores de fluxo intrusivos, exceto:

(a) Placa de orifício


(b) Venturi
(c) Medidores de Turbina
(d) Medidores de Vórtice
(e) Ultra-sônico - resposta

Exercício 6 – Aspectos que devem ser considerados na escolha de dispositivos de


medição de pressão são, exceto:

(a) faixa de pressão.


(b) efeitos de temperatura.
(c) ambiente de aplicação.
(d) diâmetro da tubulação - resposta
(e) saídas (millivolt, tensão ou sinal de corrente).

Exercício 7 – Para a medição de fluxo de energia térmica são necessárias medições


de:

(a) Temperatura e fluxo


(b) Diferença de temperaturas, fluxo e pressão em alguns casos - resposta
(c) Fluxo, pressão e temperatura
(d) Umidade, temperatura e pressão
(e) Fluxo, umidade e temperatura.

Exercício 8 – Qual das afirmativas abaixo está incorreta:

(a) Os equipamentos utilizados na medição e verificação devem estar calibrados e


deve-se prever um plano de calibração para os mesmos durante o projeto

Página 105 de 110


Medição & Verificação

(b) É altamente recomendado que a instrumentação seja calibrada com os


procedimentos desenvolvidos Conmetro, através do INMETRO
(c) A leitura ou descarga dos dados pode ser realizada tanto por parte da ESCO
como do cliente, porém, é importante que ambas as partes possuam cópia dos
dados brutos assim que estes forem gerados.
(d) O Plano de Medição e Verificação não deve prever contingências para o caso de
dados perdidos ou erros de medição. - resposta
(e) Os sensores e equipamentos de medição devem ser selecionados com base em
parte na facilidade de calibragem e na capacidade de mantê-la.

Página 106 de 110


Medição & Verificação

Módulo 10 – Glossário

Glossário
Ajuste da linha de referência - São ajustes não rotineiros que surgem durante
o período de verificação e que não puderam ser antecipados e requerem ajustes de
engenharia.

Ajustes rotineiros – Cálculos realizados usando uma fórmula apresentada no plano


de M&V contabilizando mudanças ocorridas em variáveis independentes dentro de
uma fronteira de medição desde o período base.

Comissionamento - Processo para realizar, verificar e documentar o desempenho


de um equipamento para satisfazer as necessidades operacionais da instalação no
projeto, sua documentação e os critérios funcionais do cliente, incluindo a
capacitação do pessoal de operação.

Condições do período base - O conjunto de condições que deram origem ao


consumo de energia no período base.

Consumo ajustado do período base – consumo de energia do período base ajustado


para um conjunto de condições operacionais diferentes daquelas observadas
naquele período.

Consumo Evitado - redução do consumo de energia que ocorreu no período de


verificação relativo ao que ocorreria se a melhoria não tivesse sido instalada

Contrato de desempenho de energia - Contrato entre duas ou mais partes onde


o pagamento é baseado em resultados específicos. Usualmente são reduções
garantidas no consumo de energia e/ou custos de operação.

Custo evitado - é o valor monetário equivalente do consumo evitado.

Economia Padronizada – Consumo ou custo reduzido que ocorreu no período de


verificação relativo ao que teria ocorrido se a melhoria não fosse implantada sob
uma condição padronizada, que pode ser uma média de longo prazo ou outra
condição que não aquela do período de verificação. Caso a condição fosse a do
período de verificação, o termo se torna o Consumo Evitado.

Economias de Energia – Redução efetiva no consumo de eletricidade (kWh),


demanda (kW) ou unidades térmicas (kcal, BTU, J). Pode se referir ao consumo e
custo evitado ou a economia padronizada

Efeitos Interativos – efeitos energéticos criados por uma melhoria mas não
medido dentro das fronteiras de medição.

ESCO ou Empresa de Serviços de Conservação de Energia - Empresa que


realiza uma série de serviços de eficiência energética e financiamento, por meio de
um contrato de desempenho, garantindo os resultados e sendo remunerada através
destes.

Graus-dia - É a medida da carga de aquecimento ou resfriamento numa instalação


ocasionada pela temperatura externa. Quando a temperatura média diária externa

Página 107 de 110


Medição & Verificação

está um grau abaixo da temperatura de referência estabelecida, define-se que há


um grau-dia de aquecimento. Se esta temperatura prevaleceu por dez dias, houve
dez graus-dia neste período. Quando as temperaturas estiverem acima da
temperatura de referência, são contabilizados graus-dia de resfriamento. Qualquer
temperatura de referência pode ser adotada, mas geralmente são escolhidas de
modo a refletir as temperaturas a partir das quais não ocorrem mais resfriamento
ou aquecimento.

Instalação: Prédio ou planta industrial onde se localizam sistemas de uso de


energia. Um andar ou área específica pode ser tratada como instalação se puder
ser medida isoladamente.

Medição - Coleta de dados de consumo por determinado período em uma


instalação por meio de equipamentos de medição.

Medição e Verificação - M&V - Processo para determinar economias utilizando


uma das quatro opções do Protocolo Internacional para Mediação de Verificação de
Performance.

Melhoria - Conjunto de atividades destinadas a aumentar a eficiência energética


em uma instalação. Ajuste, remodelação ou substituição de um equipamento ou
sistema existente de modo a satisfazer as novas condições de consumo de energia.
Muitas ações podem ser desenvolvidas a um só tempo, cada uma com diferente
intensidade. Uma ação pode incluir uma ou mais mudanças físicas no equipamento
da instalação, revisões dos procedimentos de operação e manutenção, e mudanças
em softwares ou novos métodos de treinamento.

Modelo de Regressão – Modelo matemático que a partir dos dados observados


obtém parâmetros descrevendo a correlação de variáveis independentes e
dependentes.

Modelo de Simulação – Um conjunto de algoritmos que calcula o uso de energia


com base em equações de engenharia e parâmetros definidos.

Monitoramento - Coleta de dados por um período com a finalidade de analisar


variações nos mesmos. Por exemplo, consumo de energia e água, temperatura,
umidade, horas de operação etc.

Opção de M&V - Uma das quatro abordagens genéricas de Medição e Verificação


definidas no Protocolo Internacional para Medição e Verificação de Performance,
para determinar economias de energia.

Período base - Um período definido de qualquer extensão (duração) antes da


implementação das ações de eficiência energética, usado para medir os dados de
referência do período antes da melhoria ou a Linha de referência.

Período de verificação - Qualquer período de tempo definido, seguinte ao


comissionamento da ação de eficiência energética ou melhoria.

Precisão – Quantidade esperada que um valor medido desvia do valor verdadeiro /


real. É expressa como uma “±” tolerancia. Deve ser acompanhada do nível de
confiança.

Preço Marginal – O custo de uma unidade adicional de um bem (energia ou


demanda) cobrado sob uma complexa estrutura tarifária.

SGE ou Sistema de Gerenciamento de Energia – Um computador que pode ser

Página 108 de 110


Medição & Verificação

programado para controlar e/ou monitorar as operações de equipamentos que


consomem energia numa instalação.

Verificação por terceiros - Processo de avaliação de relatórios preparados por


outros para comentários sobre sua adequação em relação a um propósito
específico.

Módulo 11 – Bibliografia

Bibliografia
INTERNATIONAL performance measurement and verification protocol: concepts
and options for determining energy and water savings. Mar 2002, 88 p. V.1.
<http://www.evo-world.org> 20 Set 2007.

U.S. Department of Energy. Office of Energy Efficiency and Renewable


Energy. M&V guidelines: measurement and verification for federal buildings.
Versão 2.2. Washington, 2000. 331 p.
<http://www1.eere.energy.gov/femp/financing/superespcs_measguide.html
> 20 Set 2007.

Outras fontes de consulta

Programa GERBI - Redução dos Gases de Efeito Estufa na Indústria Brasileira,


Curso de Medição e Verificação, Brasil 2007.

Downloads

Guia de Medição e Verificação em formato PDF (versão 1.0) [ZIP|1,56MB]

Estrutura de um Plano de Medição e Verificação em formato PDF (versão 1.0)


[ZIP|0,02MB]

Elaboração 2007

União Brasileira de Educação e Assistência – PUCRS Equipe Técnica (consultoria


contratada): H&R Consultores Ltda

Última revisão

26 de setembro de 2007

Página 109 de 110


Medição & Verificação

Módulo 12 – Links

Links úteis
IPMVP - http://www.evo-world.org

Guia Femp -
http://www1.eere.energy.gov/femp/financing/superespcs_measguide.html

Guia M&V -
http://www.eletrobras.com/pci/Procel_GuiaMV/downloads/guia_de_mv.zip

Estrutura de um Plano de Medição e Verificação –


http://www.eletrobras.com/pci/Procel_GuiaMV/downloads/Estrutura_guia_de_mv.zi
p

ANEEL - http://aneel.gov.br/

Guia ASHRAE Guideline 14-2002 Measurement of Energy and Demand Savings -


http://resourcecenter.ashrae.org/store/ashrae/

Guia da Comissão da Califórnia - http://www.calmac.org

Certificação do United States Green Buildings Council - www.usgbc.org

Página 110 de 110

Você também pode gostar