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Nome: Ana Sofia de Almeida Rodrigues Nunes

Gestão da Prevenção II

Atividade de avaliação

A Lei 3/2014 de 28 de janeiro, aprova o regime jurídico da promoção da segurança e


saúde no trabalho...

Assim a sua leitura permite a resposta às seguintes perguntas:

1 - Quantas Horas de Formação em SST os trabalhadores devem ter?

Os trabalhadores devem receber uma formação adequada, no domínio da segurança e saúde no


trabalho, tendo em conta:
- o posto de trabalho;
- o exercício de atividades de risco elevado.
Ao trabalhador designado para o exercício das atividades de SST deve ser assegurada formação
permanente para o exercício das suas funções.

Numa leitura e análise à Lei n.º 3/2014 de 28 de janeiro que altera a Lei n.º 102/2009 de 10 de
janeiro, verifica-se que é efetuada uma referência à formação no domínio da segurança e saúde
no trabalho com maior ênfase no artigo 15.º (Obrigações gerais do empregador), no artigo 20º
(Formação dos trabalhadores), no artigo 22º (Formação dos representantes dos trabalhadores),
no artigo 77º (representante do empregador) e no artigo 81.º (atividades exercidas pelo
empregador ou por trabalhador designado).

Os n.ºs 4, 5 e 10 do artigo 15.º (Obrigações gerais do empregador) da Lei n.º 3/2014 de 28 de


janeiro que altera a Lei n.º 102/2009 de 10 de janeiro, referem que:
“4 — Sempre que confiadas tarefas a um trabalhador, devem ser considerados os seus
conhecimentos e as suas aptidões em matéria de segurança e de saúde no trabalho, cabendo
ao empregador fornecer as informações e a formação necessárias ao desenvolvimento da
atividade em condições de segurança e de saúde.

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5 — Sempre que seja necessário aceder a zonas de risco elevado, o empregador deve permitir
o acesso apenas ao trabalhador com aptidão e formação adequadas, pelo tempo mínimo
necessário.
10 — Na aplicação das medidas de prevenção, o empregador deve organizar os serviços
adequados, internos ou externos à empresa, estabelecimento ou serviço, mobilizando os
meios necessários, nomeadamente nos domínios das atividades técnicas de prevenção, da
formação e da informação, bem como o equipamento de proteção que se torne necessário
utilizar.”

Os n.ºs 1, 2 e 4 do artigo 20.º (Formação dos trabalhadores) da Lei n.º 3/2014 de 28 de janeiro
que altera a Lei n.º 102/2009 de 10 de janeiro, referem que:
“1 - O trabalhador deve receber uma formação adequada no domínio da segurança e saúde
no trabalho, tendo em atenção o posto de trabalho e o exercício de atividades de risco elevado.
2 - Aos trabalhadores designados para se ocuparem de todas ou algumas das atividades de
segurança e de saúde no trabalho deve ser assegurada, pelo empregador, a formação
permanente para o exercício das respetivas funções.
4 - A formação dos trabalhadores da empresa sobre segurança e saúde no trabalho deve ser
assegurada de modo a que não possa resultar prejuízo para os mesmos.”

O n.º 1 do artigo 22.º (Formação dos representantes dos trabalhadores) da Lei n.º 3/2014 de 28
de janeiro que altera a Lei n.º 102/2009 de 10 de janeiro, refere que:
“1 - Aos representantes dos trabalhadores para a segurança e saúde no trabalho deve ser
assegurada formação permanente para o exercício das respetivas funções, nos termos dos
números seguintes.”

O n.º 1 do artigo 77.º (Representante do empregador) da Lei n.º 3/2014 de 28 de janeiro que
altera a Lei n.º 102/2009 de 10 de janeiro, refere que:
“1 - Se a empresa ou estabelecimento adotar serviço comum ou serviço externo, o empregador
deve designar em cada estabelecimento ou conjunto de estabelecimentos distanciados até 50
km daquele que ocupa maior número de trabalhadores e com limite total de 400 trabalhadores
um trabalhador com formação adequada, nos termos do disposto no número seguinte, que o
represente para acompanhar e coadjuvar a execução das atividades de prevenção.”

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Os n.ºs 1 e 2 do Artigo 81.º (Actividades exercidas pelo empregador ou por trabalhador
designado) da Lei n.º 3/2014 de 28 de janeiro que altera a Lei n.º 102/2009 de 10 de janeiro,
referem que:
“1 - Na empresa, estabelecimento ou conjunto de estabelecimentos distanciados até 50 km do
de maior dimensão que empregue no máximo nove trabalhadores e cuja atividade não seja de
risco elevado as atividades de segurança no trabalho podem ser exercidas diretamente pelo
próprio empregador se possuir formação adequada e permanecer habitualmente nos
estabelecimentos.
2 - Nas situações referidas no número anterior, o empregador pode designar um ou mais
trabalhadores para se ocuparem de todas ou algumas das atividades de segurança no trabalho
desde que possuam formação adequada e disponham do tempo e dos meios necessários.

Em nenhum dos artigos do Lei n.º 3/2014 de 28 de janeiro que altera a Lei n.º 102/2009 de 10
de janeiro existe referência concreta e objetiva ao número de horas de formação em SST que
os trabalhadores devem ter. Sucintamente, é referido que os trabalhadores devem receber
formação adequada a cada posto de trabalho e que se deve ter em atenção as atividades de
risco, que aos representantes dos trabalhadores deve ser ministrada formação adequada e
permanente e que os trabalhadores designados e os representantes dos trabalhadores devem
ter formação adequada
No entanto sabemos que:
- O Código do Trabalho (Lei n.º 7/2009 de 12 de fevereiro, na sua atual redação), refere que O
trabalhador tem direito, em cada ano, a um número mínimo de quarenta horas de formação
contínua ou, sendo contratado a termo por período igual ou superior a três meses, a um número
mínimo de horas proporcional à duração do contrato nesse ano. Assim estas 40 horas poderão
ser usadas na totalidade ou em parte para formação necessária em matérias no âmbito de
segurança e saúde no trabalho (sempre tendo em conta o posto de trabalho e a avaliação de
risco, o exercício de atividades de risco elevado, não conformidades, acidentes e incidentes,
entre outros);
- A formação necessária e adequada para exercer as atividades trabalhador designado é
conferida através de formação especifica que confiram o titulo de Técnico Superior de trabalho
ou Técnico de Segurança no trabalho. A Lei n.º 42/2012 refere que os “cursos de formação inicial
de técnico superior de segurança no trabalho devem ter durações mínimas de 540 horas” e que
os “cursos de formação inicial de técnico de segurança no trabalho devem ter durações mínimas
de 1200 horas ou de três anos de acordo (…)”. Estes técnicos de acordo com as condições
legalmente estipuladas terão de formações de atualização (científica e técnica)

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2 - Quais os temas a abordar na Formação?

Tal como referido na questão anterior os trabalhadores devem receber uma formação
adequada, no domínio da segurança e saúde no trabalho, tendo em conta:
- o posto de trabalho;
- o exercício de atividades de risco elevado.

Os conteúdos da formação deverão estar sempre relacionados com os dois pontos acimas
referidos (posto de trabalho e o exercício de atividades de risco elevado), assim como com os
conhecimentos que o trabalhar já tiver. Os conteúdos poderão abranger temáticas relacionados
com aspetos legais e normativos, avaliação de risco do seu posto de trabalho, medidas
preventivas, ergonomia, segurança e saúde, conteúdo específicos tendo em conta as atividades
de risco elevado que possam executar, entre outros.

Ao trabalhador designado para o exercício das atividades de SST deve ser assegurada formação
permanente para o exercício das suas funções.

O n.º 2do artigo 77 e o n.º 8 do artigo 81 referem que para efeitos do número n.º 1 e n.º 2 dos
mesmo artigos, respetivamente, entende-se por formação adequada a que permita a aquisição
de competências básicas em matéria de segurança, saúde, ergonomia, ambiente e organização
do trabalho, que seja comunicada previamente ao serviço com competência para a promoção
da segurança e saúde no trabalho do ministério responsável pela área laboral e seja ministrada,
em alternativa, por: a) entidade formadora certificada ou equiparada nos termos da lei que
regula o acesso e exercício da atividade de formação profissional de técnico superior de
segurança do trabalho e de técnico de segurança do trabalho b) Entidade formadora
especificamente certificada para o efeito

Tendo em conta o enquadramento feito na questão 1, nomeadamente a formação considerada


adequada para o exercício de trabalhador designado – formação de Técnico Superior de
Segurança no Trabalho e Técnico de Segurança no Trabalho - de acordo com o nº 3 e nº4 do
Artigo 14.º (Requisitos dos cursos de formação) da Lei n.º 42/2012 de 28 de agosto os cursos em
causa devem os conteúdos funcionais abaixo indicados:
3 — Os cursos de formação inicial de técnico superior de segurança no trabalho devem:
a) Incluir os seguintes conteúdos fundamentais:
i) Noções de estatística e fiabilidade;

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ii) Legislação, regulamentos e normas de segurança e saúde no trabalho, incluindo as
relativas à participação e consulta dos representantes dos trabalhadores;
iii) Gestão das organizações;
iv) Gestão da prevenção;
v) Avaliação de riscos profissionais;
vi) Controlo de riscos profissionais;
vii) Organização da emergência;
viii) Segurança do trabalho;
ix) Ergonomia;
x) Psicossociologia do trabalho;
xi) Técnicas de informação, de comunicação e de negociação;
xii) Conceção e gestão da formação;
xiii) Higiene no trabalho;
b) Integrar uma componente de formação prática em contexto real de trabalho.

4 — Os cursos de formação inicial de técnico de segurança no trabalho devem:


a) Incluir os seguintes conteúdos fundamentais:
i) Organização do trabalho;
ii) Psicossociologia do trabalho;
iii) Informação e comunicação;
iv) Noções de pedagogia;
v) Legislação, regulamentos e normas sobre segurança e saúde do trabalho, incluindo
as relativas à participação e consulta dos representantes dos trabalhadores;
vi) Noções básicas de estatística e probabilidades;
vii) Gestão da prevenção;
viii) Procedimentos de emergência;
ix) Avaliação de riscos;
x) Segurança
xi) Noções básicas de ergonomia;
xii) Higiene no trabalho;
b) Integrar uma componente de formação prática em contexto real de trabalho.

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3 - No Âmbito dessa mesma legislação os trabalhadores devem ser consultados,
quantas vezes por ano?

No âmbito da Lei 3/2014 de 28 de janeiro os trabalhadores devem ser consultados pelo menos
uma vez por ano.
O n.º 1 do artigo 18º (consulta dos trabalhadores) do Capítulo III (Consulta, informação e
formação dos trabalhadores) deste diploma legal refere que: o empregador, com vista à
obtenção de parecer, deve consultar por escrito e, pelo menos, uma vez por ano, previamente
ou em tempo útil, os representantes dos trabalhadores para a segurança e saúde ou, na sua
falta, os próprios trabalhadores. A consulta, de acordo com as alíneas a) a m) do nº 1 do artigo
18º já referido deve abranger:
a) A avaliação dos riscos para a segurança e a saúde no trabalho, incluindo os
respeitantes aos grupos de trabalhadores sujeitos a riscos especiais;
b) As medidas de segurança e saúde antes de serem postas em prática ou, logo que
possível, em caso de aplicação urgente das mesmas;
c) As medidas que, pelo seu impacte nas tecnologias e nas funções, tenham repercussão
sobre a segurança e saúde no trabalho;
d) O programa e a organização da formação no domínio da segurança e saúde no
trabalho;
e) A designação do representante do empregador que acompanha a atividade da
modalidade de serviço adotada;
f) A designação e a exoneração dos trabalhadores que desempenham funções
específicas nos domínios da segurança e saúde no local de trabalho;
g) A designação dos trabalhadores responsáveis pela aplicação das medidas previstas
no n.º 9 do artigo 15.º;
h) A modalidade de serviços a adotar, bem como o recurso a serviços externos à
empresa e a técnicos qualificados para assegurar a realização de todas ou parte das atividades
de segurança e de saúde no trabalho, nos termos do n.º 2 do artigo 74.º;
i) O equipamento de proteção que seja necessário utilizar;
j) Os riscos para a segurança e saúde, bem como as medidas de proteção e de prevenção
e a forma como se aplicam, quer em relação à atividade desenvolvida quer em relação à
empresa, estabelecimento ou serviço;
l) A lista anual dos acidentes de trabalho mortais e dos que ocasionem incapacidade
para o trabalho superior a três dias úteis, elaborada até ao termo do prazo para entrega do
relatório único relativo à informação sobre a atividade social da empresa;

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m) Os relatórios dos acidentes de trabalho referidos na alínea anterior.

4 - Quando é obrigatória a Organização de serviços Internos?

Os serviços internos são criados internamente pelo empregador, abrangendo exclusivamente os


trabalhadores que nela prestam serviço. Este serviço faz parte da estrutura da empresa,
podendo ser estruturado com apenas uma ou ambas as valências – a valência de segurança e /
ou a valência da Saúde. De acordo com o artigo n.º 78º da Lei n.º 102/2009 de 10 de janeiro com
a redação conferida pela Lei n.º 3/2014 de 28 de janeiro, considera-se serviço interno o serviço
prestado por uma empresa a outras empresas do grupo desde que aquela e estas pertençam a
sociedades que se encontrem em relação de domínio ou de grupo.
O empregador deve estruturar o serviço atendendo a alguns requisitos tais como: existência de
recursos humanos suficientes, observância das qualificações de acordo com os parâmetros
legais, existência de utensílios e equipamentos adequados à atividade a desenvolver, instalações
equipadas com condições adequadas.
A obrigatoriedade na organização de serviços internos é estabelecida para as seguintes
situações: Estabelecimento que tenha pelo menos 400 trabalhadores ao seu serviço;
Entidades que tenham estabelecimentos distanciados até 50 Km daquele que ocupa maior
número de trabalhadores e que, com este, tenham pelo menos 400 trabalhadores;
Estabelecimento ou um conjunto de estabelecimentos que desenvolvam atividades de risco
elevado a que se encontrem expostos pelo menos 30 trabalhadores.
Notar que, para efeitos de organização dos serviços de segurança e saúde e de acordo com o
artigo n.º 79º da Lei n.º 102/2009 de 10 de janeiro com a redação conferida pela Lei n.º 3/2014
de 28 de janeiro são considerada atividades de risco elevado: trabalhos em obras de construção,
escavação, movimentação de terras, de túneis, com riscos de quedas de altura ou de
soterramento, demolições e intervenção em ferrovias e rodovias sem interrupção de tráfego;
atividades de indústrias extrativas; trabalho hiperbárico; Atividades que envolvam a utilização
ou a armazenagem de produtos químicos perigosos suscetíveis de provocar acidentes graves;
Fabrico, transporte e utilização de explosivos e pirotecnia; Atividades de indústria siderúrgica e
construção naval; Atividades que envolvam contato com correntes elétricas de média e alta
tensão; Produção e transporte de gases comprimidos, liquefeitos ou dissolvidos ou a utilização
significativa dos mesmos; Atividades que impliquem a exposição a radiações ionizantes;
Atividades que impliquem a exposição a agentes cancerígenos, mutagénicos ou tóxicos para a

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reprodução; Atividades que impliquem a exposição a agentes biológicos do grupo 3 ou 4;
Trabalhos que envolvam exposição a sílica.
Existem, no entanto, estipuladas premissas que permitem obter dispensa de serviço interno no
domínio da segurança ou no domínio da saúde do trabalho (sempre autorizado pela Autoridade
para as Condições de Trabalho (ACT) e/ou pela Direção Geral de Saúde (DGS)) para o casos de
estabelecimentos que tenham menos de 400 trabalhadores e para o caso de conjunto de
estabelecimentos distanciados até 50 km daquele que ocupa maior número de trabalhadores e
que, com este, tenham pelo menos 400 trabalhadores . Essas premissas prende-se com as
seguintes situações: não existir o exercício de atividades de risco elevado, não apresentar nos
dois anos antecedentes de atividade taxas de incidência e de gravidade de acidentes de trabalho
que sejam superiores à media do sector onde se insere a sua atividade, não existam registos de
doenças profissionais contraídas ao serviço do empregador (estabelecimentos) ou para os quais
tenham contribuído fortemente as condições de trabalho, não tenham existido punição do
empregador por infrações muito graves, cometidas no estabelecimento e que violem a
legislação em vigor nos dois anos antecedentes e em que seja verificado que são respeitados os
valores limite de exposição a substâncias ou fatores de riscos (existência de informação
documentada de relatórios de avaliação de riscos). No caso de se deixarem de observar as
premissas atrás referidas a autorização de dispensa de serviço interna é revogada.

Em resumo, são obrigadas a organizar serviços internos de segurança e saúde:


✓ As empresas ou estabelecimentos que desenvolvam atividades de risco elevado
(definidas no artigo 79º da Lei n.º 102/2009, alterada pela Lei n.º 3/2014) a que
estejam expostos 30 ou mais trabalhadores;
✓ As empresas que empreguem pelo menos 400 trabalhadores no mesmo
estabelecimento ou no conjunto dos estabelecimentos distanciados até 50Km do de
maior dimensão, independentemente da atividade desenvolvida.

Estas empresas, desde que não exerçam atividades de risco elevado, poderão ser dispensadas
da organização de serviços internos, mediante autorização da entidade competente, nos
termos do artigo 80º da Lei n.º 102/2009, alterada pela Lei n.º 3/2014.

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5 - Para recorrer a Serviços Externos o que devo ter em conta?

Os Serviços externos de Segurança e Saúde no trabalho, são serviços contratados por um


empregador a outra(s) entidade(s), mediante a celebração de contrato(s) escrito(s), com a
finalidade desta(s) última(s) assegurar(em) a execução das atividades de Segurança e Saúde no
Trabalho.
A(s) entidades contratadas para execução dos serviços Externos de segurança e saúde do
trabalho tem de possuir autorização para esse efeito, conforme estipulado no artigo 84º da Lei
n.º 102/2009 de 10 de janeiro com a redação conferida pela Lei n.º 3/2014 de 28 de janeiro. A
autorização em causa pode ser concedida para atividades de uma ou ambas as áreas da
segurança e da saúde, para todos ou alguns setores de atividade, bem como para determinadas
atividades de risco elevado. A atribuição dessa(s) autorização(ões) compete à Autoridade para
as Condições do Trabalho (ACT) no caso de exercício de atividade no domínio da segurança e à
Direção Geral de Saúde (DGS) no caso de exercício de atividade no domínio da saúde e
dependem de alguns requisitos previamente e legalmente estabelecidos, mas leis acima
referidas (artigo 85º)
Os requisitos para atribuição de autorização de “Serviço externo”, são: a disponibilidade
permanente de, no mínimo, um técnico superior e um técnico de segurança no trabalho para
prestação das atividades de segurança; a disponibilidade de um médico do trabalho para a
prestação das atividades de saúde; a existência de instalações adequadas e devidamente
equipadas para o exercício da respetiva atividade; a disponibilidade de equipamentos e
utensílios de avaliação das condições de segurança e saúde no trabalho e de equipamentos de
proteção individual a utilizar pelo pessoal técnico da entidade requerente; a qualidade técnica
dos procedimentos, nomeadamente para avaliação das condições de segurança e de saúde e
planeamento das atividades; as garantias (suficientes) em relação às medidas de segurança
técnica e de organização do tratamento de dados pessoais a efetuar.

Nota: Os serviços externos de segurança e saúde no trabalho podem assumir diversas formas
de organização, nomeadamente: associativos, cooperativos, privados e convencionados (alíneas
a) a d) do n. º2 do da Lei n.º 102/2009 de 10 de janeiro com a redação conferida pela Lei n.º
3/2014 de 28 de janeiro). Assim, os serviços de Segurança e Higiene dos trabalhos prestados são
designados de associativos ou cooperativos quando são prestados, respetivamente, por
associações com personalidade jurídica sem fins lucrativos ou por cooperativas, cujos objetos
estatuário compreendam este tipo de prestação de serviços. Já os serviços de segurança e saúde
do trabalho prestados por pessoa individual que detenha as qualificações legalmente exigidas

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para o exercício dessa atividade ou por sociedades cujo pacto social compreende o exercício
dessas atividades, designam-se por serviços privados. Por fim, os serviços Convencionados
compreendem os serviços de segurança e saúde prestados por qualquer entidade da
administração pública central, regional ou local, instituto público ou instituição integrada no
Serviço Nacional de Saúde.

6 - O que são serviços comuns?

O artigo 82.º da Lei n.º 102/2009 de 10 de setembro, na redação dada pela Lei n.º 3/2014 de 28
de janeiro, estipula que os serviços comuns são instituídos por acordos, celebrados por escrito,
por um conjunto de empresas ou estabelecimentos pertencentes a sociedades que não se
encontrem em relação de grupo, nem sejam abrangidas pela obrigatoriedade de constituição
de Serviço Interno, de acordo com o artigo 78.º da Lei n.º 102/2009, de 10 de setembro, e suas
alterações. A utilização de serviços comuns de Segurança e saúde contemplam exclusivamente
os trabalhadores por cuja segurança e saúde aqueles são responsáveis, ou seja, não poderá
haver prestação de serviços de saúde e/ou de segurança do trabalho (SST) a outras empresas
que não façam parte do acordo referido.
Os acordos referidos têm de ser comunicados à Autoridades para as Condições de Trabalho
e/ou) Direção Geral de Saúde (consoante os casos) no prazo máximo de 10 dias após a sua
celebração.

A utilização de serviço comum ou externo não isenta o empregador da responsabilidade


específica em matéria de segurança e saúde que a lei lhe atribui. Acresce ainda referir que,
independentemente da modalidade do serviço de segurança e saúde no trabalho adotada, a
entidade empregadora deve garantir a existência de uma estrutura interna que assegure as
atividades de emergência e primeiros socorros, de evacuação de trabalhadores e de combate a
incêndio e, sempre que aplicável, o resgate de trabalhadores em situação de sinistro.
Por fim, note-se que se a empresa ou estabelecimento adotar um serviço comum ou externo, o
empregador está obrigado a designar, em cada estabelecimento ou conjunto de
estabelecimentos distanciados até 50 km daquele que ocupa maior número de trabalhadores e
com limite total de 400 trabalhadores, um trabalhador com formação adequada que o
represente para acompanhar e coadjuvar a execução das atividades de prevenção, servindo de
interlocutor entre o empregador e os serviços de segurança e saúde no trabalho.

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7 - Quando pode o Empregador organizar os serviços e recorrer ao Serviço Nacional
de Saúde?

O n.º 1 do Artigo 73º da Lei n.º 102/2009 de 10 de setembro da secção I (Organização dos
serviços da segurança e da saúde no trabalho) do Capítulo IX (Serviços da segurança e da saúde
no trabalho) na redação dada pela Lei n.º 3/2014 de 28 de janeiro, refere que o empregador
deve organizar o serviço de segurança e saúde no trabalho de acordo com as modalidades de
organização previstas no Capítulo IX – Serviços Internos, Serviços Externos ou Serviços Comuns.
No entanto, em situações muito específicas poderá ser adotado um regime simplificado de
organização destes Serviços, nomeadamente:

- Ao nível da Segurança do Trabalho quando as atividades são desenvolvidas pelo empregador


ou por um trabalhador designado

- Ao nível da Saúde do Trabalho quando a promoção e vigilância da saúde podem ser


asseguradas através das unidades do Serviço Nacional de Saúde (artigo 76.º da Lei n.º 102/2009,
de 10 de setembro, na redação dada pela Lei 3/2014

O artigo 81º da Lei n.º 102/2009, de 10 de setembro, na redação dada pela Lei n.º 3/2014 -
prevê que, mediante autorização do ACT, na empresa, estabelecimento ou conjunto de
estabelecimentos distanciados até 50 km do de maior dimensão que empregue no máximo 9
trabalhadores e cuja atividade não seja de risco elevado, as atividades de segurança no trabalho
possam ser exercidas pelo empregador ou por um ou mais trabalhadores por ele designado. As
atividades podem ser exercidas diretamente pelo próprio empregador se este possuir formação
adequada e permanecer habitualmente nos estabelecimentos, ou então podem ser exercidas
por um ou mais trabalhadores designados pelo empregador desde que estes possuam formação
adequada e disponham do tempo e dos meios necessários. Notar que, esta autorização do ACT
será revogada sempre que se verificarem algumas situações que se encontram estipuladas nos
diplomas legais em análise. Em caso de revogação o empregador deve adotar outra modalidade
de organização do serviço de segurança e de saúde no trabalho, num prazo de 90 dias

Relativamente ao regime simplificado de organização ao nível da Saúde do Trabalho, o artigo


76º da Lei n.º 102/2009, de 10 de setembro, na redação dada pela Lei n.º 3/2014 indica no seu
nº 1 e nas suas alíneas de a) a f) que, a promoção e vigilância da saúde podem ser asseguradas
através das unidades do Serviço Nacional de Saúde, de acordo com legislação específica

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aprovada pelo ministério responsável pela área da saúde, nos seguintes grupos de
trabalhadores:
a) Trabalhador independente;
b) Trabalhador agrícola sazonal e a termo;
c) Aprendiz ao serviço de um artesão;
d) Trabalhador do serviço doméstico;
e) Trabalhador da atividade de pesca em embarcação com comprimento inferior a 15 m cujo
armador não explore mais do que duas embarcações de pesca até esse comprimento;
f) Trabalhadores de microempresas que não exerçam atividade de risco elevado.

8 - As questões éticas e deontológicas podem levar-nos a ficar sem o título Profissional,


Assim a leitura da Lei 42/2012 de 28 de agosto pode ajudar-nos a perceber qual a ética
e deontologia que deveremos respeitar. Indique quais os pontos principais a ter em
conta no desempenho das funções de técnico superior segurança no trabalho.

A Lei n.º 42/2012 de 28 de agosto que aprova os regimes de acesso e de exercício das
profissões de técnico superior de segurança no trabalho e de técnico de segurança no trabalho
estipula no n. º1 do artigo 7º (Deontologia profissional) do CAPÍTULO III (Do exercício da
profissão) que os técnicos superiores de segurança no trabalho e os técnicos de segurança no
trabalho devem desenvolver as atividades definidas no perfil profissional respetivo, constante
do manual de certificação referido no artigo 4.º, de acordo com os seguintes princípios
deontológicos:
a) Considerar a segurança e saúde dos trabalhadores como fatores prioritários da sua
intervenção;
b) Basear a sua atividade em conhecimentos científicos e competência técnica e propor a
intervenção de peritos especializados, quando necessário;
c) Adquirir e atualizar as competências e os conhecimentos necessários ao exercício das suas
funções;
d) Executar as suas funções com autonomia técnica, colaborando com o empregador no
cumprimento das suas obrigações;
e) Informar o empregador, os trabalhadores e os seus representantes para a segurança e
saúde no trabalho sobre a existência de situações particularmente perigosas que
requeiram uma intervenção imediata;

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f) Colaborar com os trabalhadores e os seus representantes para a segurança e saúde no
trabalho, desenvolvendo as suas capacidades de intervenção sobre os fatores de risco
profissional e as medidas de prevenção adequadas;
g) Abster -se de revelar informações referentes à organização, métodos de produção ou
negócios de que tenham conhecimento em virtude do desempenho das suas funções;
h) Proteger a confidencialidade dos dados que afetem a privacidade dos trabalhadores;
i) Consultar e cooperar com os organismos da rede nacional de prevenção de riscos
profissionais.

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