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1 Conclusão

O arranjo para violão é uma prática complexa e envolve muitos aspectos


pessoais do arranjador. Na busca por representar a melhor maneira de realizar
um arranjo ou transcrição de uma obra, o músico utiliza de diversas
ferramentas para esse feito. Foi possível perceber nesse trabalho que algumas
dessas ferramentas são comuns em diferentes arranjadores, e foram elas as
técnicas extraídas após a análise de arranjos selecionados.

Essas técnicas foram encontradas em fontes de diferentes arranjadores,


porém a maneira como cada um as empregou foi distinta. Essa variação é o
que molda cada arranjador, pois mesmo com o conhecimento dessas técnicas,
a maneira como cada um as utiliza é o que cria a identidade do arranjo.

Quando iniciei esse trabalho imaginei que com essa análise eu seria
capaz de produzir um arranjo nos moldes que eu quisesse, com semelhanças
ou diferenças em relação aos outros arranjadores. Fui sendo surpreendido
quando entendi que mesmo com as técnicas em mãos, as escolhas eram
tantas que não havia resposta correta.

O início do arranjo foi a parte mais difícil, pois me encontrava por


diversas vezes com muitas opções do que fazer e, por vezes, achei que não
seria possível terminar o arranjo a tempo. Fato é que ao longo dos meses,
mesmo após ter finalizado o arranjo e apresentado ele em banca, continuo
constantemente a encontrar pontos para mudar. Quando consulto novamente a
partitura original, é comum mudar de opinião sobre soluções decididas
anteriormente.

Creio que o processo de arranjo é interminável e será apenas terminado


provisoriamente, quando ocorrer alguma gravação ou publicação, pois
alterações vão sempre surgindo a medida que vamos aprendendo mais sobre
essa habilidade.

Inicialmente, havia me proposto também a entender as técnicas de


arranjo utilizadas pelo próprio Piazzolla quando executava suas obras em
diferentes momentos, porém por falta de registro escrito dessas diversas
execuções do compositor, acabei direcionando essa pesquisa apenas me
baseando nos arranjos para violão.

Percebo hoje que as técnicas encontradas me permitiram realizar o


arranjo, como havia me proposto inicialmente, porém vejo também que muitas
mais podem ser buscadas com análises de mais arranjadores como Leo
Brouwer, Roland Dyens, Jorge Morel, Eduardo Isaac, Eduardo Castañera entre
outros.

Essa poderá ser, inclusive, um futuro tema de pesquisa para um


doutorado, que por dispor de mais tempo, permita que o estudante analise
mais material, incluindo talvez gravações do próprio compositor para que seja
possível incrementar ainda mais essas técnicas, e quiçá, aplica-las na
continuação da Suite del Diablo, ainda inédita para violão solo.

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