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1) O que é?
2) Transmissão
3) Fisiopatologia
4) Sinais e sintomas
5) Diagnóstico
6) Tratamento
7) Prevenção
8) Artigos em sequência
9) Referências bibliográficas
O que é?
Em 31 de dezembro de 2019, a Organização Mundial da Saúde (OMS) foi alertada sobre vários casos
de pneumonia na cidade de Wuhan, província de Hubei, na República Popular da China. Tratava-se de
uma nova cepa (tipo) de coronavírus que não havia sido identificada antes em seres humanos. Os
coronavírus estão por toda parte. Eles são a segunda principal causa de resfriado comum (após
rinovírus) e, até as últimas décadas, raramente causavam doenças mais graves em humanos do que o
resfriado comum.
Transmissão
Os primeiros casos da covid-19 foram ligados a um mercado de animais vivos em Wuhan, na China,
sugerindo que o vírus tenha sido inicialmente transmitido de animais para os humanos.
A transmissão acontece de uma pessoa doente para outra ou por contato próximo por meio de: toque
do aperto de mão; gotículas de saliva; espirro; tosse; catarro; objetos ou superfícies contaminadas,
como celulares, mesas, maçanetas, brinquedos, teclados de computador etc.
Existe a possibilidade de alguns animais serem infectados pelo contato próximo com seres humanos
infectados. Ainda são necessárias mais evidências para entender se animais podem espalhar a doença.
Com base nas evidências atuais, a transmissão de humano para humano continua sendo o principal
fator.
Fisiopatologia
1) O coronavírus é um vírus respiratório que entra no organismo através das mucosas da boca, do
nariz ou dos olhos.
2) Infecta, em primeiro lugar, as fossas nasais e a garganta. A maioria dos infectados sofre
sintomas leves de tosse seca, febre e cansaço.
3) No entanto, aproximadamente um em cada seis desenvolve uma doença grave e tem problemas
para respirar. Isso ocorre quando o vírus ultrapassa o canal brônquico e chega aos pulmões,
causando uma pneumonia. Os bronquíolos e alvéolos do paciente responderam com uma
inflamação maciça.
4) Essa inflamação dificulta a função dos alvéolos, a de fornecer oxigênio para o sangue e eliminar
o dióxido de carbono, o que pode fazer com que entrem em colapso e, com isso, reduzir o envio
de oxigênio para o sangue.
5) Se a inflamação é exacerbada, os pulmões podem se encher de líquido e células mortas. Nos
piores casos, os pulmões se enchem de tanto líquido que o suporte respiratório não é suficiente
e o paciente morre.
No entanto, as doenças pulmonares não são as únicas que o novo coronavírus pode provocar:
● Coração: o coronavírus pode afetar o coração de duas maneiras. Por um lado, quando os
tecidos pulmonares inflamam, são liberadas citocinas, que chegam ao coração através da
corrente sanguínea. Uma vez no coração, podem afetar o miocárdio, causando miocardite, ou
afetar as artérias coronárias, desestabilizando as placas de ateroma e provocando um infarto.
Por outro lado, a inflamação do pulmão faz com que piore sua função de oxigenação. Para
compensar isso, o coração bombeia mais rápido. Ocorre então um estresse que o danifica.
● Rim: tem os mesmos receptores que os pulmões para o coronavírus. Portanto, o SARS-CoV-2
causa uma infecção com dois efeitos: danos no órgão e inflamação em seu sistema de filtragem.
Nos dois casos, o resultado é uma insuficiência renal.
● Fígado: os especialistas acreditam que as pessoas com Covid-19 podem sofrer uma lesão
hepática como consequência do vírus, da falta de oxigênio ou dos medicamentos utilizados para
o tratamento.
● Reto: há evidências de que o vírus pode chegar ao reto, razão pela qual alguns pacientes com
Covid-19 sofreram diarreia.
Sinais e sintomas
Pessoas com a covid-19 podem ter poucos ou nenhum sintoma, embora algumas adoeçam gravemente
e morram. Os sintomas podem ser febre, tosse, falta de ar ou dificuldade em respirar, calafrios ou
agitação repetida com calafrios, dor muscular, cefaleia, dor de garganta, perda recente de olfato ou
paladar
O tempo de incubação varia de 2 a 14 dias após a exposição ao vírus. O risco de doença grave e morte
nos casos de COVID-19 aumenta com a idade e em pessoas com outros problemas médicos graves,
como doenças cardíacas ou pulmonares ou diabetes. Os achados laboratoriais para pacientes com
doença mais grave incluem linfopenia e achados de imagem torácica compatíveis com pneumonia.
Diagnóstico
O diagnóstico da COVID-19 é realizado primeiramente pelo profissional de saúde que deve avaliar a
presença de critérios clínicos:
● Pessoa com quadro respiratório agudo, caracterizado por sensação febril ou febre, que pode ou
não estar presente na hora da consulta (podendo ser relatada ao profissional de saúde),
acompanhada de tosse ou dor de garganta ou coriza ou dificuldade respiratória, o que é
chamado de Síndrome Gripal.
● Pessoa com desconforto respiratório/dificuldade para respirar ou pressão persistente no tórax ou
saturação de oxigênio menor do que 95% em ar ambiente ou coloração azulada dos lábios ou
rosto, o que é chamado de Síndrome Respiratória Aguda Grave
Caso o paciente apresente os sintomas, o profissional de saúde poderá solicitar exame laboratoriais:
● De biologia molecular (RT-PCR em tempo real) que diagnostica tanto a COVID-19, a Influenza
ou a presença de Vírus Sincicial Respiratório (VSR).
● Imunológico (teste rápido) que detecta, ou não, a presença de anticorpos em amostras coletadas
somente após o sétimo dia de início dos sintomas.
● Resultados de exames positivos devem ser notificados aos departamentos de saúde locais e
estaduais, e os pacientes necessitam de isolamento rigoroso em casa ou em uma unidade de
saúde.
Tratamento
Prevenção
● Lave com frequência as mãos até a altura dos punhos, com água e sabão, ou então higienize
com álcool em gel 70%.
● Ao tossir ou espirrar, cubra nariz e boca com lenço ou com o braço, e não com as mãos.
● Evite tocar olhos, nariz e boca com as mãos não lavadas.
● Ao tocar, lave sempre as mãos como já indicado.
● Mantenha uma distância mínima de cerca de 2 metros de qualquer pessoa tossindo ou
espirrando.
● Evite abraços, beijos e apertos de mãos. Adote um comportamento amigável sem contato físico,
mas sempre com um sorriso no rosto.
● Higienize com frequência o celular e os brinquedos das crianças.
● Não compartilhe objetos de uso pessoal, como talheres, toalhas, pratos e copos.
● Mantenha os ambientes limpos e bem ventilados.
● Evite circulação desnecessária nas ruas, estádios, teatros, shoppings, shows, cinemas e igrejas.
Se puder, fique em casa.
● Se estiver doente, evite contato físico com outras pessoas, principalmente idosos e doentes
crônicos, e fique em casa até melhorar.
● Durma bem e tenha uma alimentação saudável.
● Utilize máscaras caseiras ou artesanais feitas de tecido em situações de saída de sua
residência.
Artigos em sequência
TEXTO 1: guia clínico para adultos com suspeita ou confirmação de COVID-19 na Bélgica
O texto é um protocolo de manejo terapêutico para pacientes com suspeita de COVID-19 na Bélgica.
Ele faz uma revisão dos tratamentos que tem sido usados recentemente. Está centralizado nas
seguintes abordagens:
2) As atuais recomendações terapêuticas para cada categoria de pacientes com COVID-19, suas
indicações e precauções:
Não há comprovações por estudo de que grávidas estão mais suscetíveis à infecção, e nem que haja
transmissão vertical da doença. Nenhum vírus foi isolado na placenta, líquido amniótico ou leite
materno. Os nascimentos de cesareana são mais propícios a passar a infecção ao neonato. As mães
podem amamentar normalmente, desde que tomem as devidas precauções.
Evidências mostram que COVID-19 está associada com riscos de doenças tromboembólicas, e a
tromboembolia pulmonar oferece riscos de vida. Não há benefícios comprovados de uso de
anticoagulantes para tratar COVID-19. É necessário monitorar com cuidado os pacientes internados
com COVID-19 e que fazem uso de medicamentos anticoagulantes.
TEXTO 2: Por que a COVID-19 está causando derrames em pacientes novos e pessoas de
meia-idade?
Muito tem se falado dos efeitos cardíacos, imunológicos e pulmonares da doença. Porém, alterações na
cascata de coagulação e formação de coágulos também podem ser indícios de infecção pelo
SARS-CoV-2. Este problema pode acarretar em derrames graves nos pacientes afetados, pois podem
comprometer a circulação sanguínea, gerar isquemia, e acidentes vasculares por todo o corpo, incluindo
amputações de membros e o AVC.
As pessoas, com medo de se infectarem nas unidades de saúde, estão negligenciando os sintomas de
derrame e ficando em casa. Porém, isso não deve ser feito. Até porque, sintomas de derrame também
podem ser indícios de infecção por SARS-CoV-2. Pesquisas mostram, inclusive, que pacientes com
este quadro clínico internados com a doença não sentiram os efeitos clássicos da COVID-19, mas
tiveram problemas de coagulação.
Mecanismo de ação - Por que a COVID-19 causa derrame? A hipóxia e a inflamação secundária são
efeitos diretos do vírus, e são também as vias para os problemas subsequentes. Os vasos sanguíneos
são afetados e podem ocorrer distúrbios de coagulação ou sangramentos. A inflamação nas paredes
dos vasos podem estar influenciando nos processos de trombose e formação de coágulos sanguíneos.
O vírus tem tido preferência por vasos de calibres maiores, e no caso dos vasos cerebrais, as artérias
mais afetadas são as a.cerebral anterior e a.cerebral média. Oclusões nesses dois vasos geram
sequelas graves, que acarretam em problemas de movimento, respiração e atividade cerebral.
Sintomas: déficit sensorial e motor, dificuldades de linguagem, perda de visão parcial e problemas de
equilíbrio.
Drogas ativadoras do plasminogênio tecidual são o tratamento de primeira linha para esses problemas.
O cateter também pode salvar vidas, quando inserido para remover o coágulo. O risco de sequelas é
menor se o tratamento for feito até 6 horas do início dos sintomas.
Foram feitas autópsias em vítimas fatais do COVID-19 em pacientes alemães, e a pesquisa revela que
todos eles morreram por complicações pulmonares ou vasculares. Os pulmões autopsiados tinham o
dobro de peso de um pulmão normal.
Isto reforça a importância de eventos trombóticos como elementos para se estudar a doença. Não é
apenas a síndrome pulmonar. É uma disfunção sistêmica, envolvendo múltiplos órgãos, que se
manifesta sob efeitos arteriais e trombóticos. O reconhecimento desses eventos ajuda a entender
porque alguns pacientes apresentam melhora, e depois morrem subitamente.
É necessário pensar sobre como, quem e quando poderá ser utilizada a terapia com anticoagulantes, e
homogeneizar esses procedimentos e cuidados de suporte, pois ainda não há diretrizes bem
estabelecidas.
O artigo demonstra o quanto os estudos ainda são recentes e poucos sobre o tema, e confirma o quanto
os eventos tromboembólicos estão ligados à COVID-19. O artigo também propõe pensar questões
inerentes à profilaxia e a terapêutica com anticoagulantes para os casos da doença.
Casos clínicos demonstram que a COVID-19 também pode apresentar manifestações clínicas
dermatológicas, o que abre ainda mais as possibilidades de diagnóstico fora dos sinais e sintomas
clássicos. Porém, a relação entre lesões cutâneas e COVID-19 ainda é nova e precisa ser melhor
elucidada.
Sinais e sintomas: cerca de 20% dos pacientes apresentaram manifestações dermatológicas, que
incluem rash eritematoso,urticária. As lesões foram mais no tronco. Em alguns casos, o prurido foi
pequeno e as lesões sumiram em poucos dias. Não há correlação entre as lesões e a gravidade da
doença.
Causa: fatores imunológicos podem contribuir para a patogênese dessas manifestações. A COVID-19
leva à rápida ativação das células do sistema imunológico inato. A circulação de neutrófilos fica alta, e a
infecção induz linfocitopenia, e afeta o conjunto de células T (efetora, de memória e reguladora) e os
linfócitos TCD4+. Os níveis de citocinas pró-inflamatórias aumentam( TNF, IL-1β, IL-6, IL-8, G-CSF, and
GM-CSF), e as quimiocinas (MCP1, IP10, and MIP1α) também ficam elevadas. Isso tudo influencia em
reações inflamatórias e por consequência, a pele reflete esses efeitos.
Desafios para os dermatologistas: os sinais na pele são específicos para serem considerados como
sintomas da doença? Estes sinais são importantes para ações de manejo clínico dos pacientes? Os
sinais contam algo sobre a patofisiologia da doença? Há outras explicações plausíveis para a
manifestação de lesões de pele nesses pacientes?
Esse artigo fala sobre o histórico da doença, a etiologia, a patofisiologia, os sinais e sintomas, os
diagnósticos, o tratamento, a profilaxia e o manejo clínico dos pacientes, e dá um panorama geral de
tudo o que está sendo discutido nas mídias atuais.
Referências bibliográficas
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