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Lição 15

NOSSA ALIADA: A CONSCIÊNCIA.


Por Ray Comfort
Tradução: Fernando Guarany Jr.

“Consciência é a percepção interna da Lei Moral de Deus.”


Oswald Chambers
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Comentário de Kirk: Tenho visto em minha própria experiência como a Lei pode acordar a
consciência das pessoas – mesmo quando ela tem estado morta por muitos anos devido a uma vida de
pecado. A Lei é como uma descarga elétrica transmitida pelo Espírito Santo que choca a consciência de tal
maneira que a ressuscita, levando-a a lançar sua luz sobre o coração do pecador.
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Perguntas e Objeções

“Você está tentando fazer com que me sinta culpado ao citar os Dez Mandamentos.”

Pergunte ao indivíduo qual dos Dez Mandamentos faz com que se sinta culpado. Simplesmente
declare: “A Bíblia diz: ‘Não roubarás.’ Se se sente culpado ao ouvir isto, por que acha que isto acontece?
Não seria porque, de fato, você é mesmo culpado?” Deus nos deu uma consciência para que soubéssemos
quando estivéssemos quebrando Sua Lei; a culpa que sentimos quando fazemos algo de errado nos avisa que
precisamos nos arrepender.

Vivemos em um mundo hostil que está em guerra contra Deus e contra aqueles que O representam. É,
portanto, um grande consolo para o soldado de Cristo saber que ele tem um fiel aliado bem no coração do
inimigo. Este aliado é a consciência do pecador. O dicionário define consciência como “a faculdade humana
que nos capacita a decidir entre atitudes ou comportamentos certos e errados, especialmente em relação à
nossa conduta.” É isto o que a Bíblia diz quando fala que Deus deu “luz” a todos os homens. A palavra
“consciência” (con + ciência) significa “com conhecimento”. Quando quer que pecamos, o fazemos “com
conhecimento” de que o que estamos fazendo é errado.

O problema é que o pecado é tão atraente para os perdidos que preferem viver na escuridão do que à luz da
consciência. Para os perdidos, a consciência é uma “estraga-prazer”. Assim, muitas pessoas apagam a luz e
abandonam-se ao escuro mundo do pecado, sem perceber as terríveis conseqüências de suas ações. Como A.
W. Tozer escreveu, a idolatria (criar um deus que se conforme a nós mesmos) leva a uma consciência
anestesiada:

“A justiça de Deus está para sempre contra o pecador em extrema severidade. A vaga e tênue
esperança em que Deus é bondoso demais para punir os descrentes tem se tornado um ópio
mortal para a consciência de milhões. Isso cala seus medos e os permite praticar todas as
formas agradáveis de iniqüidade enquanto a morte se aproxima a cada dia e o mandamento de
arrepender-se passa desapercebido. Como seres morais responsáveis, não ousamos brincar com
nosso eterno futuro..” (O Conhecimento do Sagrado)
Como são verdadeiras as suas palavras. Se a voz da consciência do pecador for silenciado, ele prontamente
abraçará a iniqüidade e não fugirá da ira vindoura. Devemos, portanto, fazer tudo o que pudermos para
acordar este aliado de maneira que possa fazer seu trabalho. Graças a Deus que Ele nos deu algo para
cumprir a missão: o estrondoso som de Dez Canhões de Sua Lei que sacode a consciência adormecida.
Charles Spurgeon disse: “A consciência do indivíduo, quando é realmente vivificado e acordado pelo
Espírito Santo, fala a verdade. Ela toca o grande alarme. E se ele apenas se virar para o outro lado na cama,
este imenso alarme volta a tocar sem parar, alertando: “A ira vindoura! A ira vindoura! A ira vindoura!”

Walter Chantry escreveu: “A ausência da santa Lei de Deus das pregações modernas é talvez um fator tão
responsável como qualquer outro fator para a impotência de nossas igrejas e missões. Somente pela luz da
Lei poderá o verme do pecado no coração ser exposto. Satanás tem efetivamente usado um meio muito
malicioso para silenciar a Lei, tão necessária como instrumento para conduzir aqueles que perecem a Cristo.
É imprescindível que os pregadores de hoje aprendam a declarar a Lei espiritual de Deus; pois, até que
aprendamos a machucar as consciências [daqueles a quem pregamos], não teremos feridas nas quais usar os
curativos do Evangelho” (O Evangelho de Hoje: Autêntico ou Sintético?).

Já foi dito que, enquanto a consciência é a título que avisa do pecado, a Lei é as letras miúdas [do contrato].
A natureza espiritual da Lei dá os detalhes daquilo que a consciência já sabe. Quando a Lei é pregada, a
consciência atesta sua verdade. Podemos verificar isso usando a Lei conforme o pecador meneia sua cabeça
em confirmação de cada Mandamento.

Infelizmente, no evangelismo moderno, poucos crentes lidam com a consciência dos pecadores como
deveriam. Spurgeon disse: “Em muitos ministérios, não há sondagem suficiente do coração nem o despertar
da consciência pela revelação da alienação de Deus, e pela declaração do egoísmo e da iniqüidade de tal
estado.”

Foi o uso da Lei de Deus, quando aplicada à consciência, a chave de grandes avivamentos no passado.
Martin Lloyd-Jones notou este fato:

“O problema com as pessoas que não estão buscando o Salvador, nem a salvação – é que não
entendem a natureza do pecado. É peculiar função da Lei trazer tal entendimento à mente e
consciência das pessoas. Foi por isso que grandes pregadores evangélicos 300 anos atrás, no
tempo dos Puritanos, e 200 anos atrás, no tempo de Whitefield e outros, sempre se engajaram no
que chamavam de “Obra da Lei.”

A pregação da Lei também foi a grande chave usada por John Wesley para abrir os corações de homens e
mulheres para o Evangelho. Ele disse:

É o método comum do Espírito de Deus convencer os pecadores pela Lei. É isso que, atingindo a
consciência, geralmente quebra as rochas em pedaços. É mais esta parte da Palavra de Deus que é viva e
eficaz, cheia de vida e energia e mais afiada que uma espada de dois gumes.

Considere estas sábias palavras de Charles Spurgeon:

Quando Deus Espírito Santo aplica a Lei à consciência, pecados secretos são arrastados à luz, pequenos
pecados passam a ser vistos em seu tamanho real, e coisas aparentemente inofensivas revelam-se
excedentemente malignas. Antes desta terrível sonda de corações e esquadrinhadora de rins (Apocalipse
2:23) penetrar a alma, parecemos todos retos, justos, amáveis e santos; Mas, quando o Espírito Santo revela
a maldade escondida, a cena muda. Transgressões que outrora chamávamos de pecadilhos, bobagens, erros
da juventude, tolices, indulgências, pequenos escorregões, etc., passam a revelar-se em sua verdadeira cor,
como quebras à Lei de Deus, merecedores de punição à altura.

Nunca se esqueça que a consciência do pecador é seu aliado. Ela não luta contra o evangelista, mas o
auxilia. É independente aos seus desejos pecaminosos. No entanto, o pecado amarra a consciência pelos pés
e mãos e a amordaça. Devemos cortar as cortas com a afiada lâmina da espada da Lei de Deus e tirar-lhe a
mordaça. Não tenha medo de apelar diretamente para consciência do pecador: “Deus lhe deu uma
consciência; você sabe o que é certo e o que é errado. Escute a voz de sua consciência. Ela lhe lembrará dos
pecados que cometeu.” Você se sentirá encorajado em uma batalha quando ouvir a voz da consciência [do
pecador falando]. Esta é a obra da Lei escrita no coração do pecador que dá testemunho da Lei de Deus
(Romanos 2:15).
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Perguntas
1. O que significa a palavra “consciência”?
2. Qual é a função da consciência?
3. Como os pecadores podem anestesiar a voz de sua consciência?
4. Como podemos (com a ajuda de Deus) despertar uma consciência?
5. De acordo com John Wesley, qual é o “método comum do Espírito”?
6. Cite algumas frases que podemos usar ao nos dirigir à consciência:
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O Pregador
Hilário Lascivo: Ouvi-o dizer que pornografia é errado. Eu discordo.

Cristão: Por quê?

Hilário Lascivo: Não há nada de errado com isso.

Cristão: Você acha que pornografia infantil é certo ou errado?

Hilário Lascivo: Errado.

Cristão: Então, você traçou uma linha moral entre aquilo você acha certo e aquilo que acha errado. Em que
idade então pornografia infantil se torna pornografia respeitável? É quando a criança completa os 14, 15,...
17 anos de idade?

Hilário Lascivo: aos dezesseis.

Cristão: Não vê o que está fazendo? Está julgando se algo é moralmente aceitável baseado em quando isso
lhe dá prazer.
Hilário Lascivo: Mas...

Cristão: Deus lhe deu uma consciência. Você sabe o que é certo e o que é errado. Não é verdade?

Hilário Lascivo: Não.

Cristão: Então se alguém roubar sua carteira, você nem liga porque não tem a mínima idéia do que seja
certo ou errado?

Hilário Lascivo: Tá. Sei distinguir o certo do errado.

Cristão: Você é como o homem que tirou as pilhas do detector de fumaça porque não quer que soe o
alarme. Escute a sua consciência. Ela está tentando alertá-lo do perigo. Jesus disse: “Aquele que olhar para
uma mulher para cobiçá-la, já cometeu adultério com ela em seu coração.” Você está em apuros. Se não se
arrepender e confiar no Salvador, acabará no inferno. No Dia do Julgamento não haverá desculpas.
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Penas para Flechas


Certa vez, um bêbado idoso estava indo para casa cambaleando. Seu fiel cachorro o viu aproximar-se e
observava cada um de seus movimentos. Quando ele entrou em casa, seu cão o seguiu alegremente. Quando
o homem embriagado tombou no chão de sua sala, o cachorro se agasalhou ao seu lado, esperando seu
mestre acordar.

De repente, no meio da noite, o homem acorda assustado pelo latido do cão. A última coisa que queria
era um cachorro latindo no seu ouvido! Ele se arrastou, ficou de pé, agarrou uma cadeira, jogou no cachorro
e caiu no sono outra vez.

Na manhã seguinte, ele acordou e viu uma cena chocante. Ladrões haviam entrado em sua casa durante a
noite e roubado tudo o que tinha – tudo, menos a cadeira quebrada e o cachorro morto. Seu fiel amigo estava
tentando alertá-lo do perigo – e ele havia matado seu melhor amigo.

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Palavras de Conforto
Por algum tempo, fui um convidado regular de um interessante programa de rádio chamado Religion on
the Line. O programa de duas horas reunia um padre Católico, um pastor Protestante e um rabino a cada
semana.

Um dia, quando Sue e eu chegamos ao estúdio e estávamos assinando o controle da portaria, um


segurança perguntou: “Como foi o culto hoje?” Disse que havia sido bom e perguntei-lhe se era cristão. Ele
respondeu que já tinha sido, mas que havia se desviado. Sugeri que se examinasse à luz dos Dez
Mandamentos, ele voltaria à fé. Perguntei-lhe se já havia contado alguma mentira na vida. Ele respondeu
que sim, então, perguntei: “O que isto faz de você?” Ele se protegeu dizendo: “Um contador de histórias.”
Sorri e disse: “Vamos lá... o que isso torna você?” “Um mentiroso”, ele disse. Ele também havia roubado e,
portanto, era um ladrão. Mas, quando lhe questionei se já havia quebrado o Sétimo Mandamento cobiçando
alguma mulher sexualmente, ele disse que nunca. Não acreditei nele, então, quando seus olhos baixaram
[delatando-o], segurei em sua mão para que ele olhasse nos meus olhos e disse: “Que é isso!? Seja honesto.”
Então, seus olhos brilharam e ele disse: “Eu sou gay.” Nisso, peguei um grande susto e quando olhei para
baixo e vi que... eu estava segurando-lhe a mão!

Às vezes as coisas não saem como planejadas.


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Versículo para Memorização


“Pois mostram a obra da lei escrita em seus corações, testificando juntamente a sua
consciência e os seus pensamentos, quer acusando-os, quer defendendo-os.”
Romanos 2:15

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Últimas Palavras

John Wilhot, o segundo conde de Rochester, vivia uma vida de pecado e infidelidade. Mas, Deus o
salvou de seu pecado e ceticismo. Logo antes dele morrer em 1680, ele pôs sua mão sobre a Bíblia e disse
de maneira solene e sincera:

“A única objeção [que pode existir] a este livro é uma vida perversa! Morrerei agora, mas que
glórias indescritíveis vislumbro! Quantas alegrias inimagináveis ou inexprimíveis [já] me são
sensíveis! Estou certo da misericórdia de Deus para comigo através de Jesus Cristo. Ó, como
anseio morrer!”

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Tradução: Fernando Guarany Jr.


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