Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
Inverno de 2017
Créditos
Capa:
Nota
Informações Preliminares
A demanda crescente por recursos naturais é um presente que vem junto com a
evolução da sociedade, para satisfazer a vontade e as necessidades básicas do ser
humano.
O Poço Artesiano é uma fonte de água que, na ampla maioria dos casos, atende
as expectativas do homem na sua incansável busca pelo bem estar e pelo prazer
de produzir.
Vou então compartilhar com vocês o resultado das pesquisas que fiz sobre o
assunto, juntamente com dicas práticas e a experiência que obtive atuando neste
segmento.
Introdução
Hidrodinâmica Subterrânea
O teste de vazão é uma forma de se avaliar, ao longo do tempo, como está sendo
esta interação entre o Homem e o ambiente subterrâneo.
a) Vazão Máxima
b) Recuperação do Nível
c) Vazão Escalonada
a. Mínimo de três pontos
Um teste de vazão completo é composto então de, no mínimo, seis planilhas, que
são elas: Teste de vazão Máxima, Recuperação, três planilhas de teste
escalonado, e a planilha final conclusiva de interpretação dos dados.
Vazão Máxima
Vejam que falo da vazão máxima do poço, e não da vazão máxima da bomba que
está instalada. Existe esta diferença de conceito no mercado, onde é apresentado
um teste de vazão máxima, sem ser a vazão máxima do poço, e sim a do conjunto
motobomba que se encontra instalado.
Por meio deste teste é que será possível obter os pontos de estabilização do nível
em função da vazão, para o calculo da equação do poço.
No caso do Estado de São Paulo, o DAEE sugere em sua Instrução Técnica DPO-
Nº10, de 30/05/2017, vazões progressivas de 20%, 60%, 80% e 100% da vazão
máxima.
Dicas
Sendo um pouco simplista, estas três informações é que darão elementos para
qualquer posterior análise técnica mais aprofundada, bem como é a partir delas,
que serão elaborados todos os cálculos de interpretação.
TEMPO
Intervalo de Leitura
Período (minutos)
(minutos)
0 a 10 1
10 a 20 2
20 a 60 5
60 a 120 10
120 a 600 30
600 a 900 60
900 em diante 120
Tabela 1 – Frequência de Bombeamento (Vazão Máxima e Escalonado).
Ou então serão necessárias três ou até quatro pessoas para coletar estas
informações em campo, na primeira hora. O que dificilmente ocorre (geralmente
vão a campo duas pessoas somente).
A partir da segunda hora de teste, as coisas começam a ficarem mais fáceis, pois o
intervalo de tempo de tomada de informações passa a ser a cada 10 minutos, e
daí pra frente mais fácil ainda.
VAZÃO
Saber qual a forma de aferir a vazão, dentro de um erro aceitável (menor que 5%)
é que está o desafio.
Por definição, vazão é uma unidade de fluxo que, no nosso caso é a razão entre o
volume (que pode ser litros ou metros cúbicos) e o tempo (segundos ou horas). A
unidade mais comum é [m3/h] (metros cúbicos por hora), mas alguns órgãos
podem exigir em [l/s] (litros por segundo).
Há vários métodos para aferirmos a vazão de um poço, vamos discutir aqui alguns
deles: com uso de Balde, Bombona ou Tambor, com tubo de orifício calibrado,
com uso de hidrômetro convencional ou eletrônico e com medidor de vazão
eletrônico.
Agora peço que olhem novamente a tabela, observando a coluna Erro (%).
Notaram que o erro aumenta nos momentos em que o tempo é menor?
Isto ocorre, pois quem está fazendo a leitura é um ser humano, e todo ser
humano tem um ato que se chama reflexo. Vou considerar aqui que o reflexo
humano é a sua margem de erro.
Cada Ser vive um momento diferente na vida, e não podemos comparar o reflexo
de uma pessoa que está descansada e plenamente atenta, com o reflexo de uma
pessoa que está estressada. Para chegarmos a conclusões mais práticas, e com
uma margem de erro mais segura, considerei para estes cálculos que uma pessoa
comum tenha um reflexo de 0,40 segundos (ou 400 milissegundos).
Fica aqui a dica então para a utilização deste método para aferição da vazão.
Não utilizar Balde de 20 litros para vazões maiores que 9 m3/h, bombona de 100
litros para vazões maiores que 45 m3/h, ou tambores de 200 l para vazões
maiores que 90 m3/h. Ou, como conceito principal, não utilizar recipientes que se
encham em um tempo menor que 12 segundos.
Por não possuir partes mecânicas, é uma boa opção para aferir a vazão mesmo se
a água estiver com presença de sólidos em suspensão (turva ou com partículas de
areia).
Foto: Tubo de Orifício Calibrado
Hidrômetro convencional.
Esta relojoaria vem com marcações para identificarmos até a passagem de litros
em alguns casos.
Os hidrômetros com sinal pulsado são fornecidos com um display eletrônico que
te informará o volume da água que está passando e a vazão instantânea.
Para o calculo da vazão, partindo de um sensor de sinal pulsado (REED), a
eletrônica faz o mesmo cálculo que utilizamos nos exemplos anteriores. A maior
diferença é que qualquer equipamento eletrônico tem uma precisão de, no
mínimo, 100 milissegundos (ou 0,1 segundos), o que nesta situação já é 400%
mais preciso que o ser humano.
Para saber mais sobre a automatização das leituras com medidor de vazão,
solicite nosso tutorial “Hidrômetro com sinal Pulsado (REED)” em
http://www.ghidro.com.br.
A pessoa que está fazendo o teste, não entende de comunicação entre máquinas
(e nem é obrigado a entender disso), no entanto, para que esta informação seja
útil para quem está realizando o teste de vazão, será necessário então o uso de
uma central ou display, que interprete este sinal eletrônico, e informe qual a
vazão (em m3/h, ou l/s). Assim teremos de forma instantânea, a vazão sendo
informada no display do equipamento.
Foto: Exemplo de Instalação de Medidor de Vazão Eletromagnético.
NÍVEL
A informação do nível nos indica para onde a água está fluindo. Em uma situação
de contaminação, ou mesmo para cálculos hidrodinâmicos, toda a movimentação
da água é definida pela diferença do nível.
Um bom medidor de nível passa a ser seu melhor amigo em um teste de vazão.
Vemos que o nível dinâmico tem um conceito mais aprofundado, ele é em função
da vazão que está sendo extraída do poço, ou seja, para cada vazão teremos um
nível dinâmico diferente. E ainda mais, somente quando estiver estabilizado.
Por definição então, sempre que nos referirmos a um nível dinâmico, temos que
saber também a vazão. Exemplo: Nível dinâmico de 83,45m a 22 m3/h.
Para aferir o Nível Estático, antes de ligar o poço, fazer umas três leituras (em
intervalos de 5 minutos) para verificar que realmente não está havendo alteração
no nível e que o mesmo está estabilizado. Iniciar então o teste, acionando o
conjunto motobomba e efetuar as leituras de nível, acompanhando seu
rebaixamento.
A pessoa que estiver operando com o medidor de nível de fita, deve estar
constantemente procurando o momento em que a fita toca na água, inserindo ou
recolhendo a fita dentro do poço, para identificar a posição do nível.
Apesar deste sistema ser mais complexo que o medidor de nível de fita, tem a
vantagem de permitir a automação da coleta de dados e disponibilizar
instantaneamente a informação do nível.
Para saber mais sobre a automatização das leituras com medidor de nível
hidrostático, solicite nosso “Tutorial - Sensor de Nível Hidrostático” em
http://www.ghidro.com.br.
Foto: Exemplo de Instalação do sensor de nível hidrostático em poço
Este medidor utiliza os princípios da propagação e reflexo das ondas do som para
disponibilizar a informação do nível.
Por ser um equipamento mais sensível, devem ser observadas algumas condições
como: a tubulação onde será instalado deve estar o mais hermeticamente
fechado possível; limpa (sem insetos ou sujidades); deve ser de PVC; evitar a
instalação próxima a outras fontes de som; deve estar abrigado de vento ou
chuva; para que a qualidade do sinal seja melhor possível.
Por outro lado, é um equipamento pequeno, leve (menos de 1 kg), com um range
de aplicação de 3 a 600 metros de profundidade, com datalogger e saídas para
qualquer tipo de automação (4-20mA, 0-5v, Modbus, RS-232 e RS-485).
Foto: Exemplo de instalação do sensor de nível sônico
O sistema Hidroview foi desenvolvido para que você efetue a gestão de dados
técnicos de perfuração de poços, manutenções, teste de vazão, monitoramento,
entre outros.
Fale com a gente para saber como oferecer esta tecnologia para seus clientes e
participar efetivamente da transformação digital que está ocorrendo nesta nova
era.
Geralmente cada empresa prepara a sua planilha de acordo com seu marketing.
Sinta-se a vontade para alterar, e montar da forma que melhor lhe convier.
Desejo sucesso na sua jornada, e que você contribua para que tenhamos uma
sociedade mais justa e comprometida com os recursos naturais.
Autor
https://www.youtube.com/channel/UCj1BOaOQTuPMrTgPewSwgvw/featured
https://www.linkedin.com/company/g-hidro-monitoramento/
https://www.facebook.com/ghidromonitoramento/
Bibliografia
ABNT. (31 de 03 de 2006). 12.212 - Poço Tubular - Projeto de poço tubular para captação de águas
subterrâneas. São Paulo, SP.
ABNT. (31 de 02 de 2006). 12.244 - Poço tubular - Construção de poço tubular para captação de água
subterrânea. São Paulo, SP, BR.
Autores, V. (2006). Aguas subterrâneas e poços tubulares profundos. São Paulo: Signus Editora.
DAEE. (30 de 05 de 2017). Instrução Técnica DPO Nº 10. São Paulo, SP.
DAEE. (30 de 05 de 2017). Portaria DAEE nº 1.630. São Paulo, SP.
Rocha, G. A., & Jorba, A. F. (2007). Manual de Operação e manutenção de poços. São Paulo.