Isadora Faria Jaqueline Costa Extensão Possui 58,5 km de extensão, vai de São Paulo a São Vicente (litoral), ligando assim o alto planalto da cidade de São Paulo ao mar. Possui 44 viadutos, 7 pontes e 18 tuneis. Primeiramente foi criada a pista na direção litoral/São Paulo inaugurada em 1974. A segunda pista direcionando o tráfego na direção oposta foi inaugurada em 2002, sendo mais moderna que a anterior. Importância Foi criada para ser um corredor de exportação entre o maior complexo industrial e o maior porto da América Latina. O desafogamento de outras pistas feitas para escoamento em direção ao litoral, foi um fator de importância na construção da rodovia. Serviu como ligação econômica entre o planalto paulista e o litoral. Desafio ecológico. Traçado original Começa no alto da serra, até a altura do rio pilões. Depois observa-se uma curta inflexão para contornar o vale desse rio. O traçado retoma seu sentido nordeste, na margem esquerda do rio Cubatão, até alcançar a Via Anchieta, junto do entroncamento com a Rodovia Pedro Taques. Por último, segue rumo ao litoral. Mudança no traçado Na sua construção, ocorreu uma inflexão a sudeste aproximadamente a 3 km do rio pilões, cruzando o Rio Cubatão e atingindo a Rodovia Pedro Taques bem mais distante da Via Anchieta. Isso ocorreu devido a presença de corpos de Tálus na serra, que apresentam como característica uma inevitável movimentação do terreno. O que são tálus? São depósitos de rochas heterogêneas não consolidadas de material incoerente imersos numa massa de argila e outros minerais de granulometria bem menor do que a da rocha maciça. São tidos como rochas que foram deslocadas de seu terreno, por deslizamentos ou ação da gravidade. Normalmente são angulosos ou arredondados. São instáveis e de difícil contenção uma vez que quando iniciam um movimento a energia desenvolvida é destruidora. Investigações A alteração do traçado da rodovia foi feita em decorrência dos estudos realizados pela SGA. Foram feitas investigações geológicas por meio de mapeamento geológico da superfície, uma vez que as dificuldades de aceso impediram o uso de sondagem e outros métodos de pesquisa geotécnicas. A maior parte da classificação dos corpos de tálus foi feita com base na aerofotogeologia e confirmada pelo mapeamento geológico. A ocorrência de nascentes eram verificadas através da presença de água nos corpos de tálus. Os estudos revelaram a existência de dois extensos corpos de tálus após o Rio Pilões, no sentido descendente da rodovia, o TT1 e o TT2. O traçado original desenvolvia-se sobre o TT1, por cerca de 1,2 km e por 1,6 km sobre o TT2. O TT1 apresentava-se geralmente seco, bem drenado, mostrando-se saturado apenas próximo da superfície. Enquanto o TT2 mostrava-se saturado, com nível de lençol freático próximo a superfície e vários riachos. Análise e Soluções Após estudos mais aprofundados, percebeu-se que o primeiro corpo de tálus, por se apresentar bem drenado não atrapalharia o desenvolvimento da rodovia, mantendo o traçado sobre o TT1. Já o segundo tálus recebeu a indicação de desvio uma vez que foi determinado um caráter saturado do solo. Com isso, foram estudadas pelo DER duas opções para um novo traçado, sendo elas a Variante dos Geólogos, que evitava totalmente o TT2, e a Variante Nova, que propunha um cruzamento de uma pequena extensão da parte inferior do TT2 depositada numa área mais elevada. Foi recomendada a adoção da variante dos geólogos para o trecho final do que viria a ser a Rodovia dos Imigrantes, porém, o DER optou pela adoção da Variante Nova para um melhor desenvolvimento geométrico do traçado. Conclusão Apesar dos poucos recursos na época de construção da primeira pista, a equipe geotécnica se mostrou bastante eficiente uma vez que foram tomadas decisões ousadas mesmo com um conhecimento restrito devido a dificuldade de acesso ao eixo do traçado.