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NR 35
Trabalho
Altura
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1. Introdução:
O desenvolvimento de trabalhos em locais de risco em que o trabalhador pode sofrer queda e
com isto, causar sérios danos à saúde ou causar a própria morte, requer implantação de procedimentos
determinando medidas de segurança para evitar que esses trabalhadores se acidentem.
As estatísticas de acidentes do trabalho retratam uma monstruosa e alarmante situação que só
depende de nós para revertermos esse quadro.
Sabe-se que aproximadamente 50% dos acidentes na construção civil estão relacionados aos
trabalhos realizados em diferença entre níveis ou com o trabalhador executa suas atividades a alturas
acima de 2,00 metros do piso.
As atividades são inúmeras, entre elas: Manutenção e/ou em fachadas, Manutenção de instalação
elétrica em postes com ou sem iluminação, Manutenção e limpeza de reservatórios elevados,
manutenção e instalação elétrica em torres de transmissão ou torres de comunicação, cortes e podas de
árvores, atividades em obras na Construção civil, para acessar um local ou máquinas e equipamentos,
construção e manutenção de telhados, acima do nível do piso ou quando o trabalhador necessita acessar
locais subterrâneos (Espaços Confinados).
As causas estão relacionadas com ausência de informação, ausência de treinamentos, ausência
de EPI ou EPC, além das condições de saúde não satisfatórias para que as pessoas executem suas funções e
atividades.
bem como das Normas internacionais Americanas (NFPA) e Européias (CE), que tratam das condições de
segurança no trabalho em altura.
35.2. Responsabilidades
35.2.1 Cabe ao empregador:
a) garantir a implementação das medidas de proteção estabelecidas nesta Norma;
b) assegurar a realização da Análise de Risco - AR e, quando aplicável, a emissão da Permissão de Trabalho
- PT;
c) desenvolver procedimento operacional para as atividades rotineiras de trabalho em altura;
d) assegurar a realização de avaliação prévia das condições no local do trabalho em altura, pelo estudo,
planejamento e implementação das ações e das medidas complementares de segurança aplicáveis;
e) adotar as providências necessárias para acompanhar o cumprimento das medidas de proteção
estabelecidas nesta Norma pelas empresas contratadas;
f) garantir aos trabalhadores informações atualizadas sobre os riscos e as medidas de controle;
g) garantir que qualquer trabalho em altura só se inicie depois de adotadas as medidas de proteção definidas
nesta Norma;
h) assegurar a suspensão dos trabalhos em altura quando verificar situação ou condição de risco não
prevista, cuja eliminação ou neutralização imediata não seja possível;
i) estabelecer uma sistemática de autorização dos trabalhadores para trabalho em altura;
j) assegurar que todo trabalho em altura seja realizado sob supervisão, cuja forma será definida pela análise
de riscos de acordo com as peculiaridades da atividade;
k) assegurar a organização e o arquivamento da documentação prevista nesta Norma.
35.3.3 O empregador deve realizar treinamento periódico bienal e sempre que ocorrer quaisquer das seguintes
situações:
a) mudança nos procedimentos, condições ou operações de trabalho;
b) evento que indique a necessidade de novo treinamento;
c) retorno de afastamento ao trabalho por período superior a noventa dias;
d) mudança de empresa.
35.3.3.1 O treinamento periódico bienal deve ter carga horária mínima de oito horas, conforme conteúdo programático
definido pelo empregador.
35.3.3.2 Nos casos previstos nas alíneas "a", "b", "c" e "d", a carga horária e o conteúdo programático devem atender a
situação que o motivou.
35.3.4 Os treinamentos inicial, periódico e eventual para trabalho em altura podem ser ministrados em conjunto com
outros treinamentos da empresa.
35.3.5 A capacitação deve ser realizada preferencialmente durante o horário normal de trabalho.
35.3.5.1 O tempo despendido na capacitação deve ser computado como tempo de trabalho efetivo.
35.3.6 O treinamento deve ser ministrado por instrutores com comprovada proficiência no assunto, sob a
responsabilidade de profissional qualificado em segurança no trabalho.
35.3.7 Ao término do treinamento deve ser emitido certificado contendo o nome do trabalhador, conteúdo
programático, carga horária, data, local de realização do treinamento, nome e qualificação dos instrutores e assinatura
do responsável.
35.3.7.1 O certificado deve ser entregue ao trabalhador e uma cópia arquivada na empresa.
35.3.8 A capacitação deve ser consignada no registro do empregado.
35.4. Planejamento, Organização e Execução 35.4.1 Todo trabalho em altura deve ser planejado, organizado e
executado por trabalhador capacitado e autorizado.
35.4.1.1 Considera-se trabalhador autorizado para trabalho em altura aquele capacitado, cujo estado de saúde foi
avaliado, tendo sido considerado apto para executar essa atividade e que possua anuência formal da empresa.
35.4.1.2 Cabe ao empregador avaliar o estado de saúde dos trabalhadores que exercem atividades em altura,
garantindo que:
a) os exames e a sistemática de avaliação sejam partes integrantes do Programa de Controle Médico de Saúde
Ocupacional - PCMSO, devendo estar nele consignados;
b) a avaliação seja efetuada periodicamente, considerando os riscos envolvidos em cada situação;
c) seja realizado exame médico voltado às patologias que poderão originar mal súbito e queda de altura,
considerando também os fatores psicossociais.
35.4.1.2.1 A aptidão para trabalho em altura deve ser consignada no atestado de saúde ocupacional do trabalhador.
35.4.1.3 A empresa deve manter cadastro atualizado que permita conhecer a abrangência da autorização de cada
trabalhador para trabalho em altura.
35.4.2 No planejamento do trabalho devem ser adotadas, de acordo com a seguinte hierarquia:
a) medidas para evitar o trabalho em altura, sempre que existir meio alternativo de execução;
b) medidas que eliminem o risco de queda dos trabalhadores, na impossibilidade de execução do trabalho de outra
forma;
c) medidas que minimizem as consequências da queda, quando o risco de queda não puder ser eliminado.
35.4.3 Todo trabalho em altura deve ser realizado sob supervisão, cuja forma será definida pela análise de risco de
acordo com as peculiaridades da atividade.
35.4.4 A execução do serviço deve considerar as influências externas que possam alterar as condições do local de
trabalho já previstas na análise de risco.
35.4.5 Todo trabalho em altura deve ser precedido de Análise de Risco.
35.4.5.1 A Análise de Risco deve, além dos riscos inerentes ao trabalho em altura, considerar:
a) o local em que os serviços serão executados e seu entorno;
b) o isolamento e a sinalização no entorno da área de trabalho;
c) o estabelecimento dos sistemas e pontos de ancoragem;
d) as condições meteorológicas adversas;
e) a seleção, inspeção, forma de utilização e limitação de uso dos sistemas de proteção coletiva e individual, atendendo
às normas técnicas vigentes, às orientações dos fabricantes e aos princípios da redução do impacto e dos fatores de
queda;
f) o risco de queda de materiais e ferramentas;
g) os trabalhos simultâneos que apresentem riscos específicos;
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h) o atendimento aos requisitos de segurança e saúde contidos nas demais normas regulamentadoras;
i) os riscos adicionais;
j) as condições impeditivas;
k) as situações de emergência e o planejamento do resgate e primeiros socorros, de forma a reduzir o tempo da
suspensão inerte do trabalhador;
l) a necessidade de sistema de comunicação;
m) a forma de supervisão.
35.4.6 Para atividades rotineiras de trabalho em altura a análise de risco pode estar contemplada no respectivo
procedimento operacional.
35.4.6.1 Os procedimentos operacionais para as atividades rotineiras de trabalho em altura devem conter, no mínimo:
a) as diretrizes e requisitos da tarefa;
b) as orientações administrativas;
c) o detalhamento da tarefa;
d) as medidas de controle dos riscos características à rotina;
e) as condições impeditivas;
f) os sistemas de proteção coletiva e individual necessários;
g) as competências e responsabilidades.
35.4.7 As atividades de trabalho em altura não rotineiras
devem ser previamente autorizadas mediante Permissão de Trabalho.
35.4.7.1 Para as atividades não rotineiras as medidas de controle devem ser evidenciadas na Análise de Risco e na
Permissão de Trabalho.
35.4.8 A Permissão de Trabalho deve ser emitida, aprovada pelo responsável pela autorização da permissão,
disponibilizada no local de execução da atividade e, ao final, encerrada e arquivada de forma a permitir sua
rastreabilidade.
35.4.8.1 A Permissão de Trabalho deve conter:
a) os requisitos mínimos a serem atendidos para a execução dos trabalhos;
b) as disposições e medidas estabelecidas na Análise de Risco;
c) a relação de todos os envolvidos e suas autorizações.
35.4.8.2 A Permissão de Trabalho deve ter validade limitada à duração da atividade, restrita ao turno de trabalho,
podendo ser revalidada pelo responsável pela aprovação nas situações em que não ocorram mudanças nas condições
estabelecidas ou na equipe de trabalho.
35.5. Equipamentos de Proteção Individual, Acessórios e Sistemas de Ancoragem
35.5.1 Os Equipamentos de Proteção Individual - EPI, acessórios e sistemas de ancoragem devem ser especificados e
selecionados considerando-se a sua eficiência, o conforto, a carga aplicada aos mesmos e o respectivo fator de
segurança, em caso de eventual queda.
35.5.1.1 Na seleção dos EPI devem ser considerados, além dos riscos a que o trabalhador está exposto, os riscos
adicionais.
35.5.2 Na aquisição e periodicamente devem ser efetuadas inspeções dos EPI, acessórios e sistemas de ancoragem,
destinados à proteção de queda de altura, recusando-se os que apresentem defeitos ou deformações.
35.5.2.1 Antes do início dos trabalhos deve ser efetuada inspeção rotineira de todos os EPI, acessórios e sistemas de
ancoragem.
35.5.2.2 Deve ser registrado o resultado das inspeções:
a)na aquisição;
b)periódicas e rotineiras quando os EPI, acessórios e sistemas de ancoragem forem recusados.
35.5.2.3 Os EPI, acessórios e sistemas de ancoragem que apresentarem defeitos, degradação, deformações ou sofrerem
impactos de queda devem ser inutilizados e descartados, exceto quando sua restauração for prevista em normas
técnicas nacionais ou, na sua ausência, normas internacionais.
35.5.3 O cinto de segurança deve ser do tipo paraquedista e dotado de dispositivo para conexão em sistema de
ancoragem.
35.5.3.1 O sistema de ancoragem deve ser estabelecido pela Análise de Risco.
35.5.3.2 O trabalhador deve permanecer conectado ao sistema de ancoragem durante todo o período de exposição ao
risco de queda.
35.5.3.3 O talabarte e o dispositivo trava - quedas devem estar fixados acima do nível da cintura do trabalhador,
ajustados de modo a restringir a altura de queda e assegurar que, em caso de ocorrência, minimize as chances do
trabalhador colidir com estrutura inferior.
35.5.3.4 É obrigatório o uso de absorvedor de energia nas seguintes situações:
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Glossário:
Absorvedor de energia: dispositivo destinado a reduzir o impacto transmitido ao corpo do trabalhador e sistema de
segurança durante a contenção da queda.
Análise de Risco - AR: avaliação dos riscos potenciais, suas causas, consequências e medidas de controle.
Atividades rotineiras: atividades habituais, independente da freqüência, que fazem parte do processo de trabalho da
empresa.
Cinto de segurança tipo para - quedista: Equipamento de Proteção Individual utilizado para trabalhos em altura onde
haja risco de queda, constituído de sustentação na parte inferior do peitoral, acima dos ombros e envolto nas coxas.
Condições impeditivas: situações que impedem a realização ou continuidade do serviço que possam colocar em risco a
saúde ou a integridade física do trabalhador.
Fator de queda: razão entre a distância que o trabalhador percorreria na queda e o comprimento do equipamento que
irá detêlo.
Influências Externas: variáveis que devem ser consideradas na definição e seleção das medidas de proteção, para
segurança das pessoas, cujo controle não é possível implementar de forma antecipada.
Permissão de Trabalho - PT: documento escrito contendo conjunto de medidas de controle visando o desenvolvimento
de trabalho seguro, além de medidas de emergência e resgate.
Ponto de ancoragem: ponto destinado a suportar carga de pessoas para a conexão de dispositivos de segurança, tais
como cordas, cabos de aço, trava-queda e talabartes.
Profissional legalmente habilitado: trabalhador previamente qualificado e com registro no competente conselho de
classe.
Riscos adicionais: todos os demais grupos ou fatores de risco, além dos existentes no trabalho em altura, específicos
de cada ambiente ou atividade que, direta ou indiretamente, possam afetar a segurança e a saúde no trabalho.
Sistemas de ancoragem: componentes definitivos ou temporários, dimensionados para suportar impactos de queda, aos
quais o trabalhador possa conectar seu Equipamento de Proteção Individual, diretamente ou através de outro
dispositivo, de modo a que permaneça conectado em caso de perda de equilíbrio, desfalecimento ou queda
Suspensão inerte: situação em que um trabalhador permanece suspenso pelo sistema de segurança, até o momento do
socorro.
Talabarte: dispositivo de conexão de um sistema de segurança, regulável ou não, para sustentar, posicionar e/ou
limitar a movimentação do trabalhador.
Trabalhador qualificado: trabalhador que comprove conclusão de curso específico para sua atividade em instituição
reconhecida pelo sistema oficial de ensino.
Trava-queda: dispositivo de segurança para proteção do usuário contra quedas em operações com movimentação
vertical ou horizontal, quando conectado com cinturão de segurança para proteção contra quedas.
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2. Legislação complementar
2.1 Constituição Federal:
Art. 7º - São direitos dos trabalhadores urbanos e rurais, além de outros que visem à melhoria de sua
condição social:
XXII - redução dos riscos inerentes ao trabalho, por meio de normas de saúde, higiene e
segurança
XXVIII – Seguro contra acidentes de trabalho, a cargo do empregador, sem excluir a
indenização a que este está obrigado, quando incorrer em dolo ou culpa”.
Legislação Trabalhista:
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Cadeira Suspensa:
18.15.49. Em quaisquer atividades em que não seja possível a instalação de andaimes, é permitida a utilização de
cadeira suspensa (balancim individual).
18.15.50. A sustentação da cadeira suspensa deve ser feita por meio de cabo de aço ou cabo de fibra sintética.
18.15.51. A cadeira suspensa deve dispor de:
a) sistema dotado com dispositivo de subida e descida com dupla trava de segurança, quando a sustentação for
através de cabo de aço.
b) sistema dotado com dispositivo de descida com dupla trava de segurança, quando a sustentação for por meio de
cabo de fibra sintética.
c) requisitos mínimos de conforto previstos na NR 17 – Ergonomia.
d) sistema de fixação do trabalhador por meio de cinto.
18.15.52. O trabalhador deve utilizar cinto de segurança tipo para - quedista, ligado ao trava quedas em cabo guia
independente.
18.15.53. A cadeira suspensa deve apresentar na sua estrutura, em caracteres indeléveis e bem visíveis, a razão
social do fabricante e o número de registro respectivo no Cadastro Nacional de Pessoa Jurídica – CNPJ.
18.15.54. É proibida a improvisação de cadeira suspensa.
18.15.55. O sistema de fixação da cadeira suspensa deve ser independente do cabo-guia do trava - quedas.
18.23.3.1 O cinto de segurança deve ser dotado de dispositivo trava-quedas e estar ligado a cabo de segurança
independente da estrutura do andaime.
18.23.4. Os cintos de segurança tipo abdominal e tipo para - quedista devem possuir argolas e mosquetões de aço
forjado, ilhoses de material não - ferroso e fivela de aço forjado ou material de resistência e durabilidade
equivalentes.
Luvas de Resgate
Capacete Montana
Certificação: CA Certificação: CA
Material das fitas: Poliéster Material das fitas: Poliéster
Material do casco: Polipropileno de Alto Impacto Material do casco: Polipropileno de Alto Impa
Suporte da lanterna: Ferro com pintura Epóxi Suporte da lanterna: Ferro com pintura Epóxi
Equipamentos:
Qualquer sistema de segurança implica no uso correto de um determinado conjunto de equipamentos. É
muito importante que todos os usuários tenham familiaridade com os equipamentos utilizados, suas
características, aplicação e limitações.
Os equipamentos utilizados na montagem de sistemas de segurança podem ser classificados em metálicos e não
metálicos.
Metálicos:
Os equipamentos metálicos, em seu conjunto, definem uma série de procedimentos, cuidados e
manutenções, cuidados e manutenções. Nenhum equipamento metálico deve ser submetido a impactos
severos, pois estes impactos podem causar micro fissuras no metal, coisa impossível de detectar a olho nu, mas
suficientemente grave para comprometer a resistência do equipamento. Em caso de quedas
consideráveis o equipamento deverá ser retirado de circulação.
Todo equipamento, metálico ou não, que tenha sido submetido a contaminação por agentes químicos
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(cimento, gasolina, ácido) ou físicos (areia, barro), deve ser cuidadosamente lavado após o uso e
lubrificado, quando necessário.
Atenção para o tipo de contaminação química, pois esta pode danificar o equipamento a ponto de inutilizálo, mesmo
quando não há dano aparente. Quando houver dúvidas a respeito, consulte o fabricante ou importador do
equipamento.
Na armazenagem deve-se também levar em conta o perigo de contaminação por agentes químicos ou
físicos.
Nenhum equipamento deve ser lavado com produtos abrasivos.
Finalmente, devemos lembrar que alguns equipamentos, apesar de possuírem partes Metálicas, também
são compostos por partes de tecido sintético. Nestes casos, cada parte do equipamento deverá receber
cuidados específicos, relativos à limpeza, manutenção e armazenagem.
Trava - quedas:
Equipamento projetado para deter a queda do usuário, com modelos para cordas e para cabos de aço. O
modelo mais comum é fabricado em aço, composto de um mecanismo de travamento e uma extensão com
fita, corrente ou corda de náilon, com 30 cm de comprimento máximo e um conector na extremidade para engate no
cinturão tipo para - quedista. Este modelo permite livre movimento em uma corda vertical, tanto na subida como na
descida. No caso de queda de usuário, o equipamento trava, interrompendo a queda. É indicado para a proteção de
usuários em movimentação vertical, ou trabalhos em altura.
Conectores:
São elos metálicos conhecidos como “mosquetões”, providos de um sistema de travamento simples, duplo ou triplo.
São utilizados em diferentes situações para unir o trabalhador aos pontos de ancoragem através de um talabarte.
São igualmente aplicados na montagem das ancoragens e podem ser fabricados em aço ou alumínio com diferentes
formatos e tamanhos.
Com capacidade de carga entre 22kN e 50kN, são versáteis e confiáveis
desde que aplicados de maneira correta, e que tenham certificação nacional
ou internacional (UIAA, CE, etc.). Os mosquetões foram projetados para suportar uma carga unidirecional aplicada
sobre seu eixo principal e tem sua resistência máxima com a trava fechada. Um mosquetão aberto ou carregado
lateralmente tem resistência bastante inferior àquela que será apresentada por um mosquetão usado corretamente.
Por isso, os mosquetões devem ser instalados corretamente, antecipando-se a forma como será solicitado sob
tensão ou dentro de um sistema que deterá a queda. Os cuidados com os mosquetões seguem as recomendações
comuns a todos os equipamentos metálicos e, além disso, devem ser lubrificados com certa regularidade.
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Descensores: São equipamentos que permitem a descida de uma pessoa pela corda de forma controlada. Desta
forma, estes equipamentos podem ser usados para resgate ou para permitir o acesso vertical a determinados locais,
substituindo o balancim.
Em sistemas de resgate, alguns modelos específicos podem ser utilizados para o deslocamento vertical ou obliquo
de vítimas.
ID
A variedade de modelos é muito grande, mas todos funcionam com o mesmo principio: a produção de atrito entre a
corda e a superfície do aparelho, que gera o efeito freio, permitindo ao trabalhador controlar a velocidade de descida.
Blocantes e ascensores:
São equipamentos que permitem o deslocamento unidirecional em uma corda, travando automaticamente quando
solicitados na direção oposta. Podem ser usados em situações de resgate e trabalho.
BLOCANTE DE PEITO
LIFT Ascender Right Black - (mão direita – COR PRETA) Para cordas de até 13mm.
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Polias:
Podem ser utilizadas como parte integrante de um sistema de segurança. A utilização em conjunto com
cordas podem nos proporcionar direcionamento ou sistemas de vantagem mecânica. Deve-se ter em mente que
existem vários tipos de polias, sendo que as mais utilizadas com corda são as de alumínio especial ou de aço
inoxidável.
Não metálicos:
Os equipamentos não metálicos são compostos por fibras sintéticas como a poliamida ( náilon ) com grande
resistência a ruptura, porém somente dois atendem as necessidades de uma corda de segurança:
Poliamida:
São fibras que possuem como principais características a resistência a forças de tração, a forças de impacto e um
alto ponto de fusão.
Devido a estas características é a fibra mais usada na confecção de cordas.
Poliéster:
Fibras com alta resistência mecânica mesmo quando molhadas (a poliamida perde em torno de 10 a 15%), tem boa
resistência à abrasão, um alto ponto de fusão e certa resistência a ácidos e outros produtos químicos.
Normalmente é utilizada para a trama externa das cordas, chamada de capa.
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2 Tipos de cordas:
Dinâmicas:
São cordas de 6 a 8% de elasticidade que absorvem grande parte do impacto de uma queda, ao dissipar a energia
do impacto, poupando o usuário. Seu uso é mais voltado para esportes onde quedas são freqüentes.
Estáticas:
Cordas cuja alma oferece pouca elasticidade (aproximadamente 3%). Esta elasticidade, apesar de pouca, é essencial
para fornecer ao usuário a segurança necessária, pois dentro de determinados limites que deverão ser considerados
na construção do sistema, ela também é eficiente na dissipação de energia em caso de impacto. Pela capacidade
reduzida de absorção de energia que tem este tipo de corda, deve-se evitar um fator de queda 1.
Cuidados e Manutenção:
Tanto a resistência como o tempo de vida útil de uma corda variam conforme o tempo e tipo de uso. A
medida em que a corda é usada, mesmo que de forma adequada, sua resistência inicial diminui. Da mesma forma,
submete-la a condições extremas ou inadequadas de uso compromete a resistência, podendo, inclusive, inutilizá-la.
Além dos cuidados descritos inicialmente, relativos a todo material não metálico, as cordas demandam
cuidadosas inspeções sempre antes de seu uso, especialmente em casos em que a mesma corda é
utilizada por diferentes pessoas. Este procedimento justifica-se pelas questões de segurança envolvidas.
Nestas ocasiões, as cordas deverão se cuidadosamente checadas em todo o seu comprimento, apalpandoa para
verificar qualquer tipo de irregularidade em sua extensão, e visualmente, para verificar danos na capa.
Maca STR “Maca Rigida Longa” “Maca para resgate tipo cesto”
Fitas “tubular”
São fitas “tubular” de poliamida de alta resistência, usadas como elos em sistemas que podem sofrer
impactos. Assim como os mosquetões, estes equipamentos tem inúmeras aplicações, e podem ser encontradas no
mercado em metragem linear ou em anéis costurados.
Fita Anel:
Cintas de Ancoragem:
São utilizados em situações onde é preciso um elemento de ancoragem de grande resistência, fabricadas
com fitas de náilon de alta resistência e anéis forjados em metal nas extremidades. Sua resistência pode
chegar a 35 KN.
Características:
Nós:
Considerando que o equipamento básico para a realização de trabalhos em altura é, antes de mais nada, a corda,
perceberemos a importância e a necessidade de utilização de nós, nas mais diversas situações.
Os nós são utilizados desde a ancoragem da corda, até a substituição de alguns equipamentos em caso de
emergências.
Existe um conjunto de nós especifico para as atividades verticais. As características destes nós, são:
¨ Fácil confecção;
¨ De simples inspeção visual;
¨ Estável sob tensão;
¨ Baixo comprometimento da resistência da corda.
Nó em Oito - Utiliza-se para evitar o desfiamento da ponta de uma corda. Utilizado também por montanhistas para
unir duas cordas (nó em oito duplo).
Nó Corrediço - Serve para fazer uma alça corrediça em uma corda.
Oito Duplo:
Feito pelo meio da corda, ele serve principalmente para rebocar material, encordar um participante ou fixar a corda
em um mosquetão. Esta forma pode ser utilizada no lugar da azelha simples, apresentando a grande vantagem de
ser mais fácil de se desfazer após ser submetido a uma carga elevada ou quando molhado.
Nó em nove: Usado em ancoragens fixas ou móveis. Este nó é mais utilizado para tensões maiores, por reduzir
menos a capacidade da corda em relação ao volta de fiador duplo (nó em oito); na segurança individual do
montanhista; e para emendar cabos de mesmo diâmetro.
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Nó U.I.A.A. com nó de mula: Mais utilizado no cascading, para resgatar um companheiro em dificuldades.
Também chamado de rappel debreável. Com utilização do nó U.I.A.A. e um mosquetão, usado em situações onde a
corda depois de feita a transposição, possa ser resgatada. Muito seguro, mas requer atenção em sua utilização.
Nó Prusik ou Nó prússico: Nó auto - blocante usado na segurança estática; em trabalhos de ancoragem que não
podem sofrer deslizamento; e empregado na subida pela corda. Usado cordeletes de 4mm a 6mm. Desaconselha-se
o uso de fita tubular, pois a mesma sofre deslizamento.
Nó de Correr Serve para fazer uma alça corrediça em uma corda. Utilizado para fazer rabéola de
pipas. Útil para aplicação de força quanto mais se puxa, mais ele aperta.
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Sistemas de ancoragem:
São aqueles que objetivam a instalação de equipamentos ou trabalhadores conectando-se a pontos fixos do
ambiente de trabalho, (vigas, pilares, etc.) ou instalados para este fim especificamente (olhais, chapeletas, grampos,
etc.).
A série de normas e técnicas para instalação de uma corda visa preservá-la ao máximo de situação que
possam parti-la ou garantir que os pontos de fixação da corda não se soltem, e se falharem, que possam
ser amparados por um sistema de retaguarda.
Tipos de ancoragem:
Quando não há no ambiente de trabalho um ponto de fixação que possa ser considerado á prova de bomba, utilizam-
se ancoragens redundantes, de duas formas:
Ancoragens em série:
Neste sistema há um único ponto recebendo a carga, porém, é montado um ou mais pontos atrás do
primeiro, como retaguarda, caso ele falhe.
Este sistema é normalmente usado quando há a necessidade ou conveniência de se usar um ponto em
posição estratégica, mas que não sugere total confiança em sua resistência.
Ancoragem em paralelo:
Este sistema utiliza simultaneamente vários pontos de ancoragem, distribuindo entre eles a carga aplicada.
Este sistema permite utilizar em conjunto vários pontos que isoladamente não seriam seguros.
sistema, dependendo do tipo de freio, pode ser operado por apenas uma pessoa, com a mão esquerda no
acionador que libera a corda paulatinamente e a direita na parte inferior da corda como segurança. Sempre que
necessário a descida é interrompida simplesmente soltando freio, ficando o profissional parado neste ponto da
trajetória.
Escolhido a altura de trabalho, o trava-quedas deve ser posicionado o mais alto possível para evitar
pequenas quedas potenciais e eliminar o Fator de Queda, e o freio deverá ficar travado automaticamente ou com
uma laçada auxiliar de corda para o desenvolvimento do trabalho com ambas as mãos livres.
Quando a situação exige uma longa progressão pela corda, é necessário o emprego de um blocante e um
ascensor, que juntos viabilizam a progressão.
O blocante unidirecional, preso ao cinto no anel central inferior, é acoplado a corda de trabalho, o ascensor é fixado
na parte superior da corda, no limite máximo do comprimento do braço do trabalhador.
Com um estribo de fitas conectado ao ascensor a pessoa progride pisando num degrau elevando o blocante ventral,
que ao travar permite a progressão do ascensor, e assim sucessivamente, sempre com o travaquedas preso à linha
de vida.
Para uma pequena progressão de posicionamento pode-se utilizar apenas o ascensor em conjunto com o freio,
retesando a corda a cada progressão no estribo.
Este processo por ser mais trabalhoso e fisicamente exigente, não é aconselhado para longas subidas.
Análise de riscos:
Considerando o trabalho em altura com risco de queda de diferente nível, devemos eliminar qualquer situação de
risco ou evitar que o trabalhador permaneça próximo às zonas de risco.
Quando a exposição ao risco se torna inevitável, devemos avaliar o ambiente, identificando os riscos, causas,
possíveis conseqüências e medidas de controle que devem ser adotadas.
Considerando que as condições ambientais de segurança estão controladas, adequamos os equipamentos de
proteção específicos para a situação à um profissional devidamente treinado que
juntamente com sua equipe executarão o serviço.
O pessoal que executa o trabalho em altura deve ser treinado, ter à sua disposição equipamentos
adequados e contar com uma técnica de resgate eficiente para socorro imediato em caso de acidentes.
Fator de queda = 2
A) Talabarte fixado abaixo da linha do cinto;
A altura da queda é maior que o comprimento do talabarte.
Fator de queda = 1
B) Talabarte fixado acima da altura do cinto;
Nesta situação se houver queda, esta será menor que o comprimento do talabarte;
Fator de queda menor que 1 ou 0
C) Talabarte fixado acima da cabeça do Trabalhador;
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No planejamento de um sistema de segurança, o ideal é evitar a queda, mas se não for possível eliminar
esse risco, deve-se ao menos controlar o fator de queda para que seja sempre menor que um.
Um corpo de 80 kg em uma queda fator 2, com um talabarte semi-estáticos ( 3% elasticidade), significa uma
resultante em torno de 16kN (1.600 kg).
OBSERVAÇÕES FINAIS:
As informações contidas nesta apostila são de cunho geral sobre os riscos de espaços confinados e
prevenção de acidentes bem como as medidas de controle a serem adotadas. Os procedimentos e ações
específicas, para a liberação de um determinado equipamento que se enquadre no conceito de espaço
confinado, devem ser adotadas pelo responsável pelo local/área através do cumprimento das prescrições
existentes na legislação e documentação interna disponível.
PRIMEIROS SOCORROS:
Nota – Diretrizes de 2010 da American Heart Association (AHA) para Ressuscitacao Cardiopulmonar (RCP) e
Atendimento Cardiovascular de Emergencia (ACE).
RCP: É a substituição artificial e temporária das funções cardíacas e pulmonares, através de técnicas de ventilação boca boca e
compressão toracica.
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CONTEÚDO PROGRAMÁTICO
4 horas Teórico:
4 horas Prático: