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UNIDADE DE CIÊNCIAS EXATAS E TECNOLÓGICAS

CURSO DE ENGENHARIA CIVIL


DISCIPLINA DE FÍSICA EXPERIMENTAL III
PROFESSOR: AUGUSTO FLEURY

TRANSFORMADORES

ANAPOLIS
JANEIRO/2015
UNIDADE DE CIÊNCIAS EXATAS E TECNOLÓGICAS
CURSO DE ENGENHARIA CIVIL
DISCIPLINA DE FÍSICA EXPERIMENTAL III
PROFESSOR: AUGUSTO FLEURY

TRANSFORMADORES

Trabalho realizado para


constituir nota na disciplina de
Física Experimental III, do curso de
Acadêmica:
Engenharia Civil-4º Período,
Isabela Larissa Alves Silva ministrada pelo professor Augusto
Fleury.
HISTÓRIA
O fenómeno da indução eletromagnética foi descoberto ao mesmo tempo (mas de forma
independente) por Michael Faraday e por Joseph Henry em 1831. Faraday foi, contudo o primeiro a
publicar os resultados das suas experiências. A relação entre a designada força eletromotriz (ou tensão) e
o fluxo magnético foi formalizada numa equação atualmente designada como Lei da Indução de Faraday: 
|ε| = |dϕB / dt|.
Nesta equação |ε| descreve a magnitude da força eletromotriz (em volts), e ϕB o fluxo magnético
ao longo do circuito (em webers).
As experiências de Faraday incluíram também o enrolamento de um par de bobinas em redor de
um anel de ferro, que pode ser de facto considerado como o primeiro transformador toroidal de núcleo
fechado.
O primeiro tipo de transformador usado de maneira generalizada foi a bobina de indução,
inventada por Nicholas Callan em 1836. Este clérigo foi um dos primeiros investigadores a aperceber-se
de que quanto maior fosse o número de voltas do enrolamento secundário em relação ao número de voltas
do enrolamento primário maior era o aumento da tensão.
Em 1876 o russo Pavel Yablochkov inventou um sistema de iluminação tendo como base um
conjunto de bobinas de indução (que operavam já como transformadores na acepção moderna desta
palavra). Lucien Gaulard e John Dixon Gibbs apresentaram na cidade de Londres em 1882 um dispositivo
dotado de um núcleo aberto em ferro chamado “gerador secundário”, e venderam a ideia à norte-
americana Westinghouse.
Os desenhos práticos e eficientes de transformadores só apareceram na década de 1880, e dez
anos mais tarde passam a ser uma peça essencial da chamada “Guerra das Correntes” na qual os sistemas
de distribuição em CA (promovidos por Westinghouse) acabaram por triunfar sobre os de CC (defendidos
por Thomas Edison).

TRANSFORMADORES

Transformador é um dispositivo destinado a transmissão de energia elétrica ou potência elétrica


de um circuito à outro, transformando tensões, correntes e ou modificando os valores da Impedância
elétrica de um circuito elétrico.

É considerado um dispositivo de corrente alternada que opera baseado nos princípios


eletromagnéticos da Lei de Faraday e da Lei de Lenz. O transformador se baseia em duas ou mais bobinas
ou enrolamentos e um "caminho", ou circuito magnético, que "acopla" essas bobinas. Há uma variedade
de transformadores com diferentes tipos de circuito, mas todos operam sobre o mesmo princípio de
indução eletromagnética.

Nas usinas que produzem eletricidade, a voltagem e, por consequência, a corrente elétrica são
geradas através de bobinas inseridas em turbinas dentro de um campo magnético, que giram, graças a um
agente externo (queda de água, vento, fluxo de vapor). Isso faz com que o fluxo de campo magnético
oscile no tempo, gerando uma voltagem também oscilante. Essa voltagem é chamada de voltagem
alternada. Por isso, a corrente elétrica que flui pela fiação de nossas casas é chamada de corrente alternada
(AC).

No Brasil, a corrente oscila com uma frequência de 60 Hz, ou seja, 60 oscilações por segundo.
Como essa frequência é muito alta, não percebemos variação no brilho de lâmpadas, por exemplo. Isso
torna possível a construção de um equipamento capaz de alterar ou transformar os valores de voltagem e
corrente que chegam e saem dele. Esse equipamento é chamado de transformador. 

 
Nele, um fio é enrolado em uma região de um núcleo de material ferromagnético, dando um
número de voltas N1 e criando uma voltagem alternada V 1. Isso faz com que seja estabelecido, graças à
passagem de corrente elétrica nessa bobina, um campo magnético no metal. Como a corrente é variável, o
campo magnético também o será. Isso gera uma variação do fluxo magnético em outra bobina, feita com
outro fio enrolado com N2 voltas em outra região. A variação do fluxo nesse enrolamento gera nela uma
voltagem alternada. 
Como o campo é proporcional ao numero de voltas da bobina, isso faz com que as voltagens
também sejam proporcionais ao número de voltas, ou seja:

V1N1=V2N2V1N1=V2N2

Como a energia se conserva, as potências em cada enrolamento, chamados de primário e


secundário, devem ser iguais, ou seja:

V1i1=V2i2V1i1=V2i2

No caso dos transformadores de dois enrolamentos, é comum denominá-los como enrolamento


primário e secundário, existem transformadores de três enrolamentos sendo que o terceiro é chamado de
terciário. Existe também um tipo de transformador denominado Autotransformador, no qual o
enrolamento secundário possui uma conexão elétrica com o enrolamento do primário. Transformadores
de potência são destinados primariamente à transformação da tensão e das correntes operando com altos
valores de potência, de forma a elevar o valor da tensão e consequentemente reduzir o valor da corrente.
Este procedimento é utilizado, pois ao se reduzir os valores das correntes reduzem-se as perdas por efeito
Joule nos condutores.

O transformador é constituído de um núcleo de material ferromagnético, como aço, a fim de


produzir um caminho de baixa relutância para o fluxo gerado. Geralmente o núcleo de aço dos
transformadores é laminado para reduzir a indução de correntes parasitas ou de corrente de Foucault no
próprio núcleo, já que essas correntes contribuem para o surgimento de perdas por aquecimento devido ao
efeito Joule. Em geral utiliza-se aço-silício com o intuito de se aumentar a resistividade e diminuir ainda
mais essas correntes parasitas.

Transformadores também podem ser utilizados para o casamento de impedâncias, que consiste
em modificar o valor da impedância vista pelo lado primário do transformador, são em geral de baixa
potência. Há outros tipos de transformadores, alguns com núcleo ferromagnético, outros sem núcleo, ditos
transformadores com núcleo de ar, e ainda aqueles com núcleo de ferrite.
EXPLICAÇÃO
Quando uma corrente eléctrica variável passa através do primeiro enrolamento (a bobina
primária) de um transformador produz um fluxo magnético variável sobre o núcleo deste, o que cria por
sua vez um campo magnético variável ao longo do segundo enrolamento (a bobina secundária). O
referido campo magnético induz uma força eletromotriz variável (ou tensão) na bobina, fenómeno que é
designado como indução mútua.
Se uma carga estiver ligada à bobina secundária, ocorre um fluxo de corrente eléctrica no
referido enrolamento, sendo transferida energia eléctrica do circuito primário para a carga através do
transformador. Num aparelho ideal a tensão induzida no segundo enrolamento (Vs) é proporcional à
tensão do primeiro enrolamento (Vp), sendo dada pelo rácio entre o número de voltas/espiras do segundo
(Ns) e do primeiro (Np): Vs/Vp = Ns/Np.
Um transformador permite, por meio da seleção apropriada do número de voltas, que uma dada
tensão em corrente alternada seja aumentada (quando o valor de Ns é superior ao de Np) ou reduzida
(quando o valor de Ns é inferior ao de Np).
Na grande maioria dos transformadores, as bobinas são constituídas por enrolamentos de fio de
um material condutor (como o cobre) em redor de um núcleo ferromagnético. Nos transformadores de
núcleo de ar não existe, contudo um núcleo físico.
O leque de dimensões destes dispositivos varia muito, podendo ir dos transformadores de
acoplamento com o tamanho de uma unha que estão escondidos no interior de microfones até aos
enormes transformadores com centenas de toneladas de peso utilizados na ligação entre várias partes das
redes eléctricas.
Todos eles operam segundo os mesmos princípios ainda que o seu desenho possa variar. As
novas tecnologias eliminaram a necessidade de transformadores em alguns circuitos electrónicos, mas
aqueles são ainda usados em quase todos os dispositivos electrónicos desenhados para tensões domésticas
de rede (na Europa o standard é 230 V). Os transformadores são essenciais para o transporte de
eletricidade em alta tensão, a qual permite tornar economicamente viável a sua transmissão a grandes
distâncias.
Princípios básicos
O funcionamento dos transformadores baseiam-se em dois princípios básicos: O primeiro é o de
que uma corrente elétrica pode criar um campo magnético (eletromagnetismo); e o segundo o de que um
campo magnético mutável no interior de uma bobina de fio induz uma tensão entre as extremidades da
bobina (indução eletromagnética). A alteração da corrente na bobina primária modifica desta forma o
fluxo magnético que é desenvolvido, e a alteração do fluxo induz uma tensão na bobina secundária.
A corrente que passa através da bobina primária dá origem a um campo magnético. As bobinas
primárias estão enroladas em volta de um núcleo de alta permeabilidade magnética (feito por norma de
ferro) de maneira a que a maior parte do fluxo magnético passe pelas duas bobinas.
A tensão induzida ao longo da bobina secundária pode ser calculada a partir da já referida  Lei da
Indução de Faraday:
 Vs = Ns * (dϕ / dt).
Nesta equação Vs corresponde à tensão instantânea e ϕ ao fluxo magnético ao longo de uma
volta/espiral da bobina.
Se as voltas da mesma se encontrarem perpendicularmente em relação às linhas de campo
magnético, o fluxo é o produto da densidade de fluxo magnético B e da área A que ela atravessa. A área é
constante, sendo igual à área em corte do núcleo do transformador, enquanto que o campo magnético
varia com o tempo e em conformidade com a excitação do enrolamento primário. O fato de num
transformador ideal o mesmo fluxo magnético passar tanto pela bobina primária como pela secundária,
então Vp = Np * (dϕ / dt). O cálculo do rácio das equações para Vs e para Vp permite apurar a equação
básica (Vs/Vp = Ns/Np).

TIPOS
Há muitos tipos diferentes de transformadores, podendo ser salientados os seguintes:
 Autotransformadores
  Tem um único enrolamento com dois terminais nas pontas e um ou mais terminais em pontos
intermédios da referida bobina. A tensão primária é aplicada entre dois dos terminais, e a segunda retirada
de dois terminais (um dos quais é em regra comum ao primeiro par).
Isto faz com que os dois circuitos possuam voltas em comum no enrolamento. São normalmente
usados para fazer subir ou descer tensões entre os limites de 110-117-120 V e de 220-230-240 V, ou
então para permitir um output a 110 ou 120 V com redes eléctricas a 230 V.
 Transformadores polifásicos
 São por seu lado dispositivos cujo núcleo contém o fluxo magnético gerado por três fases
diferentes, e permitem diferentes tipos de configurações de enrolamento e dotados com diferentes
atributos e mudanças de fase. Incluem também os transformadores em zigzag, utilizados nas ligações à
terra e que permitem suprimir as correntes harmónicas.
Os transformadores de fuga têm uma indutância de fuga superior à de outros géneros de
transformadores, a qual é normalmente ampliada porbypasses magnéticos no seu núcleo entre os
enrolamentos primário e secundário. São usados em soldagens por arco voltaico e em lâmpadas de
descarga de gás de alta tensão.
Transformadores com núcleo ferromagnético.

Os transformadores de potência são invariavelmente desse tipo. Os materiais ferromagnéticos


adequados para esses núcleos devem possuir, além de alta permeabilidade magnética, uma resistividade
elétrica relativamente elevada e uma indução residual relativamente baixa quando submetido a uma
magnetização cíclica.

Essas propriedades implicarão, pela ordem, em baixa relutância e, portanto, em pequena


absorção de corrente magnetizante e de potencia relativa de magnetização, baixas perdas por correntes
parasitas (parda Foucault) e baixa perda histerética.

Os aços-silício (ligas de ferro, carbono, silício) são os materiais ferromagnéticos que satisfazem
as exigências dos núcleos desses transformadores. Eles são utilizados laminados, com espessura entre
0,25 e 0,5mm, com as laminas isoladas, normalmente pelo próprio oxido da laminação siderúrgica, e
prensadas para formar o núcleo. Essas são tomadas, também, para atenuar as correntes induzidas no
núcleo e, portanto, atenuar as perdas Foucault.
Nos transformadores maiores, onde se exige bom rendimento, as laminas são de aço-silício de
grãos orientados, que além de alta permeabilidade quando excitados no sentido da laminação, apresentam
baixíssimas perdas magnéticas especificas (watts por unidade de massa).

Os transformadores de medida, bem como muitos do tipo de controle, também são constituídos
com núcleo ferromagnético, seja laminado ou sintetizado, com a intenção de diminuir as perdas e a
corrente magnetizante e melhorar o acoplamento magnético.

Transformadores com núcleo de ar.

O núcleo de ar confere uma característica linear ao circuito magnético do transformador, e não


apresenta perdas magnéticas, porém apresenta grande relutância e, consequentemente, necessita de maior
f.m.m. de excitação. Se a permeabilidade relativa aços-silício é da ordem de alguns milhares, para os
valores de densidade de fluxo utilizadas nos transformadores, um milímetro de entreferro num núcleo
pode equivaler a metros de material ferromagnético, no que diz respeito a f.m.m. de excitação.

Portanto, com núcleos de ar, a corrente magnetizante poderá ser relativamente elevada, a menos
que o enrolamento possua uma grande quantidade de espiras, ou seja, excitado com frequência elevada,
para que ofereça à fonte uma grande reatância. Por essa razão e pelo dato de as perdas magnéticas nos
materiais ferromagnéticos crescerem mais do que proporcionalmente com a frequência, os núcleos de ar
ficam restritos quase que exclusivamente a pequenos transformadores (do tipo de controle) de frequências
mais elevadas que as industriais.

Quanto ao numero de fases

Transformadores monofásicos e polifásicos. Estes mostram os núcleos elementares de transformadores


monofásicos e trifásicos, sem preocupação com a disposição relativa entre os enrolamentos primário e
secundário.

Os fluxos mφ são fluxos mútuos, isto é, concatenam-se com o enrolamento primário e secundário,
produzindo os fluxos concatenados 111mNφλ= e 222mNφλ=. Os fluxos 1dφ e 2dφ são fluxos de
dispersão, que se concatenam só com o enrolamento primário e só com o enrolamento secundário. Note
que, no caso trifásico, os fluxos 1mφ, 2mφe 3mφ e as três f.e.m. são três grandezas alternativas, senoidais
no tempo e defasadas 120º entre si.

Quanto à forma do núcleo

Transformadores monofásicos, nuclear e encouraçado. Um transformador trifásico também pode


ser feito encouraçado, para os monofásicos, isto é, com o núcleo ferromagnético envolvendo cada
conjunto de bobinas primário-secundário. Note que a ocorrência de dispersão de fluxo é menos acentuada
nesse caso do que no tipo nuclear.
Quanto à disposição relativa dos enrolamentos

Podem ser idealizadas muitas maneiras de se disporem as bobinas relativamente umas às outras.
Vamos nos ater apenas a duas maneiras: transformador com enrolamento superposto e com enrolamento
em discos alternados.

Quanto à proteção e maneira de dissipação de calor

Os transformadores de potencia, não só por problemas de isolação em altas tensões, como de


dissipação, são imersos em óleo isolante, portanto protegidos, isto é, blindados em relação ao meio.
Podem ter superfície com aletas, ventilação forçada e sistemas de refrigeração mais complexos com
circulação de óleo, trocador de calor, etc.

Existe uma crescente dificuldade em se dissipar o calor advindo das perdas, à medida que cresce
a potencia e o tamanho dos transformadores. Nos grandes transformadores existe sempre um sistema de
ancoragem das bobinas, para protegê-las contra os elevados esforços que podem aparecer por ocasião de
sobre correntes, como nos curtos-circuitos. Essas forças podem ser bastante elevadas.

Razão ou relação de tensão

A tensão nas bobinas de um transformador é diretamente proporcional ao numero de espiras das


bobinas.

Uma razão de tensão de 1:4 (lê-se um para quatro) significa que para cada volt no primário do
transformador há 4 volts no secundário. Quando a tensão do secundário é maior do que a tensão do
primário, o transformador é chamado de transformador elevador. Uma razão de tensão de 4:1 significa
que para 4V no primário há somente 1V no secundário. Quando a tensão no secundário for menor do que
no primário, o transformador é chamado de transformador abaixador.

Diagrama simplificado de um transformador

Relação entre potências primárias e secundárias


Representação esquemática de um transformador com fluxo positivo e correntes positivas.

Devido ao suprimento das perdas, num transformador com uma carga, a potência ativa de
entrada no primário é maior que a transferida para o secundário, e esta é maior que a de saída.

Essa é a potência realmente transferida, através do acoplamento magnético de um lado para


outro. É a energia liquida que, por exemplo, o secundário recebe do primário após serem descontadas
todas as perdas de energia neste enrolamento e no núcleo. Devido ao sentido das correntes, nota-se o sinal
negativo na expressão acima, significando que os fluxos de energia são contrários, isto é, se o lado 1
absorve, o lado 2 fornece e vice-versa, sem armazenagem de energia.

No transformador ideal, obviamente, e, em regime senoidal permanente, as potências aparentes


são e o quanto de energia reativa o transformador absorve da fonte depende não só de I1mag, mas da
natureza da carga.

Eficiência

A eficiência de um transformador é igual à razão entre a potência de saída do enrolamento do


secundário e a potência de entrada no enrolamento do primário. Um transformador ideal tem 100% de
eficiência porque ele libera toda a energia que recebe. Devido às perdas no núcleo e no cobre, a eficiência
do melhor transformador na prática é menor que 100%.

Corrente alternada e corrente contínua

A grande vantagem técnica da corrente alternada em confronto com a corrente contínua repousa
na possibilidade de se obter, a partir da primeira, qualquer tensão elétrica desejada, quase sem perdas, por
meio dos transformadores. Ordinariamente, no local de utilização, se necessita baixas tensões que não são
perigosas para o organismo humano (é comum o emprego de tensões de 120 volts e 220 volts).

Por outro lado, o transporte da energia elétrica desde o local de sua geração até o de sua
utilização, convém que seja efetuado sob tensões mais altas possíveis (220 0 V ou mesmo 380 0 V).
Porém, ao funcionamento mais econômico das máquinas que produzem a energia elétrica corresponde
uma tensão média de alguns milhares de volts. Portanto, em toda rede de distribuição existe sempre a
necessidade de transformar a tensão elétrica.
O transformador ideal

Um transformador ideal é aquele em que o acoplamento entre suas bobinas é perfeito, ou seja,
todas concatenam, ou “abraçam”, o mesmo fluxo, o que vale dizer que não há dispersão de fluxo. Isso
implica assumir a hipótese de que a permeabilidade magnética do núcleo ferromagnético é alta ou, no
caso ideal, infinita, e o circuito magnético é fechado. Além disso, admite-se que o transformador não
possui perdas de qualquer natureza, seja nos enrolamentos, seja no núcleo.

A importância do transformador ideal

A importância do transformador ideal se dá no desenvolvimento da teoria do transformador real. Parte-se


do aspecto totalmente ideal, introduzindo-se, gradativamente, os fenômenos reais de perdas, de
magnetização do núcleo, etc. Serve também como elemento de pré-cálculo e de ante-projeto, seja para o
utilizador, seja para o projetista de médios e grandes transformadores de força, pois estes se aproximam
bastante do transformador ideal, principalmente quando outros componentes do sistema possuam,
relativamente a ele, maiores perdas, imperdâncias, etc.

COMPONENTES CONSTRUTIVOS

Os transformadores são constituídos, basicamente, de uma parte ativa e de acessórios


complementares. 8.3.1 Parte ativa Compreende as bobinas (enrolamentos do primário e do secundário) e
o núcleo ferromagnético. Para que haja um funcionamento eficaz, é necessário que seus componentes
sejam prensados e devidamente calçados, a fim de suportarem as mais diferentes condições ambientais a
que são submetidos. Os enrolamentos são constituídos de fios de cobre, de seção retangular ou circular,
isolados com esmalte ou papel.

Os enrolamentos de BT e AT normalmente são concêntricos, onde a BT ocupa a parte interna e a


AT a parte externa, sendo estes fracionados em bobinas de menor número de espiras, chamadas
“panquecas”, por motivo de isolação, facilidade de manutenção e retirada das derivações para conexão ao
comutador.
Enrolamentos

O núcleo é constituído de lâminas de material ferromagnético, contendo em sua composição o


silício, que possui excelentes características de magnetização (temporário), baixas perdas por histerese e
por mudança de temperatura. O empilhamento das lâminas, isoladas entre si e do núcleo, é feito para
minimizar a ação das correntes parasitas provenientes da variação de fluxo ocorridos sobre o material,
que é condutor.

Acessórios complementares

a) Tanque: serve de invólucro da parte ativa e do líquido isolante. Nele encontramos os suportes
para fixação em postes, ganchos e olhais de suspensão, tampa de inspeção, conector de aterramento, fios
de passagem das buchas, placa de identificação, radiadores, dispositivos de drenagem e amostragem do
líquido isolante, visor de nível do óleo, etc.

Tanque de um transformador

b) Buchas: são dispositivos que permitem a passagem dos condutores constituintes dos
enrolamentos para o meio externo (redes elétricas). São constituídos de corpo isolante (porcelana),
condutor passante (cobre ou latão), terminal (bronze ou latão) e vedações (borracha e papelão).
Buchas

c) Radiadores: O calor gerado na parte ativa se propaga pelo óleo, sendo dissipado na tampa e
laterais do tanque. Em casos especiais (potência elevada e ventilação insuficiente) os transformadores são
munidos de radiadores, que aumentam a área de dissipação, ou adaptados com ventilação forçada.

Radiador

d) Comutador: É um dispositivo mecânico que permite variar o número de espiras dos


enrolamentos de alta tensão. Sua finalidade é corrigir o desnível de tensão existente nas redes de
distribuição, devido à queda de tensão ocorrida ao longo das mesmas.

Comutador
e) Placa de identificação: Construída em alumínio ou aço inoxidável, onde constam todas as
informações construtivas resumidas e normatizadas do aparelho. Entre as informações fornecidas pela
placa encontram-se:

 nome e dados do fabricante;

 numeração da placa;

 indicação das NBR;

 potência (kVA);

 impedância equivalente (%);

 tensões nominais (AT e BT);

 tipo de óleo isolante;

 diagramas de ligações;

 diagrama fasorial;

 massa total (kg);

 volume total do líquido (l).

Exemplo de placa de identificação


A energia elétrica produzida nas usinas hidrelétricas é levada, mediante condutores de eletricidade,
aos lugares mais adequados para o seu aproveitamento. Ela iluminará cidades, movimentará máquinas e
motores, proporcionando muitas comodidades.

Para o transporte da energia até os pontos de utilização, não bastam fios e postes, toda a rede de
distribuição depende dos transformadores, que elevam a tensão, ora a rebaixam. Nesse sobe e desce, eles
resolvem não só um problema econômico, reduzindo os custos da transmissão à distância de energia,
como melhoram a eficiência do processo.

Antes de mais nada, os geradores que produzem energia precisam alimentar a rede de transmissão e
distribuição com um valor de tensão adequado, tendo em vista seu melhor rendimento. Esse valor
depende das características do próprio gerador, enquanto a tensão que alimenta os aparelhos
consumidores, por razões de construção e, sobretudo, de segurança, tem valor baixo, nos limites de
algumas centenas de volts (em geral, 110 V ou 220 V).

Existe uma outra classe de transformadores, igualmente indispensáveis, de potência baixa, eles
estão presentes na maioria dos aparelhos elétricos e eletrônicos encontrados normalmente em casa, tais
como, por exemplo, computador, aparelho de som e televisor. Cabe-lhes abaixar ou aumentar a tensão da
rede doméstica, de forma a alimentar convenientemente os vários circuitos elétricos que compõem
aqueles aparelhos.

A figura 1 descreve de uma forma simples o funcionamento da distribuição de energia desde a sua
geração até o consumidor, onde inicialmente a energia é gerada pelo gerador, passando a energia para um
transformador de potência, que eleva a tensão para posteriormente ser levado até os transformadores de
distribuição através das linhas de transmissão.

Após chegar aos transformadores de distribuição os quais estes normalmente situados nas cidades,
à tensão é rebaixada, a nível dos equipamentos eletrodomésticos, ou que utilizem energia elétrica.
Graças às técnicas com que são fabricados, os transformadores modernos apresentam grande
eficiência, permitindo transferir ao secundário cerca de 100% da energia aplicada no primário. As perdas
- transformação de energia elétrica em calor - são devidas principalmente à histerese, às correntes
parasitas e perdas no cobre.
1. Perdas no cobre. Resultam da resistência dos fios de cobre nas espiras primárias e secundárias.
As perdas pela resistência do cobre são perdas sob a forma de calor e não podem ser evitadas.

2. Perdas por histerese. Energia é transformada em calor na reversão da polaridade magnética do


núcleo transformador.

3. Perdas por correntes parasitas. Quando uma massa de metal condutor se desloca num campo
magnético, ou é sujeita a um fluxo magnético móvel, circulam nela correntes induzidas. Essas correntes
produzem calor devido às perdas na resistência do ferro.

Todo esse calor gerado pelas perdas, é refrigerado pelo óleo dielétrico o qual todo o núcleo do
transformador é submerso, sendo assim esse óleo aliado ao aquecimento, acaba gerando uma corrente de
convecção dentro do transformador. Onde o óleo mais que acaba esquentando fica menos denso e sobe.
Após passar pelos radiadores ele resfria, aumentando sua densidade, e assim se mantém a refrigeração do
transformador, a figura abaixo mostra o esquema da refrigeração natural.
Aspectos Construtivos dos Transformadores de Potência

A figura apresenta um esquema de um transformador de potência. O transformador de potência é


um transformador trifásico, e o modelo apresentado abaixo é frequentemente utilizado em subestações
para elevação ou abaixamento.
Nota-se a presença das buchas de Alta Tensão (maiores) e as de Baixa Tensão (menores), onde
se conectam os cabos para transmissão ou distribuição. O tanque é um compartimento onde se encontra a
parte ativa (enrolamentos) e é preenchido com um comum fluido dielétrico, geralmente, óleo mineral.
Como os enrolamentos da parte ativa se aquecem muito, é necessário que haja um sistema de
refrigeração, por esse motivo a parte ativa é envolvida em óleo que além de contribuir para a isolação,
permite a troca de calor com o ambiente. Esta troca ocorre quando o óleo que circula nos radiadores, pois
ao se aquecer, o óleo ocupa a parte superior do tanque entrando na tubulação que leva ao radiador.

Visando aumentar a eficiência do sistema de refrigeração, acrescenta-se ventilação forçada aos


radiadores e o óleo também pode ser forçado a circular.
Como o fluido dielétrico deve preencher totalmente o tanque do transformador, é necessário
compensar a variação do volume do fluido nas variações da temperatura do equipamento. Esta é a função
do tanque de expansão ou compensação do transformador: propiciar um espaço livre para o aumento de
volume do fluido, no caso de um aumento de temperatura, ou manter uma reserva de fluido, no caso de
queda da temperatura.

Na parte ativa, os enrolamentos de baixa tensão ficam enrolados por baixo dos de alta tensão. Os
condutores são geralmente de cobre, e muito raramente de alumínio e possuem seção reta retangular para
facilitar a sua disposição no núcleo. A isolação dos condutores é feita com material isolante à base de
celulose, um papel isolante, que tem suas características isolantes melhoradas quando as fibras de
celulose são impregnadas com o óleo isolante. A parte ativa também é comprimida pelo disco de
compressão a fim de evitar uma possível movimentação vertical.

Os espaçamentos entre as camadas de condutores permitem a circulação do fluido para que este
possa retirar o calor gerado pelo enrolamento. A função dos espaçadores, então, é manter este caminho de
circulação e assegurar a rigidez mecânica do conjunto do enrolamento. Os espaçadores são feitos de
cartão prensado ou de madeira seca.

O núcleo, é constituído de aço-silício que é um material que combina grande permeabilidade


magnética e resistência mecânica. O mesmo núcleo encontra-se preso pela estrutura de sustentação, a fim
de evitar qualquer movimentação devido a esforços eletromecânicos provocados pela interações dos
campos magnéticos internos no núcleo.

TENSÃO DE CURTO-CIRCUITO

É o valor da tensão que se deve aplicar nos enrolamentos de AT para se obter nos enrolamentos
de BT, curto-circuitados, a corrente nominal (In) de funcionamento a plena carga do transformador.
REFERENCIAS BIBLIOGRAFICAS

http://engenha.blogspot.com.br/2011/01/historia-do-transformador.html

http://minerva.ufpel.edu.br/~egcneves/biblioteca/caderno_elet/cap_08.pdf

file:///C:/Users/Isa/Downloads/Transformadores-WalterRies.pdf

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