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TRANSFORMADORES
ANAPOLIS
JANEIRO/2015
UNIDADE DE CIÊNCIAS EXATAS E TECNOLÓGICAS
CURSO DE ENGENHARIA CIVIL
DISCIPLINA DE FÍSICA EXPERIMENTAL III
PROFESSOR: AUGUSTO FLEURY
TRANSFORMADORES
TRANSFORMADORES
Nas usinas que produzem eletricidade, a voltagem e, por consequência, a corrente elétrica são
geradas através de bobinas inseridas em turbinas dentro de um campo magnético, que giram, graças a um
agente externo (queda de água, vento, fluxo de vapor). Isso faz com que o fluxo de campo magnético
oscile no tempo, gerando uma voltagem também oscilante. Essa voltagem é chamada de voltagem
alternada. Por isso, a corrente elétrica que flui pela fiação de nossas casas é chamada de corrente alternada
(AC).
No Brasil, a corrente oscila com uma frequência de 60 Hz, ou seja, 60 oscilações por segundo.
Como essa frequência é muito alta, não percebemos variação no brilho de lâmpadas, por exemplo. Isso
torna possível a construção de um equipamento capaz de alterar ou transformar os valores de voltagem e
corrente que chegam e saem dele. Esse equipamento é chamado de transformador.
Nele, um fio é enrolado em uma região de um núcleo de material ferromagnético, dando um
número de voltas N1 e criando uma voltagem alternada V 1. Isso faz com que seja estabelecido, graças à
passagem de corrente elétrica nessa bobina, um campo magnético no metal. Como a corrente é variável, o
campo magnético também o será. Isso gera uma variação do fluxo magnético em outra bobina, feita com
outro fio enrolado com N2 voltas em outra região. A variação do fluxo nesse enrolamento gera nela uma
voltagem alternada.
Como o campo é proporcional ao numero de voltas da bobina, isso faz com que as voltagens
também sejam proporcionais ao número de voltas, ou seja:
V1N1=V2N2V1N1=V2N2
V1i1=V2i2V1i1=V2i2
Transformadores também podem ser utilizados para o casamento de impedâncias, que consiste
em modificar o valor da impedância vista pelo lado primário do transformador, são em geral de baixa
potência. Há outros tipos de transformadores, alguns com núcleo ferromagnético, outros sem núcleo, ditos
transformadores com núcleo de ar, e ainda aqueles com núcleo de ferrite.
EXPLICAÇÃO
Quando uma corrente eléctrica variável passa através do primeiro enrolamento (a bobina
primária) de um transformador produz um fluxo magnético variável sobre o núcleo deste, o que cria por
sua vez um campo magnético variável ao longo do segundo enrolamento (a bobina secundária). O
referido campo magnético induz uma força eletromotriz variável (ou tensão) na bobina, fenómeno que é
designado como indução mútua.
Se uma carga estiver ligada à bobina secundária, ocorre um fluxo de corrente eléctrica no
referido enrolamento, sendo transferida energia eléctrica do circuito primário para a carga através do
transformador. Num aparelho ideal a tensão induzida no segundo enrolamento (Vs) é proporcional à
tensão do primeiro enrolamento (Vp), sendo dada pelo rácio entre o número de voltas/espiras do segundo
(Ns) e do primeiro (Np): Vs/Vp = Ns/Np.
Um transformador permite, por meio da seleção apropriada do número de voltas, que uma dada
tensão em corrente alternada seja aumentada (quando o valor de Ns é superior ao de Np) ou reduzida
(quando o valor de Ns é inferior ao de Np).
Na grande maioria dos transformadores, as bobinas são constituídas por enrolamentos de fio de
um material condutor (como o cobre) em redor de um núcleo ferromagnético. Nos transformadores de
núcleo de ar não existe, contudo um núcleo físico.
O leque de dimensões destes dispositivos varia muito, podendo ir dos transformadores de
acoplamento com o tamanho de uma unha que estão escondidos no interior de microfones até aos
enormes transformadores com centenas de toneladas de peso utilizados na ligação entre várias partes das
redes eléctricas.
Todos eles operam segundo os mesmos princípios ainda que o seu desenho possa variar. As
novas tecnologias eliminaram a necessidade de transformadores em alguns circuitos electrónicos, mas
aqueles são ainda usados em quase todos os dispositivos electrónicos desenhados para tensões domésticas
de rede (na Europa o standard é 230 V). Os transformadores são essenciais para o transporte de
eletricidade em alta tensão, a qual permite tornar economicamente viável a sua transmissão a grandes
distâncias.
Princípios básicos
O funcionamento dos transformadores baseiam-se em dois princípios básicos: O primeiro é o de
que uma corrente elétrica pode criar um campo magnético (eletromagnetismo); e o segundo o de que um
campo magnético mutável no interior de uma bobina de fio induz uma tensão entre as extremidades da
bobina (indução eletromagnética). A alteração da corrente na bobina primária modifica desta forma o
fluxo magnético que é desenvolvido, e a alteração do fluxo induz uma tensão na bobina secundária.
A corrente que passa através da bobina primária dá origem a um campo magnético. As bobinas
primárias estão enroladas em volta de um núcleo de alta permeabilidade magnética (feito por norma de
ferro) de maneira a que a maior parte do fluxo magnético passe pelas duas bobinas.
A tensão induzida ao longo da bobina secundária pode ser calculada a partir da já referida Lei da
Indução de Faraday:
Vs = Ns * (dϕ / dt).
Nesta equação Vs corresponde à tensão instantânea e ϕ ao fluxo magnético ao longo de uma
volta/espiral da bobina.
Se as voltas da mesma se encontrarem perpendicularmente em relação às linhas de campo
magnético, o fluxo é o produto da densidade de fluxo magnético B e da área A que ela atravessa. A área é
constante, sendo igual à área em corte do núcleo do transformador, enquanto que o campo magnético
varia com o tempo e em conformidade com a excitação do enrolamento primário. O fato de num
transformador ideal o mesmo fluxo magnético passar tanto pela bobina primária como pela secundária,
então Vp = Np * (dϕ / dt). O cálculo do rácio das equações para Vs e para Vp permite apurar a equação
básica (Vs/Vp = Ns/Np).
TIPOS
Há muitos tipos diferentes de transformadores, podendo ser salientados os seguintes:
Autotransformadores
Tem um único enrolamento com dois terminais nas pontas e um ou mais terminais em pontos
intermédios da referida bobina. A tensão primária é aplicada entre dois dos terminais, e a segunda retirada
de dois terminais (um dos quais é em regra comum ao primeiro par).
Isto faz com que os dois circuitos possuam voltas em comum no enrolamento. São normalmente
usados para fazer subir ou descer tensões entre os limites de 110-117-120 V e de 220-230-240 V, ou
então para permitir um output a 110 ou 120 V com redes eléctricas a 230 V.
Transformadores polifásicos
São por seu lado dispositivos cujo núcleo contém o fluxo magnético gerado por três fases
diferentes, e permitem diferentes tipos de configurações de enrolamento e dotados com diferentes
atributos e mudanças de fase. Incluem também os transformadores em zigzag, utilizados nas ligações à
terra e que permitem suprimir as correntes harmónicas.
Os transformadores de fuga têm uma indutância de fuga superior à de outros géneros de
transformadores, a qual é normalmente ampliada porbypasses magnéticos no seu núcleo entre os
enrolamentos primário e secundário. São usados em soldagens por arco voltaico e em lâmpadas de
descarga de gás de alta tensão.
Transformadores com núcleo ferromagnético.
Os aços-silício (ligas de ferro, carbono, silício) são os materiais ferromagnéticos que satisfazem
as exigências dos núcleos desses transformadores. Eles são utilizados laminados, com espessura entre
0,25 e 0,5mm, com as laminas isoladas, normalmente pelo próprio oxido da laminação siderúrgica, e
prensadas para formar o núcleo. Essas são tomadas, também, para atenuar as correntes induzidas no
núcleo e, portanto, atenuar as perdas Foucault.
Nos transformadores maiores, onde se exige bom rendimento, as laminas são de aço-silício de
grãos orientados, que além de alta permeabilidade quando excitados no sentido da laminação, apresentam
baixíssimas perdas magnéticas especificas (watts por unidade de massa).
Os transformadores de medida, bem como muitos do tipo de controle, também são constituídos
com núcleo ferromagnético, seja laminado ou sintetizado, com a intenção de diminuir as perdas e a
corrente magnetizante e melhorar o acoplamento magnético.
Portanto, com núcleos de ar, a corrente magnetizante poderá ser relativamente elevada, a menos
que o enrolamento possua uma grande quantidade de espiras, ou seja, excitado com frequência elevada,
para que ofereça à fonte uma grande reatância. Por essa razão e pelo dato de as perdas magnéticas nos
materiais ferromagnéticos crescerem mais do que proporcionalmente com a frequência, os núcleos de ar
ficam restritos quase que exclusivamente a pequenos transformadores (do tipo de controle) de frequências
mais elevadas que as industriais.
Os fluxos mφ são fluxos mútuos, isto é, concatenam-se com o enrolamento primário e secundário,
produzindo os fluxos concatenados 111mNφλ= e 222mNφλ=. Os fluxos 1dφ e 2dφ são fluxos de
dispersão, que se concatenam só com o enrolamento primário e só com o enrolamento secundário. Note
que, no caso trifásico, os fluxos 1mφ, 2mφe 3mφ e as três f.e.m. são três grandezas alternativas, senoidais
no tempo e defasadas 120º entre si.
Podem ser idealizadas muitas maneiras de se disporem as bobinas relativamente umas às outras.
Vamos nos ater apenas a duas maneiras: transformador com enrolamento superposto e com enrolamento
em discos alternados.
Existe uma crescente dificuldade em se dissipar o calor advindo das perdas, à medida que cresce
a potencia e o tamanho dos transformadores. Nos grandes transformadores existe sempre um sistema de
ancoragem das bobinas, para protegê-las contra os elevados esforços que podem aparecer por ocasião de
sobre correntes, como nos curtos-circuitos. Essas forças podem ser bastante elevadas.
Uma razão de tensão de 1:4 (lê-se um para quatro) significa que para cada volt no primário do
transformador há 4 volts no secundário. Quando a tensão do secundário é maior do que a tensão do
primário, o transformador é chamado de transformador elevador. Uma razão de tensão de 4:1 significa
que para 4V no primário há somente 1V no secundário. Quando a tensão no secundário for menor do que
no primário, o transformador é chamado de transformador abaixador.
Devido ao suprimento das perdas, num transformador com uma carga, a potência ativa de
entrada no primário é maior que a transferida para o secundário, e esta é maior que a de saída.
Eficiência
A grande vantagem técnica da corrente alternada em confronto com a corrente contínua repousa
na possibilidade de se obter, a partir da primeira, qualquer tensão elétrica desejada, quase sem perdas, por
meio dos transformadores. Ordinariamente, no local de utilização, se necessita baixas tensões que não são
perigosas para o organismo humano (é comum o emprego de tensões de 120 volts e 220 volts).
Por outro lado, o transporte da energia elétrica desde o local de sua geração até o de sua
utilização, convém que seja efetuado sob tensões mais altas possíveis (220 0 V ou mesmo 380 0 V).
Porém, ao funcionamento mais econômico das máquinas que produzem a energia elétrica corresponde
uma tensão média de alguns milhares de volts. Portanto, em toda rede de distribuição existe sempre a
necessidade de transformar a tensão elétrica.
O transformador ideal
Um transformador ideal é aquele em que o acoplamento entre suas bobinas é perfeito, ou seja,
todas concatenam, ou “abraçam”, o mesmo fluxo, o que vale dizer que não há dispersão de fluxo. Isso
implica assumir a hipótese de que a permeabilidade magnética do núcleo ferromagnético é alta ou, no
caso ideal, infinita, e o circuito magnético é fechado. Além disso, admite-se que o transformador não
possui perdas de qualquer natureza, seja nos enrolamentos, seja no núcleo.
COMPONENTES CONSTRUTIVOS
Acessórios complementares
a) Tanque: serve de invólucro da parte ativa e do líquido isolante. Nele encontramos os suportes
para fixação em postes, ganchos e olhais de suspensão, tampa de inspeção, conector de aterramento, fios
de passagem das buchas, placa de identificação, radiadores, dispositivos de drenagem e amostragem do
líquido isolante, visor de nível do óleo, etc.
Tanque de um transformador
b) Buchas: são dispositivos que permitem a passagem dos condutores constituintes dos
enrolamentos para o meio externo (redes elétricas). São constituídos de corpo isolante (porcelana),
condutor passante (cobre ou latão), terminal (bronze ou latão) e vedações (borracha e papelão).
Buchas
c) Radiadores: O calor gerado na parte ativa se propaga pelo óleo, sendo dissipado na tampa e
laterais do tanque. Em casos especiais (potência elevada e ventilação insuficiente) os transformadores são
munidos de radiadores, que aumentam a área de dissipação, ou adaptados com ventilação forçada.
Radiador
Comutador
e) Placa de identificação: Construída em alumínio ou aço inoxidável, onde constam todas as
informações construtivas resumidas e normatizadas do aparelho. Entre as informações fornecidas pela
placa encontram-se:
numeração da placa;
potência (kVA);
diagramas de ligações;
diagrama fasorial;
Para o transporte da energia até os pontos de utilização, não bastam fios e postes, toda a rede de
distribuição depende dos transformadores, que elevam a tensão, ora a rebaixam. Nesse sobe e desce, eles
resolvem não só um problema econômico, reduzindo os custos da transmissão à distância de energia,
como melhoram a eficiência do processo.
Antes de mais nada, os geradores que produzem energia precisam alimentar a rede de transmissão e
distribuição com um valor de tensão adequado, tendo em vista seu melhor rendimento. Esse valor
depende das características do próprio gerador, enquanto a tensão que alimenta os aparelhos
consumidores, por razões de construção e, sobretudo, de segurança, tem valor baixo, nos limites de
algumas centenas de volts (em geral, 110 V ou 220 V).
Existe uma outra classe de transformadores, igualmente indispensáveis, de potência baixa, eles
estão presentes na maioria dos aparelhos elétricos e eletrônicos encontrados normalmente em casa, tais
como, por exemplo, computador, aparelho de som e televisor. Cabe-lhes abaixar ou aumentar a tensão da
rede doméstica, de forma a alimentar convenientemente os vários circuitos elétricos que compõem
aqueles aparelhos.
A figura 1 descreve de uma forma simples o funcionamento da distribuição de energia desde a sua
geração até o consumidor, onde inicialmente a energia é gerada pelo gerador, passando a energia para um
transformador de potência, que eleva a tensão para posteriormente ser levado até os transformadores de
distribuição através das linhas de transmissão.
Após chegar aos transformadores de distribuição os quais estes normalmente situados nas cidades,
à tensão é rebaixada, a nível dos equipamentos eletrodomésticos, ou que utilizem energia elétrica.
Graças às técnicas com que são fabricados, os transformadores modernos apresentam grande
eficiência, permitindo transferir ao secundário cerca de 100% da energia aplicada no primário. As perdas
- transformação de energia elétrica em calor - são devidas principalmente à histerese, às correntes
parasitas e perdas no cobre.
1. Perdas no cobre. Resultam da resistência dos fios de cobre nas espiras primárias e secundárias.
As perdas pela resistência do cobre são perdas sob a forma de calor e não podem ser evitadas.
3. Perdas por correntes parasitas. Quando uma massa de metal condutor se desloca num campo
magnético, ou é sujeita a um fluxo magnético móvel, circulam nela correntes induzidas. Essas correntes
produzem calor devido às perdas na resistência do ferro.
Todo esse calor gerado pelas perdas, é refrigerado pelo óleo dielétrico o qual todo o núcleo do
transformador é submerso, sendo assim esse óleo aliado ao aquecimento, acaba gerando uma corrente de
convecção dentro do transformador. Onde o óleo mais que acaba esquentando fica menos denso e sobe.
Após passar pelos radiadores ele resfria, aumentando sua densidade, e assim se mantém a refrigeração do
transformador, a figura abaixo mostra o esquema da refrigeração natural.
Aspectos Construtivos dos Transformadores de Potência
Na parte ativa, os enrolamentos de baixa tensão ficam enrolados por baixo dos de alta tensão. Os
condutores são geralmente de cobre, e muito raramente de alumínio e possuem seção reta retangular para
facilitar a sua disposição no núcleo. A isolação dos condutores é feita com material isolante à base de
celulose, um papel isolante, que tem suas características isolantes melhoradas quando as fibras de
celulose são impregnadas com o óleo isolante. A parte ativa também é comprimida pelo disco de
compressão a fim de evitar uma possível movimentação vertical.
Os espaçamentos entre as camadas de condutores permitem a circulação do fluido para que este
possa retirar o calor gerado pelo enrolamento. A função dos espaçadores, então, é manter este caminho de
circulação e assegurar a rigidez mecânica do conjunto do enrolamento. Os espaçadores são feitos de
cartão prensado ou de madeira seca.
TENSÃO DE CURTO-CIRCUITO
É o valor da tensão que se deve aplicar nos enrolamentos de AT para se obter nos enrolamentos
de BT, curto-circuitados, a corrente nominal (In) de funcionamento a plena carga do transformador.
REFERENCIAS BIBLIOGRAFICAS
http://engenha.blogspot.com.br/2011/01/historia-do-transformador.html
http://minerva.ufpel.edu.br/~egcneves/biblioteca/caderno_elet/cap_08.pdf
file:///C:/Users/Isa/Downloads/Transformadores-WalterRies.pdf