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Druidismo: prática, liberdade e consciência

(Originalmente publicado em
http://blog. claudiocrow. com.br/2007/ 09/18/druidismo- pratica-liberdad e-
e-consciencia/ )

Um dos mais belos elementos das práticas druídicas modernas é sua


amplitude de ação. Quando realmente conhecemos os princípios do
druidismo, sua essência e seu significado, eles se mostram
mais `flexíveis' e abarcam as muitas e várias interpretações
individuais, reconhecendo em todas – quando harmonizadas com esses
princípios – a validade e a beleza da pluralidade das manifestações
druídicas.

Essa `flexibilidade' vem do fato de que no druidismo não


existem `dogmas', `mandamentos' ou `escrituras' . Isso, contudo, tende
a ser mal compreendido, e muitas pessoas que se dispõem a trilhar o
druidismo tropeçam naquilo que, em muitos casos, elas próprias chamam
de "excesso de liberdade".

O resultado costuma dividir-se em dois extremos que - como sempre


acontece com extremos - são ambos indesejáveis:

- um deles é a rigidez, que sufoca a espontaneidade do druidismo.


Esta postura é geralmente adotada por aqueles que não compreendem a
fundo o espírito do druidismo, sua história, sua essência e seu
potencial, preferindo criar `dogmas' que lhes mostrem parâmetros
de "certo" e "errado" - mas que acabam por `engessar' sua própria
vivência do druidismo;
- o outro extremo, igualmente nocivo, é a falta de compromisso.

Uma espiritualidade/ religião como o druidismo, que tem em seus


fundamentos a compreensão dos ciclos da natureza exterior e interior
e seus efeitos sobre a paisagem e sobre nossas vidas não pode, por
exemplo, abrir mão da experiência transformadora da observação das
celebrações sazonais e das festas celtas. Os símbolos, os mitos e
lendas, as práticas e os costumes de cada uma delas são poderosos
catalizadores de nosso aprendizado e de nossa experiência druídica.
Cada indivíduo que se dispõe a participar de uma celebração dos
festivais da "Roda do Ano" abre seu corpo, sua mente e sua alma para
que esses símbolos se manifestem e cumpram sua missão transformadora
e/ou de instrução.

Como sabemos, no druidismo não há espaço para `dogmas', `leis'


ou `mandamentos' : o que há é a compreensão real de nossas práticas e
nossos princípios – compreensão essa que, aliada a uma participação
espontânea e plena (de corpo, mente e alma), permite que o rico
simbolismo dos festivais, dos deuses e deusas a eles associados e da
nossa herança ancestral possam operar sua magia em nossas vidas.

Assim, se por um lado a ausência de ditames e regras expressas faz


com que os mais desavisados confundam essa suposta liberdade
com `bagunça', por outro é justamente essa liberdade que desperta em
quem realmente compreende o druidismo o mais poderoso e transformador
elemento de sua prática: a Consciência.
Uma consciência individual alinhada com a ética e os princípios do
druidismo é a mais poderosa forma de magia que há - é a ponte que
liga cada um de nós às grandes forças do mundo em que vivemos, é o
canal pelo qual os deuses e deusas se manifestam em nossas vidas.

Claudio Quintino Crow


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