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PROPRIEDADE – art.1.

228 do CC
Conceito
Direito
Elementos
Requisitos/ características
Direitos

Conceito: não existe no CC um conceito sobre o que é propriedade, deste modo


legislador acabou conceituar o proprietário. – Art. 1228 do CC – USAR, DISPOR,
GOZAR ou fruir, DIREITO DE SEQUELA.

Direito: A propriedade é único direito real que possui todos os elementos sobre a
mesma pessoa, tem se assim, direito real sobre coisa própria. Deste modo, propriedade
é o único direito real sobre coisa própria, todos os outros direitos reais são sobre
coisas alheias, uma vez que as pessoas que possuem direitos sobre coisas alheias podem
usar, gozar ou fruir, mas sempre ao bem de outra pessoa.
Direito sobre coisa alheia: tenho a propriedade mais dou um dos elementos para outra
pessoa, não deixo de ser proprietária, tenho o usufruto (direito sobre coisa alheia).

Características: A propriedade é um direito real matriz, pois é um dos direitos reais


mais fortes dentro do ordenamento e mais protegido. É o direito real mais completo,
pois junto todos elementos necessários que uma pessoa pode usar, fruir e dispor. Além
disso, é chamado de direito real por excelência, e dinâmico.

- art. 1231, CC
A propriedade presume-se plena até que prove o contrário.
Direito absoluto, porém, tem que ser visto com restrições. Art. 1230 do CC, art.
1228: função social

Irrevogável e perpetua: não preciso utilizar do bem para ser o proprietário –


independente de exercício

Restrições do direito de propriedade - Art. 1229, 1230

• Código de mineração, código florestal, função social

• A propriedade é o único direito real sobre coisa própria.

ELEMENTOS
Art. 1228 – Usar
Fruir
Dispor
Direito de Sequela

Propriedade PLENA: todos os elementos


Propriedade LIMITADA: desmembramento (usufruto, por exemplo/ usar e fruir) dos
elementos.
a) Usar a Coisa: servir, utilizar, contudo sem alterar a substância. Deste modo, não
é ilimitado, art. 1.228, §1° - A função social da propriedade – ilimitação
temperada.
b) Gozar: direito de fruição, percepção de frutos. Deste modo, tal direito permite
que pudesse tirar frutos.
c) Dispor: é o direito de transferência ou destruição do bem. Deste modo, esse é o
direito mais importante e forte que o proprietário tem, quem tem a disposição do
bem é o proprietário. Se transferir esse direito, ele perde a propriedade.
d) Sequela: é o direito de rever a coisa - ação reivindicatória: perdeu a propriedade
para o terceiro de forma injusta
Requisitos:
Titularidade de domínio
Individualização das coisas
Posse injusta do réu

FORMAS DE AQUISIÇÃO DE PROPRIEDADE:


Bens móveis – art. 1226 do CC
Forma de aquisição da propriedade móvel – tradição: a tradição é a entrega da
coisa de uma pessoa a um terceiro, sai do patrimônio de uma pessoa para entrar
no patrimônio da outra.

Bens imóveis – art. 1227 do CC.

Em regra, toda vez que se adquire um bem imóvel, tal aquisição, só se dá


de maneira formal no momento do registro da matrícula do imóvel no cartório
de registro de imóveis. Existem áreas, que se transfere a propriedade imóvel
com um contrato de compra e venda escriturada, mas deixa-se de fazer a
averbação do novo proprietário no cartório de registros de imóveis, tal fato
acarreta problemas, por exemplo: inventário, partilha de vens...
A regra geral é que os bens imóveis só são transmitidos e adquiridos
através da correta averbação na matricula de imóvel perante ao cartório de
registro de imóvel competente. Contudo, tem-se exceções.

MODOS DE AQUISIÇÃO:

Originária: nessa forma todos os caracteres que estavam com o proprietário não
serão transferidos para o outro.
Exemplo: na usucapião quando se tem a sentença declaratória e vai ao cartório
de registro de imóveis para averbar o nome como proprietário, todas as dívidas
são esquecidas, e o bem imóvel sem nenhuma dívida.

Derivada: é quando existe um intermediário entre o bem e a pessoa que está


adquirindo a propriedade, existe o vínculo do proprietário que vai transferir a
propriedade através de um contrato.
Exemplo: compro um carro de propriedade da concessionária. Existe um
negócio jurídico, todos os caracteres são transmitidos com um contrato. Todo os
caracteres que estavam nas mãos de um proprietário serão transferidos para
outro através de um contrato, por exemplo, o IPTU.

CC, 2002 – Não especifica todas as formas de propriedade (art. 1238 a 1259)

FORMA DE AQUISIÇÃO DE BENS IMÓVEIS.

• Direito hereditário – 1784 – sucessão


• Usucapião – originaria
• Transferência – contrato de compra e venda
• Acessão – originária, ela vem pelas forças da natureza, quando um pedaço de
terra se desloca, proprietário ribeirinho.

A título singular – individualizados – não se responsabiliza por obrigações pessoais


anteriores. Por exemplo: um carro, modelo tal, placa tal.

A título universal – patrimônio –exemplo: herança – gama de direitos e deveres, ocorre


quanto se está frente a um testamento.

USUCAPIÃO – art. 1238 do CC.

A Usucapião é uma forma originária de aquisição de propriedade sobre um bem


(móvel ou imóvel) em função de haver utilizado tal bem por determinado lapso
temporal, contínua e incontestadamente, como se fosse o real proprietário desse bem –
ROMPE O PRINCÍPIO DA CONTINUIDADE.
Fundamento da usucapião – forma de aquisição de propriedade originaria

• Utilidade social – proprietário não utiliza o bem para nada.


• Princípio da Função Social; coletividade sobrepõe o interesse individual
do proprietário.

Uma vez que o proprietário não o destina a nenhuma função que agregue valor a
sociedade, tendo uma propriedade improdutiva, outra pessoa chega e destina esse bem a
uma função maior.

Requisitos OBJETIVOS:
• POSSE MANSA, PACÍFICA (incontestada), CONTÍNUA (ininterrupta, sem
contestação, oposição).
• Tempo (lapso temporal, prescrição).

• Objeto lícito (idôneo) – art. 104, II do CC.

Requisitos SUBJETIVOS:
• CAPACIDADE DO AGENTE (legitimação da usucapiente) – art. 1244 do CC
(causas que interrompem a prescrição)
Entre cônjuges
Entre ascendentes e descendentes
Durante poder familiar (só maior de 18 anos)
Art. 198, CC
• ANIMUS DOMINI (vontade de ser dono) – teoria subjetiva de Savigny
Inexistente quando há um contrato
Regularidade fiscal (quitação).

Observação:
Prescrição: violação do direito – na prescrição pode-se o direito de pretender
algo, mas não tem como exigir, pois já decorreu o tempo.
Decadência: perde-se o direito.

Ver: Art. 1244 do CC


Art. 189 do CC
Art. 197 do CC – não ocorre a prescrição.

MODALIDADES DE USUCAPIÃO:

1. Usucapião extraordinária
2. Usucapião extraordinária habitacional
3. Usucapião Contitucional
4. Usucapião Especial Urbana Individual
5. Usucapião Especial Coletiva Urbana
6. Usucapião Ordinária
7. Usucapião ordinária habitacional
8. Usucapião familiar

1. USUCAPIÃO EXTRAORDINÁRIA
Previsão legal: art. 1238 do CC
Elemento objetivo: posse mansa, pacífica, contínua.
Elemento Subjetivo: animus domini
Prazo: 15 anos

2. USUCAPIÃO EXTRAORDINÁRIA HABITACIONAL/ realização de


obras e serviços
Previsão Normativa: art. 1238, §único do CC.
Elemento objetivo: posse mansa, pacífica e contínua.
Elemento subjetivo: animus domini – vontade de ser dono.
Prazo: 10 anos.
Outros requisitos: moradia habitual OU realização de obras ou serviços de
caráter produtivo.

3. USUCAPIÃO CONSTITUCIONAL – “pro labore”

Previsão Normativa: art. 1239 do CC e art. 191 da CF/88.


Elemento objetivo: Posse mansa, Pacífica e Contínua.
Elemento subjetivo: animus domini
Prazo: 5 anos
Outros requisitos:
• Não ser proprietário de imóvel rural ou urbano.
• Área de terra em zona rural, não superior a 50 hectares.
• Produtividade da área - trabalho próprio ou de sua família.
• Moradia
• Questão da boa-fé não interfere.

4. USUCAPIÃO ESPECIAL URBANA INDIVIDUAL


Previsão Normativa: art. 1240 do CC e art. 9° do Estatuto da Cidade – LEI
10257/2001
Elemento objetivo: posse mansa, pacífica e contínua.
Elemento subjetivo: animus domini.
Prazo: 5 anos
Outros requisitos:
• Não ser proprietário de imóvel urbano ou rural.
• Imóvel urbano de até 250m²
• Moraria própria ou de sua família.
• OBSERVAÇÃO: Somente uma vez.

5. USUCAPIÃO ESPECIAL COLETIVA URBANA


Previsão Normativa: art. 10 ° do Estatuto da Cidade – Lei 10257/2001
Elemento objetivo: posse mansa, pacífica e contínua.
Elemento subjetivo: animus domini
Prazo: 5 anos
Outros requisitos:
• Núcleos urbanos informais
• Áreas total dividida pelo número de possuidores seja inferior a
250m².
• Não serem proprietários de outros imóveis urbanos ou rurais.

Observação: implicações – condomínio especial e sua administração


Estatuto da cidade (LEI 10257/2001)
Art. 10
Art. 11
Art. 13 – efeito dúplice.

6. USUCAPIÃO ORDINÁRIA
Previsão Normativa: art. 1242, do CC.
Elemento objetivo: posse mansa, pacífica e contínua.
Elemento subjetivo: animus domini
Prazo: 10 anos.
Outros requisitos:
• Justo título (um título com defeito).
• Boa-fé subjetiva (psicológica).

7. Usucapião ordinária habitacional/


Previsão Normativa: art. 1242, §único do CC.
Elemento objetivo: posse mansa, pacífica e contínua.
Elemento subjetivo: animus domini
Prazo: 5 anos
Outros requisitos:
Aquisição onerosa
Registro cancelado posteriormente
Moradia ou realização de investimentos de interesse social econômico.

8. USUCAPIÃO FAMILIAR
Previsão Normativa: art. 1240, A do CC.
Elemento objetivo: posse direta, mansa, pacífica e contínua – com
exclusividade.
Elemento subjetivo: animus domini
Prazo: 2 anos.
Outros requisitos:
• Não ser proprietário de outro imóvel.
• Área urbana até 250 m².
• Propriedade conjunta com “ex”.
• Moradia.
• Abandono de lar.
• Observação: somente uma vez.

Procedimentos de usucapião:
CPC/ 73 – Processo de usucapião
CPC/2015 – não dispõe de processo de usucapião – ação de
procedimento comum.
Usucapião administrativa – art.1071 do CPC
216A Lei de Registro Público - Lei 6015/73

MODALIDADES DE EFETIVAÇÃO DE USUCAPIÃO


• Usucapião judicial – procedimento comum
Usucapião extrajudicial (administrativa) – art. 216A Lei de Registro Público (com
redação dada pelo art. 1071 do CPC).

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