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Platão estava certo: A Terra é feita de

cubos
Redação do Site Inovação Tecnológica - 24/07/2020

"O elemento terra sendo composta de cubos é, literalmente, o modelo estatístico médio
para a terra real. E isso é simplesmente alucinante."
[Imagem: Gábor Domokos et al. - 10.1073/pnas.2001037117]

Átomos e cubos

Platão, o filósofo grego que viveu no século V a.C., acreditava que o Universo
era feito de cinco tipos de matéria: terra, ar, fogo, água e cosmos.

E cada um desses tipos de matéria foi descrito por ele com uma geometria
específica, o que passou a ser conhecido como uma "forma platônica". Para a
terra, por exemplo, essa forma era o cubo.

"Platão é amplamente reconhecido como a primeira pessoa a desenvolver o


conceito de átomo, a ideia de que a matéria é composta por algum componente
indivisível em menor escala," comenta o professor Douglas Jerolmack, da
Universidade da Pensilvânia, nos EUA.

A ideia de Platão era conceitual, claro, e a ciência avançou constantemente


além das conjecturas, mas sempre olhando para o átomo como a base do
Universo.

No entanto, Platão parece ter entendido algo que a ciência até agora não havia
vislumbrado.
"O interessante aqui é que o que encontramos nas rochas, ou terra, é que
existe mais do que uma linhagem conceitual de volta a Platão. Acontece que a
concepção de Platão sobre o elemento terra sendo composta de cubos é,
literalmente, o modelo estatístico médio para a terra real. E isso é
simplesmente alucinante," disse Jerolmack.

Não importa se uma pedra é quebrada, espremida ou cortada - em 90% das vezes os
cubos aparecem.
[Imagem: Gábor Domokos et al. - 10.1073/pnas.2001037117]

Rochas formadas por cubos

A descoberta do grupo começou com modelos geométricos desenvolvidos pelo


matemático Gábor Domokos, da Universidade de Tecnologia e Economia de
Budapeste, na Hungria, cujo trabalho previa que as rochas naturais se
fragmentam em formas cúbicas.

"Este artigo é o resultado de três anos de reflexão e trabalho sérios, mas volta
a uma ideia central," conta Domokos. "Se você pegar uma forma poliédrica
tridimensional, fatiá-la aleatoriamente em dois fragmentos e, em seguida, cortar
esses fragmentos repetidamente, obterá um grande número de formas
poliédricas diferentes. Mas, em um sentido médio, a forma resultante dos
fragmentos será um cubo."

Ao discutir o assunto, a equipe vislumbrou que, ou isso era um erro, ou era


algo realmente grande. Por isso partiram para checar os cálculos, abordando
as questões geofísicas envolvidas - em outras palavras, "Como a natureza
deixa isso acontecer?"
Fundamentalmente, a pergunta que eles responderam é "Quais formas são
criadas quando as rochas se partem?". Notavelmente, eles descobriram que a
conjectura matemática central vislumbrada por Domokos está nos fundamentos
dos processos geológicos não apenas aqui na Terra, mas também por todo o
Sistema Solar.

"A fragmentação é esse processo onipresente que está moendo materiais


planetários," descreveu Jerolmack. "O Sistema Solar está coberto de gelo e
rochas que estão incessantemente se quebrando. Este trabalho nos dá uma
assinatura desse processo que nunca vimos antes".

A equipe vê sinais do mesmo processo acontecendo em outras partes do Sistema Solar.


[Imagem: NASA/JPL-Caltech/SETI Institute]

A Terra prefere os cubos

O que a equipe descreve é que os componentes que se desprendem de um


objeto anteriormente sólido - todos os cacos de um copo de vidro que se
quebra, por exemplo - devem se encaixar sem nenhum espaço. Na prática isso
é virtualmente impossível, mas matematicamente não. E o que eles
demonstraram é que a única das chamadas formas platônicas - poliedros com
lados de comprimento igual - que se encaixam sem lacunas são os cubos.

"Platão era muito sensível à geometria. De acordo com o folclore, a frase 'Que
ninguém que desconheça a geometria entre' foi gravada na porta da Academia
de Platão. Suas intuições, apoiadas em seu amplo pensamento sobre a
ciência, podem tê-lo levado a essa ideia sobre os cubos," disse Domokos.
Para testar se seus modelos matemáticos são verdadeiros na natureza, a
equipe mediu uma grande variedade de rochas, centenas que eles coletaram e
milhares de outras a partir de conjuntos de dados coletados por outros
geólogos. Não importa se as rochas haviam sido intemperizadas naturalmente
em um grande afloramento ou se foram dinamitadas por seres humanos, a
equipe encontrou um bom ajuste à média cúbica.

No entanto, existem formações rochosas especiais que parecem quebrar a


"regra cúbica". É o caso das disjunções colunares, como a Calçada dos
Gigantes, na Irlanda do Norte, em que o basalto vulcânico resfria-se em um
ritmo específico que o faz formar colunas verticais hexagonais. Mesmo assim,
essas formações, embora raras, ainda são abrangidas pela concepção
matemática de fragmentação da equipe.

"O mundo é um lugar confuso," diz Jerolmack. "Nove em cada dez vezes, se
uma pedra é quebrada, espremida ou cortada - e geralmente essas forças
estão acontecendo juntas - você acaba com fragmentos que são, em média,
formas cúbicas. É apenas se você tiver uma condição de estresse muito
especial que você obtém outra coisa. A Terra simplesmente não faz isso com
frequência."

Bibliografia:

Artigo: Plato’s cube and the natural geometry of fragmentation


Autores: Gábor Domokos, Douglas J. Jerolmack, Ferenc Kun, János Török
Revista: Proceedings of the National Academy of Sciences
DOI: 10.1073/pnas.2001037117

Platão estava certo: A Terra é feita de


cubos
Redação do Site Inovação Tecnológica - 24/07/2020
"O elemento terra sendo composta de cubos é, literalmente, o modelo estatístico médio
para a terra real. E isso é simplesmente alucinante."
[Imagem: Gábor Domokos et al. - 10.1073/pnas.2001037117]

Átomos e cubos

Platão, o filósofo grego que viveu no século V a.C., acreditava que o Universo
era feito de cinco tipos de matéria: terra, ar, fogo, água e cosmos.

E cada um desses tipos de matéria foi descrito por ele com uma geometria
específica, o que passou a ser conhecido como uma "forma platônica". Para a
terra, por exemplo, essa forma era o cubo.

"Platão é amplamente reconhecido como a primeira pessoa a desenvolver o


conceito de átomo, a ideia de que a matéria é composta por algum componente
indivisível em menor escala," comenta o professor Douglas Jerolmack, da
Universidade da Pensilvânia, nos EUA.

A ideia de Platão era conceitual, claro, e a ciência avançou constantemente


além das conjecturas, mas sempre olhando para o átomo como a base do
Universo.

No entanto, Platão parece ter entendido algo que a ciência até agora não havia
vislumbrado.

"O interessante aqui é que o que encontramos nas rochas, ou terra, é que
existe mais do que uma linhagem conceitual de volta a Platão. Acontece que a
concepção de Platão sobre o elemento terra sendo composta de cubos é,
literalmente, o modelo estatístico médio para a terra real. E isso é
simplesmente alucinante," disse Jerolmack.
Não importa se uma pedra é quebrada, espremida ou cortada - em 90% das vezes os
cubos aparecem.
[Imagem: Gábor Domokos et al. - 10.1073/pnas.2001037117]

Rochas formadas por cubos

A descoberta do grupo começou com modelos geométricos desenvolvidos pelo


matemático Gábor Domokos, da Universidade de Tecnologia e Economia de
Budapeste, na Hungria, cujo trabalho previa que as rochas naturais se
fragmentam em formas cúbicas.

"Este artigo é o resultado de três anos de reflexão e trabalho sérios, mas volta
a uma ideia central," conta Domokos. "Se você pegar uma forma poliédrica
tridimensional, fatiá-la aleatoriamente em dois fragmentos e, em seguida, cortar
esses fragmentos repetidamente, obterá um grande número de formas
poliédricas diferentes. Mas, em um sentido médio, a forma resultante dos
fragmentos será um cubo."

Ao discutir o assunto, a equipe vislumbrou que, ou isso era um erro, ou era


algo realmente grande. Por isso partiram para checar os cálculos, abordando
as questões geofísicas envolvidas - em outras palavras, "Como a natureza
deixa isso acontecer?"

Fundamentalmente, a pergunta que eles responderam é "Quais formas são


criadas quando as rochas se partem?". Notavelmente, eles descobriram que a
conjectura matemática central vislumbrada por Domokos está nos fundamentos
dos processos geológicos não apenas aqui na Terra, mas também por todo o
Sistema Solar.
"A fragmentação é esse processo onipresente que está moendo materiais
planetários," descreveu Jerolmack. "O Sistema Solar está coberto de gelo e
rochas que estão incessantemente se quebrando. Este trabalho nos dá uma
assinatura desse processo que nunca vimos antes".

A equipe vê sinais do mesmo processo acontecendo em outras partes do Sistema Solar.


[Imagem: NASA/JPL-Caltech/SETI Institute]

A Terra prefere os cubos

O que a equipe descreve é que os componentes que se desprendem de um


objeto anteriormente sólido - todos os cacos de um copo de vidro que se
quebra, por exemplo - devem se encaixar sem nenhum espaço. Na prática isso
é virtualmente impossível, mas matematicamente não. E o que eles
demonstraram é que a única das chamadas formas platônicas - poliedros com
lados de comprimento igual - que se encaixam sem lacunas são os cubos.

"Platão era muito sensível à geometria. De acordo com o folclore, a frase 'Que
ninguém que desconheça a geometria entre' foi gravada na porta da Academia
de Platão. Suas intuições, apoiadas em seu amplo pensamento sobre a
ciência, podem tê-lo levado a essa ideia sobre os cubos," disse Domokos.

Para testar se seus modelos matemáticos são verdadeiros na natureza, a


equipe mediu uma grande variedade de rochas, centenas que eles coletaram e
milhares de outras a partir de conjuntos de dados coletados por outros
geólogos. Não importa se as rochas haviam sido intemperizadas naturalmente
em um grande afloramento ou se foram dinamitadas por seres humanos, a
equipe encontrou um bom ajuste à média cúbica.
No entanto, existem formações rochosas especiais que parecem quebrar a
"regra cúbica". É o caso das disjunções colunares, como a Calçada dos
Gigantes, na Irlanda do Norte, em que o basalto vulcânico resfria-se em um
ritmo específico que o faz formar colunas verticais hexagonais. Mesmo assim,
essas formações, embora raras, ainda são abrangidas pela concepção
matemática de fragmentação da equipe.

"O mundo é um lugar confuso," diz Jerolmack. "Nove em cada dez vezes, se
uma pedra é quebrada, espremida ou cortada - e geralmente essas forças
estão acontecendo juntas - você acaba com fragmentos que são, em média,
formas cúbicas. É apenas se você tiver uma condição de estresse muito
especial que você obtém outra coisa. A Terra simplesmente não faz isso com
frequência."

Bibliografia:

Artigo: Plato’s cube and the natural geometry of fragmentation


Autores: Gábor Domokos, Douglas J. Jerolmack, Ferenc Kun, János Török
Revista: Proceedings of the National Academy of Sciences
DOI: 10.1073/pnas.2001037117

Platão estava certo: A Terra é feita de


cubos
Redação do Site Inovação Tecnológica - 24/07/2020

"O elemento terra sendo composta de cubos é, literalmente, o modelo estatístico médio
para a terra real. E isso é simplesmente alucinante."
[Imagem: Gábor Domokos et al. - 10.1073/pnas.2001037117]
Átomos e cubos

Platão, o filósofo grego que viveu no século V a.C., acreditava que o Universo
era feito de cinco tipos de matéria: terra, ar, fogo, água e cosmos.

E cada um desses tipos de matéria foi descrito por ele com uma geometria
específica, o que passou a ser conhecido como uma "forma platônica". Para a
terra, por exemplo, essa forma era o cubo.

"Platão é amplamente reconhecido como a primeira pessoa a desenvolver o


conceito de átomo, a ideia de que a matéria é composta por algum componente
indivisível em menor escala," comenta o professor Douglas Jerolmack, da
Universidade da Pensilvânia, nos EUA.

A ideia de Platão era conceitual, claro, e a ciência avançou constantemente


além das conjecturas, mas sempre olhando para o átomo como a base do
Universo.

No entanto, Platão parece ter entendido algo que a ciência até agora não havia
vislumbrado.

"O interessante aqui é que o que encontramos nas rochas, ou terra, é que
existe mais do que uma linhagem conceitual de volta a Platão. Acontece que a
concepção de Platão sobre o elemento terra sendo composta de cubos é,
literalmente, o modelo estatístico médio para a terra real. E isso é
simplesmente alucinante," disse Jerolmack.
Não importa se uma pedra é quebrada, espremida ou cortada - em 90% das vezes os
cubos aparecem.
[Imagem: Gábor Domokos et al. - 10.1073/pnas.2001037117]

Rochas formadas por cubos

A descoberta do grupo começou com modelos geométricos desenvolvidos pelo


matemático Gábor Domokos, da Universidade de Tecnologia e Economia de
Budapeste, na Hungria, cujo trabalho previa que as rochas naturais se
fragmentam em formas cúbicas.

"Este artigo é o resultado de três anos de reflexão e trabalho sérios, mas volta
a uma ideia central," conta Domokos. "Se você pegar uma forma poliédrica
tridimensional, fatiá-la aleatoriamente em dois fragmentos e, em seguida, cortar
esses fragmentos repetidamente, obterá um grande número de formas
poliédricas diferentes. Mas, em um sentido médio, a forma resultante dos
fragmentos será um cubo."

Ao discutir o assunto, a equipe vislumbrou que, ou isso era um erro, ou era


algo realmente grande. Por isso partiram para checar os cálculos, abordando
as questões geofísicas envolvidas - em outras palavras, "Como a natureza
deixa isso acontecer?"

Fundamentalmente, a pergunta que eles responderam é "Quais formas são


criadas quando as rochas se partem?". Notavelmente, eles descobriram que a
conjectura matemática central vislumbrada por Domokos está nos fundamentos
dos processos geológicos não apenas aqui na Terra, mas também por todo o
Sistema Solar.

"A fragmentação é esse processo onipresente que está moendo materiais


planetários," descreveu Jerolmack. "O Sistema Solar está coberto de gelo e
rochas que estão incessantemente se quebrando. Este trabalho nos dá uma
assinatura desse processo que nunca vimos antes".
A equipe vê sinais do mesmo processo acontecendo em outras partes do Sistema Solar.
[Imagem: NASA/JPL-Caltech/SETI Institute]

A Terra prefere os cubos

O que a equipe descreve é que os componentes que se desprendem de um


objeto anteriormente sólido - todos os cacos de um copo de vidro que se
quebra, por exemplo - devem se encaixar sem nenhum espaço. Na prática isso
é virtualmente impossível, mas matematicamente não. E o que eles
demonstraram é que a única das chamadas formas platônicas - poliedros com
lados de comprimento igual - que se encaixam sem lacunas são os cubos.

"Platão era muito sensível à geometria. De acordo com o folclore, a frase 'Que
ninguém que desconheça a geometria entre' foi gravada na porta da Academia
de Platão. Suas intuições, apoiadas em seu amplo pensamento sobre a
ciência, podem tê-lo levado a essa ideia sobre os cubos," disse Domokos.

Para testar se seus modelos matemáticos são verdadeiros na natureza, a


equipe mediu uma grande variedade de rochas, centenas que eles coletaram e
milhares de outras a partir de conjuntos de dados coletados por outros
geólogos. Não importa se as rochas haviam sido intemperizadas naturalmente
em um grande afloramento ou se foram dinamitadas por seres humanos, a
equipe encontrou um bom ajuste à média cúbica.

No entanto, existem formações rochosas especiais que parecem quebrar a


"regra cúbica". É o caso das disjunções colunares, como a Calçada dos
Gigantes, na Irlanda do Norte, em que o basalto vulcânico resfria-se em um
ritmo específico que o faz formar colunas verticais hexagonais. Mesmo assim,
essas formações, embora raras, ainda são abrangidas pela concepção
matemática de fragmentação da equipe.

"O mundo é um lugar confuso," diz Jerolmack. "Nove em cada dez vezes, se
uma pedra é quebrada, espremida ou cortada - e geralmente essas forças
estão acontecendo juntas - você acaba com fragmentos que são, em média,
formas cúbicas. É apenas se você tiver uma condição de estresse muito
especial que você obtém outra coisa. A Terra simplesmente não faz isso com
frequência."

Bibliografia:

Artigo: Plato’s cube and the natural geometry of fragmentation


Autores: Gábor Domokos, Douglas J. Jerolmack, Ferenc Kun, János Török
Revista: Proceedings of the National Academy of Sciences
DOI: 10.1073/pnas.2001037117

Platão estava certo: A Terra é feita de


cubos
Redação do Site Inovação Tecnológica - 24/07/2020

"O elemento terra sendo composta de cubos é, literalmente, o modelo estatístico médio
para a terra real. E isso é simplesmente alucinante."
[Imagem: Gábor Domokos et al. - 10.1073/pnas.2001037117]

Átomos e cubos

Platão, o filósofo grego que viveu no século V a.C., acreditava que o Universo
era feito de cinco tipos de matéria: terra, ar, fogo, água e cosmos.
E cada um desses tipos de matéria foi descrito por ele com uma geometria
específica, o que passou a ser conhecido como uma "forma platônica". Para a
terra, por exemplo, essa forma era o cubo.

"Platão é amplamente reconhecido como a primeira pessoa a desenvolver o


conceito de átomo, a ideia de que a matéria é composta por algum componente
indivisível em menor escala," comenta o professor Douglas Jerolmack, da
Universidade da Pensilvânia, nos EUA.

A ideia de Platão era conceitual, claro, e a ciência avançou constantemente


além das conjecturas, mas sempre olhando para o átomo como a base do
Universo.

No entanto, Platão parece ter entendido algo que a ciência até agora não havia
vislumbrado.

"O interessante aqui é que o que encontramos nas rochas, ou terra, é que
existe mais do que uma linhagem conceitual de volta a Platão. Acontece que a
concepção de Platão sobre o elemento terra sendo composta de cubos é,
literalmente, o modelo estatístico médio para a terra real. E isso é
simplesmente alucinante," disse Jerolmack.

Não importa se uma pedra é quebrada, espremida ou cortada - em 90% das vezes os
cubos aparecem.
[Imagem: Gábor Domokos et al. - 10.1073/pnas.2001037117]

Rochas formadas por cubos


A descoberta do grupo começou com modelos geométricos desenvolvidos pelo
matemático Gábor Domokos, da Universidade de Tecnologia e Economia de
Budapeste, na Hungria, cujo trabalho previa que as rochas naturais se
fragmentam em formas cúbicas.

"Este artigo é o resultado de três anos de reflexão e trabalho sérios, mas volta
a uma ideia central," conta Domokos. "Se você pegar uma forma poliédrica
tridimensional, fatiá-la aleatoriamente em dois fragmentos e, em seguida, cortar
esses fragmentos repetidamente, obterá um grande número de formas
poliédricas diferentes. Mas, em um sentido médio, a forma resultante dos
fragmentos será um cubo."

Ao discutir o assunto, a equipe vislumbrou que, ou isso era um erro, ou era


algo realmente grande. Por isso partiram para checar os cálculos, abordando
as questões geofísicas envolvidas - em outras palavras, "Como a natureza
deixa isso acontecer?"

Fundamentalmente, a pergunta que eles responderam é "Quais formas são


criadas quando as rochas se partem?". Notavelmente, eles descobriram que a
conjectura matemática central vislumbrada por Domokos está nos fundamentos
dos processos geológicos não apenas aqui na Terra, mas também por todo o
Sistema Solar.

"A fragmentação é esse processo onipresente que está moendo materiais


planetários," descreveu Jerolmack. "O Sistema Solar está coberto de gelo e
rochas que estão incessantemente se quebrando. Este trabalho nos dá uma
assinatura desse processo que nunca vimos antes".
A equipe vê sinais do mesmo processo acontecendo em outras partes do Sistema Solar.
[Imagem: NASA/JPL-Caltech/SETI Institute]

A Terra prefere os cubos

O que a equipe descreve é que os componentes que se desprendem de um


objeto anteriormente sólido - todos os cacos de um copo de vidro que se
quebra, por exemplo - devem se encaixar sem nenhum espaço. Na prática isso
é virtualmente impossível, mas matematicamente não. E o que eles
demonstraram é que a única das chamadas formas platônicas - poliedros com
lados de comprimento igual - que se encaixam sem lacunas são os cubos.

"Platão era muito sensível à geometria. De acordo com o folclore, a frase 'Que
ninguém que desconheça a geometria entre' foi gravada na porta da Academia
de Platão. Suas intuições, apoiadas em seu amplo pensamento sobre a
ciência, podem tê-lo levado a essa ideia sobre os cubos," disse Domokos.

Para testar se seus modelos matemáticos são verdadeiros na natureza, a


equipe mediu uma grande variedade de rochas, centenas que eles coletaram e
milhares de outras a partir de conjuntos de dados coletados por outros
geólogos. Não importa se as rochas haviam sido intemperizadas naturalmente
em um grande afloramento ou se foram dinamitadas por seres humanos, a
equipe encontrou um bom ajuste à média cúbica.

No entanto, existem formações rochosas especiais que parecem quebrar a


"regra cúbica". É o caso das disjunções colunares, como a Calçada dos
Gigantes, na Irlanda do Norte, em que o basalto vulcânico resfria-se em um
ritmo específico que o faz formar colunas verticais hexagonais. Mesmo assim,
essas formações, embora raras, ainda são abrangidas pela concepção
matemática de fragmentação da equipe.

"O mundo é um lugar confuso," diz Jerolmack. "Nove em cada dez vezes, se
uma pedra é quebrada, espremida ou cortada - e geralmente essas forças
estão acontecendo juntas - você acaba com fragmentos que são, em média,
formas cúbicas. É apenas se você tiver uma condição de estresse muito
especial que você obtém outra coisa. A Terra simplesmente não faz isso com
frequência."

Bibliografia:

Artigo: Plato’s cube and the natural geometry of fragmentation


Autores: Gábor Domokos, Douglas J. Jerolmack, Ferenc Kun, János Török
Revista: Proceedings of the National Academy of Sciences
DOI: 10.1073/pnas.2001037117

Platão estava certo: A Terra é feita de


cubos
Redação do Site Inovação Tecnológica - 24/07/2020

"O elemento terra sendo composta de cubos é, literalmente, o modelo estatístico médio
para a terra real. E isso é simplesmente alucinante."
[Imagem: Gábor Domokos et al. - 10.1073/pnas.2001037117]

Átomos e cubos

Platão, o filósofo grego que viveu no século V a.C., acreditava que o Universo
era feito de cinco tipos de matéria: terra, ar, fogo, água e cosmos.
E cada um desses tipos de matéria foi descrito por ele com uma geometria
específica, o que passou a ser conhecido como uma "forma platônica". Para a
terra, por exemplo, essa forma era o cubo.

"Platão é amplamente reconhecido como a primeira pessoa a desenvolver o


conceito de átomo, a ideia de que a matéria é composta por algum componente
indivisível em menor escala," comenta o professor Douglas Jerolmack, da
Universidade da Pensilvânia, nos EUA.

A ideia de Platão era conceitual, claro, e a ciência avançou constantemente


além das conjecturas, mas sempre olhando para o átomo como a base do
Universo.

No entanto, Platão parece ter entendido algo que a ciência até agora não havia
vislumbrado.

"O interessante aqui é que o que encontramos nas rochas, ou terra, é que
existe mais do que uma linhagem conceitual de volta a Platão. Acontece que a
concepção de Platão sobre o elemento terra sendo composta de cubos é,
literalmente, o modelo estatístico médio para a terra real. E isso é
simplesmente alucinante," disse Jerolmack.

Não importa se uma pedra é quebrada, espremida ou cortada - em 90% das vezes os
cubos aparecem.
[Imagem: Gábor Domokos et al. - 10.1073/pnas.2001037117]

Rochas formadas por cubos


A descoberta do grupo começou com modelos geométricos desenvolvidos pelo
matemático Gábor Domokos, da Universidade de Tecnologia e Economia de
Budapeste, na Hungria, cujo trabalho previa que as rochas naturais se
fragmentam em formas cúbicas.

"Este artigo é o resultado de três anos de reflexão e trabalho sérios, mas volta
a uma ideia central," conta Domokos. "Se você pegar uma forma poliédrica
tridimensional, fatiá-la aleatoriamente em dois fragmentos e, em seguida, cortar
esses fragmentos repetidamente, obterá um grande número de formas
poliédricas diferentes. Mas, em um sentido médio, a forma resultante dos
fragmentos será um cubo."

Ao discutir o assunto, a equipe vislumbrou que, ou isso era um erro, ou era


algo realmente grande. Por isso partiram para checar os cálculos, abordando
as questões geofísicas envolvidas - em outras palavras, "Como a natureza
deixa isso acontecer?"

Fundamentalmente, a pergunta que eles responderam é "Quais formas são


criadas quando as rochas se partem?". Notavelmente, eles descobriram que a
conjectura matemática central vislumbrada por Domokos está nos fundamentos
dos processos geológicos não apenas aqui na Terra, mas também por todo o
Sistema Solar.

"A fragmentação é esse processo onipresente que está moendo materiais


planetários," descreveu Jerolmack. "O Sistema Solar está coberto de gelo e
rochas que estão incessantemente se quebrando. Este trabalho nos dá uma
assinatura desse processo que nunca vimos antes".
A equipe vê sinais do mesmo processo acontecendo em outras partes do Sistema Solar.
[Imagem: NASA/JPL-Caltech/SETI Institute]

A Terra prefere os cubos

O que a equipe descreve é que os componentes que se desprendem de um


objeto anteriormente sólido - todos os cacos de um copo de vidro que se
quebra, por exemplo - devem se encaixar sem nenhum espaço. Na prática isso
é virtualmente impossível, mas matematicamente não. E o que eles
demonstraram é que a única das chamadas formas platônicas - poliedros com
lados de comprimento igual - que se encaixam sem lacunas são os cubos.

"Platão era muito sensível à geometria. De acordo com o folclore, a frase 'Que
ninguém que desconheça a geometria entre' foi gravada na porta da Academia
de Platão. Suas intuições, apoiadas em seu amplo pensamento sobre a
ciência, podem tê-lo levado a essa ideia sobre os cubos," disse Domokos.

Para testar se seus modelos matemáticos são verdadeiros na natureza, a


equipe mediu uma grande variedade de rochas, centenas que eles coletaram e
milhares de outras a partir de conjuntos de dados coletados por outros
geólogos. Não importa se as rochas haviam sido intemperizadas naturalmente
em um grande afloramento ou se foram dinamitadas por seres humanos, a
equipe encontrou um bom ajuste à média cúbica.

No entanto, existem formações rochosas especiais que parecem quebrar a


"regra cúbica". É o caso das disjunções colunares, como a Calçada dos
Gigantes, na Irlanda do Norte, em que o basalto vulcânico resfria-se em um
ritmo específico que o faz formar colunas verticais hexagonais. Mesmo assim,
essas formações, embora raras, ainda são abrangidas pela concepção
matemática de fragmentação da equipe.

"O mundo é um lugar confuso," diz Jerolmack. "Nove em cada dez vezes, se
uma pedra é quebrada, espremida ou cortada - e geralmente essas forças
estão acontecendo juntas - você acaba com fragmentos que são, em média,
formas cúbicas. É apenas se você tiver uma condição de estresse muito
especial que você obtém outra coisa. A Terra simplesmente não faz isso com
frequência."

Bibliografia:

Artigo: Plato’s cube and the natural geometry of fragmentation


Autores: Gábor Domokos, Douglas J. Jerolmack, Ferenc Kun, János Török
Revista: Proceedings of the National Academy of Sciences
DOI: 10.1073/pnas.2001037117

Platão estava certo: A Terra é feita de


cubos
Redação do Site Inovação Tecnológica - 24/07/2020

"O elemento terra sendo composta de cubos é, literalmente, o modelo estatístico médio
para a terra real. E isso é simplesmente alucinante."
[Imagem: Gábor Domokos et al. - 10.1073/pnas.2001037117]

Átomos e cubos

Platão, o filósofo grego que viveu no século V a.C., acreditava que o Universo
era feito de cinco tipos de matéria: terra, ar, fogo, água e cosmos.
E cada um desses tipos de matéria foi descrito por ele com uma geometria
específica, o que passou a ser conhecido como uma "forma platônica". Para a
terra, por exemplo, essa forma era o cubo.

"Platão é amplamente reconhecido como a primeira pessoa a desenvolver o


conceito de átomo, a ideia de que a matéria é composta por algum componente
indivisível em menor escala," comenta o professor Douglas Jerolmack, da
Universidade da Pensilvânia, nos EUA.

A ideia de Platão era conceitual, claro, e a ciência avançou constantemente


além das conjecturas, mas sempre olhando para o átomo como a base do
Universo.

No entanto, Platão parece ter entendido algo que a ciência até agora não havia
vislumbrado.

"O interessante aqui é que o que encontramos nas rochas, ou terra, é que
existe mais do que uma linhagem conceitual de volta a Platão. Acontece que a
concepção de Platão sobre o elemento terra sendo composta de cubos é,
literalmente, o modelo estatístico médio para a terra real. E isso é
simplesmente alucinante," disse Jerolmack.

Não importa se uma pedra é quebrada, espremida ou cortada - em 90% das vezes os
cubos aparecem.
[Imagem: Gábor Domokos et al. - 10.1073/pnas.2001037117]

Rochas formadas por cubos


A descoberta do grupo começou com modelos geométricos desenvolvidos pelo
matemático Gábor Domokos, da Universidade de Tecnologia e Economia de
Budapeste, na Hungria, cujo trabalho previa que as rochas naturais se
fragmentam em formas cúbicas.

"Este artigo é o resultado de três anos de reflexão e trabalho sérios, mas volta
a uma ideia central," conta Domokos. "Se você pegar uma forma poliédrica
tridimensional, fatiá-la aleatoriamente em dois fragmentos e, em seguida, cortar
esses fragmentos repetidamente, obterá um grande número de formas
poliédricas diferentes. Mas, em um sentido médio, a forma resultante dos
fragmentos será um cubo."

Ao discutir o assunto, a equipe vislumbrou que, ou isso era um erro, ou era


algo realmente grande. Por isso partiram para checar os cálculos, abordando
as questões geofísicas envolvidas - em outras palavras, "Como a natureza
deixa isso acontecer?"

Fundamentalmente, a pergunta que eles responderam é "Quais formas são


criadas quando as rochas se partem?". Notavelmente, eles descobriram que a
conjectura matemática central vislumbrada por Domokos está nos fundamentos
dos processos geológicos não apenas aqui na Terra, mas também por todo o
Sistema Solar.

"A fragmentação é esse processo onipresente que está moendo materiais


planetários," descreveu Jerolmack. "O Sistema Solar está coberto de gelo e
rochas que estão incessantemente se quebrando. Este trabalho nos dá uma
assinatura desse processo que nunca vimos antes".
A equipe vê sinais do mesmo processo acontecendo em outras partes do Sistema Solar.
[Imagem: NASA/JPL-Caltech/SETI Institute]

A Terra prefere os cubos

O que a equipe descreve é que os componentes que se desprendem de um


objeto anteriormente sólido - todos os cacos de um copo de vidro que se
quebra, por exemplo - devem se encaixar sem nenhum espaço. Na prática isso
é virtualmente impossível, mas matematicamente não. E o que eles
demonstraram é que a única das chamadas formas platônicas - poliedros com
lados de comprimento igual - que se encaixam sem lacunas são os cubos.

"Platão era muito sensível à geometria. De acordo com o folclore, a frase 'Que
ninguém que desconheça a geometria entre' foi gravada na porta da Academia
de Platão. Suas intuições, apoiadas em seu amplo pensamento sobre a
ciência, podem tê-lo levado a essa ideia sobre os cubos," disse Domokos.

Para testar se seus modelos matemáticos são verdadeiros na natureza, a


equipe mediu uma grande variedade de rochas, centenas que eles coletaram e
milhares de outras a partir de conjuntos de dados coletados por outros
geólogos. Não importa se as rochas haviam sido intemperizadas naturalmente
em um grande afloramento ou se foram dinamitadas por seres humanos, a
equipe encontrou um bom ajuste à média cúbica.

No entanto, existem formações rochosas especiais que parecem quebrar a


"regra cúbica". É o caso das disjunções colunares, como a Calçada dos
Gigantes, na Irlanda do Norte, em que o basalto vulcânico resfria-se em um
ritmo específico que o faz formar colunas verticais hexagonais. Mesmo assim,
essas formações, embora raras, ainda são abrangidas pela concepção
matemática de fragmentação da equipe.

"O mundo é um lugar confuso," diz Jerolmack. "Nove em cada dez vezes, se
uma pedra é quebrada, espremida ou cortada - e geralmente essas forças
estão acontecendo juntas - você acaba com fragmentos que são, em média,
formas cúbicas. É apenas se você tiver uma condição de estresse muito
especial que você obtém outra coisa. A Terra simplesmente não faz isso com
frequência."

Bibliografia:

Artigo: Plato’s cube and the natural geometry of fragmentation


Autores: Gábor Domokos, Douglas J. Jerolmack, Ferenc Kun, János Török
Revista: Proceedings of the National Academy of Sciences
DOI: 10.1073/pnas.2001037117

Platão estava certo: A Terra é feita de


cubos
Redação do Site Inovação Tecnológica - 24/07/2020

"O elemento terra sendo composta de cubos é, literalmente, o modelo estatístico médio
para a terra real. E isso é simplesmente alucinante."
[Imagem: Gábor Domokos et al. - 10.1073/pnas.2001037117]

Átomos e cubos

Platão, o filósofo grego que viveu no século V a.C., acreditava que o Universo
era feito de cinco tipos de matéria: terra, ar, fogo, água e cosmos.
E cada um desses tipos de matéria foi descrito por ele com uma geometria
específica, o que passou a ser conhecido como uma "forma platônica". Para a
terra, por exemplo, essa forma era o cubo.

"Platão é amplamente reconhecido como a primeira pessoa a desenvolver o


conceito de átomo, a ideia de que a matéria é composta por algum componente
indivisível em menor escala," comenta o professor Douglas Jerolmack, da
Universidade da Pensilvânia, nos EUA.

A ideia de Platão era conceitual, claro, e a ciência avançou constantemente


além das conjecturas, mas sempre olhando para o átomo como a base do
Universo.

No entanto, Platão parece ter entendido algo que a ciência até agora não havia
vislumbrado.

"O interessante aqui é que o que encontramos nas rochas, ou terra, é que
existe mais do que uma linhagem conceitual de volta a Platão. Acontece que a
concepção de Platão sobre o elemento terra sendo composta de cubos é,
literalmente, o modelo estatístico médio para a terra real. E isso é
simplesmente alucinante," disse Jerolmack.

Não importa se uma pedra é quebrada, espremida ou cortada - em 90% das vezes os
cubos aparecem.
[Imagem: Gábor Domokos et al. - 10.1073/pnas.2001037117]

Rochas formadas por cubos


A descoberta do grupo começou com modelos geométricos desenvolvidos pelo
matemático Gábor Domokos, da Universidade de Tecnologia e Economia de
Budapeste, na Hungria, cujo trabalho previa que as rochas naturais se
fragmentam em formas cúbicas.

"Este artigo é o resultado de três anos de reflexão e trabalho sérios, mas volta
a uma ideia central," conta Domokos. "Se você pegar uma forma poliédrica
tridimensional, fatiá-la aleatoriamente em dois fragmentos e, em seguida, cortar
esses fragmentos repetidamente, obterá um grande número de formas
poliédricas diferentes. Mas, em um sentido médio, a forma resultante dos
fragmentos será um cubo."

Ao discutir o assunto, a equipe vislumbrou que, ou isso era um erro, ou era


algo realmente grande. Por isso partiram para checar os cálculos, abordando
as questões geofísicas envolvidas - em outras palavras, "Como a natureza
deixa isso acontecer?"

Fundamentalmente, a pergunta que eles responderam é "Quais formas são


criadas quando as rochas se partem?". Notavelmente, eles descobriram que a
conjectura matemática central vislumbrada por Domokos está nos fundamentos
dos processos geológicos não apenas aqui na Terra, mas também por todo o
Sistema Solar.

"A fragmentação é esse processo onipresente que está moendo materiais


planetários," descreveu Jerolmack. "O Sistema Solar está coberto de gelo e
rochas que estão incessantemente se quebrando. Este trabalho nos dá uma
assinatura desse processo que nunca vimos antes".
A equipe vê sinais do mesmo processo acontecendo em outras partes do Sistema Solar.
[Imagem: NASA/JPL-Caltech/SETI Institute]

A Terra prefere os cubos

O que a equipe descreve é que os componentes que se desprendem de um


objeto anteriormente sólido - todos os cacos de um copo de vidro que se
quebra, por exemplo - devem se encaixar sem nenhum espaço. Na prática isso
é virtualmente impossível, mas matematicamente não. E o que eles
demonstraram é que a única das chamadas formas platônicas - poliedros com
lados de comprimento igual - que se encaixam sem lacunas são os cubos.

"Platão era muito sensível à geometria. De acordo com o folclore, a frase 'Que
ninguém que desconheça a geometria entre' foi gravada na porta da Academia
de Platão. Suas intuições, apoiadas em seu amplo pensamento sobre a
ciência, podem tê-lo levado a essa ideia sobre os cubos," disse Domokos.

Para testar se seus modelos matemáticos são verdadeiros na natureza, a


equipe mediu uma grande variedade de rochas, centenas que eles coletaram e
milhares de outras a partir de conjuntos de dados coletados por outros
geólogos. Não importa se as rochas haviam sido intemperizadas naturalmente
em um grande afloramento ou se foram dinamitadas por seres humanos, a
equipe encontrou um bom ajuste à média cúbica.

No entanto, existem formações rochosas especiais que parecem quebrar a


"regra cúbica". É o caso das disjunções colunares, como a Calçada dos
Gigantes, na Irlanda do Norte, em que o basalto vulcânico resfria-se em um
ritmo específico que o faz formar colunas verticais hexagonais. Mesmo assim,
essas formações, embora raras, ainda são abrangidas pela concepção
matemática de fragmentação da equipe.

"O mundo é um lugar confuso," diz Jerolmack. "Nove em cada dez vezes, se
uma pedra é quebrada, espremida ou cortada - e geralmente essas forças
estão acontecendo juntas - você acaba com fragmentos que são, em média,
formas cúbicas. É apenas se você tiver uma condição de estresse muito
especial que você obtém outra coisa. A Terra simplesmente não faz isso com
frequência."

Bibliografia:

Artigo: Plato’s cube and the natural geometry of fragmentation


Autores: Gábor Domokos, Douglas J. Jerolmack, Ferenc Kun, János Török
Revista: Proceedings of the National Academy of Sciences
DOI: 10.1073/pnas.2001037117

Platão estava certo: A Terra é feita de


cubos
Redação do Site Inovação Tecnológica - 24/07/2020

"O elemento terra sendo composta de cubos é, literalmente, o modelo estatístico médio
para a terra real. E isso é simplesmente alucinante."
[Imagem: Gábor Domokos et al. - 10.1073/pnas.2001037117]

Átomos e cubos

Platão, o filósofo grego que viveu no século V a.C., acreditava que o Universo
era feito de cinco tipos de matéria: terra, ar, fogo, água e cosmos.
E cada um desses tipos de matéria foi descrito por ele com uma geometria
específica, o que passou a ser conhecido como uma "forma platônica". Para a
terra, por exemplo, essa forma era o cubo.

"Platão é amplamente reconhecido como a primeira pessoa a desenvolver o


conceito de átomo, a ideia de que a matéria é composta por algum componente
indivisível em menor escala," comenta o professor Douglas Jerolmack, da
Universidade da Pensilvânia, nos EUA.

A ideia de Platão era conceitual, claro, e a ciência avançou constantemente


além das conjecturas, mas sempre olhando para o átomo como a base do
Universo.

No entanto, Platão parece ter entendido algo que a ciência até agora não havia
vislumbrado.

"O interessante aqui é que o que encontramos nas rochas, ou terra, é que
existe mais do que uma linhagem conceitual de volta a Platão. Acontece que a
concepção de Platão sobre o elemento terra sendo composta de cubos é,
literalmente, o modelo estatístico médio para a terra real. E isso é
simplesmente alucinante," disse Jerolmack.

Não importa se uma pedra é quebrada, espremida ou cortada - em 90% das vezes os
cubos aparecem.
[Imagem: Gábor Domokos et al. - 10.1073/pnas.2001037117]

Rochas formadas por cubos


A descoberta do grupo começou com modelos geométricos desenvolvidos pelo
matemático Gábor Domokos, da Universidade de Tecnologia e Economia de
Budapeste, na Hungria, cujo trabalho previa que as rochas naturais se
fragmentam em formas cúbicas.

"Este artigo é o resultado de três anos de reflexão e trabalho sérios, mas volta
a uma ideia central," conta Domokos. "Se você pegar uma forma poliédrica
tridimensional, fatiá-la aleatoriamente em dois fragmentos e, em seguida, cortar
esses fragmentos repetidamente, obterá um grande número de formas
poliédricas diferentes. Mas, em um sentido médio, a forma resultante dos
fragmentos será um cubo."

Ao discutir o assunto, a equipe vislumbrou que, ou isso era um erro, ou era


algo realmente grande. Por isso partiram para checar os cálculos, abordando
as questões geofísicas envolvidas - em outras palavras, "Como a natureza
deixa isso acontecer?"

Fundamentalmente, a pergunta que eles responderam é "Quais formas são


criadas quando as rochas se partem?". Notavelmente, eles descobriram que a
conjectura matemática central vislumbrada por Domokos está nos fundamentos
dos processos geológicos não apenas aqui na Terra, mas também por todo o
Sistema Solar.

"A fragmentação é esse processo onipresente que está moendo materiais


planetários," descreveu Jerolmack. "O Sistema Solar está coberto de gelo e
rochas que estão incessantemente se quebrando. Este trabalho nos dá uma
assinatura desse processo que nunca vimos antes".
A equipe vê sinais do mesmo processo acontecendo em outras partes do Sistema Solar.
[Imagem: NASA/JPL-Caltech/SETI Institute]

A Terra prefere os cubos

O que a equipe descreve é que os componentes que se desprendem de um


objeto anteriormente sólido - todos os cacos de um copo de vidro que se
quebra, por exemplo - devem se encaixar sem nenhum espaço. Na prática isso
é virtualmente impossível, mas matematicamente não. E o que eles
demonstraram é que a única das chamadas formas platônicas - poliedros com
lados de comprimento igual - que se encaixam sem lacunas são os cubos.

"Platão era muito sensível à geometria. De acordo com o folclore, a frase 'Que
ninguém que desconheça a geometria entre' foi gravada na porta da Academia
de Platão. Suas intuições, apoiadas em seu amplo pensamento sobre a
ciência, podem tê-lo levado a essa ideia sobre os cubos," disse Domokos.

Para testar se seus modelos matemáticos são verdadeiros na natureza, a


equipe mediu uma grande variedade de rochas, centenas que eles coletaram e
milhares de outras a partir de conjuntos de dados coletados por outros
geólogos. Não importa se as rochas haviam sido intemperizadas naturalmente
em um grande afloramento ou se foram dinamitadas por seres humanos, a
equipe encontrou um bom ajuste à média cúbica.

No entanto, existem formações rochosas especiais que parecem quebrar a


"regra cúbica". É o caso das disjunções colunares, como a Calçada dos
Gigantes, na Irlanda do Norte, em que o basalto vulcânico resfria-se em um
ritmo específico que o faz formar colunas verticais hexagonais. Mesmo assim,
essas formações, embora raras, ainda são abrangidas pela concepção
matemática de fragmentação da equipe.

"O mundo é um lugar confuso," diz Jerolmack. "Nove em cada dez vezes, se
uma pedra é quebrada, espremida ou cortada - e geralmente essas forças
estão acontecendo juntas - você acaba com fragmentos que são, em média,
formas cúbicas. É apenas se você tiver uma condição de estresse muito
especial que você obtém outra coisa. A Terra simplesmente não faz isso com
frequência."

Bibliografia:

Artigo: Plato’s cube and the natural geometry of fragmentation


Autores: Gábor Domokos, Douglas J. Jerolmack, Ferenc Kun, János Török
Revista: Proceedings of the National Academy of Sciences
DOI: 10.1073/pnas.2001037117

Platão estava certo: A Terra é feita de


cubos
Redação do Site Inovação Tecnológica - 24/07/2020

"O elemento terra sendo composta de cubos é, literalmente, o modelo estatístico médio
para a terra real. E isso é simplesmente alucinante."
[Imagem: Gábor Domokos et al. - 10.1073/pnas.2001037117]

Átomos e cubos

Platão, o filósofo grego que viveu no século V a.C., acreditava que o Universo
era feito de cinco tipos de matéria: terra, ar, fogo, água e cosmos.
E cada um desses tipos de matéria foi descrito por ele com uma geometria
específica, o que passou a ser conhecido como uma "forma platônica". Para a
terra, por exemplo, essa forma era o cubo.

"Platão é amplamente reconhecido como a primeira pessoa a desenvolver o


conceito de átomo, a ideia de que a matéria é composta por algum componente
indivisível em menor escala," comenta o professor Douglas Jerolmack, da
Universidade da Pensilvânia, nos EUA.

A ideia de Platão era conceitual, claro, e a ciência avançou constantemente


além das conjecturas, mas sempre olhando para o átomo como a base do
Universo.

No entanto, Platão parece ter entendido algo que a ciência até agora não havia
vislumbrado.

"O interessante aqui é que o que encontramos nas rochas, ou terra, é que
existe mais do que uma linhagem conceitual de volta a Platão. Acontece que a
concepção de Platão sobre o elemento terra sendo composta de cubos é,
literalmente, o modelo estatístico médio para a terra real. E isso é
simplesmente alucinante," disse Jerolmack.

Não importa se uma pedra é quebrada, espremida ou cortada - em 90% das vezes os
cubos aparecem.
[Imagem: Gábor Domokos et al. - 10.1073/pnas.2001037117]

Rochas formadas por cubos


A descoberta do grupo começou com modelos geométricos desenvolvidos pelo
matemático Gábor Domokos, da Universidade de Tecnologia e Economia de
Budapeste, na Hungria, cujo trabalho previa que as rochas naturais se
fragmentam em formas cúbicas.

"Este artigo é o resultado de três anos de reflexão e trabalho sérios, mas volta
a uma ideia central," conta Domokos. "Se você pegar uma forma poliédrica
tridimensional, fatiá-la aleatoriamente em dois fragmentos e, em seguida, cortar
esses fragmentos repetidamente, obterá um grande número de formas
poliédricas diferentes. Mas, em um sentido médio, a forma resultante dos
fragmentos será um cubo."

Ao discutir o assunto, a equipe vislumbrou que, ou isso era um erro, ou era


algo realmente grande. Por isso partiram para checar os cálculos, abordando
as questões geofísicas envolvidas - em outras palavras, "Como a natureza
deixa isso acontecer?"

Fundamentalmente, a pergunta que eles responderam é "Quais formas são


criadas quando as rochas se partem?". Notavelmente, eles descobriram que a
conjectura matemática central vislumbrada por Domokos está nos fundamentos
dos processos geológicos não apenas aqui na Terra, mas também por todo o
Sistema Solar.

"A fragmentação é esse processo onipresente que está moendo materiais


planetários," descreveu Jerolmack. "O Sistema Solar está coberto de gelo e
rochas que estão incessantemente se quebrando. Este trabalho nos dá uma
assinatura desse processo que nunca vimos antes".
A equipe vê sinais do mesmo processo acontecendo em outras partes do Sistema Solar.
[Imagem: NASA/JPL-Caltech/SETI Institute]

A Terra prefere os cubos

O que a equipe descreve é que os componentes que se desprendem de um


objeto anteriormente sólido - todos os cacos de um copo de vidro que se
quebra, por exemplo - devem se encaixar sem nenhum espaço. Na prática isso
é virtualmente impossível, mas matematicamente não. E o que eles
demonstraram é que a única das chamadas formas platônicas - poliedros com
lados de comprimento igual - que se encaixam sem lacunas são os cubos.

"Platão era muito sensível à geometria. De acordo com o folclore, a frase 'Que
ninguém que desconheça a geometria entre' foi gravada na porta da Academia
de Platão. Suas intuições, apoiadas em seu amplo pensamento sobre a
ciência, podem tê-lo levado a essa ideia sobre os cubos," disse Domokos.

Para testar se seus modelos matemáticos são verdadeiros na natureza, a


equipe mediu uma grande variedade de rochas, centenas que eles coletaram e
milhares de outras a partir de conjuntos de dados coletados por outros
geólogos. Não importa se as rochas haviam sido intemperizadas naturalmente
em um grande afloramento ou se foram dinamitadas por seres humanos, a
equipe encontrou um bom ajuste à média cúbica.

No entanto, existem formações rochosas especiais que parecem quebrar a


"regra cúbica". É o caso das disjunções colunares, como a Calçada dos
Gigantes, na Irlanda do Norte, em que o basalto vulcânico resfria-se em um
ritmo específico que o faz formar colunas verticais hexagonais. Mesmo assim,
essas formações, embora raras, ainda são abrangidas pela concepção
matemática de fragmentação da equipe.

"O mundo é um lugar confuso," diz Jerolmack. "Nove em cada dez vezes, se
uma pedra é quebrada, espremida ou cortada - e geralmente essas forças
estão acontecendo juntas - você acaba com fragmentos que são, em média,
formas cúbicas. É apenas se você tiver uma condição de estresse muito
especial que você obtém outra coisa. A Terra simplesmente não faz isso com
frequência."

Bibliografia:

Artigo: Plato’s cube and the natural geometry of fragmentation


Autores: Gábor Domokos, Douglas J. Jerolmack, Ferenc Kun, János Török
Revista: Proceedings of the National Academy of Sciences
DOI: 10.1073/pnas.2001037117

Platão estava certo: A Terra é feita de


cubos
Redação do Site Inovação Tecnológica - 24/07/2020

"O elemento terra sendo composta de cubos é, literalmente, o modelo estatístico médio
para a terra real. E isso é simplesmente alucinante."
[Imagem: Gábor Domokos et al. - 10.1073/pnas.2001037117]

Átomos e cubos

Platão, o filósofo grego que viveu no século V a.C., acreditava que o Universo
era feito de cinco tipos de matéria: terra, ar, fogo, água e cosmos.
E cada um desses tipos de matéria foi descrito por ele com uma geometria
específica, o que passou a ser conhecido como uma "forma platônica". Para a
terra, por exemplo, essa forma era o cubo.

"Platão é amplamente reconhecido como a primeira pessoa a desenvolver o


conceito de átomo, a ideia de que a matéria é composta por algum componente
indivisível em menor escala," comenta o professor Douglas Jerolmack, da
Universidade da Pensilvânia, nos EUA.

A ideia de Platão era conceitual, claro, e a ciência avançou constantemente


além das conjecturas, mas sempre olhando para o átomo como a base do
Universo.

No entanto, Platão parece ter entendido algo que a ciência até agora não havia
vislumbrado.

"O interessante aqui é que o que encontramos nas rochas, ou terra, é que
existe mais do que uma linhagem conceitual de volta a Platão. Acontece que a
concepção de Platão sobre o elemento terra sendo composta de cubos é,
literalmente, o modelo estatístico médio para a terra real. E isso é
simplesmente alucinante," disse Jerolmack.

Não importa se uma pedra é quebrada, espremida ou cortada - em 90% das vezes os
cubos aparecem.
[Imagem: Gábor Domokos et al. - 10.1073/pnas.2001037117]

Rochas formadas por cubos


A descoberta do grupo começou com modelos geométricos desenvolvidos pelo
matemático Gábor Domokos, da Universidade de Tecnologia e Economia de
Budapeste, na Hungria, cujo trabalho previa que as rochas naturais se
fragmentam em formas cúbicas.

"Este artigo é o resultado de três anos de reflexão e trabalho sérios, mas volta
a uma ideia central," conta Domokos. "Se você pegar uma forma poliédrica
tridimensional, fatiá-la aleatoriamente em dois fragmentos e, em seguida, cortar
esses fragmentos repetidamente, obterá um grande número de formas
poliédricas diferentes. Mas, em um sentido médio, a forma resultante dos
fragmentos será um cubo."

Ao discutir o assunto, a equipe vislumbrou que, ou isso era um erro, ou era


algo realmente grande. Por isso partiram para checar os cálculos, abordando
as questões geofísicas envolvidas - em outras palavras, "Como a natureza
deixa isso acontecer?"

Fundamentalmente, a pergunta que eles responderam é "Quais formas são


criadas quando as rochas se partem?". Notavelmente, eles descobriram que a
conjectura matemática central vislumbrada por Domokos está nos fundamentos
dos processos geológicos não apenas aqui na Terra, mas também por todo o
Sistema Solar.

"A fragmentação é esse processo onipresente que está moendo materiais


planetários," descreveu Jerolmack. "O Sistema Solar está coberto de gelo e
rochas que estão incessantemente se quebrando. Este trabalho nos dá uma
assinatura desse processo que nunca vimos antes".
A equipe vê sinais do mesmo processo acontecendo em outras partes do Sistema Solar.
[Imagem: NASA/JPL-Caltech/SETI Institute]

A Terra prefere os cubos

O que a equipe descreve é que os componentes que se desprendem de um


objeto anteriormente sólido - todos os cacos de um copo de vidro que se
quebra, por exemplo - devem se encaixar sem nenhum espaço. Na prática isso
é virtualmente impossível, mas matematicamente não. E o que eles
demonstraram é que a única das chamadas formas platônicas - poliedros com
lados de comprimento igual - que se encaixam sem lacunas são os cubos.

"Platão era muito sensível à geometria. De acordo com o folclore, a frase 'Que
ninguém que desconheça a geometria entre' foi gravada na porta da Academia
de Platão. Suas intuições, apoiadas em seu amplo pensamento sobre a
ciência, podem tê-lo levado a essa ideia sobre os cubos," disse Domokos.

Para testar se seus modelos matemáticos são verdadeiros na natureza, a


equipe mediu uma grande variedade de rochas, centenas que eles coletaram e
milhares de outras a partir de conjuntos de dados coletados por outros
geólogos. Não importa se as rochas haviam sido intemperizadas naturalmente
em um grande afloramento ou se foram dinamitadas por seres humanos, a
equipe encontrou um bom ajuste à média cúbica.

No entanto, existem formações rochosas especiais que parecem quebrar a


"regra cúbica". É o caso das disjunções colunares, como a Calçada dos
Gigantes, na Irlanda do Norte, em que o basalto vulcânico resfria-se em um
ritmo específico que o faz formar colunas verticais hexagonais. Mesmo assim,
essas formações, embora raras, ainda são abrangidas pela concepção
matemática de fragmentação da equipe.

"O mundo é um lugar confuso," diz Jerolmack. "Nove em cada dez vezes, se
uma pedra é quebrada, espremida ou cortada - e geralmente essas forças
estão acontecendo juntas - você acaba com fragmentos que são, em média,
formas cúbicas. É apenas se você tiver uma condição de estresse muito
especial que você obtém outra coisa. A Terra simplesmente não faz isso com
frequência."

Bibliografia:

Artigo: Plato’s cube and the natural geometry of fragmentation


Autores: Gábor Domokos, Douglas J. Jerolmack, Ferenc Kun, János Török
Revista: Proceedings of the National Academy of Sciences
DOI: 10.1073/pnas.2001037117

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