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PROCEDIMENTO OPERACIONAL PADRÃO

Hospital de Clínicas Municipal

Comitê de Crise HC.POP.ENF.0190


Cuidados pós óbito de pacientes com infecção suspeita Data Criação: 09/04/2020 Rev.: 000
ou confirmada por Coronavírus (SARS-COV-2) Próxima Rev.: 09/04/2022 Página: 1 de 6

1. OBJETIVO
Padronizar o procedimento de manuseio do corpo pós óbito de pacientes com infecção suspeita ou confirmada por
Coronavírus (SARS-COV-2).

2. ABRANGÊNCIA
Unidade de Internação, Unidade de Terapia Intensiva, Unidade de Decisão Clínica e Centro Cirúrgico.

3. DESCRIÇÃO
3.1. INFORMAÇÕES GERAIS

Os princípios das precauções padrão de controle de infecção e precauções baseadas na transmissão devem
continuar sendo aplicados no manuseio do corpo. Isso ocorre devido ao risco contínuo de transmissão infecciosa
por contato, embora o risco seja geralmente menor do que para pacientes ainda vivos.

A principal forma de contagio do SARS-CoV-2 é através de secreções respiratórias (gotículas ou aerossóis). Relatos
recentes demostraram a sua presença também em urina e fezes, mas a importância deste achado na cadeia de
transmissão ainda não é clara.

Até o momento não temos evidência robusta da possibilidade de transmissão do vírus por meio de contato direto
com cadáveres contaminados, embora, este fato tenha sido observado em outros vírus de transmissão respiratória.

As recomendações contidas neste documento foram desenvolvidas em resposta à atual situação epidemiológica e
com o conhecimento disponível até o momento, com base em pareceres do Ministério da Saúde e órgãos
internacionais que estão em estágios mais avançados da Pandemia, podendo ser revistas diante de mudanças de
contexto ou novas evidências sobre o comportamento do SARS-CoV-2.

3.2. INFORMAÇÕES AOS FAMILIARES

• Os familiares receberão a informação do óbito do paciente pelo setor de origem, solicitando a presença do
responsável no hospital com documentos originais, limitando o reconhecimento do corpo a um único
familiar/responsável presencialmente.
• O oficial ligará para os familiares solicitando a presença no hospital e fará a anotação no sistema MV (atalho
MV-PEP_CLOUD), colocar o Login e Senha e escolher a empresa. Na tela iniciar, localizar o paciente, entrar no
ícone EVOLUÇÂO ADMINISTRATIVA e clicar no ícone nova evolução. O oficial deverá descrever o número de
telefone que foi realizado o contato, nome do familiar, grau de parentesco e data e hora que foi transmitido a
informação, salvando ao final do registro.
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o Caso não seja possível o contado com o familiar, registrar em prontuário as tentativas de contato com
número de telefone, data e hora. Após 3 tentativas sem sucesso (intervalo de 10 minutos para cada
tentativa), o profissional de saúde fará o registro por meio de fotografia do corpo para posterior
reconhecimento do familiar/ responsável, conforme descrito no item 3.2.1. RECONHECIMENTO POR
FOTOGRAFIA.
• O corpo será mantido no setor em até uma hora após o óbito.
o Caso seja ultrapassado tempo de uma hora do contato, o profissional de saúde fará o registro por meio
de fotografia do corpo para posterior reconhecimento do familiar/ responsável, conforme descrito no
item 3.2.1. RECONHECIMENTO POR FOTOGRAFIA.
• O familiar/responsável deverá fazer uso de máscara N95 ou PFF2, gorro e avental de tecido para adentrar ao
setor para reconhecimento do corpo. Não poderá haver contato do familiar diretamente com o corpo;
• O início do preparo do corpo deverá ser imediato pela equipe de enfermagem.

3.2.1 RECONHECIMENTO POR FOTOGRAFIA


 A solicitação da máquina fotográfica instantânea deverá ser feita ao Oficial Administrativo do setor que
fará a retirada na Recepção de Internação. Caso ausência do Oficial do setor, poderá ser acionado Oficial
Administrativo de outros setores;
 A máquina fotográfica deverá ser acondicionada em saco com fecho próprio (tipo ziplock), e o exterior
deve ser higienizado com desinfetante padronizado na Instituição, álcool a 70%, solução clorada [0.5%
a 1%], ou outro saneante desinfetante regularizado junto a Anvisa sempre que utilizado;
 A retirada da máquina fotográfica instantânea deverá ser realizada mediante controle de liberação;
 Deverá ser realizado uma única foto do corpo, compreendendo o rosto e identificação do paciente no
tamanho A4, fornecida pelo oficial do setor, e fixado na região torácica conforme representação abaixo:

Imagem 01

 Após fotografia, a equipe de deverá proceder com rotina descrita no item 3.3. PREPARAÇÃO DO
CORPO PÓS ÓBITO e encaminhar o corpo para o necrotério sem reconhecimento presencial;
 O reconhecimento por fotografia deverá ser feito por um único familiar/ responsável que deverá
preencher o TERMO DE RECONHECIMENTO DE ÓBITO POR FOTOGRAFIA (Anexo 1), este deverá ser
aplicado por um médico e assinado por duas testemunhas.
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3.3. PREPARAÇÃO DO CORPO PÓS ÓBITO

• Durante os cuidados com o cadáver, só devem estar presentes no quarto ou área, os profissionais estritamente
necessários (todos com EPI).
• A preparação do corpo deve ocorrer por dois profissionais de enfermagem;
• Durante todo o manuseio do cadáver, a porta do quarto deverá estar fechada e os profissionais devem usar:
gorro, óculos de proteção ou protetor facial, máscara N95 ou PFF2, avental impermeável (gramatura mínima
de 40);
• As vestes hospitalares, os tubos, drenos e cateteres devem ser removidos do corpo, tendo cuidado especial
com a remoção de cateteres intravenosos, outros dispositivos cortantes e do tubo endotraqueal.
• Descartar imediatamente os resíduos perfurocortantes em recipientes rígidos, à prova de perfuração e
vazamento, e com o símbolo de resíduo infectante.
• Demais itens descartar conforme as normas determinadas pela ANVISA;
o No caso de o cadáver ser portador de equipamentos de saúde que impeçam a cremação sem
manipulação do cadáver para remoção do equipamento implantado, a exemplo de marcapassos, o
plantão administrativo comunica a funerária de acordo com informação da equipe médica.
• Desinfetar e tapar/bloquear os orifícios de drenagem de feridas e punção de cateter com gaze e esparadrapo
ocluindo todos os orifícios (Não utilizar Micropore).
• Limpar as secreções nos orifícios orais e nasais com compressas.
• Tapar/bloquear orifícios naturais do cadáver (oral, nasal, retal) para evitar extravasamento de fluidos
corporais.
• A embalagem do corpo, deve seguir duas camadas dentro do próprio quarto onde ocorreu o óbito:
o 1ª: enrolar o corpo com lençol (sem chip);
o 2ª: colocar o corpo em saco impermeável/mortalha e lacrar com Abraçadeiras Plásticas (enforca-gato).
Desinfetar a superfície externa do saco utilizando desinfetante padronizado na Instituição, álcool a 70%,
solução clorada [0.5% a 1%], ou outro saneante desinfetante regularizado junto a Anvisa.
• É essencial descrever no prontuário dados acerca de todos os sinais externos e marcas de nascença/tatuagens,
órteses, próteses que possam identificar o corpo;
• Identificar adequadamente o cadáver utilizando etiqueta de identificação (6 vias) a serem alocadas:
o Aviso de óbito (Verde) – Região Torácica;
o Aviso de óbito (Rosa) – Via da Mortalha;
o Aviso de óbito (branco) – Via do Prontuário;
o Aviso de óbito (amarelo) – Via de registro do necrotério;
o 2 vias de etiquetas para entregar ao segurança;
• Identificar o saco externo de transporte com informação relativa ao risco biológico: COVID-19, agente
biológico classe de risco 3;
• Toda a equipe deverá proceder a desparamentação dos EPIs utilizados conforme técnica adequada seguida da
higienização das mãos, procedendo com os registros em prontuário.
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3.4. TRANSPORTE DO CORPO

• Acionar um colaborador do lado de fora do quarto para realizar o transporte até o morgue. O colaborador
responsável pelo transporte deverá colocar um avental descartável e luvas nitrílica para auxiliar na remoção
até o morgue;
o Recomenda-se usar a maca de transporte do corpo apenas para esse fim. Proceder com desinfecção com
desinfetante padronizado na Instituição, álcool a 70%, solução clorada (0.5% a 1%), ou outro saneante
desinfetante regularizado junto a Anvisa;
• Todas as pessoas envolvidas na transferência do cadáver da unidade onde o óbito ocorreu, deverão estar em
número suficiente para realizar esta ação minimizando assim os riscos durante todo o transporte ao morgue.
• Na chegada ao necrotério, alocar o corpo conforme Protocolo Institucional e sinalizado como COVID-19,
agente biológico classe de risco 3;
• Após remover os EPIs, proceder à higienização das mãos.

3.5. COMUNICAÇÃO AO SERVIÇO FUNERÁRIO

• O corpo deve ser acomodado em urna a ser lacrada antes da entrega aos familiares/ responsáveis;
• Após lacrada, a urna não deverá ser aberta;
• Os profissionais que atuam no transporte, guarda e alocação do corpo no caixão também devem adotar as
medidas de precaução, aqui expostas, até o fechamento do caixão;
• O serviço funerário/transporte deve ser informado de que se trata de vítima de COVID-19, agente biológico
classe de risco 3;
• Após remover os EPIs, proceder a higienização das mãos.

4. FLUXOGRAMA
Não se aplica.

5. REFERÊNCIAS
NOTA TÉCNICA GVIMS/GGTES/ANVISA Nº 04/2020: Orientações para serviços de saúde: medidas de prevenção e
controle que devem ser adotadas durante a assistência aos casos suspeitos ou confirmados de infecção pelo novo
coronavírus (SARS-cov-2). (Atualizada em 21/03/2020).
http://portal.anvisa.gov.br/documents/33852/271858/Nota+T%C3%A9cnica+n+04-2020+GVIMS-GGTES-
ANVISA/ab598660-3de4-4f14-8e6f-b9341c196b28

Resolução SS-28, de 25/02/2013, que aprova a Norma Técnica que disciplina os serviços de necrotério, serviço de
necropsia, serviço de somatoconservação de cadáveres, velório, cemitério e as atividades de exumação, cremação
e transladação, e dá outras providências. http://www.cvs.saude.sp.gov.br/up/E_R-SS-28-REP_250213%20(NT-
tanato.republica%C3%A7%C3%A3o).pdf
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Documento técnico: Procedimiento para el manejo de cadáveres de casos de COVID-19; Ministerio de Sanidad;
Versión del 13 de marzo de 2020, Sociedad Espanola de Anatomia Patologica.
https://www.mscbs.gob.es/profesionales/saludPublica/ccayes/alertasActual/nCov-
China/documentos/Manejo_cadaveres_COVID-19.pdf.

6. ANEXOS
Anexo 1: TERMO DE RECONHECIMENTO DE ÓBITO
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7. HISTÓRICO

VERSÃO EMISSÃO DESCRIÇÃO


000 09/04/2020 1ª versão - Emissão do documento

8. CONTROLE DE EMISSÃO

ELABORAÇÃO
Data Nome do responsável Setor
26/03/2020 Gabriel Henrique P de Paula NESP
REVISÃO
Data Nome do responsável Setor
26/03/2020 Jaqueline Caldeira David dos Santos SCIH
VERIFICAÇÃO
Data Nome do responsável Setor
09/04/2020 Andrea Michelan Amaral QUALI
APROVAÇÃO
Data Nome do responsável Setor
26/03/2020 Elaine Farias Marucci GIA
07/04/2020 Vanessa Damazio de Brito GTA
07/04/2020 Comitê de Crise

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