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RESUMO DO CAPÍTULO 4 – NOVAS EVIDÊNCIAS

WILIAN CHAVES DA SILVA; RAFAEL CALDAS; JOSÉ LUCIANO B. DA SILVA


PROF. PAULO BRASIL

O ANTIGO TESTAMENTO É DIGNO DE CONFIANÇA DO PONTO DE VISTA


HISTÓRICO?

Este capítulo trata da fidedignidade dos manuscritos do Antigo Testamento em três


aspectos: (1) Transmissão Textual (2) Fortes Evidências (3) Evidências documentárias.
Transmissão Textual
O estudo da transmissão textual é parte muito importante em se tratando da
confiabilidade das escrituras. Assim como acontece em outras obras da literatura
clássica, não temos os manuscritos originais. Apesar disso, existe uma precisão muito
grandes nas cópias da Bíblia quando colocadas lado a lado, fato que as difere das
demais literaturas, que possuem inconsistências graves nas suas cópias.
Nesse sentido de transmissão o Antigo Testamento é diferente de qualquer outra obra
literária, pré-cristã. Existem duas cópias do livro de Isaías, que foram encontradas em
Qumran, próximo ao mar morto. Essas cópias são mil anos mais antigas do que a que
até aquele momento tinha sido encontrada, porém elas são idênticas, com apenas 5% de
variações, que na verdade são apenas alguns desvios de escrita e algumas variações na
ortografia, para o escrito mais antigo. Essas variações não afetam em nada a mensagem
da revelação. Robert Dick Wilson relata que o nome de 26 reis estrangeiros,
mencionados nas escrituras, são encontrados em monumentos contemporâneos a estes
reis escritos com a mesma grafia. Manter esses nomes sem alteração por mais de dois
mil anos não é algo simples, nem corriqueiro, na verdade é uma significativa evidência
da precisão dos escritos do Antigo Testamento.
É possível perceber que os rabinos judaicos protegeram a transmissão do texto hebraico
com muita maestria.
Com relação a quantidade dos manuscritos, o Antigo Testamento não tem tantos quanto
o Novo Testamento. Isso em decorrência da antiguidade e destrutibilidade desses
documentos. Atualmente existem coleções importantes de manuscritos hebraicos dentre
elas a maior é a “Segunda Coleção Firkowitch de Leningrado”. Contém 1.582 itens da
Bíblia e da Massorá em pergaminho (725 em papel), além de 1.200 fragmentos de
manuscritos e fragmentos da Coleção Antonina (Wurthweinm TOT, p. 23).
Os manuscritos mais importantes do Antigo Testamento hebraico datam do século III
a.C. ao século XIV d.C. Desses, os mais notáveis são os rolos do mar Morto, que datam
do século III a.C. ao século I d.C. Entre eles há um livro completo do Antigo
Testamento (Isaías) e milhares de fragmentos, que juntos representam todos os livros do
Antigo Testamento, exceto Ester (Geisler, BECA, p. 549). Os rolos do mar Morto são
muito importantes, pois confirmam a precisão de outros manuscritos de data muito mais
recente: Códice de Cairo (895 d.C.); Códice de Leningradense dos Profetas (916 d.C.);
Códice Babilônico Petropolitano (1008 d.C.); Códice de Aleppo (900+d.C.); Códice do
Museu Britânico (950 d.C.); Códice Reuchlin dos Profetas (1105 d.C).
História do texto do Antigo Testamento
Na história do judaísmo, uma série de estudiosos foi encarregada de padronizar e
preservar o texto bíblico, impedindo qualquer possível introdução de erro. São eles:
Os soferins, que em hebraico significa “escribas”. Intelectuais judeus e curadores do
texto. Datam do século V a.C. e III a.C.
Zugotes foram designados para a mesma tarefa no período dos séculos II e I a.C.
Tanains atuaram até 200 d.C. além da preservação do Antigo Testamento, suas obras
podem ser encontradas em outros livros da tradição judaica. O trabalho deles estava
ligado a compilação de muitos séculos de estudo rabínico com base no texto bíblico.
Talmudistas, entre 100-500 d.C. O Talmude representa basicamente as opiniões e
decisões dos mestres judaicos de cerca de 300 a.C. a 500 d.C., e consiste em duas
divisões principais: a Mishnah e a Gemará. Os talmudistas tinham regras meticulosas
para a escrita. Eles eram convictos de que ao terminarem a transcrição de um
manuscrito teriam uma cópia exata, que davam à nova cópia a mesma autoridade da
primeira.
Massoretas atuaram entre 500 d.C. e 950 d.C., deram forma final ao texto do Antigo
Testamento. A destruição do templo em 70 d.C., e a dispersão dos judeus, foi um
estímulo para a padronização do texto consonantal e padronização da pontuação e o uso
de vogais para preservar a vocalização e a pronúncia correta na leitura. Foram chamados
de massoretas porque preservaram por escrito a tradição oral (massorá) referente ao uso
de vogais e acentos, e o número de ocorrências de palavras raras de orografia incomum.
Os manuscritos do mar Morto viriam para confirmar a precisão de vários manuscritos
antigos, de cerca de 1000 d.C. que foram produzidos por esses judeus massoretas. O
estudo da reverência e seriedade desses escribas Judeus na transmissão das escrituras,
junto com a confirmação de sua precisão utilizando os manuscritos do mar Morto, é
mais uma evidência clara da credibilidade das escrituras.
3C. OS ROLOS DO MAR MORTO
Perguntas foram feitas antes das descobertas dos rolos do Mar Morto. Frederick Kenyon disse
que esse texto hebraico o que chamamos de massorético e que demonstrou ter origem em um
texto datado de cerca de 100 d.C representa com fidelidade o texto hebraico conforme
Originalmente escrito pelos autores dos livros do Antigo Testamento? Outras perguntas que
surgiram antes da descoberta dos rolos do Mar Morto foram: "Qual o grau de precisão das
cópias que temos hoje em comparação com as cópias do século 1 e mais antigas?" A cópia
completa mais antiga do Antigo Testamento data do século X. Por isso a grande Pergunta:
"Podemos confiar no texto mesmo ele tendo sido copiado tantas vezes?" Os rolos do Mar
Morto dão uma resposta surpreendente.

1D. O QUE SÃO OS ROLOS DO MAR MORTO?


Os rolos do Mar Morto são compostos de cerca de 40.000 fragmentos escritos. a partir desses
fragmentos, mais de 500 livros foram reconstruídos. Foram descobertos muitos livros e
fragmentos Extra bíblicos que lançam luz sobre a comunidade religiosa de Qumran, nas
margens do Mar Morto, do século II a.C. Até o século II d.C. Escritos como o “Documento
Zadoquita”, a “Regra da Comunidade” e o “Manual de Disciplina” nos ajudam a entender o
propósito da vida diária de Qumran, Contudo, os documentos mais importantes dos rolos do
Mar Morto são cópias do texto do Antigo Testamento com data de um século antes do
nascimento de Cristo. Como foram encontrados os rolos do Mar Morto? Ralph e Arlei dá uma
resposta á pergunta a respeito do cuidado providencial de Deus: "a história Dessa descoberta é
uma das mais fascinantes narrativas dos Tempos Modernos. Em fevereiro ou março de 1947,
um jovem pastor do hino chamado Mohamed estava procurando uma cabra perdida. Jogou
uma pedra dentro de um buraco no paredão... no chão da caverna havia vários vasos grandes
que continham rolos feitos de couro, em volta em linho. Cuidadosamente selados, os rolos
foram conservados... por quase 1900 anos. (colocados lá em 68 d.C.).

Os rolos que foram descobertos na caverna I, 5 foram comprados pelo Arcebispo do mosteiro
ortodoxo sírio de Jerusalém. Outros 3 rolos foram comprados pelo professor Sukenik da
Universidade Hebraica de Jerusalém.

Felizmente, em fevereiro de 1948, o arcebispo liga para a Escola Americana de Pesquisa do


Oriente em Jerusalém e contou sobre os rolos. Esse material foi parar nas mãos do diretor. Um
jovem chamado John Trever tira fotos, faz cópias e as mesmas são enviadas para o dr. W.F.
Albright da Universidade Johns Hopkins, arqueólogo famoso. Albright escreveu: “Meus mais
sinceros parabéns pela maior descoberta de manuscritos dos tempos modernos! [...] Que
incrível descoberta! É, felizmente não há nenhuma sombra de dúvida acerca da genuinidade
do manuscrito”. Albright o situou em cerca de 100 a.C (Earle, HWGB, p.48-49).

3D. O VALOR DOS ROLOS


Os mais antigos manuscritos hebraicos completos que possuíamos antes dos rolos do mar
Morto eram de 900 d.C e mais recentes. Com a descoberta dos rolos do mar Morto, as dúvidas
que existiam com relação aos manuscritos recentes se dissiparam. O rolo completo dos
manuscritos de Isaías é datado em 125 a.C, cerca de mil anos mais velho que qualquer outro
que tínhamos até então. A minuciosa proximidade do rolo de Isaías (125 a.C.) com o texto
massorético de Isaías (916 d.C.), demonstra uma extraordinária precisão dos copistas das
Escrituras durante um período de mil anos.

Gleason Archer afirma que as cópias de Isaías da comunidade de Qumran mostraram-se


“idênticas, palavra por palavra, à nossa conhecida Bíblia hebraica, em mais de 95% do texto.
Os 5% de variação consistem sobretudo em evidentes deslizes de escrita do copista e variações
ortográficas”. (Archer, MCAT, p.19.

4D. QUAL O CONTEÚDO DOS ROLOS?


Na caverna I foram encontradas cópias do rolo de Isaías; fragmentos de Gênesis, Levítico,
Deuteronômio, Juízes, Samuel, Ezequiel, Salmos e algumas obras não bíblicas, entre elas
Enoque, Ditos de Moisés (desconhecidas até hoje), O Livro de Jubileu, entre outros. Um
fragmento de Daniel. Também comentários fragmentados de Salmos, Miqueias e Sofonias.

Na caverna 2 Foi escavada em 1952 e foram encontrados cerca de 100 manuscritos, entre eles
dois de Êxodo, um de Levítico, quatro de Números, dois ou três de Deuteronômio, um de
Jeremias, um de Jó, um de Salmos e dois de Rute.

Na caverna 4 foi escavada em 1952 e revelou-se a caverna mais produtiva de todas. Milhares
de fragmentos foram recuperados por compras aos Beduínos ou pela ação da peneira dos
arqueólogos no pó do chão da caverna. Esses pedaços representam centenas de manuscritos,
dos quais cerca de quatrocentos foram identificados. Entre eles há cem cópias de livros da
Bíblia – todos os livros do Antigo Testamento, exceto o de Ester.

Na caverna 7-10 Examinada em 1955, foram encontrados fragmentos do Novo testamento, se


for verdade, serão os manuscritos mais antigos do Novo testamento, datando de 50 ou 60 d.C.

Na caverna 11 foi escavada no início de 1956. Produziu uma cópia bem preservada de 36
salmos, mais o apócrifo Salmos 151, antes só conhecido em textos gregos. Foram descobertos
um rolo de excelente qualidade com parte de Levítico, grandes partes de um Apocalipse da
Nova Jerusalém e um targum aramaico de Jó.

Não pode haver dúvida nenhuma de que os rolos do mar Morto prenunciaram uma nova era
de estudo bíblico, na qual muito do que se sabia será confirmado e muito do que era aceito
como fato terá de ser revisado.

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