Nelson Chavanguane EZ PDF

INSTITUTO SUPERIOR POLITÉCNICO DE GAZA
FACULDADE DE AGRICULTURA
CURSO DE ENGENHARIA ZOOTÉCNICA
Avaliação do nível de adopção da suplementação alimentar com feno em

ruminantes durante a época seca no Distrito de Mapai
Monografia Apresentada Como Requisito Para Obtenção Do Grau De Licenciatura Em

Engenharia Zootécnica
Autor: Nelson André Chavanguane

Tutora: dra Edna Filipa Xavier Guinda (Msc)
Lionde, Setembro de 2019

ÍNDICE
DEDICATÓRIA...............................................................................................................II
AGRADECIMENTOS ...................................................................................................III
LISTA DE ABREVIATURAS ....................................................................................IIIV
Resumo ...........................................................................................................................IX
1.INTRODUÇÃO..............................................................................................................1
1.1.Objectivos ...................................................................................................................2
1.1.1.Objectivo Geral ........................................................................................................2
1.1.2. Objectivos Específicos ...........................................................................................2
1.3. Problema de Estudo e Justificação ............................................................................2
2.REVISÃO BIBLIOGRÁFICA......................................................................................3
2.1.Historial da raça Landim e suas características ..........................................................3
2.2.Classificaçao taxonómica do bovino landim ..............................................................3
2.3. Necessidades Nutricionais dos bovinos......................................................................3
2.3.1.Exigências em energia .............................................................................................4
2.3.2.Exigências em proteína ............................................................................................4
2.3.4.Consumo de água .....................................................................................................5
2.4.Caracterização da vegetação do distrito de Mapai .....................................................6
2.4.1. Espécies forrageiras de maior ocorrência no Distrito de Mapai.............................6
2.4.2.Sistema de produção de gado no distrito de Mapai .................................................8
2.5. Relação de espécies animais de distrito de Mapai (Efectivo Pecuário) ....................6

2.6. Relação dos criadores de gado bovino do distrito de Mapai .....................................7
2.7. Tecnologia de produção de feno ................................................................................7
2.7.1. Fenação ...................................................................................................................7
2.7.2. Conservação de feno................................................................................................7
2.7.3. Suplementação alimentar com feno em gado bovino .............................................8
2.7.4. Composição nutricional das espécies forrageiras ...................................................8
3. MATERIAIS E MÉTODOS.........................................................................................9
3.1. Materiais ....................................................................................................................9
3.2. MÉTODOS ..............................................................................................................10
3.2.1. Localização da área do estudo ..............................................................................10
3.2.2.Clima e Hidrografia ...............................................................................................10
3.2.3.Relevos e Solos ......................................................................................................10
3.2.4. Determinação do tamanho da amostra...................................................................10
3.2.5. Colecta de dados ...................................................................................................11
3.2.6. Parâmetros avaliados ...........................................................................................12
3.2.7. Análise estatística .................................................................................................12
4. RESULTADOS E DISCUSSÕES ..............................................................................13
4.1. Características da produção. ....................................................................................13
4.5.Relação nutrição e sanidade .....................................................................................17
5. CONCLUSÃO ............................................................................................................19
6. RECOMENDAÇÕES .................................................................................................20
7. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS. .....................................................................21
8. ANEXOS ....................................................................................................................24
ÍNDICE DE TABELAS
Tabela 1: Exigências de minerais e vitaminas do gado bovino.........................................4
Tabela 2: Exigências de gado de corte em diversos nutrientes.........................................5
Tabela 3: Espécies forrageiras...........................................................................................6
Tabela 4: Relação de espécies animais do Distrito de Mapai ...........................................6
Tabela 5: Composição nutricional das espécies forrageiras..............................................8
Tabela 6: Materiais usados durante a pesquisa.................................................................9
Tabela 7 : População e número de criadores amostrados nas áreas estudadas................10
Tabela 8: Grau de escolaridade no Distrito de Mapai.....................................................11
Tabela 9: Número de aderência a suplementação alimentar...........................................14
Tabela 10: Comparação das médias de suplementação alimentar...................................16
ÍNDICE DE FIGURAS
Figura 1: Nível de suplementação alimentação feno......................................................14
Figura 2: Variação dos alimentos usados para suplementação alimentar......................15
Figura 3: Número total dos criadores inqueridos por género..........................................16
Figura 4: Período da suplementação alimentar com feno...............................................17
Figura 5: Fontes de abeberamento de gado na época seca..............................................18
Figura 6: Surto de doenças de origem nutricional em bovinos na época seca................18

LISTA DE ABREVIATURAS
ANOVA: Análise de Variância
DUAT: Direito de Uso e Aproveitamento de Terra
FAO: Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura
ha: Hectare
Ha: Hipótese Alternativa
H0: Hipótese Nula
ISPG: Instituto Superior Politécnico de Gaza
MS: Matéria Seca
ONGs: Organizações Não Governamentais
PA: Posto Administrativo
PROSUL: Projecto de Desenvolvimento de Cadeias de Valor nos Corredores do

Limpopo e Maputo
SDAE: Serviço Distrital de Actividades Económicas

INSTITUTO SUPERIOR POLITÉCNICO DE GAZA
Chavanguane, Nelson André, “Avaliação do nível de adopção da suplementação

alimentar com feno em ruminantes durante a época seca no Distrito de Mapai”,
monografia apresentada ao Curso de Engenharia Zootécnica da Faculdade de
Agricultura do Instituto Superior Politécnico de Gaza, como requisito para obtenção do
grau de Licenciatura em Engenharia Zootécnica.
Monografia defendida e Aprovada em 02 de Setembro de 2019
Juri
Supervisora ____________________________________________________
(dra Edna Filipa Xavier Guinda, Msc)
Avaliador ____________________________________________________
(Engo Kakese Kandolo Paty)
Avaliador ____________________________________________________
(Engo Sebastião Mahunguane, Msc)

Declaração
Declaro por minha honra que esta monografia é resultado da minha investigação pessoal
e das orientações da minha tutora, o seu conteúdo é original e todas as fontes
consultadas estão devidamente mencionadas no texto, nas notas e na bibliografia final.
Declaro ainda que este trabalho não foi apresentado em nenhuma outra instituição para
propósito semelhante ou obtenção de qualquer grau académico.
Lionde, ___de ____________de 20___
(Nelson André Chavanguane)

_______________________________________
Assinatura
DEDICATÓRIA
Aos meus pais, André Joel Chavanguane e Joalina Julai Chitlango, pelo exemplo de
amor, força e moderação em todos os momentos, pelo apoio, amizade e carinho que
sempre demonstraram por mim.
A minha irmã, Linda André Chavanguane por acreditar que eu fosse para ela um
exemplo e me dar força em todos os momentos da minha vida.
A minha avó paterno, Mundavazi Macamo por sempre confiar que eu pudesse chegar
onde eu quisesse, bastava acreditar e por ser para mim o maior exemplo de superação e
carácter.
A minha esposa Albertina Samuel Murombe, que nunca me fez desistir, e nos
momentos mais difíceis esteve com seu optimismo e suas palavras confortáveis que fez
com que eu ficasse mais forte a cada dia de nossas vidas.
Aos meus queridos sobrinhos e sobrinhas e demais familiares, dedico – vos essa
monografia científica .
AGRADECIMENTOS
A Deus todo poderoso, pai consolador! Pelo amor incondicional e o conforto em todos
os momentos que acima de tudo me faz caminhar mais forte a cada dia e me dar o
prazer de viver todos esses momentos.
Aos meus pais, André Joel Chavanguane e Joalina Julai Chitlango pela compreensão
necessária para que a distância fosse um pequeno detalhe diante da imensidão do amor,
carinho e a ligação que existe entre nós, pelo sacrifício consentido, pela paciência
imensurável nos momentos mais difíceis da minha longa ausência a busca de sonhos de
infância e o incentivo restaurador que sempre recebi nos momentos mais dramáticos
desta grande epopeia.
A toda a minha família, pelo apoio incondicional em todos os momentos da minha vida
para me proporcionarem uma das maiores conquistas de sonho.
A minha esposa, Albertina Samuel Murombe pela compreensão, carinho e paciência

que teve durante a minha formação.
Ao Instituto Superior Politécnico De Gaza, por ter me dado a oportunidade de realizar
este curso.
Ao Projecto do Desenvolvimento de Cadeia De Valores nos Corredores de Maputo e

Lipompo ( PROSUL ), pelo financiamento desta pesquisa.
A minha tutora, dra. Edna Filipa Xavier Guinda, que sempre - se mostrou disposta em
me dar apoio do qual necessitava para este trabalho, pese embora tivesse muitas outras
ocupações. Obrigado pelo encorajamento que me deu na altura em que começava a ficar
desesperado.
Agradeço ao meu grande amigo Agostinho Cândido Guambe que sempre se interessou
em superar as demais dificuldades que enfrentei durante os quatro anos de faculdade.
A todos docentes do Instituto Superior Politécnico De Gaza, especialmente os do

Departamento de Zootecnia que partilharam os seus conhecimentos durante o percurso
desta formação académica, e aos colegas que durante os quatro anos tornaram possível a
realização deste sonho.
Os meus agradecimentos estendem-se ainda à todos os que directa ou indirectamente
contribuiram positivamente na concretização deste trabalho. E que por serem muitos
não haveriam páginas suficientes para escrever todos os seus nomes. À todos, que Deus
vos abençoe. Ámem.
Resumo
A suplementação alimentar é uma necessidade principalmente na época seca pois

favorece na complementação de nutrientes que não são adquiridos por completo na
pastagem. Assim sendo, objectivou-se avaliar o uso de feno como suplemento alimentar
em ruminantes durante a época seca pelos criadores de Gado no Distrito de Mapai, onde
para o alcance do mesmo realizaram-se 265 entrevistas aos criadores do gado através de
inquéritos. Com base nestes inquéritos foram identificados os benéficios e os desafios
enfrentados na cadeia de produção do feno. Os resultados demonstraram uma dualidade
na implementação da suplementação , onde há criadores que suplementam os seus
animais e outros que não suplementam consequentemente afectando estes a eficácia da
produção e tornando os animais susceptíveis as doenças nutricionais , especialmente na
época seca. Assim sendo dos 265 criadores inqueridos, 241 (88%) aderiaram a
suplementação alimentar com feno enquanto 24 (12%) criadores não aderiram a essa
tecnologia . Os dados foram processados com recurso a Excel-2010 e pacote estatístico
Minitab. Pode-se concluir que existe um nível significativo de aderência desta
tecnologia aumentando deste modo as possibilidades de melhoria da produção e
produtividade animal no Distrito de Mapai principalmente na época seca.
Palavras-chave: ruminantes, suplementação alimentar, feno, época seca.

Avaliação Do Nível De Adopção Da Suplementação Alimentar Com Feno Em Ruminantes Durante a
Época Seca No Distrito De Mapai
1. INTRODUÇÃO
Os bovinos são animais poligástricos, dotados de estômago dividido em quatro
compartimentos, contendo em sua porção inicial o rumén e o retículo que são
responsáveis pela digestão de alimentos fibrosos, transformando os nutrientes
prontamente disponíveis para o desempenho produtivo (Benez, 2007). Contudo para
melhorar a disponibilidade nutricional tem-se usado alimentos complementares como é o
caso dos suplementos alimentares que são preparações destinadas a complementar a dieta
e fornecer nutrientes que podem estar faltando ou não podem ser consumidas em
quantidades suficientes. A pastagem constitui a principal fonte de alimentos para bovinos,
contudo para que haja um bom desempenho produtivo, os ruminantes necessitam de
água, proteína, energia, vitaminas e minerais (Figueira, 2015). Entretanto a sazonalidade
de forragens espontâneas é reconhecida como um dos principais factores responsáveis
pelos baixos índices de produtividade da pecuária Moçambique. Neste âmbito torna-se
pertinente a implementação de técnicas de suplementação que favoreçam as práticas de
conservação de forragens, tais como, fenação e ensilagem, como forma de solucionar ou
minimizar o problema de falta de alimentos durante os meses críticos o que pode resultar
em mortalidade afectando o crescimento do efectivo animal (Evangelista e Tavares,
2009).
No distrito de Mapai fez - se a transferência desta tecnologia pela PROSUL em 2016 com
o intuito de solucionar o problema de falta de alimentos durante a seca, reduzindo deste
modo a morte em grande escala dos animais. Para o efeito, a FAO capacitou 30 pessoas,
entre criadores e técnicos que transmitiram os conhecimentos adquiridos na formação às
suas comunidades (SDAE, 2017).
Portanto, este estudo teve como essência enfatizar e disponibilizar informação relativa a
forma como os criadores rurais de gado do Distrito de Mapai deveriam participar nas
actividades de produção do feno e como se beneficiariam com o resultado do uso desta
tecnologia , bem como estabelecer uma base de dados no sector pecuário.
Autor: Nelson André Chavanguane 13

1. INTRODUÇÃO
Os bovinos são animais poligástricos, dotados de estômago dividido em quatro
compartimentos, contendo em sua porção inicial o rumén e o retículo que são
responsáveis pela digestão de alimentos fibrosos, transformando os nutrientes
prontamente disponíveis para o desempenho produtivo (Benez, 2007). Contudo para
melhorar a disponibilidade nutricional tem-se usado alimentos complementares como é o
caso dos suplementos alimentares que são preparações destinadas a complementar a dieta
e fornecer nutrientes que podem estar faltando ou não podem ser consumidas em
quantidades suficientes. A pastagem constitui a principal fonte de alimentos para bovinos,
contudo para que haja um bom desempenho produtivo, os ruminantes necessitam de
água, proteína, energia, vitaminas e minerais (Figueira, 2015). Entretanto a sazonalidade
de forragens espontâneas é reconhecida como um dos principais factores responsáveis
pelos baixos índices de produtividade da pecuária Moçambique. Neste âmbito torna-se
pertinente a implementação de técnicas de suplementação que favoreçam as práticas de
conservação de forragens, tais como, fenação e ensilagem, como forma de solucionar ou
minimizar o problema de falta de alimentos durante os meses críticos o que pode resultar
em mortalidade afectando o crescimento do efectivo animal (Evangelista e Tavares,
2009).
No distrito de Mapai fez - se a transferência desta tecnologia pela PROSUL em 2016 com
o intuito de solucionar o problema de falta de alimentos durante a seca, reduzindo deste
modo a morte em grande escala dos animais. Para o efeito, a FAO capacitou 30 pessoas,
entre criadores e técnicos que transmitiram os conhecimentos adquiridos na formação às
suas comunidades (SDAE, 2017).
Portanto, este estudo teve como essência enfatizar e disponibilizar informação relativa a
forma como os criadores rurais de gado do Distrito de Mapai deveriam participar nas
actividades de produção do feno e como se beneficiariam com o resultado do uso desta
tecnologia , bem como estabelecer uma base de dados no sector pecuário.

1.1.Objectivos
1.1.1.Objectivo Geral
 Avaliar o nível de adopção da suplementação alimentar com feno em ruminantes
durante a época seca no Distrito de Mapai.
1.1.2. Objectivos Específicos
 Saber o grau de escolaridade dos criadores de gado do Distrito de Mapai;
 Identificar os criadores que suplementam e os que não suplementam com feno o seu
gado;
 Identificar os benefícios da suplementação alimentar com feno na época seca.
1.3. Hipóteses do Estudo

Hipótese nula (Ho): A suplementação alimentar com feno em ruminantes na época seca
não foi aderida pelos criadores do gado do Distrito de Mapai.
Hipótese alternativa (Ha): A suplementação alimentar com feno em ruminantes na

época seca foi aderida pelos criadores do gado do Distrito de Mapai.
1.4. Problema de Estudo e Justificação

A escassez de pasto no Distrito de Mapai, constitui um grande constrangimento ao
desenvolvimento da produção pecuária associada a fraca aderência das tecnologias de
conservação da forragem em forma de feno facto este que auxilia a suprir as
necessidades nutricionais do gado na época seca (Hendrickx, 2014). Normalmente em
zonas tropicais a produção das plantas forrageiras durante o ano se manifesta de forma
irregular onde no período chuvoso pode chegar 70-90% e nas secas de 10-30% de
produção (Cappelle, 2001).
Contudo, uma parte desta população tem vindo a registar casos de perdas de gado
relacionados com a desnutrição na época seca facto que, constitui maior preocupação
tanto para os criadores assim como para o governo local uma vez que esta situação
concorre para a redução da evolução do efectivo comprometendo a situação

socioeconómica do distrito; daí a necessidade de um estudo de modo a traçar políticas e

estratégias para que todos criadores aderem a essa tecnologia produzindo feno com base
no pasto local para reduzir o impacto da escassez do alimento na época seca.

2.REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
2.1.Historial da raça Landim e suas características

A raça Landim (grupo sanga) terá sido trazido até à África Austral a partir do Alto
Egipto e Abissínia pelos Hotentontes escorraçados daquelas zonas pelos invasores
asiáticos, devendo provavelmente ser resultado de cruzamentos entre o Bovino Hamítico
(Bovino de cornos compridos) e o "Zebú de cornos Laterais". A sua pelagem é variada,
mais suave ao tacto, com muitas glândulas sudoríparas de menor tamanho desde a
simples (branca, vermelha, castanha, preta e cinzenta) até a conjugada e a mesclada
(Millen, 1982).
2.1.Classificaçao taxonómica do bovino landim

Segundo Gonzales (2013), a classificaçao taxonómica do bovino landim é:
Reino: Animalia
Filo: Chordata
Classe: Mammalia
Ordem: Artiodactyla
Família: Bovidae
Género: Bos
Espécie: Bos indicus
2.3. Necessidades Nutricionais dos bovinos.
2.3.1.Exigências em energia
Segundo Araújo et al. (1998), um animal adulto deve ter calor para manter a temperatura
do corpo; energia suficiente para manter em funcionamento os processos vitais do seu
corpo; energia mínima para movimentação; nutrientes necessários para renovação das
células e dos tecidos. A quantidade de calor produzido deste modo denomina-se
metabolismo basal do animal.

2.3.2.Exigências em proteína
De acordo com Armstrong (1995), as exigências de um animal em particular são
calculadas, primeiramente, como a proteína (nitrogénio) líquida requerida e as perdas
dérmicas como descamações e pêlo. Para Miller (1979), animais em crescimento
necessitam de grande quantidade de energia para o melhor ganho de peso/síntese de
tecidos. O equilíbrio energético do organismo é determinado pela diferença entre a
ingestão de energia proveniente dos alimentos e as perdas de energia (fezes, urina e
calor), mais a energia gasta para manutenção, produção de leite, reprodução e
movimentação.
A tabela 1 ilustra as necessidades nutricionais dos bovinos de acordo com a literatura.
Tabela 1: Exigências de minerais e vitaminas do gado bovino

Mineral/Vitamina Crescimento/Terminação Gestação Lactação
Magnésio (%) 0,1 0,12 0,2
Potássio (%) 0,6 0,6 0,7
Sódio (%) 0,06 - 0,08 0,06 - 0,08 0,1
Cobalto (mg/kg) 0,1 0,1 0,1
Cobre (mg/kg) 10 10 10
Iodo (mg/kg) 0,5 0,5 0,5
Maganês (mg/kg) 20 40 40
Selénio (mg/kg) 0,1 0,1 0,1
Zinco (mg/kg) 30 30 30
Vitamina A (UI/kg) 2200 2800 3900
Vitamina D (UI/kg) 275 275 275
Kilograma (kg), Miligrama (mg), Unidade Internacional (UI); Fonte: Amstrong, 1995
2.3.4.Consumo de água
Os animais adquirem água por meio da ingestão de alimentos, consumo volunário da
água voluntariamente resultante do metabolismo dos tecidos corporais. Entretanto, as
exigências de água referem-se à água dos alimentos e à água consumida em espécie. A
restrição da água, seja por disponibilidade limitada ou por baixa qualidade, pode reduzir a
ingestão da matéria seca. Os bovinos consomem cerca de 30% das exigências diárias de
água nas primeiras horas. A água deve estar constantemente disponível aos animais.
Nessas circunstâncias, seu consumo é maior e melhor distribuído ao longo do dia,

podendo causar aumento significativo da produção de carne e leite e, assim, trazer maior
retorno económico (Miller, 1979).
2.4.Caracterização da vegetação do Distrito de Mapai

A vegetação predominante apresenta-se com a estrutura típica de matagais e savanas,
com revestimento arbóreo ou arbustivo bastante heterogéneo, com diversidade de estratos
herbáceos, variando de acordo com a topografia e solos. Na planície areno-argilosa,
predominam florestas de Colophospermum mopane “mopane”, localmente conhecida por
“Xanatsi”, por vezes encontra-se a vegetação do tipo savana arbustiva com presença dos
Aloe marlothhi. Esta zona é de múltiplo uso, devido à sua condição edafo-climática,
nomeadamente para a agricultura e pastagem. Durante a época das chuvas faz-se
agricultura e na época seca, depois da colheita das culturas, a área é usada para pastagem
extensiva (Moises, 2014).
A estrutura de vegetação predominante nestas planícies arenosas é basicamente

constituídas de bosque fechado a savana arbórea arbustiva segundo a sua classificação
(INIA,1995).
2.4.1. Espécies forrageiras de maior ocorrência no Distrito de Mapai
Tabela 2: Espécies forrageiras.
Espécies Gramíneas Espécies Leguminosas

Panicum maximmum Centrocema macrrcarpum
Urochloa mosambicense Glycine whightii
Cynodon dactylon clitoria ternatia
Cenchrus ciliaris Vigna vixalada
Chloris gayana Phaseolus atropurpureus
Fonte: Aguiar, 2006
2.4.2. Sistema de produção de gado no Distrito de Mapai

Geralmente, neste distrito é predominante o sistema extensivo, visto que não há gestão
das pastagens. Também não é feita nenhuma suplementação para animais de tracção o
que pode estar a influir negativamente na produção agrícola, pois a disponibilidade de
água para o abeberamento de gado é muito limitada (Hendrickx, 2015).

2.5. Tabela 3: Relação de espécies animais do Distrito de Mapai (Efectivo Pecuário)

Localidades Bovinos Ovinos Caprinos
16 De Junho 6250 2792 482
Mpuzi 4837 2485 412
Chidulo 4745 1443 485
Mapai Rio 5813 4817 181
PA Mapai 21645 11537 1560
Hariane 514 210 186
Machaila Sede 2454 909 316
PA Machaila 2968 1119 502
TOTAL 25093 12656 2254
Fonte: SDAE, 2018
2.6. Tecnologia de produção do feno
2.6.1. Fenação
É uma das formas de conservação das plantas forrageiras e consiste na desidratação da
forrageira retirando o excesso de humidade de 70% a 90% para 12% a 25%, de modo que
o produto possa ser armazenado por longo tempo sem perigo de fermentação ou mesmo
combustão espontânea e para posterior fornecimento aos animais nas épocas de escassez
do alimento. De salientar que para que esse processo ocorra é pertinente que se siga
algumas etapas, a seguir: o corte da planta forrageira, a secagem, o reviramento,
enfardamento e posterior armazenagem (Dantas, 2010).
2.6.2. Conservação do feno

Segundo (Jimenez, 2013), as formas de armazenamento do feno são as seguintes:
Armazenamento em medas: onde o feno pode ser armazenado em meda, no próprio

campo ou então em outro local, como próximo ao estábulo, onde o rebanho tenha acesso
directo.Armazenamento a granel: o feno neste caso pode ser recolhido manualmente,
com auxílio de garfos ou colhedeiras, onde é armazenado solto, em qualquer construção,
ficando livre de humidade.
Armazenamento em fardos: o enfardamento tem como vantagem a redução do volume

do feno, em torno de 40 a 60%, facilitando não somente o armazenamento, mas também
o transporte, o manuseio e a distribuição aos animais. O feno enfardado não pode ter mais
de 20% de humidade, a água conduz a perdas por fermentação e perigo da combustão

espontânea, mais intensamente que quando armazenado agranel.
2.6.3. Suplementação alimentar com feno em gado bovino

O fornecimento de feno preferencialmente deve ser feito em fenís, porém pode ser
ministrado em cochos, no chão solto ou em fardos, com ou sem protecção de tábuas ou
arame. Para os rebanhos mantidos a campo, pode-se espalhar os fardos em quantidade
suficiente para 2 ou 3 dias. A quantidade de feno que pode ser fornecida vai depender da
quantidade existente, da disponibilidade de outros alimentos e da categoria do animal. A
capacidade de consumo diário de feno pelos bovinos adultos, de um modo geral, está
entre 1,7% e 3%, calculado sobre o peso vivo do animal. Se o feno for de qualidade
inferior, grosseiro e com baixa aceitação pode-se melhorar o consumo adicionando-se
melaço ou sal comum (Jimenez, 2013).
2.6.4. Composição nutricional das espécies forrageiras

Os teores de matéria seca (MS), proteína bruta (PB % na MS) e NTD (% na MS), P e Ca
de fenos de diferentes espécies forrageiras (gramíneas e leguminosas) são descritas na
tabela 4.
Tabela 4: Composição nutricional das espécies forrageiras
Espécies Forrageiras MS PB% NTD P% Ca

Panicum maximum 93.5 6.7 48.9 0.26 0.47
Urochloa mosambicense 85.10 6.86 - - -
Cynodon dactylon 86.2 11 54.0 0.24 0.26
Cenchrus ciliaris 83.3 12.0 - 0.26 0.98
Chloris gayana 91.9 6.95 46.39 0.19 0.43
Centrocema macrrcarpum 89.00 19.90 47.7 - -
Phaseolus atropurpureus 90.51 16.25 - - -
Glycine whightii 88.9 14.4 - 0.31 0.99
Ca: cálcio, MS: matéria seca, NTD: nutrientes totais digeríveis, P: fósforo, PB:proteína bruta.
Fonte: Figueira, 2015

3. MATERIAIS E MÉTODOS
3.1. Materiais
Para a materialização do estudo, foram necessários os seguintes materiais indicados na
tabela 5.
Tabela 5: Materiais usados durante a pesquisa.
Descrição do material Função

Fichas de inquérito Serviram para questionário
Laptop Processar dados colhidos no campo
Máquina Fotográfica Captação de imagens
Caderno do campo Anotação dos dados colhidos no campo
Esferográficas Escrever dados colhidos no campo
Borracha Apagar no caso de haver falhas
Fato macaco Protecção
Botas Protecção
Boné Protecção
Fonte: Autor

3.2. MÉTODOS
3.2.1. Caracterização da área do estudo

O inquérito foi realizado no Distrito de Mapai que está localizado na parte norte da
província de Gaza. Tem limites geográficos, a norte com os distritos de Chicualacuala e
Massagena, a leste com o distrito de Chigubo, a sul com os distritos de Mabalane e
Massingir, e a oeste é limitaddo pelo distrito de Chicualacuala (Ministério da
Administração Estatal, 2018).
3.2.2.Clima e Hidrografia
A precipitação média anual é de 365 mm, a estação das chuvas tem o seu início no mês
de Outubro e termina em Abril. A precipitação média mensal durante a estação de chuvas
é de 49,6 mm, correspondendo a cerca de 95% de precipitação média anual. Os meses de
transição entre as estações húmida e seca e vice-versa são os de Abril e Outubro, a
precipitação média mensal é cerca de 4 mm, durante os cinco meses da estação seca.
Durante esse período a precipitação média total é de 18.4 mm, que representa a
quantidade da precipitação durante o inverno (Ministério da Administração Estatal,
2018).
3.2.3.Relevos e Solos
O Distrito de Mapai localiza-se numa região agro-ecológica caracterizada por solos pobre
a moderadamente férteis, e condições climáticas áridas a semi-áridas. A vegetação
predominante, correlaciona-se com as grandes unidades geomorfológicas ou fisiográficas
com uma estrutura da vegetação típica de matagais e savanas, com revestimento arbóreo
ou arbustivo bastante heterogéneo, com diversidade de estratos herbáceos, variando de
acordo com a topografia e solos (Ministério da Administração Estatal, 2018).
3.2.4. Determinação do tamanho da amostra
Para a selecção da amostra adaptou - se ao método de amostragem estratificada o qual

consiste em dividir a população em amostras ou subgrupos denominados estratos.
Para o cálculo do tamanho da amostra “n” foi aplicada a fórmula n=N* n0 /(N+ n0), onde
N é tamanho da população e n0 primeira aproximação da amostra BARBETTA, (2002).

Para efeito do cálculo considerou-se o número de criadores de gado existentes em cada

localidade seleccionada para o estudo com recurso a dados de arrolamento fornecido pelo
Sector da Pecuária ao nível do SDAE, vide em anexo 1. Segundo SDAE (2018), as três
localidades que foram alvo do estudo dispõem de 823 criadores de gado.
Tabela 6 : População e número de criadores amostrados nas áreas estudadas

Áreas de estudo Tamanho da População “N” Tamanho de Amostra “n”
16 de Junho 318 102
Mpuzi 207 67
Mapai Rio 298 96
Total 823 265
Fonte: Autor
3.2.5. Colecta de dados

A colecta dos dados foi realizada nas localidades de 16 De Junho, Mapai Rio e Mpuzi
por serem os locais estratégicos onde foi transferida essa tecnologia pela PROSUL, para
além de ser aldeias de maior concentração da população dos ruminantes. A metodologia
que foi usada nesta actividade incluiu a abordagem antes de tudo diferentes fontes de
informação: documentos oficiais sobre o número de criadores do Distrito de Mapai
fornecidos pelo SDAE, a bibliografia diversa sobre a criação de gado em Moçambique,
negociação com os líderes comunitários e assim como também os questionários que
foram ministrados aos criadores seleccionados aleatoriamente. Além da pesquisa
bibliográfica que decorreu paralelamente com outras actividades, o trabalho foi dividido
em três momentos diferentes: (i) a preparação do trabalho de campo, (ii) o trabalho de
campo e (iii) o processamento e a análise dos dados colhidos e por fim a elaboração do
relatório final.
(i)- Preparação do trabalho de campo: esta fase consistiu na preparação do roteiro dos
questionários, onde fez - se também o pré-teste das questões para verificar se há
inconsistência ou complexidade das questões, ambiguidade nas questões ou perguntas
supérfluas ou ainda, excesso de questões sobre o tema em pesquisa.

(ii) - Trabalho do campo: a recolha de dados foi feita através de um inquérito a 265
criadores do gado do Distrito de Mapai (anexo 2). De seguida buscou - se informações
relevantes ao tema de forma a relacioná-las com o nível de adopção desta tecnologia.
(iii) – Processamento e análise dos dados: foram analisadas as respostas dadas nos
questionários por entrevistas. Assim sendo, através da ferramenta Excel organizou-se os
dados em forma de tabela para melhor processá-los.
3.2.6. Parâmetros avaliados

No estudo os parâmetros avaliados foram basicamente o número de criadores que
suplementam com feno os seus animais e os que não usam a suplementação alimentar, e o
nível de escolaridade como forma de determinar o nível de adopção da suplementação
alimentar com feno.
3.2.7. Análise estatística

Os dados foram processados com recurso ao pacote estatístico Minitab e Excel. Antes da
análise da variância (ANOVA), fez-se o teste de normalidade dos dados seguida da
estatística descritiva, separação das médias usando teste Tukey a 5% de probabilidade.

4. RESULTADOS E DISCUSSÕES
Quanto ao grau de escolaridade dos 265 criadores de gado, 234 são analfabetos o que
equivale a 84% dos criadores inqueridos, 19 tem o nível primário do 1o grau, o que
equivale a 10% e 12 criadores tem o nível primário do 2o grau correspondentes a 6% do
efectivo total dos criadores. Estes resultados corroboram para afirmar-se que na área de
estudo há baixo nível de escolaridade, sendo a localidade de Mapai Rio com maior
número, apresentando-se com 88% comparativamente as localidades de 16 De Junho e
Mpuzi cujo número é na ordem de 87% e 81% respectivamente em relação ao total dos
criadores inqueridos. O número de amostras por cada localidade na área de estudo e os
resultados obtidos estão demonstrados na tabela 7.
Tabela 7: Grau de escolaridade no Distrito de Mapai

Grau de
Escolaridade
Localidades Analfabetos % EP1 % EP2 %
16 de Junho 91 87 9 11 2 2
Mapai Rio 87 88 4 5 5 7
Mpuzi 56 70 6 16 5 14
Total 234 - 19 - 12 -
Fonte: Autor; EP1: Ensino Primário do 1o grau, EP2: Ensino Primário do 2o grau, %:
Percentagem
4.1. Características da produção.
De um modo geral verificou-se que o sistema de produção no Distrito de Mapai é

basicamente extensivo, pois os animais são mantidos exclusivamente na pastagem,
aproveitando ao máximo os recursos naturais, onde a raça predominante é a landim,
sendo o próposito da criação para o consumo familiar e venda. Estes resultados
concordam com Marion (2007), que afirma que em Moçambique o sistema de criação é
extensivo e com propósito de obtenção de renda para o sustento familiar.

4.2. Maneio Alimentar
Quanto ao maneio alimentar no Distrito de Mapai verificou-se que houve uma

implementação significativa da tecnologia de suplementação alimentar com feno onde
dos 265 criadores capacitados e inqueridos para a produção do feno , 241 (88%)
aderiaram a suplementação alimentar ao passo que 24 (12%) criadores não aderiram a
essa tecnologia como demonstra a figura 1 .
Figura 1: Nível de adopção da suplementação alimentar com feno no geral.
Quanto ao nível de adopção desta tecnologia por cada área de estudo, a localidade de
Mapai Rio obteve 95%, Mpuzi e 16 de Junho com 86% e 82%, em relação ao total dos
criadores amostrados como demonstra a tabela 8 .
Tabela 8: Nível de adopção da suplementação alimentar com feno por localidades

Uso da
População Amostra tecnologia
Localidade N N Sim % Não %
16 De Junho 318 102 87 82 15 18
Mapai Rio 298 96 92 95 4 5
Mpuzi 207 67 62 86 5 14
Total 823 265 241 - 24 -
Fonte: Autor

Estes resultados corroboram com Castro et al (2014), que afirma que as comunidades
aderem as tecnologias de suplementação alimentar na época seca mais facilmente
quando existe uma assitência e monitoramento regular por parte dos extensionista, facto
este que se verificou nesta comunidade com o auxílio da PROSUL. Na pesquisa realizada
por Paulino (1988), afirma que o aumento da eficiência na produção de bovinos está
incondicionalmente relacionado à melhoria das condições de alimentação, sendo a
suplementação com feno uma das alternativas mais práticas para adequar o suprimento
nutricional aos animais, especialmente durante a época seca.
Contudo o outro grupo dos criadores que não suplementaram (12 % ) continuam a usar
somente restolhos da agricultura para alimentar os animais na época seca, isto devido a
fraca gestão da pastagem, a falta do material para a produção de feno como ancinhos,
arames entre outros, e assim como a falta de aditivos alimentares como melaço e sal,
reduzindo deste modo a efectividade desta tecnologia. Os resultados são sustentados por
Gabriel et al (2015), na qual afirma que a transferência de tecnologias de produção de
feno entre o meio acadêmico e o campo é o que dá suporte no crescimento da produção
animal, gerando alimentos, emprego e renda, além de fortalecer a importância do homem
no campo.
Neste âmbito, dos 241 criadores de gado que aderiram a esta tecnologia observou -se
que para além da suplementação alimentar com feno também adiministravam outros
alimentos como os rostolhos da agricultura e blocos minerais correspondente a 87 % e 13
% respectivamente, como ilustra a figura 2 .
Figura 2: Variação dos alimentos usados para suplementação alimentar

Castro et al (2014), no seu estudo diz que outra saída para suplementação no período de
estiagem é o uso de restolhos da agricultura e blocos minerais , onde esta técnica é muito
utilizada principalmente pelos pequenos criadores o que foi verificado nestas
comunidades.
Ao Comparar as médias de suplementação alimentar com feno nas diferentes localidades
do Distrito de Mapai (16 de Junho, Mapai Rio e Mpuzi), não se verificou diferenças
significativas ( P > 0.05) em termos de uso da tecnologia, como demonstra a tabela 9.
Tabela 9: Suplementação alimentar por localidades
Localidades Amostra Médias P value

Mapai Rio 96 0,948052a 0,036
Mpuzi 67 0,837838ab
16 de Junho 102 0,817073b
Fonte: Autor
Em relação ao género verificou-se que maior número foi de homens, onde dos 196
criadores inqueridos, 248 (91%) eram do género masculino e 17 (9%) do género
femenino como ilustra a figura 3.
Figura 3: Número total dos criadores inqueridos por género

Período da implementação da tecnologia da produção de feno.
Quanto ao período de uso desta tecnologia, dos criadores inqueridos no geral a maioria
começaram a 4 anos o que corresponde a 67 %, ao passo que os que começaram aos 3 e 5
anos correspondem a 9 % e 24 % respectivamente como ilustra a figura 4.
Figura 4: Período da suplementação alimentar com feno
E nas criações onde se efectuou a implementação desta tecnologia verificou-se melhorias

no ganho de peso, boa condição corporal e rápida incorporação para o abate. Paulino e
Ruas (1988), constataram que o aumento da eficiência na produção bovina está
incondicionalmente relacionado à melhoria das condições de alimentação, sendo a
suplementação uma das alternativas mais práticas para adequar o suprimento de
nutrientes, especialmente na época seca.
Quanto ao abeberamento de agua na época seca , somente 61 % dos criadores inqueridos
afirmam que usam furos para o abeberamento da água para os seus animais ao passo que
39 % afirmaram que usam rios para o abeberamento dos seus animais, principalmente os
que residem na zona costeira, na localidade de Mapai Rio, como demonstra a figura 5.

Figura 5: Fontes de abeberamento de gado na época seca
Neto (2010), afirma que é essencial assegurar fontes de água em quantidade suficiente,
garantir ou melhorar a sua palatibilidade e qualidade, para que possam ser obtidos bons
níveis reprodutivos e produtivos dos animais, em especial na época seca.
4.5. Suplementação alimentar com feno e sanidade

Assim sendo verificou-se também uma estreita relação entre a nutrição e sanidade pois
com a suplementaçaõ na época seca verificou-se uma redução de doenças diarreicas e
emagrecimentos progressivos, onde do total dos criadores inqueridos 240 (87%) não
registaram surto e 25 (13%) criadores registaram surto de doenças nutricionais como
ilustra a figura 6.
Figura 6: Surto de doenças de origem nutricional em bovinos na época seca

Lucena (2009), durante um estudo epidemiológico de doenças em bovinos verificou que

o grande número de casos de doenças clínicas e de origem nutricional são associadas à
ingestão de alimentos de baixa qualidade principalmente na época seca mas com a
implementação da suplementação alimentar os animais registaram uma melhoraria em
termos de redução de doenças, o que provavelmente pode ter acontecido nesta
comunidade de Mapai com a implementação da suplementação.

5. CONCLUSÃO
 Com o trabalho concluiu-se que a adopção da suplementação alimentar com feno
na época seca foi bem aderida pelas comunidades do Distrito de Mapai, onde de
acordo com os dados obtidos 88% dos criadores inqueridos aderiram a essa
tecnologia.
 Quanto ao maneio alimentar observou – se que na época seca para além da

suplementação alimentar com feno também adiministram outros alimentos como
os restolhos da agricultura e blocos minerais como forrma de suprir as
necessidades nutricionais do gado;

6. RECOMENDAÇÕES
 Aos criadores de gado do Distrito de Mapai a aderirem em massa a tecnologia de

conservação da forragem em forma de feno de modo a ter excedente para o gado
na época seca;
 Ao Governo, para desenhar um plano estratégico na melhoria das condições de

maneio alimentar nas comunidades das famílias rurais do Distrito de Mapai de
modo a minimizar a redução do efectivo principalmete na época seca;
 Ao SDAE do Distrito de Mapai e ONGs que operam nesta área de produção para
que, através da rede de extensão rural intensifiquem as políticas e medidas de
divulgação de informação sobre o uso desta tecnologia .

7. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS.
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planejamento alimentar em sistemas de produção a pasto.
2. ANTÔNIO A. S, GASTÃO B. E., 1999, Efeito da Suplementação com Feno de

Leucena (Leucaenaleucocephala (Lam) de Wit) durante a Estação Seca sobre o
Desenvolvimento Ponderal de Ovinos. Rev. bras. zootec., v.28, n.6, p.1424-1429,
3. ARAÚJO M. C, 2005, Manual de produção animal. Novembro
4. ARAUJO, M. G. (2002). Demografia populacional e censo estatístico, manual de

amostragem, UEM, DLCS, Maputo.
5. ARAÚJO, G.G.L.; SILVA, J.F.C.; VALADARES FILHO, S.C. 1998. Composição

corporal e exigências líquidas de energia e proteína de bezerros alimentados com dietas
contendo diferentes níveis de volumosos. Rev. Bras. Zootec., v.27, p.1013-1022,
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Brachiaria decumbens stapf por bovinos recebendo suplementação proteica energética.
Brasília, 53p.
7. CAPPELLE E. R., FILHO S. C.V., SILVA J. F. C, CECON P. R, 2001, Estimativas do

Consumo e do Ganho de Peso de Bovinos, Rev. bras. zootec., 30(6): 1857-1865
8.CASTRO, W.J.R, MICHELE, C.R.C, FERNANDES, A.G, FERNANDES, D.F.F,

9.BORGES, O.T.V, SIMIONI, .A.T, NEGRAO, M.F. 2014, Suplementação de bovinos
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10. DANTAS C. C. O. e FAGTON.M. N, DANTAS, C.C.O. e NEGRÃO, F.M. 2010,

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11.CORDEIRO. J. M. M, 2014. Água de Qualidade Adequada na Alimentação Animal

Rev-2, Largo da Academia Nacional de Belas Artes 1249-105 Lisboa. Geral 213 239
500 www.dgav.pt

12. FIGUEIRA D. N., 2015, produção e composição química do CAPIM elefante cv.
Pioneiro colhido em diferentes alturas de resíduo, Guarapuava,. XXII, 76.
13. GABRIEL M. O. M,2016,Bovinocultura De Corte: Sistema de Produção Barretos –
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14. GABRIEL, A.M.A.; SOUZA, R.; OLIVEIRA, E.R.; ROSSINI, L.C.; MONÇÃO,
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15. GONZALES P, 2013, Taxonomia, especie,gênero, contenção física e mecanismos de
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17. JIMENEZ FILHO, D.L. 2013,Fenos e pré-secados. PUBVET, Londrina, V. 7, N. 25,

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18. LEONARDO O. F., RICARDO A.R., LUIS R. A. R., IVAN L. L., RENATO J. M,
2002,Qualidade do Feno de Brachiaria decumbens Stapf. Submetido ao Tratamentocom
Amônia Anidra ou Uréia1. R. Bras. Zootec., v.31, n.3, p.1325-1332.
19. LUCENA. R.B, 2009. Doenças em bovinos no Brasil : 6.706 casos / Santa Maria.
21. MARQUES A. P. J., PAULO M. F., VICENTE O. F,1988. Criação de Bovinos.6ª

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22. MARION D.F, 2007. Bovinocultura de corte e sistemas de produção.
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24. MILLER, W.J. 1979. Animal feeding and nutrition: dairy cattle feeding and nutrition.
New York: Academic Press,. 411p.

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26. Moisés F. Vilanculos, Jacinto M. Mafalacusser e Orlando I. Jalane. 2014.

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Província de Gaza, Moçambique. Relatório de Pesquisa sobre Mudanças Climáticas,
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28. Plano Estratégico de desenvolvimento do Distrito, 2015. República De Moçambique

Provincia De Maputo Governo Do Distrito De Chicualacuala.
29. PAULINO R.T, RUAS, A.J, 1988. Suplementaçao com feno em bovinos no Brasil. Ed
250. p
30. PIMENTEL ME CÁSSIO B. 2013, Bovinocultura de corte
31. Quadro do terceiro censo geral da população e habitação, 2007
32. SDAE - Serviço Distrital de Actividades Económicas. (2017), Relatório de Balanço

das Actividades Desenvolvidas durante o Ano de 23.Relatório de Balanço das
Actividades Desenvolvidas durante o Ano de 2018.
33. SILVA, J.F.C. LEÃO, M.I. 1979. Fundamentos de nutrição de ruminantes.

Piracicaba: Livroceres,380p

ANEXOS 1
Demonstração de cálculo do tamanho da população das áreas estudadas ( 16 de Junho,
Mapai Rio e Mpuzi).
N=
N= = 823 criadores
Cálculos do tamanho de amostra
n0 =1/E02
n =N*n0/(N+n0)
Dados: Entao: m
N= 823 criadores n0 =1/E02 n = N* n0 /(N+ n0)
E0 = 5% = 0,05 n0 = 1/0,052 n = 823*400/(823 + 400)
n0 = 1/0,0025 n = 32900/1223
n0 = 400 n = 269,17 ≈ 269
16 De Junho
823 100% X= 318*100%/823 269 100% X= 102 criadores
318 X X= 38% X 38%
Mpuzi
823 100% X= 207*100%/823 269 100% X= 67 criadores
207 X X= 25% X 25%
Mapai Rio
823 100% X= 298*100%/823 269 100% X= 96 criadores
298 X X= 36% X 36%
ANEXOS 2: Inquérito sobre suplementação alimentar com feno durante a época seca
dirigido aos criadores de gado do distrito de Mapai.
Nome da Aldeia: ___________________ Data:__/___/20__
I. Dados do responsável
1. Nome Completo: _______________________________________________
Sexo: Femenino___ Masculino ___ Idade___
Grau de escolaridade: analfabeto ___, Ensino primário 1o grau ___, Ensino primário 2o grau
___, Ensino secundário básico ___, Ensino secundário médio ___, Ensino técnico ___,
Ensino superior ___
2. Profissão: ____________________________________________________
3. Telemóvel: ___________________________________________________
II. Características da produção.
1. Responsável pela criação
Criador ___, Pastor contractado ___, Filhos ___, Outros ___
2. A quanto tempo cria bovinos? ___ anos.
3. Actividade principal:
Produção agrícola ___, Produção da carne ___, Produção da carne e agrícola ___
Outras actividades : ____________________________________________________
4. Quais são as raças de animais que cria?
Nguni/ Landim___, Brahman ___, Cruzadas___,
outras: ____________________________________________________
5. Número de animais: 1-10 ___, 11-20 ___, 21 – 50___ > 50___

6. Número de animais por categoria: Touros ___, Bois ___, Vacas ___, Novilhos ___,
Novilhas ___, Vitelos ___, Vitelas ___
7. Qual é o propósito da criação?
Venda ___, Consumo familiar ___, Outros____________________________
8.Compra animais? Sim____ Não ____ Se sim quais são as categorias de animais que
compra? Touros ____ Vacas ____ Novilhos/as ____
III. Maneio Alimentar
1. Pastos e forragens: Panicum maximum___, Brachiaria decumbens___, Themeda

trianda___, Cenchrus ciliaris, Pasto verde___, Outro___________________.
2. Qual é o sistema de criação usado?
Extensivo____, Semi-intensivo ___, Intensivo ____
3. Tem cercados ? Se sim existe divisão de cercados: Sim ____ Não ____
4. Faz rotação de pastagem? Sim ____ Não ____
5. Faz limpeza das áreas de pastagens? Sim ____, Não ____, Se Sim como faz? mecanizada
___, química ____
Se não ________________________________________
6. Já ouviu falar de suplementação alimentar
Sim ___ , Não ___
7. Tem bancos forrageiros? Sim ____ Não ___
8. Faz suplementação dos seus animais? Sim ____ Não ____
9. Se sim que tipo de alimento usa para suplementar? Capim elefante ____, Silagem ____,
Restolhos de agricultura (milho, feijão, etc) ____, Blocos de sais minerais ____,
Outro ____________________________________________________
10. Em que meses tem feito a suplementação alimentar?
Indique os meses________________________________________
11. A quanto tempo faz a suplementação alimentar?
1. ____ ano, 2 . ____ anos, 3 . ____ anos, 4. ____ anos 5. outros ____
12. Qual é a forma de suplementação alimentar usada?
Feno ___ , Silagem ___ , Outras_________________________________
13. Quais são as formas de produção de feno?
Fardos ___ , Meda ___ , Outras ___
Quantos produz? Fardos ____ Meda ____
14. Quanto tempo leva para produzir feno? ____ dias.
15. Onde corta o capim para a produção de feno?
Campo de produção____, Mata ____, Outros________________________.
16. A suplementação alimentar com feno tem trazido algumas melhorias no rebanho?
Sim ____ Não ____
17. Caso sim, quais são as melhorias?
Aumento do peso vivo dos animais ____ Aumento da natalidade ____ Redução da
mortalidade ____
Outras : ____________________________________________________
18. Qual é a condição corporal do efectivo?
Muito magro ____ Magro ____ Normal ____
19. Qual é o local de abeberamento de água dos animais?
Rio ____ Lagoa ____ Riachos ____ Furos ____ Outros ____
20. Quando há seca o que tem feito para o abeberamento dos animais ?
_____________________________________________
IV. Suplementação alimentar com feno e sanidade.
1. Quando os animais estão doentes quem faz a assistência veterinária?
Técnico do SDAE____ Promotor Pecuário ____ Médico veterinário ___
Outro _____________________________________________
2. Como é feita a prevenção de doenças?
Vacinação ____, Banhos carracicidas _______________, Outros___________
3. Na sua zona já registou um surto de doença nutricional?
Sim ___, Não ___
4.Em que época do ano?
Chuvosa ___ , Seca___
5. Se sim. Quais são os sinais observados?
E magrecimento progressivo ___, Paralisia___, Diarreias____,
4. Outros___________________________________________________
ANEXOS 3: Mapa do Distrito de Mapai


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INSTITUTO SUPERIOR POLITÉCNICO DE GAZA

Avaliação do nível de adopção da suplementação alimentar com feno em

Monografia Apresentada Como Requisito Para Obtenção Do Grau De Licenciatura Em

Autor: Nelson André Chavanguane

Lionde, Setembro de 2019

LISTA DE ABREVIATURAS ....................................................................................IIIV

1.1.1.Objectivo Geral ........................................................................................................2

1.1.2. Objectivos Específicos ...........................................................................................2

1.3. Problema de Estudo e Justificação ............................................................................2

2.1.Historial da raça Landim e suas características ..........................................................3

2.2.Classificaçao taxonómica do bovino landim ..............................................................3

2.3. Necessidades Nutricionais dos bovinos......................................................................3

2.3.1.Exigências em energia .............................................................................................4

2.3.2.Exigências em proteína ............................................................................................4

2.3.4.Consumo de água .....................................................................................................5

2.4.Caracterização da vegetação do distrito de Mapai .....................................................6

2.4.1. Espécies forrageiras de maior ocorrência no Distrito de Mapai.............................6

2.4.2.Sistema de produção de gado no distrito de Mapai .................................................8

2.5. Relação de espécies animais de distrito de Mapai (Efectivo Pecuário) ....................6

2.7. Tecnologia de produção de feno ................................................................................7

2.7.1. Fenação ...................................................................................................................7

2.7.2. Conservação de feno................................................................................................7

2.7.3. Suplementação alimentar com feno em gado bovino .............................................8

2.7.4. Composição nutricional das espécies forrageiras ...................................................8

3.2. MÉTODOS ..............................................................................................................10

3.2.1. Localização da área do estudo ..............................................................................10

3.2.2.Clima e Hidrografia ...............................................................................................10

3.2.3.Relevos e Solos ......................................................................................................10

3.2.4. Determinação do tamanho da amostra...................................................................10

3.2.5. Colecta de dados ...................................................................................................11

3.2.6. Parâmetros avaliados ...........................................................................................12

3.2.7. Análise estatística .................................................................................................12

4. RESULTADOS E DISCUSSÕES ..............................................................................13

4.1. Características da produção. ....................................................................................13

4.5.Relação nutrição e sanidade .....................................................................................17

7. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS. .....................................................................21

Tabela 1: Exigências de minerais e vitaminas do gado bovino.........................................4

Tabela 2: Exigências de gado de corte em diversos nutrientes.........................................5

Tabela 3: Espécies forrageiras...........................................................................................6

Tabela 4: Relação de espécies animais do Distrito de Mapai ...........................................6

Tabela 5: Composição nutricional das espécies forrageiras..............................................8

Tabela 6: Materiais usados durante a pesquisa.................................................................9

Tabela 7 : População e número de criadores amostrados nas áreas estudadas................10

Tabela 8: Grau de escolaridade no Distrito de Mapai.....................................................11

Tabela 9: Número de aderência a suplementação alimentar...........................................14

Tabela 10: Comparação das médias de suplementação alimentar...................................16

Figura 1: Nível de suplementação alimentação feno......................................................14

Figura 2: Variação dos alimentos usados para suplementação alimentar......................15

Figura 3: Número total dos criadores inqueridos por género..........................................16

Figura 4: Período da suplementação alimentar com feno...............................................17

Figura 5: Fontes de abeberamento de gado na época seca..............................................18

Figura 6: Surto de doenças de origem nutricional em bovinos na época seca................18

ANOVA: Análise de Variância

DUAT: Direito de Uso e Aproveitamento de Terra

FAO: Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura

Ha: Hipótese Alternativa

H0: Hipótese Nula

ISPG: Instituto Superior Politécnico de Gaza

MS: Matéria Seca

ONGs: Organizações Não Governamentais

PA: Posto Administrativo

PROSUL: Projecto de Desenvolvimento de Cadeias de Valor nos Corredores do

Lionde, _de ________de 20_