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DOI: 10.5935/2175-3520.20190024 Psic. da Ed., São Paulo, 49, 2º sem. de 2019, pp. 117-121
118 Laurinda Ramalho de Almeida
via currículo; portanto, havia a necessidade de um caracterizam como pedagógicas” (Almeida, 2007, p.
trabalho conjunto com os coordenadores pedagógicos. 507). O terceiro bloco, que se refere à expansão para
Como essa figura não existia nas escolas, o orientador todas as escolas da rede estadual de ensino, que foi
educacional atuava, em muitos casos, como tal. um ganho, o fato de não ter carreado os recursos que
Já havia a inspiração de experiências de coorde- tiveram as escolas na vigência dos projetos especiais,
nador pedagógico pioneiras, de vanguarda, nas escolas acabou dificultando a função pedagógica. Mas havia
experimentais referidas no texto de Almeida (2013), ainda, na vigência da Resolução SE nº 28/1996, que
escolas que foram modelos na época e que até hoje teve como decorrência a Resolução SE nº 76/1997 (que
são fontes de estudos: Colégio de Aplicação da USP, trata das atribuições) um referencial pedagógico para a
Ginásios Vocacionais e Grupo Escolar-Ginásio Dr. função: “atuar no processo de articulação e mobilização
Edmundo de Carvalho (ou Experimental da Lapa). da equipe escolar na construção do projeto pedagógico
Estas contavam com orientador educacional e orienta- da unidade escolar.”
dor pedagógico (coincidentemente Nobuko Kawashita A partir de 2008, novas normas de credencia-
e Eiko Nishizawa atuaram antes do concurso para mento para a função de professor-coordenador foram
orientador educacional em Ginásios Vocacionais, como seguidas, a partir da Resolução SE nº 88 de 12/2007.
orientadoras; também Julieta Ribeiro Leite, que exer- Surgiu a coordenação por segmentos: um para o seg-
ceu a coordenação pedagógica no Colégio de Aplicação mento de 1ª a 4ª séries do Ensino Fundamental, um
da USP, exercera a função de orientadora educacional para o de 5ª a 8ª séries, e um para o Ensino Médio.
no Ginásio Vocacional). Para a formação e acompanhamento do trabalho dos
Retomando, a Resolução SE 28/1996 que esta- professores coordenadores na unidade escolar, foram
beleceu um coordenador pedagógico para cada escola, designados, nas Diretorias de Ensino, os professores
definiu, para esse profissional, função e não cargo. coordenadores da oficina pedagógica – PCOP. A
Denominou esse profissional de professor coordenador Resolução SE 88/2007 teve dois desdobramentos:
pedagógico, pois não sendo cargo, era um professor de Resolução SE 89/2007, específica para professores
carreira (com cargo) que poderia aspirar à função de coordenadores do Ciclo I (séries iniciais do Ensino
professor coordenador. Na rede, ficou conhecido como Fundamental), e Resolução SE 90/2007, específica
PCP. A Resolução SE 76/1997, que definiu atribuições para professores coordenadores do Ciclo II e Ensino
para aquele que assumisse essa função, propôs uma Médio. Tais dispositivos legais, embora facilitadores
delas, explicitamente: deveriam atuar (os professores para o atendimento aos diferentes segmentos, trou-
coordenadores) “no processo de articulação e mobi- xeram um deslocamento do lugar do pedagógico,
lização da equipe escolar na construção do projeto pois a Resolução 88/2007 embora estabeleça, em seu
pedagógico da unidade escolar.” Ou seja, dava aos artigo 1º que “a coordenação pedagógica, nas unida-
professores coordenadores uma função pedagógica, daí des escolares e nas oficinas pedagógicas, a partir de
a própria rede acrescentar-lhe o pedagógico no nome: 2008, será exercida por professores coordenadores”,
professor coordenador pedagógico – PCP. estabelece também que os professores coordenadores
A expansão para toda a rede de escolas (Resolução devem “atuar como gestores implementadores dessa
28/1996) previa um professor-coordenador por escola política” (política de melhoria da qualidade de ensino,
e, para aquelas com dez ou mais classes no noturno, vigente no momento), o que os colocou como agentes
um para o diurno e um para o noturno, independente
controladores, como profissionais a serviço da burocra-
dos segmentos atendidos em cada turno. Essa modali-
cia escolar (Almeida, 2013, p. 519). Fernandes (2011),
dade ficou conhecida como coordenação por períodos.
que também analisou os textos legais no período de
A análise feita por Almeida (2013) da trajetória da
1996 a 2010, declara:
coordenação pedagógica no Estado de São Paulo levou
a autora a chegar às seguintes inferências: no primeiro A coordenação pedagógica, identificada como a pos-
bloco (anos 1960), que chamou de coordenação de van- sibilidade de democratização da escola, de alteração
guarda, a coordenação era eminentemente pedagógica; nas rígidas estruturas de administração escolar, e vista
no segundo bloco, o dos projetos especiais, “grosso modo, como inovadora forma de participação docente na
os diferentes estilos de coordenação vão decorrer das gestão, capaz de ampliar as possibilidades de traba-
diretrizes políticas para os projetos, mas também se lho coletivo e de articulação pedagógica, foi, com as
medidas impostas, assumindo outras tarefas e tendo um profissional multitarefa, que faz tudo, mas não
sua natureza e identidade alteradas [...]. (Fernandes, dá conta de sua atribuição principal: a articulação e a
2011, p. 457) formação dos professores no contexto escolar.
capazes de garantir seu lugar. Para tanto, é preciso Penteado, W. M. A. (Org.). Fundamentos de orientação
que as políticas públicas legitimem sua função e não educacional. São Paulo, EPU, 1976.
a fragmentem, como têm feito. Queiroz, M. O. Relatos orais do “indizível” ao “dizível”.
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dispõe sobre a função gratificada do Professor
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Coordenador.
e Educação: revendo contribuições. São Paulo:
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Altera a Resolução SE 75, de 30/12/14, que
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dispõe sobre a função gratificada do Professor
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Coordenador.
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do Professor Coordenador.
Brasil. Ministério da Educação e Cultura. Decreto da
São Paulo (Estado). Resolução SE 75, DE 30/12/2014.
Lei nº. 5.692/71. Fixa as Diretrizes e Bases para
Dispõe sobre a função gratificada do Professor
o Ensino de 1º e 2º Graus.
Brasil. Ministério da Educação e Cultura. Decreto Coordenador.
Lei nº.5.540/68. Lei da Reforma Universitária. São Paulo (Estado). Secretaria Estadual de Educação.
Reformula a estrutura do Ensino Superior. Resolução 88/2007. Dispõe sobre a função
Brasil. Ministério da Educação e Cultura. Decreto Lei nº. gratificada do Professor Coordenador.
4.024/61. Fixa as Diretrizes e base da Educação São Paulo (Estado). Secretaria Estadual de Educação.
Nacional. Resolução 76/1997. Dispõe sobre as atribuições
Brasil. Decreto Lei nº 9. 613.de 28/04/46. Lei Orgânica do professor coordenador em escolas da rede
do Ensino Agrícola. estadual de ensino.
Brasil. Decreto Lei nº 6.141 de 28/12/43. Lei Orgânica São Paulo (Estado). Secretaria Estadual de Educação.
do Ensino Comercial. Resolução 28/1996. Dispõe sobre o processo de
Brasil. Decreto Lei nº 4.244 de 09/04/42. Lei Orgânica designação de docente para exercer a função
do Ensino Secundário. de coordenação pedagógica em escolas da rede
Brasil. Decreto Lei nº 4.073 de 30/01/42. Lei Orgânica estadual de ensino e dá providências correlatas.
do Ensino Industrial. São Paulo (Estado). Lei complementar nº. 444, de 27 de
Brasil. Lei nº 5.564 de 21/12/1968. Prevê sobre o dezembro de 1985. Dispõe sobre o Estatuto do
exercício da profissão de Orientador Educacional. Magistério Paulista e dá providências correlatas.
Brasil. Decreto Lei nº 72.846, de 26/09/1973. São Paulo (Estado). Lei complementar nº. 201 de 09 de
Regulamenta a lei nº5.564, de 21/12/1968, novembro de 1978. Dispõe sobre o Estatuto do
que provê sobre o exercício da profissão de Magistério Paulista e dá providências correlatas.
Orientador Educacional. São Paulo (Estado). Secretaria Estadual de Educação/
Fernandes, M. J. S. A coordenação pedagógica nas Coordenadoria de Estudos e Normas Pedagógicas.
escolas estaduais paulistas resoluções recentes A orientação educacional no Sistema de Ensino do
e atuação cotidiana na gestão e organização Estado de São Paulo. São Paulo, SE/CENP, 1977.
escolar. RBPAE, V.27, nº3, p.361-588, set/dez, São Paulo (Estado). Decreto nº. 7.709/76. Dispõe sobre
2011. pessoal para escolas de 1º e 2º graus.