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AO JUÍZO DA 18ª VARA CÍVEL DA COMARCA DE ARACAJU – SERGIPE.

PROCESSO Nº: 201411800986

EDIMILTON SIMÕES DOS SANTOS, já identificado nos autos do processo


em epígrafe, por intermédio de seu advogado e procurador adiante assinado, vem a
Vossa Excelência apresentar, tempestivamente, suas CONTRARRAZÕES DE
APELAÇÃO em anexo, sob os argumentos e fundamentos abaixo transcritos,
requerendo, outrossim, seu recebimento e processamento na forma da lei:

Nestes Termos, aguarda deferimento.

Aracaju, 20 de agosto de 2020.

Afonso Carvalho de Oliva Flávio Matheus S. Mendes Santos


OAB/SE nº. 5.262 OAB/SE nº. 5.940

Alexandre A. Hardman Cortes Wesley Andrade Soares


OAB/SE nº. 8.477 OAB/SE nº. 5.970
EGRÉGIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SERGIPE

CONTRARAZÕES DE APELAÇÃO CÍVEL

PROCESSO N.º: 201411800986

RECORRIDOS: EDIMILTON SIMÕES DOS SANTOS


RECORRENTES: DICON ENGENHARIA LTDA.
EMPRESA MUNICIPAL DE OBRAS E URBANIZAÇÃO

COLENDA CÂMARA CÍVEL:

Ab initio importa destacar que a sentença guerreada pela parte Recorrente não
merece qualquer retoque, posto que encontra-se em consonância com os precedentes
deste Egrégio Tribunal de Justiça de Sergipe, condenando, de forma acertada, as parte
ao ressarcimento dos danos sofridos pelo Recorrido ao ser atingido por evento danoso
oriundo da ausência do dever de cautela das empresa Recorrente no desenvolvimento
de suas atividades comerciais.

DAS CONTRARRAZÕES

1. DA LEGITIMIDADE DA RECORRENTE DICON ENGENHARIA

Percebe-se de início que tenta a empresa DICON Engenharia deslocar a


responsabilidade sobre uma terceira e misteriosa pessoa que assolava a Recorrente
Dicon Engenharia durante as madrugadas quebrando os muros daquela obra com o
objetivo de ver escoada a água que supostamente se acumulava na rua Miron de
Oliveira, tentando ainda comprovar a suposta veracidade dos fatos alegados com a
juntada de um Boletim de Ocorrência noticiando o suposto atentado à Recorrente Dicon
Engenharia.

É de se destacar que, de forma curiosa, o referido Boletim fora lavrado logo


após o evento danoso ocorrido para com o autor, de forma perfeita o fato ocorrera
justamente na noite em que a empresa havia sido vítima de vandalismo, propício ao
extremo!

Não é razoável se acreditar que justamente na noite em que houve o evento


danoso a empresa fora vítima desse vandalismo e que justamente este fato fora
responsável pela enxurrada de água que invadiu a casa do autor e seus vizinhos, e
buscaremos demonstrar a falta de razoabilidade desta alegação na fundamentação a
seguir.

É necessário ainda demonstrar a inaplicabilidade das decisões colacionadas


pela Recorrente Dicon Engenharia para suportar a alegação de culpa exclusiva de
terceiros, percebe-se claramente que tratam-se de julgados relativos à fraude de
contratos bancários, os quais nada tem de comum com a presente demanda.

Ademais, é também sabido que tal posicionamento sequer é o dominante na


jurisprudência, haja vista se imputar, em tais casos, a responsabilidade à instituição
financeira que não agiu com prudência quando da contratação, da mesma forma como
não agiu a Recorrente Dicon Engenharia ao realizar as obras de terraplanagem no
terreno em questão.

2. DO CONSUMIDOR EQUIPARADO - BYSTANDER

O sentido do artigo 17 do Código de Defesa do Consumidor é claro ao


equiparar ao efetivo consumidor qualquer vítima do evento danoso, é o chamado
consumidor equiparado ou "bystander". Aquele que mesmo não guardando uma relação
de consumo direto com o fornecedor é atingido por um defeito deste.

Art. 17. Para os efeitos desta Seção, equiparam-se aos consumidores


todas as ví=mas do evento.

A doutrina brasileira conta com exemplos clássicos de consumidores por


equiparação, apenas para citar alguns temos as vítimas da explosão do Osasco Plaza
Shopping ou mesmo as vítimas da queda do voo 402 da TAM, o qual atingiu diversas
casas do bairro do Jabaquara em São Paulo, pessoas essas que não estavam inseridas em
relação de consumo direta com a empresa aérea mas foram mesmo assim consideradas
consumidoras da mesma.
A jurisprudência brasileira também está repleta de casos que confirmam a
possibilidade da equiparação à consumidores das vítimas do evento danoso, a saber:

AGRAVO REGIMENTAL. RECURSO ESPECIAL. PROCURAÇÃO.


DESNECESSIDADE DE AUTENTICAÇÃO. AFASTAMENTO DA SÚMULA N.
115/STJ. CIVIL E PROCESSO CIVIL. INDENIZAÇÃO. DANOS MORAIS E
MATERIAIS. RELAÇÃO DE CONSUMO.
PRESCRIÇÃO QUINQUENAL. RESPONSABILIDADE SOLIDÁRIA.
LEGITIMIDADE PASSIVA AD CAUSAM. DIVERGÊNCIA JURISPRUDENCIAL.
AUSÊNCIA DE COTEJO ANALÍTICO. INÉPCIA DA INICIAL. INEXISTÊNCIA.
MANUTENÇÃO DA MULTA.
ART. 538, PARÁGRAFO ÚNICO, DO CPC.
1. Em se tratando do agravo de instrumento disciplinado nos ar=gos
522 e seguintes do CPC, é dispensável a auten=cação das peças que o
instruem, tendo em vista inexis=r previsão legal que ampare tal
formalismo.
2. Nos termos do que dispõe o art. 17 da Lei n. 8.078/90, equipara-se
à qualidade de consumidor para os efeitos legais, àquele que, embora
não tenha parOcipado diretamente da relação de consumo, sofre as
consequências do evento danoso decorrente do defeito exterior que
ultrapassa o objeto e provoca lesões, gerando risco à sua segurança
Usica e psíquica.
3. Caracterizada a relação de consumo, aplica-se ao caso em apreço o
prazo de prescrição de 5 (cinco) anos estabelecido no art. 27 da Lei n.
8.078/90.
4. Respondem solidariamente todos aqueles que contribuíram para a
causa do dano.
5. Considerando que a pe=ção inicial da ação de indenização por danos
materiais e morais forneceu de modo suficiente os elementos
necessários ao estabelecimento da relação jurídico-li=giosa,
apresentando os fatos que permitem a iden=ficação da causa de pedir,
do pedido e do embasamento legal, correto o acórdão recorrido que
afastou a inépcia da exordial.
6. Em razão do manifesto caráter protelatório dos embargos de
declaração, a multa aplicada pela instância a quo deve ser man=da.
7. Agravo regimental desprovido.
(AgRg no REsp 1000329/SC, Rel. Ministro JOÃO OTÁVIO DE NORONHA,
QUARTA TURMA, julgado em 10/08/2010, DJe 19/08/2010)

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APELAÇÃO CÍVEL - AÇÃO DE INDENIZAÇÃO - DANOS MORAIS -


INCÊNCIO EM VEÍCULO CAUSADO POR CABO DE ALTA TENSÃO - FATOS
INCONTROVERSOS - CONCESSIONÁRIA DE SERVIÇO PÚBLICO -
RESPONSABILIDADE OBJETIVA - ART. 37, §6º, DA CF - RELAÇÃO
CONSUMERISTA - INTELIGÊNCIA DO ART. 14, 17 E 22, DO CDC - A
VÍTIMA DO EVENTO DANOSO EQUIPARA-SE AO CONCEITO DE
CONSUMIDOR - DANO E NEXO CAUSAL CONFIGURADOS - DANO
MORAL PRESUMÍVEL - INEGÁVEL O ABALO PSÍQUICO SOFRIDO EM
CASOS DESSE JAEZ - À PRESTADORA DE SERVIÇO CABERIA PROVAR O
SERVIÇO PRESTADO DE MANEIRA EFICIENTE OU A CULPA EXCLUSIVA DO
CONSUMIDOR OU DE TERCEIRO - EXCLUDENTES DE RESPONSABILIDADE
NÃO COMPROVADAS - ALEGAÇÕES NÃO PROVADAS DE FORÇA MAIOR -
TEORIA DO RISCO - OMISSÃO DA CONCESSIONÁRIA APELANTE EM
PRESTAR COM SEGURANÇA E EFICIÊNCIA OS SERVIÇOS DE ENERGIA
ELÉTRICA AOS CONSUMIDORES E EQUIPARADOS - DEVER DE INDENIZAR
- RAZOÁVEL O VALOR ARBITRADO PELO JUÍZO MONOCRÁTICO A TÍTULO
DE DANOS MORAIS, EM CONSONÂNCIA COM A GRAVIDADE DOS
DANOS CAUSADOS E COM A CONDUTA NEGLIGENTE DA
CONCESSIONÁRIA DE SERVIÇOS PÚBLICOS - NÃO SE COGITA DE
SUCUMBÊNCIA RECÍPROCA PELA CONCESSÃO DE VALOR MENOR AO
PEDIDO INICIALMENTE - MANUTENÇÃO DO ÔNUS SUCUMBENCIAL -
SENTENÇA MANTIDA - RECURSO DESPROVIDO - VOTAÇÃO UNÂNIME.

(APELAÇÃO CÍVEL Nº 5703/2010, 9ª VARA CíVEL, Tribunal de JusOça


do Estado de Sergipe, DESA. SUZANA MARIA CARVALHO OLIVEIRA ,
RELATOR, Julgado em 08/02/2011)

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TJ-MG - 104390707353600011 MG 1.0439.07.073536-0/001(1) (TJ-MG)


Data de publicação: 09/03/2009
Ementa: V.V.: AGRAVO DE INSTRUMENTO. AÇÃO DE REPARAÇÃO DE
DANOS. ROMPIMENTO DE BARRAGEM. VÍTIMAS DO EVENTO.
CONSUMIDORES EQUIPARADOS. APLICAÇÃO DO ART. 17 DO CDC .
INVERSÃO DO ÔNUS DA PROVA. POSSIBILIDADE. Em face da evidente
vulnerabilidade das ví=mas do rompimento da barragem ocorrida em
Muriáe, diante da fornecedora de produtos químicos, proprietária da
barragem, detentora absoluta da tecnologia u=lizada, inarredável o
reconhecimento de que a relação estabelecida entre eles deve se
sujeitar às disposições con=das no Código de Defesa do Consumidor ,
haja vista o reconhecimento pela lei, da existência da categoria do
consumidor equiparado (art. 2º, parágrafo único, art. 17 e art. 29).
Negaram provimento ao recurso.

Não resta qualquer dúvida quanto a condição de fornecedor do Ré, haja vista
estarem preenchidos os requisitos do artigo 3º do Código de Defesa do Consumidor, a
saber:

Art. 3° Fornecedor é toda pessoa }sica ou jurídica, pública ou privada,


nacional ou estrangeira, bem como os entes despersonalizados, que
desenvolvem a=vidade de produção, montagem, criação, construção,
transformação, importação, exportação, distribuição ou
comercialização de produtos ou prestação de serviços.
Desta forma percebe-se claramente aplicável o Código de Defesa do
Consumidor na presente demanda, sendo plenamente cabível a utilização da
Responsabilidade Civil Objetiva.

3. DA RESPONSABILIDADE DA RECORRENTE DICON ENGENHARIA -


ANÁLISE DA DOCUMENTAÇÃO ACOSTADA - FOTOS

Da leitura da peça contestatória da empresa ora Ré, percebe-se que a mesma


tenta, a todo custo, imputar a responsabilidade a terceiros estranhos à demanda
originária.

A Recorrente Dicon Engenharia alega que fora vítima de um vizinho que


quebrou o muro da construção existente ao fundo das casas atingidas, fato este que
ocasionou o deslocamento de águas que cobriam a rua Miron de Oliveira, águas estas
que se uniram à grande quantidade de chuva que caia sobre a capital sergipana na
fatídica noite e que, por fim, aliadas à suposta fragilidade do muro de propriedade do
vizinho do Autor, contribuíram para o ocorrido.

Carreou à contestação, boletim de ocorrência onde fora relatado a suposta


pratica de vandalismo por um terceiro desconhecido, boletim este convenientemente
lavrado no dia seguinte à tragédia que assolou a vida do Autor e de seus vizinhos.

Apresentou também supostos pedidos de esclarecimentos à EMURB, acerca do


esgotamento pluvial da região, porém, frise-se, todos documentos produzidos
unilateralmente, sem que fosse apresentado o resultado obtido com o protocolo dos
documentos em questão.

Todavia, apesar da custosa argumentação da Recorrente Dicon Engenharia, a


própria documentação apresentada pela empresa é suficiente para descaracterizar
todo o alegado, explica-se.

As fotografias apresentada com a contestação não possuem qualquer indicação


de localização ou mesmo de data da produção, sendo impossível se aferir com
segurança se as mesmas foram produzidas no local informado, muito menos nas datas
informadas.
Ademais, vemos que existe, em alguns pontos, um pequeno acumulo de água,
mas não o suficiente para causar a destruição a qual foram expostos os moradores da
região atendida.

Alega ainda o Autor que fora vítima de vandalismo, tendo sido criado um
buraco em seu muro, o qual fora responsável pelo escoamento de litros de água desta
rua para o terreno da Ré. Todavia, tal alegação per si é insustentável, a fotografia que
supostamente demonstram o buraco aberto pelo vândalo anônimo, apresenta uma
fissura de tamanho relativamente pequeno, incapaz de ocasionar uma passagem de
água tamanha a ponto de derrubar o muro das casa atingida, se assim fosse, com certeza
teria o muro avariado sofrido muito mais com a pressão da água supostamente
acumulada na rua Miron de Oliveira, mas não é o que percebemos nas fotografia em
anexo.

E mais, se a água tivesse realmente atingido tal altura e acumulação, teria a


mesma invadido o terreno por meio dos portões da Recorrente Dicon Engenharia que
podem ser vistos na foto de fls. 77.

Outra foto que demonstra a realidade das alegações do Autor é a que a Ré tenta
induzir o julgador em erro ao apontar a inclinação do terreno de forma diversa da real.

Uma simples visada na foto em comento é suficiente para demonstrar que o


ponto mais baixo do terreno em questão é justamente aquele em confronto com as casas
atingidas, as quais se situam em uma região de vale, ainda que discretos.

A figura abaixo demonstra de forma visual o que realmente ocorre na região


atingida pelo evento danoso:

A água supostamente acumulada à direita da foto é em realidade resultado de


um pouco de água que restou acumulada no terreno, após o represamento de urgência
que fizeram, tentado minimizar os danos já causados.

Ora, é questão física gravitacional, não haveria razão para a água escoar por
um ponto mais alto do relevo, não se pode esperar que a mesma vença a força da
gravidade!
4. DA AUSÊNCIA DE CASO FORTUITO OU FORÇA MAIOR -
RESPONSABILIDADE DA RECORRENTE DICON ENGENHARIA -
AUSÊNCIA DE OBRAS DE MACRODRENAGEM

Nobre julgador, é de se perceber que em momento algum a Recorrente Dicon


Engenharia juntou aos autos qualquer documento comprobatória da existência de obras
visando a macrodrenagem do terreno em comento.

Ora, é sabido que a permeabilidade de um terreno muda drasticamente quando


da realização de obras de terraplanagem, o que antes era um grande campo aberto com
relevo que facilitava a desaceleração das águas, juntamente com um solo menos
compactado, o qual permitia que a água nele penetrasse, após a terraplanagem torna-se
um piso sólido e liso, o qual não permite a infiltração da água muito menos reduz a
velocidade da mesma.

Ora, a própria empresa demonstra o impacto ambiental causado pela sua obra,
no documento de fls. 67 percebe-se a área total do terreno, 13.861,20m2 (treze mil,
oitocentos e sessenta e um metros quadrados e vinte centímetros quadrados), antes, em
correspondência encaminhada à Defesa Civil, aponta uma precipitação de 45mm de
chuva por metro quadrado, ou seja, em uma conta rápida é possível perceber que
apenas o terreno da Recorrente Dicon Engenharia fora responsável pelo recebimento de
623.754,00mm (seiscentos e vinte e três mil, setecentos e cinquenta e quatro milímetros)
de água, os quais escoaram desde o topo do terreno até a parte mais baixa, onde é
confrontado pelas casas atingidas.

Imaginem, nobres julgadores, a imensa pressão que todo esse acúmulo de água
causou nos muros atingidos, numa conta simples, imaginemos que 01 (um) litro de água
pesa o mesmo que 01 (um) quilo, multiplicando esse valor pelo total de água precipitada
sobre o terreno, multiplicada pela força da gravidade que acelerou a mesma num
desnível de quase 13 (treze) metros, não é difícil entender a razão do muro ter cedido.

Não fora o fato de ser um muro simples que causou o desabamento, e sim a
imensa pressão a qual fora o mesmo submetido, para que o mesmo suportasse tal
pressão deveria sofrer uma imensa preparação, muito além das disponíveis para pessoas
de parcos recursos.

Novamente, é de se destacar que a empresa em momento algum apresentou


qualquer plano de drenagem do seu terreno, o que apenas reforça a teoria deste
peticionante, comprovando, mesmo que de forma desnecessária haja vista a
responsabilidade objetiva a qual está sujeito, a culpa da Recorrente Dicon Engenharia.

Tenta a empresa, inutilmente, se livrar da responsabilidade pelo fato ocorrido,


e, mais uma vez, junta aos autos precedentes judicias que não guardam qualquer relação
com o caso em questão, são diversos julgados que versam acerca de furto em ônibus e
[!!!!] invasão de cupins, esse sim, um fenômeno natural que não necessitou da
contribuição de qualquer empresa para ocorrer, ao contrário do caso em tela!

5. DA SUCUMBÊNCIA RECURSAL

A sucumbência recursal é um dos novos institutos concebidos pelo novo


Código de Processo Civil. Até a vigência do CPC/73, a interposição de recursos não
fazia surgir o direito à nova verba honorária.
Ao prolatar a sentença, deveria o juiz estabelece-la integralmente, na seara
recursal, exercia-se o controle sobre aquela fixação, mediante impugnação específica do
recorrente, ou em caso de omissão, como visto, através da fixação em primeiro momento
pelo tribunal.

O novo Código de Processo Civil cria uma situação inovadora porque diz que a
interposição da apelação ensejará nova verba honorária. Dessa forma, tem-se os
honorários advocatícios tais como concebidos originariamente e, a partir do novo CPC,
uma nova condenação honorária que tem como causa a provocação da instância
recursal.

Durante o curso da elaboração e efetiva redação do projeto de lei que culminou


na criação do Novo Código de Processo Civil foram apresentadas diversas redações
para a figura dos honorários recursais, tendo prevalecido a atual redação do parágrafo
11, do artigo 85, in verbis:

O tribunal, ao julgar recurso, majorará os honorários


fixados anteriormente levando em conta o trabalho
adicional realizado em grau recursal, observando,
conforme o caso, o disposto nos §§ 2º a 6º, sendo vedado ao
tribunal, no cômputo geral da fixação de honorários
devidos ao advogado do vencedor, ultrapassar os
respectivos limites estabelecidos nos §§ 2º e 3º para a fase
de conhecimento.

O parágrafo acima encontra-se em sintonia com o parágrafo 1º do mesmo


artigo 85, a saber:

São devidos honorários advocatícios na reconvenção, no


cumprimento de sentença, provisório ou definitivo, na
execução, resistida ou não, e nos recursos interpostos,
cumulativamente.

É extremamente salutar a modificação introduzida, já que o processo não tem o


seu término com a prolação da sentença, a demanda tem seu curso continuado em
segundo grau de jurisdição, responsável pelo surgimento de novos procedimentos a
serem adotados pelas partes.
Diante do exposto não restam dúvidas quanto ao cabimento da condenação em
honorários sucumbênciais recusais, razão pela qual devem ser majorados os honorários
arbitrados pelo juízo A Quo.

6. DOS PEDIDOS

Diante de todo o exposto, resta clara a coerência da sentença prolatada pelo


Douto Juízo A Quo razão pela qual a mesma não merece qualquer retoque, uma vez que
ao sentenciar o feito, não se ateve somente à argumentos ou alegações, mas sim à fatos
concretos e dispositivos legais, provados através das diversas citações da Apelada, que
logicamente ensejaram no indeferimento dos pedidos dos Apelantes na forma
amplamente abordada acima.

Assim Eminente Colegiado de 2ª Instância, certamente o recurso interposto não


demandará maior exame, muito mais porque a sentença exauriu a questão com a
coerência e a correção jurídica que tem caracterizado as decisões do seu eminente
prolator.

Portanto a sentença atacada está correta e deve ser mantida, pelos seus próprios
fundamentos, o que esperam os Apelados.

Por fim, salienta-se a importância, em face das modificações introduzidas


pelo novo Código de Processo Civil, condenação em honorários sucumbênciais
recusais, razão pela qual devem ser majorados os honorários arbitrados pelo juízo A
Quo.

Aracaju, 20 de agosto de 2020.

Afonso Carvalho de Oliva Flávio Matheus S. Mendes Santos


OAB/SE nº. 5.262 OAB/SE nº. 5.940

Alexandre A. Hardman Cortes Wesley Andrade Soares


OAB/SE nº. 8.477 OAB/SE nº. 5.970

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