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CAMPINAS
2017
RICARDO DE PAULA RANDI
ASSINATURA DO ORIENTADOR
______________________________________
CAMPINAS
2017
UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS
FACULDADE DE ENGENHARIA CIVIL, ARQUITETURA E
URBANISMO
George Harrison
AGRADECIMENTOS
Agradeço a toda minha família pelo apoio dado ao longo do período em que me
ausentei para a realização desta pesquisa.
Aos meus pais, Aramis e Fátima, pela ajuda nos momentos difíceis, pelos
conselhos e pelos incentivos dados ao longo da minha jornada.
Ao meu irmão Alexandre, sua esposa Dúnia e minha afilhada Isabella que, mesmo
à distância, acompanharam a realização deste trabalho.
À paciente Gabriela, que suportou todas as minhas ausências, incentivou este
trabalho e sempre me apoiou nas situações mais difíceis.
À minha segunda família, Ricardo, Eliana e Flávia, que sempre compreenderam
os objetivos e me incentivaram.
Aos professores Luiz Carlos de Almeida e Leandro Mouta Trautwein pela
amizade, compressão, dedicação na orientação e oportunidade concedida para a realização
deste trabalho.
A todos os outros professores e funcionários da Faculdade de Engenharia Civil,
Arquitetura e Urbanismo, em especial ao DES – Departamento de Estruturas, que de alguma
forma contribuíram para minha formação e possibilitaram esta realização.
Aos meus amigos de pós-graduação, futuros mestres e doutores, Carlos Benedetti,
Fábio Leitão, Ingrid Palomo, Marcos da Silva, Marília Marques, Murilo Marques, Oscar
Garcia, Rafael Sanabria, Rafaela Peixoto e Rangel Lage, que estiveram comigo ao longo desta
jornada, onde partilhamos bons momentos e ajudaram a vencer os momentos de dificuldade.
A CAPES pela concessão da bolsa de estudos e pelo suporte financeiro que
viabilizaram a realização desta pesquisa.
RESUMO
1. INTRODUÇÃO ............................................................................................................... 19
1.2. Justificativa............................................................................................................................................. 21
5.2. Análise comparativa entre modelos experimentais de referência versus modelos numéricos
equivalentes ......................................................................................................................................................... 90
5.2.1. Curvas carga versus deslocamento e cargas de ruptura ................................................................... 90
5.2.2. Deformações e tensões nas armaduras ............................................................................................ 93
5.2.3. Panoramas de fissuração e modos de ruptura .................................................................................. 98
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS.........................................................................133
ANEXO A.......................................................................................................................137
Influência do comprimento de ancoragem das armaduras do pilar em blocos sobre duas estacas 19
1. Introdução
Bloco flexível: “Para esse tipo de bloco deve ser realizada uma análise mais
completa, desde a distribuição dos esforços nas estacas, dos tirantes de tração, até a
necessidade da verificação da punção”.
Relativamente aos modelos de cálculo, a ABNT NBR6118/2014 descreve no item
22.7.3: “Para cálculo e dimensionamento dos blocos, são aceitos modelos tridimensionais
lineares ou não lineares e modelos biela-tirante tridimensionais” e ainda que “Na região de
contato entre o pilar e o bloco, os efeitos de fendilhamento devem ser considerados, conforme
requerido em 21.2, permitindo-se a adoção de um modelo de bielas e tirantes para a
determinação das armaduras”. Tradicionalmente no Brasil, os blocos rígidos são
dimensionados pelo método das bielas de Blévot & Frémy (1967), pelo método do CEB-FIP
(1970) ou pelos modelos tridimensionais de bielas e tirantes, enquanto que os blocos flexíveis
são dimensionados por métodos similares aos de vigas e lajes.
Segundo Fusco (1994), “os blocos de fundação devem ser peças suficientemente
rígidos para que sua deformabilidade não afete os esforços atuantes na superestrutura nem no
Influência do comprimento de ancoragem das armaduras do pilar em blocos sobre duas estacas 20
próprio terreno de fundação”. As cargas devem ser transferidas da base do pilar, localizado no
topo do bloco, até o topo das estacas, através de bielas comprimidas e inclinadas. A Figura 1
apresenta o funcionamento básico de um bloco sobre estacas, na qual, as cargas são
transferidas como descrito anteriormente e o equilíbrio no topo das estacas só é possível pela
armadura do tirante (armadura de tração), localizada na face inferior do bloco.
Figura 2 – Tensões atuantes nos planos horizontais dos blocos sobre estacas. Fusco (1994).
Influência do comprimento de ancoragem das armaduras do pilar em blocos sobre duas estacas 21
Afirma também que “essa seção de contato pode não ser capaz de resistir à força
normal Npilar atuante no pilar, sem o auxílio da armadura do próprio pilar”. A partir desta
afirmação nota-se que a resistência da seção de contato é influenciada pela taxa de armadura
do pilar. Outra constatação relevante é que as tensões no concreto diminuem rapidamente ao
longo do comprimento x, devido ao acréscimo de área, e que, a favor da segurança, as tensões
nas armaduras de ancoragem do pilar devem ser transferidas ao longo deste mesmo
comprimento, concluindo que esses esforços são perfeitamente transferidos em comprimentos
na ordem de 10 a 15 vezes o diâmetro das barras.
Esta constatação é essencial para a realização desta pesquisa, pois será analisada a
influência do comprimento de ancoragem das armaduras do pilar em blocos sobre duas
estacas. Adota-se o termo técnico ancoragem para designar o comprimento da barra de
armadura necessária para garantir o trabalho em conjunto do concreto e aço, sem que haja
escorregamentos relativos, e transferir os esforços entre esses materiais de forma adequada.
De acordo com a ABNT NBR6118/2014, “as barras das armaduras devem ser ancoradas de
forma que as forças a que estejam submetidas sejam integralmente transmitidas ao concreto”.
É fato que existe a necessidade de maiores comprovações em relação ao
comportamento das armaduras de ancoragem do pilar em blocos de concreto armado sobre
estacas. Por exemplo, não se considera a influência das bielas de compressão sobre essas
armaduras que transferem esforços dos pilares para os blocos de fundação.
Poucos são os estudos que evidenciam as alterações comportamentais nos blocos
com a variação dos comprimentos de ancoragem das barras. No entanto, nos últimos anos as
pesquisas vêm crescendo neste âmbito, podendo contribuir para maior conhecimento na área,
melhorias nos códigos normativos e nos métodos de dimensionamento.
1.2. Justificativa
1.3. Metodologia
1.4. Objetivos
nas armaduras, aos fluxos de tensões no concreto, aos panoramas de fissuração e aos modos
de ruptura.
IV – Analisar as alterações comportamentais dos modelos, após as modificações,
discutindo a influência dos comprimentos das armaduras de ancoragem dos pilares nos
blocos, principalmente nas cargas de ruptura, na distribuição de tensões nas armaduras de
ancoragem e nos panoramas de fissuração.
2. Revisão bibliográfica
Figura 3 - Plano de ruptura de blocos de duas estacas ensaiados por Blévot & Frémy (1967).
Figura 4 - Ruptura do concreto junto aos nós inferior e superior, respectivamente, dos blocos sobre duas estacas
ensaiados por Blévot & Frémy (1967).
Relativamente aos blocos sobre três, quatro, cinco e seis estacas, Blévot & Frémy
(1967) realizaram diversos ensaios, alterando principalmente a disposição das armaduras dos
tirantes. Somente com o intuito de demonstrar alguns modelos, a Figura 5 apresenta alguns
arranjos de armaduras utilizadas nos modelos de blocos sobre três e quatro estacas.
Figura 5 - Modelos ensaiados com diferentes distribuições de armaduras do tirante. (Blévot & Frémy (1967)).
Os casos (a) e (b) da figura são, respectivamente, blocos sobre três estacas com
armaduras do tirante distribuídas sobre o baricentro dos blocos e em forma de malha. Os
casos (c), (d) e (e) são blocos sobre quatro estacas com armaduras do tirante distribuídas,
respectivamente, sobre as cabeças das estacas (em X e paralelas aos lados do bloco), sobre as
cabeças das estacas (apenas em X) e em forma de malha. Após as análises os autores
concluem que os modelos com armaduras distribuídas sobre a região da cabeça das estacas
são mais eficientes que os modelos com armaduras distribuídas em malha, visto que o
equilíbrio dos nós é realizado nesta região.
Os resultados deste estudo são discutidos até os dias atuais e tornou-se uma
referência para outros pesquisadores e códigos normativos relacionados a blocos sobre
estacas. A principal contribuição é a elaboração da Teoria de Bielas e Tirantes que explica de
forma válida o fluxo de tensões nos blocos. Outra contribuição importante é a observação de
que parte das peças ensaiadas apresentou ruína causada pelo surgimento de fissuras paralelas
Influência do comprimento de ancoragem das armaduras do pilar em blocos sobre duas estacas 29
Mautoni (1972) realizou ensaios em vinte blocos sobre duas estacas, com a
finalidade de caracterizar a carga e os mecanismos de ruptura dos modelos. Para
dimensionamento dos modelos foi utilizada uma expressão que considera a taxa crítica de
armadura, deduzida pelo próprio autor. Os modelos ensaiados foram utilizados para analisar o
comportamento de blocos sobre duas estacas, no entanto, pelas características dos modelos,
podem também ser utilizados para analisar o comportamento de consolos curtos.
Durante o estudo, foram realizadas alterações nos tipos de armaduras utilizadas no
tirante, com os seguintes arranjos: laçada contínua na horizontal e armadura em “bigode”. A
armadura laçada contínua foi disposta em camadas, com extremidades semicirculares, já o
arranjo de armaduras em “bigode” era composta por barras retas com extremidades compostas
por dois trechos semicirculares e ganchos. A Figura 6 apresenta o arranjo da armadura em
“bigode” utilizada no ensaio de Mautoni (1972).
armaduras dos tirantes - causadas principalmente pela ação de flexão que ocorre nesta região.
Observou também o surgimento de fissuras inclinadas na direção das bielas de compressão,
corroborando para a compreensão do Método das Bielas e Tirantes. Notavelmente, as
primeiras fissuras surgiram com aproximadamente 40,0% da carga de ruptura dos modelos e
cessaram com aproximadamente 70,0%, sendo que após cessar, ocorreu apenas o aumento na
abertura das fissuras já existentes.
Os modos de ruptura seguiram o mesmo padrão em grande parte dos blocos sobre
duas estacas, sendo observada uma ruptura por esmagamento do concreto das bielas de
compressão, formando um plano de ruptura que se estende do nó inferior (região das estacas)
até o nó superior (região do pilar), assim como nos ensaios de Blévot & Frémy (196). A
Figura 7 apresenta o plano de ruptura, inclinado, no bloco, assim como a ruptura do concreto
na região do nó superior do bloco.
Figura 7 - Plano de ruptura em blocos sobre duas estacas, ensaiados por Mautoni (1972).
Figura 8 - Modelo de blocos ensaiados por Adebar, Kuchman & Collins (1990).
Observou-se que nos blocos com menor quantidade de armadura, ou seja, nos
Blocos A e B, as deformações medidas nas barras aumentaram de forma brusca após a
Influência do comprimento de ancoragem das armaduras do pilar em blocos sobre duas estacas 32
abertura da primeira fissura visível. Fissuras de flexão ocorreram em todos os blocos, sendo
elas formadas nas seções entre as estacas (ver Figura 9).
Figura 10 – Modelos de bielas e tirantes adaptado de Adebar, Kuchma & Collins (1990). (a) Modelo
simplificado, (b) Modelo elástico linear em elementos finitos e (c) Modelo refinado sugerido.
Hobbs & Stein (1957) realizaram ensaios experimentais em setenta blocos sobre
duas estacas, com escala reduzida em 1:3, realizando ainda uma solução analítica com base na
teoria da elasticidade bidimensional e na teoria das vigas. Este trabalho foi pioneiro, pois
levou em consideração uma distribuição diferente para as armaduras dos tirantes, nas quais,
foram utilizadas barras em formato curvo ao invés de utilizar as tradicionais barras retas com
ganchos. Os autores concluíram que a utilização de barras curvas aumenta a capacidade
portante dos blocos.
Clarke (1973) realizou ensaios experimentais em quinze blocos sobre quatro
estacas, com escala reduzida em 1:2, com a finalidade de estudar a influência de diferentes
distribuições de armaduras e também a influência da utilização de ganchos nas armaduras dos
Influência do comprimento de ancoragem das armaduras do pilar em blocos sobre duas estacas 35
tirantes. Concluiu que os blocos com armaduras distribuídas em malha se rompem com cargas
de ruptura 14,0% menores se comparados aos blocos com armaduras concentradas sobre a
cabeça das estacas. Observou ainda que para os blocos com armaduras concentradas a
ancoragem das barras dos tirantes sofre uma influência positiva do confinamento que as bielas
de compressão proporcionam as armaduras, dispensando assim a necessidade de ganchos
nessas armaduras, fato também constatado por Rausch et al. (1997).
Sabnis & Gogate (1984) realizam ensaios experimentais em nove blocos sobre
quatro estacas, com escala reduzida em 1:5, com a finalidade de estudar a influência da
variação da disposição das armaduras dos tirantes. Os autores concluíram que o código ACI
318 (1983) deveria ser revisado, visto que os procedimentos deste código não refletem um
comportamento correto para blocos sobre estacas, fato corroborado por Adebar, Kuchma &
Collins (1990). Assim como Blévot & Frémy (1967), Mautoni (1972) e Adebar, Kuchma &
Collins (1990), constataram que o modo de ruptura usual para os blocos é através da ruptura
frágil por fendilhamento do concreto.
Carvalho (1994) realizou ensaios experimentais em blocos sobre duas, três (em
linha e em triângulo) e quatro estacas com estacas de pequeno diâmetro e força centrada. O
autor observou que as cargas aplicadas se distribuíram de forma igual entre as estacas e que é
possível desconsiderar a reação do solo sobre os blocos. Neste trabalho os blocos ensaiados
não chegaram à ruptura, pois o solo colapsou precocemente.
Miguel (2000) realizou ensaios experimentais em blocos rígidos sobre três estacas
solicitados por carga centralizada. Assim como Blévot & Frémy (1967), Mautoni (1972),
Adebar, Kuchma & Collins (1990) e Sabnis & Gogate (1984) a autora também constatou que
o modo de ruptura usual para os blocos é através da ruptura frágil por fendilhamento do
concreto. Foi realizada uma investigação acerca das tensões nas zonas nodais que se formam
nos blocos, nodal superior (região do pilar) e nodal inferior (região das estacas), e sugeriu
valores limites para que não ocorra ruptura por fendilhamento do concreto nessas regiões,
baseadas na resistência à compressão do concreto.
Chan e Poh (2000) estudaram experimentalmente o comportamento de três blocos
sobre quatro estacas, sendo dois deles pré-moldados e um moldado in-loco. Os três blocos
foram ensaiados até a ruptura e os autores verificaram que o comportamento dos blocos pré-
moldados é semelhante ao bloco moldado in-loco. Ainda observaram que após o surgimento
das primeiras fissuras, a rigidez dos modelos diminui consideravelmente, visto que ocorre o
aumento das deformações.
Influência do comprimento de ancoragem das armaduras do pilar em blocos sobre duas estacas 36
Delalibera (2006) realizou ensaios em quatorze blocos sobre duas estacas, alguns
com armaduras do tirante retilíneas e alguns com ganchos, variando as seções transversais das
estacas e pilares, a altura dos blocos e a excentricidade da força verticalmente aplicada. Os
blocos apresentaram comportamentos semelhantes e romperam por ruptura do concreto na
região do nó superior, próximo ao pilar e, concomitantemente, em alguns modelos, também
houve ruptura do concreto na região do nó inferior, na região da estaca. As primeiras fissuras
surgiram na face inferior do bloco, junto à estaca, e progrediram até a face superior do bloco,
junto ao pilar, essas fissuras evoluíram até formar o plano de ruptura característico dos
modelos. Constatou que nos modelos onde surgiram tensões de tração perpendiculares às
bielas de compressão, a carga de ruptura foi menor, verificando a influência negativa do
fendilhamento no concreto. Os resultados indicam que a ausência de ganchos nas armaduras
dos tirantes não influenciou no comportamento dos blocos, visto que as deformações nas
barras são praticamente nulas nas seções das cabeças das estacas mais próximas da
extremidade do bloco. Os modelos com excentricidade nas cargas apresentam capacidade
portante menor, pois ocorre concentração de tensões em um lado do bloco, alterando o
equilíbrio dos modelos.
Munhoz (2014) realizou ensaios experimentais em doze modelos com escala
reduzida em 1:2. O objetivo do trabalho era de analisar o comportamento de blocos, alterando
a geometria e a taxa de armadura dos pilares. Foram realizadas comparações nos
comportamentos dos blocos, relativos à carga de ruptura, ao fluxo de tensões no bloco, aos
panoramas de fissuração e as distribuições de deformações e tensões nas armaduras. Esses
resultados serão discutidos no Capítulo 3, visto que os resultados provenientes dos modelos
experimentais de Munhoz (2014) foram utilizados nos modelos numéricos do trabalho
vigente.
Sam & Iyer (1995) estudaram, através de análise numérica não linear e
tridimensional, três blocos de concreto armado sobre quatro estacas. Os modelos numéricos
não levaram em consideração a fluência do concreto nem o escorregamento relativo entre
concreto e aço, ou seja, foi considerada aderência perfeita entre materiais. Os fenômenos
inelásticos da fissuração, comportamento multiaxial, amolecimento e alterações no coeficiente
de Poisson do concreto foram considerados, assim como o escoamento das armaduras.
Os modelos analisados possuíam geometrias, taxas de armaduras e propriedades
dos materiais iguais, mas com distribuições diferentes para as armaduras dos tirantes. Os
resultados de interesse dos autores (carga versus deslocamento, deformações nas armaduras,
panorama de fissuração e carga de ruptura), obtidos através da análise numérica, foram
comparados com modelos experimentais, com o intuito de verificar a proximidade dos
comportamentos.
A Figura 11 apresenta os modelos analisados por Sam & Iyer (1995), os blocos
analisados eram compostos por um elemento retangular, considerando apenas a altura útil de
cálculo, simulando o bloco. Os pilares e as estacas foram adotados com seção quadrada e
simulados como cargas e reações alocadas nas suas localizações, a distância entre eixo das
estacas foi adotada como três vezes o lado da estaca.
Figura 11 – Modelos de blocos sobre quatro estacas, adaptado de Sam & Iyer (1995).
Influência do comprimento de ancoragem das armaduras do pilar em blocos sobre duas estacas 38
estacas, formando um tronco de cone, enquanto que no caso (c), essa perda de rigidez ocorre
pela intensa fissuração nas regiões inferiores das laterais dos blocos, pela ausência de
armaduras.
Ao realizar comparações nos resultados, Sam & Iyer (1995), concluíram que os
modelos numéricos dos casos (a), (b) e (c) possuem cargas de rupturas 87,0%, 89,0% e 88,0%
menores, se comparados aos seus respectivos modelos experimentais. A partir das curvas
carga versus deslocamento dos três modelos, verificou-se que o modelo com armadura em
malha é o mais rígido, seguido pelo modelo com armadura em X, segundo os autores, esse
fato ocorreu pela ausência de armadura na porção central do bloco. No entanto, estes
resultados divergem dos resultados de Blévot & Frémy (1967) e Clarke (1973). Os três
modelos se romperam por punção do concreto próximo ao pilar ou próximo às estacas.
Sam & Iyer (1995) ainda observaram que para pequenos carregamentos, as
tensões no ponto central das armaduras dos tirantes são maiores que nas regiões próximas às
estacas (próximas de zero), sendo este comportamento similar ao de vigas e, para grandes
carregamentos, as tensões passam a se igualar nestes dois pontos, ou seja, nos estágios finais
de carregamento o bloco resiste às cargas pela ação das bielas, independente da distribuição
de armaduras. Ainda segundo os autores, as análises não lineares tridimensionais, baseada no
método dos elementos finitos, utilizadas no trabalho foi capaz de estimar com boa precisão a
carga de ruptura e o comportamento dos modelos.
respectivamente, 40,0 cm, 60,0 cm e 70,0 cm, enquanto que para os blocos sobre uma e cinco
estacas a altura era variável, com a finalidade de observar as alterações no comportamento dos
modelos.
Munhoz (2004) realizou a análise numérica com auxílio do programa
computacional ANSYS®, baseado no Método dos Elementos Finitos. As propriedades dos
materiais foram determinadas de acordo com a ABNT NBR6118/2003. Os blocos, as estacas
e os pilares foram modelados com o elemento SOLID 65, disponível na biblioteca do
programa, e a malha dos elementos finitos possuíam espaçamentos de 5,0 cm, 10,0 cm e 14,0
cm, dependendo do modelo analisado. Os modelos podem ser visualizados na Figura 12, onde
verifica-se que os blocos sobre uma, duas, quatro e cinco estacas foram simulados levando em
consideração a simetria dos modelos.
método CEB (1970), por não ser baseado no Modelo de Bielas e Tirantes, não fornece o valor
da resultante nos tirantes e, por isso, a armadura foi dimensionada a partir da teoria da flexão
em vigas.
Munhoz (2004) ainda verificou as tensões de compressão, nas regiões nodais
superiores (região dos pilares) e inferior (regiões das estacas), a partir do método de Blévot &
Frémy (1967). Os resultados indicaram que as prescrições são seguras, visto que em nenhum
caso a tensão limite foi atingida, ou seja, as bielas não estão próximas de atingir a ruptura.
Para a segunda etapa das análises dos resultados, relativa aos resultados
numéricos, Munhoz (2004) analisou os campos de tensões máximos e mínimos nas direções
principais, com a finalidade de compreender os mecanismos de funcionamento dos modelos
de bielas e tirantes. A partir do fluxo das tensões mínimas é possível verificar a formação das
bielas de compressão e o fluxo de tensões máximas permite verificar as regiões tracionadas
que se formam nas regiões das armaduras dos tirantes.
Os blocos sobre uma estaca apresentaram diferenças significativas, nos modelos
com diâmetro da estaca alterado, em 30,0 cm e 40,0 cm. Munhoz (2004) observou que as
tensões de compressão são praticamente as mesmas, no entanto, quanto maior o diâmetro da
estaca, maior a resultante de tração na região das armaduras dos tirantes. A diferença reside na
comparação com os modelos analíticos, onde, o modelo com estaca de 40,0 cm apresentou
50,0% a mais de armadura calculada, enquanto que no modelo numérico, a diferença foi de
apenas 8,0%, mostrando que os modelos analíticos podem ser conservadores.
Relativamente aos blocos sobre uma estaca com diferentes pilares, sendo um
modelo com seção quadrada e um modelo com seção retangular, verificou-se que as
distribuições de tensões são distintas. Munhoz (2004) verificou que o modelo com pilar de
seção retangular possui distribuição em forma de cone para as tensões de compressão,
enquanto que no modelo de pilar de seção quadrada, a distribuição foi igual ao longo da altura
do bloco. Ainda observou que as tensões de tração são maiores no modelo de bloco com seção
retangular.
Para os blocos sobre duas estacas, com diferentes diâmetros das estacas, em 30,0
cm, 35,0 cm e 40,0 cm, Munhoz (2004) observou que a formação das bielas de compressão
ocorre de forma diferente nos modelos, como pode ser verificado na Figura 13.
Influência do comprimento de ancoragem das armaduras do pilar em blocos sobre duas estacas 42
Figura 13 - Formação das bielas em blocos de duas estacas, simulados por Munhoz (2004).
O modelo sugerido por Blévot & Frémy (1967) sugere que as bielas de
compressão se formam a partir da região de projeção abaixo dos pilares, no entanto, pela
Figura 13 é possível verificar que as bielas se formaram em seções além do pilar. Munhoz
(2004) ainda observou que as tensões de compressão nas bielas de compressão diminuem
quanto maior for o diâmetro da estaca, fato também constatado para as tensões de tração.
Para os blocos sobre duas estacas com alteração na seção dos pilares, Munhoz
(2004) observou que os modelos de bloco com pilares retangulares apresentam tensões de
tração menores que os pilares com seção quadrada. Esta observação é importante, pois muitos
métodos de dimensionado adotam seções quadradas equivalentes para o dimensionamento de
blocos com pilares retangulares.
Os blocos sobre três estacas apresentaram resultados próximos aos blocos sobre
duas estacas. No entanto, Munhoz (2004) observou que as regiões onde se formam as bielas
de compressão são mais próximas ao modelo sugerido por Blévot & Frémy (1967). As
tensões de compressão diminuem quanto maior for o diâmetro das estacas e as tensões de
tração também diminuem, mas sofrem menos influências com a variação do diâmetro das
estacas. Os blocos sobre três estacas com variação nos pilares apresentaram grande variação
na distribuição de tensões de compressão.
Os blocos sobre quatro estacas apresentaram divergências no fluxo de tensões de
compressão e tração. Munhoz (2004) constatou, assim como nos blocos sobre duas estacas,
que a formação das bielas de compressão tem início em seções além dos pilares, sendo
diferente ao sugerido por Blévot & Frémy (1967). As tensões de compressão diminuem
quando se aumenta o diâmetro das estacas e as tensões de tração apresentaram
comportamento semelhante, mas se comparados aos blocos sobre duas estacas, sofrem pouca
influência. Os resultados relativos aos modelos com pilares de seções diferentes também
apresentaram comportamentos próximos aos dos blocos de duas estacas, ou seja, as tensões
Influência do comprimento de ancoragem das armaduras do pilar em blocos sobre duas estacas 43
diminuíram nos modelos com pilares alongados. A Figura 14 apresenta o fluxo de tensões
para os modelos de blocos sobre quatro estacas com variação no diâmetro das estacas.
Figura 14 - Formação das bielas em blocos de quatro estacas, simulados por Munhoz (2004).
Figura 15 - Fluxo de tensões de compressão em blocos de duas estacas, com diferentes seções de pilares,
simulados por Munhoz (2004).
A partir dos fluxos de tensões nos blocos, Munhoz (2004) propôs um modelo de
bielas e tirantes. Na Figura 16, caso (a), é possível verificar os caminhos das resultantes das
tensões no interior do bloco, desenhado sobre o fluxo de tensões completo do modelo. A
Figura 16, caso (b) verifica-se o modelo completo proposto por Munhoz (2004), composto
por bielas comprimidas (linhas tracejadas) e tirantes tracionados (linha contínua). A autora
ainda ressalta que para o modelo, é necessária a verificação das regiões nodais, conforme o
Influência do comprimento de ancoragem das armaduras do pilar em blocos sobre duas estacas 44
CEB-FIP (1990). Nota-se que o modelo proposto é semelhante ao modelo proposto por
Adebar, Kuchma & Collins (1990) na Figura 10.
Figura 16 – Modelo refinado de bielas e tirantes de blocos rígidos sobre duas estacas, por Munhoz (2014).
Munhoz (2004) ainda concluiu que o Método das Bielas de Blévot & Frémy
(1967) é coerente para o dimensionamento de blocos sobre estacas, que o mecanismo de
ruptura crítico dos blocos é o esmagamento do concreto das bielas de compressão, que a
geometria do mecanismo de treliça interna do bloco deve ser variável, visto que é influenciada
pelo diâmetro das estacas e a seção transversal do pilar e, finalmente, que a utilização de
seção quadrada equivalente para pilares retangulares é conservadora.
elemento e também a aderência perfeita entre as barras de aço e o concreto. De acordo com as
análises comparativas entre os modelos, numéricos e experimentais, os resultados foram
satisfatórios e os comportamentos dos blocos mostraram-se semelhantes. Delalibera (2006)
observou que os modelos numéricos e experimentais apresentaram divergências nas rigidezes.
Através de uma análise de variância, Delalibera (2006), definiu os quatro fatores
considerados por ele como preponderantes para a compreensão do comportamento dos blocos
sobre duas estacas, sendo eles, as seções transversais das estacas e pilares, a altura dos blocos
e a excentricidade da força verticalmente aplicada. A Figura 17 apresenta a geometria dos
modelos, sendo que a seção do pilar variou de 20,0 x 20,0 cm, 20,0 x 30,0 cm e 20,0 x 40,0
cm, a seção das estacas variou de 20,0 x 20,0 cm, 25,0 x 25,0 cm e 30,0 x 30,0 cm, a altura
dos blocos variou de acordo com o ângulo das bielas (35º, 45º e 55º) e foi calculada de acordo
com os critérios de Blévot & Frémy (1967), finalmente, a excentricidade das cargas variou em
0,0 cm, 5,0 cm e 10,0 cm. A distância entre as estacas foi adotada como 65,0 cm. A
resistência característica do concreto dos pilares/estacas e blocos são, respectivamente, 50,0
MPa, 25,0 MPa. Foram utilizadas armaduras retas para os tirantes, com aço CA-50, dispostas
sobre as cabeças das estacas, excluindo a utilização de ganchos.
Com os resultados obtidos pela análise de variância e levando em conta a
influência de cada variável alterada, Delalibera (2006) realizou ensaios experimentais em
quatorze blocos sobre duas estacas, alterando os fatores citados anteriormente.
Após a realização dos ensaios experimentais, esses modelos de blocos sobre duas
estacas foram simulados no programa computacional ANSYS®, baseado no Método dos
Elementos Finitos. Foram utilizados os mesmos critérios para as análises de calibração dos
modelos. Novamente, os modelos numéricos consideravam as não linearidades físicas do
material, as não linearidades geométricas do elemento e também a aderência perfeita entre as
barras de aço e o concreto.
Influência do comprimento de ancoragem das armaduras do pilar em blocos sobre duas estacas 46
Segundo Delalibera (2006), três podem ser os motivos que explicam a maior
rigidez do modelo numérico, sendo eles, a acomodação dos modelos experimentais no início
do ensaio, a suposição de aderência perfeita entre as barras de armadura e concreto e,
finalmente, a suposição de ligação perfeita entre as estacas e o bloco. O autor ainda cita que a
utilização de extensômetros encapsulados (embedded) podem causar enfraquecimento nas
regiões onde são dispostos e alterar as trajetórias das tensões nestes pontos, relativamente à
utilização de extensômetros elétricos, estes podem alterar as deformações do concreto e
também a distribuição dos fluxos de tensões. Estas observações sugerem que alguns
resultados experimentais podem ser alterados.
Relativamente aos resultados das tensões nas barras de armadura, a partir da
Figura 19 é possível verificar dois fenômenos importantes. Verifica-se que nas armaduras dos
tirantes ocorre uma queda brusca na magnitude das tensões, nas regiões das cabeças das
estacas, notavelmente nas seções mais próximas à extremidade do bloco, fato também
constatado por Clarke (1973) e Rausch et al. (1997). Verifica-se também que nas armaduras
Influência do comprimento de ancoragem das armaduras do pilar em blocos sobre duas estacas 47
longitudinais dos pilares ocorre uma queda brusca na magnitude das tensões na região nodal
superior, região do pilar, onde há a intersecção entre pilar e bloco, fato também constatado
por Munhoz (2014) e Randi (2016). Estes fenômenos ocorrem pela influência positiva das
bielas de compressão formadas na região, colaborando para uma ação confinante do concreto
sobre a armadura, aumentando a aderência entre os materiais e transferindo os esforços mais
rapidamente.
abaixo do pilar, ou seja, na região nodal superior, fato também observado no trabalho do
Munhoz (2004);
As tensões das barras principais do tirante dos blocos diminuem nas seções
próximas as estacas, comprovando a influência positiva do confinamento das bielas de
compressão sobre a armadura;
Notavelmente, os modelos numéricos são mais rígidos em comparação aos
modelos experimentais.
Figura 21 – Modelos numéricos de Buttignol (2011) com, respectivamente, 100,0, 50,0% e 25,0% de vinculação
nas bases das estacas.
modelos. Porém, os resultados são satisfatórios e apresentam boa aproximação, visto que os
comportamentos dos modelos são semelhantes. Buttignol (2011) ainda ressalta que a análise
numérica cumpriu os objetivos de melhor compreender os resultados experimentais de
Delalibera (2006) e Miguel (2000), e que as análises possibilitaram expor as discrepâncias e
convergências encontradas em estudos onde se realizam simulações numéricas a partir de
modelos experimentais pré-existentes.
Buttignol (2011) afirma que a grande diferença entre os modelos reside na rigidez
estrutural dos modelos e ressalta que a utilização de elementos de contato, nas interfaces entre
pilar/bloco e bloco/estacas, foi fator preponderante para reduzir a rigidez estrutural dos
modelos. Outro fator preponderante já citado acima é a alteração na área de imposição de
vínculos na base das estacas, como verificado na Figura 21, onde, os modelos com 100,0% de
vinculação apresentaram comportamento engastado, aumentando a rigidez estrutural.
Figura 22 - Curvas carga versus deslocamento, comparativos, entre modelos experimentais de Delalibera (2006)
e modelos numéricos de Buttignol (2011). (Buttignol (201)).
Figura 24 - Panoramas de fissuração do modelo N2-BH45P25E25V100 de Buttignol (2011), sendo (a) no início
da aplicação de carga, (b) na metade da carga aplicada e (c) na etapa de ruína do bloco.
Figura 25 - Panorama de fissuração dos modelos numéricos de Buttignol (2013), para carga de ruptura.
Influência do comprimento de ancoragem das armaduras do pilar em blocos sobre duas estacas 55
Além disso, Buttignol & Almeida (2013) observaram que o aumento em 33,33%
da resistência à compressão do concreto proporcionou um aumento de apenas 13,32% da
carga de ruptura dos modelos, comprovando a pouca influência desta propriedade mecânica
sobre a ruptura dos modelos. Relativamente ao fluxo de tensões, os resultados indicaram que
o aumento de 33,33% da resistência do concreto proporcionou um aumento de 38,09% das
tensões nas bielas, no entanto, a geometria do fluxo não foi alterada. Finalmente, Buttignol &
Almeida (2013) concluíram que a variação da resistência característica à compressão do
concreto não influencia de forma significativa no comportamento estrutural, na capacidade
portante e na rigidez dos blocos.
Oliveira, Barros & Giongo (2014) realizaram análises numéricas não lineares e
tridimensionais, baseadas no Método dos Elementos Finitos, em blocos sobre seis estacas
geometricamente retangulares. A finalidade do trabalho era de comparar os resultados
numéricos ao dimensionamento analítico (método das bielas e tirantes). Nos modelos, foram
variados os seguintes parâmetros, dimensões dos pilares, resistência à compressão do concreto
e as condições de contorno nas estacas, utilizando apoio rígido e apoios com diferentes
coeficientes de molas elásticas. Os autores concluíram que quanto mais deformável o solo,
maiores são as deformações no modelo e mais uniformemente as cargas se distribuem nas
estacas. A resistência à compressão do concreto pouco influenciou na rigidez dos modelos. A
seção do pilar influenciou diretamente a formação das bielas de compressão e
consequentemente as reações nas estacas.
Barros, Delalibera & Giongo (2016) realizaram análises numéricas não lineares e
tridimensionais em quatro blocos sobre duas estacas. A simulação numérica foi auxiliada pelo
programa computacional DIANA®. Os modelos numéricos foram baseados em quatro
modelos experimentais, nos quais não se utilizaram abas de concreto além do pilar e das
estacas, ou seja, os três elementos, pilar, bloco e estaca possuíam a mesma espessura. Em dois
modelos foram dispostas armaduras secundárias, em forma de estribos, distribuídas nas faces
dos blocos, nos outros dois modelos não foram dispostas essas armaduras.
Barros, Delalibera & Giongo (2016) observaram que as primeiras fissuras nos
blocos surgiram junto às estacas e evoluíram com inclinação até a face superior do bloco,
junto ao pilar. Os blocos romperam por esmagamento do concreto junto ao pilar. Observaram
fissuras oriundas do fendilhamento no concreto, em todos os modelos, consequência das
tensões de tração na direção perpendicular às bielas e, consequência disto, constatou-se que os
modelos sem armadura secundária apresentaram menor carga de ruptura e surgimento de
Influência do comprimento de ancoragem das armaduras do pilar em blocos sobre duas estacas 56
Figura 26 – Comparação entre os panoramas de fissuração e curva força versus deslocamento, experimental e
numérico, do modelo 1 de Barros, Delalibera & Giongo (2016).
Barros, Delalibera & Giongo (2016) ainda concluem que os resultados entre os
modelos, experimentais e numéricos, são coerentes, no entanto, os resultados de deslocamento
se mostram conservadores para os modelos numéricos, apontando para uma maior rigidez
para esses modelos, como pôde ser verificado na Figura 26, e ainda afirmam que a utilização
de ferramenta numérica deve ser feita de maneira criteriosa.
..........................(Equação 1)
Onde:
Φ é o diâmetro da barra a ser ancorada;
fyd tensão de cálculo do escoamento do aço;
fbd é a resistência de aderência de cálculo entre a armadura e o concreto
..........................(Equação 2)
Onde:
η1 = 1,0 para barras lisas (CA-25);
η1 = 1,4 para barras entalhadas (CA-60);
η1 = 2,25 para barras nervuradas (CA-50);
η2 = 1,0 para situações de boa aderência, como descrito anteriormente;
η2 = 0,7 para situações de má aderência, como descrito anteriormente;
η3 = 1,0 para Φ ≤ 32,0 mm;
η3 = (132 – Φ) / 100 para Φ > 32,0 mm.
A resistência à tração de cálculo do concreto (fctd) é dada pela equação [3], para
concreto com resistência característica à compressão (fck), menores que 50 MPa
..........................(Equação 3)
Influência do comprimento de ancoragem das armaduras do pilar em blocos sobre duas estacas 58
..........................(Equação 4)
Onde:
lb,mín é o maior valor entre 0,3lb, 10Φ e 100,0 mm;
As,calc é a área de armadura calculada para resistir as solicitações;
As,ef é a área de armadura efetiva e detalhada.
α = 1,0 para barras sem gancho;
α = 0,7 para barras tracionadas com gancho, com cobrimento no plano normal ao
do gancho maior ou igual a 3Φ;
α = 0,7 quando houver barras transversais soldadas;
α = 0,5 quando houver barras transversais soldadas e gancho com cobrimento no
plano normal ao do gancho maior ou igual a 3Φ;
Influência do comprimento de ancoragem das armaduras do pilar em blocos sobre duas estacas 59
Figura 27 – Arqueamento das tensões, casos de ancoragem de barras tracionadas e comprimidas. Fusco (1994).
Influência do comprimento de ancoragem das armaduras do pilar em blocos sobre duas estacas 60
Figura 28 - Soluções para combater a fissuração em peças de concreto armado e garantir a transmissão de
esforços. Fusco (1994).
Figura 29 - Influencia das bielas de compressão na ancoragem de peças fletidas. Fusco (1994).
Figura 30 - Ancoragem das armaduras do pilar sobre bloco, submetidos à compressão uniforme. Fusco (1994).
3. Modelos de referência
A série B110P125, Figura 31, possui geometria 110,0 cm x 15,0 cm x 40,0 cm. A
armadura do tirante é formada por quatro barras de 12,5 mm sobre as estacas, a armadura
superior é constituída por três barras de 10,0 mm e a armadura do bloco é completada por
estribos horizontais e verticais de 6,3 mm. As estacas possuem seção 12,5 cm x 12,5 cm,
Influência do comprimento de ancoragem das armaduras do pilar em blocos sobre duas estacas 63
Figura 31 - Geometria, distribuição de armaduras e locação dos extensômetros nos modelos da série B110P125.
B115P250R1: São dispostas seis barras de 8,0 mm, representando uma taxa de
armadura de 1,0%;
B115P250R2.5: São dispostas oito barras de 12,5 mm, representando uma taxa
de armadura de 2,5%;
B115P250R4: São dispostas oito barras de 16,0 mm, representando uma taxa
de armadura de 4,0%.
A série B127P500, Figura 34, possui geometria 127,0 cm x 15,0 cm x 40,0 cm. A
armadura do tirante é formada por cinco barras de 16,0 mm sobre as estacas (distribuídas em
duas camadas), a armadura superior é constituída por três barras de 10,0 mm e a armadura do
bloco é completada por estribos horizontais e verticais de 6,3 mm. As estacas possuem seção
12,5 cm x 12,5 cm, altura de 40,0 cm (5,0 cm no interior do bloco), armadura longitudinal de
16,0 mm e estribos ao longo da estaca de 5,0 mm. A diferença entre os três modelos da série
B127P500 é a taxa de armadura do pilar. O pilar possui seção 50,0 cm x 12,5 cm e altura de
35,0 cm. Em todos os modelos da série utilizou-se armadura de fretagem e estribos de 5,0 mm
distribuídos ao longo do pilar. Para as armaduras longitudinais, as quantidades são:
B127P500R1: São dispostas catorze barras de 8,0 mm, representando uma taxa
de armadura de 1,0%;
B127P500R2.5: São dispostas catorze barras de 12,5 mm, representando uma
taxa de armadura de 2,5%;
B127P500R4: São dispostas catorze barras de 16,0 mm, representando uma
taxa de armadura de 4,0%.
Figura 34 - Geometria, distribuição de armaduras e locação dos extensômetros nos modelos da série B127P500.
extensômetros estão localizados dentro dos blocos com alturas de 20,0 cm e 10,0 cm a partir
da seção de contato entre pilar e bloco, um está localizado exatamente na seção de contato e o
último está localizado a meia altura do pilar, 16,5 cm acima da seção de contato. O
extensômetro da armadura do tirante do bloco está localizado no centro.
Para os aços das armaduras, segundo Munhoz (2014), foram realizados ensaios
para determinação das propriedades. Para cada diâmetro utilizado nos experimentos foram
ensaiadas três barras de comprimento 100,0 cm, os resultados destes ensaios foram fornecidos
pela autora e podem ser verificado na Figura 35 pelas curvas tensão versus deformação.
Os valores médios das tensões de escoamento (fy,m), das deformações de
escoamento (εy,m) e dos módulos de elasticidade (Es,m) podem ser verificados na Tabela 7,
item 4.4.2.2, onde também são descritos os valores utilizados para os modelos numéricos.
Influência do comprimento de ancoragem das armaduras do pilar em blocos sobre duas estacas 67
Figura 35 – Resultados dos ensaios de caracterização dos aços das armaduras, obtidos por Munhoz (2014).
Figura 36 – Curvas carga versus deslocamento dos modelos das séries B110P125 e B115P250.
Tabela 2 – Cargas de ruptura e deslocamentos máximos na ruptura dos experimentos de Munhoz (2014).
E15 e E16, omitindo os resultados dos extensômetros E17, E18, E19 e E20, por consequência
da simetria dos extensômetros
Figura 37 – Curvas carga versus deformação das armaduras de ancoragem do pilar do modelo B110P125R2.5.
Tabela 3 – Deformações (ε) e tensões (ζ) nas armaduras do modelo experimental B110P125R2.5.
0,33.Fu 0,66.Fu Fu
Extensômetro
ε (‰) σ (MPa) ε (‰) σ (MPa) ε (‰) σ (MPa)
2 0,464 91,83 1,221 241,71 2,179 431,54
13 -0,049 -9,69 0,000 0,10 -0,579 -114,65
14 -0,220 -43,60 -0,350 -69,34 -1,414 -280,00
15 -0,502 -99,46 -0,978 -193,74 -2,050 -405,94
16 -0,550 -109,01 -1,307 -258,87 -3,422 -677,63
Influência do comprimento de ancoragem das armaduras do pilar em blocos sobre duas estacas 70
Verifica-se que a armadura do pilar chegou próximo à ruptura (E16), visto que a
deformação de escoamento do aço (εy,m) para a armadura de diâmetro 12,5 mm é de 3,42 ‰
(Tabela 7, item 4.4.2.2). No entanto, os pilares dos modelos experimentais são cintados,
possuindo além de estribos, armaduras de fretagem. Assim, os pilares são excessivamente
rígidos e mesmo com deformações muito próximas aos limites, não ocorre ruína brusca.
A observação da propagação das fissuras nos blocos sobre duas estacas é essencial
para a compreensão do comportamento dos modelos experimentais, pois estão relacionados
com o fluxo de tensões no interior dos blocos. Em um aspecto geral, os modelos
experimentais de Munhoz (2014) apresentaram comportamentos semelhantes relacionados à
abertura de fissuras, seguindo um padrão para as aberturas de fissuras.
A Tabela 4 apresenta os resultados para as cargas das primeiras fissuras visíveis
(Fr,p), das primeiras fissuras inclinadas (Fr,i) e das primeiras fissuras centralizadas (Fr,c) para
os modelos B110P125R2.5 e B115P250R2.5 de Munhoz (2014). Também são apresentadas as
relações dessas cargas com a carga de ruptura (Fu) de cada modelo.
na direção das bielas de compressão, ocorreu a uma carga de 220 kN, equivalente a 38,12%
da carga de ruptura (Fu) do modelo. Através de régua apropriada acompanhou-se o
desenvolvimento da fissura inicial, apresentando uma abertura de 0,05 mm (198 kN) e a
última medida anotada foi de 0,80 mm (500 kN).
Para o modelo B115P250R2.5, observou-se que a primeira fissura visível (Fr,p)
também surgiu centralizada (Fr,c) com uma carga de 148 kN, equivalente a 20,11% da carga
de ruptura do modelo (Fu), 736,02 kN. Em relação ao surgimento das primeiras fissuras
inclinadas (Fr,i), na direção das bielas de compressão, ocorreu a uma carga de 283 kN,
equivalente a 38,45% da carga de ruptura (Fu) do modelo.
A Figura 38 apresenta a localização das primeiras fissuras visíveis e inclinadas
para os dois modelos discutidos.
Figura 38 - Primeiras fissuras visíveis e inclinadas, modelos B110P125R2.5 e B115P250R2.5, Munhoz (2014).
Figura 39 - Panorama final de fissuração dos modelos B110P125R2.5 e B115P250R2.5 de Munhoz (2014).
4. Modelos numéricos
relativas ainda sejam pequenas e, neste caso, deve-se utilizar a forma completa das equações
geométricas, incluindo os termos quadráticos, porém, as equações constitutivas ainda são
lineares. O terceiro grupo considera a não linearidade de ambos, materiais e equações
geométricas constitutivas, neste caso não se pode aplicar o valor total do carregamento, sendo
ele aplicado em incrementos de carga ao longo do tempo, sendo este o que produz melhores
resultados, no entanto, sua resolução é complexa e às vezes demorada.
Basicamente existem duas possibilidades para a formulação geral do
comportamento de estruturas na forma deformada. A formulação de Lagrange, na qual o
comportamento infinitesimal das partículas de volume é importante e o comportamento varia
de acordo com o grau de aplicação do carregamento, alterando significativamente as
deformações do elemento. A formulação de Euler leva em consideração o fluxo dos materiais
do elemento estudado. No caso de análises estruturais, caso de estudo deste trabalho, a
formulação de Lagrange é mais usualmente utilizada.
Podemos citar diversos programas computacionais baseados no Método dos
Elementos Finitos e implementação de análises lineares e não lineares, entre eles, NASTRAN,
ADINA, DIANA, ABAQUS, ANSYS e ATENA. Praticamente todos possuem o mesmo
caminho de resolução de problemas, dividido em três etapas, pré-processamento,
processamento e pós-processamento. No pré-processamento, o usuário insere os dados de
entrada do problema, como o modelo geométrico, as especificações das propriedades
mecânicas dos materiais, as disposição das armaduras, os pontos de monitoração, os
carregamentos aplicados nas estruturas, os tipos de elementos finitos utilizados, a definição da
malha de elementos finitos, as condições de contorno e por fim, o método de resolução da
análise. No processamento, são realizados os cálculo matemáticos e computacionais, nesta
etapa, o programa computacional ATENA 2D, permite o usuário acompanhar os
deslocamentos, os fluxos de tensões e as aberturas de fissuras que ocorrem ao longo do
processo. No pós-processamento, o usuário tem acesso aos resultados obtidos após o
processamento, sendo nesta etapa, onde se analisa o comportamento do elemento de estudo.
Com a finalidade de melhorar o desempenho das simulações numéricas e garantir
resultados adequados, foram utilizados modelos de blocos sobre duas estacas como referência.
Para a validação qualitativa das análises numéricas, foram comparados alguns resultados entre
os modelos experimentais e os modelos numéricos.
Influência do comprimento de ancoragem das armaduras do pilar em blocos sobre duas estacas 75
Figura 41 - Curva tensão versus deformação característica do concreto. Adaptado Cervenka Consulting (2015).
= x com 0 ≤ σc ≤ ..........................(Equação 5)
Figura 42 - Curva da função de ruptura biaxial, tração-compressão. Adaptado de Cervenka Consulting (2015).
Influência do comprimento de ancoragem das armaduras do pilar em blocos sobre duas estacas 77
Figura 43 - Curva tensão versus deslocamento para ensaios de tração simples em concreto. Araújo (2001).
Figura 44 - Divisão da curva tensão versus deformação em dois trechos. Araújo (2001).
Figura 45 - Determinação da abertura de fissura para os casos de trecho ascendente linear e trecho ascendente
não linear e curva característica da tensão versus abertura de fissuras. Araújo (2001).
Figura 46 - Curva tensão versus abertura de fissuras. Adaptado de Cervenka Consulting (2015).
Figura 47 - Relaxamento linear segundo o critério de Drucker Prager. Cervenka Consulting (2015).
Para as chapas de aço dos apoios das estacas e do ponto de aplicação de carga
sobre o pilar foi escolhido um material com comportamento elástico isotrópico (tensões
planas). As chapas foram utilizadas no modelo para auxiliar a distribuição das tensões nos
pontos de aplicação e reação das cargas.
O programa ATENA 2D permite o usuário entrar com os valores do módulo de
elasticidade do aço(Es), coeficiente de Poisson (ν), peso específico (γ) e coeficiente térmico
(α).
Influência do comprimento de ancoragem das armaduras do pilar em blocos sobre duas estacas 81
Figura 48 - (a) Ruptura dos elementos de interface, (b) Comportamento dos elementos de interface no
cisalhamento, (c) Comportamento das tensões nos elementos. Adaptado de Cervenka Consulting (2015).
4.3. Geometria
4.4.2.1. Concreto
..........................(Equação 6)
4.4.2.2. Aços
Figura 52 - Curvas tensão versus deformação dos aços das armaduras, pelos experimentos de Munhoz (2014) e
pelas curvas ajustadas.
Para a simulação das chapas de aço foram utilizados elementos Plane stress
elastic isotropic, com propriedades descritas em 4.2.3. Foram utilizadas chapas de aço nos
apoios das estacas e no ponto de aplicação de carga sobre o pilar. As chapas foram utilizadas
no modelo para auxiliar a distribuição das tensões nos pontos de aplicação e reação das
cargas. A Tabela 8 apresenta as propriedades mecânicas das chapas.
O ideal para este caso seria realizar ensaios para caracterizar o comportamento da
ligação entre os materiais, no entanto, na falta de ensaios foram utilizados os valores
indicados pelo manual do programa.
Influência do comprimento de ancoragem das armaduras do pilar em blocos sobre duas estacas 90
5. Resultados e discussões
Para apresentar e discutir os resultados optou-se por dividir este capítulo em duas
etapas distintas. Inicialmente serão apresentados os aspectos da comparação entre os modelos
experimentais de referência, baseados nos trabalho de Munhoz (2014), e os modelos
numéricos, analisados no programa computacional ATENA 2D. Posteriormente serão
apresentados os resultados da análise paramétrica dos modelos numéricos.
É importante destaca que se denomina carga de comparação (Fcomp) o
carregamento no qual são realizadas as análises dos comportamentos entre os modelos dentro
de uma mesma série, visto que a análise é inviável de se realizar na carga de ruptura (Fu), pois
são diferentes para cada bloco. Essas cargas de comparação são baseadas nos valores que a
autora Munhoz (2014) utilizou para dimensionar as armaduras dos tirantes dos blocos, ou
seja, referentes às cargas próximas a ruptura teórica dos blocos (E.L.U.). Seus valores são
491,83 kN, 500,35 kN e 1035,34 kN para as séries B110P125, B115P250 e B127P500,
respectivamente.
dos modelos experimentais no início do ensaio, ou seja, ocorre um ajuste das placas de aço ao
concreto dos modelos, nas localizações dos pontos de aplicação e reação das cargas, pois se
verifica a existência de um intervalo não linear nas medidas de deslocamentos, tornando as
curvas experimentais e numéricas distantes. As curvas da esquerda apresentam os resultados
experimentais originais de Munhoz (2014), enquanto que as curvas da direita apresentam os
resultados experimentais modificados, após a retirada do intervalo não linear.
Figura 53 - Curvas carga versus deslocamento, original e modificado, dos modelos B110P125R2.5,
B115P250R2.5, B110P125R2.5M1 e B115P250R2.5M1.
As relações Fu,num / Fu,exp, entre as cargas de ruptura (Fu) dos modelos numéricos e
experimentais, se mostraram próximas, não ultrapassando diferenças de 1,0%. Assim,
verifica-se que as análises numéricas apresentaram proximidade, em relação às cargas de
ruptura, se comparadas aos modelos experimentais. Os deslocamentos máximos na ruptura
(WFu) apresentam algumas disparidades, tais diferenças são ocasionadas pelas diferentes
rigidezes entre os modelos, também verificado nos trabalhos de outros autores, como
Delalibera (2006) e Buttignol (2011).
A Tabela 11 apresenta os resultados dos outros modelos das séries B110P125 e
B115P250, que também serão utilizados posteriormente para a análise numérica paramétrica.
Figura 54 - Curvas carga versus deslocamento dos modelos B110P125R1, B110P125R4, B115P250R1,
B115P250R4, B110P125R1M1, B110P125R4M1, B115P250R1M1 e B115P250R4M1.
Figura 55 - Curvas carga versus deslocamento nas armaduras de ancoragem do pilar dos modelos B110P125R2.5
e B110P125R2.5M1.
Observa-se nas curvas dos extensômetros E13 e E14, que após determinada carga
(aproximadamente 500,0 kN) as medidas de deformações, no modelo experimental,
aumentam de forma brusca, ou seja, as deformações aumentam consideravelmente em
intervalos pequenos de variação de carga, contrariando o modelo numérico, onde as
deformações aumentam de forma suave e com pouca variação. O comportamento brusco pode
ser explicado de duas maneiras: caracterizado pelo escorregamento entre armadura e concreto
que ocorre em modelos experimentais enquanto que no modelo numérico, onde a aderência é
considerada perfeita, não se verifica este fenômeno, ou ainda, caracterizado pela abertura de
fissuras muito próximas ou até mesmo em cima do extensômetro dos modelos experimentais.
Nota-se também, pelo início da curva do extensômetro E15, a acomodação do
modelo experimental, fato também verificado anteriormente na curva carga versus
Influência do comprimento de ancoragem das armaduras do pilar em blocos sobre duas estacas 95
Tabela 12 - Deformações (ε) e tensões (ζ) nas armaduras dos modelos B110P125R2.5, com valores modificados
após alterações das curvas tensão versus deformação, e B110P125R2,5M1.
B110P125R2.5
0,33.Fu 0,66.Fu Fu Fcomp
Extensômetro
ε (‰) ζ (MPa) ε (‰) ζ (MPa) ε (‰) ζ (MPa) ε (‰) ζ (MPa)
2 0,464 91,83 1,221 241,71 2,179 431,54 1,664 329,58
13 -0,049 -9,69 0,000 0,10 -0,027 -5,32 -0,023 -4,47
14 -0,220 -43,60 -0,350 -69,34 -0,747 -148,01 -0,702 -139,10
15 -0,502 -99,46 -0,978 -193,74 -1,412 -279,60 -1,375 -272,28
16 -0,550 -109,01 -1,307 -258,87 -2,000 -396,04 -2,013 -398,59
B110P125R2.5M1
2 0,203 40,20 1,211 239,80 2,350 465,35 1,724 341,39
13 -0,064 -12,67 0,010 1,99 0,019 3,80 0,026 5,17
14 -0,136 -26,89 -0,127 -25,15 -0,093 -18,46 -0,144 -28,50
15 -0,314 -62,20 -0,783 -155,13 -1,714 -339,41 -1,199 -237,43
16 -0,404 -80,08 -1,024 -202,77 -2,000 -396,04 -1,521 -301,19
Figura 57 – Distribuição de tensões nas armaduras de ancoragem dos pilares e nas armaduras do tirante dos
blocos, para carga de comparação (Fcomp), dos modelos B110P125R2.5 e B110P125R2.5M1.
O fenômeno de redução nas e tensões das armaduras será mais bem discutido no
item 5.3.2. Aqui são apresentados apenas os resultados dos modelos, com a finalidade de
relatar que o fenômeno foi observado tanto nos dois modelos. Assim, verifica-se que as
Influência do comprimento de ancoragem das armaduras do pilar em blocos sobre duas estacas 98
A partir da Figura 63, nota-se que os comportamentos das curvas carga versus
deslocamento dos modelos numéricos alterados (M2, M3 e M4), mostraram-se muito
próximos aos comportamentos das curvas dos modelos (M1), para todos os modelos
estudados. Verifica-se o surgimento de patamares em um determinado momento do ensaio,
causado pelo surgimento das primeiras fissuras com abertura significativa, alterando a
inclinação da curva em consequência da alteração da rigidez dos modelos, sendo este
fenômeno menos significativo nos modelos da série B127P500.
Analisando os dados da Tabela 14, nota-se que as cargas de ruptura (Fu,Mi)
aumentam com o acréscimo da taxa de armadura nos pilares, para a mesma seção transversal
de concreto. Em relação às alterações nos comprimentos das armaduras de ancoragem, nota-
se que os modelos alterados (M2, M3, M4) apresentaram resultados próximos às cargas de
ruptura dos modelos experimentais (M1), para todas as nove séries. Verifica-se que a
diferença entre as cargas de ruptura (Fu,Mi / Fu,M1) foi inferior a 5,0% para a grande maioria
dos casos analisados. Com isto, conclui-se que a diminuição no comprimento ancoragem da
armadura não é fator preponderante para a ruptura do bloco, ou seja, pouco influi na carga de
ruptura dos modelos.
Estes resultados eram esperados, visto que o comportamento de ruptura dos
blocos sobre estacas é por esmagamento do concreto na região dos nós superiores e/ou
inferiores, como constatado pelos autores Blévot & Frémy (1967), Mautoni (1972), Adebar,
Kuchma & Collins (1990), Delalibera (2006) e Buttignol (2001). Segundo autores, os blocos
sobre estacas atingem ruptura do concreto causada pelo surgimento de fissuras coincidentes
com o fluxo de tensões de compressão nas bielas, também conhecido por fendilhamento do
concreto.
Relativamente aos deslocamentos, pelas diferentes cargas de ruptura (Fu,Mi), os
deslocamentos máximos (WFu) apresentam resultados distintos, no entanto, pelas curvas
apresentadas na Figura 63 é possível verificar que os comportamentos ao longo do ensaio são
muito próximos para todos os modelos estudados.
Para uma comparação mais correta faz-se a comparação dos deslocamentos na
carga de comparação (WFcomp). Pelas relações WFcomp,Mi / WFcomp,M1 nota-se que os valores dos
deslocamentos dos modelos alterados (M2, M3 e M4) não divergem de forma crítica,se
comparados aos valores dos modelos experimentais (M1), sendo, na maioria dos casos,
inferiores a 10,0%. As maiores disparidades ocorreram para os modelos B110P125R4M2 e
B110P125R4M3, nas quais as diferenças deram-se em torno de 11,0% e 10,0%,
respectivamente.
Influência do comprimento de ancoragem das armaduras do pilar em blocos sobre duas estacas 105
Tabela 15 – Deformações e tensões nas armaduras dos modelos numéricos B110P125R1M1, B110P125R1M2,
B110P125R1M3 e B110P125R1M4.
0,33.Fu 0,66.Fu Fu Fcomp
Extensômetro
ε (‰) ζ (MPa) ε (‰) ζ (MPa) ε (‰) ζ (MPa) ε (‰) ζ (MPa)
B110P125R1M1
2 0,135 26,75 1,004 198,81 2,129 421,58 1,748 346,14
13 -0,062 -12,81 0,011 2,19 0,063 12,92 0,041 8,39
14 -0,129 -26,53 -0,123 -25,32 -0,162 -33,21 -0,116 -23,86
15 -0,313 -64,22 -0,893 -183,42 -2,257 -463,52 -1,640 -336,81
16 -0,410 -84,28 -1,230 -252,61 -3,235 -664,37 -2,235 -459,00
B110P125R1M2
2 0,131 25,88 1,049 207,72 1,946 385,35 1,667 330,10
13 -0,066 -13,59 -0,028 -5,84 -0,027 -5,48 -0,024 -4,88
14 -0,129 -26,47 -0,110 -22,55 -0,091 -18,64 -0,078 -15,92
15 -0,313 -64,20 -0,872 -179,02 -2,111 -433,54 -1,645 -337,83
16 -0,410 -84,28 -1,199 -246,24 -2,969 -609,74 -2,234 -458,80
B110P125R1M3
2 0,130 25,74 1,083 214,46 2,007 397,43 1,650 326,73
13 - - - - - - - -
14 -0,133 -27,31 -0,118 -24,19 -0,149 -30,62 -0,089 -18,37
15 -0,312 -64,16 -0,873 -179,23 -2,182 -448,12 -1,644 -337,63
16 -0,410 -84,28 -1,199 -246,24 -2,981 -612,21 -2,234 -458,80
B110P125R1M4
2 0,130 25,64 1,019 201,78 1,940 384,16 1,658 328,32
13 - - - - - - - -
14 - - - - - - - -
15 -0,311 -63,79 -0,844 -173,37 -2,064 -423,88 -1,639 -336,60
16 -0,410 -84,28 -1,169 -240,08 -2,814 -577,91 -2,234 -458,80
Figura 65 - Tensões nas armaduras e fluxos de tensões dos modelos B110P125R1M1, B110P125R1M2,
B110P125R1M3 e B110P125R1M4, nos casos (a) - 0,33Fu, (b) - 0,66Fu e (c) - Fu.
Influência do comprimento de ancoragem das armaduras do pilar em blocos sobre duas estacas 108
Analisando a Figura 65, verifica-se a brusca diminuição que ocorre nas tensões ao
longo comprimento das armaduras de ancoragem, principalmente na seção de contato
pilar/bloco, como discutido por Fusco (1994). A partir das diferentes cargas aplicadas, (a), (b)
e (c), nota-se que este fenômeno ocorre tanto para o modelo numérico que simula o modelo
experimental (M1) quanto para os modelos com armaduras alteradas (M2, M3 e M4). Com
estes resultados conclui-se que os comprimentos de ancoragem dessas armaduras podem ser
diminuídos, visto que as tensões se dissipam mais rapidamente do que o previsto.
Verifica-se ainda que os fluxos de tensões seguem o mesmo comportamento para
os modelos M1, M2, M3 e M4. A evolução das bielas de compressão é proporcional à
evolução da carga aplicada, nota-se que o fluxo de tensões e a propagação das bielas de
compressão ocorrem de forma gradual no interior dos blocos sobre estacas. Como observado
no caso (a), a conformação das bielas de compressão se inicia no nó superior dos blocos e se
propagam até as regiões dos nós inferiores, como pode ser visualizado nos caso (b) e (c).
Considerando que as tensões caminham para pontos mais rígidos da estrutura, pode-se
observar que as tensões situadas na região nodal superior (pilar/bloco) seguem o caminho para
as regiões nodais inferiores (bloco/estaca), pois a rigidez nestes pontos são maiores que no
centro do bloco, onde ocorrem maiores deslocamentos. Observando o fluxo de tensões fica
evidenciado que as bielas de compressão se formam com uma inclinação característica.
Outra constatação notável é que existe uma não uniformidade na distribuição de
tensões nas estacas, notavelmente, as regiões internas das estacas são mais solicitadas,
corroborando para os estudos de Delalibera (2006) e Buttignol (2011). De um modo geral, os
modelos de dimensionamento não consideram distribuição não uniforme dessas tensões,
sendo usual considerar o equilíbrio no centro das estacas. Para o nó superior, observa-se que o
equilíbrio também não pode ser considerado na seção central do pilar, ou seja, a concentração
de tensões é maior em regiões descentralizadas ao pilar, como sugerido pelo modelo refinado
de Adebar, Kuchma & Collins (1990) na Figura 10.
Com o intuito de verificar se os comportamentos acima descritos também são
observados nos outros modelos discutidos, apresentam-se nas Tabela 16 e Tabela 17 as
deformações (ε) e tensões (ζ) nas armaduras para os modelos numéricos oriundos dos
modelos B115P250R2.5 e B127P500R4. As tensões foram calculadas pela Lei de Hooke, a
partir dos resultados das deformações, utilizando os módulos de elasticidade da Tabela 7, item
4.4.2.2. Para cada extensômetro, têm-se as cargas relativas à carga de ruptura (Fu), a 66,0%
de Fu, a 33,0% de Fu e à carga de comparação (Fcomp).
Influência do comprimento de ancoragem das armaduras do pilar em blocos sobre duas estacas 109
Tabela 17 - Deformações e tensões nas armaduras dos modelos numéricos B127P500R4M1, B127P500R4M2,
B127P500R4M3 e B127P500R4M4.
0,33.Fu 0,66.Fu Fu Fcomp
Extensômetro
ε (‰) ζ (MPa) ε (‰) ζ (MPa) ε (‰) ζ (MPa) ε (‰) ζ (MPa)
B127P500R4M1
2 0,304 61,61 0,868 175,69 1,167 236,35 0,994 201,21
15 -0,049 -9,95 -0,077 -15,67 -0,127 -25,76 -0,123 -24,85
16 -0,118 -23,92 -0,273 -55,25 -0,683 -138,37 -0,432 -87,39
17 -0,266 -53,79 -0,774 -156,66 -1,617 -327,49 -1,253 -253,77
18 -0,170 -34,45 -0,396 -80,24 -0,664 -134,56 -0,569 -115,14
27 -0,021 -4,30 -0,025 -5,01 -0,012 -2,39 -0,013 -2,63
28 -0,031 -6,29 -0,045 -9,19 -0,047 -9,45 -0,051 -10,34
29 -0,060 -12,20 -0,118 -23,94 -0,222 -44,86 -0,172 -34,77
30 -0,132 -26,63 -0,281 -56,83 -0,479 -96,97 -0,397 -80,44
B127P500R4M2
2 0,278 56,26 1,097 222,18 2,229 451,44 1,779 360,30
15 -0,019 -3,88 -0,071 -14,28 -0,322 -65,28 -0,136 -27,48
16 -0,097 -19,55 -0,204 -41,32 -0,697 -141,22 -0,357 -72,36
17 -0,267 -54,06 -0,781 -158,16 -1,647 -333,57 -1,304 -264,10
18 -0,169 -34,25 -0,394 -79,88 -0,665 -134,74 -0,577 -116,86
27 -0,014 -2,74 -0,007 -1,34 0,006 1,23 0,000 -0,03
28 -0,027 -5,40 -0,013 -2,65 -0,028 -5,65 -0,029 -5,94
29 -0,056 -11,39 -0,107 -21,71 -0,207 -41,84 -0,162 -32,71
30 -0,129 -26,03 -0,274 -55,39 -0,465 -94,26 -0,393 -79,57
B127P500R4M3
2 0,235 47,51 0,784 158,68 1,137 230,28 1,000 202,53
15 - - - - - - - -
16 -0,182 -36,94 -0,466 -94,42 -0,750 -151,90 -1,209 -244,86
17 -0,259 -52,44 -0,760 -153,94 -1,558 -315,54 -1,273 -257,82
18 -0,166 -33,58 -0,387 -78,44 -0,653 -132,19 -0,572 -115,85
27 - - - - - - - -
28 -0,044 -8,86 -0,051 -10,25 -0,044 -8,91 -0,067 -13,56
29 -0,058 -11,67 -0,108 -21,83 -0,202 -40,91 -0,165 -33,50
30 -0,127 -25,80 -0,270 -54,64 -0,461 -93,39 -0,395 -80,00
B127P500R4M4
2 0,307 62,12 0,974 197,22 1,868 378,33 1,592 322,43
15 - - - - - - - -
16 - - - - - - - -
17 -0,254 -51,46 -0,735 -148,78 -1,398 -283,14 -1,212 -245,47
18 -0,166 -33,56 -0,384 -77,75 -0,641 -129,86 -0,566 -114,69
27 - - - - - - - -
28 - - - - - - - -
29 -0,056 -11,32 -0,108 -21,77 -0,201 -40,61 -0,164 -33,11
30 -0,127 -25,78 -0,271 -54,95 -0,461 -93,37 -0,397 -80,47
Influência do comprimento de ancoragem das armaduras do pilar em blocos sobre duas estacas 111
Figura 66 - Tensões nas armaduras e fluxos de tensões dos modelos B115P250R2.5M1, B115P250R2.5M2,
B115P250R2.5M3 e B115P250R2.5M4, nos casos (a) - 0,33Fu, (b) - 0,66Fu e (c) - Fu.
Influência do comprimento de ancoragem das armaduras do pilar em blocos sobre duas estacas 113
Figura 67 - Tensões nas armaduras e fluxos de tensões dos modelos B127P500R4M1, B127P500R4M2,
B127P500R4M3 e B127P500R4M4, nos casos (a) - 0,33Fu, (b) - 0,66Fu e (c) - Fu.
Influência do comprimento de ancoragem das armaduras do pilar em blocos sobre duas estacas 114
Figura 68 – Tensões nas armaduras e fluxo de tensões, para o modelo B110P125R1M1, na carga de comparação
(Fcomp).
Figura 69 - Tensões nas armaduras e fluxos de tensões dos modelos B110P125R1M1, B110P125R1M2,
B110P125R1M3 e B110P125R1M4, para Fcomp.
Influência do comprimento de ancoragem das armaduras do pilar em blocos sobre duas estacas 117
Figura 70 - Tensões nas armaduras e fluxos de tensões dos modelos B115P250R2.5M1, B115P250R2.5M2,
B115P250R2.5M3 e B115P250R2.5M4, para Fcomp.
Figura 71 - Tensões nas armaduras e fluxos de tensões dos modelos B127P500R4M1, B127P500R4M2,
B127P500R4M3 e B127P500R4M4, para Fcomp.
Influência do comprimento de ancoragem das armaduras do pilar em blocos sobre duas estacas 118
As figuras mostram que para uma mesma carga aplicada (Fcomp), dentro de uma
mesma série, os modelos com diferentes comprimentos de armadura apresentam
comportamentos semelhantes, relativamente às tensões nas armaduras e aos fluxos de tensões,
concluindo que essas alterações nas armaduras não influenciam de maneira significativa o
comportamento do bloco apenas com alteração no comprimento das armaduras.
Com a finalidade de verificar a influência das bielas de compressão sobre as
armaduras de ancoragem, a Tabela 18 apresenta a variação (Δζ) das tensões nas armaduras de
ancoragem após a intersecção pilar/bloco (ζ1) em relação às tensões nos pontos de
monitoração adjacentes à intersecção (ζ2), localizados dentro do bloco, sendo, para os
modelos M1, M2 e M3 as tensões nos pontos de monitoração relativos à 10,0 cm dentro do
bloco e, no caso dos modelos M4, as tensões à 3,0 cm dentro do bloco, como pode ser
visualizado na Figura 72. Para os modelos das séries B115P250R2.5 e B127P500R4 são
apresentadas as tensões das duas armaduras dos pilares, sendo que as armaduras externas,
mais próximas à aresta do pilar serão chamadas de “armadura 1”, enquanto que as armaduras
mais centralizadas no pilar serão chamadas de “armadura 2”. No caso do modelo B10P125R1,
por conter apenas os resultados de uma armadura, essa será chamada de “armadura 1”.
Também são apresentadas as porcentagens das variações das tensões (Δζ/ζ1) em relação às
tensões nas armaduras na intersecção pilar/bloco (ζ1).
Figura 72 – Pontos de monitoração das tensões nas regiões das bielas de compressão junto ao pilar.
Influência do comprimento de ancoragem das armaduras do pilar em blocos sobre duas estacas 119
Tabela 18 – Variação das tensões, para Fcomp, nas armaduras de ancoragem na região das bielas de compressão
junto ao pilar, valores em MPa.
ζ1 ζ2 Δζ = ζ1 - ζ2 Δζ/ζ1 (%)
Arm. 1 Arm. 2 Arm. 1 Arm. 2 Arm. 1 Arm. 2 Arm. 1 Arm. 2
B110P125R1M1 -336,8 - -23,9 - -312,9 - 93 -
B110P125R1M2 -337,8 - -15,9 - -321,9 - 95 -
B110P125R1M3 -337,6 - -18,4 - -319,2 - 95 -
B110P125R1M4 -336,6 - -172,1 - -164,5 - 49 -
B115P250R2.5M1 -136,5 -49,0 1,4 -17,6 -137,9 -31,4 101 64
B115P250R2.5M2 -136,1 -49,4 -23,6 -15,0 -112,5 -34,3 83 70
B115P250R2.5M3 -144,0 -46,4 2,5 -18,2 -146,5 -28,2 102 61
B115P250R2.5M4 -142,5 -46,0 -91,2 -28,7 -51,3 -17,3 36 38
B127P500R4M1 -253,8 -34,8 -87,4 -10,3 -166,4 -24,4 66 70
B127P500R4M2 -264,1 -32,7 -72,4 -5,9 -191,7 -26,8 73 82
B127P500R4M3 -257,8 -33,5 -244,9 -13,6 -12,9 -19,9 5 60
B127P500R4M4 -245,5 -33,1 -237,0 -25,6 -8,5 -7,5 3 23
Figura 73 – Primeiras fissuras visíveis e inclinadas para os modelos numéricos da série B110P125R2.5.
Assim, serão utilizadas as cargas de comparação (Fcomp), apresentadas nas Figura 74 a Figura
82, sendo 491,83 kN, 500,35 kN e 1035,34 kN para os modelos B110P125, B115P250 e
B127P500, respectivamente. As magnitudes das fissuras são dadas nas escalas de cores, com
a abertura em metros.
Figura 74 – Panoramas de fissuração, para carga de comparação (Fcomp), dos modelos M1, M2, M3 e M4 de
B110P125R1.
Influência do comprimento de ancoragem das armaduras do pilar em blocos sobre duas estacas 125
Figura 75 - Panoramas de fissuração, para carga de comparação (Fcomp), dos modelos M1, M2, M3 e M4 de
B110P125R2.5.
Figura 76 - Panoramas de fissuração, para carga de comparação (Fcomp), dos modelos M1, M2, M3 e M4 de
B110P125R4.
Influência do comprimento de ancoragem das armaduras do pilar em blocos sobre duas estacas 126
Figura 77 - Panoramas de fissuração, para carga de comparação (Fcomp), dos modelos M1, M2, M3 e M4 de
B115P250R1.
Figura 78 – Panoramas de fissuração, para carga de comparação (Fcomp), dos modelos M1, M2, M3 e M4 de
B115P250R2.5.
Influência do comprimento de ancoragem das armaduras do pilar em blocos sobre duas estacas 127
Figura 79 - Panoramas de fissuração, para carga de comparação (Fcomp), dos modelos M1, M2, M3 e M4 de
B115P250R4.
Figura 80 - Panoramas de fissuração, para carga de comparação (Fcomp), dos modelos M1, M2, M3 e M4 de
B127P500R1.
Influência do comprimento de ancoragem das armaduras do pilar em blocos sobre duas estacas 128
Figura 81 - Panoramas de fissuração, para carga de comparação (Fcomp), dos modelos M1, M2, M3 e M4 de
B127P500R2.5.
Figura 82 - Panoramas de fissuração, para carga de comparação (Fcomp), dos modelos M1, M2, M3 e M4 de
B127P500R4.
entanto, nota-se que essas fissuras possuem baixa magnitude de aberturas (como pode ser
verificado na escala de cores) e não alcançam a metade da altura dos blocos, sendo causadas
por flexão. A segunda região também se localiza na porção inferior do bloco, no entanto, não
se iniciam e não alcançam a região mais inferior dos blocos e também possuem baixa
magnitude de aberturas, em alguns casos essas fissuras podem se juntar às fissuras causadas
pela flexão. A terceira região é relativa às fissuras que surgem inclinadas, na direção das
bielas comprimidas, são as fissuras que apresentam maior magnitude de abertura, formando
planos de ruptura que se estendem da região do nó inferior, próximos às estacas, até a região
do nó superior, próximos ao pilar.
As características da fissuração, anteriormente citadas, são comumente descritas
em ensaios de blocos sobre estacas. Diversos autores descrevem estes panoramas de
fissuração e os caminhos de propagação de fissuras em seus trabalhos, sendo próximos aos
resultados apresentados anteriormente, como por exemplo, Blévot & Frémy (1967), Mautoni
(1972), Sam & Iyer (1995), Buttignol (2011), entre outros.
Nota-se que quanto maior a taxa de armadura do modelo, menores são as
aberturas de fissuras. Em relação às alterações no comprimento das armaduras de ancoragem
dos pilares, verifica-se que os panoramas de fissuração dos modelos, M1, M2, M3 e M4,
sofrem poucas alterações para todas as séries de blocos sobre das estacas. A principal
alteração nas fissurações dos modelos é na magnitude das fissuras, nas quais, é possível
verificar que os blocos com comprimento de armadura de ancoragem menores, no geral,
apresentam fissuras com maiores aberturas. Em contrapartida, para a série B110P125R4,
observa-se que o modelo M4 apresentou abertura de fissuras menores que os modelos M2 e
M3, fato também verificado para o modelo B115P125R4.
Assim, conclui-se que a diminuição no comprimento dessas armaduras, tornam os
blocos sobre duas estacas mais suscetíveis à abertura de fissuras, no entanto, os resultados não
apresentaram grandes disparidades.
Relativamente aos modos de ruptura, todos os modelos apresentaram ruína do
concreto nos nós superiores e/ou inferiores. Após intensa fissuração nas direções inclinadas,
surgiram planos de ruptura nas direções das bielas comprimidas e, posteriormente, a
resistência à compressão do concreto (fck) foi atingida. A ruptura dos modelos é influenciada
pelo fenômeno de fendilhamento do concreto, ou seja, surgimento de fissuras paralelas ao
fluxo de tensões de compressão nas bielas, oriundas da ação de esforços de tração
perpendiculares às bielas. Os modos de ruptura dos modelos apresentados estão de acordo ao
discutido no item 5.2.3.
Influência do comprimento de ancoragem das armaduras do pilar em blocos sobre duas estacas 130
6. Conclusão
coincidentes com o fluxo de tensões de compressão nas bielas, também conhecido por
fendilhamento do concreto. Para os modos de ruptura e os panoramas de fissuração, nota-se
que os resultados seguiram um padrão.
Quanto às deformações e tensões nas armaduras de ancoragem dos pilares,
verificou-se um decréscimo brusco nos seus valores, principalmente na região da seção de
contato entre pilar/bloco, onde são conformadas as bielas de compressão. É importante
destacar que esse fenômeno foi observado em todos os modelos analisados nesta pesquisa,
tanto nos blocos simulados numericamente quanto para os blocos experimentais, oriundos da
pesquisa de Munhoz (2014).
A rápida dissipação destas tensões foi observada principalmente nos modelos M1,
M2 e M3 e é explicada por uma influência positiva das tensões de compressão que se formam
na região nodal superior do bloco, ou seja, a ação confinante das bielas de compressão auxilia
na transferência dos esforços das armaduras para o concreto.
No entanto, para os modelos M4, com apenas 3,0 cm de comprimento de
ancoragem, as tensões não se dissiparam de forma adequada. Portanto, os modelos M2 e M3,
com respectivamente 20,0 cm e 10,0 cm de comprimento de armadura de ancoragem, são
pontos de partida para um estudo mais aprofundado deste fenômeno.
Levando em consideração o comprimento sugerido por Fusco (1994), de 0,6.lb,
verificou-se realmente que o comprimento de lb pode ser minorada. É importante ressaltar que
a ABNT NBR6118/2014 permite a minoração deste comprimento em casos especiais,
permitindo considerar outros fatores redutores .
Para os pilares com mais de uma seção armada em cada lado do eixo de simetria,
verifica-se que as tensões são distribuídas de forma desigual nas armaduras, portanto, deve-se
analisar o comportamento das barras separadamente, contrariando a afirmação de Fusco
(1994).
Verifica-se que as bielas de compressão também influenciam positivamente no
comportamento das armaduras dispostas sobre a cabeça das estacas, pois se verificou um
decréscimo brusco das deformações e tensões na região do nó inferior.
A partir da análise numérica paramétrica, nota-se que as alterações nos
comprimentos das armaduras de ancoragem não influenciaram de maneira significativa os
comportamentos dos modelos, ou seja, esses comprimentos não são fatores preponderantes
para os mecanismos de funcionamento dos blocos sobre duas estacas. Observaram-se poucas
alterações nas curvas carga versus deslocamento, nas cargas de ruptura, nos fluxos de tensões,
nos panoramas de fissuração e nos modos de ruptura dos modelos M2 e M3, levando a
Influência do comprimento de ancoragem das armaduras do pilar em blocos sobre duas estacas 132
conclusão de que os comprimentos das armaduras de ancoragem são valores menores que as
preconizadas pelos códigos normativos e pelos modelos de dimensionamento.
A seguir são apresentadas algumas sugestões para estudos futuros, a fim de
contribuir para pesquisas no âmbito de blocos sobre estacas:
Realizar análises experimentais com blocos sobre duas estacas alterando os
comprimentos das armaduras de ancoragem dos pilares;
Realizar análises experimentais e numéricas, baseadas nos mesmos modelos
deste trabalho, no entanto, modelando blocos sobre duas estacas com a largura usual prescrita
pela norma.
Realizar análises experimentais e numéricas com blocos sobre diversas estacas
(3, 4, 5 ou mais) alterando os comprimentos das armaduras de ancoragem dos pilares;
Realizar análises experimentais e numéricas com blocos sobre estacas
solicitadas a cargas descentralizadas, gerando momentos fletores;
Realizar análises experimentais e numéricas em blocos sobre estacas alterando
os comprimentos das armaduras de ancoragem e a seção dos pilares (circular, L, U);
Realizar ensaios experimentais em blocos sobre estacas, monitorando as
regiões de contato entre aço e concreto, com a finalidade de melhor parametrizar os elementos
de interface em simulações numéricas;
Realizar ensaios experimentais e numéricos variando o comprimento da
ancoragem das armaduras dos tirantes dos blocos;
Influência do comprimento de ancoragem das armaduras do pilar em blocos sobre duas estacas 133
Referências Bibliográficas
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pile caps. Computer & Structures, v. 57, n. 4, p. 605-622.
Influência do comprimento de ancoragem das armaduras do pilar em blocos sobre duas estacas 136
ANEXO A
Tabela A2 - Deformações e tensões nas armaduras dos modelos numéricos B110P125R4M1, B110P125R4M2,
B110P125R4M3 e B110P125R4M4.
0,33.Fu 0,66.Fu Fcomp Fu
Extensômetro
ε (‰) ζ (MPa) ε (‰) ζ (MPa) ε (‰) ζ (MPa) ε (‰) ζ (MPa)
B110P125R4M1
2 0,211 41,68 1,061 210,10 1,288 255,05 1,589 314,65
13 -0,060 -12,24 0,004 0,84 -0,004 -0,81 -0,001 -0,14
14 -0,125 -25,38 -0,125 -25,34 -0,160 -32,40 -0,121 -24,55
15 -0,268 -54,36 -0,645 -130,61 -0,911 -184,46 -1,347 -272,81
16 -0,338 -68,37 -0,823 -166,72 -1,134 -229,67 -1,583 -320,60
B110P125R4M2
2 0,126 25,03 0,706 139,82 1,014 200,79 1,325 262,38
13 -0,054 -11,00 0,007 1,41 0,028 5,60 -0,012 -2,44
14 -0,112 -22,62 -0,100 -20,25 -0,086 -17,45 -0,132 -26,71
15 -0,237 -47,94 -0,610 -123,60 -0,923 -186,98 -1,394 -282,33
16 -0,298 -60,29 -0,779 -157,83 -1,134 -229,67 -1,498 -303,39
B110P125R4M3
2 0,124 24,46 0,679 134,50 1,001 198,22 1,262 249,90
13 - - - - - - - -
14 -0,104 -21,00 -0,091 -18,33 -0,073 -14,86 -0,139 -28,07
15 -0,236 -47,82 -0,588 -119,17 -0,923 -186,91 -1,290 -261,26
16 -0,298 -60,29 -0,751 -152,00 -1,134 -229,67 -1,441 -291,85
B110P125R4M4
2 0,122 24,12 0,694 137,49 0,958 189,64 1,153 228,32
13 - - - - - - - -
14 - - - - - - - -
15 -0,231 -46,85 -0,568 -114,98 -0,909 -184,04 -1,159 -234,73
16 -0,298 -60,29 -0,736 -149,12 -1,134 -229,67 -1,363 -276,05
Influência do comprimento de ancoragem das armaduras do pilar em blocos sobre duas estacas 139
Tabela A3 - Deformações e tensões nas armaduras dos modelos numéricos B115P250R1M1, B115P250R1M2,
B115P250R1M3 e B115P250R1M4.
0,33.Fu 0,66.Fu Fu Fcomp
Extensômetro
ε (‰) ζ (MPa) ε (‰) ζ (MPa) ε (‰) ζ (MPa) ε (‰) ζ (MPa)
B115P250R1M1
2 0,292 57,82 1,407 278,61 2,722 539,01 1,542 305,35
13 -0,060 -12,23 -0,003 -0,58 -0,016 -3,21 0,005 1,09
14 -0,102 -20,93 0,167 34,30 0,341 70,09 0,180 37,01
15 -0,236 -48,39 -0,790 -162,20 -1,783 -366,17 -0,881 -181,01
16 -0,245 -50,34 -0,598 -122,77 -1,223 -251,17 -0,657 -134,89
21 -0,044 -9,08 -0,014 -2,83 0,013 2,74 -0,013 -2,65
22 -0,082 -16,80 -0,074 -15,21 -0,079 -16,31 -0,076 -15,60
23 -0,148 -30,46 -0,247 -50,77 -0,557 -114,41 -0,274 -56,31
24 -0,262 -53,70 -0,644 -132,16 -1,331 -273,35 -0,709 -145,55
B115P250R1M2
2 0,251 49,70 1,350 267,33 2,601 515,05 1,522 301,39
13 -0,058 -11,89 -0,028 -5,76 -0,025 -5,15 -0,024 -5,03
14 -0,097 -19,91 0,209 42,86 0,320 65,80 0,247 50,62
15 -0,223 -45,78 -0,786 -161,42 -1,979 -406,43 -0,906 -185,98
16 -0,233 -47,83 -0,579 -118,85 -1,176 -241,52 -0,657 -134,91
21 -0,047 -9,58 -0,002 -0,44 0,020 4,11 0,008 1,65
22 -0,079 -16,23 -0,021 -4,24 -0,013 -2,75 -0,018 -3,71
23 -0,142 -29,12 -0,228 -46,82 -0,517 -106,07 -0,264 -54,20
24 -0,248 -50,97 -0,622 -127,76 -1,279 -262,67 -0,708 -145,34
B115P250R1M3
2 0,250 49,51 1,262 249,90 2,538 502,57 1,452 287,53
13 - - - - - - - -
14 -0,099 -20,33 -0,014 -2,96 0,002 0,42 0,003 0,71
15 -0,223 -45,78 -0,780 -160,27 -1,851 -380,14 -0,901 -185,06
16 -0,233 -47,83 -0,579 -118,83 -1,173 -240,90 -0,657 -134,91
21 - - - - - - - -
22 -0,079 -16,15 -0,097 -19,95 -0,126 -25,96 -0,101 -20,64
23 -0,142 -29,10 -0,232 -47,54 -0,506 -103,86 -0,266 -54,65
24 -0,248 -50,97 -0,622 -127,78 -1,276 -262,05 -0,708 -145,32
B115P250R1M4
2 0,251 49,70 1,288 255,05 2,481 491,29 1,570 310,89
13 - - - - - - - -
14 - - - - - - - -
15 -0,221 -45,39 -0,774 -158,87 -1,765 -362,48 -0,897 -184,11
16 -0,233 -47,83 -0,579 -118,85 -1,155 -237,20 -0,657 -134,91
21 - - - - - - - -
22 - - - - - - - -
23 -0,141 -28,96 -0,230 -47,17 -0,486 -99,83 -0,264 -54,20
24 -0,248 -50,99 -0,623 -127,84 -1,256 -257,94 -0,708 -145,36
Influência do comprimento de ancoragem das armaduras do pilar em blocos sobre duas estacas 140
Tabela A4 - Deformações e tensões nas armaduras dos modelos numéricos B115P250R4M1, B115P250R4M2,
B115P250R4M3 e B115P250R4M4.
0,33.Fu 0,66.Fu Fu Fcomp
Extensômetro
ε (‰) ζ (MPa) ε (‰) ζ (MPa) ε (‰) ζ (MPa) ε (‰) ζ (MPa)
B115P250R4M1
2 0,480 95,05 1,506 298,22 2,997 593,47 1,588 314,46
13 -0,057 -11,56 -0,040 -8,12 -0,017 -3,53 -0,041 -8,28
14 -0,090 -18,31 0,004 0,82 -0,082 -16,55 0,005 0,96
15 -0,182 -36,92 -0,521 -105,52 -0,978 -197,97 -0,556 -112,67
16 -0,183 -36,96 -0,414 -83,79 -0,711 -144,04 -0,435 -88,14
21 -0,034 -6,81 0,005 1,11 -0,118 -23,82 0,007 1,47
22 -0,064 -12,91 -0,083 -16,91 -0,080 -16,25 -0,086 -17,47
23 -0,112 -22,66 -0,193 -39,07 -0,474 -96,02 -0,205 -41,46
24 -0,190 -38,56 -0,424 -85,77 -0,746 -151,03 -0,446 -90,27
B115P250R4M2
2 0,393 77,82 1,388 274,85 2,747 543,96 1,463 289,70
13 -0,059 -11,98 -0,045 -9,08 -0,054 -10,94 -0,048 -9,82
14 -0,094 -19,01 -0,075 -15,14 -0,012 -2,52 -0,080 -16,21
15 -0,188 -38,12 -0,521 -105,48 -1,074 -217,52 -0,567 -114,90
16 -0,183 -36,96 -0,409 -82,75 -0,708 -143,35 -0,435 -88,18
21 -0,029 -5,94 0,001 0,21 0,011 2,31 0,002 0,35
22 -0,052 -10,62 -0,076 -15,36 -0,078 -15,81 -0,080 -16,18
23 -0,102 -20,66 -0,188 -38,16 -0,367 -74,39 -0,201 -40,75
24 -0,190 -38,52 -0,418 -84,58 -0,726 -147,08 -0,445 -90,15
B115P250R4M3
2 0,253 50,10 1,374 272,08 2,464 487,92 1,569 310,69
13 - - - - - - - -
14 -0,078 -15,84 -0,037 -7,41 0,177 35,87 -0,040 -8,03
15 -0,172 -34,88 -0,494 -100,03 -1,065 -215,69 -0,572 -115,81
16 -0,174 -35,26 -0,388 -78,52 -0,666 -134,93 -0,436 -88,24
21 - - - - - - - -
22 -0,059 -12,04 -0,054 -10,94 -0,065 -13,25 -0,056 -11,38
23 -0,108 -21,89 -0,171 -34,57 -0,363 -73,46 -0,196 -39,61
24 -0,182 -36,76 -0,396 -80,12 -0,680 -137,66 -0,445 -90,07
B115P250R4M4
2 0,251 49,70 1,351 267,53 2,468 488,71 1,530 302,97
13 - - - - - - - -
14 - - - - - - - -
15 -0,168 -34,07 -0,509 -103,15 -0,994 -201,29 -0,585 -118,54
16 -0,174 -35,24 -0,393 -79,57 -0,679 -137,46 -0,441 -89,38
21 - - - - - - - -
22 - - - - - - - -
23 -0,107 -21,73 -0,165 -33,50 -0,345 -69,91 -0,191 -38,66
24 -0,182 -36,78 -0,401 -81,19 -0,698 -141,45 -0,450 -91,10
Influência do comprimento de ancoragem das armaduras do pilar em blocos sobre duas estacas 141
Tabela A5 - Deformações e tensões nas armaduras dos modelos numéricos B127P500R1M1, B127P500R1M2,
B127P500R1M3 e B127P500R1M4.
0,33.Fu 0,66.Fu Fu Fcomp
Extensômetro
ε (‰) ζ (MPa) ε (‰) ζ (MPa) ε (‰) ζ (MPa) ε (‰) ζ (MPa)
B127P500R1M1
2 0,304 61,59 1,369 277,26 2,830 573,16 2,224 450,43
15 -0,063 -12,93 -0,076 -15,55 0,013 2,59 0,004 0,75
16 -0,151 -30,97 -0,302 -62,10 -0,388 -79,77 -0,619 -127,17
17 -0,332 -68,24 -1,132 -232,48 -2,901 -595,78 -2,081 -427,37
18 -0,201 -41,30 -0,483 -99,17 -0,864 -177,36 -0,727 -149,20
27 -0,026 -5,41 -0,015 -3,10 -0,002 -0,50 -0,006 -1,23
28 -0,039 -8,08 -0,055 -11,20 -0,082 -16,82 -0,079 -16,19
29 -0,077 -15,73 -0,160 -32,84 -0,333 -68,47 -0,257 -52,78
30 -0,167 -34,36 -0,384 -78,88 -0,721 -148,09 -0,588 -120,74
B127P500R1M2
2 0,288 58,33 1,070 216,71 2,183 442,12 1,748 354,02
15 -0,004 -0,92 0,136 28,01 -0,626 -128,58 0,110 22,65
16 -0,139 -28,44 -0,300 -61,57 -0,989 -203,17 -0,616 -126,53
17 -0,329 -67,65 -1,118 -229,60 -2,822 -579,55 -2,155 -442,57
18 -0,199 -40,77 -0,476 -97,76 -0,858 -176,17 -0,732 -150,25
27 -0,023 -4,62 -0,001 -0,26 0,021 4,21 0,026 5,40
28 -0,037 -7,64 -0,025 -5,19 -0,034 -7,04 -0,045 -9,33
29 -0,074 -15,18 -0,154 -31,57 -0,322 -66,05 -0,248 -50,89
30 -0,164 -33,76 -0,377 -77,32 -0,701 -144,01 -0,585 -120,04
B127P500R1M3
2 0,265 53,71 0,630 127,57 1,031 208,81 0,896 181,47
15 - - - - - - - -
16 -0,176 -36,19 -0,637 -130,84 -4,396 -902,81 -1,501 -308,26
17 -0,326 -66,89 -1,126 -231,25 -2,928 -601,32 -2,167 -445,04
18 -0,198 -40,62 -0,477 -97,90 -0,872 -178,98 -0,732 -150,27
27 - - - - - - - -
28 -0,044 -9,02 -0,053 -10,86 -0,050 -10,34 -0,061 -12,45
29 -0,075 -15,42 -0,154 -31,54 -0,300 -61,61 -0,247 -50,64
30 -0,165 -33,87 -0,376 -77,22 -0,692 -142,14 -0,584 -120,02
B127P500R1M4
2 0,240 48,67 1,338 270,99 2,734 553,72 2,153 436,05
15 - - - - - - - -
16 - - - - - - - -
17 -0,320 -65,70 -1,102 -226,32 -2,657 -545,67 -2,116 -434,56
18 -0,197 -40,48 -0,475 -97,61 -0,858 -176,17 -0,731 -150,21
27 - - - - - - - -
28 - - - - - - - -
29 -0,076 -15,62 -0,154 -31,67 -0,305 -62,72 -0,247 -50,62
30 -0,166 -33,99 -0,377 -77,40 -0,692 -142,12 -0,585 -120,10
Influência do comprimento de ancoragem das armaduras do pilar em blocos sobre duas estacas 142