INTRODUÇÃO: Uma discussão sobre o poder de Deus (40:12-31).
Depois de um discurso introdutório (40.12-31), todas as profecias - com exceção de uma (42.10-17) - se alternam entre palavras negativas contra aqueles que se opõem à mensagem de Isaías e declarações positivas, reassegurando ao remanescente fiel de Israel a vinda da salvação do exílio. Dos versos do 12 ao 31 deste capítulo, estaremos vendo a discussão sobre o poder de Deus para salvar e restaurar a nação estando ela em cativeiro de uma nação maior e poderosa que ela. Alguns do exílio duvidavam que Deus seria capaz de salvar e Isaías discute essa ideia de que o Senhor carecia de poder para conquistar as nações e seus ídolos. Alguns mesmo achavam isso impossível de acontecer, mas Deus é que é o Senhor dos Exércitos e Soberano sobre as nações. O QUE É RENOVO?
QUEM TEM PODER PARA RENOVAR?
Começa-se nos versos de 12 a 14 uma série de perguntas retóricas (vs. 12-14,18,21,25-28). Elas funcionam como uma expressão enfática, como se estivesse dizendo "ninguém fez...". por exemplo, quem na concha de sua mão mediu as águas? Ninguém! Somente Deus seria capaz de fazer o que ninguém seria capaz de fazer. Deus é inescrutável e soberano sobre toda a sua criação e ele sabe de todas as coisas - ele é onisciente, Rm 11:34; I Co 2:16. O Rei-Criador é soberano sobre todos os poderes humanos (vs. 6,17) e elas, as nações, devem ser consideradas como nada diante dele. O Líbano que é uma região conhecida pelos seus cedros bastaria para queimar, nem os seus animais suficientes para um grande holocausto. As nações para ele são como nada, principalmente as rebeldes as quais são de tão pouca importância que não podem atrapalhar os propósitos de Deus. E como poderiam? Com quem seria Deus comparável? Desta forma, o Senhor é o Incomparável (vs. 18; cf. vs. 25; 46.5) e muito superior a qualquer ídolo ou qualquer poder ou nação ou império que se levante. Não adianta fabricar esses ídolos, fundir as suas imagens e cobri-los com o ouro mais fino. Continuam ídolos que nada podem ver, nem sentir, nem cheirar e pior, escravizam os que se metem a temê-los e adorá-los como se deuses fossem com poder e magnificência. Eles mesmo necessitam de peritos instruídos para fazerem eles de forma que não oscilem e caiam – vs. 19. A palavra de Deus chama a atenção deles para o fato de não estarem atentando, desde o princípio, para a grandeza de Deus em sua criação. Essa era uma acusação de descrença na revelação de Deus, uma espécie de rejeição deliberada de Deus, achando que nada pode fazer o Senhor. A glória e o poder de Deus são revelados na natureza (Rm 1.20) No entanto, o Senhor é rei sobre toda a criação (66.1) e é o que está assentado sobre a redondeza da terra. Pelo menos Isaías, mais de 700 anos antes de Cristo citou a terra e sua redondeza. Provavelmente, uma referência ao horizonte que circunda a experiência humana na terra, onde também os céus se estendem como um grande lençol, que se estende sobre a terra (42.5; 44.24; 51 13; SI 18.11; 19.4; 104.2). Quem são os príncipes e os juízes diante do Senhor? É ele quem os reduz a nada e torna nulo todos os juízos proferidos, ou seja, nada adianta líderes e juízes se o Senhor não abençoar a causa da justiça, Os seres humanos têm a responsabilidade de discernir a revelação de Deus na criação (Rm 1:18-32), por isso são indesculpáveis e os que rejeitam ao Senhor são lançados de diante dele por sua própria escolha maligna de seus corações corrompidos. No entanto, alguns, como os babilônios adoravam os deuses dos céus e dos planetas. Uma vez que o Senhor criou o cosmos, os poderes são incorretamente atribuídos aos deuses. O Senhor sustenta e conhece intimamente a sua criação; ele não pode ser superado pela sua própria criação, o que é um total absurdo. Jacó e Israel achavam que poderiam esconder-se do Senhor e ocultar dele as suas faces, mas em sua ira, Deus é que havia escondido a sua face deles (49.14; 54.8), no entanto, em seu favor, pela ação de sua graça soberana, ele seria poderoso para libertá-los. O Criador dos fins da terra – vs. 28 - não se cansa nem se fadiga, ele é o Criador-Rei, soberano sobre o tempo e o espaço (9:6; 40:22). Deus não "se cansa, nem se fatiga", ao contrário dos ídolos sem valor e daqueles que dependem deles (44:11-18). Todos aqueles também que não encontram mais alegria neste mundo e anseiam pela vinda do reino de Deus são fortalecidos no Senhor que os faz fortes e multiplicam o seu vigor Por isso que os que nele esperam serão renovados e revigorados. Do Senhor é a força e o vigor, e não dos seres humanos (vs. 26,29). As águias aos quais se comparam os que esperam nele, no Senhor, são o símbolo do vigor (Êx 19:4; Sl 103:5). Os verbos empregados aqui como "sobem", "correm" e "caminham" expressam que Deus, muito mais do que simplesmente libertar o seu povo dos opressores, daria a ele uma nova vida e alegria, em cumprimento à sua promessa de uma grande restauração para o seu povo por meio de Cristo. Vale a pena continuarmos firmes e fortes esperando o dia de nossa redenção e glorificação! Quem espera no Senhor, como já falamos, tem suas forças renovadas pelo Senhor, por meio da fé nele depositadas que funciona como um poderoso elixir da juventude que renova, dá forças e poder sobre todo cansaço e dor e frustração da vida. Por isso que sobem, que correm e que caminham sem se cansarem, nem se fatigarem.