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15 July, 2020 | created using FiveFilters.

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Vicente Yáñez Pinzón Vicente Yáñez foi o primeiro a aceitar o convite de alistamento feito
pelo seu irmão, quando o cônego português Fernão Martins decide
apoiar o projeto de Colombo de chegar às Índias pelo Oeste. Juntos
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foram visitando, casa por casa, seus parentes, amigos e conhecidos,
animando-os a juntarem-se aos mais destacados marinheiros da
Vicente Yáñez Pinzón
região. Rejeitaram as embarcações embargadas por Colombo e
Nascimento 1462 contrataram outras mais adequadas à expedição, tendo investido meio
Palos de la Frontera, Huelva, Andaluzia (Espanha) Morte 1514 (52 milhão de maravedis de recursos próprios.
anos)
Terminou capitão da caravela Niña, tripulada por 24 homens. A sua
Triana, Sevilha, Andaluzia (Espanha) Ocupação navegador e
embarcação foi incumbida de socorrer a nau Santa Maria, que
explorador
encalhou em 25 de dezembro de 1492, na costa da Ilha de São
Vicente Yáñez Pinzón (Palos de la Frontera, 1462 — Triana, 1514) Domingos.
foi um navegador e explorador espanhol.
Conflito em Nápoles
É considerado o descobridor do Brasil por diversos estudiosos e pelas
Em 1495 o encontramos preparando duas caravelas, Vicente Yáñez e
enciclopédias Britânica e Barsa, por ter atingido o Cabo de Santo
Fraila, para participar na Armada que Alonso de Aguilar, irmão mais
Agostinho no litoral de Pernambuco em 26 de janeiro de 1500, cerca
velho de Gonzalo Fernández de Córdova, o Gran Capitán, ia levar ao
de três meses antes da chegada de Pedro Álvares Cabral a Porto
norte da África, mas antes vieram notícias das guerras de Nápoles,
Seguro. Trata-se da mais antiga viagem comprovada ao território
que havia sido invadida pelos franceses, e terminam por se dirigiram
brasileiro.[1][2][3] Por ter descoberto o Brasil, Pinzón foi condecorado
para lá. Retornam em 1498, tendo passado no caminho de volta pela
pelo rei Fernando II de Aragão em 5 de setembro de 1501.[4] costa de Argel e Túnis.

O navegador foi também codescobridor da América em 1492 como


Viagem ao Brasil, Venezuela e Caribe
capitão da caravela La Niña, uma das três embarcações da primeira
(1499−1500)
expedição de Cristóvão Colombo — sendo que os dois outros navios
foram comandados pelo seu irmão mais velho Martín Alonso Pinzón O Mapa de Juan de la Cosa, datado de 1500, menciona a viagem ao
(caravela La Pinta) e por Juan de la Cosa (nau Santa Maria, capitânia Cabo de Santo Agostinho no litoral de Pernambuco feita por Vicente
do almirante Colombo).[5][2] Yáñez Pinzón. A leste do cabo aparece, desconectada do continente, a
Ilha de Vera Cruz (Ysla descubierta por portugal).
Juventude
A Praia de Calhetas está situada na face norte do Cabo de Santo
Vicente Yáñez nasceu em 1462, na cidade portuária de Palos de la Agostinho, local da descoberta do Brasil pelo navegador espanhol
Frontera, na costa atlântica da Andaluzia. Era de longe o mais jovem Vicente Yáñez Pinzón em 26 de janeiro de 1500. O acidente geográfico
dentre seus irmãos, e provavelmente recebeu o sobrenome “Pinzón” faz parte do território da cidade pernambucana homônima, na Região
de um certo Yáñez de Rodrigo Yáñez, um alguacil (funcionário da Metropolitana do Recife.
administração municipal espanhola), que seria seu padrinho, como era
costume na região. A tradição da cidade aponta o seu solar na calle de Em 1498 a Coroa Espanhola decide permitir que particulares
la Ribera. Desde muito pequeno aprendeu a arte de navegar com seu realizassem viagens de descobrimento. Depois de compactuarem em
irmão mais velho, um dos mais destacados navegadores da época e Sevilha com o bispo Fonseca em nome dos Reis Católicos, em 19 de
participou desde a adolescência em combates e assaltos naqueles novembro de 1499, Yáñez saiu do porto de Palos de la Frontera com
tempos conturbados. Casou-se duas vezes, a primeira com Teresa quatro pequenas caravelas, por iniciativa própria e com seus próprios
Rodríguez, que lhe deu duas filhas: Ana Rodríguez e Juana González. A recursos — advindos como recompensa pela descoberta de 1492.
segunda, ao voltar de sua última viagem, à península de Iucatã, em Grande quantidade de parentes e amigos o acompanharam, entre eles,
1509, com Ana Núñez de Trujillo, com quem viveu em Triana, um como escrivão, Garcí Fernández, o famoso médico de Palos que
bairro de Sevilha, até sua morte.[6] apoiou Colombo quando ninguém o apoiava. Estavam a bordo seus
sobrinhos e capitães Arias Pérez e Diego Fernández Colmenero, filhos
As primeiras notícias documentadas sobre Vicente Yáñez são várias de Martín Alonso; seu tio Diego Martín Pinzón com seus primos Juan,
denúncias sobre assaltos a embarcações catalãs e aragonesas, desde Francisco y Bartolomeu; os prestigiosos pilotos Alonso Núñez, Juan
os 15 anos de idade, entre 1477 e 1479, durante a época da Guerra de Quintero Príncipe, Juan de Umbría e Juan de Jerez, estes últimos três
Sucessão de Castela. A cidade de Palos participou ativamente nos veteranos das três primeiras viagens de Colombo (Bueno, 2006); assim
conflitos, o que agravou a sua já frequente escassez de trigo. Apesar como os marinheiros Cristóbal de Vega, García Alonso, Diego de
das ordens reais que permitiam o abastecimento da cidade com Alfaro, Rodrigo Álvarez, Diego Prieto, Antón Fernández Colmenero,
cereais, estas foram desobedecidas e seus vizinhos se queixavam por Juan Calvo, Juan de Palencia, Manuel Valdobinos, Pedro Ramírez e
estarem passando fome. Assim, assumindo suas responsabilidades García Hernández.
como líderes naturais da comarca, os irmãos Pinzón atacaram
caravelas que transportavam principalmente trigo. O jornalista e escritor Eduardo Bueno conta como foi a travessia do
Atlântico:
Expedições

Primeira Viagem de Colombo


Antes do Natal de 1499, as quatro caravelas já aportavam em Pietro Martire d’Anghiera, o mais próximo dos fatos, e baseado em
Santiago, uma das ilhas do arquipélago de Cabo Verde, na qual relatos de testemunhas oculares, entre eles o próprio Vicente Yáñez.
permaneceriam ancoradas por cerca de três semanas. No dia 13 de Outro “entrevistado” foi seu primo Diego de Lepe, capitão que
janeiro de 1500, Pinzón partiu então no rumo do sudoeste, em direção realizou uma viagem “gêmea” à de Pinzón, saindo de Palos um mês e
às novas terras que o próprio Colombo e Alonso de Hojeda tinham meio depois seguindo Pinzón e chegando antes dele ao rio Amazonas.
descoberto havia pouco mais de um ano, e que ficavam ao sul das ilhas Outro relato importante é o de Gonzalo Fernández de Oviedo na sua
do Caribe, achadas em 1492. Como seus dois antecessores, Pinzón Historia General y Natural de las Indias, pois “conheceu e esteve
esperava chegar às porções continentais da Ásia. Nos oito dias com” Pinzón, que lhe proporcionou muitos dos fatos narrados na sua
seguintes à partida de Santiago, tudo correu bem e os ventos alísios obra. Já as crônicas de Bartolomeu de las Casas e Antonio de Herrera
empurraram os navios de Pinzón no rumo desejado. Mas a 21 de y Tordesillas se baseiam em parte no depoimento de Anghiera.[1][5][11]
janeiro, assim que a frota cruzou o equador e a estrela Polar — um
símbolo universal de localização para os navegantes — “afogou-se” no Consequências da viagem de 1499–1500
horizonte norte, “nasceu uma terrível tempestade de ondas e
Apesar de Cristóvão Colombo já ter sido nomeado virrey (vice-rei) das
turbilhões de ventos”. Por uma semana, vagalhões enormes e os
Índias, os Reis Católicos tinham pressa para encontrar uma passagem
ventos uivantes que os acompanhavam quase fizeram naufragar as
para as regiões produtoras de especiarias no Oriente — tanto que
caravelas. Elas só conseguiram “seguir seu caminho com grande
haviam autorizado expedições exploratórias particulares para o Novo
perigo”. Ironicamente, o mau tempo acabaria permitindo a Pinzón
Mundo, como a de Pinzón. Para isso, logo depois da descoberta das
realizar umas das mais rápidas travessias entre o Cabo Verde e o
novas terras por Ojeda, Pinzón e Lepe, em 1501 criaram duas
Brasil. Suas caravelas gastaram apenas 13 dias para cobrir uma
gobernaciones na costa norte da América do Sul, sem o consentimento
distância de 1.400 milhas náuticas (ou cerca de 2.390 km) — trajeto
ou conhecimento de Colombo: a Gobernación de Coquibacoa, na costa
que custaria cerca de um mês de viagem a quase todas as expedições
da Venezuela, concedida a Alonso de Ojeda, e outra, Gobernación de
subsequentes, entre as quais a comandada pelo português Pedro
Vicente Yáñez Pinzón, na costa norte do Brasil, para Pinzón.
Álvares Cabral. E então, na manhã de 26 de janeiro de 1500, vencidos
todos os perigos do mar, Pinzón e seus homens desembarcaram em um A viagem de Pinzón, apesar da sua enorme importância para o
cabo. Eles o chamaram de “Santa María de la Consolación”.[7] conhecimento geográfico do Novo Mundo, havia sido um desastre
financeiro, a ponto de uma biografia se referir a um “muy serio
Pinzón avistou o Cabo de Santo Agostinho e ancorou suas naus num
quebranto experimentado en 1500″.[6][12] Apesar disso, os Reis
porto abrigado e de fácil acesso a pequenas embarcações, com 16 pés
estavam interessados na posse daquela imensa costa, e assim o
de fundo, segundo as indicações da sonda. O referido porto era a
estimularam a voltar a ela. O acordo em que a concessão das terras
enseada de Suape, localizada na encosta sul do promontório, que a
foi feita, é de 5 de setembro de 1501 e, dentre outras coisas, os Reis o
expedição espanhola denominou Cabo de Santa María de la
nomeavam Capitão e Governador de região entre o tal cabo de Santa
Consolación. A Espanha não reivindicou a descoberta,
María de la Consolación e a foz do Amazonas, e lhe concediam a sexta
minuciosamente registrada por Pinzón e documentada por
parte de todos os produtos que se obtivessem naquela terra, sempre
importantes cronistas da época como Pietro Martire d’Anghiera e
que voltasse a ela, desde que o fizesse dentro de um ano, a partir
Bartolomeu de las Casas, devido ao Tratado de Tordesilhas, assinado
daquela data. Adicionalmente, para o recompensar pelas descobertas
com Portugal.[5][1][8][9]
e o encorajar, na sexta-feira dia 8 de outubro de 1501, Pinzón foi
nomeado cavaleiro pelo rei Fernando, o Católico, na torre de Comares
O mapa de Juan de la Cosa, carta do século XV, mostra a costa sul-
de Alhambra, o Palácio Real de Granada. Abaixo estão trechos do
americana enfeitada com bandeiras castelhanas do Cabo da Vela (na
original:
atual Colômbia) até o extremo oriental do continente. Ali figura um
texto que diz “Este cavo se descubrio en año de mily IIII X C IX por
Primeramente, que por quanto vos el dicho Bicente Yáñes Pincón,
Castilla syendo descubridor vicentians” (“Este cabo foi descoberto em
vecino de la villa de Palos, por nuestro mandado e con nuestra
1499 por Castela sendo o descobridor Vicente Yáñez”) e que muito
licencia e facultad fuistes a vuestra costa e mynsión con algunas
provavelmente se refere à chegada de Pinzón em finais de janeiro de
personas e parientes e amigos vuestros, a descubrir en el mar océano
1500 ao Cabo de Santo Agostinho.[10] a las partes de las Yndias con quatro navios, adonde con el ayuda de
Dios Nuestro Señor e con vuestra yndustria e trabajo e diligençia
Durante a noite após o desembarque, perceberam grandes fogueiras
descobristes ciertas yslas e tierra firme, a las que posistes los nonbres
queimando à distância, na linha da costa à noroeste. Na manhã
siguientes: Santa María de la Consolación e Rostro Hermoso; e dende
seguinte zarparam naquela direção até chegarem a um belo rio,
allí seguistes la costa que se corre al Norueste fasta el Río Grande
batizado por Pinzón de “rio Formoso”. Na praia, às margens do rio,
que llamastes Santa María de la Mar Dulce; e por el mismo Norueste
registrou-se um violento combate com os índios locais, pertencentes à
toda la tierra de luengo fasta el cabo de San Biçente, que es la misma
tribo dos potiguaras.
tierra, donde por las descobrir e allar posistes vuestras personas a
Infletindo para o Norte, Pinzón atingiu, em fevereiro, a foz do Rio mucho riesgo e peligro por nuestro servicio. e sufristes muchos
Amazonas, a qual denominou de Mar Dulce, de onde prosseguiu para trabajos e se vos recreció nuchas pérdidas e costas. E acatando el
as Guianas e, daí, para o Mar do Caribe. Na costa do Brasil, Pinzón dicho seruicio que Nos fezistes e esperamos que nos hareys de aquí
teria capturado 36 indígenas. adelante, tenemos por bien e queremos que, en quanto nuestra
merced e voluntad fuere, ayades e gozedes de las cosas que adelante
Sobre as fontes en esta capitulación serán declaradas e contenidas. Conviene a saber:
en remuneración de los seruicios e gastos e los daños que se vos
Relatos desta viagem aparecem em várias crônicas do século XVI. O
recrecieron en el dicho viaje, vos el dicho Bicente Yáñes, quanto
principal relato é o que aparece em De Orbe Novo Decades Octo (As
nuestra merced e voluntad fuere, seades nuestro Capitán e
Oito Décadas do Novo Mundo), obra escrita em 1501 pelo milanês
Governador de las dichas tierras de suso nonbradas, desde la dicha ouvidos em audiências que se realizaram entre 1512 e 1515 na Ilha de
punta de Santa María de la Consolación seguyendo la costa fasta São Domingos e em Sevilha. No seu depoimento, Pinzón afirmou ter
Rostro Fermoso, e de allí toda la costa que se corre al Norueste hasta aportado no Cabo de Santo Agostinho.
el dicho río que vos possistes nonbre Santa María de la Mar Dulce,
con las yslas questán à la boca del dicho río, que se nonbra A tese de Juan Manzano y Manzano
Mariatanbalo; el qual dicho oficio e cargo de Capitán e Governador
O historiador espanhol Juan Manzano y Manzano tentou demonstrar
podades vsar e exercer e vsedes e exercedes por vos o por quien
que Pinzón de fato retornara em 1504 àquelas terras por ele antes
vuestro poder oviere, con todas las cosas anexas e concernientes al
descobertas, em um grande esforço para aclarar a confusa narrativa
dicho cargo, segund que lo vsan e lo pueden e deven usar los otros
de Anghieri (em espanhol, Anglería) sobre a última viagem de Vicente
nuestros capitanes e governadores de las semejantes yslas e tierra
Yáñez descrita em seu livro (escrito em 1501). Esse relato mescla as
nuevamente descubiertas.[13] andanças de Pinzón e Juan Díaz de Solís pelo golfo do México com
uma volta às terras encontradas em 1500, em um périplo
No entanto, Pinzón não pode ou não quis realizar nenhuma outra
aparentemente absurdo e sem sentido. Como os pontos dessa suposta
viagem para aquelas terras. Geralmente se acredita que não a tenha
segunda viagem à costa norte brasileira são os mesmos da primeira
feito impedido pela falta de recursos. No entanto, como seguramente
viagem e por não haver documentos que a comprovem (por exemplo o
Pinzón tinha acesso a crédito, ainda que a altos juros, possivelmente o
depoimento de Pinzón 1513 para as Probazas del Fiscal), ela obteve
fato de aquelas terras estarem seguramente dentro das possessões
pouco crédito. Apesar da fragilidade da teoria de Juan Manzano, como
portuguesas de acordo com o Tratado de Tordesilhas, tenha também
o relato de Anghieri é a melhor fonte que se dispõe, as andanças de
inibido o empreendimento. Portanto, a concessão foi anulada:
Pinzón entre 1502 e 1504 continuam mal esclarecidas.

Yten, que si vos el dicho Bicente Yáñes Pincón quisierdes yr dentro de


Viagem à América Central
vn año, que se cuente del dia de la fecha desta capitulaçión e asiento,
con algund navío o navíos a las dichas yslas e tierras e nos a rescatar Pinzón esteve comprovadamente no Novo Mundo depois da viagem
e traer qualquier cosa de ynterese e prouecho, que por el mismo viaje em que descobrira o Brasil, provavelmente para cumprir com suas
que fuerdes, sacando primeramente para vos las costas que ovierdes obrigações como Capitão General e Governador de Porto Rico, a ilha
fecho en los fletes e armasón del dicho primero viaje, que del ynterese descoberta por seu irmão Martín Alonso Pinzón durante a primeira
que remaneciere ayamos e llevemos Nos la quinta parte e vos el dicho viagem de 1492. No entanto, desde a primavera de 1505 ele se
Bicente Yáñes las quatro quintas partes, con tanto que no podays traer encontra novamente na Espanha, na Junta de Navegantes de Toro, em
esclavos ni esclavas algunas ni vayáys a las yslas ni tierra firme que que, por um acordo feito em 24 de abril, foi nomeado capitão e
hasta oy son descubiertas o se han de descobrir por nuestro mandado corregedor da ilha de San Juan(Porto Rico). Também participou como
e con nuestra licencia, ni a las yslas e tierra firme del Serenísimo Rey consultor convocado pela Coroa na Junta de Navegantes de Burgos de
de Portogal y Príncipe, nuestro muy caro e muy amado fijo, nin 1508, para retomar a busca de uma passagem para as ilhas das
podades dellas traer ynterese ni provecho alguno, síno mantenimiento especiarias.
para la gente que llevardes, por vuestros dineros; e pasando el dicho
año no podades gosar ni gozedes de lo contenido en este dicho A sua última viagem foi feita nesse mesmo ano de 1508 juntamente
capítulo.[13] com Solís, na qual visitaram Darién, Veragua e Paria, atualmente
parte da Venezuela, Colombia, Panamá, Costa Rica, Nicaragua,
Teorias acerca do descobrimento do Brasil por Honduras e Guatemala. Ao não encontrarem a passagem, circundam a
Pinzón península de Yucatán e adentram o golfo do México, até os 23,5º de
latitude Norte, protagonizando um dos primeiros contatos com a
O local avistado por Vicente Yáñez Pinzón é contestado por algumas civilização azteca.
teorias. O primeiro historiador brasileiro a questionar o desembarque
do navegador espanhol no Cabo de Santo Agostinho foi o Visconde de Foi ao regresso dessa última viagem que Vicente Yáñez se casa pela
Porto Seguro, Francisco Adolfo de Varnhagen, em meados do século segunda vez e se estabelece em Triana, (Sevilha), testificando com
XIX.[14] Embora Varnhagen reconhecesse que Pinzón esteve no Brasil sua tradicional moderação em 1513 nos Pleitos colombinos (contra
antes de Cabral, no seu pensamento o Cabo de Santa María de la Cristóvão Colombo). Em 1514 é ordenado acompanhar Pedrarias
Consolación seria a Ponta do Mucuripe, na cidade de Fortaleza. A tese Dávila para Darién, mas Pinzón se encontrava doente e pede que seja
foi aceita por nomes como Capistrano de Abreu, mas contestada por liberado escusado. Era 14 de março de 1514 e este é o último
muitos historiadores.[15] documento que o menciona. De acordo com seu amigo, o cronista
Gonzalo Fernández de Oviedo, Vicente Yáñez Pinzón morreu nesse
Para os portugueses, como Duarte Leite, os espanhóis teriam mesmo ano, provavelmente no final de setembro, com a mesma
desembarcado ao norte do Cabo Orange, na atual Guiana Francesa. discrição com que viveu, sem que se saiba o local exato em que foi
Mas para seus rivais castelhanos — que sustentaram a versão enterrado, provavelmente no cemitério de Triana.
tradicional se baseando no depoimento do próprio Pinzón —, o
desembarque se deu no Cabo de Santo Agostinho, 86 dias antes da Legado
chegada de Pedro Álvares Cabral a Porto Seguro. Uma polêmica
O seu nome batizou primitivamente o Rio Oiapoque (durante séculos
judicial se seguiu à viagem de Pinzón, chamada Probanzas del Fiscal
denominado como Rio de Vicente Pinzón, cujo curso demarca o limite
— um pleito movido por Diogo Colombo, filho de Cristóvão Colombo,
setentrional do litoral brasileiro. Entre 1895 e 1900, pairando a dúvida
contra a Coroa de Castela para assegurar os direitos do pai. Todos os
sobre qual seria exatamente esse Rio de Vicente Pinzón (se o
navegadores que participaram da primeira viagem de Colombo foram
Oiapoque ou o rio Araguari), registrou-se a Questão do Contestado
Franco-Brasileiro (Questão do Amapá), arbitrada pelo Conselho
Federal Suíço em favor do Brasil.
Ver também 12. ↑ PASCUAL, Emilio S. Exploradores y viajeros por España:
1492, Vicente Yáñez Pinzón Arquivado em 12 de fevereiro de
Descobrimento do Brasil 2008, no Wayback Machine., Biblioteca Virtual Miguel de
Cervantes.
Cabo de Santo Agostinho (acidente geográfico)

Descobrimento da América 13. ↑ ab IZQUIERDO LABRADO, Julio, El descubrimiento del


Brasil por Vicente Yáñez Pinzón: el Cabo de Santo
Descobrimentos espanhóis Agostinho, em Huelva en su Historia X, Universidad de
Huelva, 2005.
Martín Alonso Pinzón
14. ↑ Francisco Adolfo de Varnhagen (1858). «Examen de
Cristóvão Colombo
quelques points de l’histoire geographique du bresil
Diego de Lepe comprenant des eclaircissements nouveaux sur le seconde
voyage tentrionales du bresil par hojida et par pinzon, sur
Referências l’ouvrage de navarrete, sur la veritable ligne de demarcation
de tordesillas, sur l’oyapoc ou vincent pinzon, sur le veritable
1. ↑ abc Henri Beuchat. «Manual de arqueología americana» (em
point de vue ou doit se placer tout historien du bresil, etc, ou,
espanhol). p. 77. Consultado em 23 de abril de 2019
analyse critique du rapport de m. d’avezac sur la recente
histoire generale du bresil». Biblioteca Digital do Senado
2. ↑ ab «Martín Alonso Pinzón and Vicente Yáñez Pinzón» (em
Federal (BDSF). Consultado em 24 de abril de 2019
inglês). Encyclopædia Britannica. Consultado em 3 de
fevereiro de 2020 15. ↑ «Cronologia de Fortaleza». Arquivo Nirez. Consultado em
24 de abril de 2019. Arquivado do original em 21 de agosto de
3. ↑ «Pinzón ou Cabral: quem chegou primeiro ao Brasil?». G1.
2018
Consultado em 2 de novembro de 2017

Controle de autoridade
4. ↑ «Capitulación otorgada a Vicente Yáñez Pinzón» (em
espanhol). El Historiador. Consultado em 23 de abril de 2019
: Q312765

5. ↑ abc Antonio de Herrera y Tordesillas. «Historia general de WorldCat


los hechos de los Castellanos en las islas y tierra firme de el
Mar Oceano, Volume 2». p. 348. Consultado em 22 de abril de VIAF: 50771518
2019
CERL: cnp00545238
6. ↑ ab GIL, Juan (septiembre-diciembre 1987). Sobre la Vida
DBE: vicente-yanez-pinzon
Familiar de Vicente Yáñez Pinzón. Revista de Indias XLVII
(181): pp. 645–754. EBID: ID

7. ↑ Bueno, 2006: pp. 13–14. As aspas são trechos da narrativa FAST: 1841592
de Pietro Martir de Anghiera, conforme aparecem citadas por
GEC: 0051099
Duarte Leite, no artigo “Os Falsos Precursores de Cabral”,
incluído na coletânea História da Colonização Portuguesa do GND: 119024675
Brasil, consultada por Bueno.
Find a Grave: 87750963
8. ↑ «Neste dia, em 1500, o Brasil era descoberto… por
espanhóis». Aventuras na História. Consultado em 14 de abril ISNI: ID
de 2019
LCCN: n88077144
9. ↑ «Uma história do litoral pernambucano e o porto dos
NTA: 075063050
caminhos sinuosos» (PDF). Unicap. Consultado em 14 de abril
de 2019 Obtida de “https://pt.wikipedia.org/w/index.php?
title=Vicente_Yáñez_Pinzón&oldid=58654636″
10. ↑ DAVIES, Arthur (1976). «The Date of Juan de la Cosa’s
World Map and Its Implications for American Discovery». The
https://pt.wikipedia.org/wiki/Vicente_Y%C3%A1%C3%B1ez_Pinz%C3%
Geographical Journal. 142 (1). págs. 111–116
B3n
11. ↑ BUENO, Eduardo. Náufragos, Traficantes e Degredados.
Rio de Janeiro: Objetiva, 2006. Nota de fim número 1, pg. 150.
Informações bibliográficas sobre a obra de Anghiera também
disponíveis em [1].

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