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Redes de Distribuição

Sistemas Elétricos de Potência


Prof. Rafael Corrêa
Documentação
• Normas Técnicas: http://www.rge-rs.com.br/Informa%C3%A7%C3%B5esT%C3%A9cnicas/NormasT%C3%A9cnicas/tabid/81/language/pt-BR/Default.aspx
Documentação
• Padrão de projetos:http://www.rge-rs.com.br/LinkClick.aspx?fileticket=zjrNtoxtuNM%3d&tabid=248&mid=633&language=en-US

• Documento que visa a adequação de projetos


de redes novas, de reforma ou de extensão de
rede aos padrões da RGE
• Padronização de aterramento, proteção,
estruturas, postes, cabeamento, etc.
Localização
• Rede aérea urbana
• Rede aérea rural
Tensão de operação
• Rede primária:
– Alimenta primário dos transformadores de
distribuição ou pontos de entrega em 13,8 kV ou
23,1 kV
• Rede secundária:
– Alimentada pelo secundário dos transformadores
trifásicos em 380/220 V ou monofásicos em 220 V
Tipo de rede
• Convencional:
– Condutores nus, suportados através de isoladores e
instalada em postes
• Compacta:
– Condutores cobertos, suportados em espaçadores
sustentados em cabo mensageiro e instalada em
postes
• Isolada:
– Rede secundária com condutores isolados
multiplexados
Padronização de redes primárias
• Rede urbana:
– Rede primária compacta, com condutores CA protegidos
com cobertura em XLPE, instalados em espaçadores
Padronização de redes primárias
• Rede rural:
– Rede primária convencional
Padronização de redes secundárias
• Rede urbana:
– Rede secundária isolada, com cabos multiplexados
Padronização de redes secundárias
• Rede rural:
– Rede secundária convencional
Configuração e traçado
• ALIMENTADOR
Parte de uma rede de distribuição primária área que
alimenta, diretamente ou por intermédio de seus
ramais, transformadores de distribuição da RGE ou
de consumidores
Configuração e traçado
• Circuito radial simples
– O fluxo de potência apresenta um único trajeto, da subestação
para as cargas
– Apresenta baixa confiabilidade devido à falta de recurso para a
manobra
• Circuito radial com recurso
– O fluxo de potência poderá ser orientado por diversos trajetos
até as cargas, conforme as configurações de manobra
– Utilizados em áreas com grande densidade de carga ou que
queiram maior grau de confiabilidade, como hospitais, centros
de computação, etc.
– Exigência de interligação normalmente aberta (NA) entre os
alimentadores adjacentes de uma mesma subestação
Configuração e traçado
• Rede urbana
– Rede primária
• Alimentador troncal: parte de um alimentador que
transporta a parcela principal da carga
– Obedecer sequência de fase desde a subestação:
» Condutores na horizontal: V externa, A meio, B interna
» Condutores na vertical: de cima para baixo, V-A-B
» Em espaçador losangular: V externa, B interna, A baixo
– Prever interligação com outros alimentadores para manobras
de emergência através de chaves faca
» Circuito radial com recurso
Configuração e traçado
• Rede urbana
– Rede primária
• Ramal de alimentador: parte de um alimentador de
distribuição que deriva diretamente da Troncal
– Cada ramal deve possuir dispositivos de manobra
– Dirigir os ramais em sentido paralelo uns aos outros
– Conservar a sequência de fases da Troncal
– Rede secundária
– Permitir futuras modificações e interligação, sem a
necessidade de complementação de fases ou de trechos
– Interligar circuitos secundários através do condutor neutro
Configuração e traçado
• Rede rural
– Alimentador Troncal Rural: parte de um
alimentador de rede de distribuição rural que
transporta a parcela principal de energia
– Ramal Rural: parte de uma rede de distribuição
rural (primária ou secundária) que deriva
diretamente de rede situada em via pública para
atender uma ou mais propriedades rurais sem
acesso direto a essa rede
Locação da rede
• Afastamentos
– Entre condutores e solo (mínimo)
Locação da rede
• Afastamentos
– Rede urbana
• Entre condutores e edificações (mínimo):
– GED 11836 – Afastamentos Mínimos para Redes de
Distribuição
– Quando não for possível manter os afastamentos mínimos, os
condutores devem ser protegidos de modo a evitar o contato
acidental por pessoas em janelas, sacadas ou cimalhas, desde
que aprovada (a locação e o método utilizado) pela RGE
– Rede rural
• Distância horizontal mínima entre o eixo da rede e
edificações é de 10 m
Locação da rede
• Afastamentos
– Entre condutores
Vãos
• Distância entre postes consecutivos
• Em rede urbana, secundária ou mista, projetar
vãos com comprimento entre 30 e 40 m
• Em rede urbana exclusivamente primária, um vão
maior do que 40 m pode ser projetado, desde
que justificado e aprovado pela RGE
• Em redes rurais:
Posteação
• Em ruas sem arborização, implantar redes nas faces
norte e oeste ou escolher o lado que tenha maior
número de edificações
• Localizar a posteação no mesmo lado das diversas
ruas e em alinhamento com redes já existentes
• Evitar o lado da rua com arborização, jardins ou praças
públicas
• Em vias públicas com largura igual ou superior a 25 m,
projetar rede secundária em ambos os lados
• Não locar postes em frente a entradas de residências,
garagens, estacionamentos, lojas e guias rebaixadas
em postos de gasolina
Transformador
• Monofásicos ou trifásicos
• Transformador monofásico
– Convencional
– MRT (monobucha)
• Transformador trifásico
– Terminais H1, H2, H3, X0, X1, X2 e X3
– Primário ligado em triângulo e secundário em
estrela aterrado
Transformador
• Potência nominal
– Rede urbana: trifásicos com as seguintes
potências nominais
Transformador
• Potência nominal
– Rede rural: trifásicos ou monofásicos, com as
seguintes potências nominais
Transformador
• Locação
– Locar nos centros de carga ou próximo às cargas
concentradas, principalmente as que ocasionam
flutuação de tensão
– Locar para atender diretamente do transformador o
consumidor que tiver cargas especiais (máquina de
solda tipo motor gerador acima de 30 cv, motor de
indução trifásico com rotor em curto-circuito acima de
30 cv, etc.)
– Nas redes rurais, o transformador locado dentro de
propriedades particulares não deve ficar a menos de
30 m das residências, depósitos, galpões e outros
locais em que há circulação de pessoas ou animais
Isoladores
• Os materiais utilizados na fabricação de isoladores de
redes de distribuição são:
– Porcelana
– Polimérico
• Os isoladores poliméricos são mais leves, mais
resistentes, têm maior durabilidade
Isoladores
• Tipo pilar
– Utilizado em estruturas de alinhamento com ou
sem ângulos na rede
Isoladores
• Tipo bastão
– Utilizado na ancoragem de cabos no final da rede
Isoladores
• Tipo castanha
– Utilizado em estais de ancoragem
Alça pré-formada
• Tem função de fixar o cabo junto ao isolador
Condutor
• Rede urbana
– Rede primária
• Rede convencional: cabos de alumínio nus (CA)

• Rede compacta: condutores de alumínio protegidos por


cobertura em XLPE nas seções 70 e 185 mm²
Condutor
• Rede urbana
– Rede secundária
• Rede convencional: cabos de alumínio nus (CA)

• Rede isolada: cabos multiplexados com condutores de


alumínio, neutro nu
Condutor
• Rede rural
– Rede primária: cabos CAA

– Rede secundária: cabos CAA


Condutor
• Ramal de ligação de rede secundária
– Multiplexado com condutor de alumínio
Emenda pré-formada
• Restabelece o contato metálico e a resistência
mecânica de condutores CA ou CAA que
tenham se rompido ou danificado
Poste
• Tipo de poste
– Tronco cônico
• Ocos
• Mesma resistência mecânica em todos os sentidos
– Duplo T
• Maciços
• Face lisa tem resistência mecânica 50% superior à face
vazada
• Mais econômico
Poste tronco cônico
Poste duplo T
Poste
• Tipo de poste
– Rede urbana
• Tronco cônico
• Em estruturas com transformador, tronco cônico com
carga nominal mínima de 400 daN
• Em caso de reforma de rede, a reutilização de postes de
madeira existentes fica condicionada à aprovação
prévia da RGE
Poste
• Tipo de poste
– Rede rural
• Rede primária: duplo T
• Somente rede secundária: tronco cônico
• Em redes primárias trifásicas ou bifásicas em deflexões com
estruturas tipo 3 ou 4 e nas estruturas de derivação podem
ser utilizados postes tronco cônico
• Para estruturas com transformador monofásico deve ser
utilizado poste duplo T com carga nominal de 300 daN
• Em estruturas com transformador trifásico deve ser utilizado
poste tronco cônico com carga nominal mín. de 400 daN
Poste
Cruzetas
• As cruzetas projetadas devem ser de madeira
com comprimento de 2 m
• Em projetos de reforma de rede, as cruzetas
existentes podem ser reaproveitadas e as
cruzetas novas devem ser projetadas com
comprimento de 2 m
Engastamento
• Para engastamento simples, base reforçada e base
concretada a profundidade do engastamento deve ser
calculada por e = (L/10) + 0,6, em metros
– L é o comprimento do poste, em m
– a profundidade mínima é de 1,5 m
• No engastamento com base reforçada utiliza-se placas
de concreto armado ou toras de eucalipto de 1 m de
comprimento proveniente do corte de sobras de poste
• No engastamento com base concretada o diâmetro da
vala é especificado para cada tipo de poste
Engastamento
simples
Base
reforçada com
duas placas
de concreto
Base concretada

Referência do traço do concreto (1:3:5)


Quantidade
Descrição
m3 -
0,056 1,5 saco Cimento
0,18 10 latas * Areia grossa lavada
0,28 16 latas * Pedra britada nº 1
Volume resultante de
0,35 -
concreto

* 1 lata = 18 litros
Engastamento
• O engastamento em rocha é utilizado somente
para postes com resistência até 200 daN, em
estruturas sem deflexão de rede e sem
equipamentos.
• O engastamento profundo pode ser utilizado na
substituição da base reforçada ou a base
concretada. Consiste em utilizar um poste da
altura imediatamente superior ao necessário com
uma profundidade de engastamento maior.
• Para terrenos alagadiços, banhados e areia
molhada deve ser utilizada a sapata de pântano
Engastamento
em rocha
Sapata para pântano
com tambor

Sapata para pântano com tambor


Quantidade Descrição
1 saco Cimento
6,5 latas Areia grossa lavada
9,5 latas Pedra britada n. 2
1,5 lata Água
1 Tambor de 200 litros

* 1 lata = 18 litros
Estaiamento
• Estai de âncora
• Estai de cruzeta a poste
• Estai de poste a poste
• Escora de poste
Estai de âncora
Estai de poste
a poste
Estai de cruzeta
a poste
Regulador de tensão
• Tem finalidade de manter a tensão que chega aos
consumidores dentro dos limites toleráveis
• Autotransformador que possibilita a seleção de
diferentes taps para alterar a tensão de saída em
relação à tensão de entrada
• Banco trifásico de reguladores monofásicos
• Lembrar V1/V2 = N1/N2
Regulador de tensão
Regulador de tensão
Regulador de tensão
• São especificados em termos de:
– Tensão de operação
– Corrente (ou potência) nominal
– Faixa de regulação (+- 10%)
– Frequência nominal
– Tensão suportável de impulso atmosférico
– Corrente suportável de curta duração
Regulador de tensão
• Um regulador de tensão possui 16 taps (8 para cima
e 8 para baixo) que permitem uma variação de +-
10% de sua tensão de saída em relação à tensão de
entrada.
• Se a tensão na entrada é de 13,1 kV e se deseja obter
13,8 kV na saída, qual o tap que deve ser utilizado?
Aterramento
• Aterramento da rede
– Rede secundária urbana
• O condutor neutro de todos os circuitos secundários
deve ser interligado e aterrado através de haste de
aterramento
• Todo o fim de rede secundária deve ser aterrado
através de uma haste de aterramento
• Não deve haver ponto de circuito secundário afastado
mais de 100 m de um aterramento
Aterramento
• Aterramento da rede
– Rede secundária rural
• A rede deve ser aterrada através de uma haste de
aterramento em todos os postes onde houver ligação
de consumidor
• Todo o fim de rede deve ser aterrado através de uma
haste de aterramento
• Não deve haver ponto de circuito secundário afastado
mais de 100 m de um aterramento
Aterramento
• Aterramento da rede
– Rede compacta - mensageiro
• Deve estar conectado a uma haste de aterramento a
cada 150 m, no máximo
• Onde existir rede secundária, conectar ao neutro no
ponto onde coincidir o aterramento deste
• No fim de rede ou onde existir equipamento o
aterramento do cabo mensageiro deverá estar
conectado a descida dos para-raios
Aterramento
• Aterramento do transformador
– Sistema trifásico
• Constituído de, no mínimo, 3 hastes de aterramento
interligadas em paralelo, alinhadas e dispostas em paralelo à
via pública
• O valor de 25 ohms para a resistência do aterramento é
considerado suficiente, independente do número de hastes
• O número máximo de hastes interligadas é igual a 7,
independente do valor da resistência do aterramento
• As ligações do terminal do neutro, o dispositivo de
aterramento da carcaça do transformador e os terminais
terra dos para-raios devem ser conectados no mesmo
condutor de aterramento
Aterramento
• Aterramento do transformador
– Sistema MRT – Monofilar com retorno por terra
• O aterramento básico será constituído de dois anéis
concêntricos de cabo de cobre 16 mm² enterrados em
profundidades diferentes. Ao anel externo são
conectadas quatro hastes cobreadas igualmente
espaçadas entre si
• Se a resistência desejada não for alcançada com o
arranjo do aterramento básico, o sistema poderá ser
complementado com hastes adicionais
• O valor da resistência de aterramento não deve ser
superior a 20 ohms
Proteção
• Proteção contra sobrecorrente
– Chave fusível
• Não devem ser instaladas mais de 3 chaves fusíveis em
série no mesmo alimentador
• Os elos fusíveis de transformadores devem ser
escolhidos conforme a potência e tipo do
transformador
• Os elos fusíveis de ramais devem ser escolhidos
conforme uma série de critérios
Chave fusível
Proteção
• Proteção contra sobretensão
– Para-raios
• Em transformadores de distribuição
• Em estruturas de entrada de consumidores com cabos
isolados
• No final de rede primária
• Na entrada e saída de equipamentos de manobra previstos
para ficar normalmente abertos
• Nos pontos de transição entre rede convencional e rede
compacta
• Nos pontos de mudança de bitola dos cabos
• Equipamentos conforme o padrão de estrutura de cada um
Para-raios
• São ligados em paralelo com a rede
• Seu revestimento externo pode ser de
porcelana ou polimérico
• Na ocorrência de uma descarga atmosférica, o
dispositivo escoa o surto para a terra
• O desligador automático se danifica, evitando
faltas permanentes à terra e indicando o para-
raios defeituoso
Proteção
• Equipamento de manobra
– Chave faca unipolar com dispositivo para abertura
com carga
• O projeto de obedecer aos critérios fornecidos pela
RGE quanto ao local ou conveniência de sua instalação
• A tensão nominal da chave faca deve ser adequada à
classe de tensão do sistema de distribuição
• A corrente nominal deve ser igual ou maior que a
máxima corrente de carga fornecida pela RGE
• A capacidade de ruptura, fornecida pela RGE, deve ser
compatível com a corrente de curto-circuito.
Chave faca
• Utilizada para manobra sem carga
• Para ser operada com carga, necessita de
dispositivo auxiliar (loadbuster)
• Vem sendo substituída por chaves
telecomandadas a gás SF6, que permitem
abertura em carga sem necessidade do
loadbuster
Chave faca
Loadbuster
• Dispositivo que possibita a manobra de chave
fusível e chave faca com carga
• O arco elétrico é formado dentro do
dispositivo, ao invés de ocorrer no ar

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