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Nacionalidade pois estão em causa 2 nacionalidades estrangeiras. Esta norma atribui
primazia à nacionalidade efetiva o critério de jurisprudência de Nottebohm que se
divide em 2 partes:
L1 L2DD L3DS
Para obter a harmonia de julgados (artigo 17º nº1 e 18º nº1 do CC);
Para obter a validade de um negócio jurídico (36º nº2 e 65º nº1 do CC).
No caso estamos perante uma matéria de estatuto pessoal, pelo que poderá ser
aplicado o art.º 17º/2 que exige que a lei que se aplica por força do art.º 62º CC tem de
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ser a lei da nacionalidade, ou seja, a lei de foro tem de remeter para a lei da
nacionalidade, tem de ser chamada a esse título, e no caso está preenchido porque a lei
da África do Sul é a lei da nacionalidade Este pressuposto encontra-se preenchido.
Por outro lado, o interessado tem de residir habitualmente em
território português ou em país cujas normas de conflito considerem competente o
direito interno da sua nacionalidade. No caso, o interessado não reside em Portugal e L3
considera-se indiretamente competente (e não considera competente a lei da África do
Sul), pelo que não se encontra preenchido o 2º requisito e não será aplicada a restrição
do nosso ordenamento jurídico, as duas leis que o nosso sistema considera que têm
melhores títulos para regular a matéria de estatuto pessoal (a nacionalidade e a
residência habitual) estão de acordo na aplicação da lei da residência habitual.
Como tal, o reenvio é aceite e é aplicada a lei espanhola
que considera o testamento ineficaz. No entanto, é necessário ponderar a aplicação de
uma outra restrição, nomeadamente do art.º 19º/1 que pode paralisar o reenvio com base
na ideia de conservação dos negócios jurídicos uma vez que pela lei espanhola o
testamento é inválido. O art.º 19º determina que se pela aplicação das regras de reenvio
o negócio for inválido ou ineficaz e pelo art.º 16º o negócio for válido, será aplicado o
art.º 16º, pelo que é excluído o reenvio, sendo aplicadas as normas materiais da África
do Sul. No entanto, a validade do testamento prejudica a legitima do
nacional português, pelo que se suscita aqui o problema da ROPI (22º CC)
Características da ROPI:
Efeitos da ROPI:
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Efeito primário: afastamento da lei normalmente competente;
Requisitos:
No nosso caso, este requisito encontra-se preenchido. Como tal, o ROPI vai intervir
de forma a proteger este herdeiro, sendo afastada a lei da África do Sul e aplicadas as
normas materiais do Direito do foro para proteger a legitima (1759º e 2157º)