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PONTIFÍCIA UNIVERSITÀ LATERANENSE


FACULDADE CLARETIANA DE TEOLOGIA
STUDIUM THEOLOGICUM

ELINAEL OLIVEIRA DE ARAÚJO

TRABALHO APOCALIPSE
ANÁLISE CAPÍTULOS 1-3

CURITIBA
2020
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ELINAEL OLIVEIRA DE ARAÚJO

TRABALHO APOCALIPSE
ANÁLISE CAPÍTULOS 1-3

Trabalho apresentado ao curso de Teologia do


Studium Theologicum – Faculdade Claretiano de
Teologia da Pontifícia Università Lateranense
como requisitos de para obtenção de nota parcial da
disciplina Cartas aos Hebreus, Católicas e
Apocalipse, tendo como orientador Prof. Dr. Dom
José Antônio Peruzzo.

CURITIBA
2020
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LIVRO DO APOCALIPSE

INTRODUÇÃO

No livro de Daniel (2,28), está escrito que: “há um Deus no céu que revela os
mistérios e que deu ao rei Nabucodonosor, o que deve acontecer no fim dos dias”. Isso
quer dizer que Deus tem um plano desde a eternidade e este deve realizar-se nos
mínimos detalhes.
Na segunda carta aos Coríntios (2,7.10-11), Paulo se diz receptor da revelação
de Deus através do Espírito Santo.
É nesse contexto que o livro do Apocalipse é apresentado aos que creem em
Jesus Cristo, como revelação para que os seus servos saibam tudo o quanto Ele
preparou, pois não faz nada sem revelar aos seus (Am 3,7-8), e essa revelação pertence
a Cristo (Hb 1,1-2).
Assim, o título do livro não poderia ser mais específico: Revelação, e sua
introdução não poderia ser mais apropriada: “Revelação de Jesus Cristo: Deus lha
concedeu para que mostrasse aos seus servos as coisas que devem de acontecer muito
em breve (...) (Ap 1,1)”, nessa revelação, Jesus fala de si mesmo.
Via de regra, observa-se que a fórmula designa na apocalíptica os
acontecimentos vindouros considerados como etapas sucessivas da revelação histórica
do plano divino.
Os três primeiros capítulos do livro apresentam uma visão do Filho do Homem
que servirá como prólogo profético e uma introdução litúrgica, pois apesar de serem os
primeiros acontecimentos, servirão de base para todos os outros posteriores a esses
(1,19), visto que todos dependem deste.

CAPÍTULO 1

No primeiro capítulo do livro, João afirma que Jesus nos ama e que nos libertou
dos nossos pecados por meio do seu sangue, tendo constituído uma nação santa de
sacerdotes para servir a Deus. Esta afirmação é de suma importância, uma vez que a
revelação que será trazida, só deverá ser entendida por aqueles que já possuem a mente
de Cristo, descrita por Paulo com a profundidade das riquezas, tanto da sabedoria, como
do conhecimento de Deus.
A afirmação contida no versículo sete do primeiro capítulo, traz em si a maior
esperança da igreja de Jesus Cristo, ao afirmar que Ele vem com as nuvens e todo olho o
verá até mesmo aqueles que o traspassaram, Ele é o Alfa e o Ômega, o princípio e o
fim, o que é, o que era, e o que há de vir, o Todo-poderoso.
Nos versículos quatro e cinco, descortina-se a revelação do Deus trino, quando o
Senhor diz que Ele é, e que era, e que há de vir, faz referência direta a Deus-Pai, autor
de toda a existência e presente em toda a criação; os sete Espíritos que estão diante do
trono é uma alusão ao Deus Espírito Santo, como ensinado em Isaías onze; o texto, ao
descrever que estes Espíritos também estão diante de Jesus Cristo, faz alusão ao Deus
Filho, revelado como aquele que escreve às igrejas.
Jesus não se referia apenas as sete igrejas que estavam fisicamente na Ásia, mas
às igrejas, nomeando-as uma a uma, porque estão profeticamente relacionadas com os
períodos futuros. Os seus nomes têm grande importância para esse entendimento.
Em todas as sete cartas, Jesus manifesta uma promessa e uma condição. Diz que
ao vencedor será conferido um prêmio pela vitória, e observa-se nas sete cartas uma
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admoestação de Jesus para que seus servos, ao cometerem algo de errado, se


arrependam e mudem de rumo em suas ações, pois, o Senhor com seus olhos de fogo
tudo penetra e tudo vê, e os está observando e julgará cada um de acordo com suas
ações.
É no versículo vinte que Jesus revela a chave para entender o Apocalipse. Esta
divisão é descrita por figuras. A revelação divina dar-se-á através das Igrejas que estão
espalhadas, a princípio pela região da Ásia, responsáveis por divulgarem esta revelação
divina.

CAPÍTULOS 2 E 3 – AS IGREJAS

Ao escrever às sete igrejas, Jesus dirige a elas uma palavra de elogio e também
de repreensão, relacionados a acontecimentos futuros. Estas cartas cobrem todo o
período da história eclesiástica.
Tendo em vista que as cartas foram endereçadas as sete igrejas, pode-se dividir
este período histórico em sete partes ou períodos que guardam uma grande identidade
com as sete parábolas de Mateus 13.
As parábolas de Mateus 13, alguns teólogos1 fazem ligação com Israel e outros
com a igreja, e faremos uma comparação dessas parábolas com o período da igreja.

ÉFESO (Ἔφεσος) – (Ap. 2,1-7), Éfeso foi uma cidade greco-romana da Antiguidade
situada na costa ocidental da Ásia Menor, próxima à atual Selçuk, província de Esmirna,
na Turquia. Foi uma das doze cidades da Liga Jônia durante o período clássico grego.
Durante o período romano, foi por muitos anos a segunda maior cidade do Império
Romano, apenas atrás de Roma, a capital do império. Tinha uma população de 250 000
habitantes no século I a.C., o que também fazia dela a segunda maior cidade do mundo
na época. A cidade era célebre pelo Templo de Ártemis, construído por volta de 550
a.C., uma das Sete Maravilhas do Mundo. O templo foi destruído, juntamente com
muitos outros edifícios, em 401 d.C. por uma multidão liderada por São João
Crisóstomo. O imperador Constantino I reconstruiu boa parte da cidade e ergueu novos
banhos públicos, porém a cidade foi novamente destruída parcialmente por um
terremoto, em 614. A importância da cidade como centro comercial diminuiu à medida
que o seu porto começou a ser assoreado pelo rio Caístro2.
Éfeso está ligada ao que o Senhor Jesus estava sentido e esperando naquele
momento da sua igreja, pois, as Escrituras Sagradas dizem que Ele veria o fruto do seu
penoso trabalho e ficaria satisfeito. Esta igreja é o fruto inicial desse árduo trabalho e o
desejo do Senhor Jesus era que ela desse início ao cumprimento da sua ordem de
evangelizar o mundo (Is.53.11; Mc. 16.15).
Existem Igrejas hoje como aquela na cidade de Éfeso. Igrejas super ativas,
doutrinariamente rigorosas em seguir o ensino da Bíblia. Aparentemente tudo certo.
Mas, falta o essencial: se não tiver amor, amor a Deus sobretudo, nada disso
aproveitará. Igrejas assim precisam ouvir novamente o que Espírito tem a dizer neste
livro profético.

1
Dentre os mencionados estão em sua grande maioria, evangélicos como: Gordon Fee, Stanley M.
Horton, Wayne Grudem, Donald Gee, Etc.
2
https://educalingo.com/pt/dic-pt/efeso.
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ESMIRNA (Σμύρνη) – (Ap 2,8-11), Esmirna é uma cidade do sudoeste da Turquia


situada na Região do Egeu. É capital da área metropolitana e da província homónima.
Em 2012, a população da área metropolitana era 3 366 947 habitantes, o que faz dela a
terceira maior cidade da Turquia, a seguir a Istambul e Ancara. No mesmo ano, o
distrito de İzmir propriamente dito tinha 76 598 habitantes, dos quais 59 214 no que é
considerado o centro urbano. A altitude média da cidade é de 30 m.3
De acordo com estudos etimológicos sobre Esmirna, a palavra Smyrne, em
grego, significa uma especiaria que em língua portuguesa se traduz como Mirra, ou seja,
Smyrne = Mirra, que é um dos presentes ofertados ao menino Jesus e faz parte dos
ingredientes do óleo da unção. Pela sua característica perfumosa conseguida pelo
esmagamento de suas folhas, esta planta profeticamente apontava para o sacrifício do
Senhor Jesus e também dessa igreja, perseguida pelo império romano.
O Senhor fala da tribulação que a igreja estava passando e sua aparente pobreza
exterior, confortando-a ao dizer que ela era rica por causa das usas boas obras. Uma
severa perseguição iniciou-se contra Esmirna. A palavra do Senhor Jesus era para ela
não temer e suportar os ataques. Lembrando-a que Ele também tinha sido morto, mas
que voltou a viver. Por vencer, ela receberia uma coroa da vida e não sofreria o dano da
segunda morte. Não há palavra de repreensão para ela, só de elogio, uma vez que, pelo
simples fato de ser seguidor de Jesus nessa época, corria-se perigo de morte. Os falsos
cristãos, ante a perseguição, passavam ou retornavam facilmente para o paganismo, por
isso Jesus os comparou como sinagoga de satanás.
A Igreja é a Família de Deus, formada pelos eleitos comprados com o sangue de
Jesus. Por isso, a Igreja vai dar certo. Nem perseguição, nem desvios doutrinários e nem
o mundanismo vão deter a edificação que o próprio Senhor está fazendo. Esse é o caso
da Igreja de ESMIRNA no conjunto das 7 Igrejas da Ásia. Ouvir o que Espírito tem a
dizer a esse tipo de Igreja é altamente encorajador aos seguidores de Jesus hoje.

PÉRGAMO (Πέργαμος) – (Ap 2,12-17), Pérgamo é uma antiga cidade da Ásia Menor,
no Eolide, localizado a uma curta distância da costa do Egeu, em uma colina que é o
principal sítio arqueológico da região. A cidade atual é conhecida como Bergama. A
cidade estava florescendo nos tempos helenísticos quando se tornou a capital do reino
homônimo, atingindo o máximo esplendor sob a dinastia litúrgica dos Attalids. A
cidade tornou-se um centro artístico muito importante, considerado quase um segundo
Atenas helenística. Mais tarde, tornou-se parte do Império Romano.4
A igreja de Pérgamo sofreu um ataque dissimulado de satanás, que ao perceber
que com perseguição e morte não poderia parar os cristãos verdadeiros, de levarem
adiante a Obra de Deus, muda de estratégia. Os remanescentes fiéis da igreja
continuaram lutando para observar os preceitos verdadeiros do Evangelho, deixados
como testemunho pela igreja de Esmirna, nesta igreja, encontravam-se os sustentadores
da doutrina de Balaão que ensinavam os irmãos a se envolverem com a prostituição e
com a idolatria. Eram os joios plantados por satanás no período anterior e que
começavam a crescer.
Não obstante, irá repreendê-los por tolerarem o ensino de Balaão e também o
ensino dos nicolaítas. Prometendo que os combateria com a espada da Sua boca. A
fornicação espiritual que começara na igreja precisava ser combatida, principalmente,
por causa do envolvimento com a religião babilônica, que será revelada no capítulo
dezessete, onde mostrará sua terrível face.
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https://educalingo.com/pt/dic-pt/esmirna.
4
https://educalingo.com/pt/dic-it/pergamo.
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Sob este prisma, Pérgamo apresenta-se como particularmente temível aos olhos
dos cristãos, pois igrejas grandes, ricas e influentes fazem parte de um grupo de risco ao
secularismo e a libertinagem ética e doutrinária. Porque as coisas são assim e o que
Jesus espera desse tipo de Igreja é a mensagem original para a Igreja em Pérgamo,
válida como alerta para as Igrejas Cristãs em todos os lugares e de todos os tempos.

TIATIRA (Θυάτειρα) – (Ap 2,18-29), Foi um importante centro comercial da Ásia


Menor, na fronteira entre a Lídia e a Mísia. Antes de ser refundada como um posto
militar por Seleuco I Nicátor, um dos generais de Alexandre, o Grande, em 280 a.C.,
chamava-se Pelópia. Foi destruída por um grande sismo durante o reino de Augusto (r.
27 a.C.–14 d.C.), mas foi reconstruída com a ajuda do Império Romano. A cidade em si
dava a impressão de “fraca tornada forte”.
Na Antiguidade, a cidade era conhecida pelas suas muitas guildas comerciais.
Para poder trabalhar no comércio era necessário que o cidadão pertencesse a alguma
delas, sendo muito comum que os seus membros participassem de festas dedicadas às
divindades pagãs. Era famosa pelo seu comércio e pela sua produção de têxteis,
incluindo o índigo5.
O judaísmo ainda era efetivo na cidade de Tiatira em meados do século I, Lídia,
a vendedora de púrpura que se converteu ao cristianismo (At 16,14), era uma prosélita
judaica originária desta cidade.
Censura-se a Igreja de Tiatira por suportar a presença dentro dela de hereges,
cujo ensinamento permite identifica-los como nicolaítas.
A igreja de Tiatira ficou eivada de idolatria por todos os poros do seu corpo,
apenas uma pequena parte continuou a lutar contra esse estado de coisas. Jesus faz uma
promessa a esses que em futuro próximo teriam autoridade sobre as nações. A virada
nesta guerra contra as forças malignas, que se anilharam nos ramos da igreja.
Jesus vê sua Igreja e aplaude aquela que além de preservar a doutrina e a ética
bíblicas, não permite que pecados sejam difundidos na comunidade cristã como se
fossem a coisa certa a fazer. Uma boa igreja não deve ser “boa demais” a ponto de
sacrificar a verdade em nome de um pretenso amor excessivamente tolerante. Ouvir o
que Espírito tem a dizer a esse tipo de Igreja é altamente necessário aos seguidores de
Jesus hoje.

SARDES (Σάρδεις) – (Ap 3,1-6), Na antiguidade foi a capital do antigo Reino da Lídia,
na Ásia Menor e depois parte do império persa quando a Lídia foi uma satrapia, tendo
sido depois a sede da província romana da Lídia após as reformas administrativas de
Diocleciano, continuando a pertencer a Roma depois e durante o período bizantino6.
Talvez Sardes seja uma igreja considerada viva mesmo pelas igrejas irmãs. Nem
ela própria tinha consciência do seu estado espiritual. Todos a reputavam como igreja
viva, florescente; todos, com exceção de Cristo. Parecia estar viva, mas na verdade
estava morta. Tinha um nome respeitável, mas era só fachada. Quando Jesus examinou
a igreja mais profundamente, disse: "Não achei as suas obras íntegras diante do meu
Deus".
O Cristianismo da igreja era apenas nominal. Seus membros pertenciam a Cristo
apenas de nome, porém não de coração. Tinham fama de vivos; mas na realidade
estavam mortos. Fisicamente vivos, espiritualmente mortos.
Jesus vê sua Igreja e não se impressiona com uma grande e poderosa igreja aos
olhos humanos. A Igreja de Sardes tipifica o Cristianismo Nominal que recebe dele uma
5
https://educalingo.com/pt/dic-it/abc/tia.
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https://educalingo.com/pt/dic-it/abc/sardis.
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de suas mais severas reprimendas – trata-se de uma igreja morta, com no máximo um
remanescente fiel que precisa vigiar, e buscar no Espirito Santo e na instrução pastoral
um Avivamento Espiritual. Ouvir o que Espírito tem a dizer a esse tipo de Igreja é
altamente necessário aos seguidores de Jesus hoje.

FILADÉLFIA (Φιλαδέλφεια) – (Ap 3,7-13), A cidade de Filadélfia gozava de uma


localização estratégica de acesso entre os países antigos de Frígia, Lídia e Mísia. Foi
fundada pelo rei de Pérgamo, Atalo, cerca de 140 a.C. Ele foi conhecido por sua
lealdade ao seu irmão, assim dando origem ao nome da cidade (Filadélfia significa amor
fraternal). A região produzia uvas e o povo especialmente honrava Dionísio, o deus
grego do vinho. A cidade servia como base para a divulgação do helenismo às regiões
de Lídia e Frígia. Foi localizada num vale no caminho entre Pérgamo e Laodicéia.7
Filadélfia foi destruída por um terremoto em 17 d.C. e reconstruída pelo
imperador Tibério. Em alguns momentos de sua história, a cidade recebeu nomes
mostrando uma relação especial ao governo romano. Depois de ser reconstruída, foi
chamada brevemente de Neocesaréia. Durante o reinado de Vespasiano, foi também
chamada de Flávia (nome da mulher dele, e a forma feminina de um dos nomes dele).
Jesus não apenas se apresenta como Deus, mas destaca que ele é separado,
possui santidade absoluta em contraste com os que vivem em pecado. Cristo é santo em
seu caráter, obras e propósitos. Ele não é a sombra da verdade, é sua essência. Ele é
Deus confiável, real em contraste com os que mentem (v. 9). Ele não é uma cópia de
Deus. Ele é o Deus verdadeiro. Havia centenas de divindades naqueles dias, mas
somente Jesus poderia reivindicar o título de verdadeiro Deus.
A igreja tinha pouca força, talvez por ser pequena; talvez por ser formada de
cristãos pobres e escravos; talvez por não ter influência política e social na cidade, mas
ela tem guardado a Palavra de Cristo e não tem negado o seu nome.
A igreja era pequena em tamanho e em força, mas grande em poder e fidelidade.
Deus na verdade escolhe as coisas fracas para envergonhar as mais fortes. Sardes tinha
nome e fama, mas não vida. Filadélfia não tinha fama, mas tinha vida e poder.
A igreja tinha pouca força, mas Jesus colocou diante dela uma porta aberta, que
ninguém pode fechar. A igreja era fraca, mas seu Deus é onipotente. A nossa força não
vem de fora nem de dentro, mas do alto.
Jesus não se impressiona com o tamanho ou capacidade da Sua Igreja. A
pequena e fraca Igreja de Filadélfia recebe não só os mais rasgados elogios do Senhor,
como também oportunidades missionárias expressivas, mesmo em meio a oposição
externa aguda.
Um Avivamento Espiritual está acontecendo nesse tipo de igreja, o qual todos
deveríamos almejar experimentar junto a nossos irmãos na fé. Ouvir o que Espírito tem
a dizer nesse caso é altamente necessário aos seguidores de Jesus hoje.

LAODICÉIA (Λαοδίκεια) – (Ap 3,14-22), originalmente chamada de Dióspole


(Diospolis) e Roa (Rhoas), foi chamada de Laodiceia em homenagem a Laódice, esposa
de Antíoco II Teos, que reconstruiu a cidade. Era uma das mais importantes cidades da
Ásia Menor, e foi a capital da província romana tardia da Frígia Pacaciana.
Estava situada na encruzilhada de duas importantes rotas comerciais, cerca de 40
milhas a sudeste de Filadélfia. A estrada de Pérgamo até o porto mediterrâneo de Atália
passava por Tiatira, Sardes e Filadélfia antes de chegar a Laodiceia. A cidade foi

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https://educalingo.com/pt/dic-it/abc/filadelfia.
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construída em um platô quase quadrado com várias centenas de metros de altura, com
vista para o vale do rio Lico.8
Laodiceia era a cidade mais rica da Frígia, conhecida por sua produção de lã
preta e brilhante, por seus serviços bancários e por produtos feitos de pó frígio
misturado com óleo - pomada para os ouvidos e colírio. Os aquedutos forneciam água
mineral de fontes termais situadas 10 quilômetros ao sul. As águas chegavam a
Laodiceia com uma temperatura morna, e seu sabor, devido ao alto teor de minerais, era
sempre nauseante.
Na carta à igreja em Laodicéia, Jesus não citou nenhuma doutrina errada e
nenhum pecado de imoralidade. Ele não condenou a igreja por práticas idólatras. Esta
igreja, que se achava rica e forte, foi criticada por seu orgulho e autossuficiência.
Exaltou-se, ao invés de se humilhar diante do Senhor dos senhores.
Tudo na religião cristã deve girar em torno de como Jesus nos vê, como seus
seguidores. Jesus viu aquela comunidade cristã dos laodicenses e não gostou nada do
que viu. Uma igreja rica e elitizada recebeu a mais severa das cartas e paradoxalmente a
mais incrível das promessas, condicionada ao arrependimento sincero.
Há quem considere essa carta como a que melhor descreve a realidade da igreja
do nosso tempo: uma igreja grande e apática, sem um genuíno fervor espiritual. Igrejas,
ouçam o Espírito.

PASTORAL

Jesus envia cartas às sete igrejas da Ásia. Para duas igrejas Jesus só tinha
elogios: Esmirna e Filadélfia. Para quatro igrejas Jesus tinha elogios e críticas: Éfeso,
Pérgamo, Tiatira e Sardes. Para uma igreja Jesus só tinha críticas: Laodiceia.
Nessas cartas Jesus revela que ele não vê a igreja com os mesmos critérios que
vemos. As igrejas nem sempre são o que aparentam ser. Há gritantes contrastes quando
as igrejas estão sob o olhar perscrutador de Jesus:

a) Éfeso era uma igreja ortodoxa, mas sem amor.


b) Esmirna era uma igreja pobre diante dos homens, mas rica aos olhos de Jesus.
c) Pérgamo era o lugar onde estava o trono de Satanás, mas Antipas está pronto a
morrer como mártir por amor a Cristo.
d) Tiatira a igreja se torna mundana como a cidade, mas uns poucos crentes
permanecem fiéis.
e) Sardes tem fama de uma igreja viva, mas aos olhos de Cristo ela está morta, outros
estão no CTI espiritual e poucos ainda não se contaminaram.
f) Filadélfia tem pouca força aos olhos do mundo, mas é uma igreja fiel, diante de quem
Jesus colocou uma porta aberta.
g) Laodicéia considera-se rica e abastada, mas aos olhos de Cristo é pobre, cega e nua.

Jesus conhece a Igreja e a cidade aonde ela está inserida


A mensagem de Jesus à igreja é contextualizada. Jesus conhecia a igreja e a
cidade. Ele fazia uma leitura das Escrituras e também do povo. Sua mensagem era
absolutamente pertinente e contextualizada. Ele falava uma linguagem que o povo podia
entender. Ele criava pontes de comunicação.

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https://educalingo.com/pt/dic-it/abc/laodiceia.
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Hoje muitas igrejas têm abandonado o Antigo Evangelho por outro evangelho,
mais palatável, mais popular, mais adocicado; um evangelho centrado no homem, não
em Deus.
A porta da salvação foi e ainda está aberta. Todo aquele se arrepende e crê pode
entrar. Mas um dia essa porta será fechada. O próprio Cristo a fechará. Porque a chave
que a abriu irá fechá-la novamente. E quando ele a fechar ninguém poderá abri-la. Tanto
a admissão como a exclusão estão unicamente em seu poder.
Jesus tem aberto portas através das sete Igrejas do Apocalipse, quais são as
portas abertas que Jesus tem colocado diante da nossa igreja?
a) Evangelização através da Escola Dominical e dos cultos, convidem seus amigos.
b) Evangelização através de reuniões nos lares. Convide seus amigos para estudar a
Bíblia com você.
c) Evangelização através dos encontros de casais.
d) Evangelização através dos meios de comunicação: Televisão, rádio, internet,
livros, fitas, Cd’s, DVD’s, folhetos.
e) Abertura de novas congregações em nossa cidade.

CONCLUSÃO

A porta aberta representa a oportunidade da igreja. A chave de Davi, a autoridade de


Cristo. E a coluna do templo de Deus, a segurança do vencedor. Cristo tem as chaves.
Cristo abriu as portas. Cristo promete fazer-nos seguros como as sólidas colunas do
templo de Deus. Quando ele abre as portas nós devemos trabalhar. Quando ele fecha as
portas nós devemos esperar. Acima de tudo, devemos ser fiéis a ele para vermos as
oportunidades e não os obstáculos.
Agora é conosco. As portas ainda permanecem abertas. Cristo convida-nos
primeiramente a entrar pela porta da salvação, e em seguida, pela porta do serviço, da
evangelização. Igreja, veja as oportunidades e não os obstáculos!

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