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SER CRISTÃO
MÓDULO 3
Igreja
OBJETIVO DE REFLEXÃO
• Sua instituição
• Sua missão
“Creio na Santa Igreja Católica”
748. «A luz dos povos é Cristo: por isso, este sagrado Concílio, reunido no Espírito Santo,
deseja ardentemente iluminar todos os homens com a sua luz que resplandece no rosto da Igreja,
anunciando o Evangelho a toda a criatura». [...] A Igreja não tem outra luz senão a de Cristo.
Ela é, segundo uma imagem cara aos Padres da Igreja, comparável à lua, cuja luz é toda reflexo
da do sol.
749. [...]«Com efeito, depois de ter mostrado que o Espírito Santo é a fonte e o dador de toda a
santidade, nós confessamos agora que foi Ele quem dotou de santidade a Igreja». A Igreja é,
segundo a expressão dos Padres, o lugar «onde floresce o Espírito».
3. O seu Mistério
A IGREJA – CONSUMADA NA GLÓRIA
769. «A Igreja [...] só na glória celeste alcançará a sua realização acabada», quando do regresso
glorioso de Cristo. Até esse dia, «a Igreja avança na sua peregrinação por entre as
perseguições do mundo e das consolações de Deus» [...] Só então é que «todos os justos, desde
Adão, "desde o justo Abel até ao último eleito", se encontrarão reunidos na Igreja universal
junto do Pai».
788. Quando a sua presença visível lhes foi tirada, Jesus não deixou órfãos os discípulos. [...]
«Comunicando o seu Espírito aos seus irmãos, por Ele reunidos de todas as nações, constituiu-os
seu Corpo Místico». (Um só corpo; Cabeça; Esposa)
“UM SÓ CORPO”
790. [...] «Todos vós que fostes batizados em Cristo, fostes revestidos de Cristo. Não há judeu
nem grego, não há escravo nem livre, não há homem nem mulher; porque todos vós sois um só,
em Cristo Jesus» (Gl 3,27-28).
A IGREJA É COMUNHÃO COM JESUS
“A CABEÇA DESTE CORPO É CRISTO”
792. Cristo «é a Cabeça do Corpo que é a Igreja» (Cl 1,18).
«Congratulemo-nos, pois, e dêmos graças pelo fato de nos termos tornado não apenas
cristãos, mas o próprio Cristo. Estais a compreender, irmãos, a graça que Deus nos fez, dando-
nos Cristo por Cabeça? Admirai e alegrai-vos: nós tornámo-nos Cristo. Com efeito, uma vez que
Ele é a Cabeça e nós os membros, o homem completo é Ele e nós [...].Que quer dizer: a Cabeça
e os membros? Cristo e a Igreja». Santo Agostinho, In Iohannis evangelium tractatus 21,8
OS CARISMAS
799. Extraordinários ou simples e humildes, os carismas são graças do Espírito Santo
que, direta ou indiretamente, têm uma utilidade eclesial, ordenados como são para a
edificação da Igreja, o bem dos homens e as necessidades do mundo.
801. [...] Nenhum carisma dispensa a referência e a submissão aos pastores da Igreja. «A
eles compete, de modo especial, não extinguir o Espírito, mas tudo examinar para reter
o que é bom».1 Cor 12,7)
A IGREJA É UNA, SANTA,
CATÓLICA E APOSTÓLICA
811. «Esta é a única Igreja de Cristo, que no Credo confessamos ser una, santa, católica e
apostólica». Estes quatro atributos, inseparavelmente ligados entre si indicam traços essenciais da
Igreja e da sua missão. A Igreja não os confere a si mesma; é Cristo que, pelo Espírito Santo,
concede à sua Igreja que seja una, santa, católica e apostólica, e é ainda Ele que a chama a
realizar cada uma destas qualidades.
“É UNA”
813. A Igreja é una, graças à sua fonte: «O supremo modelo e princípio deste mistério é a unidade
na Trindade das pessoas, dum só Deus, Pai e Filho no Espírito Santo». A Igreja é una graças ao
seu fundador: «O próprio Filho encarnado [...] reconciliou todos os homens com Deus pela sua
Cruz, restabelecendo a unidade de todos num só povo e num só Corpo».
816. «A única Igreja de Cristo [...] é aquela que o nosso Salvador, depois da ressurreição,
entregou a Pedro».
817. De fato, «nesta Igreja de Deus una e única, já desde os primórdios surgiram algumas cisões,
que o Apóstolo censura asperamente como condenáveis. [...]:
«Onde há pecados, aí se encontra a multiplicidade, o cisma, a heresia, o conflito. Mas onde há
virtude, aí se encontra a unicidade e aquela união que faz com que todos os crentes tenham um só
coração e uma só alma». (Orígenes, In Ezechielem homilia 9,1)
818. Os que hoje nascem em comunidades provenientes de tais rupturas, «e que vivem a fé de Cristo,
não podem ser acusados do pecado da divisão. A Igreja Católica abraça-os com respeito e caridade
fraterna [...] reconhecem-nos legitimamente como irmãos no Senhor». (Unitatis redintegratio, 3)
819. Além disso, existem fora das fronteiras visíveis da Igreja Católica, «muitos elementos de
santificação e de verdade» (Lumen Gentium,8).
“É SANTA”
823. «A Igreja é [...], aos olhos da fé, indefectivelmente santa. Com efeito, Cristo, Filho de Deus,
que é proclamado «o único Santo», com o Pai e o Espírito, amou a Igreja como sua esposa,
entregou-Se por ela para a santificar, uniu-a a Si como seu Corpo e cumulou-a com o dom do
Espírito Santo para glória de Deus». A Igreja é, pois, «o povo santo de Deus», e os seus membros
são chamados «santos» (Cf. At 9,13: 1 Cor 6,1; 16,1).
É católica porque Cristo está presente nela: «onde está Jesus Cristo, aí está a Igreja Católica».
Nela subsiste a plenitude do Corpo de Cristo unido à sua Cabeça, o que implica que ela receba d'Ele a
«plenitude dos meios de salvação» que Ele quis: confissão de fé reta e completa, vida sacramental
integral e ministério ordenado na sucessão apostólica. Neste sentido fundamental, a Igreja era
católica no dia de Pentecostes e sê-lo-á sempre até ao dia da Parusia.
«Todos os homens são chamados a fazer parte do povo de Deus. [...]. Este carácter de
universalidade que adorna o povo de Deus é dom do próprio Senhor. (Lumen Gentium, 13)
“É CATÓLICA”
Cada uma das IGREJAS PARTICULARES é «CATÓLICA»
833. Entende-se por Igreja particular,[...] a diocese (ou «eparquia»), uma comunidade de fiéis cristãos
em comunhão de fé e de sacramentos com o seu bispo, [...]«são formadas à imagem da Igreja
universal; é nelas e a partir delas que existe a Igreja Católica una e única». (Lumen Gentium, 23)
834. As Igrejas particulares são plenamente católicas pela comunhão com uma de entre elas: a
Igreja Romana, «que preside à caridade».
838. «Com aqueles que, tendo sido batizados, têm o belo nome de cristãos, embora não professem
integralmente a fé ou não guardem a unidade de comunhão com o sucessor de Pedro, a Igreja
sabe-se unida por múltiplas razões». «Aqueles que creem em Cristo e receberam validamente o
Batismo encontram-se numa certa comunhão, embora imperfeita, com a Igreja Católica».
Quanto às Igrejas Ortodoxas, esta comunhão é tão profunda «que bem pouco lhes falta para atingir
a plenitude, que permita uma celebração comum da Eucaristia do Senhor».
“É CATÓLICA”
A IGREJA e os NÃO-CRISTÃOS
839. «Aqueles que ainda não receberam o Evangelho estão também, de uma de ou outra forma,
ordenados ao povo de Deus» (Lumen Gentium, 16)
840. [...] o povo de Deus da Antiga Aliança e o novo povo de Deus tendem para fins análogos: a
esperança da vinda (ou do regresso) do Messias. [...] dum lado, a do regresso do Messias, morto e
ressuscitado, reconhecido como Senhor e Filho de Deus: do outro, a da vinda no fim dos tempos do
Messias, cujos traços permanecem velados [...] pelo drama da ignorância ou do falso conhecimento
de Cristo Jesus.
“É CATÓLICA”
A IGREJA e os NÃO-CRISTÃOS
841. Relações da Igreja com os muçulmanos. «O desígnio de salvação envolve igualmente os que
reconhecem o Criador, entre os quais, em primeiro lugar, os muçulmanos que declarando guardar a fé
de Abraão, conosco adoram o Deus único e misericordioso que há de julgar os homens no último dia».
842. A ligação da Igreja com as religiões não cristãs é, antes de mais, a da origem e do fim
comuns do género humano: «De fato, todos os povos formam uma única comunidade; [...] têm
também um único fim último, Deus, cuja providência, testemunhos de bondade e desígnio de salvação
se estendem a todos, até que os eleitos sejam reunidos na cidade santa».
843. A Igreja reconhece nas outras religiões a busca, «ainda nas sombras e sob imagens», do Deus
desconhecido,[...] Assim, a Igreja considera tudo quanto nas outras religiões pode encontrar-se de
bom e verdadeiro, «como uma preparação evangélica e um dom d'Aquele que ilumina todo o
homem, para que, finalmente, tenha a vida» (São Paulo VI. Ex. ap. Evangelii nuntiandi, 53).
845. Foi para reunir de novo todos os seus filhos, desorientados e dispersos pelo pecado, que o
Pai quis reunir toda a humanidade na Igreja do seu Filho. [...] Ela é «o mundo reconciliado» (Santo
Agostinho, Sermão 96, 7);
«quem observa toda a Lei, mas falta num só mandamento, torna-se réu de todos os outros».
(Tg 2,10)
“É CATÓLICA”
Fora da IGREJA não há SALVAÇÃO
846. Como deve entender-se esta afirmação, tantas vezes repetida pelos Padres da Igreja? Formulada
de modo positivo, significa que toda a salvação vem de Cristo-Cabeça pela Igreja que é o seu Corpo:
O santo Concílio «ensina, apoiado na Sagrada Escritura e na Tradição, que esta Igreja,
peregrina na terra, é necessária à salvação. De fato, só Cristo é mediador e caminho de salvação.
Ora, Ele torna-Se-nos presente no seu Corpo, que é a Igreja. [...] na qual os homens entram pela porta
do Batismo. É por isso que não se podem salvar aqueles que, não ignorando que Deus, por Jesus
Cristo, fundou a Igreja Católica como necessária, se recusam a entrar nela ou a nela perseverar»
(Lumen Gentium, 14).
847. Esta afirmação não visa aqueles que, sem culpa da sua parte, ignoram Cristo e a sua igreja:
«Com efeito, também podem conseguir a salvação eterna aqueles que, ignorando sem culpa o
Evangelho de Cristo e a sua Igreja, no entanto procuram Deus com um coração sincero e se
esforçam, sob o influxo da graça, por cumprir a sua vontade conhecida através do que a consciência
lhes dita» (Lumen Gentium, 16)
“É APOSTÓLICA”
857. A Igreja é apostólica, porque está fundada sobre os Apóstolos. E isso em três sentidos:
– foi e continua a ser construída sobre o «alicerce dos Apóstolos» (Ef 2,20), testemunhas escolhidas e
enviadas em missão pelo próprio Cristo;
– guarda e transmite, com a ajuda do Espírito Santo que nela habita, a doutrina, o bom depósito, as
sãs palavras recebidas dos Apóstolos;
– continua a ser ensinada, santificada e dirigida pelos Apóstolos até ao regresso de Cristo, graças
àqueles que lhes sucedem no ofício pastoral: o colégio dos bispos, «assistido pelos presbíteros, em
união com o sucessor de Pedro, pastor supremo da Igreja»:
850. A origem e o fim da missão. [...]«Por sua natureza, a Igreja peregrina é missionária, visto ter a
sua origem, segundo o desígnio de Deus Pai, na missão do Filho e do Espírito Santo» (Ad gentes, 2). E
o fim último da missão consiste em fazer todos os homens participantes na comunhão existente entre
o Pai e o Filho, no Espírito de amor. (São João Paulo II. Enc. Redemptoris missio, 23)
«Porque o amor de Cristo nos impele...». (2 Cor 5,14)
«Deus quer que todos os homens sejam salvos e cheguem ao conhecimento da verdade». (1 Tm 2,4)
A IGREJA: Sua missão
A IGREJA DE CRISTO... E AS OUTRAS?
870. «A única Igreja de Cristo, da qual professamos no Credo que é una, santa, católica e apostólica,
[...] é na Igreja Católica que subsiste, governada pelo sucessor de Pedro e pelos bispos que estão em
comunhão com ele, embora numerosos elementos de santificação e de verdade se encontrem fora das
suas estruturas». Lumen Gentium, 8
A Igreja «prossegue a sua peregrinação no meio das perseguições do mundo e das consolações
de Deus», anunciando a cruz e a morte do Senhor até que Ele venha (Cf. Cor 11,26). Mas é
robustecida pela força do Senhor ressuscitado, de modo a vencer, pela paciência e pela caridade, as
suas aflições e dificuldades tanto internas como externas, e a revelar, velada mas fielmente, o seu
mistério, até que por fim se manifeste em plena luz.