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O Que Eu e Você Podemos Fazer

Uma das perguntas que mais ouço é esta: o que eu posso fazer?

As pessoas geralmente esperam que eu fale sobre mudanças no estilo de vida, reciclagem de jornais ou substituição de
lâmpadas. Essas mudanças são essenciais, porém não chegam nem perto das necessidades. Precisamos mesmo é de uma
reestruturação global da economia. E depressa. Isso significa nos tornarmos politicamente ativos e trabalharmos para que as
mudanças aconteçam. Salvar a civilização não é um esporte para torcedores. Informe-se, leia a respeito dos problemas. Se
quiser saber o que aconteceu às antigas civilizações que enfrentaram grandes problemas ambientais, leia Colapso, escrito por
Jared Diamond, ou Uma Curta História do Progresso, de Ronald Wright, ou ainda O Colapso de Sociedades Complexas, de Joseph
Tainter. Se você achou este livro útil para ajudá-lo a pensar sobre o que fazer, circule-o. Ele poderá ser baixado da internet
gratuitamente pelo website do Instituto: earthpolicy.org.
Escolha um assunto de interesse para você, tal como reestruturação tributária, proibição de lâmpadas ineficientes, desativação
de termoelétricas a carvão, ou a luta por sistemas viários adequados para pedestres e ciclistas em sua comunidade. Ou ainda
una-se a um grupo que esteja trabalhando para a estabilização da população mundial. O que poderá ser mais excitante e
gratificante do que se envolver pessoalmente no esforço de salvar a civilização? Você pode preferir prosseguir por conta própria,
mas poderá também organizar um grupo de pessoas com identidade de pensamento. Você poderá começar a conversar com as
pessoas para escolher um tema ou temas que orientem seus trabalhos. Comunique-se com os políticos em quem você votou, na
câmara municipal ou nas assembleias legislativas. Ao lado dos temas que tenha selecionado como objetivo, existem dois de
extrema importância: a reestruturação tributária e as prioridades fiscais. Escreva ou mande e-mails para seus representantes
acerca da necessidade de reestruturar os tributos, reduzindo-os sobre a renda e aumentando os impostos ambientais.
Relembre-o de que deixar impostos fora dos livros poderá parecer próspero no curto prazo, mas conduzirá ao colapso ao longo
do tempo.

Diga ao seu representante político que um mundo que gasta mais de US$ 1 trilhão por ano está simplesmente fora de
sincronismo com a realidade ao não responder às ameaças mais sérias ao nosso futuro. Pergunte a ele se US$ 187 bilhões por
ano – o orçamento do Plano B – não será um gasto razoável para salvar a civilização. Pergunte-lhe se o desvio de um oitavo dos
orçamentos militares para salvar a civilização seria demasiado caro. Relembre seu representante de como os Estados Unidos se
mobilizaram durante a Segunda Guerra Mundial. E acima de tudo, nunca subestime o que você pode fazer. A antropológa
Margaret Mead disse uma vez: “nunca duvide de que um pequeno grupo de cidadãos preocupados pode mudar o mundo. Em
realidade, é isso que tem sempre acontecido.”
Adicionalmente, nunca se furte de alfinetar seu esforço político com a mudança de estilo de vida. Mas lembre-se de que seus
representantes suplementam suas ações políticas; não são seus substitutos. O planejador urbano Richard Register sempre conta
a história que ouviu de um ativista do ciclismo que usava uma camiseta onde se lia: “acabo de perder 1.600 quilos. Pergunte
como.” Quando indagado ele respondia que havia vendido seu carro. A substituição de um carro de 1.600 quilos por uma
bicicleta de 10 quilos obviamente reduz o consumo de energia, mas também o uso de materiais em 99%, economizando
indiretamente muito mais energia.
Mudanças na dieta também podem fazer diferença. Aprendemos que as diferenças nas marcas deixadas no clima por uma dieta
rica em carne vermelha, ou por uma dieta vegetariana, é similar àquelas entre dirigir um pesado veículo utilitário beberrão de
gasolina e um eficiente veículo híbrido gasolina/elétrico. As pessoas que têm uma dieta baseada em produtos animais ricos em
gordura podem fazer um favor a todos nós, e à civilização, baixando um pouco na escala da cadeia alimentar.
Além dessas mudanças indolores e saudáveis no estilo de vida, podemos também pensar em sacrifícios. Durante a Segunda
Guerra Mundial, a convocação militar pedia a milhões de jovens que se arriscassem ao supremo sacrifício. Mas não precisamos
sacrificar vidas, porque estamos batalhando para salvar a civilização. Estamos apenas sendo chamados para agir politicamente e
para mudar nossos hábitos. Nos primeiros períodos da Segunda Guerra Mundial o Presidente Roosevelt com frequência pediu
aos americanos que ajustassem seus estilos de vida. Quais itens podemos consumir menos como contribuição para salvar a
humanidade?

A escolha é nossa – sua e minha. Podemos continuar agindo como de costume e fazer parte de uma economia que continua a
destruir seus sistemas naturais de suporte, até que ela própria se destrua, ou adotamos o Plano B e nos tornamos a geração que
mudou os destinos, recolocando o mundo na trilha do progresso sustentável. A escolha será feita por nossa geração, mas
afetará a vida na Terra de todas as gerações futuras.

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