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Ab initio importa destacar que a sentença guerreada pela parte Recorrente não
merece qualquer retoque, posto que encontra-se em consonância com os precedentes
deste Egrégio Tribunal de Justiça de Sergipe, condenando, de forma acertada, as parte
ao ressarcimento dos danos sofridos pelo Recorrido ao ser atingido por evento danoso
oriundo da ausência do dever de cautela das empresa Recorrente no desenvolvimento
de suas atividades comerciais.
DAS CONTRARRAZÕES
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Não resta qualquer dúvida quanto a condição de fornecedor do Ré, haja vista
estarem preenchidos os requisitos do artigo 3º do Código de Defesa do Consumidor, a
saber:
Alega ainda o Autor que fora vítima de vandalismo, tendo sido criado um
buraco em seu muro, o qual fora responsável pelo escoamento de litros de água desta
rua para o terreno da Ré. Todavia, tal alegação per si é insustentável, a fotografia que
supostamente demonstram o buraco aberto pelo vândalo anônimo, apresenta uma
fissura de tamanho relativamente pequeno, incapaz de ocasionar uma passagem de
água tamanha a ponto de derrubar o muro das casa atingida, se assim fosse, com certeza
teria o muro avariado sofrido muito mais com a pressão da água supostamente
acumulada na rua Miron de Oliveira, mas não é o que percebemos nas fotografia em
anexo.
Outra foto que demonstra a realidade das alegações do Autor é a que a Ré tenta
induzir o julgador em erro ao apontar a inclinação do terreno de forma diversa da real.
Ora, é questão física gravitacional, não haveria razão para a água escoar por
um ponto mais alto do relevo, não se pode esperar que a mesma vença a força da
gravidade!
4. DA AUSÊNCIA DE CASO FORTUITO OU FORÇA MAIOR -
RESPONSABILIDADE DA RECORRENTE DICON ENGENHARIA -
AUSÊNCIA DE OBRAS DE MACRODRENAGEM
Ora, a própria empresa demonstra o impacto ambiental causado pela sua obra,
no documento de fls. 67 percebe-se a área total do terreno, 13.861,20m2 (treze mil,
oitocentos e sessenta e um metros quadrados e vinte centímetros quadrados), antes, em
correspondência encaminhada à Defesa Civil, aponta uma precipitação de 45mm de
chuva por metro quadrado, ou seja, em uma conta rápida é possível perceber que
apenas o terreno da Recorrente Dicon Engenharia fora responsável pelo recebimento de
623.754,00mm (seiscentos e vinte e três mil, setecentos e cinquenta e quatro milímetros)
de água, os quais escoaram desde o topo do terreno até a parte mais baixa, onde é
confrontado pelas casas atingidas.
Imaginem, nobres julgadores, a imensa pressão que todo esse acúmulo de água
causou nos muros atingidos, numa conta simples, imaginemos que 01 (um) litro de água
pesa o mesmo que 01 (um) quilo, multiplicando esse valor pelo total de água precipitada
sobre o terreno, multiplicada pela força da gravidade que acelerou a mesma num
desnível de quase 13 (treze) metros, não é difícil entender a razão do muro ter cedido.
Não fora o fato de ser um muro simples que causou o desabamento, e sim a
imensa pressão a qual fora o mesmo submetido, para que o mesmo suportasse tal
pressão deveria sofrer uma imensa preparação, muito além das disponíveis para pessoas
de parcos recursos.
5. DA SUCUMBÊNCIA RECURSAL
O novo Código de Processo Civil cria uma situação inovadora porque diz que a
interposição da apelação ensejará nova verba honorária. Dessa forma, tem-se os
honorários advocatícios tais como concebidos originariamente e, a partir do novo CPC,
uma nova condenação honorária que tem como causa a provocação da instância
recursal.
6. DOS PEDIDOS
Portanto a sentença atacada está correta e deve ser mantida, pelos seus próprios
fundamentos, o que esperam os Apelados.