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Título: Quanta transformação

Após a tutoria em que os alunos estudaram sobre fecundação, houve muita curiosidade em entender como
uma única célula formará todo o corpo humano. Começa uma discussão no grupo da turma, quando Alex
envia uma figura:

Alex:

Carlos: Alex, eu vi que antes de haver a formação desses folhetos muita coisa acontece, o zigoto tem que se
“transformar” em blastocisto.

Érica: E em quanto tempo isso ocorre? E como é que a célula do zigoto vai se transformar?

Carlos: Não sei dizer. Tenho pouco conhecimento prévio! hehehe

Alex: Só sei que o processo de formação dos três folhetos, que tem nessa figura que eu mandei, é chamado
de gastrulação e que ocorre na 3ª semana.

Carlos: Alex, gastrulação é termo desonhecido para mim! Mas sei que na terceira semana ocorre a
neurulação

Tutora: Aguardando vocês no fórum para explicarem melhor todos esses questionamentos e colocarem as
fontes das informações!

Carlos: Hehe. Partiu fórumHora de voltar para tutoria e abrir o caso seguinte, mas Maria está ansiosa para
chegar em casa e ler sobre o assunto e decidir o melhor momento para engravidar.

 Desenvolvimento Embrionário 
1ª à 3ª semana
Objetivos: 1. Compreender a fecundação, diferenciando suas fases
2. Entender as etapas do desenvolvimento embrionário, situando-as temporalmente
nas fases da gestação.
alta concentração de LH aumenta a atividade da
colagenase no ovário, resultando na digestão das
Ciclo Ovariano fibras colágenas que cercam o folículo. Os níveis
◗ O FSH não é necessário para promover o de prostaglandina também aumentam em resposta
desenvolvimento dos folículos primordiais até o à onda de LH e causam contrações musculares
estágio de folículo primário, mas sem ele os locais na parede ovariana. Essas concentrações
folículos primários morrem e se tornam atrésicos. extruem o oócito, que, junto com suas células
◗ Assim, o FSH resgata de 15 a 20 dessas células a granulosas circunjacentes da região do cúmulo
partir de um reservatório de folículos primários oóforo, se solta (oocitação) e flutua para fora do
continuamente em formação. Sob condições ovário. Algumas das células do cúmulo oóforo se
normais, apenas um desses folículos alcança a rearranjam ao redor da zona pelúcida para formar a
maturidade plena e apenas um oócito é liberado; os coroa radiada.
outros degeneram e entram em atresia.
Por sua vez, a proliferação dessas células é
mediada pelo fator de diferenciação de
Corpo Lúteo
crescimento 9, um membro da família do fator ◗ Após a oocitação, as células granulosas que
transformador do crescimento (TGF-β). ◗ Em permanecem na parede do folículo roto junto com
cooperação, a teca interna e as células da camada as células da teca interna são vascularizadas pelos
granulosa produzem estrógenos: as células da teca vasos circunjacentes. Sob a influência do LH,
interna produzem androstenediona e testosterona, e essas células desenvolvem um pigmento
as células granulosas convertem esses hormônios amarelado e se tornam as células luteínicas, que
em estrona e em 17 β-estradiol. formam o corpo lúteo e secretam estrógenos e
progesterona. A progesterona, junto com alguns
◗ Na metade do ciclo, ocorre um pulso de LH, que:
estrógenos, faz com que a mucosa uterina entre no
 Eleva as concentrações do fator promotor
estágio progestacional ou secretor, preparando-se
da maturação, fazendo com que os oócitos
para a implantação do embrião.
completem a meiose I e iniciem a meiose
II Transporte do Oócito
 Estimula a produção de progesterona pelas ◗ Pouco após a oocitação, as fímbrias da tuba
células foliculares estromais (luteinização) uterina varrem a superfície do ovário e a própria
 Causa a ruptura folicular e a oocitação. tuba começa a contrair-se ritmicamente. Acredita-
se que o oócito, cercado por algumas células
granulosas, seja carregado para a tuba por esses
Oocitação movimentos de varredura das fímbrias e pelo
◗ Nos dias que precedem imediatamente a movimento dos cílios na superfície epitelial. Uma
oocitação (ovocitação ou, de modo errôneo,
ovulação), sob a influência do FSH e do LH, o
folículo antral cresce rapidamente até um diâmetro
de 25 mm, para se tornar um folículo maduro
(folículo de De Graaf). Concomitantemente com o
desenvolvimento final do folículo antral, ocorre
elevação abrupta do LH, que faz com que o oócito
primário complete a meiose I e o folículo entre no
estágio maduro pré-ovulatório. Aproximadamente
3 horas antes da oocitação, a meiose II se inicia,
mas o oócito fica parado na metáfase. Nesse
período, a superfície do ovário começa a
apresentar uma protusão localizada no ápice,
aparece um ponto avascularizado, o estigma. A
vez na tuba, as células do cúmulo retiram seus  Passagem do espermatozóide através da
processos citoplasmáticos da zona pelúcida e corona radiata do oócito. A dispersão das
perdem o contato com o oócito. células foliculares da corona radiata ocorre
Uma vez que o oócito esteja na tuba uterina, é principalmente em decorrência da ação da
propelido por contrações musculares peristálticas enzima hialuronidase, que é liberada a partir
[da tuba e por cílios na mucosa tubária; a taxa de do acrossoma do espermatozóide. As
transporte é regulada pelo perfil endócrino durante enzimas da mucosa da tuba também parecem
e após a oocitação. Em seres humanos, o oócito auxiliar a hialuronidase. Além disso, os
fertilizado – o óvulo – alcança o lúmen uterino em movimentos da cauda do espermatozóide
aproximadamente 3 a 4 dias. também são importantes durante a penetração
da corona radiata.
Corpo albicans  Penetração da zona pelúcida. A
Se a fertilização não ocorrer, o corpo lúteo alcança formação de um caminho para o
o máximo de desenvolvimento aproximadamente 9 espermatozóide, através da zona pelúcida,
dias após a oocitação. Ele pode ser facilmente é decorrente da ação de enzimas liberadas
reconhecido como uma projeção amarelada a partir do acrossoma. A enzima
na superfície do ovário. Subsequentemente, o proteolítica acrosina (assim como as
corpo lúteo encolhe por causa da degeneração das esterases e a neuraminidase) parece
células lúteas (luteólise) e forma uma massa de causar a lise da zona pelúcida, formando
tecido cicatricial fibrótico, o corpo albicans. assim um caminho para o espermatozóide
Simultaneamente, a produção de progesterona chegar até o oócito.
diminui, causando o sangramento menstrual. Se  Fusão das membranas plasmáticas
o oócito for fertilizado, a degeneração do corpo celulares do oócito e do espermatozóide.
lúteo é evitada pela gonadotrofina coriônica Uma vez que a fusão ocorre, o conteúdo
humana, um hormônio secretado pelo dos grânulos corticais é liberado para o
sinciciotrofoblasto do embrião em espaço perivitelíno, levando a mudanças
desenvolvimento. O corpo lúteo continua a crescer na zona pelúcida (BLOQUEIO LENTO).
e forma o corpo lúteo gravídico (corpus luteum Essa alteração evita que outros
graviditatis). Por volta do final do terceiro mês, espermatozóides entrem. A membrana
essa estrutura pode ter de um terço até metade do celular se rompe no local da fusão. A
tamanho total do ovário. As células lúteas cabeça e a cauda do espermatozóide
amareladas continuam a secretar progesterona até entram então no citoplasma do oócito, mas
o final do quarto mês; desse ponto em diante, elas a membrana plasmática e a mirocôndria do
regridem lentamente, conforme a secreção de espermatozóide ficam para trás.
progesterona pelo componente trofoblástico da  Término da segunda divisão meiótica do
placenta se torna adequada para a manutenção da oócito e formação do pronúcleo
gravidez. A remoção do corpo lúteo gravídico feminino. Quando o espermatozoide
antes do quarto mês em geral leva ao aborto. penetra o oócito, este é ativado e termina a
segunda divisão meiótica formando um
oócito maduro e um segundo corpo polar.
Fertilização Em seguida, os cromossomos maternos se
◗ O local habitual da fecundação é a ampola da descondensam e o núcleo do oócito
tuba uterina. maduro se torna o pronúcleo feminino.
◗ A fecundação é uma sequência complexa de  Formação do pronúcleo masculino.
eventos moleculares coordenados que se iniciam Dentro do citoplasma do oócito, o núcleo
com o contato entre um espermatozóide e um do espermatozoide aumenta para formar o
oócito. A fecundação termina com o pronúcleo masculino, e a cauda do
entrelaçamento dos cromossomos maternos e espermatozoide degenera.
paternos na metáfase da primeira divisão mitótica Morfologicamente, os pronúcleos
do zigoto masculino e feminino são indistinguíveis.
◗ Fases da FECUNDAÇÃO:
Durante o crescimento dos pronúcleos, ◗ Após o estágio de nove células, os blastômeros
eles replicam seu DNA-1 n (haploide), 2 c mudam sua forma e se agrupam firmemente uns
(duas cromátides). O oócito contendo os com os outros para formar uma bola compacta de
dois pronúcleos haploides é denominado células. Esse fenômeno, a compactação, é
oótide provavelmente mediado por glicoproteínas de
 Logo que os pronúcleos se fundem em adesão de superfície celular. A compactação
um único agregado diploide de possibilita uma maior interação célula-célula e é
cromossomos, a oótide se torna um um pré-requisito para a separação das células
zigoto. Os cromossomos no zigoto se internas que formam o embrioblasto (massa celular
organizam em um fuso de clivagem, em interna) do blastocisto. A via de sinalização hippo
preparação para as sucessivas divisões do desempenha um papel essencial na separação do
zigoto. embrioblasto do trofoblasto. Quando existem 12 a
32 blastômeros, o ser humano em
1ª Semana desenvolvimento é chamado de mórula. As
Clivagem células internas da mórula são circundadas pelas
células trofoblásticas. A mórula se forma
aproximadamente 3 dias após a fecundação e
chega ao útero

Formação do blastocisto
◗ Logo após a mórula ter alcançado o útero
(cerca de 4 dias após a fecundação), surge no
interior da mórula um espaço preenchido por
líquido, a cavidade blastocística. O líquido passa
da cavidade uterina através da zona pelúcida para
formar esse espaço. Conforme o líquido aumenta
na cavidade blastocística, ele separa os
blastômeros em duas partes:
• Uma delgada camada celular externa, o
trofoblasto (Grego trophe, nutrição), que formará
a parte embrionária da placenta
• Um grupo de blastômeros localizados
centralmente, o embrioblasto (massa celular
interna), que formará o embrião
◗ A zona pelúcida gradualmente se degenera e
desaparece, depois que o blastocisto flutuou pelas
◗ A clivagem consiste em divisões mitóticas secreções uterinas por aproximadamente 2 dias. A
repetidas do zigoto, resultando em um aumento degeneração da zona pelúcida permite o rápido
rápido do número de crescimento do blastocisto. Enquanto está
células (blastômeros). Essas células embrionárias flutuando no útero, o blastocisto obtém nutrição
tornam-se menores a cada divisão. A clivagem das secreções das glândulas uterinas.
ocorre conforme o zigoto passa pela tuba uterina ◗ Aproximadamente 6 dias após a fecundação
em direção ao útero. (dia 20 de um ciclo menstrual de 28 dias), o
◗ Durante a clivagem, o zigoto continua dentro da blastocisto adere ao
zona pelúcida. A divisão do zigoto em epitélio endometrial, normalmente adjacente ao
blastômeros se inicia aproximadamente 30 polo embrionário. Logo que o blastocisto adere
horas após a fecundação. As divisões ao epitélio endometrial, o trofoblasto se
subsequentes seguem-se uma após a outra, prolifera rapidamente e se diferencia em duas
formando, progressivamente, blastômeros camadas:
menores. • Uma camada interna, o citotrofoblasto.
• Uma camada externa, o sinciciotrofoblasto, que As estruturas extraembrionarias que se formam durante
consiste em uma massa protoplasmática a segunda semana incluem a cavidade amniótica, o
âmnio , a vesícula umbilical e o saco coriônico.
multinucleada na
◗ A implantação do blastocisto se completa
qual nenhum limite celular pode ser observado.
durante a segunda semana do desenvolvimento. A
medida que este processo acontece, ocorrem
mudanças que produzem um disco embrionário
bilaminar composto por duas camadas, o
epiblasto e o hipoblasto.
◗ As células sinciciotrofoblásticas desta região
deslocam as células endometriais na parte central
do local de implantação, as células endometriais
sofrem apoptose, o que facilita a implantação. As
enzimas proteolíticas produzidas pelo
sinciciotrofoblasto estão envolvidas neste
processo. As células do tecido conjuntivo ao
redor do local de implantação acumulam
glicogênio e lipídios.
◗ O sinciciotrofoblasto engloba as células da
decidua em degeneração, gerando uma rica fonte
de nutrição embrionária.
◗ O citotrofoblasto, uma camada de células
mononucleadas mitoticamente ativas, forma
novas células trofoblásticas que migram para a
massa crescente, do sinciciotrofoblasto, onde se
◗ Os processos digiti.formes do sinciciotrofoblasto fundem e perdem suas membranas celulares.
se estendem através do epitélio endometrial e ◗ O sinciciotrofoblasto produz um hormônio,
invadem o tecido conjuntivo endometrial. Ao final gonadotrofina coriônica humana (hCG), que
da primeira semana, o blastocisto esta entra no sangue materno pelas lacunas no
superficialmente implantado na camada sinciciotrofoblasto
compacta do endométrio e retira seus
nutrientes do tecido materno erodido. O
Formação da Cavidade Amniótica
sinciciotrofoblasto altamente invasivo se expande
◗ Logo
rapidamente próximo ao embrioblasto — o polo
◗Z
embrionário. O sinciciotrofoblasto produz enzimas
◗C
proteolíticas que erodem os tecidos maternos,
◗T
permitindo que o blastocisto se insira no
endométrio. ◗T
◗ Ao final, da primeira semana, uma camada de
células cuboides, chamada de hipoblasto, 3ª Semana
aparece na superfície do embrioblasto, com a face ◗N
voltada para a cavidade blastocístíca ◗O
◗ Uma proteína imunossupressora, o fator de ◗ 2. F
gestação inicial, é secretada pelas células
trofoblásticas e aparece no soro materno cerca
de 24 a 48 horas após a fecundação. O fator de
gestação inicial é a base do teste de gravidez
durante os primeiros 10 dias de
desenvolvimento.

2ª Semana

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