METODOLOGIA CIENTÍFICA

A VIDA ACADÊMICA E A METODOLOGIA CIENTÍICA

unidade 2

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A VIDA ACADÊMICA E A METODOLOGIA CIENTÍFICA

SUMÁRIO

2 - A VIDA ACADÊMICA E A METODOLOGIA CIENTÍFICA ...................................................................... 03

2.1 - O planejamento e a organização da vida acadêmica ................................................................. 03

2.1.1 - O quadro-horário ......................................................................................................................... 04

2.1.2 - O período de estudo .................................................................................................................... 04

2.2 - A vida acadêmica e o processo de leitura .................................................................................... 04

2.2.1 - Os diferentes tipos de leitura ..................................................................................................... 07

2.2.2 - Leitura formativa e de aproveitamentos .................................................................................. 08

2.2.3 - Leitura para aquisição de cultura geral, erudição ou de informação ................................... 08

2.2.4 - Leitura para distração, entretenimento ou recreação ............................................................ 08

2.3 - Benefícios da prática da leitura na vida acadêmica ................................................................... 08

GLOSSÁRIO ................................................................................................................................................ 09

REFERÊNCIAS .............................................................................................................................................. 09

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2. A VIDA ACADÊMICA E A METODOLOGIA
CIENTÍFICA
A leitura de um bom livro é um diálogo
incessante: o livro fala e a alma responde.
(André Maurois)
Pesquisa científica: É uma
atividade voltada para solução de
problemas teóricos ou práticos com
o emprego de método e processos
científicos.
Conhecimento: Apreensão
intelectual de um fato ou de uma
verdade; domínio teórico-prático
de um assunto. É a tomada de
consciência a respeito do mundo
que vivemos e que solicita uma
atitude crítico-prática. É um
processo de reflexão crítica e que
poderá conduzir ao desvelamento
do objeto em uma relação cognitiva.
Conforme Aidil de Jesus Paes de
Barros e Neide Aparecida de Souza
Lehfeld (2003), o conhecimento
não pode ser concebido como
uma mera expressão de imagens
cognitivas. Portanto, conhecimento
segundo as autoras, é antes uma
coexistência do sujeito com o
objeto em uma dada realidade.
2.1 O planejamento e a organização da
vida acadêmica
O ensino superior e a vida acadêmica
exigem de estudantes universitários, de
profissionais e de futuros pesquisadores
a habilidade de ler, interpretar, planejar,
executar e apresentar trabalhos científicos.
Nesse contexto, a disciplina Metodologia
Científica que é, de fato, uma metodologia
do trabalho científico-acadêmico, é também
uma forma especial de familiarização
graduandos com técnicas de estudo, com a
confecção de trabalhos acadêmicos e com a
“pesquisa científica”1.
1
Para Pedro Demo (2000, 20), a “Pesquisa é entendida como
um processo de fabricação do conhecimento, quanto como
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O foco inicial desta disciplina, no entanto,
é básico. Tem a ver com a postura do
estudante diante do conhecimento, das
necessidades de aprendizagem e das
demandas apresentadas pelos docentes
quanto à organização e à elaboração dos
trabalhos acadêmicos.
A Metodologia Científica é mais do que
uma disciplina, é também uma ferramenta
que insere o graduando nas práticas de
investigação e tem o propósito de discutir
conceitos, métodos e características da
ciência e do conhecimento2. Para conhecer,
os homens interpretam a realidade e colocam
um pouco de si nesta interpretação; assim, o
processo de conhecimento prova que este
está sempre em construção, visto que, para
cada novo fato, tem-se uma análise nova,
impregnada das experiências anteriores.
Nos dias atuais, a correria e a falta de tempo
têm sido bastante comuns entre nós. Todos
nós estamos nos dividindo entre trabalho,
vida pessoal, estudo e uso de tecnologias
que nos mantenham conectados com
o mundo e com as pessoas. Não é fácil
conciliar todas estas coisas e ainda tornar a
vida acadêmica proveitosa e bem-sucedida.
A grande verdade é que não se pode esperar
êxito nos estudos sem planejamento e
organização. A leitura só será proveitosa se o
leitor conseguir compreender o que foi lido,
sendo capaz de discutir seu conteúdo.
O planejamento da vida acadêmica diz
respeito ao tempo disponível e reservado
ao estudo. A organização refere-se à
utilização eficiente deste tempo. Segundo
Antônio Joaquim Severino (2007), o
essencial é aproveitar, sistematicamente, o
tempo disponível, com uma ordenação de
prioridades. Ser organizado é saber o que
procedimento de aprendizagem (princípio científico e edu-
cativo), sendo parte integrante do processo reconstrutivo
de conhecimento”.
2
Em nossa língua, o termo conhecimento vem do latim cog-
noscere, e que, por sua vez, se relaciona com o grego gnosis.
A etimologia desta palavra, no latim, significa e aponta para
um processo de “conhecer junto”, “procurar saber”. Assim,
o conhecimento origina-se de um indivíduo que está em re-
lação com outros, cuja meta é o conhecer.
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se deve estudar, quando, por quanto tempo
e de que maneira. Assim, o planejamento
e a organização da vida acadêmica são os
alicerces de um estudo bem-sucedido e é
preciso que o estudante esteja consciente
de que o resultado deste processo de
planejamento e de organização depende
inteiramente dele.
2.1.1. O quadro-horário
O estudo e as atividades acadêmicas exigem,
por sua própria natureza, autodisciplina,
vontade de crescer e disponibilidade de
tempo. O graduando deve garantir espaço
de tempo necessário para a atividade
intelectual e reservar horário a partir de sua
situação e demandas pessoais. No plano
ideal, um estudante de graduação deveria se
dedicar, somando as horas que está em sala
de aula, pelo menos, 40 horas por semana.
O quadro-horário prevê a distribuição de
tempo dedicado a um estudo no programa
diário e semanal. Toma-se, por regra, o total
de horas reservado ao estudo extraclasse não
seja inferior ao conjunto de tempo de aula.
Isso significa que o discente deve se dedicar
concretamente a três horas de trabalho
intelectual e das tarefas acadêmicas.
2.1.2 O período de estudo
Um dos desafios de um estudante, hoje, é
reservar tempo para o estudo. Para que haja
bom proveito do tempo reservado ao estudo
e à realização das tarefas acadêmicas, este
deve ser dividido em “períodos” que, por
sua vez, devem ter a duração de cinquenta
minutos, o que corresponde a uma hora/
aula. Entre um período e outro, pode haver
uma pausa de cinco a dez minutos para
descanso. Esta pausa, além de propiciar
descanso, ajuda a quebrar a monotonia, a
“espantar o sono” e a “refrescar a cabeça”.
Aqui aparecem também as exigências de
disciplina, motivação e autodeterminação
que todo estudante deve ter. Os diversos
períodos de estudo atendem a diferentes
necessidades, tais como:
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a) O primeiro, em ordem cronológica, retorna
normalmente aos temas tratados em aula,
mediante a sistematização de anotações pro-
visórias feitas pelo professor;
b) Os períodos sucessivos podem ser usados
para se preparar as aulas do dia seguinte,
por exemplo, a leitura de textos propostos;
c) No programa semanal de estudo, é preciso
haver espaço para a confecção de trabalhos
a serem feitos a longo prazo, por exemplo,
resumos e resenhas.
Assista o vídeo: https://
www.youtube.com/embed/
mDvxAjMoDYs
2.2 A vida acadêmica e o processo de
leitura
A vida acadêmica não pode ser vivenciada
isoladamente da leitura, das técnicas
de estudo e da produção dos trabalhos
acadêmicos. Sem estas vivências, corre-se o
risco da aprendizagem ser pequena ou sem
significado. Na verdade, a vida acadêmica,
em qualquer curso superior, é para ser vivida
em consonância com a realidade social. Tudo
isso mantém relação direta com o processo
de leitura, com a construção de saberes
e com a apropriação da realidade. Como
afirma Paulo Freire (2005, 22), “A leitura do
mundo precede a leitura da palavra. Refiro-
me a que a leitura do mundo precede sempre
a leitura da palavra e a leitura desta implica a
continuidade da leitura daquele”.
Entender esta relação entre a vida
acadêmica, leitura, técnicas de estudo
e a sociedade é fundamental para um
proveitoso aprendizado e tem a ver com a
produção intelectual, com a cidadania, com
a qualificação profissional e especialmente
com prática da leitura. O ato da leitura
representa um processo fundamental
na vida acadêmica e na vida social, pois
saber das coisas, sobretudo, das coisas
socioculturais valorizadas e reconhecidas, é
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a senha principal da pertença social.
Considerando ainda a relação existente entre
cidadania, vida acadêmica e aprendizagem,
a prática da leitura é fundamental para a
construção de um indivíduo com melhor
senso de criatividade e criticidade. Assim,
na sociedade em que vivemos, que é vista
como sociedade do conhecimento, o ser
humano tem o imperativo de realizar
leituras diversificadas e de qualidade para
sobreviver na era da globalização e das
tecnologias da informação. Nesse contexto, é
mais importante saber selecionar as leituras,
evitando a sobrecarga informacional o que
resultará em um melhor aproveitamento na
obtenção da informação.
A leitura oferece grandes oportunidades
de obtenção de conhecimento,
independentemente da área de atuação
profissional. Como afirmam Eva Maria
Lakatos e Marina de Andrade Marconi (2007,
15), “Ler significa conhecer, interpretar,
decifrar. A maior parte dos conhecimentos
é obtida por meio da leitura que possibilita
não só a ampliação do conhecimento, como
também o aprofundamento do saber em
determinado campo cultural ou científico”.
A leitura tem validade quando é feita com
intencionalidade.
Esta intencionalidade, por sua vez, faz-nos
pensar nas três finalidades básicas da leitura.
A primeira é servir como meio eficaz de
aprofundamento dos estudos. A segunda é
a ampliação dos horizontes de compreensão
do discente daquilo que é estudado. A
terceira refere-se à aquisição de cultura
geral. É por causa disso que todo estudante
deve ter uma leitura intensa, continuada
e permanentemente. Contudo, é preciso
realizar as leituras com intencionalidade,
pois estas se constituem em fator decisivo
de estudo, para a aprendizagem e para uma
sólida formação acadêmica.
Assista o vídeo: https://
www.youtube.com/embed/
FSX9dM3Yre0
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Ler e estudar, em última análise, são
exercícios voltados à aprendizagem; são
práticas que nos ajudam a procurar “as
verdades”. Portanto, a vida acadêmica
orienta-se para o estudo, tanto quanto
a leitura orienta-se para a pesquisa e a
construção de conhecimento.
Pesquisa: é um processo de busca,
cuja finalidade é a obtenção do
conhecimento novo. De acordo com
Marconi e Lakatos (2007, p. 43), “a
pesquisa pode ser considerada um
procedimento formal com método
de pensamento reflexivo que
requer um tratamento científico
e se constitui no caminho para
se conhecer a realidade ou para
descobrir verdades parciais”. Para
Maria Cecília de Souza Minayo
(2001), pesquisa é a atividade
básica da ciência na sua indagação
e construção da realidade.
Conforme entende Maria Helena
Martins (2000), a leitura consiste em um
processamento estruturado em torno da
compreensão de conteúdos (informação)
nas dimensões simbólicas (sentidos) e
formais (organização dos signos), para o
qual não importa tanto a linguagem, mas
sim como os significados são exteriorizados
pelos autores e assimilados pelos leitores.
Portanto, a leitura verdadeira acontece
somente quando o leitor constrói novos
significados para sua vida. Por exemplo,
constrói significado tanto quem lê os signos
linguísticos/gramaticais, quanto o camponês,
“não letrado”, que, observando a natureza,
prevê o que acontecerá, o sol ou a chuva.
Para haver compreensão a respeito do
que é a assimilação de significados, leia
atentamente o texto e reflita nas perguntas
que vêm em seguida: “Eu era um garoto
extremamente tímido e fechado no meu
mundo, era como se uma enorme bolha me
separasse das outras pessoas. Com o passar
do tempo, uma das minhas obrigações, era
a de limpar uma grande estante preta com
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vários livros da literatura brasileira. E foi
ali, que nasci para os livros, eles mais tarde
se tornariam minha autobiografia”. Qual é
a bolha que nos separa uns dos outros? O
que significa nascer para os livros? A leitura
não é, na sua forma legítima, uma fuga da
realidade. É uma fuga para a realidade.
A etimologia da palavra “leitura” é latina:
“legere”. Mas, reporta-se ao grego “legei -
léghein” e o seu significado representa o
sentido de ler e este como uma espécie
de “reunir” o que está solto, amontoado.
Assim, com esta etimologia, o significado
de leitura representa o pleno sentido de ler,
já que “legei” é colher, recolher, juntar, que
o latim transformou em “lego, legis, legere”,
denominado juntar horizontalmente as
coisas com o olhar.
A câmara fotográfica é uma metáfora que
nos ajuda a entender o que é ajuntar as
coisas com um olhar. Você foca um objeto
ou pessoa, e ela capta muito mais, o cenário,
o perto e o distante.
Diante do exposto, você deve estar se
perguntando novamente, o que é leitura?
Paulo Freire (2005) ensina que ler um texto
é uma prática que está além da simples
capacidade de decodificar signos, mas que se
aprende e se exercita ao longo de toda vida
pela leitura do mundo, ou seja, da realidade
na qual o leitor/sujeito está inserido e na
qual ele constrói suas relações sociais. O
estudo e a prática da leitura apresentam-
se, desse modo, com fatores significativos
de aproximação dos estudantes com os
conhecimentos e saberes, mas também com
outras pessoas e a cultura.
Somos melhores cidadãos quando
aprendemos e participamos com coragem,
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ética, inteligência e responsabilidade dos
processos de mudança social. Portanto,
vale ressaltar que a sociedade, na qual
estamos ambientados e inseridos, requer
pessoas que exerçam a cidadania de
maneira adequada a proporcionar melhor
desenvolvimento desta. Mas, isso acontece
mais facilmente quando o estudante
assume um compromisso inegociável com
a sua aprendizagem, com seu crescimento
intelectual e com a construção permanente
de conhecimentos. Daí a importância de
atrelar à vida acadêmica as diferentes
técnicas e tipos de leitura.
Leia a narrativa abaixo e tente responde
as perguntas abaixo:
Que tipo de texto é este? Em relação ao seu
conhecimento, o que é novo neste texto?
“Havia um pirata, há séculos atrás, que
roubava navios que aportavam nas ilhas do
continente africano, mas ele não era mal. Ele
era Robim Wood dos mares porque tirava
dos ricos e distribuía aos pobres. Certo navio
que ele saqueou, trazia no seu convés um
mapa. O dono do navio quis fazer uma troca,
Antônio, o nosso pirata do bem, deixava-lhe o
carregamento do navio e ele lhe daria o mapa
que diz ser de um grande tesouro enterrado
nas Ilhas do Caribe. Como Antônio não tinha
nada a perder, aceitou a barganha. Dois
meses depois eles chegaram à ilha indicada
pelos desenhos do mapa. Foram recebidos
por flechas que vinham de todos os lados da
praia, protegeram-se como puderam com
escudos que carregavam consigo. O nosso
pirata do bem resolveu recuar voltando
para o navio com medo de perder toda sua
tripulação, mas não desistiria assim tão
fácil de prometido tesouro. Retornaram ao
navio e fingiram que estavam indo embora,
guiando a embarcação mar adentro, porem,
nos pequenos barcos que mais cedo
tentaram chegar à praia, eles contornaram
a ilha e chegando por trás, onde os nativos
não esperavam, conseguiram pegá-los de
surpresa e apesar de lutarem por suas vidas
e pela conquista da ilha durante boa pare da
noite, venceram”.
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Podemos afirmar que um discente que
exercita continuamente a leitura tem
melhor formação acadêmica, qualificação
profissional mais adequada e um preparo
mais aprofundado e enriquecido para
a prática da investigação e da pesquisa
científica. Nessa direção, pode-se afirmar
que o costume de ler (exercício de leitura)
e o hábito de estudar seriamente ajuda
o estudante a se tornar alguém mais
ponderado, aberto, respeitoso frente a
outras opiniões, ideias, pensamentos e
expressões. A leitura é um excelente subsídio
para a aprendizagem, para a atualização dos
conhecimentos que temos e de formação
continuada.
Não basta ser alfabetizado para realmente
saber ler. Há leitores que deixam os olhos
passarem pelas palavras, enquanto sua
mente voa por esferas distantes. Esses leem
apenas com os olhos. Só percebem que não
leram quando chegam ao fim de uma página,
um capítulo ou um livro. Então devem
recomeçar tudo de novo porque, de fato,
não aprenderam a ler. É preciso ler, mas,
também é preciso saber ler. Não adianta
orgulhar-se que leu um livro rapidamente
em algumas dezenas de minutos, se, ao
terminar a leitura, é incapaz de dizer sobre
o que acabou de ler (GALLIANO, 1986, p. 70).
Leia a frase: “A leitura desconhece a solidão e
nos permite sempre estar acompanhado”. O
que você compreendeu desta frase? Qual o
sentido da afirmação – a leitura desconhece
a solidão? Qual é o significado de estar
sempre acompanhado?
2.2.1 Os diferentes tipos de leitura
A  leitura  é  uma  das mais  importantes  nhecimento;
fontes  de  conhecimento e apreensão da
realidade. Por ser importante, a leitura deve
ser proveitosa e significativa e é por isso que
ela exige motivação, disciplina e também um
método que seja adequado. Como destaca
Pedro Demo (2000, 80), ler com a finalidade
de construir conhecimentos é “precisamente
contra-ler”, ou seja, ler significa “[...] brigar
com o autor, contestar, refazer”. Nessa
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perspectiva, a leitura não pode ser um ato
esporádico e não intencional.
No campo da formação intelectual e da
trajetória acadêmica, nada se faz sem
uma boa dose de leitura, de motivação e
de autodisciplina. Estes comportamentos,
quando associados a um método, garantem
um estudo perseverante e bem-sucedido
e uma formação acadêmica de qualidade.
Uma  leitura  realizada por obrigação quase
sempre é uma leitura com pouco e/ou
pequeno aproveitamento.
Em se tratando de tipos de leituras, não
existe uma uniformidade dos autores quanto
à classificação ou nomenclatura utilizada.
Contudo, há um consenso de que existem
alguns tipos de leituras que não podem
faltar à vida e à trajetória acadêmica de um
universitário.
Lakatos e Marconi, na obra Fundamentos
de metodologia científica, (2003), apontam
alguns aspectos e as diretrizes para uma
leitura proveitosa e bem sucedida:
a) atenção - aplicação cuidadosa e profunda da
mente ou do espírito em determinado obje-
to, buscando o entendimento, a assimilação
e apreensão dos conteúdos básicos do texto;
b) intenção - interesse ou propósito de conse-
guir algum proveito intelectual por meio da
leitura;
c) reflexão - consideração e ponderação sobre
o que se lê, observando todos os ângulos,
tentando descobrir novos pontos de vista,
novas perspectivas e relações; desse modo,
favorece-se a assimilação das ideias do autor,
assim como o esclarecimento e o aperfeiçoa-
mento delas, o que ajuda a aprofundar o co-
d) espírito crítico - avaliação do texto. Implica
julgamento, comparação, aprovação ou não,
aceitação ou refutação das diferentes coloca-
ções e pontos de vista. Ler com espírito crítico
significa fazê-lo com reflexão, não admitindo
ideias sem analisar ou ponderar, proposições
sem discutir, nem raciocínio sem examinar;
consiste em emitir juízo de valor, perceben-
do no texto o bom e o verdadeiro, da mesma
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forma que o fraco, o medíocre ou o falso; de jornais e de revistas atualizados.

e) análise - divisão do tema em partes, deter-
minação das relações existentes entre elas,
seguidas do entendimento de toda sua orga-
nização;
f) síntese - reconstituição das partes decom-
postas pela análise, procedendo-se ao re-
sumo dos aspectos essenciais, deixando de
lado tudo o que for secundário e acessório,
sem perder a sequência lógica do pensamen-
to.
Segundo Lakatos e Marconi (2007), os três
tipos ou espécies de leitura são: a leitura para
distração, entretenimento ou recreação;
a leitura para aquisição de cultura geral,
erudição ou de informação; e finalmente, a
leitura formativa e de aproveitamento.
2.2.2 Leitura formativa e de
aproveitamento
2.2.4 Leitura para distração,
entretenimento ou recreação
Esta espécie de leitura é útil para a formação
de hábito de ler. A leitura por distração pode
ser caracterizada como aquele tipo de leitura
despreocupada, geralmente feita em horas
e com o objetivo de lazer. Segundo Lakatos
e Marconi (2007), esta espécie de leitura
visa apenas ao divertimento, sem maiores
preocupações com o aspecto do saber.
2.3 Benefícios da prática da leitura na
vida acadêmica
 Ampliação dos conhecimentos;

A finalidade deste tipo de leitura é o  Obtenção de informações básicas;

aprofundamento do conhecimento que se
possui ou a aprendizagem de algo novo e  Obtenção de informações específicas;
é a mais utilizada em cursos de graduação.
De acordo com Lakatos e Marconi (2007),  Abertura de novos horizontes e saberes;
esta espécie de leitura exige do leitor muita
atenção e concentração. É uma leitura  Sistematização do pensamento;
mais criteriosa de uma obra e que há uma
identificação das palavras e ideias centrais  Aumento do vocabulário;
do texto, as quais devem ser destacadas.
Neste tipo de leitura, entretanto, deve-se  Alcance de níveis mais profundos de com-
ter o cuidado com marcação desnecessária preensão;
de ideias, pois estas funcionam como
um indicador em leituras futuras do  Melhor entendimento dos conteúdos;
mesmo texto. Caso o estudante sublinhe
indiscriminadamente algumas partes do  Distinção de fatos, hipóteses e problemas;
texto, estará correndo o risco de perder a(s)
ideia-chave(s) do texto.  Interpretar o texto, acostumando-se com as
ideias, conceitos, estilos e vocabulários;
2.2.3 Leitura para aquisição de cultura
geral, erudição ou de informação  Identificar as conclusões e as bases que as
fundamentam.
Para Lakatos e Marconi (2007), este tipo
de leitura tem como objetivo a tomada de Para aproveitar melhor a leitura, o estudante
conhecimento daquilo que acontece no deve:
mundo e este de modo geral e sem grande
profundidade. Esta espécie de leitura é feita  Reler o texto;
para se obter a visão geral sobre o que foi
escrito sem a preocupação de aprender algo  Memorizar conceitos importantes;
ou discutir as ideias do autor, pois trata-se

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 Anotar o que é mais relevante no texto; Paulo: Cortez, 2005.

 Marcar, sublinhar e resumir; GALLIANO, A. G. O método científico: teoria

 Consultar o dicionário.
Aprofunde seus
conhecimentos:
Leia o texto:  Hábitos de
leitura de literatura científica
entre pesquisadores.
Acesse o link e tenha uma boa
leitura: SciELO em Perspectiva.
[viewed 25 July 2014]. Available
from: http://blog.scielo.org/
blog/2014/04/03/habitos-de-
leitura-de-literatura-cientifica-
entre-pesquisadores
GLOSSÁRIO
Conteúdo: comumente é entendido como
um conjunto de assuntos que compõem
determinada matéria ou a relação de temas
a serem estudados em uma disciplina.
Refere-se também a todas as aprendizagens
que os estudantes devem alcançar para
progredir nas direções que marcam os fins
da educação em uma etapa da escolarização.
e prática. São Paulo: Harbra, 1986.
LAKATOS, Eva Maria; MARCONI, Marina
de Andrade. Metodologia do trabalho
científico: procedimentos básicos,
pesquisa bibliográfica, projeto e relatório,
publicações e trabalhos científicos. São
Paulo: Atlas, 2007.
________. Fundamentos da metodologia
científica. São Paulo: Atlas, 2003.
MARTINS, Maria Helena. O Que é leitura.
São Paulo: Brasiliense, 2000.
MINAYO, Maria Cecília de Souza. Ciência,
técnica e arte: o desafio da pesquisa social.
In: MINAYO, Maria Cecília de Souza. Pesquisa
social: teoria, método e criatividade.
Petrópolis: Vozes, 2001.
SEVERINO, Antônio Joaquim. Metodologia
do trabalho científico. São Paulo: Cortez,
2007.

Leitura: A palavra leitura é derivada do Latim

“lectura” e originalmente seu significado tem
a ver com “eleição, escolha, leitura”. Ler é
uma busca de significado daquilo que não
se mostra e nem é aparente. É um processo
que procede em decodificar as palavras e
que envolve a interpretar as situações que
ocorrem ao redor do leitor.

REFERÊNCIAS

DEMO, Pedro. Pesquisa e construção do

conhecimento: metodologia científica
no caminho de Habermas. Rio de Janeiro:
Tempo Brasileiro, 2000.

_______. Metodologia do conhecimento

científico. São Paulo: Atlas, 2000.

FREIRE, Paulo. A Importância do ato de ler:

em três artigos que se completam. São

nead.fbmg.edu.br / nead.tutoria@redebatista.edu.br / 3429-7256 ou 3429-7361 9