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CAPA DE ACE

A G ÊN C IA N r ACE/ANO TOTAL FLS. S IG IL O

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F L U X O DO PRO CESSO DATA R U B R IC A CH SE (SS) ou A N A L IS T A

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L ■Registro de Entrada - NRE-


FICHA DE TRAMITAÇÃO DE DOCUMENTOS FTD

-C A R A C T E R IZ A Ç Ã O DO D O C U M E N T O -
Ass
/ A EMBRAPA E A REFORMA A D M IN IS T R A T IV A
/ Tit.
015838 2 3 jul 86
-Tramitação— Ref.

□ Normal 1
I I Urgente An

Doc. ENC ns 3 6 - D S I /M A , de 22 JU L 86.


/
Ident.

-D iS T R IB U IÇ Ã O IN IC IA L -
-Original— ------------Cóf 3i as

ÓVT./
.... _______ ./

-Responsável Distribuição- -Observações-


MINISTÉRIO DA AGRICULTURA

D IV IS Ã O DE S E G U R A N Ç A E I N F O R M A Ç Õ E S

E N C A M I N H A M E N T O N .° 3 ^ / 8 6 / DSI / MA / S IC I- 1

Data Brasília, 22 de julho de 1986

Assunto £ EMBRAPA E A REFORMA ADMINISTRATIVA

Referência X . X . X . X

Distribuição AC/SM 7

Esta Divisão encaminhaJfcXife^ÈíiKaX o documento anexo, remetido pela EMBRAPA a


esta Divisão, no qual são levantadas considerações sobre recente no­
ticiário da imprensa acerca de possível pretensão do Governo Federal
de, através da Reforma Administrativa, extinguir aquele Õrgão c omo
empresa pública, vinculando-o ã Administração Direta.
x.x.x.x.x.x.x.x.x.x

O DP ó TINA í ARIO C r e s p o n ­
sável PELA : A f Ç A O DO
SIGIIO ! ; > Dl.CUMF.NTO
(ART. 12 CO R.S.A.S DO DEC.
N.° 79.039/77.)
M I N I S T É R iO D A A G R I C U L T U R A - ÍV IA

- ^ ^ ‘j Z I ^ ^ B n g s ilc B in a d e P e s q u i s a A gro p ccu á n a - E íV iB R A P A

"Apelo, pois, as a u t o r i d a d e s e c o n ô m i c a s
p a r a que, sob n e n h u m pretexto, p e r m i t a m
que seja d i l a p i d a d o esse patrimônio, que
tanto cust o u a N a ç ã o construir, repre
s e n t a d o s o b r e t u d o pe l a s e quipes de cien
tistas e t e c n ó l o g o s que a E M B R A P A conse
guiu formar em onze anos de vida. É ne
cessãrio, p a r a isso, que sejam g aranti
dos ao setor s u f i c i e n t e ? recursos para
que p o s s a m a n t e r e e x p a n d i r esse patri^
mônio".

Marco Maciel — Discurso proferido


no C o n g r e s s o N a c i onal,
publicado no Diãrio do
Congresso Nacional em
17.05.84.

A EMBRAPA E A REFORMA ADMINISTRATIVA

ESCLARECIMENTOS A SOCIEDADE BRASILEIRA

Diante do noticiário recente da imprensa, de que o Governo Federal,


através do processo de Reforma Administrativa em curso, pretenderia até mes
mo a extinção da EMBRAPA como empresa publica, sob a justificativa de tom ã -
-la mais eficiente e sob a argumentaçao de que, nao gerando receita própria,
ela se constitui numa 'falsa estatal", devendo, portanto, passar a vincular-
-se a Administração Direta, a EMBRAPA presta esclarecimentos ã sociedade bra
si.leira.

Até o ano de 1972, a pesquisa agropecuária, no Brasil, era caiduzi_


da através da Administração Direta do Governo Federal. O mecanismo adotado es
banava constantemente na implementação das decisões, além dos grandes obsta
culos paro o treinamento de pesquisadores e do pessoa] de apoio.
J V IA
E Í V 1B R A P A

Por força da.r \\ficuldades de movimentação, a pesquisa era reali


zada lentamente. Em consequência, os resultados alcançados eram fruto de
dedicação, do idealismo e da vocação quase sacerdotal dos pesquisadores .
A remuneração era incompatível com os trabalhos realizados e, muitas ve
zes, paga com atraso de três meses ou mais. Não havia laboratórios adequa
dos, nem equipamentos e materiais indisponíveis. Esse conjunto de fatos
representava um constante desestímulo ã criatividade.

Os recursos financeiros e humanos da época se dispersavam num


grande numero de atividades. Em decorrência, a eficiência da pesquisa não
poderia atingir níveis satisfatórios, tornando claro que o arranjo insti
tucional baseado na Administração Direta havia' falhado. Também não havia
sensibilidade das liderenças brasileiras para o papel da ciência no desen
volvimento da agricultura.

Através da Lei n? 5.851/72, o Governo biasileiro decidiu criar a


EMBRAPA, sob a forma de Empresa Publica. Esta abriu amplas possibilidades
para o estabelecimento de uin eficiente modelo institucional de execução
de pesquisa, ein condições de enfrentar o desafio da produção de alimen
tos.

0 acerto da decisão do boverno naquele momento foi inquiestiona


vel. Os investimentos que, naquela época, jamais ultrapassaram US$ 10 mi
lhÕes, hoje alcançam US$ 130 milhões. Contudo, essa quantia ainda é irri
sõria, considerando que o Brasil despende em pesquisa apenas 0,2no do Prc
duto Interno Bruto (PIB), enquanto a índia investe mais que o triplo
(0,7°ó).

Nossa taxa de retorno social dos investimentos em pesquisa atin


gc 42,8«, bem superior aos padrões aceitos pelos bancos internacionais
de desenvolvimento , em torno de 1 0 u. O modelo adotado pelo Governo Fede
ral tambem sensibilizou os Governos Estaduais, que passaram a investir
acentuadamente nas pesquisas em seus estados. A situaçao do pessoal foi
melhorada cm nível nacional, eliminando as profundas distorções existen
tes. Estabeleceu-se um programa de treinamento de recursos humanos que
formou pesquisadores altamente qualificados, dos quais mais de 80# pos
suem curso de especialização. Antes da criação da EMBRAPA havia apenas
10". de cientistas pÕs-graduados.

Saindo da Administração Direta, a EMBRAPA conseguiu a flexibilidade


ry iA *3.

E Í V 1B R A P A

e a a8ÍliJride necessárias para desenvolver, rapidamente, novas e importantes


tecnologias que atenderam a política agrícola do Governo e as necessidades
da iniciativa privada em iodos os segmentos. Ficou facilitado o intercâmbio
com as instituições naciaiais e internacionais de ensino, pesquisa e financi
amento.

Por tudo isso, a EMBRAPA e caisiderada um projeto bem sucedido, hoje


amplamente reconhecido por toda a sociedade brasileira e pela comunidade cien
tifica mundial.

Norman Borlaug, Prêmio Nobel da Paz de 1970 por trabalhos de pesqui


sa com trigo no México, autor da "Revolução Verde'.', Caisultor do Banco Mun
dial, apos visita i EMBRAPA, no aia 16.07.86, afirmou:

"As pesquisas realizadas pela FMBRAPA


são as melhores que já vi ein todo o
mundo durante os ültimos 42 anos. Os
i trabalhos que aqui se desenvolvem são
um grande passo na luta pela produção
de alimentos".

Dois argumentos são utilizados para justificar a pm p o s t a de volta


para a Administração Direta: a EMBRAPA nao gerar receita própria, não passan
do, portanto, de uma "falsa empresa", e apresentar algumas deficiências na
área administrativa.

0 primeiro argumento não tem sequer sustentação. A EMBRAPA vem, gra


dativamente, elevando o percentual de recursos obtidos através da prestação
de seús serviços. Evidentemente, no curto prazo de 13 anos, uma organização
de pesquisa não pode chegar ã auto-suficiência financeira. Todavia, apesar
das dificuldades, a empresa tem auxiliado, e muito, o Governo Federal na ob
tenção dos seus recursos.

0 preprio Governo Federal ê o maior cliente da empresa. Sõ que, ao


inves de caitratã-la para desenvolver trabalhos, prefere dar-lhe tratamento
semelhante ao dispensado ãs entidades da Administração Direta, repassando-
-Jhe ordinaiiamente os recursos orçamentários. Cano orgão da Administração
Direta, os recursos gerados pela receita própria estariam fadados a desapa
recer.
EEIYIEJRAPA

0 lucro que o Governo Federal aufere em decorrência dos investimen


tos feitos na EMBRAPA não é lucro financeiro imediato. 0 resultado dos inves^
timentos feitos na pesquisa voltam para o Governo em forma de lucro social,
com uma elevada taxa de r e t o m o de 42,81, conforme foi dito. So uma, entre
as muitas teaiologias geradas ate agora pela empresa, a da fixação biologica
do nitrogênio, permitiu a substituição da adubação nitrogenada da soja, numa
economia de US$ 500 milhões/ano, equivalente a quatro vezes o orçamento glo
bal da EMBRAPA em 1986.

0 segundo argumento, o da deficiência administrativa, ê tão inccn


sistente como o primeiro. Todas as analises ccnduzidas por especialistas de
renane internacional atestam que a EMBRAPA apresenta alto grau de produtivi_
dade e eficiência. Seu modelo foi elaborado, discutido e implantado por e_s
peciálistas de alto nível e permanentemente aperfeiçoado. Tomou-se, can is^
so, uma das mais eficientes empresas publicas do Brasil e um modelo que vem
sendo observado e recomendado para outros países, como o Peru c o México..

Sob a forma de Empresa Publica, a EMBRAPA desenvolveu-se e apresen


tou resultados tão relevantes que foi a unica entidade elogiada e citada no
minalmente no documento elaborado pelo PMDB can >. relação ã política agrí
cola a ser seguida pela Nova Republica.

Se ]ia intenção de remodelação da E4BRAPA para que sua eficiência


venha a aumentar, o objetivo não sera alcançado atrelando-a ã Administração
Direta. Ao contrario, a empresa necessitaria de maior flexibilidade autano
mia de que ja dispõe, de modo que fosse possível adotar, cm sua plenitude,
uma filosofia gerencial, tomando-a ainda mais sensível ã demanda sn-ial por
pesquisa, atual e potencial. Seria o modo correto de incluir as empresas de
pesquisa no espírito da reforma administrativa pretendida pelo País.

Não quer, agora, a EMBRAPA, ser cobaia de experiência da qual não


se tem certeza do sucesso. 0 que tem sustentado a proposta de mudança da n£
tureza jurídica da entidade ainda são argumentos sem qualquer indicação da
possibilidade de êxito. Ao contrario, muitos cientistas que ainda hoje inte
gram o quadro da empresa, guardam amargas recordações dos tempos em que a
pesquisa era executada can os empecilhos impostos aos institutos subordina
dos ã Administração Direta.
M A *3 .
E r V IB H A P A

Para que se leve adiante a reformulação, entende ^ EMBRAPA que


c essencial sua participação e de seus pesquisadores nos estudos que ve
nham a se realizar. Essa e reivindicação básica da entidade ãs pcs
soas incumbidas da condução do processo. Confia a EMBRAPA que a comunida
de científica, as autoridades e a sociedade brasileira como um todo não
negarão o apoio de que necessita para prosseguir seu trabalho em prol do
desenvolvimento da ciência agrícola e da agropecuária brasileira.

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A F E D E R A Ç A O D AS A S S O C I A ÇÇ O E S D O S E M P R E G A D O S DA E M P R E S A B R A
S J L E I R A DE P E S Q U I S A A G R O P É C O A R I A Œ M B R A P A ) DO P A R A ' , DIVULGOU ,
N O J O R N A L O L I B E R A L DE 22 J U L 86, ÜMA N O T A O F I C I A L ACERCA DA
R E F O R M A A D M I N I S T R A T I V A , P E L O QUE E S S A E N T I D A D E T E R I A A L T E R A D O A
S U A N A T U R E Z A J U R Í D I C A . N E S S A N O T A , OS S E R V I D O R E S E X P O E M A CON­
T R I B U I Ç Ã O QUE A E M P R E S A T R O U X E P A R A A A G R O P E C U A R I A BRASILEIRA,
E S P E R A N D O QUE Q U A L Q U E R M O D I F I C A Ç Ã O SF.JA P R E C E D I D A DE UM DIALOGO
COM A COMUNIDADE CIENTIFICA (A~l>.

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