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1º Bimestre - Unidade 1.

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Verbos e Tempos Verbais

Libras
Patrícia Paula Schelp
Todos os direitos desta edição reservados à Universidade Material
Tuiuti do Paraná.
Nenhuma parte deste material poderá ser reproduzida e transmitida de uso
sem prévia autorização. didático.

Divisão Acadêmica
Marlei Gomes da Silva Malinoski

Divisão Pedagógica
Reitoria Analuce Barbosa Coelho Medeiros
Luiz Guilherme Rangel Santos Margaret Maria Schroeder

Pró-Reitoria de Planejamento e Divisão Tecnológica


Avaliação Flávio Taniguchi
Afonso Celso Rangel dos Santos Haydée Silva Guibor
Neilor Pereira Stockler Junior
Pró-Reitoria Administrativa
Carlos Eduardo Rangel Santos Projeto Gráfico
Neilor Pereira Stockler Junior
Pró-Reitoria Acadêmica
Carmen Luiza da Silva Editoração Eletrônica
Haydée Silva Guibor

Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)


Biblioteca “Sydnei Antonio Rangel Santos”
Universidade Tuiuti do Paraná

S322 Schelp, Patrícia Paula.


Língua brasileira de sinais - LIBRAS/ Patrícia Paula Schelp.
- Curitiba: UTP, 2013.


ISBN 978-85-7968-037-3 - impresso
ISBN 978-85-7968-036-6 - online

1. Linguagem brasileira de sinais. 2. Acessibilidade.
3. LIBRAS. I. Schelp, Patrícia Paula. II Título.

CDD – 419
NOTAS SOBRE A AUTORA
Graduada em Pedagogia pela Universidade Regional do Noroeste
do Estado do Rio Grande do Sul UNIJUÍ (2002). Intérprete de Língua
Brasileira de Sinais (LIBRAS) pela Universidade Federal de Santa Maria
- UFSM (2006). Mestre em Educação nas Ciências - UNIJUI (2008).
Experiência na área de educação de surdos, atuando principalmente nos
seguintes temas: Língua Brasileira de Sinais, letramento, alfabetização
e inclusão de pessoas surdas. Proficiência em Tradução e Interpretação
da LIBRAS/Língua Portuguesa/LIBRAS e no Uso e Ensino - PROLIBRAS
- reconhecido pelo MEC.

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ORIENTAÇÃO PARA LEITURA

Citação Referencial

Destaque

Dica do Professor

Explicação do Professor

Material On-Line

Para Reflexão

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APRESENTAÇÃO
Educação a Distância Instrumentalizando e
Otimizando a Extensão
A educação à distância, EAD tem sido tema da agenda de
inúmeras organizações (acadêmicas, sociais e políticas), em virtude
do seu impacto em todas as dimensões do homem moderno. Bem
mais do que meras discussões em relação à importância, aos
desafios e a própria história do tema, iniciativas concretas e projetos
com abrangência internacional, nacional, regional e local estão
sendo executada. Desta forma a EAD deixa de ser apenas um
tópico nas discussões para adquirir forma e consistência no cenário
em foco nem crescimento exponencial.
O crescimento da EAD na extensão se faz mais forte graças
ao e-learning, o qual conta com o apoio das redes de comunicação,
em especial, a internet, que está a alavancar, a desenvolver e
transformar o modelo educacional vigente a desafiar professores,
técnicos e alunos a desempenharem novos papéis diante das
necessidades de uma prática pedagógica, a qual se encontra em
fase de descoberta e de estruturação.
A operacionalização da EAD na extensão tem sido observada
em todo o mundo em especial no Brasil, principalmente nos cursos
de Extensão Universitária os quais são voltados, preferencialmente,
para os acadêmicos de qualquer curso de graduação que queiram
aprofundar os conhecimentos já adquiridos em sala de aula ou,
que desejam ampliar seu foco de estudos, possibilitando assim,
uma aproximação maior com o cenário profissional futuro, além de
contribuir para aquisição de novos conhecimentos, a EAD na extensão
pode ser usada pela Instituição para atender percentual exigido pelo
currículo no tocante a questão Atividade Complementar.
No referente a educação continuada ela visa capacitar
quadros e atender as exigências do mercado de massa crítica
qualificada.
Além destes aspectos positivos a EAD aplicada à extensão
apresenta inúmeras vantagens, entre estas se nomina: o fomento da
educação continuada, o novo conceito de sala de aula, de professor e
de aluno, a perspectiva política e social desta modalidade educativa,
vez que além de democratizar o acesso ao mundo do ensino,
capacita o trabalhador, permitindo ao mesmo que se mantenha ou
adentre no mercado de trabalho.
5
Destaca-se ainda, a flexibilidade da legislação no tocante
à sua execução, vez que pode ser executada,sem o preconizado
pelas Portarias e Decretos Regulatórios tais como o Decreto 5622,
e a Portaria 2/2007, editada pelo Ministério da Educação, a qual
segundo o próprio Secretário e muito restritiva no concemente à
criação dos pólos e a exigê ncia de avaliações presenciais.
Estas vantagens talvez sejam responsáveis pela proliferação
de cursos de extensão na modalidade de educação a distância,
capacitando recursos humanos, investindo em novas tecnologias
e pesquisas que, certamente, proporcionarão à comunidade uma
participação ativa no processo, ocupando oportunidades de trabalho
e adquirindo condições para formação continuada e aprendizado
por toda vida.
No entanto, é preciso destacar que, para que os cursos
de extensão na modalidade EAD tenham o sucesso esperado é
necessário que a Instituição alie a vontade política à pedagógica,
ou que implica que a Instituição assegure uma infra-estrutura
tecnológica, pedagógica e administrativa de qualidade; é necessário
que haja um bom gestor deste sistema, com competência para
assegurar que integração do ensino com a pesquisa e com a
extensão, seja mediada pelas tecnologias de comunicação e de
informação; é preciso que haja um Planejamento Estratégico que
unifique os demais tipos de planejamento e garanta a participação
de todos, bem como um fluxo comunicacional multidirecional de
qualidade.
A EAD deve oportunizar a reescrita da história institucional e
a manutenção de sua memória, além de possibilitar o fomento do
e-learning na instituição, o qual possibilitará por sua vez a abertura
de novas parcerias com empresas e serviços regionais, nacionais e
internacionais.
Pelo exposto pode se constatar que a educação a distância
representa indiscutivelmente um dos temas atuais da sociedade
globalizada, sendo objeto de interesse da empresa, do Estado e
alvo de incentivos materiais e financeiros para projetos inovadores,
os quais por sua vez representam excelentes oportunidades de
trabalho e aprendizado.

Pró-Reitoria de Pós Graduação, Pesquisa e Extensão

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SUMÁRIO

Unidade 1.3

VERBOS E TEMPOS VERBAIS


INTRODUÇÃO AO ESTUDO ........................................................ 8
OBJETIVOS DO ESTUDO ............................................................ 9
PROBLEMATIZAÇÃO ................................................................... 10
CONCEITUAÇÃO DO TEMA ........................................................ 11
Verbos com concordância e os sem concordância ....................... 12
Tempos verbais ou advérbio de tempo ......................................... 14
SISTEMATIZANDO ....................................................................... 16

REFERÊNCIAS ............................................................................. 17

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INTRODUÇÃO AO ESTUDO

Vimos em nossa primeira aula que a língua de sinais possui


gramática, certo? Nesta unidade vamos conhecer alguns verbos e
tipos verbais existentes na Libras. O objetivo é que você conheça,
compreenda e identifique-os no contexto de comunicação.

8
OBJETIVOS DO ESTUDO

Os objetivos a serem alcançados nesta unidade são:

• conhecer e compreender os tipos verbais existentes nesta


língua de modalidade visual-espacial;
• identificar e utilizar estes verbos no contexto de
comunicação.

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PROBLEMATIZAÇÃO

Que tipo de verbos e quais são os tempos verbais que


existem em libras?

10
CONCEITUAÇÃO DO TEMA

Verbos com concordância e os sem


concordância
Verbos sem concordância
É caracterizado por não apresentar flexão quanto à pessoa.
Não incorporam instrumentos e nem argumentos. São os verbos
mais simples em libras. Muitos deles apresentam a locação do
sinal junto ao corpo. Utilizando esse tipo de verbo em frases, é
como se ele ficasse no infinitivo.
Exemplificando:

EU ESTUDAR LIBRAS TUIUTI

Veja que o verbo ESTUDAR não possui flexão quanto a


pessoa e sua locação é junto ao corpo. Os verbos que também se
classificam neste grupo são: aprender, gostar, saber, acostumar,
etc.

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Verbos com concordância
São verbos que concordam com as pessoas da sentença,
mas não incorporam o locativo. A direção do sinal é realizada
do sujeito para o objeto da sentença. Com isso a direção do
movimento destes verbos sempre irá variar com a posição das
pessoas que estão envolvidas. Exemplos deste tipo de verbo
são: avisar, perguntar, entregar, etc.
Os verbos que possuem marcas de concordância podem
ser subdivididos em:

a) Verbos que possuem concordância número-pessoal: a


orientação marca as pessoas do discurso. O ponto inicial
concorda com o sujeito e o final com o objeto.
Exemplificando:

DEPOIS ESCOLA 1s PASSAR E-MAIL 2s


Neste exemplo vemos o ponto inicial (1s) concordando com
o ponto final (2s). Neste mesmo exemplo poderíamos ter o ponto
inicial em 2s concordando com o ponto final 1s. Veja como ficaria:

DEPOIS ESCOLA 2s PASSAR E-MAIL 1s


Obs.: Observe a direção da seta em ambos os casos.

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b) Verbos que possuem concordância de gênero: são verbos
classificadores porque a eles estão incorporados, através da
configuração de mão, uma concordância de gênero: PESSOA,
ANIMAL ou COISA.
Exemplo:

1. pessoa ANDAR (configuração da mão em D)


2. animal ANDAR (configuração de mão em 5 ou S).
3. veículo ANDAR (mão estendida com a palma virada para
baixo).

c) Verbos que possuem concordância com a localização: são


verbos que começam ou terminam em um determinado lugar
que se refere ao lugar de uma pessoa, coisa, animal ou veículo,
que está sendo colocado, carregado, etc. Portanto, o ponto de
articulação marca a localização.
Exemplificando:

Carro PASSAR – CL2(passar um pelo outro)

Estes tipos de concordância podem coexistir em um


mesmo verbo. Assim, há verbos que possuem concordância de
gênero e localização, como o verbo ANDAR acima mencionado;
e concordância número-pessoal e de gênero, como o verbo
PASSAR.

2 CL: Classificador.

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Para saber mais!
Ilustração sobre os verbos em português e em libras
Acesse o link dos seguintes vídeos:
http://youtube/aDCNywOeYES
http://youtube/6XCFs4R5fEU

Para reforçar...
- verbos direcionais necessitam de movimento de
sinais dirigidos a terceiros (pessoa, animal ou coisa)
para ter sentido completo;
- verbos não direcionais têm sentido em si, não
precisam ser complementados

Tempos Verbais ou Advérbio de Tempo


Quando se deseja especificar as noções de tempo,
acrescentam-se sinais que informam o presente, passado ou
futuro.
Por não haver flexibilização verbal, como na Língua
Portuguesa, para indicar um acontecimento ou ação, utilizam-se
sinais adverbiais referentes ao tempo, por exemplo:

- Se a ação está ocorrendo no presente:

HOJE: AGORA:

Exemplos:
Em Língua Portuguesa: “Hoje Ana vai trabalhar na
Tuiuti”
Em LIBRAS: “Hoje + A-N-A + trabalhar + Tuiuti.”

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- Ocorreu no passado:

ONTEM: ANTEONTEM:

Ex.
Em Língua Portuguesa: “Na segunda-feira passada a
eu não fui a aula de LIBRAS.”

Em LIBRAS: “Segunda-feira + passado + eu + ir + não


+ aula + LIBRAS.”

- Irá ocorrer no futuro:

AMANHÃ:

Ex.
Em Língua Portuguesa: “Amanhã irei a aula.”

Em LIBRAS: “Amanhã + eu + ir + aula”

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SISTEMATIZANDO

Esta aula foi um pouco mais “focada” na gramática da


Libras, sobre os tipos verbais e os advérbios de tempo. Ficou
compreensível?
Os tipos verbais classificam-se em: verbos não direcionais
(sem concordância), aqueles verbos simples, que não apresentam
flexão quanto à pessoa e que parecem ficar no infinitivo. E os
verbos direcionais em concordância com gênero (masculino ou
feminino), numero do sujeito (singular ou plural) e lugar (aqui, lá
e ali).
O tempo verbal ou advérbio de tempo indicam a noção do
tempo: passado (ontem /anteontem), presente (hoje/ agora) ou
futuro (amanhã).

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REFERÊNCIAS

ALBRES, Neiva de Aquino e SANTIAGO, Vania de Aquino Albres


(organizadoras). Libras em estudo: traducao/interpretação. Sao Paulo:
FENEIS, 2012.219 p.
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Felipe, Tanya A. Libras em Contexto: Curso Básico: Livro do Estudante
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FELIPE, Tanya. LIBRAS em contexto: curso básico (livro do estudante).
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