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ADOLESCÊNCIA E GÊNERO: REPRODUÇÃO DA HEGEMONIA

MASCULINA

SANTOS, Renato Gonçalves dos1 - UNICENTRO

MARTINS, Mario de Souza2 - UNICENTRO

Grupo de Trabalho - Diversidade e Inclusão


Agência Financiadora: não contou com financiamento

Resumo

Os estudos sobre gênero e construção da hegemonia masculina perpassam pela temática


educação e adolescência se tornando tema de discussão importante. Esta pesquisa organizada
na forma de uma análise da bibliografia existente busca um detalhamento do tema ‘hegemonia
do gênero masculino’ e uma aproximação deste com o contexto social do adolescente/escolar.
Como objetivo principal esta pesquisa visa preencher parte da lacuna existente, no que se
refere a material teórico e trabalhos de pesquisa acerca do público adolescente e suas relações
com o gênero, estas que seguem as concepções hegemônicas, de ordem masculina, marcadas
representativamente pela passagem do adolescente pela escola. Como objetivos
complementares: assinalar a importância da discussão dos conceitos de gênero e suas
implicações no meio escolar; e compreender a questão identitária masculina do gênero e suas
representações no ambiente escolar. Esta pesquisa teórica nos servirá de base ao levarmos a
discussão à campo para um estudo de caso a ser realizado em uma escola da rede pública de
ensino do estado do Paraná, que oferece o curso de ensino médio. Para isto com base em
autores como Bauman, Bourdieu e Gramsci. Construímos aqui um referencial teórico
organizado em: Introdução, Pensando gênero e educação, Masculino e hegemonia, Gênero
masculino e adolescência e Conclusão. Como conclusão observamos que cumprimos com os
objetivos propostos, construindo um material de referencia a uma futura pesquisa empírica
abordadndo o tema, evidenciando a importância das discussões acerca de gênero e hegemonia
e suas relações com a educação e a adolescência na construção dos papeis sociais e construção
identitária em nossos tempos.

Palavras-chave: Gênero. Hegemonia. Masculino. Adolescência.

1
Acadêmico do curso de Pedagogia na Universidade Estadual do Centro Oeste (UNICENTRO). E-mail:
renato.twit@gmail.com.
2
Doutor em: Sociologia e Economia pela Carl von Ossietzky Universität Oldenburg (UNI/Oldenburg),
Alemanha. Professor Adjunto da Universidade Estadual do Centro Oeste (UNICENTRO). E-mail:
mariosm51@ig.com.br.
18959

Introdução

Buscando compreender o gênero como construção histórica dos sujeitos que se


diferencia da questão biológica, esta pesquisa tem com objetivo principal o de preencher parte
da lacuna existente, no que se refere a material teórico e trabalhos de pesquisa acerca do
público adolescente e suas relações com o gênero, estas que seguem as concepções
hegemônicas, de ordem masculina, marcadas representativamente pela passagem do
adolescente pela escola.
A presente pesquisa tem como objetivos complementares: assinalar a importância da
discussão dos conceitos de gênero e suas implicações no meio escolar, que por vezes reproduz
conceitos acerca da hegemonia do gênero masculino; e compreender a questão identitária
masculina do gênero e suas representações no ambiente escolar.
Esta pesquisa segue o método qualitativo na forma de uma análise da bibliografia
existente, buscando um detalhamento do tema ‘hegemonia do gênero masculino’ e uma
aproximação deste com o contexto social do adolescente/escolar.
Posteriormente, este trabalho servirá de base teórica a uma pesquisa do tipo estudo de
caso a ser realizada em uma escola pública da rede estadual de ensino do estado do Paraná,
localizada na zona urbana do município de Prudentópolis, que oferece o curso de Ensino
Médio no período matutino.
A seguir iremos direcionar a reflexão sobre o tema, primeiramente pensando a relação
gênero e educação como caminho para a discussão teórica de hegemonia e gênero masculino,
em sequencia discutiremos o gênero masculino e a adolescência, o que nos permitirá concluir
este estudo com uma reflexão acerca dos conceitos pesquisados, abrindo oportunidades para
discussão no posterior estudo de caso.

Pensando gênero e educação

A crescente consciência quanto às enormes diferenças atribuídas à sexualidade de


homens e mulheres, segundo Giffin (1994), nos ajuda a desvendar as relações íntimas entre a
tradição de pensamento dualista mais geral na sociedade ocidental e as ideologias de gênero,
onde ideias sobre masculino/feminino são refletidas/embutidas também nos conceitos de
cultura/natureza, razão/emoção, sujeito/objeto, mente/corpo, etc.
18960

A sexualidade é perpassada por esquemas de classificação, fundados na oposição e


hierarquização entre masculino/feminino, a partir da oposição entre ativo/passivo, o que
estabelece uma ligação entre sexualidade e dominação, a oposição ativo/passivo traz consigo
a heterossexualidade como norma, e dispõe homens e mulheres segundo a “natureza”.
(ANJOS, 2000).
Para Centa (2006), gênero e sexo não são sinônimos, mas dimensões distintas das
experiências humanas. As características anatômicas determinam o sexo ao qual pertence o
indivíduo, enquanto que gênero é uma construção social que define o perfil do ser social do
masculino e do feminino na sociedade. O sexo é definido pelas características anatômicas
pelo funcionamento do aparelho reprodutor, enquanto que o gênero compreende uma série de
outros significados culturais atribuídos a estas diferenças biológicas. Estes significados
variam temporalmente em uma cultura, espacialmente entre uma cultura e outra, e,
longitudinalmente, ao longo da vida de um mesmo indivíduo. Assim posto, hoje podemos ter
um homem diferente daquele de gerações anteriores, podemos ter um homem que se modifica
com o passar dos anos no contexto de sua própria vivência, e podemos ter um homem aqui no
Brasil, diferente daquele que cresceu, por exemplo, no Afeganistão. A esta qualidade
dinâmica designada ao gênero que, associada às diferenças sexuais, vai se atribuindo
características psicológicas, papéis sociais e econômicos, que resultam em ações e
comportamentos específicos do gênero masculino e feminino.
A vertente pós-estruturalista, por sua vez, destaca o caráter histórico das diferenças
entre os gêneros e a própria construção social da percepção da diferença sexual. Essa corrente
chama a atenção sobretudo para a necessidade de se romper com a homogeneização interna a
cada um destes campos – o feminino e o masculino –, reconhecendo a existência de
diversidade no interior de cada um, o que requer que se incorpore à análise outras dimensões
das relações sociais, tais como raça, classe e geração. (FARAH, 2004).
O conceito de gênero, segundo Farah (2004), enfatizando as relações sociais entre os
sexos permite a apreensão de desigualdades entre homens e mulheres, que envolvem como
um de seus componentes centrais desigualdades de poder. Nas sociedades ocidentais, marcada
também por outros ‘sistemas de desigualdade’, como apontado pela abordagem pós-
estruturalista, é possível constatar, no entanto, que o padrão dominante nas identidades de
gênero de adultos envolve uma situação de subordinação e de dominação das mulheres, tanto
na esfera pública como na privada.
18961

Os tratamentos de diferenciação do gênero pelo caráter do sexo se reproduzem na


educação desde os primeiros dias de ingresso na escola pelo educando, como por exemplo, na
divisão em filas de meninos e meninas nos pátios das escolas antes de adentras às aulas, na
distribuição das salas de aula, no recreio, nas brincadeiras e nos esportes.
A partir da definição teórica de gênero, podemos compreender que esta categoria
define que o homem e a mulher não estão condicionados pela natureza, pela biologia ou pelo
sexo, mas sim a uma construção social historicamente confirmada e desenvolvida a partir da
perspectiva masculina.
Para Bourdieu (1995), buscando-se entender melhor a história das mulheres pode-se
verificar que estas não possuem uma visão própria, mas sim uma visão colonizada de si
mesmas, ou seja, a mulher vê-se a partir do olhar masculino. Assim sendo a mulher
desempenhando o papel de mãe e professora dos anos iniciais do ensino básico e do ensino
fundamental acaba por repassar o discurso da diferença sexual atribuindo o mesmo conceito
ao gênero da mesma maneira em que o homem, pai e professor reproduz o gênero masculino
hegemônico.
Existindo uma lacuna sobre estudos que remetam e discutam a questão do gênero e
suas relações na escola Souza (2002), defende que é necessário uma maior percepção,
compreensão e consideração dos fatores históricos, contextuais e culturais na prática
pedagógica, confrontando essas particularidades com as questões teóricas acerca do ensino e
dos conhecimentos, contribuindo para a formação humana dos educandos.
Para Colling (2004), na educação a problemática do gênero não é apenas um assunto
facultado ao acesso à escola ou ao desempenho escolar, mas por outro lado à desigualdade
sexual, marcada por discursos masculinizados considerados socialmente aceitáveis e
verdadeiros que perpassam as relações de poder e de conhecimento, que foi aceito e reforçado
sem indagações pela escola, lugar que se torna meio de marcação sexual em nossa sociedade.
Por outro lado a autora defende que é na escola que essas questões serão passíveis de
mudança e uma transformação voltada para a equidade de gênero e relações sociais mais
igualitárias.
A problemática do gênero perpassa pela educação no que se refere a esta reproduzir,
intensificar e marcar a questão divisória entre masculino e feminino. Portanto é importante
identificar no discurso escolar implícito os fatores que geram esta dualidade na conceituação
do gênero e aprofundar as discussões acerca da hegemonia instalada sobre a questão do
18962

masculino, tornado este gerador de um reflexo inverso que se acaba por vezes adotando como
feminino.

Masculino e hegemonia

As representações diferentes em relação aos papéis profissionais consoantes ao gênero


são veiculadas pelo tecido social envolvente, e para Cortez (2008), traduzindo-se em
preferências por ocupações que oferecem múltiplas responsabilidades ao nível instrumental e
expressivo, tornando-as tradicionalmente masculinas e femininas, respectivamente. Apesar
dos aspectos sócio - culturais transmitirem tendências negativas em relação à figura masculina
nos primeiros níveis de ensino por exemplo, a sua presença começa a ser uma constante, na
medida em que os jovens educadores de infância confrontados entre uma determinação social
e as suas aspirações individuais, têm vindo a construir uma estratégia identitária pessoal que
possibilitou uma interação objetiva e subjetiva, revelando decisões e atitudes pessoais de
acordo com os seus desejos, refletindo um posicionamento intrínseco e um dinamismo
relacional e interativo perante as estruturas sociais envolventes.
Exige-se ao homem um comportamento profissional mais empenhado, uma imagem
de certo distanciamento familiar. Estes fatores podem constituir motivos para a existência de
conflitos de papéis sociais, na medida em que a docência ligada aos primeiros níveis de
ensino continua a pertencer essencialmente à esfera feminina, privada e “doméstica”
(CORTEZ, 2008).
Na modernidade as identidades seguiram um padrão de construção livre de
ambivalência, ordenamento e classificação, que para Bauman (1999), apesar de serem
identidades construídas, estas deveriam denotar determinado fim bem específico, e após
determinadas se tornariam imutáveis, ou seja, qualquer identidade que não expressasse seu
pré-definido fim não poderia ser considerada como tal.
Bauman (1998), afirma que na atualidade tal modelo não é mais funcional, em uma
sociedade onde a ambivalência das identidades se torna um valor implícito, em um meio onde
quase tudo se torna transitório dado ao consumo e a produção industrial, que produzia objetos
duráveis e os substituiu por bens projetados para uma menor durabilidade.

E desse modo a dificuldade já não é descobrir, inventar, construir, convocar (ou


mesmo comprar) uma identidade, mas como impedi-la de ser demasiadamente firme
e aderir depressa demais ao corpo. [...] O eixo da estratégia de vida pós-moderna não
é fazer a identidade deter-se – mas evitar que se fixe.” (BAUMAN, 1998, p.114)
18963

A vida orientada pelo consumismo, pela produção desenfreada e troca rápida de


objetos não duráveis, torna fatores de importância apenas a capacidade de sedução e o desejo.
Sendo assim as identidades passam a ser construídas a partir do consumo, adotando
características de volatilidade ao saciar o desejo em curto prazo, que torna nas palavras de
Bauman (2001) a identidade líquida.
A identidade sexual transcende o imutável biológico e para Centa (2006), se torna
relativamente transformável e passível de intervenção. Esta observação é relevante para que
os serviços e programas de saúde, em especial aqueles voltados para os jovens e adolescentes,
possam considerar o caráter mutável da masculinidade e adotar estratégias eficazes de ação.
Naturalmente, a eficácia estratégica pressupõe o conhecimento profundo do sujeito em todas
as suas dimensões.
Ainda para a autora, é preciso saber de que modo o gênero pode ser moldado e re-
moldado. A maioria homens segue integralmente o modelo de comportamento esperado e a
ele atribuído pela sociedade em que vive. Estamos aqui falando do modelo hegemônico de
masculinidade. (CENTA, 2006).
O estereótipo masculino concebido e considerado “normal” nas sociedades
contemporâneas ocidentais nos remete à ideia de um sujeito fisicamente forte, produtivo,
competitivo, ativo, envolvido em trabalho físico, capaz de sustentar sua família e possuir
várias mulheres. Não se espera sensibilidade, cuidado, fragilidade ou dependência. Não se
espera também comedimento na performance sexual, no uso de álcool e de drogas, na
exposição a riscos e ao ter comportamento agressivo. (CENTA, 2006).
Segundo Giffin (1994), na medida em que a mulher é identificada com a
natureza/corpo/emoção, e o homem com a cultura/mente/razão, as mulheres são vistas como
“constantemente tentando os homens a desviarem do caminho da razão e da moralidade”.
Aplicado à construção dos gêneros, o dualismo afirma, em primeiro plano, que o homem é
ativo e a mulher, passiva. Aplicado à construção da sexualidade, ele funde a identidade de
gênero e a identidade sexual (ser homem é praticar sexo com mulheres, e vice-versa),
resultando na hegemonia heterossexual, baseada em dois tipos de seres: homens sexualmente
ativos e mulheres sexualmente passivas.
Gramsci (1978), afirma que grupos sociais subordinados comumente assumem e
reproduzem a concepção afirmada pelo grupo que os subordina, em consequência disto, a
concepção de mundo imposta de forma mecânica pelo grupo de poder por meio do ambiente
18964

social é desprovida de criticidade e coerência. Assim sendo ao assumir tais concepções de


mundo o grupo subordinado passa a exercer um comportamento de contrastes, onde a ação é
oposta ao pensar, de modo que passam a coexistir duas concepções, uma implícita e outra
explicita. Pode-se notar tal dualidade no comportamento que traz na linguagem o reforço da
hegemonia masculina e ao mesmo tempo o nega como gênero representativo de força e poder.
O conceito de masculinidade hegemônica – branca, heterossexual e dominante é um
modelo culturalmente ideal. Assim sendo, não é atingível por praticamente nenhum homem,
mas de maneira semelhante, exerce um efeito controlador que exclui todo um campo afetivo
que é considerado feminino. A esse pensamento hegemônico de masculinidade, vários autores
têm atribuído a origem de muitos agravos à saúde e das relações desiguais entre homens e
mulheres. Esta hegemonia aceita e acatada por homens e mulheres, tem cada vez mais gerado
tensões, mal estar, conflito e repúdio. A masculinidade tradicional e estereotipada, e opõe aos
valores vitais para as relações humanas, como exemplo está a ética, a solidariedade, o
reconhecimento mútuo, o respeito à vida e à individualidade e a diversidade humana. Os
homens que não conseguem atender ou satisfazer todos os predicados desta masculinidade
sofrem terrivelmente, chegando a pagar com a própria saúde e em alguns casos com a vida,
para demonstrar sua macheza. Os homens, ao não demonstrarem os atributos masculinos,
poderiam vistos como mulheres ou homossexuais, condição que deve ser veementemente
repudiada. (CENTA, 2006).
Para Giffin (1994), enquanto são os homens heterossexuais os supostos beneficiários
dos poderes da tradição dualista, eles são também, paradoxalmente, colocados fora destes
benefícios pela própria identificação deles com a mente/razão/esfera pública, embora sejam
vistos como os ativos controladores ato sexual. A construção do sujeito, na tradição dualista
que junta e valoriza a mente/razão, em oposição ao corpo/emoção, tanto nega o corpo e as
emoções como fontes de conhecimento como considera que estes interferem no (ou se opõem
ao) processo de conhecimento, devendo, portanto, ser controlados para melhor conhecer.
Esta seria a razão principal da desvalorização do corpo/emoção nesta tradição. Aqui, a
localização do sexo no corpo (ver o sexo como fenômeno “essencialmente” biológico), como
aponta Chauí (1984), implica uma desvalorização da sexualidade, implica vê-la como uma
coisa menor, que deve ser controlada: “no pensamento moderno, o corpo é objeto externo
visível, uma coisa sobre a qual é proferido discurso do conhecimento”.
18965

O estudo do processo de formação da identidade de gênero num mundo também


estruturado por gênero (em que a criação dos filhos é definida como tarefa feminina) sugere
maneiras como esta estrutura reproduz as diferenças agudas de identidades masculina e
feminina. Uma das teorias mais influentes deste processo argumenta que as meninas
desenvolvem sua identidade de gênero no contexto da identificação com a mãe, numa relação
continuada com ela. Os meninos, por outro lado, devem se separar da mãe e das qualidades
femininas para estabelecerem sua identidade masculina. Esta teoria “ajuda a explicar porque a
identidade de gênero masculina é ameaçada pela intimidade e pela dependência, enquanto a
identidade de gênero feminina é mais frequentemente ameaçada pela separação”. (GIFFIN,
1994).
Para Mota (1998), pensar o gênero masculino e a identidade sexual remete-nos a
questões intimamente ligadas ao padrão de comportamento sexual do brasileiro e suas
representações sobre a sexualidade, que é diferente de região para região do país, de classe
social para classe social e, sobretudo, de um momento histórico em relação a outro. A pressão
cultural sobre o homem, no sentido de reprimir as qualidades consideradas femininas (menos
valorizadas, de qualquer maneira), Giffin (1994), afirma que resulta numa necessidade de
negar o seu lado emocional. “Enquanto a ideia do masculino é baseada nesta negação, os
homens estão presos numa luta contínua e sem fim contra si próprio, vive uma ansiedade
constante, com medo de que sua natureza possa ser revelada”.
Levando-se em conta os papéis sociais legados ao homem em nossa cultura,
observamos que ser homem não representa a mera oposição ao ser mulher, mas ao ser um
‘veado’, homossexual, ‘maricas’, ‘corno’, ‘bicha’ –, figuras que articulam representações de
feminilidade, fraqueza, impotência, subordinação, passividade. (MOTA,1998).
Segundo Giffin (1994), os homens têm medo do que eles percebam como ‘feminino’
neles mesmo (o que inclui falar sobre sentimentos e relações); as mulheres negam e reprimem
seu interesse pelo sexo. Mas tanto homens como mulheres se beneficiariam de se tornarem
mais articulados emocionalmente.
Segundo relatos de Mota (1998), os homens aprendem a valorizar a atividade sexual
como algo que legitima sua identidade masculina; ser homem é desempenhar o papel de quem
domina e ‘penetra’ outros. É muito comum, por exemplo, jovens em iniciação sexual
realizarem as ‘meinhas’, situação em que um penetra o outro trocando de posição. Entre
18966

casais (homens e mulheres) adolescentes, também é comum o coito anal como preservação da
virgindade e método contraceptivo.
Não é tarefa fácil para os homens terem garantido sua posição de poder,
tradicionalmente concebido. Para Centa (2006), sentir-se fraco, ficar doente, ser traído pela
mulher, perder o emprego, ser estéril ou impotente, não são simplesmente coisas
desagradáveis, mas sinais que podem ameaçar o referencial de virilidade. É justamente
tentando ser forte que ele se torna vulnerável e passa a sofrer consequências do papel que ele
se propõe a representar na sociedade. A noção de gênero é entendida aqui como relações
estabelecidas a partir da percepção social das diferenças biológicas entre os sexos. Essa
percepção, por sua vez, está fundada em esquemas classificatórios que opõem
masculino/feminino, sendo esta oposição homóloga e relacionada a outras: forte/fraco;
grande/pequeno; acima/abaixo; dominante/dominado. (BOURDIEU, 1999).

A divisão entre os sexos parece estar na ordem das coisas (...) ela está presente, ao
mesmo tempo, em estado objetivado (...) em todo o mundo social, e em estado
incorporado, nos corpos e nos habitus dos agentes, funcionando como sistemas de
esquemas de percepção, de pensamento e de ação (BOURDIEU, 1999, p. 17).

Embora não se aceitem muitas das ideias expostas por Bourdieu, admite-se o uso de
seu conceito de dominação simbólica. A força da ordem masculina pode ser aferida pelo fato
de que ela não precisa de justificação: a visão androcêntrica se impõe como neutra e não tem
necessidade de se enunciar, visando sua legitimação. A ordem social funciona como uma
imensa máquina simbólica, tendendo a ratificar a dominação masculina na qual se funda: é a
divisão social do trabalho, distribuição muito restrita das atividades atribuídas a cada um dos
dois sexos, de seu lugar, seu momento, seus instrumentos (SAFFIOTI, 2001).
O que a teoria do esquema de gênero propõe, então, segundo Saffioti (2001), é que o
fenômeno de modelagem sexual deriva, em parte, do processamento do esquema de gênero,
de uma prontidão generalizada de um indivíduo para processar informação na base de
associações vinculadas ao sexo, que constitui o esquema de gênero. Especificamente, a teoria
propõe que a modelagem sexual resulta, parcialmente, da assimilação do próprio conceito de
self do esquema de gênero.
Gênero aciona informações sobre os homens, apesar de os estudos sobre essa categoria
darem atenção especial ao lugar da mulher na sociedade, e Mota (1998), afirma a posição de
que as relações entre os sexos são sociais e culturalmente construídas, e que há diferenças nas
articulações de poder. Ou seja, os estudos de gênero incluem temas que são, em geral,
18967

considerados caracteristicamente ligados às mulheres, mas não se limitam a eles. Assim, o


gênero, enfocado como categoria sociológica, traz novas possibilidades para se pensar a
questão do homem e da mulher, articulando as relações sujeito e sociedade.
O gênero traz em si uma possibilidade, um caminho. Todavia, cada ser humano –
homem ou mulher – desfruta de certa liberdade para escolher a trajetória a descrever. O
gênero, assim, apresenta sim um caráter determinante, mas deixando sempre espaço para o
imponderável, um grau variável de liberdade de opção, determinada margem de manobra
(SAFFIOTI, 2001).
Segundo Giffin (1994), o estudo do processo de formação da identidade de gênero
num mundo também estruturado por gênero (em que a criação dos filhos é definida como
tarefa feminina) sugere maneiras como esta estrutura reproduz as diferenças agudas de
identidades masculina e feminina. Uma das teorias mais influentes deste processo argumenta
que as meninas desenvolvem sua identidade de gênero no contexto da identificação com a
mãe, numa relação continuada com ela.
Os meninos, por outro lado, devem se separar da mãe e das qualidades femininas para
estabelecerem sua identidade masculina. Esta teoria “ajuda a explicar porque a identidade de
gênero masculina é ameaçada pela intimidade e pela dependência, enquanto a identidade de
gênero feminina é mais frequentemente ameaçada pela separação”. (GIFFIN, 1994).
Tomando tais conceitos sobre o gênero masculino, sua construção social e identidade,
se pode verificar um dualismo posto e mediado por sistemas de classificação em grande parte
definidos pela questão biológica desconsiderando a complexidade da conceituação de gênero
que é fator notável na construção indenitária do homem. Aqui se faz importante verificar
como a temática do masculino se dá em relação à fase de elaboração de conceitos, a
adolescência

Gênero masculino e adolescência

Para Ariès apud Salles (1998) na antiguidade não havia uma concepção que definisse
o período do amadurecimento humano que conhecemos como adolescência. Até meados do
século XVII a adolescência foi interpretada comumente como infância, no que diz respeito de
a ideia de infância estar ligada com o sentido de dependência, portanto a infância por sua vez
tinha uma duração longa até a independência total do indivíduo, o que caracterizava a visão
conhecida como adulto em miniatura.
18968

Ainda de acordo com Ariès, somente no século XIX e início do século XX, com a
percepção de certa distinção entre a criança e o adulto a adolescência passa a ser vista como
parte do desenvolvimento humano.
Por sua vez Salles (1998) defende que hoje a adolescência tem atributos específicos,
de acordo com a classe social onde o indivíduo está inserido acabando assim por existirem
formas distintas de ser adolescente.
A adolescência passa a ser, como afirma Calligaris (2000) uma das formações
culturais mais complexas e poderosas de nossa época. Para o autor é possível definir certas
características que definem a adolescência contemporânea:
Adolescência como tempo de espera ao indivíduo desejoso de se tornar adulto e
corporalmente maturo.
Adolescência como percepção do conflito entre ideal autônomo e dependência.
Adolescência idealizada no que se refere às influencias midiáticas que a criam como
sendo uma fase feliz, e assim o adolescente deseja viver esta felicidade como obrigação de
sua idade.
Tais características incisivas sobre a adolescência levam o individuo a se questionar
sobre o ideal que os adultos tem sobre eles. Sendo assim Calligaris (2000, p.33) afirma:

“O adolescente pode encontrar e construir respostas muito diferentes a essa


investigação. As condutas adolescentes, em suma, são tão variadas quanto os sonhos
e os desejos dos adultos. Por isso elas parecem (e talvez sejam) todas transgressoras.
No mínimo transgridem a vontade explícita dos adultos. (CALLIGARIS, 2000,
p.33)

Ao que diz respeito aos grupos adolescentes Calligaris(2000), argumenta que jovens
desejam se tornar parte de grupos sociais onde possam ser reconhecidos como pares, grupos
dos quais a participação de adultos é excluída. Já para os adultos, esses comportamentos
agregativos podem ser vistos como anormais e perigosos, sendo a fonte que gera tanto um
grupo de amigos como uma gangue, sendo assim para o adulto uma forma de transgressão
adolescente.
Ainda para o autor outro ponto destacável é a condição de estética adolescente no qual
o indivíduo se acomete do sentimento de feiura:

Na verdade, a feiura é também uma espécie de exibicionismo escancarado, a


proposta de um erotismo fora da norma, a promessa de uma armadilha sexual que
não se preocupa em passar pelos ícones socialmente aceitos da desejabilidade.
(CALLIGARIS, 2000, p.51)
18969

Aberastury e Knobel (1981) argumentam no sentido que para se compreender o


comportamento adolescente, é necessário levar em consideração a bagagem individualizante
dos jovens, sem descartar o ambiente sócio-cultural no qual esses jovens vivem.
Para Osório (1992), a sexualidade se insere adolescência como um elemento que
propicia a estruturação da identidade do indivíduo, por se alocar nesta fase da vida humana o
término da estruturação da personalidade.
Em um contexto histórico, segundo as teorias de Engels (1982), as atividades sexuais
nos primórdios da civilização ocorriam livremente entre homens e mulheres, sem que
houvesse neste tipo de conduta uma conotação promiscua. A descendência dos filhos era
precedida da ordem materna, pois somente se tinha como certeza a maternidade, formando-se
um agrupamento familiar denominado clã.
Com o surgimento das primeiras propriedades privadas devido ao acumulo de bens
pelos clãs, essa forma de relacionamento livre foi perdendo característica e sendo trocada por
uma nova organização social, onde a relação sexual era exercida por casais, para que fosse
possível aos filhos herdar os bens do clã. As uniões se tornaram monogâmicas, e a
organização familiar passou ao sistema patriarcal, sendo o fator determinante a linhagem
sanguínea do pai.
Nesta organização o sexo passa à função de procriação com objetivo reprodutivo; as
mulheres tornam-se submissas aos seus maridos e se mantém assim fieis sexualmente
acumulando as funções de gerar e cuidar dos filhos; porém, os maridos não exercem a mesma
função podendo desfrutar e manter atividades sexuais fora do casamento.
Segundo Gauderer (1994), as regras, mitos e tabus sexuais, foram surgindo como
forma de estabelecer limites ao prazer do sexo. Por exemplo, o uso de roupas para cobrir
partes eróticas do corpo tinha o objetivo de evitar parceiros indesejados ou de não estimular
eventuais parceiros. Ainda para o autor, por outro lado, os mitos referentes a masturbação,
sexo anal e homossexualismo, surgem por essas práticas não conferirem ao sexo caráter
reprodutivo, colocando a espécie e a hierarquia familiar em risco, já que tais mitos surgem em
uma época em que a expectativa de vida humana ficava em torno dos trinta anos de idade, e
havia grande necessidade de homens para o trabalho no campo e as guerras.
Já na concepção religiosa, a sexualidade segundo Costa (1986) é perpassada de valores
que alteram a ótica no que se refere a assuntos sobre o prazer e o sexo. Um mito que se
destaca é o do pecado de Adão e Eva, a partir de que toma os envolvimentos sexuais como
18970

passíveis de vergonha e arrependimento. Outros aspectos religiosos míticos dizem respeito a


não sexualidade dos anjos, a pureza, e ao comparativo de promiscuidade com entidades
demoníacas; assim atestando a postura desfavorável do clero em relação a sexo e a prazer.
Assim sendo as concepções religiosas acerca de sexualidade foram reforçadas pelas
necessidades do Estado, enquadrando-a a partir do século dezesseis aos controles de vida
social exercidos pela ascensão da burguesia em conjunto com as ideias moralistas.
Conceição (1988) defende que a educação sexual tanto para homens como para
mulheres sempre foi muito repressora. As regras e tabus destinavam o exercício da
sexualidade aos jovens somente por meio da união matrimonial, ainda assim limitando a
reprodução.
Tal esquema organizacional familiar manteve-se até a década de cinquenta, quando no
continente Europeu desencadeou-se o movimento “beat” apresentando também reflexos no
Brasil. Esse movimento trazia consigo uma nova perspectiva sexual a chamada “revolução
sexual”, o sexo era pregado de forma livre, desvinculado de compromisso aliado ao uso de
drogas e novos hábitos de vestir.
Para a autora esse movimento deixou sua marca na história dando ao homem a
oportunidade para que pensasse a respeito de seu comportamento sexual e refletisse sobre a
opressão sexual instalada na sociedade por modelos primitivos vividos por várias gerações
anteriores.
Ainda segundo Conceição (1988), estudos publicados na época sobre a sexualidade e
as relações sociais, mostravam que a sociedade vigente desvinculava o sexo da natureza
humana. O homem vivia em conflito com as ideias de liberdade que surgiam na época e sua
educação sexual enrijecida por tabus e concepções morais proibitivas.
A educação repressiva, não propiciava a liberdade experimental e nem sempre oferecia
benefícios, por vezes trazendo prejuízos, como os que visavam à ação sexual passível de
comercialização, agressão ao sistema e vulgarização pelos meios midiáticos de massa.
Suplicy (1991), aponta que, a questão da sexualidade sofreu muitas transformações
nas ultimas décadas, criando assim dúvidas no que diz respeito à educação sexual, deixando
os pais confusos. Do início à metade do século vinte as famílias não tinham muitas dúvidas ao
afirmar o que era “certo” ou “errado”; o que era moralmente permitido e o que era
considerado imoral. Hoje aparentemente se tem um difícil momento de definição de
concepções acerca de um sistema de valores sexuais.
18971

Alguns valores para Suplicy (1991), não podem simplesmente deixar de serem
transmitidos aos jovens apesar do momento transitivo instalado, tais como: O respeito próprio
e pela dignidade de pessoa; O respeito por outrem e a negação da visão do outro como objeto
e ou meio de satisfação das necessidades fisiológicas sexuais; O acesso à informação,
respondendo questões sexuais de forma honesta e livre de preconceitos; e incentivar o
desenvolvimento crítico e a capacidade de reflexão para escolhas convenientes desde a
infância até a adolescência.
Outro aspecto referente à sexualidade elencado por Suplicy (1991), é que os pais
necessitam de um enfrentamento com a própria sexualidade para trabalhar a educação sexual
dos filhos, situação que pode desencadear por vezes o sentimento de angústia, trazendo à tona
alguns aspectos reprimidos para muitos pais.
Knobel (1992) afirma, que somente no momento em que o individuo se integra de sua
genitalidade que sua conduta passa a ser representativa a ela, dominando suas aspirações,
muito embora desde o nascimento meninas e meninos recebam mensagens sobre seu papel
sexual na sociedade assim iniciando uma construção social de suas identidades.
Da infância à adolescência as mudanças ocorrem gradativamente e dizem respeito a
alterações corporais e psicológicas. No campo das alterações psicológicas é necessário ao
adolescente passar pelas fases de luto e de perda de sua condição de infância e identidade
infantil. O concluir este processo o adolescente se inclui no mundo com uma caracterização
de um corpo maduro, uma imagem sobre si mesmo e esse corpo construída, mudando sua
identidade, sendo esta a grande função de transformação que a etapa da adolescência propicia
ao ser humano, destinando grande energia psíquica a esta construção de uma nova identidade.

Conclusão

Ao realizar uma revisão da literatura existente acerca do tema hegemonia do gênero


masculino, sua relação com a educação os papéis sociais e identitários e as relações de poder,
pudemos confirmar a importância de direcionar a pesquisa ao foco da adolescência, por ser
esta uma etapa do desenvolvimento humano caracterizada pelas mudanças biológicas e
conflitos de ordem social, fortemente ligados à sexualidade.
Sendo assim concordamos com Osório (1992), onde indica que a sexualidade se insere
adolescência como um elemento que propicia a estruturação da identidade do indivíduo, por
se alocar nesta fase da vida humana o término da estruturação da personalidade.
18972

Durante a fase de pesquisa pudemos constatar que as mudanças na sociedade ao longo


dos tempos contribuíram para a construção de padrões de classificação de gênero fundados
em bases hegemônicas onde o masculino exerce o papel de poder em contraposição ao
feminino. E que estas concepções ainda vêm sido mantidas através da reprodução de valores
incutidos implicitamente na linguagem utilizada principalmente na escola.
Sendo assim verificamos que o ambiente escolar pode sim, ser um elemento crucial na
chamada “marcação” do gênero, contribuindo para a divisão sexista instalada na sociedade
atual, onde o masculino denota maior importância em relação ao feminino.
Acreditamos ter cumprido com o nosso objetivo principal, elaborando um material de
referencia não somente destinado a nossa futura pesquisa empírica bem como podendo ser
disponibilizado a demais pesquisadores interessados nas temáticas acerca do gênero e da
hegemonia produzida pelas mudanças sociais.
Quanto aos objetivos complementares de assinalar a importância da discussão dos
conceitos de gênero e suas implicações no meio escolar; e compreender a questão identitária
masculina do gênero e suas representações no ambiente escolar. Pudemos ter uma reflexão
mais específica acerca da importância de se discutir gênero e sua relação com a educação, por
ser a escola uma das instituições geradoras dos fatores que contribuem à formação identitária
da masculinidade hegemônica, conduzida por fatores como a linguagem e os padrões
consumistas de nosso tempo, onde passa a ter grande volatilidade e pode sofrer mudanças
rápidas condicionadas ao desejo e satisfação imediata.
Com base neste estudo teórico, levaremos esta pesquisa à fase empírica para confirmar
as concepções estudadas, realizando um estudo de caso em uma escola pública da rede
estadual de ensino do estado do Paraná, localizada na zona urbana do município de
Prudentópolis, que oferece o curso de Ensino Médio no período matutino.

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