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20/02/2017 Estruturas no Acre mostram que índios já faziam manejo da terra há 2 mil anos ­ Jornal O Globo

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HISTÓRIA

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Estruturas no Acre
mostram que índios já
faziam manejo da terra há 2
mil anos
Geoglifos que passaram séculos escondidos pela mata
evidenciam uso sustentável e amplo do terreno

Geoglifos analisados por especialistas brasileiros e britânicos revelam evidências de
como os povos indígenas viveram na Amazônia antes que os europeus chegassem à
região: há dois mil anos os índios já faziam manejo sustentável da terra ­
Divulgação/Jenny Watling

POR SÉRGIO MATSUURA  


 
07/02/2017 4:30

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RIO ­ Devido ao intenso desmatamento da Floresta Amazônica,
geoglifos que passaram séculos escondidos pela vegetação estão sendo

descobertos numa região do Acre. Os primeiros foram identificados no
fim da década de 1970 e, desde então, mais de 450 já foram Saida de Praia com Leve
Transparencia Turquesa
localizados. A presença dessas grandes estruturas geométricas
R$ 89,99

construídas por antigas populações desafia a ideia de que a Amazônia 2x R$34,99
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é um ecossistema intocado. Um novo estudo, publicado ontem no
periódico “Proceedings of the National Academy of Sciences” (PNAS),
EM DESTAQUE Jovem homossexual Cientistas criam Start-up oferece Em dez anos, 25 mil
SOCIEDADE faz desabafo após ter maneira de aproveitar emprego com férias elefantes foram
sido agredido no... ketchup ao máximo ilimitadas e horário... mortos na maior...
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20/02/2017 Estruturas no Acre mostram que índios já faziam manejo da terra há 2 mil anos ­ Jornal O Globo
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há pelo menos 2 mil anos.
Cientistas criam
maneira de aproveitar
ketchup ao máximo
— O que nós mostramos com essa pesquisa é como era a vegetação antes, 20/02/2017 18:00

durante e após a construção dos geoglifos — diz Jennifer Watling,
Jovem homossexual
pesquisadora do Museu de Arqueologia e Etnografia da Universidade de São faz desabafo após ter
sido agredido no
Paulo, que estudou a região durante doutorado pela Universidade de Exeter, Recife 20/02/2017 15:45
no Reino Unido. — Nessa região, que algumas pessoas pensavam ser
intocada, existia uma grande população e o ambiente era bastante alterado. Cientistas vão repetir
famosa expedição de
Eles faziam queimadas e plantavam espécies úteis, como as palmeiras. 1893 ao Polo Norte
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20/02/2017 15:00

Start-up oferece
emprego com férias
ilimitadas e horário
flexível 20/02/2017 14:44

inRead invented by Teads

Os geoglifos encontrados no Acre são imensas marcações geométricas, cada
uma medindo até 350 metros de diâmetro, que se estendem por uma área de

13 mil quilômetros quadrados. As teorias mais aceitas indicam que esses

locais eram utilizados ocasionalmente para a celebração de rituais, não
ocupados de forma permanente por assentamentos ou aldeias, já que foram

encontrados poucos artefatos. Escavações mostram que eles foram

construídos e utilizados entre 2 mil e 650 anos atrás, sendo que alguns
podem ter sido criados há 3,5 mil anos. Mas ainda há muito a ser descoberto

sobre as origens dessas estruturas, como quais foram os povos que as

construíram e por que são tão numerosas.

Florestas de bambu

A pesquisa liderada por Jennifer analisou amostras de solo colhidas até 1,5
metro de profundidade, dentro e nas proximidades de dois destes geoglifos.

Dessa forma, foi possível identificar quais espécies de plantas existiam em

diferentes períodos históricos ao longo dos últimos 6 mil anos. A presença de
carvão indica o uso do fogo para o manejo da vegetação.

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— Nós imediatamente quisemos saber se a região já estava desmatada

quando os geoglifos foram criados, e qual a extensão do impacto

dessas pessoas na paisagem para a construção dessas estruturas de
terra — conta a pesquisadora.
EM DESTAQUE Jovem homossexual Cientistas criam Start-up oferece Em dez anos, 25 mil
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sido agredido no... ketchup ao máximo ilimitadas e horário... mortos na maior...
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20/02/2017 Estruturas no Acre mostram que índios já faziam manejo da terra há 2 mil anos ­ Jornal O Globo
  De acordo com as análises, esses locais eram cobertos por florestas de
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bambu, que foram profundamente alteradas pelos povos que

habitaram a região nos últimos 4 mil anos. Para a construção dos

geoglifos, clareiras temporárias foram criadas.

— Apesar do grande número e da densidade dos geoglifos na região,
nós podemos afirmar que as florestas do Acre nunca foram

desmatadas de forma tão extensiva, ou por tanto tempo, como nos

anos recentes — explica Jennifer. — Nossa evidência de que a Floresta
Amazônica foi manejada por povos indígenas muito antes do contato

europeu não deve ser citada como justificativa para o uso destrutivo e não

sustentável praticado hoje. Na verdade, deve servir para destacar a

engenhosidade de regimes de subsistência anteriores que não levavam à
degradação florestal, além da importância do conhecimento indígena para a

descoberta de alternativas mais sustentáveis para o uso da terra.

Segundo a pesquisadora, os povos do passado faziam o manejo da vegetação
com técnicas conhecidas hoje como sistemas agroflorestais. Em vez do

desmatamento, com o plantio de uma única espécie em grande escala, eles

criavam mosaicos com diferentes tipos de plantas úteis, em combinação com

a floresta original. Algo como um “supermercado pré­histórico”.

— Eles tinham campos de milho e abóbora dentro da floresta, além de

palmeiras e outras plantas úteis — diz Jennifer. — Quando essas áreas foram

abandonadas, estas espécies se tornaram menos abundantes nas paisagens,
mas mesmo as florestas de hoje têm traços de manejo prévio, com

castanheiras, cedro e outras espécies úteis.

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E foi esse tipo de manejo que permitiu a subsistência de grandes
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populações na região. Até o início do século, cientistas argumentavam
que o Sudoeste da Amazônia não poderia sustentar povos numerosos

pela inexistência de solos adequados para a agricultura e de fontes
abundantes de proteína. Com o sistema agroflorestal, os indígenas
usavam os restos da própria vegetação para a fertilização.

A espécie explorada com maior prevalência durante o período dos
construtores dos geoglifos era a palmeira. De acordo com o estudo, o
resultado era esperado, já que a planta é uma das mais importantes da

Amazônia. Por quilo, os frutos da palmeira fornecem mais proteínas e
carboidratos que o milho, além de ser fonte de combustível, remédios e
materiais de construção. Evidências diretas do consumo desse fruto foram

encontradas em resíduos na cerâmica de um dos sítios arqueológicos
estudados pela equipe.

— Alguns arqueólogos acreditam que, para sustentar muitas pessoas, os
povos do passado estavam desmatando por todos os lados. Não, eles usavam
técnicas de manejo que não a queimada — conclui a pesquisadora. — O Acre
EM DESTAQUE Jovem homossexual Cientistas criam Start-up oferece Em dez anos, 25 mil
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