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DAMÁSIO EDUCACIONAL

HADNA ORENHA

NEGÓCIOS JURÍDICOS PROCESSUAIS SOB A ÓTICA DO


NOVO CÓDIGO DE PROCESSO CIVIL

Campo Grande – MS
2018
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HADNA ORENHA

NEGÓCIOS JURÍDICOS PROCESSUAIS SOB A ÓTICA DO


NOVO CÓDIGO DE PROCESSO CIVIL

Projeto de monografia apresentado à


instituição Damásio Educacional, curso de
Pós-Graduação em Direito Processual Civil,
como requisito parcial para conclusão de
curso.

Orientador:

CAMPO GRANDE – MS
2018
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SUMÁRIO

1. JUSTIFICATIVA..........................................................................................................3

2. REFERENCIAL TEÓRICO........................................................................................3

3. OBJETIVOS..................................................................................................................3

3.1 GERAL...............................................................................................................3

3.2 ESPECÍFICOS..................................................................................................4

4. METODOLOGIA.........................................................................................................4

5. CRONOGRAMA..........................................................................................................4

6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS........................................................................7

7. BIBLIOGRAFIA........................................................................................................7
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1. INTRODUÇÃO

Esta pesquisa pretende fazer uma análise teórica e quantitativa da efetividade da


aplicação dos negócios jurídicos processuais sob a perspectiva do novo Código de Processo
Civil que trata dos Negócios Jurídicos como ferramenta importante para a consolidação dos
acordos entre as partes no direito processual civil.

Em vista da necessidade da análise de tais mudanças e após a verificação da


efetividade ou não do uso dos negócios jurídicos como forma de cooperação e garantia de
celeridade do processo, faz-se importante o estudo desta matéria.

2. JUSTIFICATIVA

Há muito se discute a necessidade da celeridade no processo – sistemática presente


nas mudanças do novo código de processo civil, que se fundamenta, essencialmente, na
agilidade dos andamentos dos processos, considerando as crescentes demandas. Ainda no
antigo Código de Processo Civil havia algum acordo entre partes, quais sejam: cláusula de
eleição de foro ou escolha de mediador.

Embora a mudança tenha visado a agilidade do processo, muito se discute sobre a


necessidade de o processo ser resultado da lei e não da vontade das partes e discute-se, ainda,
uma “terceirização” do processo.

Desta feita, considera-se o tema de relevância e importância no âmbito dos estudos


acadêmicos.

3. OBJETIVOS

3.1 OBJETIVO GERAL

Analisar o advento dos negócios jurídicos processuais no novo Código de Processo


Civil, verificando-se sua eficácia e debate da doutrina acerca do tema.
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3.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS

- Apresentar comparação entre os instrumentos de processo do código de 1973 e o


Novo Código de Processo Civil de 2015;

- Verificar os critérios utilizados para definir os princípios norteadores do novo CPC;

- Comparar e contrastar correntes de pensamento que apoiam e criticam o formato de


negócios jurídicos processuais;

- Verificar a eficácia dos negócios jurídicos processuais no âmbito do processo civil.

4. METODOLOGIA

A pesquisa fará uso de métodos científicos para melhor compreensão do tema,


desenvolvendo-se da seguinte forma: será utilizado o método qualitativo para fornecer um
estudo teórico, com base na lei e na jurisprudência.

Procedimentos metodológicos serão realizados, partindo de pesquisa


bibliográfica, tais como: levantamento bibliográfico para alcançar cada um dos objetivos
específicos e abarcar o objetivo geral desta pesquisa, apresentando contexto histórico,
características e definições, bem como as diferentes correntes teóricas que discorrem acerca
do tema.

Além da doutrina mais densa, também serão analisados artigos publicados em


revistas especializadas, acórdãos de tribunais superiores, textos publicados na internet, com o
propósito de determinar as questões centrais do tema.

O método estatístico e quantitativo será de grande utilidade, considerando que


poderá fornecer dados concretos sobre as mudanças processuais derivadas do novo Código de
Processo Civil.

5. REFERENCIAL TEÓRICO

No cerne das inovações trazidas pelo Novo Código de Processo Civil, o Negócio
Jurídico Processual que foi estabelecido nos artigos 190, 191 e 373, §3º do novo código,
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visando, especialmente, o acordo entre as partes e a celeridade do processo. Entende-se por


negócio jurídico:
Negócio jurídico é aquela espécie de ato jurídico que, além de se originar de um ato
de vontade, implica a declaração expressa de vontade, instauradora de uma relação
entre dois ou mais sujeitos tendo em vista um objetivo protegido pelo ordenamento
jurídico (REALE, 2009, p. 208).

No antigo código civil, o negócio jurídico era reconhecido como uma subdivisão
de atos jurídicos lícitos, ou seja, considerado de maneira genérica. Ainda de acordo com
Reale:
Tais atos, que culminam numa relação intersubjetiva, não se confundem com atos
jurídicos em sentido estrito, nos quais não há acordo de vontade, como, por
exemplo, sé da nos atos chamados matérias, como os da ocupação ou posse de um
terreno, a edificação de uma casa no terreno, apossado, um contrato de compra e
venda, ao contrário, tem sua forma especifica de um negócio jurídico (REALE,
2009, p. 209).  

Desta feita, há que se considerar as diferenças entre ato jurídico e negócio


jurídico: embora a manifestação de vontade esteja presente em ambos os casos, no negócio
jurídico encontra-se presente a autonomia privada, a vontade declarada; em contrapartida, no
ato jurídico estrito, a vontade não se dedica à escolha da categoria jurídica – o efeito
produzido é preestabelecido em lei, como assevera Marcos Bernardes de Mello:

[...] é o fato jurídico cujo elemento nuclear do suporte fáctico consiste em


manifestação ou declaração consciente de vontade, em relação à qual o sistema
jurídico faculta às pessoas, dentro de limites predeterminados e de amplitude vária, o
poder de escolha de categoria jurídica e de estruturação do conteúdo eficacial das
relações jurídicas respectivas, quanto ao seu surgimento, permanência e intensidade
no mundo jurídico (MELLO, 2013, p. 225).

Freddie Didier assevera que negócio jurídico “é o fato jurídico voluntário em cujo
suporte fático confere-se ao sujeito o poder de escolher a categoria jurídica ou estabelecer,
dentro dos limites do próprio ordenamento jurídico, certas situações jurídicas processuais”
(DIDIER, 2013).

Faz-se importante pontuar que, com o advento do novo Código de Processo Civil,
o juiz passa de parte obrigatória para eventual do processo, e as partes são os agentes do
negócio processual. Cabe ao juiz, no entanto, controlar a licitude do pacto (BRASIL, 2015).

Tal assertiva faz-se clara no art. 190:

Art. 190 Versando o processo sobre direitos que admitam autocomposição é lícito às
partes plenamente capazes estipular mudanças no procedimento para ajustá-lo às
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especificidades da causa e convencionar sobre os seus ônus, poderes, faculdades e


deveres processuais, antes ou durante o processo.
Parágrafo único.  De ofício ou a requerimento, o juiz controlará a validade das
convenções previstas neste artigo, recusando-lhes aplicação somente nos casos de
nulidade ou de inserção abusiva em contrato de adesão ou em que alguma parte se
encontre em manifesta situação de vulnerabilidade.

Ou seja, ainda que haja a declaração de vontade das partes, ficou estabelecido que
estas não poderão transgredir direitos do juiz.

No novo código, as partes do negócio processual têm muito mais autonomia


dentro, considerando um dos principais alicerces da Constituição Brasileira, o princípio do
direito à liberdade. Neste sentido, Afonso da Silva assevera que:

O princípio do respeito ao autorregramento da vontade no processo visa, enfim, à


obtenção de um ambiente processual em que o direito fundamental de autorregular-
se possa ser exercido pelas partes sem restrições irrazoáveis ou injustificadas.

Para apoiar tal entendimento, é importante salientar o artigo 6º do novo CPC,


demonstração clara de valorização da declaração de vontade no processo civil: “Todos os
sujeitos do processo devem cooperar entre si para que se obtenha, em tempo razoável, decisão
de mérito justa e efetiva” (BRASIL, 2015).

Faz-se mister a compreensão da necessidade da colaboração, tanto das partes


envolvidas quanto dos operadores de direito para que a ideia contemplada pelo legislador, ou
seja, cooperação e celeridade do processo, seja efetivada.

Por exemplo, alguns doutrinadores questionam a eficácia do negócio jurídico


processual. No entendimento de Dinamarco, os efeitos dos atos processuais apenas podem ter
eficácia quando originados por lei (DINAMARCO, 2009).

Atualmente, no entanto, a doutrina brasileira tem se mostrado silenciosa e pouco


profunda no que tange o tema.
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6. CRONOGRAMA

PROCEDIMENTOS OPERACIONAIS Ano: 2018 – MESES


02 03 04 05 06 07 08 09 10 11
1 Levantamento bibliográfico e documental

2 Elaboração de instrumentos de coleta de


dados
3 COLETA DE DADOS
4 Revisão bibliográfica e análise
Documental
5 Análise e interpretação de dados
7 Organização e categorização de
dados qualitativos
8 Redação e digitação preliminar da
monografia
9 Revisão da redação preliminar
10 Entrega da monografia/depósito
11 Apresentação/defesa da monografia

7. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

BRASIL. Constituição (1988). Constituição da República Federativa do Brasil. Brasília:


Senado, 1988.

______. Código de processo civil. Lei nº 13.105, de 16 de março de 2015. Website disponível
em < http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2015/Lei/L13105.htm > Acessado
em 21 de janeiro de 2018.

______. Código de processo civil. Lei no 5.869, de 11 de janeiro de 1973. Website disponível
em < http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L5869compilada.htm > Acessado em 22 de
outubro de 2015.

BUENO, Cassio Scarpinella. Novo código de processo civil anotado. São Paulo: Saraiva,
2015.

CUNHA, Leonardo Carneiro. Negócios jurídicos processuais no processo civil brasileiro,


in Negócios Processuais, Coleção Grandes Temas do Novo CPC. Coord. Antonio do Passo
Cabral e Pedro Henrique Nogueira. Salvador: Editora JusPodivm, 2015, p. 49.

DIDIER JR, Fredie. Princípio do respeito ao autorregramento da vontade no processo


civil, in Negócios Processuais, Coleção Grandes Temas do Novo CPC. Coord. Antonio do
Passo Cabral e Pedro Henrique Nogueira. Salvador: Editora JusPodivm, 2015, p. 19.
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DINAMARCO, Cândido Rangel. Instituições de Direito Processual Civil. III. 6 Ed. São
Paulo: Malheiros, 2009.

REALE, Miguel. Lições Preliminares de Direito. 27 Ed. São Paulo: Saraiva, 2004.

SILVA, Virgílio Afonso da. Direitos fundamentais: conteúdo essencial, restrições e


eficácia. 2ª ed. São Paulo: Malheiros, 2010.

THEODORO JUNIOR, HUMBERTO et al. Novo CPC: fundamentos e sistematização. 2.


ed., Rio de Janeiro: Forense, 2015, p. 257.

WAMBIER, Teresa Arruda Alvim et al. Primeiros Comentários ao Novo Código de


Processo Civil: artigo por artigo. 1° Ed. São Paulo: editora Revista dos Tribunais, 2015, p.
353.

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