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Marcos Alves de Almeida


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Pequeno Resumo de Física Quântica


PREFÁCIO
Este Pequeno Resumo de Física Quântica, inserido no meu livro
Manual Técnico de Geobiologia, foi escrito com a intenção de
transmitir às pessoas a necessidade de interagir diversos
conhecimentos entre si de modo que uma parte complemente a outra
e assim descobre-se a saída do labirinto. Todos os livros são
fragmentados por muitos conhecimentos que se desdobram por si
mesmos. Utilizamos o conhecimento desenvolvido por muitos autores
e com eles conseguimos expressar as nossas próprias ideias sobre a
realidade subjacente, não captável pelos cinco sentidos. No entanto,
utilizamos esse conhecimento, escrito pelas pessoas especializadas
em suas próprias áreas, de forma incompleta, pois frases que
utilizamos para referendar as nossas próprias ideias, que esses
autores estudaram profundamente em um determinado
conhecimento, nos fazem pecar na fragmentação de suas ideias, pois
utilizamos algumas frases isoladas de livros complexos e que o leitor,
obrigatoriamente, ou melhor, se quiser entender de fato as ideias que
ventilamos sobre esses autores, deve ler os livros citados em sua
totalidade. Partimos da premissa que livros são incompletos, pois não
é possível envolver assuntos complexos de forma escrita, pois são
meios restritos de divulgar, de forma sintética, informações
complexas que demoraram, muitas vezes, uma dezena de anos para
se compreender mesmo uma simples observação, enigmática, da
natureza que nos envolve.
De certa forma este Pequeno Resumo não foi escrito inicialmente
para divulgar um determinado conhecimento, pois é um capítulo do
livro que acabou se autodescrevendo e a sua forma atual foi sendo
desenvolvida de forma natural à medida que eu necessitei conhecer
diversos conhecimentos complementares com o intuito de eu mesmo
entender como o meu próprio trabalho funciona.
Comecei a estudar física quântica, pois verifiquei que o meu trabalho
e da mesma forma, muitos trabalhos semelhantes, funcionam à
distância, de forma não local, acessando o mundo invisível através da
utilização de, no meu caso e de muitos, a radiestesia como
instrumento de medição.
As mudanças que eu realizo à distância, através da planta do imóvel,
se torna um enigma das interações entre o homem e a natureza que
o envolve. Essa interação entre os seres vivos e inanimados, entre os
próprios seres vivos entre si, obtendo resultados verificáveis e
comprovados, mesmo que de forma indireta, nos traz à luz uma
necessidade premente de mudança de paradigma de nossa forma de

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pensar. É o caminho que começam a trilhar muitos físicos quânticos,


que ao estudar o mundo atômico necessitam entender os reflexos
desse mundo microvibratório no mundo macro, do nosso dia a dia.
Verifiquei que é utilizado de forma muito superficial a palavra
quântica, pois alguém quando não compreende o que está fazendo,
chama-a de quântica, sem sequer saber nada da própria física
quântica. É comum falarem em geobiologia quântica, outros, de
radiestesia quântica, até comida quântica vemos no mercado, e
registram como um assunto único. A utilização de nomes de efeito
não traduz, de fato, que o produto contenha as informações cifradas
no nome do próprio produto vendido. Não sistematizam a venda de
seus produtos com comprovações realmente confiáveis que justificam
a propaganda. Mas, se as pessoas não exigem uma explicação
concreta do que compram, então, nada se pode fazer.
Este texto, que se encontra no Manual, foi escrito inteiramente
baseado em observações da realidade subjacente, invisível,
utilizando, unicamente como instrumento de medição a radiestesia;
portanto, não têm comprovações diretas com instrumentos de
medição fabricados pelo homem, pois esses instrumentos são de
caráter absoluto e dão resultados únicos sobre determinada medição,
restritos unicamente ao que estão medindo, enquanto que a medição
radiestésica é de caráter indireto, pois nós é que somos o
instrumento de medição e como somos seres complexos precisamos
utilizar de rigorosos métodos de observação sistemática sobre o
mundo invisível, que percebemos e captamos com o nosso próprio
corpo, bem como, com a nossa própria mente. Captamos anomalias
muito débeis que os aparelhos, ainda, não conseguem captar.
Também escrevi um assunto crucial sobre a nossa forma comum de
captar os fenômenos naturais e a forma de medição sistemática que
nos faz perceber essa natureza complexa de forma mais precisa
utilizando métodos adequados a cada observação, pois não se pode
utilizar, sempre, o mesmo raciocínio, a mesma forma comumente
utilizada no dia a dia para assuntos complexos observados na
natureza.
Abraços Marcos

PEQUENO RESUMO DE FÍSICA QUÂNTICA, COMO ESTUDO E


ENTENDIMENTO DA NOSSA MENTE HOLOGRÁFICA QUÂNTICA, POIS
A RADIESTESIA É UMA FORMA DE PERCEBERMOS UMA REALIDADE
SUBJACENTE, INVISÍVEL E QUE ACESSAMOS INFORMAÇÕES
CIFRADAS, DESDE QUE TENHAMOS O CONHECIMENTO DESSA
REALIDADE QUE ESTAMOS PESQUISANDO OU ESTUDANDO.

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A MENTE HOLOGRÁFICA QUÂNTICA ATUA EM UMA QUARTA E QUINTA


DIMENSÕES, SE LIBERTANDO DAS AMARRAS DA TERCEIRA
DIMENSÃO.
ESTA ÚLTIMA, NÃO PASSA DE UMA PROJEÇÃO HOLOGRÁFICA DE
UMA REALIDADE VERDADEIRA DE UMA DIMENSÃO SUPERIOR, POIS
SOMOS SERES QUADRIDIMENSIONAIS E VIVEMOS PRESOS À
TERCEIRA.
PARA NOS LIBERTARMOS DESSA PROJEÇÃO HOLOGRÁFICA, QUE EU
DENOMINO ESPAÇOLÂNDIA, QUE É A RAZÃO DE NOSSA EXISTÊNCIA
TEMPORAL-ESPACIAL TRIDIMENSIONAL, MAS, NO ENTANTO, A
NOSSA REALIDADE VERDADEIRA É QUE SOMOS SERES DA QUARTA-
TEMPO-ESPAÇOLÂNDIA. TRECHO DO LIVRO: MANUAL TÉCNICO DE
GEOBIOLOGIA (ainda no prelo).
Geólogo, Radionicista, Radiestesista e Geômetra Marcos Alves
de Almeida.

RADIESTESIA TRANSCENDENTAL OU RADIESTESIA QUÂNTICA:


UMA NOVA SEMIÓTICA ou NÃO É NADA DISSO, MUITO PELO
CONTRÁRIO.
Referência: A física quântica aplicada à radiestesia ou a
radiestesia aplicada à física quântica, ou, muito pelo contrário,
não é uma coisa nem outra.

Escrever um livro sobre radiestesia transcendental demanda


coragem, pois trilhamos um espaço delicado e com passagem estreita
para um novo mundo, onde os conceitos aplicados não são
conhecidos pelas pessoas e pela ciência atual.
À primeira vista, esse termo transcendental sugere algo esotérico,
mas na verdade é um termo utilizado na física quântica, onde
começamos a trilhar.
Antes de iniciarmos essa trajetória devemos definir os conceitos
fundamentais que nortearam os primeiros passos rumo ao
desconhecido.
Algumas definições de Amit Goswami, físico quântico - “O universo
autoconsciente - Como a consciência cria o mundo material” e
bibliografia complementar.
Visão quântica. Mundo microvibratório. Não visível ou compreensível
por nós. Este capítulo é fundamentalmente baseado em Amit
Goswami, físico quântico e filósofo da física quântica (“O Universo
autoconsciente” e “Janela Visionária”).

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Mecânica Quântica: Teoria da Física baseada na ideia do quantum


(uma quantidade distinta de energia) e nos saltos quânticos (uma
transição descontínua – descoberta inicialmente em conexão com
objetos atômicos).
Domínio transcendental: Pertinente a um reino da realidade que se
situa paradoxalmente dentro e fora do espaço-tempo físico. Segundo
o modelo proposto, o reino transcendente deve ser interpretado como
não local – ele pode influenciar eventos no espaço-tempo, ao tornar
possíveis conexões sem comunicação, pelos sinais, através do
espaço-tempo.
Experiência transcendental: Experiência direta da consciência
além do ego.
Mente Quântica: Estados mentais que surgem do mecanismo
quântico do cérebro-mente. E mente: a organização e funções do
cérebro no macronível, incluindo a macroestrutura quântica ainda não
mapeada, responsável pelas características não locais da mente.
Não localidade: Uma influência ou comunicação instantânea, sem
qualquer troca de sinais através do espaço-tempo; uma totalidade
intacta ou não-separabilidade que transcende o espaço-tempo.
Potentia: O domínio transcendente das ondas de probabilidade da
física quântica.
Self: O sujeito da consciência.
Self quântico: A modalidade do sujeito primário do self, além do
ego, do qual reside a autêntica liberdade, a criatividade e a não
localidade da experiência humana.
Objetividade fraca: A ideia de que os objetos não são
independentes do observador, mas que eles devem ser os mesmos,
pouco importando quem seja o observador. A objetividade defendida
pela mecânica quântica é a objetividade fraca.
Visão clássica, baseada na física newtoniana, conhecida por nós.
Observável no mundo macro vibratório. O nosso mundo cotidiano.
Mecânica Clássica: Sistema de física baseada nas leis do
movimento de Isaac Newton. Atualmente, ela permanece apenas
aproximadamente válida para a maioria dos macrobjetos como um
caso especial da mecânica quântica.
Dualismo: Ideia de que a mente (incluindo consciência) e o cérebro
pertencem a dois reinos separados da realidade. Esta filosofia,
contudo, não consegue explicar como os dois reinos interagem, sem
negar a lei da conservação da energia, que se mantém neste mundo.
Lei da conservação de energia: A ideia, confirmada em todos os

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experimentos científicos até agora realizados, de que a energia do


universo material permanece como uma constante.
Self clássico: Termo usado para denotar a modalidade condicionada
do self, o ego.
Determinismo causal: Filosofia segundo a qual o mundo é causal e
inteiramente determinado pelas leis do movimento e condições
iniciais, formuladas por Newton (as posições e velocidades iniciais de
objetos do universo espaço-tempo).
Localidade: Ideia de que todas as interações ou comunicações entre
objetos ocorrem através de campos ou sinais que se propagam
através do espaço-tempo, obedecendo ao limite da velocidade da luz.
Monismo materialista: Filosofia que postula que mente e cérebro
pertence à mesma realidade.
Realismo materialista: Uma filosofia que sustenta que só há uma
realidade material, que todas as coisas são feitas de matéria (e seus
correlatos, energia e campos) e que a consciência é um epifenômeno
da matéria.
Epifenômeno: Um fenômeno secundário: algo que existe
contingente à existência anterior de alguma outra coisa.
Epifenomenalismo: a ideia de que os fenômenos mentais e a
consciência em si são fenômenos secundários da matéria e redutíveis
a interações materiais de alguma subestrutura.
Objetividade forte: Uma teoria ou declaração sobre a realidade que
não faz referência qualquer a sujeitos ou ao envolvimento do
observador. A ideia de que objetos separados existem
independentemente do observador, um dos postulados da filosofia do
realismo (Amit Goswami).
Paramos um pouco por aqui. Vocês estão vendo o começo da
linguagem da física quântica. Comparem com as palavras ditas acima
sobre a radiestesia.
A atuação no mundo do espaço-tempo, no mundo cartesiano-
newtoniano-maxwelliano-einsteiniano, no mundo da mecânica
clássica, até a velocidade da luz, ou seja, no mundo local,
determinado, atuante no macrocosmo, no mundo em que vivemos no
mundo da nossa mente-cérebro, do monismo materialista.
Enquanto que o mundo não local é o mundo transcendente, além do
mundo local, o mundo da nossa mente quântica, o mundo quântico, o
mundo microvibratório, o mundo invisível, não perceptível pelos
cincos sentidos.
Chegamos até aqui! Ótimo! Leiam e não tentem entender.
Daqui para frente entramos no mundo ininteligível, o mundo

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da física quântica, o mundo da percepção, o mundo


microvibratório.
Se vocês conseguiram entender alguma coisa, então vocês estão
assistindo uma novela do mundo clássico.
Não podemos utilizar uma forma de pensamento clássico para
entender um mundo não-clássico.
É a mesma coisa que um plano tentar entender de espaço. Lembram!
É a mesma coisa tentar entender o “inconsciente coletivo” de Jung ou
o “orgônio” de Reich. Ou ler, na íntegra, “As mil e uma noites”. Você
ficará intrigado, horrorizado, emocionado, com raiva, com medo,
chocado, alegre, em cada uma das noites, dia após dia, contados por
Sherazade ao príncipe, para que ele não sacrifique as moças, após
um relacionamento amoroso, por vingança, por sua esposa tê-lo
traído com os escravos.
Não compreenderão nada, as histórias são concatenadas para abrir
as mentes, não são controláveis, parecem puras fantasias, de mentes
infantis: Simbad, o marujo! Ali Baba e os quarenta ladrões! As mais
conhecidas. Mas é um livro (livros) que nos alimenta, ficamos
satisfeitos, o nosso ser interior fica nutrido, a nossa alma se regozija.
É uma necessidade humana de viver sensações sem tentar
compreendê-las e sem tentar dominá-las.
Vamos percorrer uma estrada que não tem começo nem fim, não
sabemos nada, não temos controle de nada, mesmo assim sentimos
necessidade de percorrê-la. A vida é assim... Nada pode ser
controlado, nada pode ser monótono.
Falar em radiestesia ou outro nome, como radiestesia técnica,
pouco esclarece, pois não há diferença entre um e o outro.
Cada radiestesista tem sua técnica e todas funcionam bem,
como os vários métodos utilizados por cada um. No entanto,
não é exata, passível de erros na interpretação das reações
radiestésicas, pela dificuldade de se conhecer a natureza das
coisas.
Cada interpretação de um radiestesista, sobre as suas
sensibilidades radiestésicas, é baseada em sua visão de
mundo, que muitas vezes, não correspondem à realidade
objetiva. Não invalidando, por isso os seus resultados
positivos e quando não acertam não significa que são
esotéricos ou que não passam de sensitivos enganadores e
que a radiestesia é pura fantasia.
Vejam a física quântica e vejam se os físicos, no começo,
acreditaram nela. Não julguem pela aparência das coisas. Nem

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toda ciência, em um primeiro momento, pode ser


matematizada, para ser julgada como ciência. Ledo engano.
Vejam a medicina! Só agora, alguns adeptos aceitam a
acupuntura! E a Homeopatia? É aceita por todos? Não! E a
medicina ortomolecular, também é aceita por todos? Não!
Muitos julgam que não é uma ciência com comprovações
exatas? Alegam: é o efeito placebo!
Com a experiência de muitos profissionais da área da radiestesia
criam-se métodos eficazes e funcionais. Cada livro escrito por um
autor tem excelentes métodos aplicados na geobiologia, muito antes
de ser utilizado esse nome.
Um exemplo de radiestesia técnica aplicada à geobiologia encontra-se
no fabuloso livro, publicado em 1935, do Eng. Alfredo Ernesto
Becker: “Radiações maléficas do subsolo – o milagre da
forquilha – A nova orientação prophylactica da architectura”,
que já citava a geobiologia.
Outro exemplo, já citado anteriormente, de radiestesia técnica, a
mais eficaz até hoje já publicada, a meu ver, encontra-se nos livros
dos pesquisadores Chaumery e Belizal, que desenvolveram, a partir
da década de 30, a radiestesia de Ondas de Forma. O seu discípulo
Jean De La Foye ampliou esses conhecimentos que, em parceria com
Bardet, criou a radiestesia “cabalística” aplicada às Ondas de Forma.
Detalhes históricos da evolução da radiestesia podem ser encontrados
no livro “Radiestesia Clássica e Cabalística”, de António Rodrigues, no
qual eu participo.
Esses autores citados, entre outros, os mais antigos e os mais atuais,
revolucionaram os conceitos de radiestesia, descobrindo como a
natureza microvibratória atua no macrocosmo, como no microcosmo.
Introduziram, sem sombra de dúvidas, uma nova semiótica e nova
linguagem para a radiestesia. Houve um avanço, sem precedentes.
Assim, denominamos de radiestesia transcendental para caracterizar
um estudo fundamentado em uma nova metodologia e numa nova
semiótica. Devemos avançar sempre!
Os primeiros passos para trabalharmos com a radiestesia
transcendental é a mudança de linguagem, um novo paradigma; não
estamos criando algo novo, estamos tentando olhar a natureza com
novos olhos, com uma nova visão. Deus criou a natureza, cabe a nós
decifrá-la...
Lembramos que a radiestesia atua à distância, não local.
1 Um pouco de fundamentação teórica

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A ideia inicial de se utilizar uma nova linguagem para a radiestesia se


fundamenta na tentativa de torná-la uma nova ciência, aceita no
meio científico atual.
Utilizamos o cérebro e nosso organismo multidimensional como
instrumentos sensíveis para captar ondas microvibratórias tênues e
débeis, que nenhum instrumento fabricado pelo homem consegue
acessar, ainda.
De fato, o homem tenta se aproximar dessa percepção apurada, com
instrumentos sensíveis, como por exemplo, a geofísica aplicada na
prospecção de água subterrânea, através dos métodos de
resistividade e potencial espontâneo.
Esses instrumentos captam ondas eletromagnéticas débeis,
desenvolvidas pela movimentação possível de água subterrânea
através de fraturas, nas rochas cristalinas.
A água é um dipolo neutro, mas em contato com os sais minerais das
rochas atua como um emissor de ondas eletromagnéticas débeis,
assim os aparelhos conseguem captar essas ondas e sugerir a
presença de água.
Apesar de que, na verdade, esses instrumentos captam uma
diminuição da resistividade elétrica da rocha e em consequência, um
aumento da intensidade de corrente e proporcionalmente um
aumento da diferença de potencial, pois em um local com fraturas, a
resistividade diminui. Em uma rocha maciça, sem fraturas, a
resistividade é maior, logo, conclui-se que não há água. A observação
é indireta, pois não se é capaz de se ter certeza à grande
profundidade.
No entanto esses instrumentos sofrem os efeitos do meio: se tiver
fios de alta tensão nas ruas o aparelho sofre as influências, dando
resultados errôneos, assim por diante. Não existe instrumento, até
hoje na Terra, capaz de dar certeza de seus resultados.
Os radiestesistas, igualmente, captam essas ondas eletromagnéticas,
também não captam água propriamente dita, mas a radiestesia é
incomensuravelmente superior a qualquer método indireto, pois não
sofremos influências do meio externo.
Podem-se captar anomalias microvibratórias de fraturas contendo
água subterrânea, à grande profundidade ou não, independente de
estarmos ao lado de uma linha de alta tensão ou de cabos de alta
tensão enterrados no local ou de água de subsuperfície.
Nós somos um instrumento de alta precisão, pois o nosso organismo
e nossa mente não sofrem influências do meio ambiente, desde é

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claro, utilizarmos métodos para a observação específica ao objeto da


pesquisa.
Se quisermos captar a alta tensão, nos dirigimos a ela, se não
quisermos, ela não irá interferir, não somos máquinas absolutas e
sim relativas, somos quânticos e não mecânicos.
Os aparelhos criados pelos homens dão números que são absolutos.
Capta tudo o que está em volta. Por isso a geofísica não funciona,
pelo que eu conheço, em lugares com muitos campos elétricos e
magnéticos. Os aparelhos não distinguem uns dos outros. Dão a
média existente, dão números absolutos.
Esses aparelhos não são transcendentais, são locais, não selecionam
o alvo. Se tiver um cano enferrujado, como já citei, o instrumento vai
captar como uma anomalia magnética, e podem achar que tem água
no local. Ledo engano. Como vocês viram no livro de Mariano Bueno.
Enquanto que a nossa mente, através da radiestesia como
instrumento, transcende os objetos e consegue, seletivamente,
encontrar água a 300, 400 metros de profundidade,
independentemente do que tiver acima, que não interferem em uma
máquina quântica, não local.
Nenhum cientista atual, determinista, mecanicista, newtoniano-
cartesiano, aceita como ciência esse tipo de captação de energias
microvibratórias, à distância, não local.
Não aceitam que somos um instrumento de percepção apurado, que
não sofrem as influências do meio, pois dirigimos a nossa percepção
ao objeto estudado.
Como diria a física quântica: o observador interage com o objeto
observado.
Consideram que não existe um aparelho, que somos nós mesmos,
capaz de realizar tal proeza. Por isso, eles consideram loucura, algo
assim, apelam, denominando como esotérico e aleatório tal
procedimento, nada “científico”!
Dizem: como um simples papel do local ou uma fotografia aérea
permite captar estruturas tectônicas, armazenadoras de água
subterrânea? Acham impossíveis. Sim, a radiestesia atua,
exatamente, à distância, através de fotografias aéreas dos locais,
mapas e plantas topográficas. Pois, supostamente, fica gravada, nas
fotos, “atomicamente” a informação contida no local. Acreditem se
quiserem!
Na verdade, não é um simples papel, mas é a imagem do local e está
gravada na foto a informação do local. E a radiestesia, que é

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“quântica”, não local, capta, à distância, as informações utilizando


métodos adequados.
Perguntam se a radiestesia é exata? Não! Ela tem as mesmas
limitações do que qualquer ciência aplicada na Terra.
Há possibilidade de erro? Sim, pode-se errar, igualmente, aplicando a
radiestesia.
Loucura! Alegam. E quando encontramos água dizem que foi
coincidência, casual, ou, no meu caso, que sou bom geólogo
(obrigado!) por isso que acerto e que uso as varinhas para disfarçar e
enganar as pessoas. Não adianta insistir, tentando explicar a eles ou
convencê-los.
Perda de tempo. Mesmo que se prove não vão aceitar, pois é uma
influência de quatrocentos anos sobre as nossas cabeças, do
mecanicismo newtoniano-cartesiano. Ave!!!
Antes de iniciarmos essa viagem da evolução da física, a partir de
Descartes, filósofo e matemático francês, que em 1637 iniciou uma
nova evolução no conhecimento humano.
Mas, hoje, após 370 anos, o conhecimento evoluiu de forma
inusitada, com o avanço da tecnologia em todas as direções, no
entanto graças ao que aconteceu em 1900 a 1930, com o advento da
física quântica.
Esses novos conhecimentos permitiram ao homem acesso ao mundo
microcosmo, bem como graças à Teoria da Relatividade o homem
acessou o macrocosmo.
Esses avanços da física teórica e prática permitiram o entendimento,
cada vez mais profundo da química e da biologia, e assim também o
nosso pensamento filosófico foi se amoldando e tendo que se adaptar
a essa revolução do conhecimento.
Não conseguimos acompanhar todo esse progresso, não
conseguiremos abarcar todo o conhecimento humano, mas nos
beneficiamos com a aplicação prática desse conhecimento tornando a
vida do homem mais saudável, confortável, prolongando a nossa
existência, com esse processo permanente que nos envolve.
As mudanças ocorrem no mundo micro e no macro, onde as leis que
regem esses mundos começaram a ser entendidas de forma
abrangente com a evolução dos nossos conhecimentos de física
quântica e relatividade.
Entendam, para se viver normalmente, no dia a dia, não
necessitamos, sequer, meditar sobre todo esse conhecimento,
nós nos beneficiamos ao utilizar essa tecnologia para tornar a
nossa vida mais amena e agradável.

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Como já citamos, para vivermos na Terra, o dia a dia, a aplicação da


física clássica é suficiente. Mas, entenda, existe um mundo não
perceptível pelos nossos cinco sentidos, mas que orientam
profundamente a nossa existência.
O capítulo a seguir não tem a intenção de que o leitor entenda sobre
física, pois seria impossível, bem como de química ou biologia e de
engenharias, de medicinas, é impossível, mas graças a esses
conhecimentos vivemos do modo atual, apesar do homem, de nós
mesmos.
No entanto, estamos sendo influenciados por tudo que nos rodeiam, e
na maioria das vezes nos sentimos perdidos e pensamos que nós é
que não estudamos e parece que o mundo ao nosso redor é
ininteligível e nos sentimos insatisfeitos por isso.
Tentamos viver da melhor forma possível, e devido a toda essa
pressão da vida cotidiana, que para nos defendermos nos fechamos
nas nossas próprias crenças e nos fechamos de alguma forma em
uma redoma, para não sermos aniquilados por tudo o que é
incompreensível ao nosso redor.
Não há diferença alguma entre um físico quântico, um engenheiro ou
um médico ou uma dona de casa, um funcionário de uma loja ou de
um banco. Somos especialistas naquilo que estamos fazendo, mas
quando saio do meu trabalho eu me sinto tão perdido com tudo que
me fecho na minha redoma e me desligo e em casa somos todos
iguais, pode até ser um Prêmio Nobel de Física, como Böhr, que para
arejar a sua mente velejava em um barco à vela de sua propriedade.
E se você ler o livro de Heisenberg, Prêmio Nobel de Física, “A parte
e o todo”, sobre a sua vida cotidiana, sua juventude, seus
relacionamentos, percebemos que ele é tão comum como qualquer
um de nós mortais; inclusive ter que lavar louça após as refeições!
Eu li esse livro exatamente para compreender que, mesmo um físico
como ele que revolucionou o mundo com o descobrimento do
“Princípio da Incerteza”, uma das bases da física quântica, e do nosso
conforto do dia a dia, ele tinha amigos, como nós, dos mais variados
tipos, desde músicos, poetas, artistas, cozinheiros e pessoas comuns
que o ajudaram a refletir e outras pessoas, sem contar com os
nossos pais, fundamentais, como a nossa família e que eles ajudaram
profundamente a formação de seu caráter e personalidade e que a
sua ida para a física e suas descobertas não foram controladas por
ele, mas sim devido a certas circunstâncias favoráveis que, sem nos
darmos conta, a nossa percepção e nossa mente nos conduziu, sem
qualquer controle.
Somos seres complexos, em cada segundo o nosso organismo realiza
cerca de um bilhão de reações químicas. Uma única célula,

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extremamente pequena: 10 a 40 nanômetros de diâmetro é a


máquina mais complexa do universo, em termos. Realiza operações
complicadíssimas e o homem ainda não desvendou todos os seus
segredos. Os seres vivos contêm esses conhecimentos, intrínsecos ao
seu próprio ser biológico. E o homem ultrapassa esse limite com a
sua consciência.
Não importa a pessoa mais simples que se possa conhecer, um
mendigo, por exemplo, podem nos ensinar milhares de coisas de sua
existência. Como eu sempre disse aos meus filhos, quando crianças e
até hoje: respeite um mendigo que você vê na rua, pois ele pode
saber muito mais do que você e respeite toda e qualquer pessoa, pois
você não pode imaginar a dimensão interior de cada ser.
Inclusive os animais: um leão trabalha em grupo, atrás da presa,
caminha contra o vento para que a presa não sinta o seu cheiro e
fuja. Usa um método e técnicas para a caça. Respeite um leão ou
qualquer animal, vertebrados e invertebrados.
Por isso a leitura, a seguir, tem somente a função de recordar alguns
momentos importantes da nossa evolução, mas tem tantos outros
momentos importantes, que ocorreram, antes e depois, em todos os
tempos e em todos os campos do conhecimento humano, que seria
impossível destacar todos. Mas devemos ter claro em nossa mente
que o conhecimento cresce com a somatória, e com o conhecimento
dos que nos precederam como diria Newton, eu cheguei aonde
cheguei graças eu estar apoiado no ombro de gigantes, como
Copérnico, Kepler, Galileu e muitos e muitos outros.
Leiam e não tentem entender, deixe a mente livre, nada é para se
entender ou dominar, é só relembrar, como eu já disse; digo como os
filósofos dizem: o homem é a memória do universo. Nesse sentido
que importância tem entender ou não entender?
Querendo saber mais da vida desses físicos e matemáticos, em todas
as livrarias e sebos têm essas histórias (A série Gênios da Ciência da
Scientific American).

2 O início de tudo: um pouco da história da física


A comparação entre a física clássica (as teorias cartesiana-
newtoniana-maxwelliana-einsteniana) e a física quântica
(Amit Goswami, em O universo autoconsciente). Este capítulo
é baseado fundamentalmente nas ideias de Amit Goswami e
Aguinaldo Prandini Ricieri. Todos os negritos foram assinalados
por mim.

2.1 FÍSICA CLÁSSICA

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2.1.1 RENÉ DESCARTES, (1596-1650), matemático e filósofo (Séc.


XVII): cogito, ergo sun (penso, logo existo). “Discours DE LA
METHODE”.
“Na matemática, Descartes inventou as coordenadas cartesianas, que
permitiram a representação numérica de propriedades geométricas.
Na filosofia é geralmente reconhecido como um dos fundadores do
racionalismo. Procurou delinear as bases da certeza acerca da
natureza do conhecimento, recorrendo para isso ao seu Método da
Dúvida.
Esse método consiste na suspensão do julgamento a respeito de toda
crença ou convicção até que possa ser mostrado que ela deriva
sistematicamente de crenças mais certas.
O objetivo do método é alcançar uma opinião ou crença que não
esteja sujeita à dúvida e construir todo o conhecimento a partir desse
fundamento.
Desse modo, poder-se-ia, segundo Descartes, refutar o ceticismo.
No seu Discurso sobre o Método (1637), Descartes afirma que a
crença na própria existência do sujeito - “Cogito, ergo sun”- é imune
à dúvida.
Ela poderia, por isso, servir como crença básica para a construção do
conhecimento verdadeiro.
“Criar implica transformar o que existe.
Deus criou tudo e todos.
Teria feito sua obra otimizadamente?
Se a resposta for afirmativa, então qualquer elemento da natureza
(Natura) é provido de raciocínio (Méthode).
O raciocínio (Méthode) do criador (Exactus Dominus) está nos
traçados (Curvarum).
E cabe-nos decodificá-los (Mathesis).
Exactus – Natura – Méthode – Curvarum – Mathesi.”
“O cogito ergo sun”
É a representação (Simulacrum)
Do cérebro humano (Cerebrum)
Que pode, como raciocínio (Méthode)
Entender as criações perfeitas (Exactus)
Feitas por Deus (Dominus)

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Basta decodificar (Mathesis)


Os traçados (Curvarum)
Da natureza (Natura)
- Ideias de que o mundo poderia ser um autômato – uma máquina
mundial.
- Defendia uma filosofia dualista, em que mente e corpo teria
naturezas distintas: a essência do “eu” seria o pensamento e a do
corpo seria a extensão.
- Posteriormente, a filosofia do dualismo dividiu o mundo em: uma
esfera objetiva de matéria (o domínio da ciência) e outra, subjetiva,
da mente (o domínio da religião).
Ao dividir o mundo em matéria e mente, a intenção de Descartes era
estabelecer um acordo tácito: não atacaria a religião, que reinaria
suprema em questões relativas à mente, em troca da supremacia da
ciência sobre a matéria.
Dessa maneira, libertava a investigação científica da ortodoxia de
uma Igreja poderosa.
No fim, o sucesso da ciência em prognosticar e controlar o meio
ambiente levou, os cientistas, a questionar a validade de todo e
qualquer ensinamento religioso. Em especial, eles começaram a
contestar o lado da mente, ou espírito, do dualismo cartesiano”
(Prandini).
“O princípio do monismo materialista foi assim acrescentado à lista
de postulados do dualismo materialista: todas as coisas existentes
no mundo, incluindo a mente e a consciência, são feitas de matéria (e
de generalizações da matéria, como energia e campos de força).
Segundo este postulado, nosso mundo é material, de cima a baixo.
Monismo materialista, então, significa: filosofia que postula que
mente e cérebro pertence à mesma realidade.
Descartes tomou emprestada a ideia de Aristóteles: a ideia de
objetividade.
A ideia básica era que objetos são independentes e separados da
mente (ou consciência). Denomina-se, essa ideia, como o princípio da
objetividade forte.
Descartes também contribuiu, fundamentalmente, para o
desenvolvimento da matemática e da física.
Descartes estabeleceu uma nova metodologia na busca da verdade
absoluta. A descoberta das coordenadas perpendiculares entre si:
eixos X, Y e Z, foram fundamentais” (Amit Goswami).

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Uma nova semiótica começou a surgir. (Prof. Aguinaldo Prandini


Ricieri – no curso Curso Prandiano de Cálculo: “Matemática
Aplicada”. Representação do Cogito ergo sun:
1. Representação cerebral ( Dominus, Function). Eixos X e Y (Y= f
(X).
2. Representação simbólica semântica (Tectus et opertus). Ouço X
(ouço pelo ouvido 300 m) e falo Y (pela boca 32 ˚ graus, eixo
perpendicular).
3. Representação geométrica (por exemplo: em um triângulo retângulo)
(Gráphicus): dominus (eixo X ou cateto menor do triângulo),
function (eixo Y ou cateto maior do triângulo) e curvarum
(tangente, ou a hipotenusa do triângulo).
Descartes, como soldado, participou da tomada de La Rochelle
(1628), comandada pelo príncipe Maurício de Nassau. Foi quando
viveu o problema, que “permitiu” ele criar as coordenadas X, Y.
Ele era responsável por um canhão: O sargento dizia: 300 metros
(era a distância dos inimigos) e Descartes dizia para o operador do
canhão: 32˚ graus (era a inclinação do canhão). Assim por diante.
Reparem: Escutava 300m pelo ouvido – coordenada X e dizia 32˚
graus – coordenada Y. Ou seja escutava X (ouvido) e dizia Y (boca),
perpendicular. Y era uma função de X. Escutava uma coisa e dizia
outra, equivalente.
Dominium (domínio - senhor): audire (ouvir) – distantia
Fabulari (falar) – angulus – function (ministério).
Acreditava que a matemática deveria ser utilizada em todas as áreas
do conhecimento, por ser clara nos raciocínios, ter fundamentos
firmes, e estar livre da apreensão sensorial.
A metodologia consistia de quatro regras fundamentais: 1. clareza e
distinção; 2. análise; 3. ordem; 4. enumeração.
1. As ideias científicas não deveriam ter contradições e serem
distintas, independentes da tradição, dos preconceitos subjetivos e
dos dados sensíveis que induziam ao erro;
2. A análise detalhada do objeto de estudo, que deveria ser dividido
em suas partes constituintes;
3. Esse objeto deveria ser estudado da sua porção mais simples para
as partes mais complexas, mantendo uma ordem do mais simples
para o mais complexo;
4. O objeto, estudado, em suas partes, deveria ser enumerado
obtendo-se uma síntese geral, na qual todo o procedimento devia ser
revisto, fazendo-se um caminho contrário ao da análise inicial.

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A filosofia cartesiana estabelecia, ainda, que todo pensamento


científico deveria partir da dúvida e, seguindo o método proposto,
encontraria uma verdade indubitável que só a ciência é capaz de
fornecer.
O livro “Discurso do método”, publicado em 1637, abriu caminho para
Newton que, em 1687, publicou o seu livro “Princípios” (Prandini).
2.1.2 ISAAC NEWTON,(1642-1727), matemático e físico inglês, e
seus herdeiros (Séc. XVII e XVIII).
Prof. Aguinaldo Prandini Ricieri: “Estabeleceu os princípios do
realismo materialista, físico e científico, que correspondem à
filosofia da física clássica (aceita amplamente até hoje).
Contribuiu consideravelmente com a física clássica ao definir
matematicamente as leis da gravitação universal e as três leis do
movimento, bem como ao estabelecer uma teoria corpuscular para a
luz, estabeleceu as bases da física até o século XX. Desenvolveu
também estudos fundamentais sobre óptica e elaborou um telescópio
de reflexão.
Newton identificou as leis do materialismo e seu corolário: o
princípio do materialismo causal, ou a ideia de que todo
movimento pode ser exatamente previsto, dadas às leis do
movimento e às condições iniciais em que se encontravam os objetos
(onde estão e com que velocidades se deslocam).
Utilizando-se do método cartesiano, Newton conseguiu criar uma
teoria matemática consistente para a descrição do universo, na qual
anunciava a lei da gravitação universal e desenvolvendo uma nova
metodologia matemática extremamente avançada para a época, o
cálculo diferencial e integral.
As três leis que estabeleceram as bases da ciência da dinâmica:
A primeira lei estabelece que: ‘todo corpo continua em estado de
repouso ou em movimento retilíneo uniforme, a menos que sofra a
ação de uma força externa’.
Essa lei é também conhecida como o princípio da inércia e
proporciona uma descrição da ausência de força, já que qualquer
desvio do estado de repouso ou do movimento retilíneo deve
significar que uma força está atuando sobre o corpo.
A segunda lei estabelece que:
‘a taxa de mudança do movimento é proporcional à força aplicada na
mesma direção’.

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Em situações em que a massa é constante, essa lei iguala a força F


ao produto da massa m pela aceleração a, de acordo com a equação
F=ma.
Consequentemente, fornece uma definição para força.
A terceira lei estabelece que:
‘para cada força aplicada, ou ação, há uma força igual, ou reação,
que atua na direção oposta’.
Resumidamente expressa, ação e reação são iguais e opostas.
“No entanto, uma teoria mais sofisticada é necessária, pois as leis de
Newton, contudo, não explicavam alguns dos fenômenos observados
no movimento planetário, como o movimento a velocidades próximas
às da luz e o comportamento de objetos com tamanhos próximos aos
dos átomos” (Prandini).
Prof. Aguinaldo Prandini Ricieri: “Em 1687, publicou o livro:
“PHILOSOPHIAE naturalis PRINCIPIA mathematica”
(“Princípios matemáticos da filosofia natural”), que Stephen Hawking
considera: ‘provavelmente o trabalho isolado mais importante jamais
publicado no campo das ciências físicas’.
“Estudo dos princípios da natureza (Principia – coisas de Deus)
Decodificação das leis da natureza
Estudo natural das leis matemáticas (leis: leis de Deus (Cânones)
Lei (Lex) coisa relacionadas às leis do homem.
Impute = ouvir
Fluent = cogito ergo sun (= função).
Fluxion = derivada (tangente 0, ponto de máxima; tangente 0,
ponto de mínima) (numa onda, com determinada amplitude e
comprimento).
Lembram: os mesmos conceitos, com termos próprios de cada
personagem.
O interessante é que Newton foi mais cartesiano do que o próprio
Descartes. De fato, tentando abandonar todas as ideias da tradição e
criando um pensamento completamente novo, ele seguiu muito mais
à risca o método cartesiano, propondo um único conhecimento, claro
e distinto, advindo da experimentação.
Um método livre de todos os preconceitos humanos e da tradição, já
que era obtido diretamente da natureza e o tratamento matemático
rigoroso estabelecia um pensamento racional e objetivo, sem
influências subjetivas e emocionais ou preconceituosas.

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Graças à física newtoniana era possível determinar, com rigorosa


precisão, o que aconteceria no sistema com o qual se trabalhava e,
com isso, era possível fazer previsões sobre o futuro, algo inovador
para a época.
- Se fossem conhecidas todas as forças que agem sobre um
determinado corpo, eram possíveis prever sua trajetória ao longo do
tempo. Foi desse modo que Newton descreveu matematicamente o
movimento planetário, resolvendo o problema do movimento de
rotação dos planetas, que Kepler havia observado sendo elíptico e
não circular como se pensava na época. Estabeleceu a lei da
gravitação universal, uma das primeiras leis gerais de
comportamento do universo físico.
A possibilidade de se fazer previsões, propiciada pela mecânica
newtoniana, permitia ao homem uma autonomia gigantesca em
relação à natureza, já que possibilitava uma antevisão aos fatos que
aconteceriam e a tomada de providências para resolver os
problemas, resguardando o homem de quaisquer prejuízos que a
natureza lhe pudesse ocasionar.
A visão determinista da realidade, na ciência newtoniana, prevendo
os acontecimentos, sustentada por uma matemática altamente
avançada e a descoberta de todos os fenômenos que determinam o
comportamento de um corpo (gravitação, inércia, ação e reação)
levou à consolidação do modelo de mundo cartesiano, o modelo
mecanicista da realidade.
Esse modelo entende o mundo como uma grande máquina regida por
leis naturais e imutáveis, onde é possível, de posse do conhecimento
dessas leis, determinar todos os eventos ao longo do tempo.
O universo newtoniano era, de fato, um gigantesco sistema mecânico
que funcionava de acordo com leis matemáticas exatas.
Ironicamente, a ciência de Newton e Descartes buscavam
aumentar nossa compreensão da natureza para que assim
pudéssemos estar mais próximos de Deus, mas foi essa nova
ciência que levou, futuramente, à separação entre ciência e
religião em nossa sociedade. A mecânica newtoniana era
considerada uma explicação exata e real dos fenômenos que
previa.
A realidade era a física newtoniana e não poderia haver uma
explicação diferente. O êxito foi tão grande que, até o final do século
XIX, as leis de Newton ainda eram tidas como verdades absolutas,
sugerindo a ideia de que a explicação total do universo parecia
apenas uma questão de tempo e de cálculos cada vez mais precisos.

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Como Clerk Maxwell disse ‘... a física é como um edifício quase


acabado, no qual só faltam as últimas telhas’” (Prandini).
2.1.3 PIERRE-SIMON DE LAPLACE, (1749-1827, (Séc. XVIII),
matemático e astrônomo francês, que demonstrou a estabilidade do
sistema solar a partir da lei de Newton para a gravitação.
“Laplace incorporou sua mecânica do sistema solar em sua
“Mechanique Celeste” (1799-1825), que incluía a proposta agora
conhecida como a hipótese da nebulosa de Laplace sobre o
nascimento do sistema solar.
Ele também concebeu a ideia de que uma estrela poderia ter uma
massa tão grande que as partículas de luz não poderiam escapar
dela, uma ideia similar à teoria moderna dos buracos negros.
A importância filosófica do determinismo foi sumariada, melhor do
que ninguém, por Laplace:
‘Uma inteligência que, em qualquer dado momento, conhecesse
todas as forças através das quais a natureza é animada e os
estados dos corpos dos quais ela é composta, abrangeria – se ela
fosse vasta o suficiente para submeter os dados da análise -, na
mesma fórmula, os movimentos dos grandes corpos do
universo e os dos átomos mais leves, nada seria duvidoso para
essa inteligência e o futuro, tal como o passado, seria presente
aos seus olhos’.
Laplace escreveu um livro sobre a mecânica celeste que o tornou
famoso, sendo convidado por Napoleão para uma palestra:
- Monsieur Laplace – disse Napoleão – o senhor não mencionou Deus,
nem uma única vez, em seu livro. Por quê?
- Majestade, eu não precisei dessa hipótese particular.
Laplace compreendia corretamente a implicação da física clássica e
de sua estrutura matemática, causalmente determinista. Em um
universo newtoniano, não há a menor necessidade de Deus!.
Aprendemos, até agora, dois princípios fundamentais da física
clássica: a objetividade forte e o determinismo” (Amit Goswami,
p. 36).
2.1.4 ALBERT EINSTEIN. O terceiro foi descoberto por ALBERT
EINSTEIN: a Teoria da Relatividade (Ideias de Amit Goswami, p.
144 a 161).
“Uma extensão da física clássica a corpos que se movem em alta
velocidade; exigia que a velocidade mais alta fosse à velocidade da
luz (trezentos mil quilômetros por segundo). Uma velocidade enorme,
mas, mesmo assim, limitada.

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A implicação desse limite de velocidade é que todas as influências,


entre objetos materiais, que se fazem sentir no espaço-tempo devem
ser locais: eles têm que viajar, através do espaço, um pouco de cada
vez, com uma velocidade finita.
Este é o denominado princípio de localidade. Todas as conexões no
mundo material têm que ser mediadas por sinais que viajam através
do espaço e, portanto, ser limitados pela velocidade da luz.
Na década de 30, Einstein, Boris Podolsky e Nathan Rosen. Tentam
provar, através do que foi denominado Paradoxo Einstein-Podolsky-
Rosen (EPR), o caráter incompleto da mecânica quântica e reforçar o
apoio ao realismo. A intenção era negar, principalmente, o princípio
de incerteza de Heisenberg, que diz: em qualquer dado momento,
apenas uma de duas variáveis complementares, posição e
momentum, pode ser medida com absoluta certeza. Isso significa que
jamais podemos prognosticar a trajetória de um objeto quântico.
Einstein, Podolsky e Rosen, tentam, através de um cenário que,
aparentemente, desmente tal imprevisibilidade” (Amit Goswami).
O paradoxo EPR: “Imaginemos dois elétrons Ax e Bx interagem
entre si durante algum tempo, e em seguida deixam de fazê-lo.
Esses elétrons são gêmeos idênticos, uma vez que é
impossível distinguir um elétron de outro. Suponhamos que as
distâncias entre Ax e Bx, a partir de uma origem 0, seja: 0-xA e 0-
xB, enquanto interagem entre si. Os elétrons estão em movimento e,
portanto, têm momentum. Podemos designar esses momenta (ao
longo do mesmo eixo x em que os elétrons A e B estão
percorrendo) como pA e pB, ou seja os momenta ou movimento
dos elétrons A e B ao longo do eixo x”.
“A mecânica quântica implica que não podemos medir pA e Ax
(ou seja o movimento e a posição do elétron de A, do mesmo
modo que para pB e Bx) simultaneamente, ou melhor não se
pode medir simultaneamente a distância x entre um elétron A
e o outro elétron B e o momento total de ambos p de A+B.
Einstein, Podolsky e Rosen alegaram que: quando A e B
interagem, eles se tornam correlacionados porque, mesmo
que mais tarde deixem de interagir, medir a posição de B
permite-nos calcular exatamente a posição de A. Isso significa
se conhecemos a distância entre 0 e B, logo saberemos a
distância entre 0 e A, logo obteremos a distância entre eles (A
e B). Também, se medimos o momentum de A (pA) podemos
determinar o momentum de B (pB), porque pB é igual ao
momentum total p menos o pA, sendo p conhecido.
Um objeto quântico correlato (A) precisará forçosamente ter valores
simultâneos de posição e momentun, assim concluía o EPR. Essa

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observação confirmaria o realismo porque, em princípio, poderíamos,


nessa ocasião, determinar a trajetória do movimento de A, logo o de
B, consequentemente.
Essas conclusões comprometiam seriamente a mecânica
quântica, porque é impossível calcular a trajetória de um
objeto quântico, porque não existe uma trajetória, mas apenas
possibilidades e eventos observados.
Einstein argumentou: que se a trajetória de um objeto quântico
correlacionado é, em princípio, previsível, mas que a mecânica
quântica é incapaz de prevê-la, pois deveria haver alguma coisa
errada com a mesma.
Einstein alegava sempre, que a teoria quântica era incompleta. Era
incompleta na descrição dos estados de dois elétrons correlacionados.
Implicitamente, ele apoiava a ideia de que, por trás das cenas,
deveria haver variáveis ocultas, parâmetros desconhecidos, que
controlariam os elétrons e lhes determinariam a trajetória.
Einstein defendia a ideia de variáveis ocultas deterministas,
com a finalidade de desmistificar a mecânica quântica. Em sua
opinião, era imperativo que a mecânica quântica fosse substituída por
alguma teoria de variáveis ocultas, com o objetivo de restabelecer a
ordem determinista do mundo, pois, como dizia: Deus não joga
dados.
No entanto, a dificuldade para a teoria quântica criada pela análise
EPR pode ser solucionada sem variáveis ocultas, conforme
observou Böhr, que disse a Einstein: “Não diga a Deus o que
fazer” (Amit Goswami).
2.1.5 JAMES CLERK MAXWELL, (1831-1879), (Séc. XIX), físico
britânico e primeiro diretor do Laboratório Cavendish, em Cambridge.
Desenvolveu a teoria do eletromagnetismo e foi o primeiro a prever a
existência da radiação eletromagnética, e a descrever a luz como
uma onda eletromagnética.
“Subjacentes à sua teoria estavam quatro equações que continham
as leis da atração magnética e elétrica, as leis que ligam os campos
magnéticos e as correntes elétricas, e um novo conceito – um
deslocamento de corrente causado por uma tensão elétrica que pode
existir mesmo no vácuo.
Também contribuiu grandemente para a elaboração da teoria cinética
da matéria e descobriu a lei que governa a distribuição de
velocidades entre as moléculas de um gás (a distribuição de Maxwell-
Boltzmann).

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Maxwell mostrou que um circuito elétrico oscilante pode irradiar


ondas eletromagnéticas.
Realizou a medição da velocidade de propagação dessas ondas, por
meios puramente elétricos e magnéticos, achou-se ser ela próxima de
3x108 m/s (300 mil quilômetros por segundo).
Dentro dos limites da aproximação obtida, a velocidade de
propagação das ondas eletromagnéticas era idêntica à da propagação
da luz. Pareceu evidente consistir a luz de ondas eletromagnéticas”
(Amit Goswami).

Usberco & Salvador (2000, in Química 1)

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Figura 1 – Ondas eletromagnéticas.


2.1.6 RUDOLF HEINRICH HERTZ (1857-1894), físico alemão que
confirmou as predições de Maxwell sobre as ondas eletromagnéticas
invisíveis (ondas de rádio).
“Utilizando um circuito oscilante de reduzidas dimensões, conseguiu
produzir ondas extremamente curtas (as atuais micro-ondas), de
origem, indubitavelmente, eletromagnéticas, e mostrou que as
mesmas possuíam todas as propriedades das ondas
luminosas: podiam ser refletidas, refratadas, enfocadas por uma
lente, polarizadas, etc...
Provou a existência das ondas eletromagnéticas de Maxwell ao
evidenciar sua ação à distância, através de um oscilador, de sua
criação, que permitiu criar correntes alternadas de alta frequência e
observou que essas induziam correntes em um condutor localizado a
alguns metros de distância.
“A teoria eletromagnética de Maxwell e sua confirmação por Hertz
constituiriam um dos triunfos da Física Clássica” (Amit Goswami).
Em fins do século XIX, acreditava-se que pouco ou nada
faltava conhecer sobre a natureza da luz.
SÍNTESE:
Durante mais de 200 anos houve um acordo entre a ciência e a
religião. No fim, o sucesso da ciência em prognosticar e controlar o
meio ambiente levou cientistas a questionar a validade de todo e
qualquer ensinamento religioso (Ideias de Amit Goswami).
“Em especial, eles começaram a contestar o lado da mente, ou
espírito, do dualismo cartesiano. O princípio do monismo
materialista foi assim acrescentado à lista de postulados do
realismo materialista: todas as coisas existentes no mundo, incluindo
a mente e a consciência, são feitas de matéria (e de generalizações
da matéria, como energia e campos de força. Nosso mundo é
material, de cima a baixo).
Claro, ninguém sabe ainda como extrair mente e consciência de
matéria, e, portanto mais um postulado foi adicionado: o princípio do
epifenomenalismo.
De acordo com este princípio, todos os fenômenos mentais podem
ser explicados como sendo epifenômenos, ou seja, fenômenos
secundários da matéria, através de uma redução apropriada às
condições físicas prévias.
A ideia básica é que o que denominamos de consciência constitui
simplesmente uma propriedade (ou grupo de propriedades) do
cérebro, quando este é considerado em certo nível.

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Os cinco princípios que enfeixam a filosofia do realismo materialista”


(Ideias de Amit Goswami, p. 37):
OBJETIVIDADE FORTE: Objetos são independentes da mente ou
consciência.
DETERMINISMO CAUSAL: Causa e efeito – tendo o ponto de início
e a velocidade determina-se os movimentos posteriores e os
anteriores.
LOCALIDADE: Objetos materiais que se fazem sentir no espaço-
tempo devem ser locais.
MONISMO FÍSICO OU MATERIALISTA: Todas as coisas existentes
no mundo, incluindo a mente e a consciência, são feitas de matéria.
EPIFENOMENALISMO: Não se sabe ainda como extrair mente e
consciência de matéria.
2.2 A FÍSICA QUÂNTICA E O FIM DO REALISMO
MATERIALISTA
Em fins do século XIX, numerosos físicos se sentiam frustrados, até
que um deles rompeu as fileiras: Max Planck (textos das revistas
Scientific American Brasil ns. 6, 13).
2.2.1 MAX KARL ERNST LUDWIG PLANCK (1858-1947), físico
teórico alemão, criador da teoria quântica que, juntamente com a
teoria da Relatividade de Albert Einstein, forma os fundamentos da
física do século XX.
Por sua realização, Planck recebeu o prêmio Nobel de Física, em
1918.
Nelson Studart, in Scientific American Brasil n. 13, relata: “Em
reunião da Sociedade Alemã de Física, a 14 de dezembro de 1900,
Max Planck apresentou seu artigo: Sobre a teoria da Lei da
Distribuição de Energia do Espectro Normal. Este artigo foi o início de
uma revolução na física. O nascimento da Física Quântica”.
“Lei de Planck é a expressão matemática que descreve a quantidade
de potência irradiada por um corpo negro em diferentes
comprimentos de onda”.
“Todo corpo negro, a qualquer temperatura, emite energia na forma
de ondas eletromagnéticas. A distribuição dessa energia térmica (o
espectro), a dada temperatura, se estende de modo contínuo por
uma larga faixa de frequências f ou comprimentos de onda λ”.
“À temperatura ambiente, a emissão ocorre na região do
infravermelho (1012 a 1014 GHz). A intensidade da radiação atinge um
máximo que determina a frequência predominante para determinada
temperatura”.

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“Se a temperatura do corpo aumenta, esse máximo desloca-se para


frequências cada vez maiores”.
“A emissão térmica pode ser constatada, na variação da cor de um
corpo. Por exemplo, um metal a 600ºC apresenta uma tênue cor
avermelhada, ao passo que, a temperaturas mais altas, exibe
coloração laranja, amarela ou branca – podendo chegar ao azul no
caso de algumas estrelas”.
“A lei foi deduzida a partir da percepção de que a energia é sempre
trocada em pacotes discretos, os quais Planck chamou “quanta”. Em
particular, a luz é emitida na forma de fótons (quantas de luz), cuja
energia depende de seu comprimento de onda no vácuo”.
“Assim como a teoria da relatividade, a física quântica representa
uma generalização da física clássica, que inclui as leis clássicas como
casos especiais”.
“Assim como a relatividade estende o campo de aplicação das leis
físicas para a região de grandes velocidades, a física quântica estende
esse campo à região de pequenas dimensões”.
“Assim como, uma constante universal de significado fundamental, a
velocidade da luz c, caracteriza a relatividade”.
“Do mesmo modo, uma constante universal de significado
fundamental, a chamada constante de Planck ħ, caracteriza a física
quântica”.
“Foi o primeiro a introduzir o conceito do quantum de energia”.
“O que emitia luz de um corpo incandescente – madeira em chamas,
por exemplo, ou o sol – eram minúsculas cargas, os elétrons”.
“Os elétrons absorvem energia de um ambiente quente, como uma
lareira, e em seguida a emitem de volta, sob a forma de radiação”.
“Embora esta parte da velha física estivesse correta, ela
prognosticava também que a radiação emitida deveria ser rica em
ultravioleta, o que as observações desmentiam”.
“Planck declarou que se supusesse que os elétrons emitem ou
absorvem energia apenas em certas quantidades específicas,
descontinuamente separadas – o que ele denominou de quanta de
energia – poderia ser solucionado o problema de graus variáveis de
ultravioleta”.
“Um quanta de energia: ћ = 6,55 x 10-27 (erg.s).
“Para compreendermos melhor o significado do quantum de
energia, vejamos a analogia:

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Compare o caso de uma bola descendo uma escada com outra


descendo uma rampa”.
“A bola da rampa pode assumir qualquer posição e a posição pode
mudar em qualquer valor. Ela é, portanto, um modelo de
continuidade e representa a maneira como pensamos na física
clássica”.
“Em contraste, a bola na escada só pode ficar neste ou naquele
degrau. Sua posição (e sua energia, que se relaciona com a posição)
é “quantizada”. Importante: a bola quântica jamais será encontrada
em qualquer lugar intermediário entre dois degraus, ela ou está
nesse ou naquele degrau. Ela só aparece quando estiver sobre o
plano de degrau, isto é o que se denomina de descontinuidade
quântica. Um salto quântico de Böhr”.
“O fogo de uma lareira não permite que consigamos pegar um
bronzeado”.
“A radiação de baixa frequência surge de pequenos saltos quânticos,
ao passo que a de alta frequência exige grandes saltos quânticos”.
“Um grande salto quântico precisa ser alimentado por um grande
volume de energia no ambiente do elétron”.
“O fato de o fogo da lareira não ter energia suficiente para emitir a
frequência ultravioleta, logo somente com a energia do sol que se
emite a radiação ultravioleta”.
“Graças à interpretação de Einstein, em 1905, contestando a crença,
então popular, de que a luz é um fenômeno ondulatório, afirma que a
luz existe como um quantum – um pacote separado de energia – que
ora denominamos de fóton. Quanto maior a frequência da luz, mais
energia em cada pacote” (Nelson Studart, in Scientific American
Brasil n. 13).
2.2.2 ALBERT EINSTEIN (1879-1955), “físico e matemático alemão
cuja teoria da Relatividade espacial mudou as ideias sobre o espaço,
o tempo e natureza do universo” (texto obtido de Scientific American
Brasil n.6).
“Em 1905, ele utilizou com sucesso a teoria quântica para explicar o
efeito fotoelétrico, recebendo por isso o Prêmio Nobel de Física de
1921”.
“Nessa data, 1905, Einstein estudou primeiramente só o domínio das
altas frequências, ao qual se aplica a lei da radiação de Wien. Daí, ele
concluiu que a radiação se comporta como se fosse constituída de
corpúsculos de energia ћf. A formulação dessa hipótese de quanta de
luz é a primeira contribuição de Einstein à teoria quântica”. A energia

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é representada pela constante de Planck (ћ) multiplicada pela


frequência (f).
“Wilhelm Wien, filósofo alemão, deu um passo importante para a
teoria do corpo negro, assinalando que o produto da temperatura
pelo comprimento de onda de amplitude máxima da radiação
permanece constante (lei do deslocamento de Wien). No entanto,
posteriormente, em 1899, dois pesquisadores Otto Lummer e Ernst
Pringsheim, revelaram que a lei de Wien não era válida para
frequências fracas; Foi preciso esperar por Max Planck para que o
problema fosse resolvido”.
“Einstein desenvolveu a ideia, proposta em 1900 por Planck, de que a
energia de um feixe luminoso, em lugar de se distribuir através do
espaço nos campos elétrico e magnético de uma onda
eletromagnética, ficava concentrada em corpúsculos ou fótons. O
efeito fotoelétrico”.
“Em 1914, o físico americano Robert Millikan verificou com precisão a
teoria de Einstein sobre o efeito fotoelétrico. Milikan mede, para
diferentes frequências da radiação incidente, a tensão limite
necessária entre os dois eletrodos, para impedir que um elétron
ejetado do primeiro eletrodo, pelo efeito fotoelétrico, atinja o
segundo. Essa comprovação levou , em 1921, à premiação de
Einstein com o prêmio Nobel”.
“Nos trabalhos apresentados em 1909, Einstein calculou o desvio
quadrático médio ε das flutuações da energia da radiação no
equilíbrio térmico, num corpo negro, a uma temperatura T. Ao aplicar
a lei da radiação de Planck, ele descobre que esse desvio quadrático
médio é a soma de dois termos, cada um sendo explicado de modo
claro e distinto por uma teoria puramente ondulatória, e por uma
teoria puramente corpuscular, respectivamente. O primeiro termo,
que domina nas baixas frequências, é o desvio quadrático médio
obtido com a fórmula da radiação de Rayleigh-Jeans; o segundo
termo, preponderante nas altas frequências, é o desvio quadrático
médio que se obtém com a lei da radiação de Wien. A teoria
ondulatória clássica da luz só forneceria o primeiro termo da soma;
quanto ao segundo termo, ‘se ele estivesse presente, geraria as
flutuações (que deveríamos esperar) se a radiação se compusesse de
quanta pontuais de energia ћf se deslocando independentemente’,
explica Einstein”.
“Assim, à exceção de casos extremos, a radiação não pode ser
descrita nem exclusivamente pelo modelo ondulatório, nem
exclusivamente pelo modelo corpuscular, ela é de natureza
dual. Em seu artigo de 1909, Einstein estabelece as bases de uma
nova teoria da radiação, levando em consideração essa dualidade

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onda-corpúsculo da radiação eletromagnética. Seria preciso esperar


pela publicação do artigo do fundador da eletrodinâmica quântica, em
1930, por Paul Dirac, para que essa teoria da radiação fosse
explicitamente formulada”.
“Como suas hipóteses sobre os quanta de luz, as perspectivas
abertas por Einstein sobre a natureza dual da radiação gelaram a
comunidade científica. Mas, 14 anos depois, em 1923, Louis de
Broglie se baseou nessas reflexões ao por, em sua tese de doutorado,
que os elétrons e outras partículas materiais subatômicas também
apresentam tal dualidade. Enquanto Einstein amplia o modelo
ondulatório da luz aos fenômenos corpusculares, De Broglie confere
propriedades ondulatórias à natureza manifestamente corpuscular
das partículas”.
“No mesmo ano, 1923, Compton e Debye demonstraram, de modo
independente, o comportamento corpuscular da radiação, ao
estudar o espalhamento de uma radiação sobre elétrons (efeito
Compton), ao passo que C. Davisson, L. Germer e G. Thompson
demonstram o comportamento ondulatório da matéria”.
“Essas experiências marcaram o nascimento de uma teoria quântica
universal, a mecânica quântica (1925-1926). Ela compreende uma
interpretação dualista da matéria microscópica e da radiação
eletromagnética, e esclarece suas representações”.
“Em 1913, uma etapa importante, na via que conduziu os físicos das
primeiras pesquisas de Planck à teoria quântica, é a formulação do
modelo atômico de Böhr, em 1913. Segundo esse modelo, os elétrons
de um átomo só se situam em órbitas bem exatas, portanto
discretas. Quando um elétron passa de uma órbita de energia E2 a
uma órbita de energia E1, o átomo emite uma radiação de
frequência: f = (E2 – E1)/ћ ou seja, um “quantum de luz” de
energia ћf. Entretanto, a maioria dos físicos ainda acreditava
no caráter exclusivamente ondulatório da radiação
eletromagnética, e essa interpretação não causou o impacto
que mereceria”.
“Ainda, em 1905, Einstein apresentou a teoria especial da
relatividade, descrevendo os efeitos do movimento na forma de
valores observados de comprimento, massa e tempo”.
“Uma consequência dessa teoria é que a massa m é equivalente à
energia; E, um conceito expresso pela equação E = mc2, onde c é a
velocidade da luz”.
“Essa é a base de todos os cálculos da energia liberada por reações
nucleares”.

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“Ele expandiu suas ideias na teoria geral da relatividade, publicada


em 1915, que é centrada na gravitação e nos efeitos do movimento
acelerado”.
“Einstein declarava que a energia em um feixe luminoso, em lugar de
se espalhar em superfícies de onda, como afirmava a teoria clássica,
estava concentrada em “corpúsculos”, aos quais, atualmente, dá-se o
nome de quanta de luz ou fóton”.
“Os conceitos de comprimento de onda (λ) e de frequência (f) estão,
também, associados aos fótons; a energia E de um fóton é
proporcional à sua frequência: E= ћf. Sendo ћ a constante de Planck
e f a frequência”.
“Em 1926, a mecânica quântica estava praticamente pronta. Embora
não tivesse participado dessa fase da criação da mecânica, Einstein
se envolveu no debate sobre seu significado, não aceitando os seus
resultados” (Scientific American Brasil n.6).
5º Conselho Solvay
“Em 1927, durante o 5o Conselho Solvay, que foi dedicado à
discussão da mecânica quântica, Böhr e Einstein tiveram um
confronto não muito amigável”.
“Em 1930, nova discussão ocorreu entre ambos. A interpretação de
Copenhague defendida por Böhr e Heisenberg considerava a
mecânica quântica como a teoria definitiva, a mais profunda possível,
para o estudo dos fenômenos microscópicos, e que não era possível
afirmar nada sobre os detalhes dos movimentos individuais das
partículas e sim apenas determinar as probabilidades de ocorrência
daquilo que se pode observar”.
“Einstein combateu essa visão, refletindo que a mecânica quântica
seria incompleta (embora correta) e que devia ser possível ir além
dela, atingindo nível mais profundo de conhecimento dos fenômenos,
no qual já não haveria o total indeterminismo defendido por Böhr”.
“O ponto de vista de Einstein não foi aceito. Os argumentos de Böhr
convenceram a maior parte dos físicos; e a interpretação de
Copenhague para a mecânica quântica se tornou hegemônica,
durante mais de 20 anos”.
“Em 1935, no entanto, Albert Einstein, Boris Podolski (1896-1966) e
Nathan Rosen (1909-1995), publicaram o trabalho que é conhecido
pela sigla EPR, com o título: ‘Pode a descrição quântica de a
realidade física ser considerada completa? ’, sugerindo que a
formulação da mecânica quântica carregava um defeito intrínseco”
(descrito atrás, no Item 11.2.1.4).

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“Böhr, logo em seguida, publicou a resposta ao artigo EPR. Percebeu


que um sistema quântico jamais poderia ser analisado em partes
isoladas e que não poderia desprezar as conexões distantes. Com
essa resposta encerraram-se os debates entre ele e Einstein”
(Roberto A. Martins, in Scietific American Brasil n. 13).
“Böhr fundamenta sua argumentação na necessidade de levar em
conta o sistema inteiro, ou seja, o conjunto formado pelas duas
partículas emaranhadas: examinar, no contexto da mecânica
quântica, o estado real independente de cada uma das partículas,
como preconiza Einstein, não faz nenhum sentido quando as duas
partículas estão emaranhadas” (Scientific American n. 6).
“Segundo a mecânica quântica, nenhum valor é atribuído a priori a
uma grandeza física antes da sua medição. A experiência não afeta
valores preexistentes, pois o valor de uma grandeza não existe
enquanto não for medida” (Scientific American n. 6).
Teorema de Bell
“Em 1964, o físico irlandês John Bell (1928-1990) descobriu uma
maneira de escolher experimentalmente entre os pontos de vista da
mecânica quântica e do realismo local: ao supor válida a hipótese do
realismo local; ele demonstrou que existem situações concretas,
realizáveis experimentalmente, nas quais as previsões da mecânica
quântica contradizem as de toda teoria realista local” (Scientific
American n. 6).
Olival Freire & Fábio Freitas – Scientific American n. 13: “John Bell
mostrou que todas as interpretações válidas da mecânica quântica
devem incluir o conceito de “não localidade”: o que é medido em uma
partícula do sistema interfere no que é aferido na outra, mesmo
quando estão separadas”.
“Não houve aceitação ampla dos argumentos de Einstein, que foram
criticados por Niels Böhr. No entanto, a consequência da conclusão de
Einstein foi levada a sério, no início da década de 50, pelo jovem
físico americano David Bohm (1917-1992). Ele havia publicado em
1951 um livro-texto, Quantum Theory, bastante elogiado, mas não
tinha ficado satisfeito com o modo usual de interpretar essa teoria”.
“O passo seguinte foi a tentativa de completar a teoria quântica por
meio do desenvolvimento de um modelo no qual o elétron era tratado
como uma partícula com posição e velocidade bem definidas, mas
submetido a um potencial diferente dos potenciais clássicos, que
Bohm denominou “potencial quântico”. Esse potencial lhe foi sugerido
por analogias formais entre a estrutura matemática da teoria
quântica e as equações de Hamilton-Jacobi da mecânica clássica”.

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“Desenvolvendo esse modelo, Bohm foi capaz de reproduzir os


resultados conhecidos da teoria quântica para situações não
relativísticas, isto é, situações em que as velocidades envolvidas são
desprezíveis em comparação com a velocidade da luz. De todo modo,
já era um resultado impressionante, e Bohm prometia que
modificações nesse modelo original poderiam reproduzir resultados
relativísticos e explicar certos fenômenos então pouco conhecidos no
âmbito da física nuclear e das partículas subatômicas”
“Como a teoria quântica interditava a definição simultânea da
velocidade e da posição das partículas, ao adotar essas duas
grandezas como atributos do seu modelo, Bohm estava utilizando
variáveis adicionais àquelas usuais na teoria quântica. Ele chamou
tais variáveis adicionais de ‘variáveis escondidas’ - nome que ele
reconheceria mais tarde não ter sido uma escolha feliz. Como no seu
modelo as partículas tinham trajetórias bem definidas, ele denominou
seu modelo de interpretação causal da teoria quântica. O aspecto
mais importante do seu trabalho, Bohm enfatizou, é que ele
desafiava a premissa sustentada por Niels Böhr de que a descrição
dos fenômenos fornecida pela teoria quântica fosse a mais completa
descrição possível”.
“A fraca recepção da interpretação causal de Bohm não eliminava,
entretanto, o enigma: como ela tinha sido possível? Afinal, Böhr
havia incluído na interpretação com complementaridade o primado da
descrição probabilística, e o matemático húngaro-americano John Von
Neumann (1903-1957) havia apresentado em 1932 uma prova
matemática da impossibilidade de completar a teoria quântica com
variáveis suplementares”.
“Esse enigma só seria resolvido em 1965, quando o físico irlandês
John Bel concentrou-se no problema de saber como a interpretação
de Bohm era possível, uma vez que a prova de Von Neumann proibia
tais interpretações. Ele evidenciou o ponto fraco nessa prova e
mostrou também que sua reformulação levava ao conflito entre a
teoria quântica e certo tipo de interpretações baseadas em variáveis
adicionais, as chamadas variáveis locais. Finalmente, Bell mostrou
que a interpretação de Bohm pode sobreviver porque ela continha a
mesma propriedade da não-localidade que estava presente na teoria
quântica”.
“Os trabalhos de Bell tiveram implicações bem além da solução
daquele enigma. A nova ideia introduzida por Bell, a localidade, era
uma ideia bem ancorada na intuição dos físicos. Ele a tomou do
experimento EPR (Einstein-Podolsky-Rosen), mas explicitou a
premissa da localidade, que no argumento original de Einstein havia
ficado implícita. A hipótese da localidade, diz que em um sistema

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composto por duas partículas que interagem e se separam, o que é


medido em uma delas não deve interferir no que for medido na
outra”.
“Nem a teoria quântica nem a interpretação de Bohm respeitam esse
critério. No caso da teoria quântica é o próprio tratamento
matemático desse tipo de sistemas, chamados sistemas “singletos”,
que mostra que as duas partículas permanecerão fortemente
correlacionadas mesmo depois de afastadas. No caso do modelo de
Bohm o potencial quântico transmite instantaneamente alguma
interação entre as partículas, no ato de medição. Mais importante
apesar dos muitos testes a que se submeteu a teoria quântica, nunca
tal propriedade havia sido testada com partículas separadas por
distâncias macroscópicas. Desde a década de 70 vêm se realizando
experimentos com fótons emitidos de uma única fonte para verificar
se isso ocorre. Os resultados têm confirmado as predições da teoria
quântica e violado esse critério da localidade” (Olival Freire & Fábio
Freitas – Scientific American n. 13).
A prova da não-localidade: o experimento de Alain Aspect
Olival Freire & Fábio Freitas – Scientific American n. 13: “No início da
década de 80, os experimentos conduzidos pelo físico francês Alain
Aspect impressionaram tanto pela sua engenhosidade experimental
quanto pela precisão dos resultados. Os físicos, em sua grande
maioria, estão convencidos de que estamos diante de um efeito
tipicamente quântico, o qual recebe hoje a denominação de
emaranhamento entre sistemas que estão espacialmente separados”.
Emaranhamento e seus experimentos
Olival Freire & Fábio Freitas – Scientific American n. 13: “O
emaranhamento é um dos fenômenos tipicamente quânticos, sem
nenhuma correspondência clássica. Quando dizemos que um sistema
está emaranhado, também chamado estado singleto, isso significa
que partes distintas do sistema não possuem comportamento
individual independente um do outro. Ou seja, se fizermos dois
sistemas quânticos interagirem, esses sistemas passam a ser
descritos por uma única função de onda, e dessa forma os seus
comportamentos permanecerão interligados”
“O exemplo utilizado em experimentos do tipo EPR é o de um par de
partículas de spin 1/2 que surgem do decaimento de uma partícula de
spin nulo. Como o spin total deve permanecer 0 (zero), caso uma das
partículas possua spin +1/2, a outra necessariamente possui spin -
1/2. Porém, como a teoria quântica não permite atribuir um valor
específico de spin para cada partícula com base nas condições
iniciais, diz-se que as duas permanecem numa superposição entre
spin +1/2 e -1/2. Caso se faça uma medida em uma das partículas e

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se encontre o valor +1/2, saberemos automaticamente o valor da


outra partícula por elas estarem emaranhadas, sem a necessidade de
realizar uma segunda medição”.
O problema do gato morto-vivo
Olival Freire & Fábio Freitas – Scientific American n. 13: “Agora
voltemos à década de 30 para seguir a outra vertente crítica.
Schrödinger, como, Einstein e no mesmo ano de 1935, utilizaria a
própria teoria quântica para mostrar que os seus resultados podiam
levar a resultados paradoxais. A interpretação usual da teoria
quântica nos diz que o estado quântico de um sistema prevê os
diversos resultados possíveis de uma medição e as probabilidades de
obtenção cada um desses resultados, mas não prevê qual será
efetivamente o resultado em uma única medição de um sistema
único. Assim, interpreta-se que antes da medição o sistema está em
uma superposição de todos os estados possíveis, não tendo,
portanto, propriedades físicas bem definidas”.
“Schrödinger, então, imaginou a seguinte situação, hoje conhecida
como o experimento do gato de Schrödinger. Coloca-se dentro de
uma caixa um átomo radioativo. Suponhamos que, de acordo com a
teoria quântica, esse átomo teria 50% de chance de se desintegrar e
50% de chance de não se desintegrar durante o período de uma
hora. Junto do átomo é colocado um contador Geiger, que é um
detector de radiação. Também haveria na caixa um circuito ligado ao
contador, um martelo, um pote com veneno e um gato vivo. Caso o
átomo decaísse, o contador Geiger detectaria a radiação, ativando o
circuito eletrônico que faria o martelo quebrar o pote com veneno,
matando o gato. Caso o átomo não decaísse, nada disso aconteceria,
e o gato permaneceria vivo”.
“Seguindo a teoria quântica, com a caixa fechada durante o período
de uma hora, o gato está emaranhado com todo o resto do sistema, e
seu estado agora depende de todo o sistema. Como o átomo poderia
decair ou não, fazendo o sistema matar ou não o gato, até o instante
em que abrimos a caixa, todo o sistema estaria em uma superposição
entre átomo-não-decai-gato-vivo e átomo-decai-gato-morto. Se
analisarmos só o gato, então ele estará numa superposição entre
gato vivo e gato morto, cada possibilidade com 50% de chance”.
“Quando a teoria quântica prevê esse tipo de coisa para um sistema
microscópico (um elétron estar em dois lugares ao mesmo tempo,
por exemplo) isso não é tão complicado para a nossa intuição, pois
não somos tão familiarizados com elétrons e assim aceitamos que
talvez isso realmente aconteça com elétrons. Porém, nós conhecemos
gatos muito bem, e sabemos que não existem gatos mortos-e-vivos
ao mesmo tempo. Uma teoria que prevê um resultado desse tipo está

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em claro desacordo com a nossa mais simples intuição de que não


existe nada morto e vivo ao mesmo tempo. Em termos mais técnicos,
nossa intuição nos diz que há algo errado com a previsão de
superposição de estados quânticos em escala macroscópica, ou que
superposições próprias do mundo quântico não devem aparecer no
domínio clássico”.
“Discussões entre os físicos se estendem até hoje sobre esse assunto,
que alegam como um problema de medição. Quando e como um
sistema quântico faz transição entre um estado descrito por uma
superposição de autoestados e passa a ser descrito por um único
desses autoestados? Colocando o problema do gato nesses termos,
como sabemos que o gato nunca estará numa superposição desse
tipo, em algum momento antes de abrir a caixa e efetuar a medição
do sistema, este já teria de estar no estado final, ainda que não
tivéssemos acesso à informação de para qual estado o sistema
evoluiu” (Olival Freire & Fábio Freitas – Scientific American n. 13).
Uma grande discussão vem sendo realizada desde esses tempos
imemoriais até hoje em dia. A velha discussão entre o mundo
clássico, baseado na localidade, e o mundo quântico, baseado na
não-localidade.
O gato é quântico ou clássico?
Amit Goswami argumenta sobre essa discussão: “Se pensamos bem
no assunto, torna-se claro que Böhr substituiu uma dicotomia, a do
gato, por outra, a de um mundo dividido em sistemas quântico e
clássico. Segundo Böhr, não podemos separar a função de onda do
átomo do resto do ambiente na gaiola do gato (os vários dispositivos
de medição do decaimento do átomo, tais como o contador Geiger, a
garrafa de veneno, e até o gato), e a linha que traçamos entre os
mundos macro e micro é inteiramente arbitrária. Infelizmente, Böhr
sustentava também que teríamos que aceitar que a observação
realizada por uma máquina – um aparelho de medição – solucionaria
a dicotomia de uma função de onda” (p. 119).
“Todo e qualquer objeto macro (o gato ou qualquer máquina
observadora) é, em última análise, um objeto quântico. Não há essa
tal coisa de um corpo clássico, a menos que estejamos dispostos a
admitir uma perigosa dicotomia quântico-clássica na física. É bem
verdade que o comportamento de um corpo macro pode ser previsto
na maioria das situações, com base nas regras da mecânica clássica.
Nesses casos, a mecânica quântica fornece os mesmos prognósticos
matemáticos que a mecânica clássica – caso do princípio da
correspondência, que o próprio Böhr formulou. Por esse motivo,
frequentemente nos referimos a corpos macros como sendo clássicos.
Tal não acontece, no entanto, no processo de medição, e não se

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aplica ao mesmo princípio da correspondência, Böhr sabia disso,


claro. Em seus famosos debates com Einstein, ele, muitas vezes,
recorria à mecânica para descrever medições de corpos macros, com
o objetivo de refutar as agudas objeções de Einstein às ondas de
probabilidade e ao princípio de incerteza” (Amit Goswami – O
Universo auto consciente, p. 120).
Olival Freire & Fábio Freitas – Scientific American Brasil n. 13: “Um
intenso trabalho teórico se seguiu, no que hoje chamamos de
‘abordagem de descoerência’, para desenvolver essas ideias. Um
físico que adquiriu liderança nesse terreno foi o polonês radicado nos
Estados Unidos Wojciech H. Zurek. Na década de 90 apareceram os
primeiros resultados experimentais notáveis derivados dessa
abordagem. A equipe liderada pelo francês Serge Haroche foi capaz
de reproduzir em laboratório o análogo do gato de Schrödinger – um
sistema com átomos de Rydberg e poucos fótons em uma cavidade
supercondutora – e medir o tempo no qual o sistema perdia a
coerência. Os resultados experimentais confirmaram as predições
quânticas da abordagem da descoerência”.
“A analogia com o gato fica clara. Como um gato é um sistema
macroscópico, ele perde rapidamente sua coerência e essa perda,
chamada de descoerência, garante que o gato esteja ou vivo ou
morto, mas nunca os dois ao mesmo tempo”.
Coerência e descoerência
Olival Freire & Fábio Freitas – Scientific American Brasil n. 13:
“Quando colocamos um sistema em estado emaranhado, dizemos que
ele permanece coerente enquanto não for possível encontrar estados
individuais para cada parte do sistema independente do resto do
sistema. Isso é quase o mesmo que dizer que o sistema permaneceu
isolado sem interagir com nenhum sistema”.
“Quando é efetuada uma medição, essa interação entre o sistema e o
aparato de medição é que faz o sistema perder a coerência. Porém
não é somente em interações com experimentos que o sistema perde
coerência. Essa interação pode ocorrer com qualquer outro sistema
quântico”.
“Estudar o mecanismo da descoerência é verificar como ocorre essa
transição de um sistema em um estado superposto para um estado
específico ou, quando tratamos de muitos sistemas, para uma
mistura estatística”.
“Antes de medir dois elétrons descritos por uma superposição, eles
não possuem valores definidos. Se fossem descritos por uma mistura
estatística possuiriam valores definidos, mas não saberíamos quais. À
medida que a ordem de grandeza de um sistema vai aumentando, o

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número de interações desse sistema também cresce, e o tempo que


leva para perder a coerência diminui. No caso de sistemas
macroscópicos, como um gato, esse tempo é quase instantâneo. De
fato, não é verdade que o sistema efetivamente deixa de ser
coerente. Ele continua sendo, porém, envolvendo um número
infinitamente grande de sistemas, e como não é possível
correlacionar todos eles para identificar a superposição parece que o
sistema se tornou descoerente” (Olival Freire & Fábio Freitas –
Scientific American Brasil n. 13).
Vamos continuar em outros itens essa discussão. Veja a bibliografia
sobre essa discussão.
2.2.3 HENRIK DAVID NIELS BÖHR (1885-1962), “físico
dinamarquês, Prêmio Nobel de Física (1922), que aplicou com
sucesso a teoria do quantum ao modelo de átomo do físico
neozelandês Ernest Rutherford (1871-1937), Prêmio Nobel de 1908,
para produzir um modelo conhecido como o átomo de Böhr, e foi
capaz de explicar como os átomos emitem luz” (Texto de Maria C. B.
Abdalla, in Scietific American Brasil n. 13).
”Em todo o mundo do átomo ocorre um sem-número de saltos
quânticos”.
“Caso não ocorressem os saltos quânticos os elétrons iam de
encontro ao núcleo”.
“A ideia de um átomo semelhante a um minúsculo sistema solar, que
elétrons giram em torno de um núcleo, de forma muito parecida com
que acontece com os planetas em volta do sol (Modelo de Rutherford)
contém um defeito fundamental. Como por exemplo: satélites
girando em torno da Terra, com o passar do tempo, devido ao atrito
com a atmosfera, perdem energia e velocidade. As órbitas encolhem
e, no fim, eles caem”.
“De acordo com a física clássica, os elétrons que enxameiam em volta
do núcleo atômico perdem igualmente energia, emitindo luz
continuamente e, no fim, caem dentro do núcleo”.
“O átomo tipo sistema solar, portanto, não é estável”.
“Bohr criou um modelo estável do átomo ao aplicar o conceito do
salto quântico”.
“Funcionam como escadas de energia. Elas são estacionárias, isto é,
não mudam em seu valor de energia”.
“Não há a probabilidade do elétron se chocar com o núcleo, pois
quando atinge o nível mais baixo de energia ele se torna
estacionário”.
A dualidade onda-partícula

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“A luz se comporta como um fóton (como se fosse composta de


partículas – como pequenos grãos de areia), mas a luz se comporta
também como uma onda”.
“Quando é vista como onda, a luz parece ser capaz de estar em dois
lugares ao mesmo tempo ou mais lugares ao mesmo tempo, como
quando passa através de buracos no guarda chuva e produz um
padrão de difração”.
“No entanto, quando a captamos em um filme fotográfico ela se
mostra separada, ponto por ponto, como um feixe de partículas”.
“A luz, portanto tem que ser simultaneamente onda e partícula”.
O princípio da complementaridade
“Böhr descreveu uma maneira nova de estudar o paradoxo da
dualidade onda-partícula”.
“As naturezas de onda e partícula do eletro não são dualísticas, nem
simplesmente polaridades opostas. São propriedades
complementares, que nos são reveladas em experimentos
complementares”.
“Quando tiramos uma foto de difração de um elétron, estamos
revelando-lhe a natureza de onda; quando lhe seguimos a trajetória
em uma câmara de condensação, observamos-lhe a natureza de
partícula”.
“Os elétrons não são ondas nem partícula, pois a sua natureza
transcende ambas as descrições. Este é o princípio da
complementaridade” (Maria C. B. Abdalla, in Scietific American
Brasil n. 13).
Como relatam Usberco & Salvador: “O conhecimento sobre algumas
propriedades da luz – produção de espectros descontínuos com raias
coloridas de diferentes comprimentos de onda – foi essencial para o
desenvolvimento de um novo modelo para o átomo, proposto por
Niels Böhr. Uma das maiores contribuições deste cientista foi,
justamente, explicar por que os gases emitem ou absorvem radiação
com determinados comprimentos de onda (e não numa faixa contínua
de radiação)” (p. 126).
Modelo atômico de Rutherford-Böhr “Böhr relacionou as raias do
espectro descontínuo dos gases às variações de energia dos elétrons
contidos nos átomos desses gases. Em função dessa relação, ele
propôs um modelo atômico revolucionário que mantinha, porém, as
principais características do modelo de Rutherford. Por essa razão
esse modelo foi chamado de Modelo atômico de Rutherford-Böhr”
(p. 126).

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Para a concepção desse modelo, Böhr elaborou os seguintes


postulados (Usberco & Salvador): “Em um átomo são permitidas
somente algumas órbitas circulares ao elétron, sendo que em cada
uma dessas órbitas o elétron apresenta energia constante.
1. Um elétron não pode assumir qualquer valor de energia, mas
somente determinados valores que correspondem às órbitas
permitidas, tendo, assim, determinados níveis de energia ou
camadas energéticas.
2. Um elétron, quando localizado numa dessas órbitas, não perde
nem ganha energia espontaneamente. Por isso, diz-se que,
nesse caso, ele assume um estado estacionário.
3. Um elétron pode absorver energia de uma fonte externa
somente em unidades discretas (pequenas), chamadas quanta
(forma singular: quantum).
4. Quando um elétron absorve um quantum de energia, ele salta
para uma órbita mais energética, ligeiramente mais afastada do
núcleo. Dizemos que o elétron realizou um salto quântico e
atingiu um estado excitado.
5. Quando o elétron retorna à órbita menos energética, ele perde,
na forma de onda eletromagnética, uma quantidade de energia
que corresponde à diferença de energia existente entre as
órbitas envolvidas no movimento do elétron.
Observações:
1. Um elétron, quando perde energia, irá retornar à órbita de seu
estado estacionário, ou seja, ao perder energia ele não pode
ocupar uma órbita com energia menor que a da órbita de seu
estado estacionário.
2. A diferença de energia (luz emitida) de cada uma dessas
órbitas corresponde a certa quantidade de energia, ou seja, a
uma raia do espectro” (Usberco & Salvador, p. 126).
2.2.4 WERNER KARL HEISENBERG (1901-1976), físico teórico
alemão que desenvolveu a mecânica quântica e o princípio de
incerteza. Foi contemplado com o Prêmio Nobel de Física em 1932.
“Em 1926, Heisenberg demonstrou que é impossível determinar,
simultaneamente, com absoluta precisão, a velocidade e a posição de
um elétron em um átomo. Este princípio foi denominado de Princípio
de Incerteza, que estabelece: quanto mais precisamente
conhecermos a posição do elétron, menos precisamente
conheceremos a sua velocidade” (Usberco & Salvador, p. 142).
“Esse princípio coloca a existência de regiões, denominadas de
orbitais, em torno do núcleo onde é máxima a probabilidade de se
encontrar o elétron. Nesse sentido não se pode afirmar que exista
uma órbita definida para o elétron. Então um orbital é a região de

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máxima probabilidade de se encontrar o elétron no átomo. Assim, os


orbitais podem ser considerados nuvens que correspondem às regiões
onde é máxima a probabilidade de encontrarmos um determinado
elétron” (Usberco & Salvador, p. 142).
“Esse princípio diz que nenhuma partícula pode ter valores bem
definidos para posição e velocidade ao mesmo tempo. Isto significa
que uma partícula não pode permanecer estacionária numa
determinada posição, já que uma partícula estacionária tem uma
velocidade bem definida: a velocidade valor zero” (Gilmore).
A formulação de Heisenberg: mecânica de matrizes
“A formulação de Heisenberg é a mecânica de matrizes, assim
chamada porque as grandezas matemáticas, justamente chamadas
matrizes, desempenham o papel central. Enquanto que a formulação
de Schrödinger chama-se mecânica ondulatória, pois a ideia é de que
tudo pode ser descrito com base em ondas. E o interessante que a
mecânica de matrizes e a mecânica ondulatória, embora
matematicamente diversas, fazem exatamente as mesmas predições
em termos físicos” (Zeilinger, p. 25).
“O princípio de incerteza de Heisenberg é um dos enunciados
fundamentais da física quântica. Dito de forma concreta, ele não
significa nada além de que é possível escolher entre determinar com
exatidão a posição de uma partícula, isto é, onde ela se encontra – e,
nesse caso, sua velocidade é determinada de forma inexata – ou,
inversamente, o seu momentum, logo a sua velocidade – e, nesse
caso, a posição é determinada de maneira inexata. Isso significa,
segundo a física quântica, que é impossível, por princípio, que
posição e o momentum de uma partícula possam ser determinados
ao mesmo tempo de forma exata” (Zeilinger, p. 63).
“Probabilidade gera incerteza. No caso de um elétron, ou de qualquer
outro objeto quântico, só podemos falar na probabilidade de descobrir
o objeto nesta ou naquela posição, ou no seu momentum (massa
multiplicada por velocidade), mas essas probabilidades formam uma
distribuição, como a que é representada pela curva campanular (na
forma de sino). A probabilidade será máxima para algum valor da
posição e este será o local com maior probabilidade de encontrarmos
o elétron. Mas haverá uma região inteira de locais onde será grande a
probabilidade de localizá-lo. A largura dessa região representa o grau
de incerteza da posição do elétron. O mesmo argumento permite-
nos falar sobre a incerteza do momentum” (Amit Goswami, p. 59).
“Baseando-se nessas considerações, Heisenberg provou
matematicamente que o produto das incertezas da posição e do
momentum é maior do que ou igual a certo pequeno número
denominado constante de Planck. Esse número, descoberto por

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Planck, estabelece a escala comparativa na qual os efeitos quânticos


tornam-se bastantes grandes. Se a constante de Planck não fosse tão
pequena, os efeitos da incerteza quântica invadiriam até nossa macro
realidade comum” (Amit Goswami, p. 59).
“Na física clássica, todo movimento é determinado pelas forças que o
governam. Uma vez conheçamos as condições iniciais (a posição e a
velocidade de um objeto em algum instante inicial do tempo),
podemos calcular-lhe a trajetória precisa, usando as equações de
movimento de Newton. A física clássica, dessa maneira, leva à
filosofia do determinismo, à ideia de que é possível prognosticar
inteiramente o movimento de todos os objetos materiais” (Amit
Goswami, p. 60).
“O princípio da incerteza joga um coquetel Molotov na filosofia do
determinismo. Segundo esse princípio, não podemos
simultaneamente determinar, com certeza, a posição e a velocidade
(ou momentum) de um elétron; o menor esforço para medir
exatamente um deles torna vago o nosso conhecimento do outro. As
condições iniciais para o cálculo da trajetória de uma partícula,
portanto, jamais podem ser determinadas com precisão, e é
insustentável o conceito de trajetória nitidamente definida de uma
partícula” (Amit Goswami, p. 60).
“Pela mesma razão, as órbitas de Böhr não proporcionam uma
descrição rigorosa do paradeiro de um elétron: a posição da órbita
real é vaga. Não podemos realmente dizer que o elétron está a tal ou
qual distância do núcleo, quando se encontra neste ou naquele nível
de energia” (Amit Goswami, p. 60).
“A mecânica quântica é normalmente contrastada com a mecânica
clássica ou newtoniana. Esta última, que se ocupa da descrição
detalhada de objetos em movimento, foi desenvolvida antes dos
primeiros anos do século 20 e se baseia nos trabalhos originais de
Galileu, Newton e outros antes e depois deles. A mecânica
newtoniana funciona bem em grandes escalas. O movimento dos
planetas pode ser previsto com muita antecedência e grande
precisão. Ela funciona quase igualmente bem para planetas artificiais
e missões espaciais de exploração: suas posições podem ser
previstas anos antes. Funciona muito bem também para maçãs
caindo de árvores” (Gilmore, p. 56).
“No caso de uma maçã que cai, a resistência do ar que a cerca será
insignificante. A mecânica clássica descreve o fato como a colisão de
um número enorme de moléculas de ar ricocheteando na maçã.
Quando você pergunta sobre as moléculas de ar, respondem-lhe que
elas são pequenos grupos de átomos. Quando você pergunta sobre os
átomos, faz-se um silêncio constrangedor” (Gilmore, p. 56).

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A mecânica clássica não foi bem sucedida ao tentar explicar a


natureza do mundo em escala atômica
“A mecânica clássica não foi bem sucedida ao tentar explicar a
natureza do mundo em escala atômica. As coisas devem ser
diferentes de alguma maneira para objetos pequenos do que parecem
ser para objetos grandes. Para usar estes argumentos, você deve
perguntar: pequenos ou grandes em relação a quê? Deve haver
alguma dimensão, uma constante fundamental que fixe a escala em
que este novo comportamento se torna óbvio. É uma mudança
definitiva na maneira com que se observa o comportamento das
coisas, e ela é universal” (Gilmore, p. 56).
“Átomos no sol e em estrelas distantes emitem luz no mesmo
espectro que o abajur na sua mesa-de-cabeceira. A passagem para o
comportamento quântico não é algo que acontece apenas localmente;
há alguma propriedade fundamental da Natureza envolvida. Esta
propriedade é denotada pela constante universal ħ, que aparece na
maioria das equações quânticas. O mundo é granulado na escala
definida por esta constante ħ. Nessa escala, energia e tempo, posição
e momentum, apresentam-se borrados entre si. Nem é preciso dizer
que, na escala da percepção humana, ħ é muitíssimo pequena e a
maioria dos efeitos quânticos não é absolutamente evidente”
(Gilmore, p. 57). A constante de Planck ħ.
O que as relações de incerteza de Heisenberg nos dizem é que
vemos as coisas de modo errado
“O que as relações de incerteza de Heisenberg nos dizem é que
vemos as coisas de modo errado. Cremos de antemão que devemos
ser capazes de medir a posição e o momentum de uma partícula ao
mesmo tempo, mas descobrimos que não podemos. A própria
natureza das partículas não permite que façamos tais medições sobre
elas e a teoria nos diz que estamos fazendo as perguntas erradas,
perguntas para as quais não temos respostas viáveis. Niels Böhr usou
a palavra complementaridade para expressar o fato de que é possível
haver conceitos que não podem ser precisamente definidos ao
mesmo tempo: pares de conceitos tais como justiça e legalidade,
emoção e racionalidade” (Gilmore, p. 57).
“Há algo fundamentalmente errado com a nossa crença de que
deveríamos ser capazes de falar da posição e do momentum, ou da
quantidade exata de energia de uma partícula num instante
determinado. Não se sabem por que deveria ser significativo falar ao
mesmo tempo de duas qualidades tão distintas. Parece que não é tão
significativo assim” (Gilmore, p. 57).
2.2.5 ERWIN RUDOLF JOSEF ALEXANDER SCHRÖDINGER
(1887-1961), físico austríaco, que aplicou os princípios da mecânica

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ondulatória aos átomos e elaborou a equação fundamental da


mecânica quântica, conhecida por “equação de Schrödinger”. Foi
contemplado com o Prêmio Nobel de Física em 1933.
Usberco & Salvador nos esclarece: “O movimento de elétron ao redor
do núcleo, descrito por Erwin, em 1927, através de uma equação
matemática que relaciona a natureza corpuscular (partícula), a
energia, a carga e a massa do elétron” (p. 142).
“As soluções numéricas para essa equação, denominadas números
quânticos (códigos matemáticos associados à energia do elétron),
permitem que cada elétron seja caracterizado pela sua quantidade de
energia” (p. 142).
“A caracterização de cada elétron no átomo é feita através de quatro
números quânticos: principal, secundário (ou azimutal),
magnético e spin. Sendo que, num mesmo átomo, não existam dois
elétrons com os mesmos números quânticos” (p. 142).
“Número Quântico Principal (n): é o número primordial na
determinação da energia de um elétron. Quanto maior o valor de n,
maior a energia do elétron. Simultaneamente, ele indica um
afastamento do elétron em relação ao núcleo (n: camadas K, L, M, N,
O, P, Q). Número quântico principal (n) indica o nível de energia
do elétron” (Usberco & Salvador, p. 143).

Usberco & Salvador (p. 143)


Figura 2 - Camadas que representam os números quânticos
principais (n).
“Número Quântico Secundário ou Azimutal (ℓ): são os subníveis
s, p, d, f, no interior de cada nível n. Dentro de cada nível n (K, L, M,
N, O, P, Q), os subníveis aumentam de energia de s‹p‹d‹f. O subnível

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s é menor que o subnível p, que é menor que o subnível d e este


menor que o subnível f” (p. 142).

Usberco & Salvador (p. 129)


Figura 3 - Os níveis e subníveis de energia. O número quântico
secundário (ℓ) pode assumir qualquer valor inteiro entre 0 e (n-1).
Quando n = 1 há apenas um valor possível para ℓ: zero. Isto quer
dizer que no primeiro nível de energia só existe um subnível: o
subnível s. Quando n = 2 há dois valores possíveis para ℓ: 0 e 1.
Então, no segundo nível de energia existem dois subníveis: s e p.
Nos 115 elementos conhecidos atualmente encontramos apenas
quatro tipos de subníveis: subnível s → ℓ = 0; subnível p → ℓ = 1;
subnível d → ℓ = 2; subnível f → ℓ = 3 (Usberco & Salvador, p. 143).
“Número Quântico Magnético (m ou mℓ): o número quântico
magnético indica a orientação dos orbitais no espaço. Para cada
orbital temos um determinado valor do número quântico magnético.
Assim, cada subnível é formado por 1 ou mais orbitais e esses valores
podem variar de -ℓ a +ℓ, sendo m = -ℓ...0...+ℓ” (Usberco & Salvador,
p. 144).

Usberco & Salvador (p. 144)


Figura 4 – Número Quântico Magnético (m ou mℓ).

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Orbitais com um formato característico


Orbitais s – Os orbitais do tipo s apresentam uma forma esférica,
sendo que o volume dessa esfera varia em função do seu nível de
energia.

Usberco & Salvador (p. 144)


Figura 5 – Orbitais s.
Orbitais p – Os orbitais do tipo p apresentam a forma de um duplo
ovoide e três orientações espaciais possíveis.

Usberco & Salvador (p. 145)


Figura 6 – Orbitais p.
Até agora conhecemos três números quânticos, sendo suas relações
indicadas pelo esquema a seguir:

Usberco & Salvador (p. 145)


Figura 7 – A interação entre os níveis n, subníveis ℓ e os números
quânticos magnéticos m ou mℓ.

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Martins, R.A. & Machado, S.S.L. (in Scientific American Brasil n.13)

Figura 8 - Configurações eletrônicas dos elétrons em níveis e


subníveis quânticos. Representação da distribuição das densidades de
carga em diferentes estados de energia. Tais densidades são
proporcionais ao módulo da função de onda ao quadrado.
Número Quântico Spin (s ou ms) – “Em 1921, dois pesquisadores
Otto Stern e Walter Gerlach verificaram, através de um experimento,
que um feixe de átomos de prata (vapor de prata), ao atravessar um
campo magnético, dividia-se em dois feixes de átomos desviados em
sentidos opostos. Os mesmos resultados foram obtidos utilizando-se
sódio e potássio” (Umberto & Salvador, p. 145).

Salvador & Usberco (p. 145)


Figura 9 – Feixe de átomos de prata ao atravessar um campo
magnético divide-se em dois feixes de átomos desviados em sentidos
opostos.
“A interpretação dada pelos cientistas: cada elétron se comporta
como um pequeno imã e que o magnetismo do elétron seria
resultante da rotação (spinning) da carga negativa, sendo possíveis

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dois sentidos de rotação (spin) – um elétron gira ao redor do seu eixo


no sentido horário ou anti-horário” (p. 146).
“Se tivermos dois elétrons com rotações contrárias (spins opostos),
podemos esperar uma atração mútua entre eles, como ocorre com
dois imãs. Assim, quando dois elétrons são introduzidos em um
mesmo orbital, eles devem possuir spins opostos, o que acarreta um
sistema mais estável. O que ocasiona um equilíbrio, num par de
elétrons (ou elétrons emparelhados) num orbital, não apresentando
campo magnético, pois o magnetismo devido ao spin de um elétron é
anulado pelo magnetismo do elétron de spin oposto” (p. 146).
“Os dois desvios observados por Stern-Gerlach eram o resultado da
separação dos átomos de prata em dois tipos, que diferem no sentido
do spin. Cada um dos átomos de prata deveria apresentar um elétron
desemparelhado, mas a metade desses átomos tinha o elétron
desemparelhado com spin no sentido anti-horário; por isso eram
atraídos pelo campo magnético em sentidos opostos” (p. 146).
“Assim átomos que tenham pelo menos um elétron desemparelhado
em seus orbitais apresentam campo magnético, pois o magnetismo
proveniente do spin do elétron não é anulado” (p. 146).
“Nesse sentido: átomos com pelo menos um elétron desemparelhado
são atraídos por um ímã: as paramagnéticas ou as
ferromagnéticas e átomos com todos os elétrons emparelhados não
são atraídos por um ímã: as diamagnéticas” (146).
“Assim, em função dos dois sentidos de rotação para o elétron, são
conhecidos dois valores para o spin: ms = + ½ e ms = – ½” (p.
147).
A equação de onda de Schrödinger: - relaciona n, ℓ, mℓ, ms” (Usberco
& Salvador, p. 142).
2.2.6 LOUIS VICTOR PIERRE RAYMOND DE BROGLIE (1892-
1987), físico francês, Prêmio Nobel de Física (1929), pela sua
descoberta da natureza ondulatória dos elétrons. (Para aumentar o
entendimento acrescentei negrito e modifiquei o símbolo de
frequência ν para f para não confundir com o símbolo de velocidade
v).
“No ano de 1924, Louis de Broglie, oriundo de uma antiga linhagem
aristocrática francesa, apresentou em Paris uma dissertação em que
propôs que não só a luz possuiria caráter de onda, também todas as
partículas maciças teriam semelhante natureza ondulatória. Essa
dissertação foi um passo corajoso rumo a uma terra nova em termos
científicos” (Zeilinger, p.114).

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“O que De Broglie quis mostrar era que também as partículas


maciças teriam natureza ondular, isto é, assim como fótons. De
Broglie argumentou que, se sua hipótese estivesse certa, também
partículas maciças, como os elétrons, teriam de demonstrar o mesmo
fenômeno de interferência que é conhecido em relação à luz. De fato,
não tardou para que fossem executados experimentos de
interferência com elétrons, por fim também com nêutrons e com
muitas outras partículas. Em especial, porém, seria preciso executar,
para partículas maciças, o experimento da dupla fenda com o mesmo
resultado obtido em relação à luz. Experimentos desse gênero
mostraram também o resultado esperado. Em 1957, Claus Jönsson
conseguiu detectar, na cidade Tübingen, tais interferências da dupla
fenda para elétrons. Em 1988, meu grupo de trabalho demonstrou
essas interferências para nêutrons, que são pelo menos 2 mil vezes
mais pesados do que os elétrons, e, em 1990, Olivier Carnal e Jürgen
Mlynek tiveram êxito em efetuar esse experimento também para
feixes de átomos” (Zeilinger, p. 117).
“Como conseguir que sistemas cada vez maiores possam ser
observados em tais estados quânticos? Tentar observar a
interferência quântica; as bolas de futebol quânticas, as moléculas
de fulereno detém atualmente o recorde mundial” (Zeilinger, p.
121).
Pedro S. Rosa & Roberto A. Martins, in Scientific American n. 13: “A
hipótese de De Broglie era de que o comportamento dual, isto
é, onda-partícula, da radiação também se aplica à matéria”.
“A natureza onda-partícula da radiação deveria ter sua contrapartida
numa natureza dual partícula-onda da matéria. Desse modo, as
partículas deveriam apresentar, sob certas circunstâncias,
propriedades ondulatórias”.
“Assim como um fóton tem associado a ele uma onda luminosa que
governa seu movimento, também uma partícula material (por
exemplo, um elétron) tem necessidade a ela uma onda de matéria
que governa seu movimento”.
“Como o universo é inteiramente composto por matéria e radiação, a
sugestão de De Broglie é essencialmente uma afirmação a respeito de
uma grande simetria na natureza”.
“De fato, ele propôs: que os aspectos ondulatórios da matéria
fossem relacionados com seus aspectos corpusculares
exatamente da mesma forma quantitativa com que esses
aspectos são relacionados para a radiação” (Pedro S. Rosa &
Roberto A. Martins, in Scientific American n. 13).

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“Louis De Broglie introduziu a tese audaciosa segundo a qual a todo


objeto material pode ser atribuída uma onda com um comprimento
bem definido. A grandeza desse comprimento de onda é dada pelo
assim chamado princípio de De Broglie. Obtêm-se o comprimento
de onda dividindo a constante de Planck h pelo momentum da
partícula (o momentum da partícula é o produto da massa pela
velocidade). O comprimento de onda de De Broglie é, portanto, igual
à constante de Plank dividida pelo produto da massa pela velocidade
de uma determinada partícula. Esse princípio encontrou múltiplas
confirmações experimentais. Isso foi bastante discutido em relação
aos fulerenos” (Zeilinger, p. 125).
P. S. Rosa & R. de A. Martins in Scientific American Brasil n. 13:
“Proposta de Louis De Broglie (1923) - Para um fóton: E = pc
(sendo p = momento linear; c = velocidade da luz; E = energia).
Logo p = E/c = ћc/λc = ћ/λ, logo λ = ћ/p (ћ = constante de
Planck e λ = comprimento da onda);
Como λ = ћ/p = ћ/vm (m = massa e v = velocidade de uma
partícula denominado de p). O que resulta que λ é o comprimento de
onda de De Broglie, associada à m e à v da partícula”.
“Foi, então, em 1922, que Louis De Broglie escreveu seus dois
primeiros artigos teóricos sobre os quanta de luz. Analisou-os como
partículas propriamente ditas, com massa de repouso não nula,
fazendo uso em seu estudo da teoria da relatividade especial. De
Broglie aplicou aos quanta de luz tanto a relação E = ћf (sendo ћ
constante de Planck e f frequência da onda) quanto E = mc2. Isso é
algo que Einstein jamais havia feito. Curiosamente, as partículas de
luz não teriam a velocidade da luz, por causa do limite relativístico,
porém a velocidade seria tão próxima dela que não seria possível
notar a diferença”.
“O interessante é que, segundo a sua hipótese, todos os quanta de
luz são idênticos, possuindo a mesma massa de repouso, assim como
todos os elétrons são iguais entre si. A diferença entre um quantum
e outro é sua velocidade. Essas também foram umas ideias novas,
inexistentes na proposta inicial de Einstein, porém adotada pouco
depois na definição de Lewis para o fóton”.
“Conseguiu explicar a lei de Planck do corpo negro com uma hipótese
puramente corpuscular, porém adicionando a ideia de que os átomos
de luz poderiam se unir formando moléculas de luz, que teriam dois,
três ou mais quanta”.
“O segundo passo dado pelo pesquisador no ano seguinte, foi
relacionar uma vibração (e, depois, uma onda) aos corpúsculos de

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luz, tendo a preocupação de continuar utilizando a teoria da


relatividade”.
“Associando ondas aos átomos de luz, tornava-se possível explicar os
fenômenos luminosos de interferência e difração”. A discussão vai
longe (P. S. Rosa & R. de A. Martins in Scientific American Brasil n.
13).
No entanto, De Broglie se viu em uma encruzilhada, pois havia
uma incoerência entre a física quântica e a teoria da
relatividade: (Para aumentar o entendimento acrescentei negrito e
modifiquei o símbolo de frequência ν para f para não confundir com o
símbolo de velocidade v).
“No primeiro dos artigos de 1923, Louis De Broglie introduziu a ideia
de uma onda associada às partículas, aplicando essa ideia tanto à luz
quanto a elétrons. Seu ponto de partida foi considerar que qualquer
objeto físico com massa própria mo deve possuir uma energia
interna igual a moc2 e que essa energia interna deve estar associada
a um fenômeno periódico simples de frequência fo obedecendo à
relação ћ fo = moc2. Porém, se esse objeto estiver se movendo com
uma velocidade v, sua energia e sua frequência serão diferentes
de acordo com a teoria da relatividade. Ao fazer essa análise De
Broglie notou um problema: a energia aumenta com a
velocidade, e portanto a frequência de vibração deveria
também aumentar, já que é proporcional à energia. No entanto,
de acordo com a teoria da relatividade, a frequência deveria
diminuir com a velocidade. Ou seja: De Broglie obteve duas
equações conflitantes: v1=vo/√1-ß2 e v2=vo√1- ß2. Logo parecia
que a teoria da relatividade e a teoria quântica levavam a uma
contradição”.
“Louis De Broglie se debateu bastante tempo com esse problema,
pois ele não conseguia aceitar a impossibilidade de fundir as teorias
quânticas e da relatividade. Depois de muitas tentativas conseguiu
resolver o paradoxo, introduzindo uma onda associada à partícula. No
curso de Langevin, Louis já havia estudado as propriedades de ondas
na teoria da relatividade . Ele se lembrou que a frequência das
ondas e a frequência de oscilação de partículas obedecem a
equações diferentes. A equação v2=vo√1- ß2 era correta para
partículas e a outra poderia estar associada a uma onda. Seria a
frequência da onda (e não da partícula) que devia ser utilizada na
equação de Planck, porque afinal das contas o que se mede para a
luz é o comprimento de onda, e não a vibração de um
quantum”.
“Desenvolvendo essa ideia, Louis De Broglie percebeu que a onda
associada a um corpo de velocidade v deveria se mover com a

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velocidade c2/v, que é maior que a velocidade da luz. Considerou


por isso que essa seria uma “onda fictícia”, que não transportaria
energia. De Broglie apresentou nesse artigo, pela primeira vez, uma
associação relativística entre onda e partícula. A natureza da onda
não ficava muito clara, no entanto, De Broglie considerou que os
átomos de luz teriam ondas desse tipo associadas a eles e que,
portanto, seria possível explicar todos os fenômenos ondulatórios da
luz”.
“Quando estava para completar 60 anos Louis de Broglie foi
surpreendido por um trabalho enviado pelo jovem físico teórico
americano David Bohm”.
“Recusando a interpretação probabilística da mecânica quântica,
Bohm criou em 1951 uma teoria determinística, de variáveis ocultas,
que lembrava alguns aspectos da teoria da onda piloto que De Broglie
havia proposto em 1927. Percebendo que a teoria de Bohm eliminava
dificuldades que antes pareciam fatais, Louis de Broglie dedicou-se
novamente ao desenvolvimento da teoria da dupla solução,
introduzindo várias alterações, em colaboração com seu aluno de
doutoramento Jean Pierre Vigier”.
“Em 1954, dois anos antes de sua morte, Einstein lhe escreveu
cumprimentando-o por seus novos trabalhos e comentando:
‘Realmente, exatamente como você, estou convencido de que se
deve procurar uma subestrutura, uma necessidade que fica oculta na
forma presente da teoria quântica pela hábil aplicação de sua forma
estatística’” (P. S. Rosa & R. de A. Martins in Scientific American
Brasil n.13).
Como Einstein definiu a tese de De Broglie, depois de ter sido
defendida: “O trabalho de De Broglie causou-me grande impressão.
Ele ergueu uma ponta do grande véu” Pedro S. Rosa & Roberto A.
Martins, in Scientific American n. 13.
2.2.7 PAUL ADRIEN MAURICE DIRAC (1902-1984), físico e
matemático inglês que se dedicou à mecânica quântica e publicou
uma formulação matemática da teoria da relatividade de Einstein.
Recebeu o Prêmio Nobel de Física, em 1933.
“Em 1928, Paul Dirac formulou uma teoria quântica relativística do
elétron que leva em conta seu spin. Devido a seu interesse pela
teoria da relatividade, Dirac procurou associar essa teoria à mecânica
quântica. Sua teoria lhe permitiu prever a existência da antipartícula
do elétron – o pósitron – que foi descoberto por Carl Anderson em
1932, comprovando as previsões de Dirac” ((P. S. Rosa e R. de A.
Martins in Scientific American Brasil n.13).

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“Dirac chegou a essa equação na tentativa de unificar a mecânica


quântica e a relatividade especial. Descobriu que sua equação, assim
como descrevia partículas de energia positiva, descrevia também
objetos como energia ‘negativa’” (Abdus Salam, p. 25).
“Que reinterpretação propôs Dirac para que as soluções de energia
negativa fizessem sentido? Seu passo decisivo foi considerar o estado
mais baixo possível de energia – aquele em que todos os estados de
energia negativa estão preenchidos com elétrons – como sendo o
estado em que nenhuma partícula é observada (o chamado estado de
“vácuo”). A partir disso, podia interpretar qualquer buraco não
preenchido em estados de energia negativa como sendo positivo – o
que chamou de antielétrons (ou pósitrons)” (Abdus Salam, p.26).
“Tudo nesta interpretação é coerente – mesmo no caso em que um
campo elétrico externo está presente. Não é difícil ver que, nesta
reinterpretação, o antielétron (isto é, um buraco negativamente
carregado de energia negativa) expressaria um “pósitron” de carga
elétrica positiva e energia positiva” (Abdus Salam, p. 27).
Dirac pode prever a existência de uma nova partícula, o
pósitron – a antipartícula do elétron.
“Foi por essa razão que Dirac pode prever a existência de uma nova
partícula, o pósitron – a antipartícula do elétron. Esta foi
efetivamente descoberta um ano depois que sua existência foi
postulada por Dirac. Foi um grande triunfo, mas triunfo experimental
ainda maior foi a produção de antiprótons, por Segrè e Chamberlain,
em 1956, e a produção posterior de antidêuterons (compostos) por
Zichichi e seus colaboradores, em 1965” (Abdus Salam, p. 27).
O mar de elétrons
“Fechado e lacônico, o físico inglês fundiu a teoria da relatividade à
mecânica quântica e encheu o universo com um mar de elétrons”. É o
que o Professor Roberto Andrade Martins, da Unicamp, nos relata
(Scientific American Brasil 13):
“Ao desenvolver sua teoria relativística do elétron, Paul Dirac precisou
introduzir matrizes 4x4 no lugar das matrizes 2x2 que haviam sido
utilizadas antes para representar o spin. Ele percebeu que isso
significava a existência de maior número de graus de liberdade
internos do elétron, evidenciando que essa partícula era mais
complexa do que se pensava. Além dos estados de spin positivo e
negativo, existiam outras possibilidades. Analisando esses novos
casos, Dirac se deu conta de que metade dos novos estados se
referia a estados de energia negativos. Isso parecia indicar que os
elétrons poderiam passar do seu estado ‘normal’ (energia positiva)
para um estado desconhecido (de energia negativa) emitindo

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radiação – e esse processo deveria ocorrer sempre, pois a tendência


dos sistemas é atingir o nível mais baixo possível de energia”.
“Durante algum tempo ele procurou modificar a teoria ou introduzir
alguma nova condição que proibisse a existência desses estados de
energia negativos, ou que impedisse que os elétrons passassem dos
estados positivos para os negativos. Não conseguindo isso, adotou
outra estratégia e começou a aceitar os estados negativos de energia,
procurando compreender seu significado físico”.
“Como os elétrons obedecem ao princípio de exclusão de Pauli, não
podem existir dois elétrons em um sistema que estejam exatamente
no mesmo estado quântico. Se todas as ‘vagas’ de energia negativa
já estivessem preenchidas por elétrons, os que tivessem energia
positiva não poderiam sofrer transformação, emitir radiação e ficar
com energia negativa, pois haveria superposição de dois elétrons no
mesmo estado, o que violaria o princípio de exclusão. Isso permitia
explicar a existência de elétrons com energia positiva. No entanto,
era preciso supor que todo o Universo está repleto de elétrons com
energia negativa, que não observamos porque estão em toda parte”.
“Em alguns casos, esse mar invisível de elétrons poderia ter alguma
lacuna aqui e ali. Essas lacunas, correspondendo à falta de um
elétron, seriam percebidas experimentalmente como se fossem
partículas positivas, com carga igual (em módulo) à do elétron e com
a mesma massa”.
“Na época em que Dirac fez essa análise apenas se conheciam os
elétrons (negativos) e os prótons (positivos), e estes tinham massa
quase 2.000 vezes maior”.
“Poderiam tais lacunas corresponder aos prótons? No começo, Dirac
pensou que sim, mas logo foi criticado por Hermann Weyl, sendo
obrigado a admitir que a massa não poderia ser diferente”.
“Durante vários anos não houve confirmação da existência dessas
antipartículas do elétron. O primeiro experimentador a encontrar
algumas evidências foi Patrick Blackett, mas por excesso de cautela
ele não publicou seus resultados. A descoberta foi anunciada em
1932 por Carl D. Anderson, que observou os antielétrons ao estudar a
passagem de raios cósmicos em uma câmara de neblina, utilizando
um campo magnético para diferenciar entre partículas com carga
positiva e negativa. Foi Anderson que propôs o nome ‘pósitron’, que
utilizamos” (R. A. Martins).
“A equação de Dirac e sua bem-sucedida reinterpretação foi um dos
maiores feitos da física do século XX. Isto deu lugar a uma exaltação
sem limites desse físico. Esta foi, portanto, uma das grandes
contribuições de Dirac para a teoria das partículas elementares: sua

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famosa equação, capaz de descrever os spins e as helicidades das


entidades elementares como os elétrons, os quarks e suas
antipartículas e também dos prótons e nêutrons livres (e das
antipartículas destes)” (Abdus Salam, p. 27).
2.2.8 WOLFGANG ERNST PAULI (1900-1958), físico austríaco,
naturalizado americano, que formulou o princípio de exclusão de
elétrons, denominada de “Princípio de Exclusão de Pauli” e previu
a existência do neutrino. Ganhou o Prêmio Nobel de Física (1945).
Cibele C. Silva, in Scietific American Brasil n. 13: “Em 1925, Wolfang
Pauli afirmou que, em um átomo, dois elétrons não podem
apresentar o mesmo conjunto de números quânticos. Um orbital
poderá possuir, no máximo, dois elétrons, e a única diferença entre
eles encontram-se no spin. Segundo esse princípio, duas partículas
com spin 1/2 não podem estar no mesmo estado simultaneamente,
com todos os números quânticos iguais, ou seja, não podem ter todas
as propriedades iguais ao mesmo tempo. O máximo de semelhança
possível é possuir todos os números quânticos iguais, exceto o spin
que deve ser diferente. Assim, se uma partícula tem spin +1/2, a
outra deve ter spin -1/2”.
“Pauli percebeu que o novo princípio não poderia ser explicado como
consequência da mecânica clássica ou das regras quânticas
formuladas até então. Tratava-se de uma nova restrição que deveria
ser adicionada aos postulados básicos da teoria quântica”.
“Nesse mesmo ano de 1925, Werner Heisenberg iniciou a elaboração
de uma das formas finais da teoria quântica – a mecânica matricial”.
“As consequências das ideias de Pauli sobre o princípio de exclusão
foram investigadas por vários físicos da época. Entre eles, o inglês
Paul Dirac mostrou a possibilidade de aplicá-lo na nova abordagem
ondulatória da mecânica quântica. Nessa formulação, o princípio de
exclusão implica que as funções de onda de dois elétrons são
antissimétricas pela troca das coordenadas espaciais e de
spin”.
“As aplicações do princípio da exclusão de Pauli foram fundamentais
para o desenvolvimento da mecânica estatística, que é uma forma de
descrição de sistemas com muitas partículas. Para entender essa
importância, é preciso lembrar que há dois tipos de partículas na
Natureza, os férmions e os bósons. Os férmions possuem spin
com valor semi-inteiro, como os elétrons, que têm spin ± 1/2- Os
bósons, por sua vez, apresentam spin inteiro, como fóton, que
possui spin ± 1. Os férmions obedecem ao princípio da
exclusão de Pauli, os bósons dão origem a duas maneiras
diferentes de tratar os sistemas quânticos de muitas
partículas, isto é, cada uma corresponde a uma distribuição

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diferente: a de Fermi-Dirac para os férmions e a de Bose-Einstein


para os bósons”. E a história continua... (Cibele C. Silva, in Scietific
American Brasil n. 13).
Distribuição eletrônica em orbitais
Usberco & Salvador (p. 147): “Os elétrons se distribuem em orbitais
seguindo duas regras: o Princípio de exclusão de Pauli (num
orbital existem no máximo 2 elétrons com spins opostos) e a Regra
de Hund ou Regra da máxima multiplicidade (o preenchimento
dos orbitais de um mesmo subnível deve ser feito de modo que
tenhamos o maior número possível de elétrons isolados, ou seja,
desemparelhados).
Os elétrons que irão preencher os orbitais, geralmente são
representados por setas ou , sendo que o sentido da seta
indica um determinado spin: ms = - ½ ou + ½.
Exemplos de distribuição eletrônica envolvendo orbitais

Usberco & Salvador (p. 147).


Figura 10 - Distribuição eletrônica do Hidrogênio (H), do Hélio (2He),
do Lítio (3Li), do Berilo (4Be) e do Boro (5B), do Carbono (6C), do
Nitrogênio (7N), do Oxigênio (8O), do Flúor (9F) e do Neônio (10Ne).

3 A UNIFICAÇÃO DAS FORÇAS FUNDAMENTAIS: uma síntese


de Abdus Salam
A unificação, em uma mesma teoria, de fenômenos diferentes é uma
ideia permanente nos pesquisadores da física (Ideias de Abdus
Salam) (Figura 70).
ABDUS SALAM nasceu em 1926, em Jhang, Paquistão. Juntamente
com STEVEN WEINBERG e SHELDON GLASHOW, recebeu o
Prêmio Nobel de Física, em 1979, pela unificação das interações fraca
e eletromagnética. Fala-se hoje na possibilidade de uma “Teoria de
Tudo”, que unificaria todas as forças da natureza.

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3.1 A unificação das forças da Gravidade terrestres e celestes


“A Simetria Galileana: Foi Galileu o primeiro a observar as sombras
projetadas por montanhas na Lua. Correlacionando a direção das
sombras com a direção da luz solar, pôde afirmar que “as leis da
projeção de sombras são as mesmas tanto na Lua como na
Terra”. Esta foi a primeira demonstração do princípio fundamental –
hoje conhecido como “simetria galileana” – que afirmou a
universalidade das leis físicas” (p. 13).
“Isaac Newton, por volta de 1680, afirmou que a força da gravidade
“terrestre” era a mesma coisa que a gravidade “celeste” (a força que
mantém os planetas em movimento em volta do Sol). É uma força de
grande alcance. Seus efeitos podem ser sentidos a qualquer
distância, embora atenuados pelo quadrado da distância entre os dois
objetos “gravitantes” em questão” (p. 14).
“Newton introduziu uma nova constante fundamental da natureza, a
constante G, que caracteriza a intensidade da força gravitacional” (p.
15).
“A gravidade é sempre atrativa, ao contrário de outras forças da
natureza que, como veremos, pode ser tanto repulsivas quanto
atrativas, o que lhe confere a característica de ser uma força que
sempre soma. Em suma uniu a gravitação terrestre e celeste” (p.
15).

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Abdus Salam

Figura 11 - Quadro Geral: A UNIFICAÇÃO DAS FORÇAS


FUNDAMENTAIS – O grande desafio da física contemporânea (p. 14).
3.2 A unificação da Eletricidade e do Magnetismo
“A unificação de forças fundamentais seguintes foi proposta cerca de
150 anos depois. Começando com Faraday e Ampère no contexto do
eletromagnetismo – a ‘força da vida’ (assim chamada porque
toda ligação química é de origem eletromagnética, o que se
aplica a todos os fenômenos de impulsos nervosos)” (p. 15).
“Antes de 1820, a eletricidade e o magnetismo eram considerados
duas forças distintas. Faraday e Ampère, na maior unificação dos
tempos modernos, foram os primeiros a mostrar que ambos não
passavam de dois aspectos de uma única força – o
eletromagnetismo” (p. 15).
“A ideia: se considerarmos um objeto eletricamente carregado, um
elétron, por exemplo, poderemos detectar (pondo outro elétron perto
dele) uma força elétrica de repulsão. Mas, assim que o primeiro
elétron se movimenta, vamos encontrar também uma força

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magnética que não estava ali antes. Essa força pode ser detectada
por seu efeito sobre uma agulha magnética posta perto do elétron
que se move” (p. 15).
Continuando: ”o que distingue a eletricidade do magnetismo é,
portanto, uma questão de ponto de vista – a saber, o fato de a
carga elétrica estar em movimento ou não. Esta é a essência
da unificação da eletricidade e do magnetismo” (p. 15).
“A unificação das duas forças fundamentais, antes dissociadas da
eletricidade e do magnetismo, foi a base da tecnologia da corrente
elétrica do século XIX, que usava, para gerar correntes elétricas; a
rotação de uma bobina entre os dois polos de um magneto. Esta foi a
base dos motores elétricos e dos dínamos elétricos que levaram às
usinas de energia elétrica” (p. 16).
3.3 A unificação do Eletromagnetismo com a Óptica
“O eletromagnetismo clássico chegou a seu ápice cinquenta anos
mais tarde no trabalho de Maxwell, que mostrou que, se uma carga
elétrica fosse acelerada (isto é, se houvesse uma mudança em sua
velocidade), emitiria energia na forma de radiação eletromagnética
(ondas de rádio, onda de calor, raios luminosos, raios X e raios gama,
que só diferem uns dos outros por seus comprimentos de onda). Essa
unificação maravilhosa foi a base da tecnologia do século XX, com o
rádio, a televisão e os raios X, dominando nossas vidas” (p. 16).
“Maxwell unificou a óptica com o eletromagnetismo. O que há de
mais notável nessa unificação, do ponto de vista teórico, é que ele
tinha apenas um número para guiá-lo. Usando uma aparelhagem
bastante rudimentar, verificou que a velocidade da luz podia ser
expressa em termos de duas constantes conhecidas (que
expressavam propriedades elétricas e magnéticas do vácuo), tal
como era previsto por sua teoria. Infelizmente morreu aos 48 anos e
não pode ver a demonstração por Hertz, na Alemanha, cerca de dez
anos após sua morte” (Abdus Salam, p. 16).
3.4 A unificação do Espaço e do Tempo
“Einstein, com sua teoria especial da relatividade (1905), situa o
espaço e o tempo em pé de igualdade. Uma consequência desse
trabalho foi a Fórmula da ‘dilatação do tempo!’, segundo a qual
quanto mais depressa um corpo se move, mais longa é sua vida – do
ponto de vista de um observador estacionário” (p. 16).
“Outra consequência da teoria especial da relatividade de Einstein é a
bem conhecida relação entre massa e energia, expressa na famosa
equação E = mc2, onde c é a velocidade da luz, m é a massa da
partícula em movimento e E é sua energia” (Abdus Salam, p. 17).

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Einstein e a Teoria da Gravitação


“Einstein, foi ainda mais longe em sua teoria da relatividade geral
(1915). Realizou uma geometrização da física no sentido de que, em
sua teoria, a curvatura do espaço e tempo determinava a gravitação.
Curvatura é uma noção geométrica, ao passo que a gravitação é uma
das forças fundamentais da natureza. Por um golpe de gênio, Einstein
identificou as duas, levando assim a cabo a geometrização da física”
(p. 17).
3.5 A unificação da Gravitação e do Eletromagnetismo
“Depois de êxitos da teoria da relatividade geral e do modo como
explica a gravitação, em termos de espaço e tempo, Einstein
começou a conjecturar se haveria uma ligação entre a gravidade e o
eletromagnetismo – em particular, indagava ele, seria possível ver
também o eletromagnetismo como uma propriedade geométrica do
espaço-tempo, o que uniria as duas forças da natureza? Essas duas
forças obedecem à mesma lei do inverso do quadrado da distância,
embora suas intensidades, às distâncias comparáveis, sejam
imensamente diferentes” (p. 18).
“Essa unificação da relatividade geral e do eletromagnetismo foi o
sonho que Einstein alimentou e no qual trabalhou durante boa parte
de sua maturidade. Dedicou 35 anos a esse problema, e acreditamos
que, ao fim, não teve êxito” (p. 20 - Abdus Salam).
Dimensões extras no espaço-tempo
“Em 1919, Kaluza enviou a Einstein um artigo em que dava o passo
audacioso de propor que, para efeitos de unificação (geométrica) do
eletromagnetismo com a gravitação, era preciso considerar um
espaço-tempo com cinco dimensões. Kaluza verificou que a
curvatura correspondente à dimensão extra (quinta) origina a
força eletromagnética, assim como, nas três dimensões
comuns do espaço, a curvatura mais o tempo dão origem à
gravidade. Essa teoria foi complementada mais tarde por
Klein” (p. 20).
“Que são cinco dimensões? Imagine-se olhando para um lápis de uma
distância bem grande. Dessa distância, o lápis parece uma linha fina
– unidimensional – e não se percebe que é de fato um pequeno
cilindro, com uma superfície bidimensional. Da mesma maneira, cinco
dimensões podem parecer apenas quatro, se a quinta for minúscula”
(p. 20).
“Klein, na verdade, propôs que a dimensão extra devia estar
enroscada num comprimento de cerca de 10-33 cm (o comprimento
de Planck), de tal modo que a curvatura correspondente à quinta

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dimensão devesse corresponder à magnitude “correta” de carga


elétrica (isto é, a unidade de carga do próton)” (p. 20).
“Kaluza enviou seu artigo para Einstein, incumbindo-o de encaminhá-
lo para publicação. Einstein (embora a princípio tenha gostado da
ideia de uma dimensão extra, não percebida) teve dúvidas. Acabou
adiando a publicação por dois anos. Fazendo que Kaluza abandonasse
a física fundamental” (Abdus Salam, p. 21).
Abdus Salam argumenta que estão voltando às ideias de
Kaluza-Klein, decisivas para uma Teoria de Tudo.
3.6 A unificação de a Força Nuclear Fraca com o
Eletromagnetismo
Salam, Weinberg e Glashow
“As forças nucleares são de dois tipos: as chamadas ‘fracas’ e as
‘fortes’” (p. 22).
“A força nuclear ‘forte’ tem um alcance de cerca de 10-13 cm. É ela
responsável pela fissão nuclear e pela fusão nuclear (a fonte de
energia das estrelas)” (p. 23).
“A força nuclear ‘fraca’, ao contrário, é quase universal. É a força
responsável pela chamada radioatividade beta, descoberta por
Madame Curie. Ela desempenha um papel decisivo da produção de
energia pelo sol” (p. 29).
“A força nuclear ‘fraca’ é universal, mas não tão universal quanto a
gravidade. Em 1957, descobriu-se que a força nuclear ‘fraca’, pelo
que se pode verificar, atua somente entre partículas com helicidade
esquerda. Portanto, não há força ‘fraca’ entre elétrons, prótons e
nêutrons com helicidade direita, ao passo que neutrinos com
helicidade direita talvez nem existam” (p. 29).
“A força nuclear “fraca” é assim chamada porque (à distâncias
comparáveis) tem 10-5 vezes a intensidade da força eletromagnética.
O alcance da força ‘fraca’ não passa de 10-16 cm (o que é menor, por
um fator de 1.000, que o alcance da força nuclear ‘forte’)” (p. 30).
“A ideia decisiva que permitiu unificar o eletromagnetismo e as forças
nucleares fracas (e não o eletromagnetismo e a gravitação como
Faraday e Einstein pretendiam) foi a de que ambas essas forças têm
mensageiros de spin um e são forças de ‘gauge’. Sendo que a
propriedade fundamental que caracteriza as forças de gauge (em
oposição às que não são de gauge) é o fato de serem produzidas por
uma permuta de ‘mensageiros’ de spin ‘um’” (p. 31).
“O protótipo de todas as forças de gauge é o eletromagnetismo.
Neste caso o ‘mensageiro’ – de spin um – é o fóton γ – o quantum de
luz” (Abdus Salam, p. 31).

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4 - “A TOTALIDADE E A ORDEM IMPLICADA – Uma nova


percepção da realidade”.
DAVID JOSEPH BOHM (1917-1992), Nascido em Wilkes-Barre
(Pensilvânia), Bohm se graduou em 1939, e passou a trabalhar com
Oppenheimer, em física teórica,
“Durante a Segunda Guerra Mundial seu nome foi proposto por
Oppenheimer para trabalhar com ele em Los Alamos na produção da
primeira bomba atômica, mas recusado pelo exército devido a suas
posições políticas. Ironicamente, seus cálculos para colisões de
prótons e dêuterons se mostraram úteis para o projeto de construção
da bomba, de modo que lhe foi vedado, por questões de segurança, o
acesso a seus próprios dados, o que o impediu de escrever sua tese
de doutorado (Wikipédia)”.
“Para fins acadêmicos, Oppenheimer certificou que Bohm havia
concluído a pesquisa. Posteriormente, Bohm trabalhou nos cálculos
teóricos para o enriquecimento eletromagnético de urânio em Oak
Ridge, para uso na bomba lançada em Hiroshima em 1945
(Wikipédia)”.
“Depois da guerra Bohm se tornou professor assistente na
Universidade de Princeton, onde trabalhou com Albert Einstein. Em
Maio de 1949, sob o macartismo, convocado para testemunhar contra
Oppenheimer pelo Comitê de Atividades Anti-Americanas, recusou-se
com base em seus direitos constitucionais. No ano seguinte foi
acusado e preso e, embora absolvido em Maio de 1951, Princeton se
recusou a renovar seu contrato, apesar dos pedidos de Einstein e
outros colegas (Wikipédia)”.
“Bohm mudou-se então para o Brasil, onde ocupou uma cátedra em
Física na USP (Wikipédia)”.
“Em 1955 mudou-se para Israel, onde ficou dois anos e conheceu sua
esposa Saral, que teria papel importante no desenvolvimento de suas
idéias (Wikipédia)”.
“Em 1957 mudou-se para a Grã-Bretanha. Obteve uma bolsa de
pesquisa na Universidade de Bristol até 1961, quando se tornou
professor de Física Teórica na Universidade de Londres, onde ficou
até sua aposentadoria em 1987 (Wikipédia)”.
“Suas contribuições para a física, principalmente na área da mecânica
quântica e teoria da relatividade, foram significativas. Ainda como
estudante de pós-graduação em Berkeley, descobriu o fenômeno
eletrônico conhecido hoje como difusão de Bohm. Seu primeiro
livro, Teoria quântica, publicado em 1951, foi considerado por

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Einstein a exposição mais clara que ele já havia visto sobre o assunto
(Wikipedia)”.
“Insatisfeito com a abordagem ortodoxa da física quântica descrita
por ele neste mesmo livro, desenvolveu sua própria interpretação,
uma teoria determinística da variável oculta não-local cujas predições
concordam perfeitamente com as teorias quânticas, não
determinísticas. Seu trabalho foi um dos motivadores da
desigualdade de Bell, cujas conseqüências ainda estão sendo
investigadas (Wikipedia)”.
“Em 1959 descobriu, com um aluno seu, o efeito Aharonov-Bohm,
mostrando como um campo eletromagnético pode afetar uma região
do espaço na qual esteja inserido, embora seu potencial vetorial não
exista nela. Isto demonstrou pela primeira vez que o potencial
vetorial, uma conveniência matemática, poderia ter efeitos físicos
(quânticos) reais (Wikipedia)”.
“Bohm também fez contribuições teóricas significativas ao
desenvolvimento do modelo holonômico de funcionamento do
cérebro. Em colaboração com Karl Pribram, neurocientista de
Stanford, estabeleceu a fundamentação para a teoria de que o
cérebro funciona de forma similar a um holograma, segundo
princípios matemáticos e padrões de ondas. Estas formas de onda
podem compor organizações semelhantes a hologramas,
sugeriu Bohm, baseando este conceito na aplicação da análise de
Fourier, uma forma de cálculo que transforma padrões complexos em
ondas sinódicas componentes (Wikipedia)”.
“O modelo holonômico do cérebro desenvolvido por Pribram e
Bohm propõe um visão de mundo definida pela lente - semelhante ao
efeito prismático texturizado de um raio solar refratado pela chuva no
arco-íris - visão esta bastante diferente da abordagem "objetiva"
convencional. Pribram acredita que se a psicologia quiser entender as
condições que produzem o mundo das aparências, precisa se ater ao
pensamento de físicos como Bohm (Wikipedia)”.
“As visões científica e filosófica de Bohm são inseparáveis. Em 1959,
lendo um livro do filósofo indiano Krishnamurti, realizou o quanto
suas próprias idéias sobre mecânica quântica se fundiam com as
idéias filosóficas de Krishnamurti. Em seu livro “A totalidade e a
ordem implicada” de 1980, e em “Ciência, Ordem e
Criatividade”, Bohm expressou sua abordagem da filosofia e da
física (Wikipedia)”.
4.1 As ideias de David Bohm: o holomovimento (A Totalidade e
a Ordem Implicada – uma nova percepção da realidade).
Todos os negritos foram assinalados por mim.

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Fragmentação e totalidade
“É de especial importância considerar esta questão nos dias de hoje,
pois agora a fragmentação será muito difundida, não apenas por toda
a sociedade, mas também em cada indivíduo; e isto leva a uma
espécie de confusão geral na mente, criando uma série interminável
de problemas e interferindo tão seriamente com a clareza da nossa
percepção que nos impede de resolver a parte deles” (p. 19).
“Assim, a arte, a ciência, a tecnologia e o trabalho humano em geral
são divididos em especialidades, sendo cada uma delas considerada
como essencialmente separada das outras. Não satisfeito com esse
estado de coisas, os homens propuseram assuntos interdisciplinares
adicionais, com a intenção de unir essas especialidades” (p. 19).
“No entanto, esses novos temas, em última análise, serviram
principalmente para acrescentar outros fragmentos separados.
Portanto, a sociedade como um todo se tem desenvolvido de forma
tal que se encontra fracionada em nações e em diferentes grupos:
religiosos, políticos, econômicos, raciais, etc” (p. 19).
“Em correspondência, o ambiente natural do homem tem sido visto
como um agregado de partes existentes separadamente, a serem
exploradas por diferentes grupos de pessoas. Da mesma forma, cada
ser humano individual foi fragmentado num grande número de
compartimentos separados e conflitantes, conforme seus diferentes
desejos, metas, ambições, lealdades, características psicológicas,
etc., a tal ponto que em geral se admite que certo grau de neurose
seja inevitável, enquanto que muitos indivíduos, que vão além dos
limites “normais” da fragmentação, são classificados como
paranóides, esquizóides, psicóticos, etc” (p. 19).
“É evidente que é ilusória a noção de que todos esses fragmentos
existem separadamente, e essa ilusão não faz outra coisa senão levar
a um conflito e a uma confusão infindáveis. De fato, a tentativa de
viver de acordo com a noção de que os fragmentos estão realmente
separados é, em essência, o que tem levado à série crescente de
crises extremamente urgentes, com as quais, hoje, nos defrontamos”
(p. 20).
“Assim, como bem se sabe agora, esse modo de vida é o que vem
ocasionando a poluição, a destruição do equilíbrio da natureza, a
superpopulação, a desordem política e econômica em escala mundial,
e a criação de um ambiente global que não é saudável, seja física ou
mentalmente, para a maioria das pessoas que nele têm de viver”
(p.20).
“Individualmente, desenvolveu-se um sentimento muito difundido de
impotência e desespero em face do que parece ser uma massa

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avassaladora de forças sociais desiguais, que está além do controle, e


mesmo da compreensão, dos seres humanos por ela envolvidos”
(p.20).
“O que será enfatizado, em primeiro lugar, na pesquisa científica e
depois num contexto mais geral, é que a fragmentação está sendo
continuamente produzida pelo hábito quase universal de tomar o
conteúdo do nosso pensamento por ‘uma descrição do mundo como
ele é’” (p. 22).
“Ou então, poderíamos dizer que, nesse hábito, considera-se o
pensamento como estando em correspondência direta com a
realidade objetiva. Uma vez que o nosso pensamento é permeado por
diferenças e distinções, segue-se daí que um tal hábito nos leva a
enxergá-las como divisões reais, de modo que o mundo então é visto
e experimentado com algo efetivamente dividido em fragmentos” (p.
22).
“A forma newtoniana de insight funcionou muito bem por vários
séculos, mas finalmente (como os antigos insights gregos que
vieram antes) levou a resultados obscuros quando estendidos a
novos domínios. Desenvolveram-se, nesses novos domínios, novas
formas de insights (a teoria da relatividade e a teoria quântica). Estas
proporcionaram um quadro do mundo radicalmente diferente daquele
de Newton (embora se tenha percebido que este último ainda é
válido num domínio limitado)” (p. 23).
“A tendência predominante na física moderna contrasta fortemente
com qualquer espécie de visão que dá primazia à atividade formativa
na totalidade indivisa do movimento fluente. De fato, aqueles
aspectos da teoria da relatividade e da teoria quântica que sugerem a
necessidade de uma tal visão tendem a ser desenfatizados e, na
verdade, pouco notados pela maioria dos físicos, pois são vistos em
grande parte como aspectos dos cálculos matemáticos, e não como
indicações da natureza real das coisas. Quando, na física, se usa a
linguagem e o modo de pensar informais, que inspiram a imaginação
e provocam o sentimento do que é real e substancial, a maioria dos
físicos ainda fala e pensa, com uma total convicção da verdade, em
termos da noção atomística tradicional de que o universo é
constituído de partículas elementares que são “os blocos de
construção básicos”, dos quais tudo é feito” (p.36).
“Em outras ciências, tais como a biologia, a força dessa convicção é
ainda maior, pois entre os que trabalham nessas áreas há pouca
consciência do caráter revolucionário do progresso na física moderna.
Por exemplo, os modernos biólogos moleculares geralmente
acreditam que a totalidade da vida e da mente pode, em última
instância, ser entendida em termos mais ou menos mecânicos, por

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meio de algum tipo de extensão do trabalho que tem sido feito sobre
a estrutura e a função das moléculas de DNA. Uma tendência
semelhante já começou a dominar na psicologia. Chegamos, desse
modo, ao muito estranho resultado de que, no estudo da vida e da
mente, que são justamente os campos onde a causa formativa,
atuando em movimento fluente indiviso e ininterrupto, é mais
evidente à experiência e à observação, existe agora a mais forte das
crenças na abordagem atomística fragmentária da realidade” (p. 36).
“Nosso modo fragmentário de pensar, olhar e agir tem,
evidentemente, implicações em cada aspecto da vida humana. Isto é,
por uma curiosa ironia, a fragmentação parece ser a única coisa
universal na nossa vida, que funciona através do todo sem fronteiras
ou limites. Isto ocorre porque as raízes da fragmentação são muito
profundas e estão muito difundidas. Como já foi assinalado, tentamos
dividir o que é uno e indivisível, e isto implica que na próxima etapa
tentaremos identificar o que é diferente” (p. 38).
“Portanto, a fragmentação é, em essência, uma confusão em torno da
questão da diferença e da semelhança, mas a clara percepção dessas
categorias é necessária em cada fase da vida. Estar confuso sobre o
que é diferente e o que não é, é estar confuso sobre tudo. Logo, não
é acidental o fato de que nossa forma fragmentária de pensamento
esteja levando a um espectro tão amplo de crises sociais, políticas,
econômicas, ecológicas, psicológicas, etc., no indivíduo e na
sociedade como um todo. Um tal modo de pensar implica um
interminável desenvolvimento de conflitos caóticos e sem sentido,
onde as energias de todos tendem a se perder em movimentos
antagônicos ou em desentendimentos” (David Bohm, p. 38).
A fragmentação como consequência da mecanicidade do
homem - “Fragmentos de um ensinamento desconhecido” de
Ouspesnky
Em “Fragmentos de um ensinamento desconhecido” de Ouspesnky,
Gurdjieff responde uma pergunta de um aluno:
“Como se deve compreender a evolução do homem?”
“Pode-se compreender a evolução do homem, respondeu G., como o
desenvolvimento nele de faculdades e poderes que nunca se
desenvolvem por si mesmos, isto é, mecanicamente. Só essa espécie
de desenvolvimento ou crescimento marca a evolução real do
homem. Não há nem pode haver outra espécie de evolução” (p. 75).
“No que se refere à evolução, é indispensável, desde o início,
convencer-se plenamente de que não há evolução mecânica possível.
A evolução do homem é a evolução de sua consciência. E a
‘consciência’ não pode evoluir inconscientemente. A evolução do

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homem é a evolução de sua vontade e a ‘vontade’ não pode evoluir


involuntariamente. A evolução do homem é a evolução de seu poder
de ‘fazer’ e ‘fazer’ não pode ser o resultado do que ‘acontece’” (p.
75).
“As possibilidades de evolução, no entanto, existem e podem ser
desenvolvidas em indivíduos isolados, com o auxílio de
conhecimentos e métodos apropriados. Tal desenvolvimento só se
pode verificar no interesse do homem, em oposição às forças e,
poderíamos dizer, aos interesses do mundo planetário. O Homem
deve compreender bem: sua evolução só interessa a ele. Ninguém
mais está interessado nisso. E não deve contar com o auxílio de
ninguém. Porque ninguém é obrigado a lhe ajudar e ninguém tem
essa intenção. Ao contrário, as forças que se opõem à evolução das
grandes massas humanas opõem-se também à evolução de cada
homem. Cabe a cada um levar a melhor sobre essas forças. Mas, se
um homem pode levar a melhor, a humanidade não pode.
Compreenderão mais tarde que todos esses obstáculos são muito
úteis; se não existissem, seria necessário criá-los intencionalmente,
pois só superando os obstáculos é que um homem pode desenvolver
em si as qualidades de que necessita” (p.76).
“Tais são as bases de uma concepção correta da evolução do homem.
Não há evolução obrigatória, mecânica. A evolução é o resultado de
uma luta consciente. A natureza não precisa dessa evolução; não a
quer e a combate. A evolução só pode ser necessária ao próprio
homem, quando ele se dá conta de sua situação e da possibilidade de
mudá-la; quando se dá conta de que tem poderes que não emprega
em absoluto e riquezas que não vê. E é no sentido da tomada de
posse desses poderes e dessas riquezas que a evolução é possível.
Mas se todos os homens, ou a maioria deles, compreendessem isso e
desejassem obter o que lhes cabe por direito de nascença, a
evolução, ainda uma vez, se tornaria impossível. O que é possível
para cada homem é impossível para as massas” (p. 76).
“As pessoas não sabem o que é o homem. Têm que lidar com uma
máquina muito complicada, muito mais complicada do que uma
locomotiva, um automóvel ou um avião – mas não sabem nada, ou
quase nada, da estrutura, do funcionamento e das possibilidades
dessa máquina; não compreendem mesmo suas mais simples
funções, porque não conhecem a finalidade dessas funções.
Imaginam vagamente que um homem deveria aprender a dirigir sua
máquina como deve aprender a dirigir uma locomotiva, um carro ou
um avião e que uma manobra incompetente da máquina humana é
exatamente tão perigosa quanto uma manobra incompetente de
qualquer outra máquina. Todo mundo se dá conta disto, quando se
trata de um avião, de um carro ou de uma locomotiva. Mas é muito

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raro que se leve isto em consideração, quando se trata do homem em


geral ou de si mesmo em particular. Crê-se justo e legítimo pensar
que a natureza deu ao homem o conhecimento necessário de sua
própria máquina; e, no entanto, as pessoas terão que convir que um
conhecimento instintivo dessa máquina está longe de ser suficiente.
Por que estudam a medicina e recorrem a seus serviços?
Evidentemente, porque se dão conta de que não conhecem suas
próprias máquinas. Mas não suspeitam que poderiam conhecê-las
muito melhor do que a consegue a ciência e que, então, poderiam
obter delas um trabalho totalmente diferente” (p. 77).
“O homem tal qual o conhecemos, o homem-máquina, o homem que
não pode ‘fazer’, o homem a quem e através de quem ‘tudo
acontece’, não pode ter um ‘Eu’ permanente e único. Seu ‘eu’ muda
tão depressa quanto seus pensamentos, seus sentimentos, seus
humores e ele comete um erro profundo quando se considera sempre
uma só e mesma pessoa; em realidade é sempre uma pessoa
diferente, nunca é aquela do momento anterior” (p. 78).
“O homem não tem individualidade. Não tem um grande ‘Eu’ único. O
homem está fragmentado numa multidão de pequenos ‘eus’. Cada
um deles, porém, é capaz de chamar-se a si mesmo de Todo, de agir
em nome do Todo, de fazer promessas, tomar decisões, estar de
acordo ou não estar de acordo com o que outro ‘eu’ ou o o Todo teria
que fazer. Isso explica por que as pessoas tão frequentemente
tomam decisões e tão raramente as mantêm. Um homem decide
levantar cedo a partir do dia seguinte. Um ‘eu’ ou grupo de ‘eus’
toma essa decisão. Mas levantar já é assunto de outro ‘eu’, que não
está absolutamente de acordo e pode até nem ter sido posto a par.
Naturalmente o homem não dormirá menos na manhã seguinte e, à
noite, tornará a decidir a acordar cedo. Isso pode acarretar
consequências muito desagradáveis. Um pequeno ‘eu’ acidental pode
fazer uma promessa, não a si mesmo, mas a outra pessoa, em
determinado momento, simplesmente por vaidade ou para divertir-
se. Depois desaparece. Mas o homem, isto é, o conjunto dos outros
‘eus’, que não estão completamente inocentes, terá talvez que pagar
toda a vida por essa brincadeira. A tragédia do ser humano é que
qualquer pequeno ‘eu’ tem o poder de assinar promissórias e que o
homem, ou seja, o Todo, é que deva fazer face a elas. Vidas inteiras
passam-se assim a saldar dívidas contraídas por pequenos ‘eus’
acidentais” (p. 79).
“O homem moderno vive no sono. Nascido no sono, morre no sono.
Do sono, sua significação e seu papel na vida, falaremos mais tarde.
Agora, reflitam apenas nisto: que pode saber um homem que dorme?
Se pensarem nisto, lembrando-se ao mesmo tempo de que o sono é
o traço principal de nosso ser, ficará evidente que um homem, se

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quiser realmente saber, deverá refletir, antes de tudo, nas maneiras


de despertar; isto é, de mudar o seu ser” (p. 86).
“O maior insulto para um ‘homem-máquina’ é dizer que ele não pode
fazer nada, que não pode chegar a nada, que jamais poderá
aproximar-se de meta alguma e que, ao se esforçar na direção de
uma meta, faz inevitavelmente aparecer outra. E, de fato, não pode
ser de outro modo. O ‘homem-máquina’ está em poder do acidente,
do acaso. Suas atividades podem entrar por acaso num canal traçado
por forças cósmicas ou mecânicas e podem caminhar aí durante
algum tempo, por acaso, dando a ilusão de que determinada meta foi
alcançada. Tal correspondência acidental dos resultados e das metas
que tínhamos estabelecido, noutros termos, o sucesso em algumas
pequenas coisas que não podem ter consequência alguma, produz no
homem mecânico a convicção de que está em seu poder atingir não
importa que meta, de que é ‘capaz de conquistar a natureza’, como
pretende, de que é capaz de ‘fazer’ sua vida, etc.” (p. 158).
“De fato, ele é naturalmente incapaz de fazer coisa alguma, porque
não tem nenhum controle, não só sobre as coisas externas a ele, mas
sobre as que estão dentro dele mesmo. Esta última ideia deve ser
claramente compreendida e bem assimilada; ao mesmo tempo, deve-
se compreender que o controle das coisas começa pelo controle do
que está dentro de nós, pelo controle de nós mesmos. Um homem
que não pode se controlar, isto é, que não pode controlar o que se
passa dentro de si, não pode controlar nada” (p. 158).
Ouspensky, em seu livro o “Quarto Caminho” nos relata sobre um
sistema de conhecimento desconhecido que Gurdjieff trouxe do
Oriente:
“Em 1907, ao começar a escrever A New Model of the Universe,
declarei a mim mesmo, como muitos outros fizeram antes e desde
então, que há alguma coisa muito maior e mais importante por trás
da superfície da vida que conhecemos. E disse então a mim mesmo
que, enquanto não soubessemos mais sobre o que há sob essa
superfície, todo o nosso conhecimento da vida e de nós mesmos seria
realmente insignificante. Lembro-me de uma conversa dessa época,
quando eu disse: ‘Se fosse possível aceitar como provado que a
consciência (ou, como chamaria agora, o intelecto) pode se
manifestar separada do corpo físico, muitas outras coisas poderiam
ser provadas. Só que isso não pode ser considerado como provado’.
Dei-me conta de que manifestações de psicologia supranormal, como
a transmissão do pensamento, a clarividência, a possibilidade de
conhecer o futuro e o passado, etc., não tinham sido demonstradas.
Dessa forma, tentei encontrar um método de estudo dessas questões
e trabalhei nessa direção por vários anos. Encontrei algumas coisas

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interessantes nesse sentido, mas os resultados eram muito fugidios;


e, embora várias experiências fossem bem sucedidas, era quase
impossível repetí-las” (p. 13).
“Durante essas experiências, cheguei a duas conclusões:inicialmente,
que não temos suficiente conhecimento da psicologia comum; não
podemos estudar a psicologia supranormal, porque não conhecemos
a psicologia normal. Em seguida, que existe determinado
conhecimento real e que pode haver escolas que sabem exatamente
o que queremos saber, mas, por alguma razão, estão ocultas, e este
conhecimento está oculto. Comecei assim a procurar essas escolas.
Viajei pela Europa, pelo Egito, India, Ceilão, Turquia e Oriente
Próximo; contudo, foi realmente mais tarde, quando já havia
terminado essas viagens, que encontrei na Rússia, durante a guerra,
um grupo de pessoas que estavam estudando determinado sistema
originário de escolas orientais. Este sistema começava com o estudo
da psicologia, exatamente como eu tinha compreendido que devia
ser” (p. 13).
“A ideia mais importante desse sistema era a de que não utilizamos
sequer uma pequena parte dos nossos poderes e de nossas forças.
Temos em nós, por assim dizer, uma organização muito grande e
muito perfeita, só que não sabemos como usá-la. Nesse grupo,
utilizavam certas metáforas orientais e me disseram que temos uma
casa ampla, cheia de belos móveis, com uma biblioteca e muitos
outros cômodos, mas vivemos no porão e na cozinha e não podemos
sair dali. Se nos falam do que essa casa tem no andar superior, não
acreditamos ou rimos, chamando isso de superstição, contos de fadas
ou fábulas” (p. 14).
“Podemos dividir esse sistema em estudo do mundo, de acordo com
determinados princípios novos, e estudo do homem. Estudo do
mundo e do homem encerram em si mesmos um tipo de linguagem
especial. Procuramos usar palavras comuns às mesmas que usamos
em conversas habituais, dando-lhes, porém, significado um pouco
diferente e mais preciso” (p. 14).
“O estudo do mundo, do Universo, baseia-se no estudo de algumas
leis fundamentais, que a ciência geralmente não conhece ou não
reconhece. As principais são as Lei de Três e a Lei de Sete, que serão
explicadas mais tarde. Incluído nisso, e necessário desse ponto de
vista, está o princípio de escala, que não entra no estudo científico
comum, ou entra muito pouco” (p. 14).
“A primeira coisa a lembrar é o que foi dito sobre a Lei de Três: todas
as coisas no mundo, todas as manifestações da energia, todos os
tipos de ação, seja no mundo ou na atividade humana, interna ou
externa, são sempre manifestações das três forças existentes na

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natureza. Essas forças são chamadas força ativa, passiva e


neutralizadora, ou primeira força, segunda força e terceira força.
Devemos compreender que elas não diferem uma da outra como a
atividade e a passividade diferem na nossa compreensão habitual
desses termos. As forças ativa e passiva são ambas ativas, pois uma
força não pode ser passiva. Mas há certas diferenças na atividade
delas e estas diferenças produzem toda a variedade de fenômenos
existentes no mundo. As três forças operam juntas, mas, em cada
combinação, uma delas predomina. Ao mesmo tempo, uma força que
agora é ativa pode ser passiva ou neutralizadora no momento
seguinte, noutra tríade. Quando as três forças se encontram, as
coisas acontecem. Se não se encontram, nada ocorre” (p. 180).
“No modo de pensar comum, percebemos a existência de duas
forças: ação e resistência, eletricidade positiva e negativa, etc. Mas,
nesse estado de consciência, não vemos que três forças estão sempre
presentes em todo acontecimento, em todo fenômeno, e que apenas
uma conjunção de três forças pode produzir um evento. Duas forças
não podem dar origem a nada; elas girarão em torno uma da outra,
sem qualquer resultado. É preciso muito tempo para ver as três
forças nas coisas; por alguma razão , somos cegos à terceira força,
embora possamos observá-la em muitas reações químicas e
fenômenos biológicos. Mesmo quando compreendemos plenamente
que nada pode ocorrer sem a presença de todos os três elementos,
em relação a nós mesmos tendemos a esquecê-lo ou não levá-lo em
conta. Não observamos plenamente sequer duas forças e geralmente
esperamos que as coisas aconteçam, quando apenas uma força está
presente. Mais tarde, verão que, que se quiserem produzir
determinado efeito ou ação e estiver faltando uma força, não poderão
obter nenhum resultado. Em alguns casos, poderá ser a força passiva
e, nesse caso, nada ocorrerá, pois, se não houver nenhuma força
passiva, não haverá nenhum material. Noutro caso, pode estar
faltando a força ativa ou a neutralizante, e, desse modo, ainda não
poderão fazer nada” (p. 181).
“As tríades referem-se aos acontecimentos, de modo que, se
falarmos de cada acontecimento separadamente, seja ele pequeno ou
grande, teremos que compreender a que tríade cada um deles
pertence. Mas uma sucessão de acontecimentos se processa de
acordo com a Lei de Sete ou Lei das Oitavas. A Lei de Sete deve ser
compreendida e lembrada do ponto de vista dos intervalos. Em suma,
a Lei de Sete indica que nenhuma força jamais atua continuamente
na mesma direção ou sofre uma mudança interior. Em toda oitava,
isto é, um período entre certo número de vibrações e o dobro ou
metade desse número – há dois lugares onde as vibrações ou, para
ser mais exato, as manifestações da energia que se processam no

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espaço ou no tempo, ou em ambos, sofrem determinada mudança,


diminuem a velocidade e, em seguida, começam outra vez. Se não se
introduzir, nesses lugares, um choque adicional, a oitava mudará de
direção. Essa irregularidade medida na velocidade das vibrações foi
calculada e incorporada em determinada fórmula. Essa fórmula, que
expressa uma lei cósmica, foi posteriormente aplicada à música na
forma da escala maior. A Lei de Sete mostra que nenhuma força pode
se desenvolver numa única direção e indica os lugares onde essas
mudanças ou retardamentos ocorrem” (p.182).
“É mais fácil observar a Lei de Sete nas ações humanas. Podemos ver
como as pessoas, quando começam a fazer uma coisa – estudo,
trabalho -, após um certo tempo, sem que haja uma razão
perceptível, diminuem os seus esforços, realizam mais lentamente o
seu trabalho, e, se, num determinado momento, não for realizado
algum esforço especial, a linha muda a sua direção. Há uma mudança
pequena, porém real, na força interior. Em seguida, passado algum
tempo, há de novo um afrouxamento, e outra vez mais, se não
houver um esforço especial , a direção mudará. Poderá mudar
completamente e seguir uma direção diametralmente oposta, embora
parecendo ser a mesma coisa. Há muitas fases da atividade humana
que correspondem a essa descrição. Elas começam de um modo e,
em seguida, de maneira imperceptível, continuam de forma
completamente oposta. Se tais intervalos forem conhecidos, e se
utilizarmos um meio de criar algum esforço ou disposição especial
neles, será possível evitar rupturas nas oitava. Tudo funciona por
oitavas; nenhuma vibração, movimento, atividade pode se
desenvolver de outro modo. As escalas variam, de modo que não
podemos acompanhá-las; mas podemos ver os seus resultados, os
resultados da Lei de Sete. Até o trabalho físico interno do organismo
está subordinado a essa lei” (p.183) (Ouspensky, 1987).
A arte milenar do Eneagrama
O estudo do Eneagrama remonta há mais de dois mil anos. Utilizado
pelos Sarmouns do Indukush, localizado nas cordilheiras do Himalaia.
Gurdjieff, após estudar anos e anos com os Sarmouns trouxe para o
Ocidente este símbolo dinâmico complexo. O Eneagrama tem a
função de analisar os eventos harmônicos, cósmicos, ou seja, todo
evento que funcione harmonicamente pode ser aplicado o
Eneagrama. As pessoas poderiam questionar o por quê de se estudar
um instrumento que analisa eventos harmônicos? Se são harmônicos
e funcionam, não interessa estudar o por quê? É verdade, em parte,
pois a sociedade funciona, em muitos aspectos, harmonicamente: as
empresas organizadas, uma escola, um automóvel, o organismo
humano, andar de bicicleta, uma pesquisa científica, enfim toda a
atividade humana, bem como a própria natureza, tendem a buscar

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uma harmonia, um equilíbrio. Mas, acontece, como diria Ouspensky


sobre os ensinamentos de Gurdjieff (em “Fragmentos de um
ensinamento desconhecido”, 1993), que ocorrem desvios que fazem
com que uma pessoa saindo de A para chegar em B, acaba
modificando o seu trajeto e se não o corrigir acaba chegando em B’.
Por exemplo, é comum sair de casa para irmos ao trabalho fura um
pneu ou tem um trânsito pesado numa rua, que nos obriga a mudar
de trajeto, significando que se não usarmos um esforço extra não
conseguiremos chegar em B. Houve uma influência forte para
chegarmos ao ponto final. Este exemplo mostra que fizemos uma
correção para corrigir o desvio.
O Eneagrama mostra como fazer essa correção para atingir um fim,
para atingir a harmonia. Em muitos casos não percebemos que
estamos girando em círculos e voltando para o ponto de partida sem
nos darmos conta. O Eneagrama nos ajudaria a perceber se estamos
atingindo os nossos objetivos e se estamos fazendo as correções dos
desvios que nos levam à desarmonia.
Os seres humanos, no geral, agem harmonicamente na condução de
suas vidas, como o próprio Eneagrama, buscam o equilíbrio, a
harmonia, chegar a um determinado objetivo, buscar uma satisfação,
um resultado positivo. Mas, em muitas situações, em algum
momento, nos perdemos no meio do caminho e saimos da estrada
principal e aí não sabemos mais encontrar o caminho certo; nesses
casos o Eneagrama ajuda a reencontrar a harmonia, corrigindo as
distorções. O Eneagrama é musical, como o Universo.
A escala musical e os intervalos:
“Se atribuirmos a dó o valor de 1, ré corresponderá a 9/8, mi a 5/4,
fá a 4/3, sol a 3/2, lá a 5/3, si a 15/8 e dó terá valor 2”.

Ouspensky, 1993
A diferença na aceleração das vibrações ou progressão ascendente
das notas ou diferenças de tom será o seguinte:

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Ouspensky, 1993
Figura 12 - Observa-se que: “As diferenças entre as notas ou as
diferenças de altura das notas denominam-se intervalos. Vemos que
há três espécies de intervalos na oitava: 9/8, 10/9 e 16/15, o que,
em números inteiros, dá 405, 400 e 384. O menor intervalo: 16/15,
encontra-se entre mi e fá e entre si e dó. São precisamente os dois
lugares de retardamento na oitava”.
“Na escala musical de sete tons, considera-se teoricamente que há
dois semitons entre duas notas sucessivas, exceto para os intervalos
mi-fá e si-dó, que têm um só semitom”.
“Desse modo obtêm-se vinte notas, das quais oito fundamentais: dó,
ré, mi, fá, sol, lá, si, dó e doze intermediárias: duas entre cada um
dos pares de notas seguintes”:
DÓ – RÉ
RÉ – MI
FÁ – SOL
SOL – LÁ
LÁ - SI
“E uma entre os dois seguintes pares de nota”:
MI - FÁ
SI - DÓ
“Mas, na prática da música, em vez de doze notas intermediárias,
somente cinco são mantidas, isto é, um semiton entre”
DÓ – RÉ
RÉ – MI
FÁ – SOL
SOL – LÁ
LÁ - SI

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“Entre mi e fa: e entre si e dó, falta o semitom”.


“Desse modo, a estrutura da escala musical dá um esquema da lei
cósmica dos intervalos ou dos semitons ausentes. Por outro lado, ao
se falar das oitavas, num sentido “cósmico” ou “mecânico”, só os
intervalos mi-fá e si-dó são chamados intervalos”.
“O que acontece precisamente durante o retardamento nas
vibrações? Ocorre um desvio; a direção original não é mais seguida.
A oitava começa na direção indicada pela flexa”:

“Mas ocorre um desvio entre mi e fá; a linha começada em dó muda


de direção”:

“E, entre fá, sol, lá e si, ela desce fazendo certo ângulo com sua
direção primitiva, indicada pelas três primeiras notas. Entre si e dó
encontra-se o segundo intervalo, novo desvio, outra mudança de
direção”:

“A cada oitava, o desvio é mais acentuado, de modo que a linha das


oitavas chega a formar um semicírculo e vai numa direção oposta à
direção original”:

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“Em seu desenvolvimento ulterior, a linha das oitavas ou a linha de


desenvolvimento das vibrações pode voltar à sua primeira direção;
noutros termos, formar um círculo completo”:

“Essa lei demonstra por que nada vai nunca em linha reta em nossas
atividades, por que, tendo começado a fazer uma coisa, fazemos em
seguida outra inteiramente diferente, que é com frequência
exatamente o contrário da primeira, embora não o notemos e
continuemos a pensar que seguimos sempre a mesma linha”
(Ouspensky, 1993).
“Para melhor compreender o sentido da lei da oitava é preciso ter
uma ideia clara de outra propriedade das vibrações, a de dividir-se
em “vibrações interiores”. Com efeito, em todas as vibrações se
produzem outras vibrações e cada oitava pode ser decomposta num
grande número de oitavas interiores”.
“Cada nota de qualquer oitava pode ser considerada uma oitava
inteira num outro plano”.

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“Cada nota dessas oitavas interiores contém, por sua vez, uma oitava
inteira e assim por diante, um grande número de vezes, mas não até
o infinito, porque há um limite para o desenvolvimento das oitavas
interiores”:

“Ao estudar a lei de oitava, deve-se lembrar que, para definir as


relações das oitavas entre si, elas são divididas em fundamentais e
subordinadas. A oitava fundamental pode se comparar ao tronco de
uma árvore cujos ramos seriam as oitavas subordinadas. As sete
notas fundamentais da oitava e os dois ‘intervalos’ portadodores de
novas direções são os nove elos de uma corrente, com três grupos de
três elos cada um”.
“As oitavas fundamentais estão ligadas, de maneira determinada, às
oitavas secundárias ou subordinadas. Das oitavas subordinadas da
primeira ordem saem as oitavas secundárias da segunda ordem, etc.
A estrutura das oitavas pode se comparar à estrutura de uma árvore.
Do tronco fundamental saem, de todos os lados, ramos que se
dividem, por sua vez, em galhos que se tornam cada vez menores, e
finalmente, se cobrem de folhas”.
O Eneagrama como instrumento de percepção da lei de Três e
da lei de Oitava
Segundo Gurdjieff, a primeira lei fundamental do Universo é a Lei
das Três Forças, dos Três Princípios, ou ainda, como
frequentemente a chamam: a Lei de Três. Segundo essa lei, em
todos os mundos, sem exceção, toda ação, todo fenômeno resulta de
uma ação simultânea de três forças: positiva, negativa e
neutralizante, ou ativa, passiva e neutra.
A segunda lei fundamental do Universo é a Lei de Sete ou Lei de
Oitava.

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Ouspensky, ainda, dando continuidade às ideias sobre o sistema de


Gurdjieff, em “Fragmentos de um ensinamento desconhecido”
(1993):
“Para compreender a significação dessa lei, a Lei de Oitava, é
preciso considerar que o universo consiste em vibrações. Essas
vibrações se processam em todas as espécies de matéria, sejam
quais forem seu aspecto e sua densidade, desde a mais sutil até a
mais grosseira; elas provém de fontes variadas e vão em todas as
direções, entrecruzando-se, chocando-se, fortalecendo-se,
enfraquecendo-se, detendo-se uma à outra e assim por diante”.
“A esse respeito o modo de ver do antigo conhecimento opõe-se ao
da ciência contemporânea, porque coloca, na base de sua
compreensão das vibrações, o princípio da descontinuitade”.
“O princípio da descontinuidade das vibrações significa que a
característica necessária e bem definida de todas as vibrações na
natureza, quer sejam ascendentes ou descendentes, é se
desenvolverem de modo não uniforme, com períodos de aceleração e
de retardamento. Esse princípio pode ser formulado com uma
precisão ainda maior, dizendo-se que a força de impulso original das
vibrações não age de modo uniforme, mas, de certo modo, se torna
alternadamente mais forte ou mais fraca”. Vejam Item 7: a mente
quântica.
“Enquanto que as concepções habituais no Ocidente consideram que
as vibrações são contínuas. Isso significa que as vibrações são
geralmente consideradas como se prosseguissem de maneira
ininterrupta, subindo ou descendo enquanto dure sua força de
impulso original e enquanto vença a resistência do meio no qual se
desenvolvem. Quando a força de impulso se esgota e a resistência do
meio predomina, as vibrações naturalmente decaem e se detêm. Mas
até aí, isto é, até o início de seu declínio natural, as vibrações se
desenvolvem uniforme e gradualmente e, na ausência de qualquer
resistência, podem até se prolongar indefinidamente.Assim, uma das
proposições fundamentais da física contemporânea é a continuidade
das vibrações”.
“Se compreendermos todo o seu sentido, a Lei de oitava nos dá
uma nova explicação da vida toda, do progresso e do
desenvolvimento dos fenômenos em todos os planos do universo
dentro do campo de nossa observação. Essa lei explica por que não
há linhas retas na natureza, bem como por que não podemos nem
pensar nem fazer, por que em nós tudo acontece e acontece em geral
de modo contrário ao que desejamos ou esperamos. Tudo isso é,
manifestamente, o efeito imediato dos intervalos ou do retardamento
no desenvolvimento das vibrações”

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Ouspensky, 1993
Figura 13 - Um aspecto fundamental do Eneagrama é a união de
uma tríade 3, 6, 9 (do1, do2, dó3) e de uma hêxade 1 (Ré), 2 (Mi), 4
(Fá), 5 (Sol), 7 (Lá), 8 (Si). São independentes e ao mesmo tempo
interdependentes compondo o Eneagrama. Os desvios que ocorrem,
citados anteriormente, funcionam de acordo com o princípio da
descontinuidade das vibrações. Há retardamento e aceleração entre
as diferenças de notas musicais, e as diferenças de altura das notas
denominam-se intervalos. Há intervalos inteiros: Dó a Ré, Ré a Mi, Fá
a Sol, Sol a Lá, Lá a Si e intervalos menores, entre Mi e Fá e entre Si
e Dó. Nesses locais de intervalos menores ocorrem os retardamentos,
os desvios. Nesses locais é necessário haver correções dos desvios,
necessitando um esforço exterior ao evento em funcionamento.
Quando estamos controlando o evento conseguimos corrigi-lo; mas
têm eventos que nós não percebemos os desvios.
O Eneagrama retrata dois movimentos simultâneos que ocorrem em
todas as coisas: um externo, que representa o movimento normal
dos acontecimentos – 1 (Ré), 2 (Mi), 4 (Fá), 5 (Sol), 7 (Lá), 8 (Si) e
10 (Ré) de uma nova fase, em oitavas superiores, que corresponde,
no Eneagrama, o 1 (Ré) (imaginem uma mola helicoidal, pois o
Eneagrama é espacial) e um interno: 1 (Ré), 4 (Fá), 2 (Mi), 8 (Si), 5
(Sol), 7 (Lá) e que passa para uma nova oitava em 10 (Ré). O
significado desses dois movimentos simultâneos podem ser
exemplificados: Estava saindo de casa para levar minha mulher à
médica e assim precisava saber que caminho seguir, o melhor
caminho. Enquanto estava seguindo o movimento externo: 1, 2, 4,
5, 7, 8 e 10, normal, pelas vias de S. Paulo, eu ia elaborando em
minha mente todo o trajeto que eu iria percorrer, antes de percorrê-
lo, pois já estava traçado em minha mente todo o caminhamento a

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ser realizado, o caminho interno: 1, 4, 2, 8, 5, 7 e 10 (a chegada


no objetivo: a clínica médica). Essa é a lei da oitava, enquanto que a
lei de três, das três forças estava acontecendo a cada momento: as
forças ativa, passiva e neutra ou a ação, reação e o ponto neutro ou
de equilíbrio. Compliquei? De fato é necessário estudar o Eneagrama
(vejam Bennett: “O Eneagrama”).
Vocês poderiam questionar, sem sombras de dúvidas, então por quê
eu estou falando de Eneagrama se não se consegue entender com as
explicações expostas aqui no Manual? É pura verdade, no entanto,
como este é um livro de desenvolvimento pessoal e de percepção da
realidade subjacente, invisível pelos cinco sentidos, me fez levantar
técnicas espaciais que permitem “quebrar” as nossas formas de
pensar do cotidiano e abrir as portas da percepção. Como é
impossível se esclarecer, em um único livro, todo o conhecimento
necessário para o nosso desenvolvimento, estou somente levantando
o que existe de técnicas complementares para abrir a nossa mente.
Por isso, um curso de Geobiologia é abrangente e é necessário abrir o
leque de conhecimento em muitos campos de visão, que
aparentemente são complexos, mas compõem um todo indivisível
que o nosso cérebro-mente é capaz de abarcar. O lado filosófico e
aparentemente oculto do conhecimento é fundamental para o nosso
desenvolvimento, são os conceitos que abrem a nossa mente e nos
ajudam a romper com os nossos “pré-conceitos”, já arraigados em
nossa vida do dia a dia. Se vocês querem compreender as nossas
dificuldades de compreender um conhecimento desconhecido leiam o
livro de Edwin Abbott denominado “Planolândia” (busca no Google,
em pdf).
Para entendermos essas realidade subjacente é necessário método de
observação sistemática, portanto não podemos “escolher” o que
gostamos ou não, como é comum, atualmente, com a fragmentação
do conhecimento ensinado em nossas instituições de ensino, desde a
minha época, em que separaram o curso de ensino médio em:
científico e o de humanas, como se fosse possível aprender somente
um aspecto da realidade e deixar o outro. Os que “gostam” de
humanas detestam ou evitam as ciências físico-químicas-biológicas,
enquanto aqueles que se dedicam à ciência procuram “escapar” das
ciências humanas e se comportam como pessoas de pouca cultura
geral, até esquecem do português (no nosso caso) e escrevem de
forma truncada e com erros crassos. Bem! Escrever é um problema
geral atualmente, vejam o que escrevem na internet, nos bate-
papos. Arre! É de arrepiar!
O mais interessante de tudo é que somos exatamente o Eneagrama,
e por isso deveria ser extremamente simples de entender o seu

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funcionamento. No entanto, quando tentamos explicá-lo


objetivamente, em palavras, se torna complicado, as pessoas não
conseguem entender, pois elas não têm consciência de como elas
mesmas funcionam no dia a dia. Há uma separação entre a ação
expontânea das pessoas e o raciocínio linear e planar do nosso
cérebro condicionado, acostumado a atuar dualísticamente. Não se
ofendam! Nós tendemos, quase sempre, a analisar do ponto de vista
do certo e errado, do bem e do mal, do positivo e do negativo, da
ação e da reação, pois pensamos com duas variáveis: ativa e passiva
e não nos damos conta da terceira força neutralizante: neutra.
Agimos como se existissem somente duas forças, uma dicotomia,
sem percebermos que nada funciona no plano, com duas variáveis ou
coordenadas (X e Y), pois é necessária uma terceira força, pois o
espaço necessita de três variáveis para se tornar real; enquanto que
nossa mente atua como se não existisse a terceira variável: Z. É
como se estivermos numa cidade gigantesca, como São Paulo, como
um labirinto sem fim. Se precisarmos ir para uma determinada rua e
para encontrá-la precisamos ter o mapa do labirinto e para conseguir
esse mapa utilizamos, por exemplo, o Guia das ruas da cidade.
Percebem! Esse guia é a saída do labirinto, pois é como se
estivessemos em dois lugares ao mesmo tempo, ou seja, dentro do
“plano da cidade” (coordenadas X e Y), então utilizamos a terceira
coordenada o Z, como se estivessemos olhando de cima o labirinto;
desse modo, ao estarmos no “plano”, em uma rua qualquer e
queremos atravessar a cidade e ir para uma rua no outro extremo,
então, olhando de cima, como se o guia fosse “nós” olhando de cima,
ao mesmo tempo, no Z, no ponto neutro, com a mente esvaziada e
assim vemos quais ruas e avenidas devemos seguir para chegar em
nosso objetivo final. Como não “podemos” estar em dois lugares ao
mesmo tempo, utilizamos o guia (que significa que um avião
fotografou e assim conseguiram fazer um mapa com todas as ruas da
cidade, “a saída do labirinto”). Viram! Utilizamos a Lei de Três, dos
três princípios, das três forças: ativa, passiva e neutra e a lei da
Oitava, ou seja, dos movimentos vibracionais, que compõem o nosso
caminho, nesse “plano” até chegar no nosso objetivo final: a rua que
queremos chegar.
Outro exemplo: me lembro, uma vez, quando meus dois filhos mais
velhos, com idades em torno de dez e doze anos, estavam brigando.
O que fazer? Normalmente, como é comum entre os homens, eu
“soco” os dois e pronto! Com minha emoção na flor da pele ou então,
eu prego um “sermão”, com minha mente racional, dizendo que eles
fazem de propósito e tal... Destas formas, eu utilizei o ativo e o
passivo, numa visão planar (X e Y). Mas, quando eu consigo ficar na
posição neutra (Z), esvaziando a mente, saindo de mim mesmo;
olhar os dois brigando, sem me envolver emocionalmente (ativo) ou

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falar sem controle (passivo), consigo achar uma solução criativa (foi
o que aconteceu nessa ocasião!). Fiz uma palhaçada e com isso eles
perderam o interesse na briga, pois era tão “ridículo” e “fora” de
propósito o que eu fiz, que eles não resistiram e caíram na risada;
toda a “raiva” foi embora de imediato, pois esqueceram da briga e
riram da palhaçada, de tão desconexa fez com que eles se
desligassem da briguinha por bobagens e voltaram a ser amigos.
Vamos sistematizar esse exemplo: A tríade foram nós três, o Paulo
(X), ativo, o mais velho; Vitor (Y), o passivo, o mais novo, ou vice-
versa e eu (Z), o neutro. Os três componentes X, Y e Z da lei de Três
(Dó1, Do2 e Dó3).
A Hêxade ou a Lei da Oitava comporia os acontecimentos: vamos
seguir o movimento 1, 4, 2, 8, 5, 7 e 1, o movimento interior,
enquanto que o movimento exterior ocorre seguindo o movimento
normal dos acontecimentos:
Em Ré (1) – as crianças brigando; em Fá (4) – utilizo das minhas
artimanhas – como, por exemplo, fazer uma palhaçada, o que faz
eles pararem de brigar, surpresos, em Mi (2). Quando Fá (4)
encontra Mi (2) tem som de Sol (5). Esta passagem é difícil Fá-Mi –
onde ocorre o desvio, pois neste ponto a briga ia continuar e os dois
iriam ficar irritados um com o outro e perderiam, assim, muita
energia de forma inútil – nessa briga por bobagens.
Em Sol (5) eles pararam de fato de brigar, pois começaram a dar
risadas da palhaçada (no movimento interno passaram por Si (8) e
chegando em Sol (5). Isso significa que o movimento interno está
mostrando o estado final Si (8) antes, mesmo dele acontecer, pois
quando pararam de brigar e deram risada significa que já chegaram
às pazes após a risada e assim para chegar em Sol (5) já passaram
pelo “futuro” em Si (8).
Agora a continuação normal dos eventos: de Sol (5) passaram, sem
dificuldades por Lá (7) e agora para continuar e romper com a
dificuldade, na passagem Si (8) – Dó (9) e chegar em uma nova
oitava Ré (1) que agora significa Ré (10) - uma nova oitava musical –
um novo recomeço. Essa passagem significa que fizeram as pazes
realmente e voltaram a ser amigos e esqueceram a briga. A paz e a
harmonia voltaram a dominar o ambiente! Entenderam? OK!
O movimento externo são os acontecimentos que seguem as leis do
movimento normal, enquanto o movimento interno é o movimento da
consciência. O movimento externo se comporta de forma mecânica,
mas o movimento interno, sendo consciente, é essencial, do nosso
Ser, que percebendo tudo pode mudar os acontecimentos interferindo
nos pontos onde ocorrem os desvios Mi-Fá e Si-Dó. Bennett, em seu

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livro “O eneagrama”, nos relata exemplos práticos da utilização do


eneagrama na vida cotidiana.
Esse estudo da Evolução Possível do Homem é de fundamental
importância para o crescimento do nosso Ser Essencial que
representa a Intuição, a Percepção e a Compreensão e é um
conhecimento adquirido de dentro para fora, enquanto que o Saber
que representa a Ação, a Emoção e a Razão vem de fora para dentro.
Somente o equilíbrio dessas duas energias, o Saber e o Ser, que o
homem dá um salto na compreensão de si mesmo e de tudo que está
em volta. Mas, para isso precisamos estudar e esse estudar depende
da nossa vontade de querer romper com a nossa inércia e nossos
julgamentos pessoais, que foram embutidos em nossa mente de que
não precisamos buscar nada, tudo já está aí e que não existe outra
possibilidade, pois o que vivemos é satisfatório.
Essência e Personalidade
Queiroz, em seu livro “Em busca do paraíso perdido – A teoria dos
tipos humanos no sistema Ouspensky-Gurdjieff” retrata, de forma
concisa, a teoria de Gurdjieff expressada por Ouspenky:
“O reconhecimento do que é verdadeiro num indivíduo deve começar
pelo conhecimento do que faz parte da sua essência, em oposição ao
que faz parte da sua personalidade. Essência diz respeito a todas as
qualidades inatas, físicas ou psicológicas, exibidas pelo indivíduo, tais
como vocação por música, matemática ou atividades manuais.
Qualquer que seja essa vocação, ela deverá ser desenvolvida pela
personalidade, que é adquirida no meio familiar, social e cultural com
a finalidade de dotar a essência de uma forma de expressão (p. 92).
“Normalmente, a personalidade deveria dar suporte e contribuir para
o desenvolvimento da essência, no sentido de a educar, lapidar e
refinar. Não se pode ir muito longe sem a sua influência, uma vez
que ela introduz muitas possibilidades e recursos. Alguém que tenha
vocação para a música, por exemplo, necessita aprender uma forma
de expressá-la, a qual será transmitida de acordo com a
oportunidade que tiver de absorver as influências do seu meio social,
do seu país ou da sua época histórica. Quando isso não ocorre, a
essência permanece em estado bruto, o que se verifica
frequentemente entre camponeses ou trabalhadores manuais, muitos
dos quais com verdadeiro talento para vários tipo de artes que nunca
poderão ser expressos pela falta de uma personalidade bem
desenvolvida” (p. 92).
“No entanto, é muito mais frequente ocorrer a predominância da
personalidade sobre a essência, principalmente em situações
urbanas, em que o indivíduo tem um certo grau de educação. Nesse
caso, ele passa a adquirir gostos e inclinações que, além de não

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corresponderem à sua essência, podem até mesmo danificá-la. Um


exemplo dessa situação ocorre quando, em busca de status, de
dinheiro ou de honrarias, um indivíduo deixa de cultivar as suas
inclinações naturais e passa a viver em função desses objetivos.
Sempre que isso ocorre a essência é sufocada, interrompendo-se,
algumas vezes definitivamente, as possibilidades de evolução”
(Queiroz, p. 93).
Hurley & Dobson detalharam o eneagrama da personalidade em seus
livros: “Qual é o meu tipo ? Eneagrama – Um estudo dos 9 tipos da
personalidade humana” e “Meu eu melhor – Usando o Eneagrama
para liberar o poder do Eu interior” entre outros livros.
Acrescentei esses lampejos de conhecimento oculto desses autores
para abrir a mente do leitor, pois sem abrir as portas da percepção é
impossível realizar o trabalho que eu realizo de mudança de energia
de um local através da planta do imóvel e obter uma mudança real
de energia do próprío local, em qualquer parte do globo terrestre.
Para a nossa mente mecanicista, que é baseada, fundamentalmente,
em nosso Ego-personalidade, em nossos cinco sentidos e na
observação direta dos fenômenos, que não pode conceber um
trabalho realizado à distância, ainda mais utilizando a radiestesia
como instrumento de medição e métodos de observação sistemática
não ortodoxos.
Mas, de fato para abrir a mente para essa visão, acredito: mais
quântica que mecânica - precisamos ler diretamente essa literatura
para começar a romper essas concepções arraigadas que nos
incutiram, essa visão mecanicista, desde o dia de nosso nascimento
até os nossos dias atuais.
4.2 A ordem implicada e a ordem explicada na lei da física –
David Bohm
A lente e o holograma (A visão de David Bohm). Negritos foram
incluídos por mim.
4.2.1 A lente
David Bohm “A totalidade indivisa de modos de observação,
instrumentação e entendimento teórico implica a necessidade de
considerar uma nova ordem do fato, isto é, o fato a respeito da
maneira pela qual modos de entendimento teórico e de observação e
instrumentação estão relacionados entre si”.
“Estamos sugerindo agora que levar em conta essa relação é
essencial para um entendimento adequado da própria ciência, pois o
conteúdo do fato observado não pode ser coerentemente visto como
separado dos modos de observação, da instrumentação e dos modos
de entendimento teórico” (p. 193).

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“Um exemplo da relação muito íntima entre instrumentação e teoria


pode ser visto quando se considera a lente, que foi sem dúvida um
dos aspectos fundamentais por detrás do desenvolvimento do
pensamento científico moderno. A característica essencial de uma
lente é, conforme indicado na fig.6.1, o fato de ela formar uma
imagem na qual um dado ponto P no objeto corresponde (num grau
de aproximação) a um ponto P` na imagem. Pondo assim em relevo,
de maneira tão nítida, a correspondência entre aspectos específicos
do objeto e da imagem, a lente fortaleceu em muito a percepção do
homem quanto às várias partes do objeto e da relação entre essas
partes. Dessa maneira, ela favoreceu a tendência a pensar em
termos de análise e síntese. Além disso, tornou possível uma enorme
extensão da ordem clássica de análise e síntese a objetos muito
distantes, muito grandes, muito pequenos, ou muito rápidos para
serem ordenados a olho nu. Consequentemente, os cientistas foram
encorajados a extrapolar suas ideias e a pensar que essa abordagem
seria relevante e válida, não importa quão longe elas fossem, em
todas as condições, contextos e graus de aproximação possíveis.
Lente significa: um meio de análise de um sistema em partes” (David
Bohm, p. 194). Vejam a Figura 14.
4.2.2 O Holograma
David Bohm “No entanto a teoria da relatividade e a teoria quântica
implicam totalidade indivisa, na qual a análise em partes distintas e
bem-definidas não é mais relevante. Sugere-se aqui que é possível
obter um tal insight ao se considerar o holograma (O nome vem das
palavras gregas holo que significa “todo”, gram, que significa
“escrever”. Assim, o holograma é um instrumento que, por assim
dizer, “escreve o todo”)” (p. 195).
“Como é mostrado na fig. 6.2, a luz coerente de um laser atravessa
um espelho semiprateado. Parte do feixe segue diretamente para
uma chapa fotográfica, enquanto outra parte é refletida, de modo a
iluminar uma certa estrutura total. A luz que é refletida dessa
estrutura também alcança a chapa onde interfere com aquela que ali
chega por um trajeto direto. O padrão de interferência
resultante, que é registrado na chapa, não só é muito
complexo como também é usualmente tão sutil que não é nem
mesmo visível a olho nu. No entanto, de alguma maneira, esse
padrão é relevante para a estrutura total iluminada” (p. 195). Vejam
a Figura 79.
“Essa relevância do padrão de interferência para a estrutura total
iluminada é revelada quando a chapa fotográfica é iluminada com a
luz laser. Posicionando o olho no caminho dessas ondas, pode-se ver,
de fato, a totalidade da estrutura original, em três dimensões, a

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partir de toda uma faixa de possíveis pontos de vista (como se a


pessoa estivesse olhando através de uma janela). Se iluminarmos
apenas uma pequena região R da chapa, ainda veremos toda a
estrutura, mas um pouco menos bem-definida em detalhes, a partir
de uma faixa diminuída de possíveis pontos de vista (como se
estivéssemos olhando através de uma janela menor)” (p. 196).
“O que está sendo sugerido aqui é que a consideração da diferença
entre lente e holograma pode desempenhar um papel significativo na
percepção de uma nova ordem que seja relevante para a lei física.
Podemos agora perceber a distinção entre uma lente e um
holograma, e considerar a possibilidade de que a lei física deve
referir-se fundamentalmente a uma ordem de totalidade indivisa do
conteúdo de uma descrição semelhante àquela indicada pelo
holograma, e não a uma ordem de análise desse conteúdo em partes
separadas, como a indicada por uma lente” (p. 198).
“O holograma, então, faz um registro fotográfico do padrão de
interferência de ondas luminosas que provêm de um objeto. No
novo aspecto-chave desse registro é que cada parte dele contém
informações sobre todo o objeto (de modo que não há nenhuma
correspondência ponto-a-ponto entre objeto e imagem registrada).
Isto é, pode-se dizer que a forma e a estrutura do objeto inteiro
estão dobradas dentro de cada região do registro fotográfico. Quando
se ilumina qualquer dessas regiões, essa forma e essa estrutura são
então desdobradas, fornecendo novamente uma imagem
identificável do objeto todo” (p. 234).
“Uma nova noção de ordem acha-se envolvida aqui à qual chamamos
de ordem implicada (de uma raiz latina que quer dizer “envolver”
ou “dobrar para dentro”. Em termos da ordem implicada, pode-se
dizer que tudo está envolvido ou dobrado dentro de tudo. Isto
contrasta com a ordem explicada, que é hoje dominante na física, e
na qual as coisas estão desdobradas, no sentido de que cada uma
ocupa apenas a sua própria região particular do espaço (e do tempo),
exteriormente às regiões pertencentes às outras coisas” (p. 234).
Em suma: “A totalidade do movimento de dobramento e
desdobramento é o holomovimento. Embora todo o conjunto de leis
que governam sua totalidade seja desconhecido ( e, na verdade,
provavelmente incognoscível), no entanto admite-se que essas leis
sejam tais que a partir delas podem ser abstraídas, subtotalidades
de movimento relativamente autônomas e independentes (p. ex.,
campos, partículas, etc.) que apresentam uma certa recorrência e
estabilidade em seus padrões básicos de ordem e medida. Essas
subtotalidades podem então ser investigadas, cada uma por si só,

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sem que tenhamos de conhecer primeiro todas as leis do


holomovimento” (David Bohm, p. 235).
Podemos imaginar que o Holomovimento seja um rio, que olhando
de uma grande altura conseguimos visualizar o rio todo, desde as
nascentes até a desembocadura; nessa grande altura o rio nos
parece homogêneo e contínuo, pois visualizamos a água do rio
percorrendo todo o trajeto, mostrando que o rio abrange o todo. Mas,
à medida que nos aproximamos, em um zoom, cada vez mais
próximo do rio começamos a ver os detalhes desse grande rio, as
subtotalidades, pois vemos em cada trecho situações que parecem
permanentes, como um redemoinho, um remanso em outro local,
uma corredeira e, próximo às nascentes o rio se encontra entrelaçado
ou emaranhado, como diria um geólogo, e nos locais muito plano o
rio serpenteia, na forma meandrante e ainda formando lagos e acaba,
em alguns casos, no encontro com o mar, desenvolvendo um delta e
lagunas e mangues, do encontro intermaré, do rio com o mar. Cada
uma, dessas subtotalidades, se manifesta como se fosse isolada,
independente, permanente, pois apresenta forma de atuação bem
definida, aparentemente, e assim nos dá a impressão, quem olha de
perto, que sempre foi assim e que na verdade, na evolução do rio,
em sua história, desde o seu surgimento, vem mudando as formas ao
longo do tempo, pois nada é permanente e contínuo, tudo se modifica
e se transforma. O que vemos são as formas desdobradas e
explicadas, que se tornam visíveis e compreensíveis, mas se houver
uma tormenta com intensa chuva nas nascentes, o rio se modifica
por inteiro gerando novas formas e novos contornos e quando
transborda ocupa a planície de inundação e quando houver seca o rio
volta para o seu leito, que parece permanente e constante em seu
trajeto.
Como exemplo de uma tragédia, que ocorreu muito tempo atrás,
relatada em livro, do rapaz que ao acampar na praia, ao lado de um
rio que desembocava direto no mar, e sempre, de manhã cedo ele
mergulhava no rio para “acordar” e começar o dia; mas, um dia que
ele foi dar esse mergulho, não se dando conta da impermanência da
natureza, bateu a cabeça em um monte de areia fraturando a coluna
e ficando paraplégico para o resto da vida. Não se deu conta que, ao
mergulhar diariamente, enquanto estava acampando, que haveria a
possibilidade das coisas mudarem, pois na véspera, durante a noite,
houve uma chuva nas nascentes, nas montanhas, não percebida nas
proximidades do acampamento, pois essa chuva fez com que
aumentasse a força da água e o monte de areia, no fundo do rio, se
deslocasse e mudasse de posição. Foi o que aconteceu! Ao
mergulhar, por julgar, inconscientemente e por hábito, que tudo
parecia imutável, e assim, ao seguir uma rotina, bateu a cabeça no

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monte de areia. Foi na passagem de ano novo; “um feliz ano velho”,
que só depois do acontecido é que foi valorizado. O que estava
desdobrado e explicado se tornou, a seguir, dobrado e implicado.
Mas isso é só uma analogia que não explica totalmente o que David
Bohm nos relata.
4.2.3 A ordem implicada
David Bohm: “Implicar” que significa “dobrar para dentro” – assim
como multiplicação quer dizer “dobrar muitas vezes”. Portanto,
podemos ser levados a explorar a noção de que, num certo sentido,
cada região contém uma estrutura total “envolvida” ou “dobrada”
dentro dela”.
“A fim de indicar um novo tipo de descrição apropriado para dar
relevância à ordem implicada consideremos mais uma vez a
característica fundamental do funcionamento do holograma, isto é,
em cada região do espaço, a ordem de uma estrutura total iluminada
está “dobrada” e é “transportada” no movimento da luz. Algo
semelhante acontece com um sinal que modula uma onda de rádio.
Em todos os casos, o conteúdo ou significado que é “dobrado” e
“transportado” é, primariamente, uma ordem e uma medida, que
permitem o desenvolvimento de uma estrutura. Como a onda de
rádio, essa estrutura pode ser a de uma comunicação verbal, a de
uma imagem visual, etc. Com o holograma, porém, estruturas muito
mais sutis podem ser desenvolvidas dessa maneira (notavelmente
estruturas tridimensionais, visíveis a partir de muitos pontos de
vista)” (p. 201).
“De um modo mais geral, essa ordem e medida pode ser “dobrada” e
“transportada” não apenas em ondas eletromagnéticas, mas também
de outras maneiras (em feixes de elétrons, no som e em outras
inumeráveis formas de movimento” (p.202).
Essa ideia, levantada por Bohm, abre a nossa mente para a
totalidade e acabamos entendendo as nossas dificuldades de se
entender os acontecimentos, pois esses são transportados pelo
holomovimento que abrange a totalidade de tudo, do macro ao micro
e somente compreendemos os acontecimentos explicados e
desdobrados.
Vejam que ao ligar a televisão e assistir a um programa qualquer não
nos damos conta que as imagens e o som mostrados na TV foram
transportados da fonte por um fio e o transporte é realizado e é
armazenado em elétrons e esses elétrons são todos iguais e somente
quando chega em nossa televisão, um decodificador transforma a
energia eletromagnética em imagens e sons. Não nos damos conta
que as informações foram transportadas de forma dobrada e

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implicada e que foram decodificadas e transformadas em informações


explicadas e desdobradas.
Vocês podem perceber essa ideia em todas as coisas que lidamos no
dia a dia. Vejam um carro, que utilizamos sem a menor ideia da
complexidade dessa máquina, de fato sabemos que é complexa e
pronto! Não nos interessa o que está por “trás” ou seja, o que está
dobrado e implicado, pois o que nos interessa é ligar a chave e o
carro andar. É claro que não podemos nos interessar pelo o que está
atrás, pois não temos conhecimento de mecânica dos automóveis e
não sabemos nada dos materiais utilizados na sua fabricação, na sua
montagem e pouco nos interessa, a maioria de nós, como essa
máquina anda, pois precisaríamos entender de termodinâmica, da
química dos hidrocarbonetos, pois a gasolina gera combustão e se
transforma em energia elétrica e esta em mecânica e esta em elétrica
novamente e faz o carro andar. Como vocês estão vendo, as minhas
explicações são precárias, já que não entendo nada de automóveis,
pois para um verdadeiro entendedor eu só falei bobagens ou
verdades truncadas e incompletas. Entenderam! Tudo se encontra
dobrado e implicado e só podemos desdobrar esse conhecimento
embutido em si mesmo se eu tiver conhecimento e método para
observar de forma sistemática e precisa e mesmo assim é necessário
muitos especialistas e métodos de fabricação de cada peça, pois um
automóvel abrange um vasto campo de conhecimento, que vem de
longo tempo de estudos e entram conhecimentos de todas as
espécies, inimagináveis para nós que somos ignorantes de todo esse
conhecimento e que nos resta somente ligar a chave e sair com o
veículo e torcer para que ele funcione até chegarmos em nosso
destino.
E no fundo, as formas que vemos com os nossos olhos, sentimos o
som com os nossos ouvidos, com o tato através do nosso corpo, com
o gosto e o paladar com a nossa boca e nossa língua, não passam de
frequências diferentes e que na verdade tudo continua sendo
energias que compõem a totalidade, o que Bohm denominou de
Holomovimento, ou seja, que vivemos em um mundo holográfico de
uma dimensão maior projetada na nossa terceira dimensão, sendo o
que “julgamos” como real.
Lembram: os seres humanos presos em uma caverna e tudo o que
veem é projetado em uma parede por luz de velas acesas que geram
as sombras das pessoas e outros seres vivos que passam próximo da
caverna, como disse Platão em sua fábula da caverna. Tudo não
passa de uma ilusão, pois o que está desdobrado num momento logo
se torna dobrado e implicado em outro. Vejam vocês mesmos o
nosso pensamento, o que pensamos hoje amanhã nem lembramos
mais e se não fizermos uma revisão diária de tudo que passamos

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num dia, antes de dormir, no dia seguinte siquer lembraremos o que


fizemos no dia anterior, muito menos o que fizemos uma semana
atrás e assim por diante. Não podemos confiar em nossos próprios
pensamentos e em nossas próprias opiniões como pessoas comuns
que vivem em um dicotomia de “acredito” ou “não-acredito”, isso é
certo ou isso é errado, pois como não utilizamos métodos de
observação sistemática e pensamos em tudo da mesma forma e
misturamos escalas diferentes e as tratamos como iguais ou seja,
pensamentos comuns, sem método, não tem nenhum sentido
quando, de fato, precisamos pensar sobre algo extremamente
importante.
As pessoas julgam que podem dar opiniões sobre tudo, mas na hora
“H” ficam perdidas e não sabem o que fazer, como por exemplo, se
encontram perdidas em um mata e como não têm métodos para
observar a realidade desconhecida se sentem totalmente
desnorteadas, pois não sabem reconhecer o Norte, o Sul, o Leste e o
Oeste, já que não sabem perceber as estrelas e que elas podem
indicar a direção, como no nosso hemisfério, o Cruzeiro do Sul nos
indica o Sul, logo saberemos todos os pontos cardeais ou então,
verificar o nascer do Sol, a Leste, o que permitiria saber a direção
que estamos seguindo.
Como vocês já estão cansados de saber: sem conhecimento e
método adequados ficamos sempre “perdidos” e sem “rumo” em tudo
o que fazemos. Precisamos sempre de um guia, como cegos, além de
tudo, arrogantes e cheios de opiniões de tudo, como se soubessemos
o que estamos falando.
“Generalizando, de modo a enfatizar a totalidade indivisa, diremos
que aquilo que “transporta” uma ordem implicada é o
holomovimento, que é uma totalidade ininterrupta e indivisa. Em
certos casos, podemos abstrair aspectos particulares do
holomovimento (p. ex., luz, elétrons, som, etc.), mas, de um modo
geral, todas as formas do holomovimento se fundem e são
inseparáveis. Assim, em sua totalidade, o holomovimento não é, em
absoluto, limitado de nenhuma maneira especificável. Ele não precisa
conformar-se a nenhuma ordem em particular, ou ser limitado por
alguma medida em particular. Portanto, o holomovimento é
indefinível e imensurável” (Bohm, p.202).
Totalidade indivisa – a lente e o holograma

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Figura 14 - Baseado em David Bohm (Figs. 6.1 – a lente e 6.2 – o


holograma).
“A característica essencial de uma lente é o fato de ela formar uma
imagem na qual um dado ponto P no objeto corresponde (num grau
de aproximação) a um ponto P´, na imagem. Pondo assim em relevo,
de maneira tão nítida, a correspondência entre aspectos específicos
do objeto e da imagem; a lente fortaleceu, em muito, a percepção do
homem quanto às várias partes do objeto e da relação entre as
partes. Dessa maneira, ela favoreceu a tendência a pensar em
termos de análise e síntese. Além disso, tornou possível uma enorme
extensão da ordem clássica de análise e síntese a objetos muito
distantes, muito grandes, muito pequenos, ou muito rápidos para
serem ordenados a olho nu. Consequentemente, os cientistas foram
encorajados a extrapolar suas ideias e a pensar que essa abordagem

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seria relevante e válida não importa quão longe eles fossem, em


todas as condições, contextos e graus de aproximação possíveis”
(Bohm, p. 194).
“No entanto a teoria da relatividade e a teoria quântica implicam
totalidade indivisa, na qual a análise em partes distintas e bem
definidas não é mais relevante. Há um instrumento que pode nos
ajudar a fornecer um certo insight perceptivo imediato sobre o que se
pode entender por totalidade indivisa, assim como a lente o fez
para o que se pode entender por análise de um sistema em
partes? Sugere-se aqui que é possível obter um tal insight ao se
considerar o holograma” (O nome vem das palavras gregas holo
que significa “todo”, e gram, que significa “escrever”. Assim, o
holograma é um instrumento que, por assim dizer, “escreve o todo”)
(Bohm, p. 194).
“Como é mostrado na Figura 6.2, a luz coerente de um laser
atravessa um espelho semiprateado. Parte do feixe segue
diretamente para uma chapa fotográfica, enquanto outra parte é
refletida, de modo a iluminar certa estrutura total. A luz que é
refletida dessa estrutura também alcança a chapa onde interfere com
aquela que ali chega por um trajeto direto. O padrão de interferência
resultante, que é registrado na chapa, não só é muito complexo como
também é, usualmente, tão sutil que não é nem mesmo visível a olho
nu. No entanto, de alguma maneira, esse padrão é relevante para a
estrutura total iluminada, embora algumas de um modo altamente
implícito” (Bohm, p. 195).
“Essa relevância do padrão de interferência para a estrutura total
iluminada é revelada quando a chapa fotográfica é iluminada com a
luz laser. Uma frente de onda é, então, criada, a qual é muito
semelhante na forma àquela que sai da estrutura iluminada original.
Posicionando o olho no caminho dessas ondas, pode-se ver, de fato,
a totalidade da estrutura original, em três dimensões, a partir de toda
uma faixa de possíveis pontos de vista (como se a pessoa estivesse
olhando através de uma janela). Se iluminarmos apenas uma
pequena região R da chapa, ainda veremos toda a estrutura, mas um
pouco menos bem-definida em detalhes, a partir de uma faixa
diminuida de possíveis pontos de vista (como se estivéssemos
olhando através de uma janela menor” (Bohm, p. 196).
“Devido às propriedades ondulatórias da luz, até mesmo uma lente
não pode produzir uma exata correspondência biunívoca. Portanto,
uma lente pode ser considerada como um caso limite de um
holograma” (Bohm, p. 196).
4.2.4 A consciência e a ordem implicada

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David Bohm “Começamos propondo que, num certo sentido, a


consciência (onde incluímos o pensamento, o sentimento, o desejo,
a vontade, etc.) deve ser compreendida em termos da ordem
implicada, juntamente com a realidade como um todo. Isto é,
estamos sugerindo que a ordem implicada aplica-se tanto à matéria
(viva ou não viva) como à consciência, e que ela pode,
consequentemente, possibilitar um entendimento da relação geral
entre essas duas últimas, a partir do qual talvez possamos chegar a
alguma noção de uma base comum para ambas” (p.258).
“Consideremos agora qual a justificativa para a noção de que a
matéria e a consciência têm em comum a ordem implicada.
Primeiramente, notamos que a matéria em geral é, antes de tudo, o
objeto da nossa consciência. Todavia, várias energias, tais como a
luz, o som, etc., estão continuamente dobrando informações que, em
princípio, dizem respeito a todo o universo material, dentro de cada
região do espaço. Por meio desse processo, tais informações podem,
naturalmente, introduzir-se em nossos órgãos dos sentidos,
prosseguindo pelo sistema nervoso até o cérebro. Num sentido mais
profundo, toda a matéria em nossos corpos, desde o começo, de
algum modo envolve em si o universo, isto é, dobra-o dentro de si.
Será que é essa estrutura dobrada, constituída tanto de informações
como de matéria (p. ex., no cérebro e no sistema nervoso), que
primariamente se introduz na consciência?” (p. 260).
“Consideremos em primeiro lugar a questão de saber se a informação
se acha efetivamente dobrada nas células do cérebro. Há evidências
(Pribram) que sustentam de que as memórias são geralmente
registradas em todo o cérebro de tal modo que as informações
concernentes a um dado objeto ou qualidade não são armazenadas
numa célula em particular ou numa parte localizada do cérebro, mas
sim, que todas as informações estão dobradas sobre o todo. Esse
armazenamento lembra, em sua função, um holograma, mas a
estrutura real é muito mais complexa. Podemos então sugerir que
quando o registro ‘holográfico’ no cérebro é adequadamente ativado,
a resposta é criar um padrão de energia nervosa que constitua uma
experiência parcial semelhante àquela que em primeiro lugar
produziu o ‘holograma’. Mas também é diferente, visto que é menos
detalhado, que memórias provenientes de muitos tempos diferentes
podem fundir-se conjuntamente, e que memórias podem ser
conectadas por associação e por pensamento lógico, dando certa
ordem adicional a todo o padrão. Além disso, se ao mesmo tempo se
está cuidando dos dados sensoriais, toda essa resposta de memória
fundir-se-á, em geral, a uma experiência global em que a memória, a
lógica e a atividade sensorial combinam-se num todo não analisável”
(p. 261).

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“É claro que a consciência é mais do que aquilo que foi descrito


acima. Também envolve compreensão (awareness), atenção,
percepção, intuição, ações de entendimento, e talvez ainda mais”
(David Bohm, p. 261).

5 O QUE É UM HOLOGRAMA?
5.1 Ideias de Itzhak Bentov – “Á Espreita do Pêndulo Cósmico
– A Mecânica da Consciência”
“Um holograma consiste, usualmente, numa película fotográfica
plana, em que as informações sobre o contorno do objeto são
registradas sob a forma de um padrão de interferência de frentes de
onda. Quando este filme é iluminado com o mesmo tipo de luz
empregado para registrar a informação, a frente de onda é
reconstruída, e a imagem aparece, no espaço, como um objeto
tridimensional, idêntico na “forma”, ao objeto original” (Bentov, p.
29).

Itzhak Bentov (p. 37)

Itzhak Bentov (p. 39)


Figura 15 - O holograma, com um feixe laser direto (feixe de
referência) e com o mesmo feixe laser, através de semi-espelho e
espelho, gera-se um feixe laser indireto (feixe de trabalho). A

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emissão desses dois feixes, de uma única fonte laser, sobre um


determinado objeto, gera, em um papel filme, uma imagem do objeto
em estudo. Essa imagem no papel filme não é parecida com a figura
real que foi holografada. Não se identifica a figura olhando no papel
filme, pois é necessário emitir a mesma fonte laser sobre esse papel
filme e assim conseguiremos obter uma imagem tridimensional do
objeto em questão. Mesmo se projetarmos o feixe laser sobre uma
pequena parte do papel filme obteremos a imagem total do objeto de
estudo.
Itzhak Bentov em seu livro: “À Espreita do Pêndulo Cósmico – a
Mecânica da Consciência” nos explica, de forma simplificada, o
funcionamento do Holograma. Bem! É claro! Só lendo o livro muitas
vezes para se entender de fato o que resumimos aqui.
- “O Holograma é um dos mais instigantes dos mecanismos de
armazenamento de informações. É o meio pelo qual a Natureza
guarda informações”.
“Já existem evidências de que nossos cérebros armazenam
holograficamente as informações. Esse tipo de dispositivo de
armazenamento é o mais compacto conhecido na Natureza. Um
exemplo disso é o código genético transportado em nossos
cromossomos. Cada célula de nossos corpos transporta todas as
informações necessárias para a fabricação de uma cópia adicional
deles” (p. 34).
“Nosso êxito em armazenar informações, no sistema que acaba de
ser descrito, depende, é claro, do comportamento previsível e
ordenado das ondas dentro da panela” (p.34).
- sobre a panela ele quiz dizer, em páginas anteriores, p. 28, 29, 33,
que se enchermos uma panela com água e deixarmos cair três
pedrinhas, simultaneamente, e observarmos as ondulações que se
propagam. Cada pedrinha é uma fonte de ondas, que se espalham
uniformemente pela água. As ondas de cada pedrinha se entrecruzam
e formam um padrão bem complexo de pequenas ondulações na
superfície da água, que nos parecem bastante caóticas (Fig. 6 – lado
direito). Contudo há uma ordem nesse aparente caos, pois na
verdade há interação entre as ondas criando um padrão de
interferência. Se rastrearmos cada ondulação de volta até sua origem
identificaremos o seixo (Fig 9B). Agora, vamos congelar rapidamente
a superfície da água e retirar a camada de gelo ondulada, que
resultou. Estaremos segurando, em nossas mãos, o registro de um
padrão de interferência de ondas, que até podemos chamar de
holograma (Fig. 6 – lado esquerdo). Referentes à Figura 16.

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Itzhak Bentov (p.28) Fig.


9B - Itzhak Bentov (p.34)
Figura16– Desenhos das ondulações dos seixos atirados na água e
congelando a superfície da água rapidamente; deixando na superfície
da água uma camada de gelo com as ondulações produzidas por
esses seixos.
“Agora a lâmina de gelo que tiramos da panela, e tratemos de
iluminá-la, encontrando uma fonte de luz adequada” (Fig.8) (p. 32).
Refere-se à Figura 17.
“Para grande surpresa nossa, descobriremos ser possível ver os três
seixos suspensos no ar, desde que olhemos, através do gelo, em
direção à fonte de luz (Fig. 8 – do lado esquerdo). Eles nos parecem
bastante tridimensionais. Ao que parece, a superfície ondulada do
gelo, ou padrão de interferência, de algum modo armazenou as
informações acerca da localização e da forma dos seixos. A superfície
do gelo atuou à maneira de uma lente distorcida de modo a focalizar
a luz nos pontos ocupados pelos seixos, que foram a causa de todas
essas ondulações. A superfície em questão, de aparência caótica, é,
na verdade, um dispositivo de armazenamento de informações” (p.
32). Figura 17.
“Agora se derrubarmos essa casca de gelo e pegarmos um pedacinho
de gelo que sobrou e colocarmos uma luz coerente, para nossa
grande surpresa, descobrimos novamente os três seixos, projetados
em pleno ar” (Fig. 8 - do lado direito) (p. 33). Figura 17.

Itzhak Bentov (p. 33)

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Figura 82 – Com uma luz coerente passando pela superfície do gelo


com ondulações veremos os seixos suspensos no ar; o mesmo ocorre
com um pedaço dessa superfície de gelo, onde veremos as imagens
dos três seixos.
5.2 Coerência
Bentov nos esclarece sobre o entendimento do significado de
Coerência, como sendo um certo tipo de ordem. No presente caso
fala-se sobre luz coerente, sem a qual um holograma não pode ser
construído.
“A luz coerente mais conhecida é um laser. O importante do laser é
que ele gera luz de uma única frequência. Todos sabem que nosso
Sol envia-nos luz que pode ser decomposta, graças a um prisma,
num espectro que contém todas as cores do arco-íris. Um laser gera
luz de uma só das cores do arco-íris, a que damos o nome de “luz
monocromática”. Além disso, a luz emitida pelo laser é coerente, isto
é, propaga-se em fase. Com isso, queremos dizer que toda a luz
emitida avança em frentes planas e uniformes (Fig. 10). Isso torna
possível à luz do laser manter-se num feixe estreito ao longo de
distâncias muito grandes” (p. 35).

Itzhak Bentov (p. 35)


Itzhak Bentov (p. 37)
Figura 18 - “Observe que o importante na criação de uma imagem
holográfica é a interação de um feixe de referência – puro, virgem
e intocado – com um feixe de trabalho, que passou por algumas
experiências em sua vida. A magnitude dessas experiências está
sendo medida pela comparação com o feixe de referência, que
serve de base para essa comparação” (Bentov, p. 38).
Continuando, Bentov coloca: “Toda a nossa realidade é construída
efetuando-se constantemente tais comparações. Nossos sentidos,

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que nos descrevem essa realidade, o tempo todo, estão fazendo


essas comparações. Mas, infelizmente, eles não dispõem de um
referencial absoluto, e precisam por isso, gerar seu próprio
referencial, relativo. Desse modo, sempre que percebemos alguma
coisa, somente percebemos diferenças” (p. 38).
Como exemplo analisa o morcego: “Todos sabemos que essa
pequena criatura alimenta-se de insetos, que captura em vôo. Por ser
um animal noturno, o morcego desenvolveu um mecanismo
semelhante ao sonar, que lhe é de alta valia. Ele possui, em sua
cabeça, estruturas altamente especializadas, que lhe possibilitam
emitir um som de freqüência muito alta, bem como dirigi-lo num
feixe bastante estreito. É esse o seu feixe de referência. Assim que
esse feixe encontra um inseto em vôo, uma parte dele é refletida de
volta para o morcego. Ele apanha esse eco, a que podemos chamar
de feixe de trabalho, e compara-o com o guincho original. Haverá
uma diferença entre os dois (chamada de efeito Doppler), e essa
diferença diz ao morcego qual a distância que o separa do inseto,
bem como a velocidade de vôo deste com relação ao primeiro. À
medida que o morcego aproxima-se do inseto, a diferença entre as
duas frequências – a frequência emitida (feixe de referência) e o
eco (feixe de trabalho) – diminui. Quando ela se torna muito
pequena, o morcego abre a boca e engole o ‘eco’. Nós, humanos,
também nos utilizamos dessa técnica, de maneiras menos óbvias: na
visão em cores, na audição, etc.” (Bentov) (p.39).
O efeito Doppler
O efeito Doppler pode ser visto em “O universo em uma casca de
noz” de Stephen Hawking (p.74):
“A relação entre velocidade e comprimento de onda, denominada
efeito Doppler, constitui uma experiência do dia-a-dia”.
“Ouça um avião que passa: quando ele se aproxima, seu motor soa
mais agudo, e, quando ele passa e desaparece, soa mais grave!.
“O agudo corresponde a ondas sonoras com menor comprimento de
onda (a distância entre a crista de uma onda e a próxima) e uma
maior frequência (o número de ondas por segundo)”.
“Isso acontece porque, à medida que o avião se aproxima, ele estará
mais perto de você quando emitir a próxima crista de onda,
diminuindo, assim, a distância entre as cristas das ondas”.
“Similarmente, à medida que o avião se afasta, o comprimento das
ondas aumenta, e o som que você percebe é mais grave”.
Também destaca, à p. 75, que o efeito Doppler se aplica às ondas
luminosas. “Se uma galáxia estiver se afastando da Terra, as ondas

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aparecerão alongadas ou esticadas, e as linhas características estarão


desviadas para o vermelho (do violeta indo para o vermelho). Se a
galáxia estiver se aproximando da Terra, as ondas aparecerão
comprimidas, e as linhas estarão desviadas para o azul”. Quando se
aproxima aumenta a frequência e diminui o comprimento de onda e
quando se afasta aumenta a onda e diminui a frequência.

6 CORTANDO DE UM LADO A OUTRO O REALISMO


MATERIALISTA
Os princípios da teoria quântica tornam possível abandonar as
suposições injustificadas do realismo material (Ideias de Amit
Goswami) - “O Universo Autoconsciente – como a consciência cria o
mundo material” (p.69):
“Suposição 1: Objetividade forte.
A suposição básica feita pelo materialista é que há lá fora um
universo material objetivo, um universo independente de nós.
Esta suposição tem alguma validade operacional óbvia e
frequentemente se presume que é necessária para praticar com
seriedade a ciência.
Mas será ela realmente válida?
A lição da física quântica é que escolhemos que aspecto – onda ou
partícula – um objeto quântico revelará em uma dada situação.
Além disso, a observação faz com que entre em colapso o pacote
quântico de ondas e se transforme em uma partícula localizada.
Sujeito e objeto estão intrinsecamente misturados.
Se sujeito e objeto se entrelaçam dessa maneira de que modo
podemos manter a suposição de objetividade forte”.
“Suposição 2: Determinismo causal.
Outra suposição do cientista clássico, que empresta credibilidade ao
realismo material, diz que o mundo é fundamentalmente determinista
– que tudo que precisamos conhecer são: as forças que atuam sobre
cada objeto e as condições iniciais (a velocidade e a posição iniciais
do objeto).
O princípio da incerteza quântica, contudo, afirma que jamais
poderemos determinar simultaneamente, com absoluta certeza, a
velocidade (o momento quântico) e a posição de um objeto (o seu
comprimento de onda).
Haverá sempre erro em nosso conhecimento das condições iniciais, e
o determinismo estrito não prevalece.

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A própria ideia de causalidade torna-se mesmo suspeita. Uma vez


que o comportamento de objetos quânticos é probabilístico, torna-se
impossível uma descrição rigorosa de causa e efeito do
comportamento de um objeto isolado.
Em vez disso, temos uma causa estatística e um efeito estatístico
quando falamos sobre um grande grupo de partículas”.
“Suposição 3: Localidade.
A suposição de localidade – que todas as interações entre objetos
materiais são mediadas através de sinais locais – é fundamental para
a ideia materialista de que eles existem basicamente independentes e
separados uns dos outros.
Se, contudo, ondas se espalham por enormes distâncias e, em
seguida, instantaneamente desmoronam quando fazemos medições,
então a influência da medição não viaja localmente.
A localidade, portanto, é excluída. Este constituiu outro golpe fatal no
realismo materialista”.
“Suposições 4 e 5: Materialismo e epifenomenalismo.
O materialista sustenta que fenômenos mentais subjetivos são
apenas epifenômenos da matéria.
Podem ser reduzidos apenas à questão de cérebro material.
Se quisermos compreender o comportamento de objetos quânticos,
contudo, parece que precisamos introduzir a consciência – nossa
capacidade de escolher – de acordo com o princípio de
complementaridade e a ideia da mistura sujeito-objeto.
Além do mais, parece absurdo que um epifenômeno da matéria possa
afetá-la: se a consciência é um epifenômeno, de que modo pode ela
provocar o colapso de uma onda espalhada de objeto quântico e
transformá-la em uma partícula localizada, quando realizamos uma
medição quântica.
Não obstante, o princípio da correspondência, o novo paradigma da
física – da física quântica – contradiz os preceitos do realismo
materialista.
Não podemos dizer, citando a correspondência, que a física clássica
se mantém no caso dos macrobjetos para todas as finalidades
práticas e que, desde que vivemos em um macromundo, teremos que
supor que a estranheza quântica se limita ao domínio
submicroscópico da natureza.
Ao contrário, a estranheza obceca-nos através do caminho todo até o
macronível.

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Surgirão paradoxos quânticos sem solução se dividirmos o mundo em


domínios da física clássica e quântica” (Ideias de Amit Goswami, p.
70).

7. A MENTE QUÂNTICA
7.1. Discutindo as ideias de Amit Goswami (Negrito
acrescentados por mim)
Amit Goswami – O Universo autoconsciente: “Uma longa discussão
vem sendo travada sobre a mente dos seres humanos. Há de fato
prova de que as ideias da mecânica quântica se aplicam ao cérebro-
mente?” (p. 196).
“Aparentemente, há pelo menos prova circunstancial”.
“David Bohm e, antes dele, Auguste Comte, notaram que parece
haver um princípio de incerteza operando no caso do pensamento. Se
nos concentramos no conteúdo do pensamento, perdemos de vista a
direção para onde ele se dirige. Se nos concentrarmos na direção,
perdemos nitidez de conteúdo. Diríamos: observe seus pensamentos
e veja por si mesmo (Amit Goswami)” (p. 197).
“Podemos generalizar a observação de Bohm e postular que o
pensamento tem um componente arquetípico. Seu aparecimento no
campo da percepção está ligado a duas variáveis conjugadas:
aspecto (conteúdo instantâneo, semelhante à posição de objetos
físicos) e associação (o movimento do pensamento na percepção,
semelhante ao momentum dos objetos físicos quânticos). Notem que
a percepção em si é semelhante ao espaço no qual aparecem os
objetos do pensamento (Amit Goswami)” (p.197).
“Fenômenos mentais como o pensamento, por conseguinte,
parecem exibir complementaridade. Podemos postular que, embora
seja sempre manifestado como forma (descrito por atributos tais
como aspecto e associação), o pensamento, entre manifestações,
existe como arquétipos transcendentes – como acontece com o
objeto quântico com sua superposição coerente transcendente
(onda) e os aspectos uni facetados manifestos (partículas) (Amit
Goswami)” (p.198).
“Além disso, há prova abundante de descontinuidade – saltos
quânticos – nos fenômenos mentais, especialmente no fenômeno da
criatividade. Ideias semelhantes foram citadas por Jules-Henry
Poincaré e Carl Friedrich Gauss, sobre as suas experiências criativas,
como sendo súbitas e descontínuas, como saltos quânticos (Amit
Goswami)” (p.198).
7.2 Discutindo um pouco mais as ideias de David Bohm

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7.2.1 A projeção tridimensional de uma realidade


hexadimensional
David Bohm – A totalidade e a ordem implicada: “A teoria quântica
como indicação de uma ordem implicada multidimensional: Até agora
temos apresentado a ordem implicada como um processo de
dobramento e desdobramento no espaço tridimensional ordinário. No
entanto a teoria quântica possui um tipo fundamentalmente novo de
relação não-local, que pode ser descrito como uma conexão não-
causal de elementos distantes entre si... que as várias partículas têm
de ser consideradas, literalmente, como projeções de uma realidade
de dimensão mais elevada, que não pode ser explicadas em termos
de qualquer tipo de força de interação entre elas” (p. 246).
Para explicar o que ele considera como existente uma interligação
entre todas as coisas que, mas, não são explicáveis numa dimensão
tridimensional. É necessário “olhar” de outra dimensão, como em
uma quarta ou quinta ou sexta dimensão, os fenômenos que ocorrem
na terceira dimensão, onde os fenômenos não podem ser explicados.
Cita um exemplo de uma visão bidimensional em um aquário com
peixe. Esse aquário é filmado em dois ângulos diferentes: uma
câmara filma um lado do aquário e outra câmara filma outro lado.
Então, quem estiver vendo as câmaras pensa que o peixe se
movimenta e, aparentemente, ele aparece de ângulos diferentes,
numa câmara ele aparece de lado, logo na outra câmara ele aparece
de frente. Quem não sabe que está sendo filmado o mesmo peixe de
ângulos diferentes pode pensar que está vendo dois peixes distintos,
pois as visões nas câmaras de TV separadas mostram visões
bidimensionais de um mesmo objeto de observação (o peixe). Então,
quando se olha de cima, veremos ‘os peixes’ se movimentando de um
único modo, como numa visão tridimensional, que é real, enquanto
que as visões, pelas câmaras separadas, nos parecem que estamos
vendo peixes diferentes, no entanto em conexão um ao outro, mas
sendo na verdade um único peixe, na terceira dimensão. Nesse caso
ele cita o experimento teórico de Einstein, Podolsky e Rosen (citado
anteriormente). Leiam: “Planolândia” (E. Abbott). Vejam Item 2.1.4.
- sobre o EPR.
“Podemos obter uma útil apreensão intuitiva do significado que
atribuímos à noção de projeção considerando o seguinte dispositivo:
comecemos com um tanque retangular cheio de água e com paredes
transparentes. Suponha ainda que há duas câmaras de televisão, A e
B, focalizadas no que está ocorrendo na água (p. ex. um peixe
nadando) como é visto através de duas paredes que fazem ângulos
retos uma com a outra. Agora, suponha que as imagens de televisão
correspondentes, sejam visíveis nas telas A e B, em outra sala. Aquilo

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que veremos nessas telas é certa relação entre as imagens que nelas
aparecem. Por exemplo, na tela A podemos ver a imagem de um
peixe, e na tela B veremos outra imagem dele. Em qualquer dado
momento, cada imagem, de maneira geral, parecerá diferente da
outra. Não obstante, as diferenças estarão relacionadas, no sentido
de que quando se vê uma imagem executar certos movimentos vê-se
também que a outra executa movimentos correspondentes. Além
disso, o conteúdo que é visto principalmente numa das telas passará
para outra, e vice-versa (p. ex. quando um peixe que inicialmente se
achava de frente para a câmara A vira, num ângulo reto, a imagem
que antes estava em A agora é encontrada em B). Assim, em todos
os instantes, o conteúdo da imagem numa das telas estará
correlacionado com, e refletirá o conteúdo da outra” (p.247).
“Naturalmente, sabemos que as duas imagens não se referem a
realidades existentes independentemente, embora interagentes (em
relação às quais, por exemplo, poder-se-ia dizer que uma imagem
“causa” mudança na outra). Em vez disso, elas se referem a uma
única realidade, que é a base comum de ambas (e isso explica a
correlação de imagens sem que se precise admitir que elas se afetem
entre si de maneira causal). Essa realidade é de uma
dimensionalidade superior às das imagens separadas nas telas; ou,
em outras palavras, as imagens nas telas são projeções (ou facetas)
bidimensionais de uma realidade tridimensional. Num certo sentido,
essa realidade tridimensional retém essas projeções bidimensionais
dentro de si. Porém, uma vez que essas projeções existem somente
como abstrações, a realidade tridimensional não é nenhuma delas,
mas, sim, é algo mais, algo de uma natureza que está além de
ambas” (p. 247) (as imagens projetadas nas telas A e B das TVs) (p.
247).
“O que estamos propondo aqui é que a propriedade quântica de uma
relação não-local, não-causal, entre elementos distantes pode ser
entendida por meio de uma extensão da noção acima descrita. Isto é,
podemos ver cada uma das “partículas” que constituem um sistema
como uma projeção de uma realidade de ‘dimensão mais elevada’, e
não como uma partícula separada, existindo conjuntamente com
todas as outras num espaço comum tridimensional. Por exemplo, no
experimento de Einstein, Podolsky e Rosen, anteriormente
mencionado, cada um dos dois átomos que inicialmente se combinam
para formar uma única molécula deve ser considerado como projeção
tridimensional de uma realidade hexadimensional. Isso pode ser
demonstrado experimentalmente desintegrando-se a molécula e
depois observando os dois átomos após se separarem e ficarem bem
distantes um do outro, de modo que não interajam e, portanto, não
tenham quaisquer conexões causais. O que efetivamente se verifica é

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que o comportamento dos dois átomos está correlacionado de uma


maneira um tanto semelhante àquela das duas imagens de televisão
do peixe, conforme descrevemos mais acima. Desse modo, como
pode de fato, ser mostrado suplementarmente graças a uma
consideração mais cuidadosa da forma matemática das leis quânticas
aqui envolvidas, cada elétron age como se fosse uma projeção de
uma realidade de dimensão mais elevada” (p. 248).
“Sob certas condições as duas projeções tridimensionais
correspondentes aos dois átomos podem apresentar uma relativa
independência de comportamento. Quando essas condições forem
satisfeitas, será uma aproximação tratar ambos os átomos como
partículas relativamente independentes, mas interagentes, ambas, no
mesmo espaço tridimensional. De um modo mais geral, porém, os
dois átomos exibirão a típica correlação não-local de comportamento
que implica o fato de que, no fundo, eles são apenas projeções
tridimensionais do tipo acima descrito” (David Bohm, p. 248).
Essas observações de Bohm são fundamentais para o nosso
entendimento da geobiologia que estuda fenômenos invisíveis, não
observáveis pelos cinco sentidos, como se estes fossem aprisionados
na terceira dimensão, enquanto que as nossas observações do mundo
invisível, que se encontram além da visão tridimensional dos cinco
sentidos, pois na verdade estamos observando fenômenos de uma
quarta dimensão e, portanto, não são possíveis de serem entendidas
por pensamentos comuns que interpretam os fenômenos pelo que
percebem por esses sentidos, limitados na terceira dimensão. AS
Dimensões do espaço-tempo e a geobiologia
O Espaço Tetradimensional: “Tertium Organum” (Ideias de
Ouspensky):
“O que é espaço?”
“Tomado como objeto, isto é, percebido pela nossa consciência, o
espaço é para nós a forma do universo ou a forma da matéria no
universo” (p.37).
“O espaço possui uma extensão infinita em todas as direções, mas só
pode ser medido em três direções independentes uma da outra:
comprimento, largura e altura. Chamamos essas direções de
dimensões no espaço e dizemos que nosso espaço tem três
dimensões, é tridimensional”.
“Neste caso, entendemos por direção independente uma linha em
ângulo reto em relação à outra linha”.

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“Nossa geometria (ou ciência de medida na Terra ou da matéria no


espaço) conhece apenas três dessas linhas, que estão reciprocamente
em ângulos retos e não paralelas entre si”.
“Mas por que somente três e não dez ou quinze?”
“Isto, não sabemos”.
“E aqui há outro fato muito importante: seja devido a alguma
propriedade misteriosa do universo, ou a alguma limitação mental,
não podemos sequer imaginar mais do que três direções
independentes”.
“No entanto, falamos do universo como infinito, e como a primeira
condição de infinitude é infinitude em todas as direções e em todas as
relações possíveis; devemos pressupor no espaço um número infinito
de dimensões, isto é, um número infinito de linhas perpendiculares e
não paralelas entre si; e, no entanto, por alguma razão, só
conhecemos três dessas linhas”.
“É geralmente dessa forma que a questão da dimensionalidade
superior surge à consciência humana normal”.
“Já que não podemos construir mais do que três perpendiculares
reciprocamente independentes, e se a tridimensionalidade do nosso
espaço está condicionada por isso, somos forçados a admitir o fato
indubitável da limitação do nosso espaço em relação às possibilidades
geométricas; se bem que evidentemente, se as propriedades do
espaço são criadas por alguma limitação da consciência, então a
limitação está em nós”.
“Não importa de que depende essa limitação, o fato é que ela existe”
(p.38).
“Um ponto dado pode ser o vértice de apenas oito tetraedros
independentes. Através de um ponto dado é possível traçar apenas
três linhas retas perpendiculares e não paralelas”.
“Sobre essa base, definimos a dimensionalidade do espaço pelo
número de linhas que são possíveis traçarem nele, que estejam
reciprocamente em ângulos retos”.
“A linha sobre a qual não pode haver uma perpendicular, isto é, outra
linha, constitui o espaço linear ou unidimensional”.
“Sobre a superfície são possíveis duas perpendiculares. Esse é o
espaço superficial ou bidimensional”.
“No ‘espaço’ são possíveis três perpendiculares. É o espaço sólido ou
tridimensional”.
“A ideia da quarta dimensão surgiu da suposição de que, em
acréscimo às três dimensões conhecidas pela nossa geometria, há

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ainda uma quarta, desconhecida e inacessível a nós por alguma


razão. Isto é, em acréscimo às três que conhecemos, é possível uma
quarta perpendicular misteriosa”.
“Esta suposição baseia-se praticamente na consideração de que há
coisas e fenômenos no mundo que têm, sem dúvida, existência real,
mas são totalmente incomensuráveis em função de comprimento,
largura e espessura e se encontram, por assim dizer, fora do espaço
tridimensional” (p.38).
“Se tentarmos imaginar o espaço TETRADIMENSIONAL, ele será a
repetição infinita do nosso espaço, da nossa esfera tridimensional
infinita, como uma linha é a repetição infinita de um ponto” (p. 55).
“Ficará claro o que significa o fato de que é possível considerar um
corpo tetradimensional como o traço do movimento de um corpo
tridimensional no espaço, numa direção não contida nesse espaço.
Ora, a direção não contida no espaço tridimensional em que qualquer
corpo tridimensional se move, é a direção do tempo. Todo corpo
tridimensional, ao existir, move-se ao mesmo tempo no tempo e
deixa como traço do seu movimento o corpo temporal, ou
tetradimensional. Nunca vemos ou sentimos esse corpo, devido às
limitações do nosso aparelho receptor; vemos apenas a secção dele,
que denominamos corpo tridimensional. Portanto, incidimos em erro
ao pensar que um corpo tridimensional é em si mesmo algo real. Ele
é a projeção do corpo tetradimensional, seu retrato, sua imagem em
nosso plano”.
“O corpo tetradimensional é um número infinito de corpos
tridimensionais. Isto é, o corpo tetradimensional é o número infinito
de momentos de existência do tridimensional, seus estados e
posições. O corpo tridimensional que vemos parece uma única figura,
uma de uma série de imagens numa película cinematográfica, por
assim dizer” (p.55).
“O corpo tetradimensional é formado por um número infinitamente
grande de corpos tridimensionais; por isso não pode haver uma
medida comum a eles. O corpo tridimensional, em comparação com o
tetradimensional, é equivalente ao ponto em comparação com a
linha” (p.58).
“E assim como o ponto é incomensurável com a linha, também a
linha é incomensurável com a superfície; do mesmo modo que a
superfície é incomensurável com o corpo sólido, também o corpo
tridimensional é incomensurável com o tetradimensional”.
“É claro também por que a geometria de três dimensões é
insuficiente para definir a posição da região da quarta dimensão
relativamente ao espaço tridimensional”.

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“Assim como na geometria de uma dimensão, isto é, sobre a linha, é


impossível definir a posição da superfície, cujo lado constitui aquela
linha; assim como na geometria de duas dimensões, isto é, na
superfície, é impossível definir a posição do sólido, cujo lado constitui
aquela superfície; do mesmo modo na geometria de três dimensões,
no espaço tridimensional, é impossível definir um espaço
tetradimensional. Em resumo, como a planimetria é insuficiente para
o estudo dos problemas de estereometria, também esta é insuficiente
para o espaço tetradimensional".
“Como conclusão de tudo que antecede, podemos repetir que cada
ponto do nosso espaço é a secção de uma linha no espaço superior,
ou, como expressou B. Riemann: o átomo material é a penetração da
quarta dimensão no espaço tridimensional” (p.58).
Neste ponto de seu livro Ouspensky coloca uma importante
conotação:
“Para uma abordagem mais próxima do problema das dimensões
superiores e do espaço superior, é necessário antes de tudo
compreender a constituição e propriedades da região supra
dimensional, em comparação com a região de três dimensões. Só
então aparecerá a possibilidade de um estudo mais exato dessa
região e uma classificação das leis que a governam” (p. 58).
“O que é necessário compreender?”
“Parece-me que antes de tudo é necessário entender que não
estamos considerando duas regiões espacialmente diferentes, nem
duas regiões em que uma (também espacialmente,
‘geometricamente’) constitui uma parte da outra, mas dois métodos
de receptividade de um ‘mesmo mundo único, de um espaço que é
único” (p. 58).
“Além disso, é necessário compreender que todos os objetos que
conhecemos existem não só nas categorias em que os percebemos,
mas num número infinito de outras categorias em que não os
sentimos, nem podemos sentir. Devemos aprender primeiro a pensar
nas coisas em outras categorias e, em seguida, na medida em que
formos capazes, a imaginá-las ali. Só depois disso poderemos talvez
desenvolver a faculdade de apreendê-las no espaço superior, e sentir
o próprio espaço ‘superior’” (p.59).
“Ou, talvez, a primeira necessidade seja a percepção direta de todas
as coisas do mundo exterior que não se ajustam à estrutura de três
dimensões, que existem independentemente das categorias de tempo
e espaço – tudo que, por esse motivo, estamos acostumados a
considerar como não existente. Se a variabilidade é uma indicação do
mundo tridimensional, então procuremos o constante e por esse meio

105
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nos aproximaremos de uma compreensão do mundo


tetradimensional”.
“Nós nos acostumamos a só considerar que realmente existe o que é
mensurável em função de comprimento, largura e altura; mas como
foi demonstrado, é necessário expandir os limites do realmente
existente. A mensurabilidade é uma indicação de existência
demasiadamente tosca, porque a própria mensurabilidade é um
conceito condicionado demais. Podemos dizer que, para qualquer
tentativa de um estudo exato da região supradimensional, a certeza
obtida pela sensação imediata é provavelmente indispensável; porque
muito do que é imensurável existe tão realmente, e mesmo mais
realmente que muito do que é mensurável” (Ouspensky, p. 59).
Leiam o livro de Michael Talbot: “ O Universo Holográfico” (no
Google, em pdf).
Fluxo do tempo - O tempo todo como presente

Paul Davies (in Scientific American n. 21)


Figura 84 - “Para sermos perfeitamente honestos precisamos admitir
que tanto cientistas como filósofos não soubessem, ao certo, o que é
o tempo, ou por que ele existe. O máximo que eles podem dizer é

106
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que o tempo é uma dimensão extra, semelhante (porém não


idêntica) à do espaço. Por exemplo, a órbita bidimensional da Lua
através do espaço pode ser pensada como um saca-rolha
tridimensional através do espaço-tempo” (Paul Davies).

Paul Davies (in Scientific American n. 21)


Figura 85 - “O tempo todo como presente – De acordo com o
senso comum, o momento presente possui um significado especial.
Ele é tudo o que é real. Com as batidas do relógio, o momento passa,
e outro momento passa a existir – um processo a que chamamos
fluxo do tempo. A Lua, por exemplo, encontra-se em apenas uma
posição em sua órbita em torno da Terra. Com o tempo, ela deixa de
existir naquela posição e passa a ocupar uma nova posição. No
entanto, a maioria dos pesquisadores que refletem sobre essas
questões afirma que não podemos definir um único momento
presente como sendo especial, pois cada momento se considera
especial. Objetivamente, passado, presente e futuro devem ser
igualmente reais. Toda a eternidade é disposta, ou mapeada, em um
bloco composto pelo tempo e pelas três dimensões espaciais Este
diagrama mostra apenas duas dessas dimensões espaciais” (Paul
Davies).
“É famosa a maneira pela qual Albert Einstein expressou essa
questão, quando escreveu a um amigo: ‘O passado, o presente e o
futuro são apenas ilusões, ainda que tenazes’. A conclusão
surpreendente de Einstein deriva diretamente de sua teoria da
relatividade, que nega qualquer significado absoluto e universal ao
momento presente. De acordo com essa teoria, simultaneidade é algo
relativo. Dois eventos que ocorrem no mesmo momento quando
observados a partir de um determinado quadro de referência, podem
ocorrer em momentos diferentes” (Paul Davies).
“Uma fonte de confusão em discussões acerca da passagem do tempo
provém da referência à chamada flecha do tempo. Negar que o

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tempo flui não é o mesmo que dizer que as designações ‘passado’ e


‘futuro’ são desprovidos de bases físicas. Eventos no mundo formam,
inegavelmente, uma sequência unidirecional. Por exemplo, um ovo
derrubado no chão se partirá em pedaços, mas que nunca assistimos
ao processo inverso – um ovo quebrado se transformando num ovo
intacto. Esse é um exemplo da segunda lei da termodinâmica, que
afirma que a entropia de um sistema fechado – definida de forma
aproximada como seu grau de desordem – tende a crescer com o
tempo. Um ovo intacto tem menos entropia que um ovo quebrado”
(Paul Davies).
“Pelo fato de haver uma abundância de processos físicos irreversíveis
na natureza, a segunda lei da termodinâmica desempenha um papel
fundamental para impor ao mundo uma evidente assimetria entre as
direções passada e futura, ao longo do eixo do tempo. Por
convenção, a flecha do tempo aponta para o futuro. Isso, porém, não
implica que a flecha esteja se movendo rumo ao futuro, assim como
a ponta de uma bússola apontada para o norte não indica que a
bússola esteja indo para o norte” (Paul Davies).
“Ambas as flechas simbolizam assimetria, mas não movimento. A
flecha do tempo denota uma assimetria do mundo no tempo, e não
assimetria ou fluxo temporal. As designações ‘passado’ e ‘futuro’
podem ser legitimamente aplicadas a direções temporais, da mesma
forma que as expressões ‘para cima’ e ‘para baixo’ podem ser
aplicadas a direções espaciais, porém falar do passado ou do futuro é
algo tão desprovido de significado quanto nos referirmos para cima
ou para baixo” (Paul Davies).
Minhas considerações
Sinto que de fato o que acontece com essa divisão entre passado-
presente-futuro é meramente um processo mental nosso, pois tenho
percebido que é possível modificar as informações, do passado, que
se encontram em nossa memória e atualizá-las e reaproveitá-las.
Muitas informações que acumulamos no passado, em várias épocas
passadas e que foram pensadas e conscientizadas, no entanto não
compreendidas em sua totalidade, pois eram informações
incompletas e fragmentadas que nós observamos da realidade e
assim, na época da observação não tínhamos subsídios e
conhecimento suficiente para entender as informações observadas
nessa época passada.
Quando, atualmente, no presente, conseguimos compreender um
determinado fenômeno e nos damos conta que abarcamos a
totalidade de um determinado assunto que vínhamos estudando há
bastante tempo. Quando chegamos ao ponto máximo, como em uma
curva de Gauss, atingimos a “tangente zero”, ponto máximo, como

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diríamos em matemática, então: AH! Conseguimos encaixar todas as


peças e assim recuperar o conhecimento adquirido no passado e que
se encontrava incompleto, na época, para ser entendido.
“Voltamos” ao passado e o recuperamos e o transportamos para o
presente e abrimos novas discussões e novos caminhos para o futuro,
que ainda não foi “plasmado” quanticamente. É como se tivéssemos
montado uma máquina no passado e por falta de entendimento e por
falta de tecnologia, não podíamos compreender o que não funcionava
na máquina criada. Portanto, essa máquina ficou inacabada, por
exemplo, por duas dezenas de anos; mas, de repente, no presente,
descobrimos um determinado conhecimento que nos faz deslumbrar e
que “voltamos” ao passado e encaixamos uma determinada peça
fundamental e a máquina começou a funcionar no presente e que
permitiu uma abertura e novas possibilidades no futuro.
Como se o passado, o presente e o futuro se interagissem
reciprocamente, em uma ação quântica transcendental e que
transpõem os nossos pensamentos mecanicistas e cotidianos, onde o
tempo segue como uma linha helicoidal e como se o futuro já
estivesse determinado, como alegam aqueles que julgam como sendo
o “destino”.
A humanidade caminha assim desde os primórdios e só precisamos
nos ater nessa realidade quântica, pois não é determinada
mecanicamente e automaticamente, mas a interação do passado e do
futuro, do passivo e do ativo, se encontra no presente, no ponto
neutro, onde todos os fenômenos acontecem e que é preciso
desenvolver a consciência perceptiva, intuitiva e a compreensão
abrangente daquilo que estamos observando. A lembrança de si, a
observação dos acontecimentos de forma consciente e não
automática, faz com que as nossas portas transcendentais se abram
em uma totalidade, onde o presente é a porta para o encontro do
passado com o futuro.
Flatland – a Planolândia e The Fourth Dimension – a quarta
dimensão
Bennett, em seu livro “O Homem Interior – Os caminhos da
Transformação” cita o que significa viver em um plano, como se
existissem seres planos que vivessem em uma superfície e como eles
entenderiam a presença de seres tridimensionais e tenta analisar, por
analogia, os seres da terceira dimensão, como nós, por exemplo,
quando entrassem em contato com seres de uma dimensão superior,
como seres de uma quarta dimensão:
“Há quase setenta anos, quando era menino, li dois livros, ambos
escritos por volta de 1890, que exerceram sobre mim grande
influência. Um se intitulava Flatland (E. Abbott) e outro The Fourth

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Dimension (E. Hinton)” (p. 109). Vejam a tradução de Planolândia de


Edwin Abbott (no Google, em pdf).
“O primeiro é uma história de pessoas que vivem numa superfície
plana e são, por conseguinte, bidimensionais em vez de
tridimensionais. São todas: triângulos, quadrados, círculos, etc., e
têm diversas aventuras e romances e não sei que mais; mas o ponto
principal da história, que o autor se esforça por expressar, é a
limitação de uma vida bidimensional, as coisas que podem e não
podem ser feitas. Há muitas coisas que podemos fazer, com grande
facilidade, no nosso espaço tridimensional, que não podem ser
realizadas num espaço bidimensional, numa superfície plana, porque,
nesta, todo movimento se limita ao plano”.
“Não se pode, por exemplo, dar um nó na superfície plana, porque,
para dá-lo, teríamos que sair dela para cruzar os cordões e fazê-los
passar um pelo outro. Podemos facilmente retratar essa situação:
imaginemos uma superfície plana onde um ser plano não possa
passar por cima de outro e veremos que, embora os seus cordões
possam ser dobrados e curvados com facilidade, não podem passar
uns sobre os outros, pois isso significaria sair da superfície plana” (p.
109).
“Num certo ponto da história surge, é claro, uma intervenção da
terceira dimensão, isto é, do espaço tridimensional, tal como o
conhecemos. É um acontecimento muito especial para os habitantes
da superfície plana, porque estes não têm a menor ideia de um corpo
sólido, e, quando uma esfera passa pela sua superfície plana, eles
simplesmente a percebem como um ponto que cresce muito
rapidamente, transformando-se num círculo e, de algum modo,
diminuindo e voltando a se transformar num ponto e, finalmente,
desaparecendo por completo. Seria muito estranho e inexplicável que
algo pudesse simplesmente surgir do nada e se materializar, crescer,
diminuir e desaparecer; contudo, eles pensaram assim a respeito,
porque não podiam ter ideia de outro mundo qualquer que não fosse
o deles. Depois de ler esse livro, comecei a pensar, pela primeira vez,
sobre a possibilidade de existência de mundos diferentes.” (p. 109).
“O segundo livro, The Fourth Dimension, era uma obra muito mais
matemática sobre o espaço tetradimensional. O autor dava uma
quantidade de exercícios para ajudar o leitor a tentar visualizar
corpos de quatro dimensões, tal como um cubo tetradimensional,
chamado ‘tesseracto’. Poderíamos tentar visualizar como ele seria
vendo o que aconteceria a ele, quando atravessasse o nosso espaço,
do mesmo modo que podemos visualizar o que aconteceria a um
cubo que fosse reduzido a duas dimensões ao atravessar uma
superfície plana” (p. 110). Vejam no Youtube Carl Sagan falando de

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Planolândia e da Quarta Dimensão e do Dr. Quantum indo visitar a


Planolândia.
“Quando eu era menino, estava interessado em tudo isso e
costumava praticar muito tentando visualizar diferentes tipos de
disposições, diferentes tipos de mundos possíveis, e creio que essa
prática ajudou-me muito mais tarde. Comecei isso quando tinha uns
quatorze ou quinze anos e prossegui por muitos anos depois” (p.
110).
“Quando disse que aqueles livros exerceram grande influência em
mim, foi porque me fizeram compreender que era possível haver
mundos inteiramente diferentes daqueles que conhecemos” (p. 110).
“A nossa vida num mundo tridimensional é muito mais livre do que a
do mundo bidimensional, mas a vida num mundo tetradimensional é
ainda mais livre e tem possibilidades que dificilmente podemos
imaginar. Ao mesmo tempo, há diversas propriedades da existência
tridimensional que não podem ser encontradas numa existência
tetradimensional. Dissemos, por exemplo, não ser possível dar um nó
num mundo bidimensional e isso é muito fácil de ver; mas é também
impossível dar um nó num mundo tetradimensional. Este é tão livre
que todos os nós se desfazem devido à liberdade adicional do
movimento que é possível. E o mesmo que dar a um círculo armado
dentro de um aro, no mundo bidimensional, o grau de liberdade do
nosso espaço, de modo que possa sair dos seus limites. No espaço
tetradimensional, os nós não se conservam e os elos das correntes se
separaram sem qualquer resistência; os recipientes que estão
fechados para o nosso mundo estão abertos e um ‘recipiente’ neste
mundo dimensional superior é algo totalmente diferente do que é no
mundo que conhecemos. Temos que tentar ver que os diversos
mundos são diferentes, não por conterem coisas diferentes, mas por
possuírem diferentes graus de liberdade” (p. 110).
“Tanto Abbott quanto Hinton tiveram uma visão das diferenças
existentes entre os diversos mundos e tentaram expressá-la na forma
de imagens. A nossa dificuldade reside no fato de o nosso
pensamento se basear no nosso mundo de experiência sensorial, o
mundo dos corpos tridimensionais. É necessário um esforço mental
especial para imaginar outro tipo qualquer de existência. Quando
falam de ‘mundos superiores’, as pessoas geralmente convertem tudo
em algum tipo de tolice. Somos condicionados pelo mundo dos corpos
e não nos damos conta de que temos possibilidades de uma ordem
completamente distinta das que são próprias deste mundo. Quando
os mundos superiores penetram no nosso, cometemos a mesma
espécie de engano dos habitantes do mundo bidimensional, quando a
esfera atravessou o seu mundo: eles não poderiam conceber que algo

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da natureza de uma esfera pudesse existir e transformam tudo numa


coisa em que possam pensar e de que possam falar da maneira a que
se acostumaram. Até mesmo o nosso modo de pensar e falar nos faz
experimentar o que está ocorrendo de uma forma condicionada.
Podemos usar até o material dos dois livros de que estamos falando
para reforçar os nossos hábitos de pensar” (p. 111).
“O que queremos é chegar à substância real dessas imagens dos
mundos superiores, à possibilidade de nos transformarmos e nos
tornarmos tipos diferentes de pessoas. Tentamos descrever
diferentes maneiras de ‘ser humano”, mas é importante compreender
que as diferenças mencionadas não estão no mundo dos corpos, mas
no mundo do ser, na profundidade e coesão da consciência. O mundo
em que vivemos corresponde ao nosso ser. O ser de um homem
comum não desenvolvido, que conhecemos e somos, só é capaz de
se manter num mundo exatamente igual àquele em que existimos
fisicamente. Se o nosso nível de ser mudar, poderemos viver num
mundo superior. Adquirimos um ‘recipiente’ para o que somos,
diferente de um corpo físico. Mas isso não significa que cesse a nossa
existência no mundo comum. Transformação indica poder ser capaz
de viver em mais de um mundo” ( Bennett, p. 110).
A Flexa do Tempo
“Uma fonte de confusão em discussões acerca da passagem do
tempo provém da referência à chamada flecha do tempo. Negar
que o tempo flui não é o mesmo que dizer que as designações
‘passado’ e ‘futuro’ são desprovidos de bases físicas. Eventos no
mundo formam, inegavelmente, uma sequência unidirecional. Por
exemplo, um ovo derrubado no chão se partirá em pedaços, mas que
nunca assistimos ao processo inverso – um ovo quebrado se
transformando num ovo intacto. Esse é um exemplo da segunda lei
da termodinâmica, que afirma que a entropia de um sistema fechado
– definida de forma aproximada como seu grau de desordem – tende
a crescer com o tempo. Um ovo intacto tem menos entropia que um
ovo quebrado” (Paul Davies).
“Pelo fato de haver uma abundância de processos físicos irreversíveis
na natureza, a segunda lei da termodinâmica desempenha um papel
fundamental para impor ao mundo uma evidente assimetria entre as
direções passada e futura, ao longo do eixo do tempo. Por
convenção, a flecha do tempo aponta para o futuro. Isso, porém, não
implica que a flecha esteja se movendo rumo ao futuro, assim como
a ponta de uma bússola apontada para o norte não indica que a
bússola esteja indo para o norte” (Paul Davies).
“Ambas as flechas simbolizam assimetria, mas não movimento. A
flecha do tempo denota uma assimetria do mundo no tempo, e não

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assimetria ou fluxo temporal. As designações ‘passado’ e ‘futuro’


podem ser legitimamente aplicadas a direções temporais, da mesma
forma que as expressões ‘para cima’ e ‘para baixo’ podem ser
aplicadas a direções espaciais, porém falar do passado ou do futuro é
algo tão desprovido de significado quanto nos referirmos para cima
ou para baixo” (Paul Davies).
Sinto que de fato o que acontece com essa divisão entre passado-
presente-futuro é meramente um processo mental nosso, pois tenho
percebido que é possível modificar as informações, do passado, que
se encontram em nossa memória e atualizá-las e reaproveitá-las.
Muitas informações que acumulamos no passado, em várias épocas
passadas e que foram pensadas e conscientizadas, no entanto não
compreendidas em sua totalidade, pois eram informações
incompletas e fragmentadas que nós observamos da realidade e
assim, na época da observação não tínhamos subsídios e
conhecimento suficiente para entender as informações observadas
nessa época passada. Quanto, atualmente, no presente, conseguimos
compreender um determinado fenômeno e nos damos conta que
abarcamos a totalidade de um determinado assunto que vínhamos
estudando há bastante tempo. Quando chegamos ao ponto máximo,
como em uma curva de Gauss, atingimos a “tangente zero”, ponto
máximo, como diríamos em matemática, então: AH! Conseguimos
encaixar todas as peças e assim recuperar o conhecimento adquirido
no passado e que se encontrava incompleto, na época, para ser
entendido. “Voltamos” ao passado e o recuperamos e o
transportamos para o presente e abrimos novas discussões e novos
caminhos para o futuro, que ainda não foi “plasmado” quanticamente.
É como se tivéssemos montado uma máquina no passado e por falta
de entendimento e por falta de tecnologia, não podíamos
compreender o que não funcionava na máquina criada. Portanto, essa
máquina ficou inacabada, por exemplo, por duas dezenas de anos;
mas, de repente, no presente, descobrimos um determinado
conhecimento que nos faz deslumbrar e que “voltamos” ao passado e
encaixamos uma determinada peça fundamental e a máquina
começou a funcionar no presente e que permitiu uma abertura e
novas possibilidades no futuro. Como se o passado, o presente e o
futuro se interagissem reciprocamente, em uma ação quântica
transcendental e que transpõem os nossos pensamentos mecanicistas
e cotidianos, onde o tempo segue como uma linha reta e como se o
futuro já estivesse determinado, como alegam aqueles que julgam
como sendo o “destino”. A humanidade caminha assim desde os
primórdios e só precisamos nos ater nessa realidade quântica, pois
não é determinada mecanicamente e automaticamente, mas a
interação do passado e do futuro, do passivo e do ativo, se encontra
no presente, no ponto neutro, onde todos os fenômenos acontecem e

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que é preciso desenvolver a consciência perceptiva, intuitiva e a


compreensão abrangente daquilo que estamos observando. A
lembrança de si, a observação dos acontecimentos de forma
consciente e não automática, faz com que as nossas portas
transcendentais se abram em uma totalidade, onde o presente é a
porta para o encontro do passado com o futuro.
8.1.2 A consciência do observador
“Há dois aspectos da assimetria temporal que podem produzir a falsa
impressão de que o tempo está fluindo. O primeiro deles é a distinção
termodinâmica entre passado e futuro. Como os físicos notaram nas
últimas décadas, o conceito de entropia está intimamente ligado ao
conteúdo de informação de um sistema. Por essa razão, a formação
da memória é um processo unidirecional – novas memórias
acrescentam informação e aumentam a entropia do cérebro.
Possivelmente percebamos essa unidirecionalidade como sendo o
fluxo do tempo” (Paul Davies).
“Uma segunda possibilidade é de que nossa percepção do fluxo do
tempo esteja de alguma maneira ligada à mecânica quântica. Desde
os primeiros tempos da formulação da mecânica quântica, observou-
se que o tempo entra na teoria de forma peculiar, bem diferente da
inclusão do espaço. O papel especial do tempo é uma das razões
pelas quais tem sido tão difícil consolidar a mecânica quântica com a
relatividade geral. O princípio da incerteza de Heisenberg, segundo o
qual a natureza é inerentemente indeterminística, implica um futuro
em aberto (e, a propósito, também um passado em aberto). Esse
indeterminismo se manifesta de modo mais conspícuo na escala de
dimensões atômicas e dita que as propriedades observáveis que
caracterizam um sistema físico permanecem em geral não decididas
de um momento para o momento seguinte” (Paul Davies).
“Por exemplo, um elétron que se choca com um átomo pode sofrer
um desvio de trajetória para uma entre muitas direções, e em geral é
impossível prever de antemão qual será o resultado em determinado
caso. O indeterminismo quântico implica que, para um estado
quântico em particular, há muitos (possivelmente infinitos) futuros
alternativos ou realidades em potencial. Com a mecânica quântica
podemos calcular as probabilidades relativas de cada resultado
observável, embora a teoria não afirme qual futuro potencial será
realidade” (Paul Davies).
“Mas quando um observador humano faz uma medição, um, e
somente um resultado é obtido; por exemplo, poderemos verificar
que o elétron que se chocou contra o átomo está se movendo em
determinada direção. No ato da medição, uma única realidade
específica é projetada a partir de uma vasta gama de possibilidades.

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No interior da mente do observador, o possível realiza uma transição


para o real, o futuro em aberto transita para o passado fixo – o que é
exatamente o que descrevemos como sendo o fluxo do tempo” (Paul
Davies).
“Não há consenso, entre os físicos, sobre a maneira como acontece
essa transição de muitas realidades em potencial para uma única
realidade. Muitos físicos já afirmaram que isso tem algo a ver com a
consciência do observador, uma vez que é o ato da observação que
leva a natureza a se decidir. Alguns pesquisadores, como Roger
Penrose da Universidade de Oxford, sustentam que a consciência –
inclusive a impressão de fluxo temporal pode estar relacionada a
processos quânticos no cérebro” (Paul Davies).
8.1.3 O ego-personalidade e o eu quântico
Amit Goswami nos relata, no livro: “A janela visionária” que o nosso
observador humano, que acessa o mundo quântico, e que analisa as
possibilidades quânticas e dá o colapso quântico dentro dessas
possibilidades e determina a direção, a posição ou o momentum de
uma partícula, dentro de infinitas possibilidades é o nosso eu
quântico, a nossa consciência transcendental e não o nosso ego-
personalidade que é determinista e que não acessa o mundo invisível.
- Ego: raciocínio, contínuo, determinado, linear, local, pessoal, lógica
clássica.
- Eu quântico: criatividade, descontínuo, sincrônico, holístico, não-
local, transpessoal, lógica quântica.
Nós criamos a nossa realidade?
“Qual é a natureza da consciência capaz de resolver o paradoxo da
observação quântica – o problema de quem, ou de quê, provoca o
colapso da onda de possibilidade quântica em ato? Como vimos,
postular a consciência como o agente causal do colapso é um
paradoxo, no realismo materialista, porque, nessa filosofia, a própria
consciência é um epifenômeno do cérebro material. Um epifenômeno
da matéria não é capaz de causar uma conversão de uma
possibilidade material em ato!” (A janela visionária, p.55).
“Epifenômeno: um fenômeno secundário; algo que existe contingente
à existência anterior de alguma outra coisa. Epifenomenalismo: a
ideia de que os fenômenos mentais e a consciência em si são
fenômenos secundários da matéria e redutíveis a interações materiais
de alguma subestrutura” (Goswami, O Universo Autoconsciente, p.
3l9).
“No final dos anos 70 e início dos 80, esse paradoxo da observação
quântica e a questão, relacionada a ele, da natureza da consciência

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ocupavam a maior parte do meu tempo. O matemático John Von


Neumann havia sugerido que talvez a consciência fosse a causa do
colapso, e, no início dos anos 60, o físico vencedor do Nobel, Eugene
Wigner, apoiava essa ideia. Mas tanto von Neumann quanto Wigner
concebiam a consciência como parte da mente; e, nesse caso, a
consciência causando o colapso da função de onda quântica evoca a
ideia da mente acima da matéria – um mundo mental separado
atuando sobre o mundo da matéria . E essa ideia nos leva à
armadilha do dualismo: qual é o intermediário da interação entre os
dois? E, se essa interação ocorre, o que acontece com a lei da
conservação da energia?” (A janela visionária, p.55).
“Devido à minha origem indiana (estudei os Upanixades desde muito
novo, com meu pai), eu conhecia as doutrinas da filosofia indiana, de
acordo com as quais tanto a matéria como a mente está subsumida
em Brahman – a base universal do ser, a consciência. E me convenci
de que isso estava errado. A base de minha convicção foi a afirmação
do físico Richard Feynman, expressa em The Feynman Lectures in
Physics, de que tudo – inclusive a mente e consciência – é feito de
átomos. A mente e a consciência devem ser, de algum modo,
epifenômenos emergentes do cérebro material, dos átomos que
formam o cérebro e, em última análise, das partículas elementares.
Como a maioria dos físicos e cientistas, eu acreditava realmente
nisso. Não havia lugar para Brahman – para uma base do ser que não
a matéria – na minha filosofia de físico” (p. 56).
“Uma consciência epifenomênica não tem eficácia causal para
provocar o colapso das funções de onda. Mesmo assim, eu não podia
abandonar a ideia de que a consciência provoca o colapso das
funções de onda quânticas. Eu sabia, de alguma forma, que isso era
uma espécie de chave. Esse impasse me paralisou por um bom
tempo. Enquanto isso, eu investigava a natureza da consciência
diretamente, meditando e convivendo com místicos. Com essa
aventura, enfim, veio a ruptura”.
“Acompanhei um amigo místico, Joel Morwood, até Ojai para ouvir o
famoso mestre espiritual Krishnamurti falar. Depois da conferência,
Joel e eu começamos a discutir longamente sobre os meus apuros
com a observação quântica. Eu disse: ‘Acho que compreendo a
consciência, mas...’”.
“Joel me interrompeu: ‘É possível compreender a consciência?’. ‘É
possível certamente’! Disse eu, sem um pingo de arrogância de físico.
‘Eu disse a você como a nossa observação consciente, a nossa
consciência contra o colapso da onda quântica...’. Eu ia lhe dizer que
eu sabia que essa era a chave para se compreender a consciência,
mas Joel me interrompeu outra vez”.

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“Afinal, é o cérebro do observador que antecede a consciência ou é a


consciência que antecede o cérebro?”.
“Percebi a armadilha de Joel. ‘Eu me refiro à consciência como sujeito
de experiências’”.
“’A consciência antecede as experiências. Ela independe do objeto e
independe do sujeito’, disse Joel”.
“É claro, isso é misticismo da melhor qualidade, mas, na minha
linguagem, você está se referindo a algum aspecto não local da
consciência”.
“Joel, porém, não se intimidou com o meu jargão quântico. ‘Seus
antolhos científicos impedem que você entenda. No fundo, você
acredita que a consciência pode ser compreendida pela ciência, que a
consciência emerge no cérebro, que ela é um epifenômeno. Entenda
o que dizem os místicos. A consciência é prévia e incondicionada. Ela
é tudo o que existe. Não existe nada a não ser Deus’” (p. 57).
“Essa última frase impulsionou, de alguma forma, uma reviravolta no
meu modo de pensar. Percebi, de súbito, que a consciência é a base
de todo o ser, o que os rishis, ou videntes, upanixádicos
denominavam Brahman. Se a consciência é a base de todo o ser, a
matéria existe como possibilidades dentro da consciência. E a
consciência escolhe entre as possibilidades disponíveis reconhecendo
uma em particular para cada evento em particular”.
“Para evitar o dualismo, precisamos virar a metafísica materialista de
cabeça para baixo. A matéria não é a base do ser, como afirmava
Feynman. Também não é a única fonte da causalidade no mundo. É
claro que as interações materiais entre as partículas elementares
determinam todas as possibilidades materiais e suas possibilidades,
em uma das situações dinâmicas, calculáveis pela mecânica quântica
– isso é causação ascendente e mudança contínua. Mas nós temos,
em acréscimo a isso, uma causação descendente, quando a
consciência causa o colapso da onda de possibilidade num evento
atual. Isso é mudança descontínua”.
“Nosso olhar altera as coisas. O artista René Magritte viu um lindo
bolo exposto na vitrine de uma loja e entrou para comprá-lo. Quando
o vendedor foi retirar o bolo do mostruário, Magritte objetou: ‘Eu não
quero esse bolo; dê-me um, igual a esse, mas que venha dos fundos
da loja’, exigiu ele. O vendedor ficou surpreso. ‘São todos da mesma
fornalha, que eu fiz hoje de manhã’, protestou ele. ‘Você não
entendeu’, disse Magritte. ‘As pessoas ficaram olhando para esse que
está na vitrine’”.
“Minha intuição de que a observação quântica é a chave para a
compreensão da consciência estava certa. Mas essa compreensão

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requer saltos criadores descontínuos que desafiam a sabedoria


convencional. Dar esses saltos se tornou minha preocupação
seguinte” (A janela visionária, p. 58,).
“Na natureza de duplo eu tem consequências importantes para a
nossa espiritualidade – como a espiritualidade se manifesta em nós e
como nós percorremos a nossa jornada espiritual. Os psicólogos
Abraham Maslow, americano, e Roberto Assagioli, italiano,
redescobriram, por meio de estudos clínicos, o conceito de um eu
transpessoal além do ego comportamental. Esse reconhecimento
de uma autoidentidade em dois níveis deu início ao campo da
psicologia transpessoal” (p. 64).
“Observe que o ego e o eu quântico não são um par dualístico; eles
estão, ao contrário, ‘sempre juntos’. São, ambos, identificações
aparentes que a consciência adota no processo de manifestação num
corpo físico e num cérebro quântico auto-referencial. Na identificação
com o eu quântico, há unidade e alegria, liberdade de escolha e
criatividade, hierarquia entrelaçada na relação entre o sujeito e
o(s) objeto(s), relações de troca e amor. Na identificação com o ego,
há separação e ansiedade, há condicionamento e dogmatismo,
hierarquia simples e tirania solipsista (Solipsismo: a filosofia que diz
que podemos provar apenas a existência de nosso próprio self – o
sujeito da consciência)” (Amit Goswami, A Janela Visionária, p. 64).
Nossa consciência quântica interfere no objeto observado
A hierarquia entrelaçada ou emaranhamento, como também se pode
designar como a totalidade e a ordem implicada e dobrada,
significaria a complexidade da natureza quântica; por exemplo, como
pode um elétron, um e somente um, passar simultaneamente por
duas fendas ao mesmo tempo? Sim! Pois na tela onde é gravada a
emissão do elétron mostra faixas escuras e claras. Então! Ele tem
propriedades de ondas? Sim! Mas, se olharmos por uma fenda
veremos que ele passa somente por essa fenda e se olharmos pela
outra, veremos que ele passa somente por essa fenda? Então!
Quando olhamo-lo passando somente por cada uma das fendas
significaria que ele tem comportamento de partícula? Sim! Ele tem
comportamento onda-partícula, sendo que têm as duas propriedades
e ao mesmo tempo não tem nenhuma delas. Esse comportamento
exemplifica a hierarquia entrelaçada. Além disso, se não estivermos
olhando, nada está, ainda, acontecendo, somente quando tem uma
mente consciente observando que acontece o fenômeno. Ou seja, a
nossa consciência interfere no objeto observado. Mas, não a
consciência comum, materialista-determinista, essa não dá o colapso
quântico. Uma longa história... Leiam os mestres.

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O que temos que entender é que o objeto tem as informações


gravadas em si mesmo, cabe a nós a descoberta dessas informações
que se encontram dobradas e implicadas em uma hierarquia
entrelaçada.
Não pense, observe. Siga o método da observação sistemática
Veja um exemplo simples: em minhas aulas de mineralogia, como
citei no início deste manual, o aluno tem que usar um determinado
método para conseguir acessar as informações contidas no mineral
analisado. Um dos princípios que adoto, ao dizer aos alunos: não
pense, observe. Siga o método da observação sistemática. Siga a
metodologia do Guia de Determinação dos Minerais. Não influa na
observação utilizando qualquer raciocínio linear. À medida que eles
vão utilizando a técnica da observação, que denomino: pensar sem
pensar (quero dizer: pensar espacialmente, com a mente vazia sem
pensar racionalmente, planarmente, com a mente racional comum).
Pois para desdobrar e descobrir os segredos do mineral ou de uma
rocha ou de uma infinidade de objetos, tenho que seguir um método
de observação sem interferir nessa observação. A minha consciência
cósmico-quântica (poderíamos dizer assim!). Entra em conexão com
a consciência cósmico-quântica do mineral ou objeto analisado. Como
dizem os sábios, que o homem é a memória do universo, o que
fazemos nessa análise é recordar o que já sabemos, pois somos a
interação do universo, pois o homem é o universo e o universo é o
homem, pois somos partes em interação unívoca. Em resumo: o
mineral ou objeto de análise nos “conta” a sua própria história. Todos
os alunos descobrem e determinam o mineral desta forma.
Como venho enfatizando neste Manual Técnico: a geobiologia é uma
ciência de interação cósmico-quântica, cuja observação da natureza
requer técnicas variadas, pois cada objeto observado tem que
esvaziar o cérebro e utilizando os gráficos técnicos conseguirmos
extrair as informações que estão dobradas e implicadas. Ou seja:
quando observo e analiso uma residência e me perguntam se a casa
vizinha também têm as mesmas anomalias? Respondo que é
necessário eu ir lá para verificar.
Em suma: não se pode ir generalizando informações de um local para
outros locais não observados. A mente comum, do homem do
cotidiano, é que utiliza o mesmo raciocínio para tudo; não conseguem
perceber, pois raciocinam, de forma linear e planar, que os objetos
espaciais, principalmente, da natureza, são complexos e não se
podem simplificar as informações do tipo: acredito nisso e não
acredito naquilo. Como me dizem: Não acredito nesse gás radônio
que você afirma estar emitindo em minha residência. Nem sei o que
você está falando. Eu não sinto nada. Além do mais, eu construí esta

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casa e gastei alguns milhões e você vem e me diz que aqui tem uma
radiação que destrói as nossas células. Loucura! Obrigado! Vou
pensar! Vou consultar a minha esposa! E aqueles em que me
chamaram em situação precária, pois não dormem direito, tem
colesterol alto, ficam nervosos e estressados, pois já passaram por
todos os médicos e exames e nada constaram de problemas. Então,
nessas horas acabam procurando os alternativos (como venho
frisando o tempo todo neste manual), mas, o mais importante é que
não querem entender de nada e querem somente que eu solucione os
seus problemas. Querem dormir e pronto! Não querem pensar em
nada, querem soluções.
Ótimo! Dou a solução, no entanto, após os quatro anos que realizei o
trabalho e como é necessário realizar um novo trabalho, pois o gás
radônio encontra-se emitindo no local cerca de dez milhões de anos.
Essas pessoas (90% delas), como é comum entre os homens, não
querem mais realizar novo trabalho. Alegam que vão “pensar” e
nunca mais respondem aos meus telefonemas (ligo mais uma ou
duas vezes e arquivo o trabalho no “arquivo morto”). Entenderam?
As pessoas comuns querem soluções e se são resolvidas, como no
meu caso: elas estão bem, dormindo bem, pois não reclamaram em
nenhum momento. Então, se “tudo está funcionando bem para quê
fazer novo trabalho” e “ficar” dependente desse geobiólogo e além do
mais, “gastar” o nosso dinheirinho. Ah! Não entendem que eles vão
ficar dependentes do gás radônio que acumula no cérebro, pois é
uma radiação gama, que atua em nossos elétrons, então: é preciso
passar cinco a seis anos para me procurarem novamente (alguns
somente). Essa consciência comum que julgam que é consciência é
somente uma racionalidade simplista na observação de uma realidade
complexa. Baseiam-se em seus cinco sentidos como parâmetros.
Tudo bem que os clientes sejam assim, pois fomos criados e
educados para pensar assim. Mas, o que me intriga e choca, são os
alunos e leitores de geobiologia que querem que as coisas sejam
raciocinadas do mesmo jeito. Sempre estão querendo simplificar
tudo, com o mesmo raciocínio citado acima: com a mente planar.
Dizem: é necessário mesmo saber tudo isso para ser geobiólogo?
Porque você não dá somente o que é necessário para a gente medir
os locais? Como você faz para mudar a energia do local? Como? É
preciso saber o que se está medindo para poder dar o diagnóstico
correto? Sim! (fim do primeiro ato!).
Quando surge a consciência é mais correto dizer que ela nos
tem do que nós a temos
“Quando surge a consciência é mais correto dizer que ela nos tem do
que nós a temos. Dizemos a frase ridícula ‘eu estou consciente’, que

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usamos da mesma maneira que ‘eu estou com calor’. Melhor seria
dizer ‘estou conscientizado’. É a nossa sensitividade que nos faz crer
que ‘temos’ consciência ou que ‘temos’ um ‘eu’. A consciência não se
personaliza nem se localiza. Está em toda parte. Quando afirmamos
que ela nos pertence, isso é tão estúpido como pretender que a
atmosfera é nossa porque podemos respirar. Estamos interessados
nas coisas externas que não nos damos conta de que a consciência
está no interior de todas as coisas. Ela está concentrada de modo
diferente nos diversos seres e produz efeitos muito diferentes.
Quando surpreendemos um lampejo da realidade da consciência na
natureza, isso é um fenômeno importante e maravilhoso. Começamos
então a compreender realmente que a consciência não é uma
prerrogativa humana” (J. G. Bennett – “O homem interior”, p. 55).
“Um dos efeitos mais surpreendentes da consciência em nós é aquele
tipo de experiência em que temos consciência de que, ao olharmos
para uma coisa, estamos sendo vistos. Trata-se de uma tal inversão
da nossa maneira habitual de sentir que é algo evidentemente de
ordem superior” (Bennett, p. 55).
“Embora a consciência não seja uma coisa que possamos controlar
como acender ou apagar uma luz, podemos aprender a nos pôr na
direção da experiência consciente. É a consciência que nos torna
cientes do que somos e nos possibilita pensar o que queremos
pensar, sentir o que queremos sentir e mover o nosso corpo como
tencionamos. É ela que nos permite sentir simultaneamente todos os
nossos centros” (p. 55).
“Se voltarmos à nossa imagem da terra e do mar, penetrar na
experiência consciente será como mergulhar na água. Precisamos
aprender a nadar. Não podemos agir sobre o mundo da consciência,
mas podemos aprender a participar dele e tomar parte nas
transformações energéticas que o sustêm. O papel do homem é
servir de elo de ligação entre o mundo da vida e o mundo das
energias cósmicas. A liberação da consciência em nós é uma
obrigação cósmica” (Bennett, p. 56).
8.2. Em “Um novo modelo do universo”, Ouspensky relata,
após exaustiva discussão filosófica, psicológica, matemática e
física, a quinta e a sexta dimensões:
Ouspensky: “... podemos notar, uma vez mais, embora já devesse
estar muito claro, que três coordenadas não são suficientes para a
descrição do Universo, pois tal universo não conteria nenhum
movimento ou, para dizer de outro modo, cada movimento
observável destruiria imediatamente o Universo” (p. 334).

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“A quarta coordenada leva em consideração o tempo. O espaço não é


mais considerado separadamente. O espaço-tempo tetradimensional
permite o movimento”.
“Mas o movimento por si mesmo é um fenômeno muito complexo.
Logo à primeira abordagem do movimento, nos deparamos com um
fato interessante. O movimento tem, em si mesmo, três dimensões
claramente expressas: duração, velocidade e ‘direção’. Mas essa
direção não se encontra no espaço euclidiano, como era admitida pela
velha Física; é uma direção de antes para depois, que nós nunca
mudamos e nunca desaparece”.
“O tempo é a medida do movimento. Se representarmos o tempo por
uma linha, então a única linha que satisfará todas as exigências do
tempo será uma espiral. Uma espiral é uma ‘linha tridimensional’, por
assim dizer, isto é, uma linha que precisa de três coordenadas para
sua construção e designação” (p. 334).
“A tridimensionalidade do tempo é completamente análoga à do
espaço. Não medimos o espaço por meio de cubos, medimos
linearmente em diferentes direções, e fazemos exatamente o mesmo
com o tempo, embora o tempo só possa medir duas das três
coordenadas, a saber, a duração e a velocidade; a direção do tempo
para nós não é uma quantidade, mas uma condição absoluta. Outra
diferença é que, a respeito do espaço, nos damos conta de que
estamos lidando com um continuum tridimensional, enquanto, em
relação ao tempo, não nos damos conta disso. Mas, como já foi dito,
se tentarmos unir as três coordenadas do tempo em um todo,
obteremos uma espiral” (p. 335).
“Isso explica, de imediato, por que a ‘quarta coordenada’ é
insuficiente para descrever o tempo. Embora se admita que seja uma
linha curva, sua curvatura permanece indefinida. Somente três
coordenadas, ou a ‘linha tridimensional’, isto é, a espiral, dá uma
descrição adequada do tempo”.
“As três dimensões do tempo podem ser encaradas como a
continuação das dimensões do espaço, isto é, como a ‘quarta’, a
‘quinta’ e a ‘sexta’ dimensões do espaço. Um espaço
‘hexadimensional’ é sem dúvida um ‘continuum Euclidiano’, mas de
propriedades e formas totalmente incompreensíveis para nós. A
forma hexadimensional de um corpo é inconcebível para nós, e se
pudéssemos apreendê-la, com nossos sentidos, nós a veríamos e
perceberíamos sem dúvida alguma como tridimensional. A
tridimensionalidade é uma função dos nossos sentidos. O tempo é o
limite dos nossos sentidos. O espaço hexadimensional é a realidade,
o mundo tal como é. Só percebemos essa realidade através do corte
dos nossos sentidos, tato e visão, e a definimos como espaço

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tridimensional, atribuindo a ela propriedades euclidianas. Todo corpo


hexadimensional se torna para nós um corpo tridimensional existente
no tempo, e as propriedades da quinta e da sexta dimensões
permanecem imperceptíveis para nós”.
“Assim como, no espaço, uma dimensão, uma linha, ou duas
dimensões, uma superfície, não podem existir por si mesmas, e,
quando tomadas separadamente, não são nada além de figuras
imaginárias, enquanto o sólido existe realmente, também no tempo
só um sólido do tempo tridimensional existe realmente” (p. 335).
“Apesar do fato de que a contagem de dimensões na Geometria
começa com a linha, na verdade, no sentido físico real, só o ponto
material e o sólido são objetos que existem. As linhas e as superfícies
são simplesmente aspectos e propriedades de um sólido. Elas
também podem ser encaradas de outro modo: uma linha, como o
caminho do movimento de um ponto no espaço, e uma superfície,
como o caminho do movimento de uma linha ao longo da direção
perpendicular a ela (ou sua rotação)”.
“O mesmo pode ser aplicado ao sólido do tempo. Nele, só o ponto (o
momento) e o sólido são reais. O momento pode mudar, isto é, pode
se contrair e desaparecer ou se expandir e se tornar um sólido. O
sólido também pode se contrair e se tornar um ponto, ou se expandir
e se tornar um infinito”.
“O número de dimensões não pode ser infinito nem muito grande; ele
não pode ser mais que seis. A razão disso está na propriedade da
sexta dimensão que contém em si todas as possibilidades da escala
dada” (Ouspensky, p. 336).
8.3 A visão do espaço-tempo da ciência: Stephen W. Hawking:
“Uma Breve História do Tempo”: A seta do tempo
Hawking: “Até o começo deste século acreditava-se num tempo
absoluto. Ou seja, cada evento poderia ser rotulado por um número
chamado ‘tempo’, de uma forma única, e todos os bons relógios
concordariam com o intervalo de tempo entre dois eventos.
Entretanto, a descoberta de que a velocidade da luz parecia a mesma
a todos os observadores, independente do deslocamento de cada um,
levou à teoria da relatividade, e nela foi necessário abandonar a ideia
de tempo único e absoluto. Em vez disso cada observador teria sua
própria medida de tempo, como registrado pelo relógio que
conduzisse: relógios de observadores diferentes não precisariam
concordar necessariamente. Assim, o tempo se tornou um conceito
mais pessoal, relativo ao observador que o estivesse medindo” (p.
143).

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“Quando se tenta unificar a gravidade com a mecânica quântica,


temos que introduzir a ideia do ‘tempo imaginário’, que é
indistinguível do conceito de direções no espaço. Se podemos ir para
o norte, podemos também voltar e nos dirigirmos para o sul; da
mesma maneira, se podemos ir em frente no tempo imaginário,
devemos ser capazes de voltar atrás. Isso significa que não há
diferença significativa entre as direções para frente e para trás no
tempo imaginário. Por outro lado, quando se assume o tempo “real”,
existe uma grande diferença entre essas duas direções como
sabemos. De onde vem essa diferença entre o passado e o futuro?
Por que nos lembramos do passado e não do futuro?” (p.143).
“As leis científicas não distinguem entre passado e futuro. Mais
precisamente, como já foram explicadas, as leis científicas são
imutáveis sob a combinação das operações (ou simetrias) conhecidas
com C, P e T (C significa a transformação de partículas em
antipartículas; P significa assumir a imagem espelhada, de forma que
esquerda e direita se trocam; T significa reverter a direção do
movimento de todas as partículas: na verdade, retroceder o
movimento). As leis científicas que determinam o comportamento da
matéria em todas as situações normais são imutáveis sob a
combinação das duas operações C e P em si mesmas. Em outras
palavras, a vida seria exatamente a mesma para os habitantes de
outro planeta que fossem imagens espelhadas de nós mesmos e
feitas primordialmente de antimatéria” (p.144).
“Se as leis científicas são imutáveis pelas combinações das simetrias
C e P, e também pela combinação C, P e T, elas devem também ser
imutáveis sob a operação T isolada. De fato, existe uma grande
diferença entre as direções para frente e para trás do tempo real na
vida comum. Imagine-se uma xícara de água caindo de uma mesa e
se quebrando em muitos pedaços no chão. Se filmarmos esse evento,
pode-se facilmente dizer se o filme está sendo projetado para a
frente ou para trás. Se o projetamos para trás, ver-se-ão os cacos
subitamente se reunindo do chão e pulando para cima a fim de
formar uma xícara inteira sobre a mesa. Pode-se dizer que o filme
está sendo projetado para trás porque esse tipo de comportamento
não é nunca observado na vida cotidiana. Caso contrário todas as
fábricas de louça pediriam falência” (p.144).
“A explicação, que usualmente se dá para o porquê de não se verem
rotineiramente xícaras quebradas reunindo os seus cacos no chão
para saltar sobre a mesa é que isso contradiz a segunda lei da
termodinâmica, que afirma que, em qualquer sistema fechado, a
desordem, ou entropia, sempre aumenta com o tempo. Em outras
palavras é uma forma da lei de Murphy: as coisas sempre tendem a
ser malsucedidas. Uma xícara intacta sobre a mesa representa um

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estado de alta organização, mas uma xícara quebrada no chão


encontra-se em estado desordenado. Pode-se ir da xícara sobre a
mesa no passado para a xícara quebrada no chão no futuro, mas não
na direção inversa” (Hawking, p.144).
8.3.1 Existem três setas do tempo
“Um aumento da desordem ou entropia através do tempo é um
exemplo do que se chama uma seta do tempo, algo que distingue o
passado do futuro, dando uma direção ao tempo. Existem, pelo
menos, três setas do tempo. Primeiro há a seta de tempo
termodinâmica, a direção do tempo em que a desordem ou entropia
aumenta. Depois há a seta psicológica do tempo; essa é a direção em
que sentimos o tempo passar, a direção em que nos lembramos do
passado, mas não do futuro. Finalmente existe a seta cosmológica do
tempo, que é a direção do tempo em que o universo se expande mais
do que se contrai” (Hawking, p.144).
8.3.2 Depois de muitas explicações da expansão e da
contração do Universo
“Resumindo, as leis científicas não distinguem entre as direções para
frente e para trás no tempo. Entretanto, há pelo menos três setas de
tempo, que distinguem o passado do futuro, que são: a seta
termodinâmica, direção do tempo em que a desordem aumenta; a
seta psicológica, direção do tempo na qual se recorda o passado e
não o futuro; e a seta cosmológica, direção do tempo em que o
universo se expande mais do que se contrai. Demonstrei que a seta
psicológica é essencialmente a mesma que a termodinâmica, de
modo que ambas sempre apontam para a mesma direção. A proposta
do não-limite para o universo prevê a existência de uma seta
termodinâmica do tempo bem-definida porque o universo deve
começar num estado plano e ordenado. E a razão por que se observa
essa seta termodinâmica se adequar à cosmológica é que os seres
inteligentes só podem existir na fase de expansão. A fase de
contração seria indesejável porque não apresenta seta termodinâmica
forte do tempo” (Hawking, p. 151).
8.4 A radiestesia aplicada à geobiologia microvibratória como
instrumento de medição das dimensões do espaço-tempo
Vocês estão vendo, de forma diferente, um mundo de dimensões
superiores, mas que na verdade essas dimensões superiores ocorrem
no mesmo mundo em que vivemos, mas é necessário olhá-las com
“outros olhos”. Essa análise de Ouspensky, de 1912 a 1930, é
semelhante à dos físicos quânticos, como David Bohm que coloca a
existência do holomovimento, que abrange tudo e que o que
entendemos como realidade tridimensional, não passa de uma
projeção holográfica de uma realidade de dimensão superior, ou seja:

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o que vemos não passa de ordem explicada e desdobrada da


totalidade dobrada e implicada do holomovimento. As mesmas
colocações observam-se nas análises de Amit Goswami, bem como as
de Itzhak Bentov relatando sobre a projeção holográfica.
O mesmo ocorre com o meu trabalho, pois trabalho exatamente no
nosso mundo tridimensional e, no entanto, observo através de
método e como instrumento de medição a minha própria percepção
(utilizando a radiestesia como instrumento de captação dessa
percepção) uma quarta dimensão onde não se pode percebê-la
utilizando somente os cinco sentidos, incapazes de perceber além do
mensurável. Vocês estão vendo agora, como é possível interferir no
mundo tridimensional utilizando técnicas de uma dimensão superior.
Vocês viram, à exaustão, eu dizer que realizo uma mudança de
energia de um local (um terreno, uma fábrica, uma residência, um
sítio, etc.) à distância, através da mudança de energia nociva para
uma energia benéfica, utilizando a planta do imóvel do local,
colocando um interceptor polarizado (desenhos geométricos
construídos nas proporções harmônicas e necessariamente com
consciência cósmica, pois não se acessa essas informações com uma
mente mecanicista, ou seja, da terceira dimensão) que permite uma
mudança real na residência, por exemplo, das pessoas moradoras
desse local e elas, recebendo essas informações emitidas à distância,
melhoram e se recuperam rapidamente dos males que as infringiam.
Explicações são muitas, uma delas, é que somos quânticos e estamos
interligados uns com os outros, além de estarmos interligados com as
plantas, com os animais e com a matéria inanimada, numa interação
única, como dizem os físicos quânticos. Mas entendam um pouco
mais além, que, ao trabalhar em uma dimensão superior, mais sutil,
influenciamos no mundo mais denso da terceira dimensão, sendo que
esse mundo superior está envolvendo o mundo de uma dimensão
inferior e a influência dessa energia sutil é mais eficiente do que a
própria materialidade. Veja: envio a energia através da planta do
imóvel com a minha consciência, através de emissores polarizados,
que atuando na planta do imóvel, como uma projeção holográfica
plana, repercute no local as mudanças energéticas de correção
enviadas via projeção quântica, instantânea e sem percorrer o
espaço-tempo, num salto quântico, da planta do imóvel para o local
em uma interação única e total, como se estivesse atuando
diretamente nesse local. E o mais importante de tudo isso: qualquer
mudança de energia que se tenta realizar diretamente nesses locais
irradiados, principalmente, com gás radônio, não adianta, pois tudo
satura na terceira dimensão, rapidamente. O meu trabalho, à
distância, é claro, também satura com o passar do tempo (no meu
trabalho atual o limite de duração é de quatro anos), no entanto é

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eficaz e real, ocasionando resultados de mudanças nas saúdes das


pessoas.
É importante entender que sem conhecimento não se pode acessar as
informações das emissões microvibratórias dos locais analisados e
sem consciência multidimensional não se pode descobrir o que está
oculto em uma imagem fotográfica de um local, de uma pessoa; algo
gravado atomicamente nessa imagem que para ser decifrado é
necessário ter um conhecimento do que se está buscando utilizando
um método específico para cada tipo de busca: no nosso caso as
anomalias microvibratórias nocivas e benéficas que esses locais de
análise emitem. Para isso é necessário utilizar conhecimentos
adquiridos na observação direta dessas anomalias em locais
conhecidos e com comprovação da existência delas e aplicar esses
conhecimentos adquiridos, de forma vibracional, em locais
desconhecidos, utilizando a radiestesia como forma de captação do
que adquirimos na observação direta e que se encontra gravado em
nosso cérebro e em nosso corpo, de forma dobrada e implicada, não
acessível aos nossos cinco sentidos, que atuam de forma desdobrada,
descomplicada e explicada.
É de fato quase impossível para nós, que vivemos em um mundo
tridimensional, explicado, apesar, que no fundo de nosso coração,
percebemos que a maioria de nossas observações da realidade
cotidiana se encontra inexplicável e lamentamos não estar
entendendo o que se nos apresenta diariamente, principalmente,
quando saímos do nosso cotidiano.
Agora! Imaginem alguém que pede para você enviar uma foto de sua
residência, em qualquer parte do globo terrestre, para que, à
distância, através da imagem fotográfica, que parece ser um simples
papel fotográfico, dizer que anomalias estão presentes nesse local de
moradia, dando diagnóstico como se estivesse diretamente no local.
O mesmo, quando pedimos uma foto das pessoas que moram nesses
locais para avaliar o quanto estão afetadas pela radiação emitida pelo
local, pois ficam gravadas nas pessoas as ondas microvibratórias
anômalas desses locais, nelas, pois entramos em ressonância com
essas vibrações em discordância com as nossas próprias vibrações do
nosso organismo como um todo.
Como? Todos diriam: é impossível! É plausível essa dúvida quando
vivemos o dia a dia, sem a necessidade de penetrar mais
profundamente nesse mundo invisível, porém real e concreto.
O mesmo acontece quando peço para enviarem a imagem do Google
Earth de um local onde querem encontrar água subterrânea a
grandes profundidades e em grandes quantidades. Pela imagem
consigo detectar as fraturas subterrâneas e acompanhá-las em toda a

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sua extensão, pois elas ocorrem como planos subverticais, como


livros em pé, aparecendo na subsuperfície como linhas, como se
tivéssemos olhando um plano em pé, de cima, vemos somente a
linha do lado do plano. Em seguida, após essa comprovação, vou
diretamente ao local e percorro esse local identificando, pela
radiestesia, sempre, a fratura e indico onde deve ser perfurado.
Desse modo encontrei água nas grandes companhias (veja esse item
à frente).
Vocês estão vendo que nós somos seres tetradimensionais, pois
captamos informações à distância, através de imagens e fotos, pois
se encontram gravadas as informações, das mais diversas, de forma
holográfica, diria de forma holográfica plana, não visível, pois se
encontram gravadas frequências e comprimentos de ondas do mundo
tridimensional, onde ocorre a realidade tridimensional projetada
nesse plano, que é a imagem do local projetada na foto ou imagem;
melhor ainda, captar nessa foto ou imagem o que está ocorrendo a
grandes profundidades, muito além da superfície.
Precisamos de um decodificador de informações vibracionais e por
isso utilizamos a nossa consciência, que transcende o nosso cérebro-
mente, para identificar essas vibrações, utilizando a radiestesia como
instrumento de medição. Essas vibrações estão entrelaçadas em um
emaranhado de vibrações, que se encontram dobradas e implicadas
umas às outras. O decodificador quântico, que somos nós mesmos,
deve utilizar um meio de separar cada tipo de vibração e qualificá-la.
Para essa decodificação é necessário utilizar o conhecimento das
vibrações que se está à procura, como, por exemplo: água
subterrânea, quebra de rochas, micro-ondas, alta tensão, radiação
ionizante, entre uma infinidade delas. No nosso caso estamos
identificando certo número limitado de vibrações, que devem ser
conhecidas profundamente, antes, em locais previamente conhecidos
e depois, ao analisar a foto ou imagem ou no próprio local, comparar
as semelhanças e com isso dar um diagnóstico da presença delas ou
não. Essas informações também estão dobradas e implicadas
quanticamente em nosso cérebro e em nosso corpo.
Quando analisamos as fotos, as imagens e locais, entramos em
ressonância com o que esses locais estão emitindo e conseguimos,
dessa forma, em comparação com as informações gravadas em nosso
cérebro, dessas mesmas vibrações, pois ocorre uma reação
ressonante, captada através do pêndulo, que indica a presença ou
ausência das anomalias pesquisadas. Para isso utilizamos gráficos
criados com a finalidade da busca em questão. Quando o pêndulo
indica valores zero, nesses gráficos, indica que nosso organismo não
entrou em ressonância com a vibração buscada, pois quando estamos
utilizando um gráfico específico captamos somente a vibração que o

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gráfico está indicando e não todas as vibrações existentes nesses


locais, que se encontram dobradas e implicadas. E quando, através
de um determinado gráfico, captamos a vibração específica desse
gráfico, quer dizer que existe essa vibração, onde o nosso cérebro,
através do pêndulo identifica, qualifica e quantifica essa informação.
Em suma: desdobramos e explicamos, separadamente, cada tipo de
emissão vibracional, separando-a de todas as outras vibrações. Dessa
forma conseguimos dar um diagnóstico com precisão, diminuindo a
possibilidade de erro.
A ideia mecanicista, tão bem instalada em nossas mentes, não
permite que tenhamos abertura para perceber (não raciocinar!) essa
realidade tetradimensional, não percebível pelos nossos cinco
sentidos. Precisamos transcender essa realidade tridimensional e
penetrar no mundo de dimensões superiores.
A ciência tem que continuar com o seu caminho na busca de
comprovações do mundo visível, invisível, mecânico, relativista e
quântico, pois somente com a comprovação real desse mundo
invisível ocorre o crescimento de nossa sociedade. Portanto, não
podemos esperar que fosse reconhecido, este tipo de conhecimento
empírico, sem instrumentos que comprovem a veracidade das
observações, aceito pela sociedade e pela ciência como um todo.
Vejam bem! Como pode a ciência oficial aceitar que estejam gravadas
em uma foto, ainda mais utilizando uma linguagem não
comprobatória, informações que estão “atomicamente” ou
“holograficamente”, inseridas nelas, da realidade tridimensional.
Ainda mais afirmar, “categoricamente” e com toda a segurança que
“realmente” conseguimos captar informações nessas fotos.
E vamos mais longe! Imaginem agora como podemos, além de
perceber as informações contidas em fotos, imagens, em plantas
topográficas, dos locais analisados, ainda, através de uma planta do
imóvel, “modificar” a energia existente nesses locais, à distância,
não-local, de modo que introduzimos uma informação nessa planta
do imóvel e simultaneamente, imediatamente, ocorre uma
modificação “real” nesse local e as pessoas que ali moram as
recebem e começam a sofrer modificações internas, em seu
organismo, mesmo que elas próprias não se deem conta disso, pois
não conseguem perceber diretamente que algo está acontecendo.
Mas, realmente, ocorre uma modificação no local, como
exaustivamente venho afirmando, mesmo que não se tenha a
comprovação desejada pela ciência, pois não têm instrumentos que
possam comprovar, de forma direta e irrefutável, a veracidade de tal
informação.

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Como poderíamos dizer: perceber uma realidade de um local


tridimensional através de uma imagem ou foto bidimensional, como
um holograma plano, que grava essas informações desse local real,
só é possível através de uma visão “tetradimensional” e agora,
realizar uma modificação nessa realidade tridimensional, que é o local
real, através de uma planta topográfica do terreno ou da residência,
que, aparentemente, parece ser um simples pedaço de papel com
desenhos do local, bidimensional, que “entendemos” como sendo
uma projeção holográfica plana dessa realidade tridimensional, sendo
que essa modificação “quântica” só possa ocorrer em uma “quinta
dimensão” ou “pentadimensional”.
Vejam o exemplo dessa estranha realidade, quadridimensional, que
está contida em meu livro: Manual Técnico de Geobiologia. Nesse
caso não se preocupe com a forma escrita, pois não estou
modificando o que está escrito e as numerações de figuras, etc...
14.2.2 Análise geobiológica do Sítio do Joel na região noroeste
do Estado de São Paulo, próximo ao Rio Paraná.
Este estudo foi realizado em abril de 2009 através de imagens da
Google Earth. Trabalho realizado à distância para verificação de
possíveis anomalias microvibratórias que pudessem afetar as
plantações realizadas no sítio.
O local encontra-se no Município de Três Fronteiras no Estado de São
Paulo, acompanhando a Rodovia dos Barrageiros – SP 595, na altura
do quilômetro 108 (km 108).
O resultado mostrou pela análise geobiológica, a presença de
anomalias eletromagnéticas emitidas por um linhão de Alta Tensão
que corta o sítio na porção norte e anomalias eletromagnéticas
emitidas na subsuperfície, nas rochas do embasamento cristalino
representado pelas rochas basálticas que sofreram alterações em
seus constituintes com emissão de gás radônio como produto de
desintegração do elemento radioativo natural Rádio que se
concentrou anomalamente, devido à alteração dessas rochas.
Também captamos na superfície uma fratura com direção próxima a
norte-sul, cortando o sítio em sua maior extensão.

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Figura 91 – Sítio do Joel.

Figura 92 – Planta geográfica do Sítio do Joel. As rochas que


ocorrem na região são basálticas. Encontram-se fraturadas, cobertas
por sedimentos do Grupo Bauru, constituídos de arenitos da
Formação Santo Anastácio e solo espesso de alteração dessas rochas
na subsuperfície. Observa-se a indicação do Norte Magnético na
planta.

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Imagem do Google Earth


Figura 93 – Imagem do Google do Sítio do Joel. Vamos analisar o
sítio. Primeiramente vamos quadricular toda a área, com quadrados
proporcionais à escala da imagem, pendulando sobre uma régua
paralela a essa imagem. No interior dos quadrados fazemos as
medições, primeiramente com o Biômetro de Bovis. Sabedor da
passagem de Alta Tensão sobre o sítio identificou-se o linhão.
Presença de Alta Tensão

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Interpretação Geobiológica por Marcos Alves de Almeida


Figura 94 – Sítio do Joel com as anomalias Eletromagnéticas
identificadas através da imagem do Google Earth e no caso da Alta
Tensão pela planta do sítio. É necessária uma verificação diretamente
no terreno para confirmação das observações à distância, caso haja
necessidade de desenvolver culturas de plantios orientadas. Nesse
caso é interessante escolher duas áreas: uma com radiação e outra
sem radiação e comparar os resultados, após um período.
Posteriormente modificar a área afetada pela radiação,
reequilibrando-a e novamente fazer comparações. Assim é que se
desenvolvem pesquisas científicas, mesmo que a ciência oficial não
considere os resultados ou não aceite os métodos utilizados.

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Interpretação Geobiológica por Marcos Alves de Almeida


Figura 95 – Vejam os quadriculados com os valores de anomalias
indicados pelo Biômetro de Bovis (1, 2 ou 3 referentes a valores
Bovis de 1.000Ä, 2.000Ä ou 3.000Ä). Vejam o linhão de Alta Tensão
cruzando o sítio. Indicamos em amarelo a faixa de influência do
campo Elétrico.
Foi identificada uma faixa com anomalias com Bovis emitindo 50Ä,
significando um pequeno comprimento de onda, logo uma alta
emissão de frequência.
Presença de Radiação Ionizante (Gama) com emissão de Gás
Radônio - Eletromagnética

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Interpretação Geobiológica por Marcos Alves de Almeida


Figuras 96 – Faixa de radiação ionizante com emissão de
comprimentos de ondas de 50Ä, indicando uma frequência da ordem
de 108 GHz, com energia acima de 30 eV (elétronVolt) de acordo com
a Tabela de Frequências e Comprimentos de Ondas Eletromagnéticas.

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Interpretação Geobiológica por Marcos Alves de Almeida


Figura 97 - Detalhe da Figura anterior. Vejam que ocorre uma
diminuição brusca do comprimento de onda nos quadrados marcados
com “x”, que significa que o comprimento de onda passou
bruscamente para Bovis: 40Ä, indicando um aumento da frequência
com valores de f = 109 GHz. Local com radiação ionizante com
emissão de Gás Radônio, devido à alteração das rochas basálticas,
contendo o elemento químico Rádio, que sofre desintegração
atômica; sendo um fenômeno que ocorre no substrato rochoso,
coberto por sedimentos do Grupo Bauru, com deposição dos arenitos
da Formação Santo Anastácio. Essa radiação ionizante é de caráter de
radiação gama, Eletromagnética.
Verificamos que esses valores são indicativos de radiação ionizante,
no entanto, não se pode comparar com os aparelhos de medição
fabricados pelo homem. Primeiramente esses aparelhos não captam
tão pouca emissão, de quantidade débil, nesse sentido não se pode
estar comparando diretamente com valores que os aparelhos
poderiam indicar. Somos instrumentos Bioreceptores e Bioemissores
não sendo possíveis de ser comparados com máquinas simples
construídas pelo homem.
No caso do Sítio do Joel, essa radiação ionizante, com emissão de gás
radônio, é dispersa (não polarizada) na superfície do terreno. Por
esse motivo, essa radiação não causa problemas diretos à vegetação,

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no entanto, se for construída uma residência ou um barracão para


abrigar animais, aí sim começam os problemas, pois ocorre uma
acumulação desse gás radônio (em locais pouco ventilados e
fechados) nesses locais. Mas devemos ter em mente que essa
emissão radioativa é débil, o que levaria muitos anos para afetar os
moradores de uma residência ou de um barracão.
A seguir identificamos a presença de zona tectônica (faixa com
quebra de rochas que sofreram fraturamentos intensos). Veja a
seguir.
Presença de Zona Tectônica

Interpretação Geobiológica por Marcos Alves de Almeida

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Interpretação Geobiológica por Marcos Alves de Almeida

Figura 98 – Faixa de zona tectônica no sítio do Joel. O Biômetro de


Bovis pode estar indicando 1.000Ä, o que não caracteriza um
diagnóstico da anomalia. É preciso utilizar o gráfico específico de
Zona Tectônica para comprovar a presença dessa zona de
fraturamento anômalo.
Vocês estão vendo que, com o passar do tempo, vamos aprimorando
as observações, utilizando vários gráficos, ou melhor, meios de
identificação de anomalias microvibratórias de diferentes frequências
e comprimentos de ondas. Vocês acompanharam que não é possível
utilizar somente o Biômetro de Bovis, pois esse gráfico não dá
diagnóstico do tipo de anomalias que está captando. Pode estar
indicando 1.000Ä e com esse comprimento de onda, muitas
anomalias podem ter esse comprimento de onda de emissão, no
entanto serem completamente diferentes quanto ao grau de
insalubridade que afetam os seres vivos.
Foi necessário conhecer cada tipo de anomalia Eletromagnética
microvibratória emitida por cada local conhecido para se criar os
gráficos e posteriormente analisar, com os gráficos criados, locais
desconhecidos e diagnosticá-los com as mesmas emissões, já
memorizadas pelo nosso organismo. Primeiramente ir a locais

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conhecidos com cada tipo de anomalia, criar os gráficos, e


posteriormente ir a locais desconhecidos, já com a memória dessas
anomalias. Lembrando sempre que somos Bioreceptores e
Bioemissores.
Vejamos a Figura 99, onde encontramos as anomalias
microvibratórias na superfície do Sítio do Joel, pela imagem do
Google Earth: uma zona tectônica (Norte-Sul) e uma faixa de
radiação ionizante, com emissão de gás radônio.

Interpretação Geobiológica por Marcos Alves de Almeida


Figura 99 – Nesta figura parcial mostramos a superfície do sítio,
como uma projeção holográfica plana das observações realizadas
anteriormente, através das imagens do Google Earth. Vemos a Alta
Tensão em amarelo, como emissão superficial, realizada pelo homem,
a domótica humana. Vemos uma faixa Norte-Sul cortando o sítio
indicando uma zona tectônica (quebra das rochas) e uma faixa
irregular esverdeada indicando uma zona de radiação ionizante, com
emissão de gás radônio.
Verificamos agora, através de uma visão tridimensional da área da
superfície do sítio e adjacências, utilizando a imagem do Google Earth
do Sítio do Joel como uma projeção, do tipo holográfico planar, na
superfície topográfica do sítio, das anomalias emitidas pela alteração
das rochas basálticas do substrato rochoso, com emissão das
anomalias microvibratórias de uma zona tectônica, com um sistema
de fraturamento gerando um plano vertical cortando as rochas
basálticas e alteração dessas rochas contendo elementos radioativos
naturais da Tabela Periódica, no local, contendo o elemento Tório que
se desintegra e se transforma em Rádio que sofre desintegração
atômica se transformando em Gás Radônio, emitindo em uma faixa
na porção sul do sítio, até polônio. Deve-se ter em conta que o Tório
emite radiação Gama de caráter eletromagnético, portanto, o gás
radônio não se comporta como um gás, propriamente dito, pois é
uma transformação eletromagnética. Diferentemente, se fosse a

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desintegração do Urânio, aí sim, teria uma emissão radioativa Alfa,


portanto, resultando em gás radônio, na forma de um gás
verdadeiro, inerte. Neste caso, poderia abrir a janela e ventilar, mas
na radiação Gama, eletromagnética, não adianta, pois continua
atuando no local.
Essas anomalias nas rochas basálticas refletem na superfície do
terreno na forma de energias nocivas. Quando utilizamos a imagem
do Google Earth para captarmos as anomalias eletromagnéticas
anômalas emitidas pelas descontinuidades que afetaram as rochas
basálticas percebemos na superfície topográfica, como uma imagem
holográfica a realidade que acontece à grandes profundidades.

Interpretação Geobiológica por Marcos Alves de Almeida


Figura 100 – Nesta figura observamos, em verdadeira grandeza,
tridimensionalmente, o que foi projetado na superfície do terreno,
onde captamos essas informações através das imagens do Google
Earth. Vemos, na parte de cima rochas sedimentares do Grupo
Bauru, contendo arenitos, siltitos e argilitos. São rochas do período
Cretáceo. Abaixo dessas rochas encontramos as rochas vulcânicas
(basálticas) do Grupo Serra Geral, do período Jurássico/Cretáceo
Inferior. São rochas ígneas vulcânicas que intrudiram na Crosta
Terrestre. Essas rochas vieram do interior da Terra, do Manto
incandescente, abaixo da superfície terrestre. Essas rochas vulcânicas
contêm, em muitos locais, a presença dos elementos químicos Rádio
e Tório, elementos radioativos da Tabela Periódica. Vocês observam a
alteração da rocha basáltica que, durante milhões de anos sofreram
desagregações e alterações pela penetração de águas superficiais por
rupturas nas rochas. Essa desagregação leva à concentração anômala
desses elementos radioativos, que por desintegração atômica se

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transformam em gás radônio e este em polônio, elementos


radioativos que afetam os seres vivos.
Vejam o bloco diagrama a seguir como uma forma de compreensão
do fenômeno observado na superfície, reflexo holográfico, de
anomalias que afetaram as rochas em profundidade.

Bloco Diagrama por Marcos Alves de Almeida


Figura 101 – Nesta figura, agora entendendo melhor o que se
observa na superfície de um sítio, fábrica, escritório ou residência,
observamos a totalidade da observação sistemática. O que se
observa no terreno é, na verdade, uma projeção holográfica do que
está contido no interior da Terra, não visível pelos cinco sentidos.
Essa observação é realizada por nós, através, no nosso caso, da
radiestesia como instrumento de medição tridimensional.

141
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Utiliza-se o cérebro-mente como veículo de captação das anomalias


microvibratórias anômalas do sítio, através das Imagens do Google
Earth. O cérebro-mente funciona como um instrumento holográfico
espacial que capta na imagem as informações gravadas na superfície
do terreno, como reflexo de anomalias nocivas emitidas pela
alteração das rochas basálticas aumentando a concentração do
elemento radioativo natural: rádio, que sofre desintegração atômica
se transformando em radônio, um gás inodoro, insípido e invisível e
capta-se, também, a quebra de rochas do substrato basáltico,
gerando uma falha ou fratura de grande extensão. Essas anomalias
quebram o equilíbrio biótico do local.

Marcos Alves de Almeida


Figura 102 – Nesta figura observamos o início de todas as
observações anteriores. Somos seres com cérebro-mente holográfico
espacial, capazes de captar, à distância, através de imagens,
fotografias, plantas, etc., uma realidade espacial real, em qualquer
parte do Globo Terrestre (para limitarmos e restringirmos as nossas
considerações) informações contidas nas imagens (no nosso caso) de
uma realidade tridimensional projetada no plano (na superfície do
objeto observado, no caso a Crosta Terrestre superficial, a
geomorfologia da Crosta).
Observa-se, a seguir, a interação homem-meio ambiente, onde
observamos o homem captando informações de subsuperfície, do
substrato rochoso, de forma indireta, através da imagem da
superfície do sítio, obtida pelo Google Earth (via satélite), utilizando

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instrumentos de medição que é o nosso próprio cérebro, holográfico


espacial, o que está ocorrendo, tridimensionalmente, nesse substrato
rochoso, localizado em profundidade, onde se consegue identificar
anomalias microvibratórias anômalas que afetam os seres vivos que
vivem na superfície dessa imagem.

Instrumento de medição quântica: Cérebro-Mente – Captação


Holográfica Espacial não-local – à distância

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Bloco Diagrama por Marcos Alves de Almeida

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Figura 103 – Bloco diagrama esquemático do sitio do Joel na


superfície topográfica como reflexo holográfico dos fenômenos que
afetaram as rochas em profundidade, no substrato rochoso, não
visível na superfície e não captável pelos cinco sentidos.
Através da análise geobiológica do terreno do sítio na superfície
pode-se deduzir e captar, através da radiestesia como instrumento de
medição, as anomalias microvibratórias em grande profundidade.
Para isso é necessário rigoroso método científico (como metodologia
sistemática) e conhecimento da realidade observada, para a
identificação de cada tipo de anomalia.
Vejam o estudo, à distância, pelas imagens do Google Earth do sítio
do Joel (figuras anteriores).
A região de estudos encontra-se localizada na região noroeste do
Estado de São Paulo,
Na Rodovia dos Barrageiros, Km. 108, entre as Barragens de Jupiá e
Ilha Solteira, ao longo do Rio Paraná, divisa com o Estado de Mato
Grosso do Sul.
As rochas encontradas nessa região correspondem aos sedimentos
mesozoicos do Grupo Bauru, do Cretáceo Superior, correspondentes à
Formação Santo Anastácio. Essa Formação é constituída
predominantemente por arenitos avermelhados e na região do
presente estudo apresenta uma espessura de cerca de 30 metros.
Essa Formação sobrepõe-se às rochas basálticas do Grupo São Bento,
do Jurássico-Cretáceo Inferior, como embasamento cristalino
Mesozoico, encimados pela Formação Santo Anastácio citada acima.
Trabalhei na região por vários anos, realizando mapeamento
geológico pelo Agrupamento de Geologia Geral do Instituto de
Pesquisas Tecnológicas do Estado de São Paulo. Trabalhos realizados
na década de oitenta (1981), culminando com a confecção do Mapa
Geológico do Estado de São Paulo, na escala 1:500.000 (vide
bibliografia).
Vejam, as seguir, a geologia da região de estudos, mostrando a
Rodovia dos Barrageiros onde se encontra o sítio do Joel.

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Bistrichi et al.
Figura 104 – Trecho noroeste do Estado de São Paulo mostrando a
geologia do local de estudos, com destaque à Rodovia dos
Barrageiros – SP 595, onde se observa os sedimentos do Grupo
Bauru – Formação Santo Anastácio e no embasamento, em verde, as
rochas basálticas do Grupo São Bento.
Vocês estão vendo que o mundo quântico pode ser observado no
mundo macro, mas, no entanto, é preciso, para acessá-lo, utilizarmos
a nossa mente quântica e não a nossa mente mecânica.
Abraços Marcos

LEITURAS ADICIONAIS
Literatura diversa
Abbott, Edwin A. – “Planolândia – um romance de muitas
dimensões” – http://groups-beta.google.com/group/Viciados-
_em_livros.
Almeida, Fernando Flávio Marques de – “Fundamentos do
Relevo Paulista” - Geográfico e Geológico, p. 169-263. (IGC.
Boletim, 41).
Almeida, Fernando Flávio Marques de - “Diferenciação
tectônica da plataforma brasileira” – In: Congresso Brasileiro de
Geologia, 23 - Salvador – 1969 – SBG – p. 29-46.
Almeida, Marcos Alves de - “O método científico aplicado à
radiestesia” –– ABRAD – inédito.

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Artigos de geobiologia de M. A. Almeida –


www.radiestesiaonline.com.br /matérias.
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vida cotidiana” - 1990 – Editora Rideel Ltda.
Bachler, Käthe – “Radiestesia e Saúde – Influências
Geobiológicas sobre os Seres Vivos - 1992 – Editora Cultrix.
Bailey, Arthur – “O diagnóstico pela radiestesia” – 1990 -
Editora Estampa.
Baranauskas, Vitor – “O celular e seus riscos” – Fundação
Biblioteca Nacional.
Becker, Alfredo Ernesto – “Radiações maléficas do subsolo – O
milagre da forquilha – a nova orientação prophylactica da
architectura” - 1935 – Edição do autor. S. Paulo.
Becker, Alfredo Ernesto - “A história da Radiestesia” – Boletim
da Sociedade Brasileira de Radiestesia – São Paulo Editora Ltda. –
1941 – S. Paulo.
Belizal, A. de e Morel, P. A. - “Física Microvibratória e Forças
Invisíveis” - 1976 – Nova tradução de António Rodrigues
(www.institutomahat.com.br)
Bennett, J. G. – “O homem interior – Os caminhos da
transformação” - 1978 – Editora Martins Fontes.
Bennett, J. G – “O Eneagrama” – 1993 - Editora Pensamento.
Bentov, Itzhak – “À Espreita do Pêndulo Cósmico – A mecânica
da Consciência” – 1988 – Editora Cultrix/Pensamento.
Bohm, David – “A totalidade e a ordem implicada – uma nova
percepção da realidade” - 1980 - Editora Cultrix.
Brennan, Barbara Ann - “Mãos de Luz” – 1987 - Editora
Pensamento.
Brown, T. L., LeMay Jr., H. E., Bursten, B. E., Burdge, J. R. –
“Química - A ciência central” – 2007 – Editora Pearson Education
do Brasil.
Bueno, Mariano – “O grande Livro da Casa Saudável” –1995 -
Editora Roca.
Capra, Fritjof – “A Teia da Vida – Uma nova compreensão
científica dos sistemas vivos” – 1995 - Editora Cultrix.
Carter, Rita; Aldridge, Susan; Page, Martyn e Parker, Steve –
“O Livro do Cérebro – Guia Ilustrado da Estrutura, da Função e
dos Transtornos Cerebrais” – 2009 – Editora Duetto.

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Charman, R. A. (in S. Kitchen) - “Eletroterapia – prática baseada


em evidências – cap. 2 – Propriedades elétricas das células e
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Vibratória” – 1976 - Nova tradução de António Rodrigues
(www.institutomahat.com.br).
Dobson, T. & Hurley, K. - “Meu eu melhor – Usando o
Eneagrama para liberar o poder do Eu interior” - 1995 – Editora
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Goswami, Amit – “A Janela Visionária: um guia para
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Gurdjieff, G. I. – “Encontros com Homens Notáveis” - 1990 -
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Gurdjieff, G. I. – “Relatos de Belzebu a seu Neto: Crítica
Objetivamente Imparcial da Vida dos Homens – De Tudo e de

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Lawlor, Robert – “Geometria Sagrada” - 1996 – Coleção Mitos.
Moore, J. W. - “Físico-química” – v. 1 e 2. – 1976 – Editora
Edgard Blucher.
Okuno, Emico - “Radiação – Efeitos, Riscos e Benefícios” –
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Ouspensky, P. D. - “Tertium Organum – Uma Chave para os
Enigmas do Universo” – 1983 – Editora Pensamento.
Ouspensky, P. D. – “Consciência – Em busca da verdade” –
1985 – Editora Martins Fontes.
Ouspensky, P. D. – “Um novo modelo do Universo – Princípios
do método psicológico aplicado aos problemas da Ciência, da
Religião e da Arte” - 1987 – Editora Pensamento.
Ouspensky, P. D. – “Psicologia da Evolução Possível ao
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Ouspensky, P. D. – “Fragmentos de um ensinamento
desconhecido – em busca da verdade” - 1993 - Editora
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Pessis-Pasternak, entrevistas de Guitta– “Do Caos à


Inteligência Artificial” – 1992 – Editora UNESP, S. Paulo.
Queiroz, M. S. – “Em busca do paraíso perdido – A teoria dos
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Salam, Abdus, Heisenberg, Werner & Dirac, Paul A. M. – “A
Unificação das Forças Fundamentais – O grande desafio da
física contemporânea” – relatada por Abdus Salam – 1993 – Jorge
Zahar Editor. Rio de Janeiro.
“Scientific American – Gênios da Ciência – Einstein: o olhar da
relatividade” – Revista n. 6 – Brasil.
“Scientific American – Gênios da Ciência – Quânticos: os
homens que mudaram a física” – Revista n. 13 – Brasil.
“Scientific American – Gênios da Ciência – Stephen Hawking:
em busca do segredo do cosmos” – Revista n. 11 – Brasil.
“Scientific American – Genoma: o código da vida” - Edição
Especial – Revista n. 16 – Brasil.
“Scientific American – Paradoxos do Tempo” – Edição Especial –
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Servranx, F. et W. (in A. Rodrigues) – “Matérialisations
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Speeth, Kathleen Riordan – “O trabalho de Gurdjief” - 1976 –
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Talbot, Michel – “O Universo Holográfico” – 1991 – Editora Nova
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Torquato, Joaquim Raul & Kawashita, Koji – “Radioatividade e
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Edição – Apostila Anglo Vestibulares.
Zeilinger, Anton - “A face oculta da natureza – O novo mundo
da física quântica” – 2005 - Editora Globo.

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