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”Outros olhos”
Adriana Falcão1
No fundo de cada cabeça devem existir outros olhos, uns olhos que enxergam para
dentro, e provavelmente são eles que vêem as imaginações, as reminiscências, os
sonhos, as idéias, as doidices que a gente pensa.
Enquanto os olhos que olham para fora se limitam a contemplar o que está na frente
deles, esses tais olhos de dentro ora vêem o que querem, ora o que a gente
quer ver.
Às vezes eles são obedientes. Noutras são muito teimosos. Quase sempre são
criativos. De vez em quando são tão sensíveis. São imprevisíveis, os olhos de
dentro.
É feito foto, filme, computador. Deve estar tudo registrado em alguma parte da
memória.
O mais difícil de entender é como eles conseguem inventar coisas que os olhos de
fora nunca viram:
Acontecimentos que não aconteceram.
Momentos que jamais passaram.
Situações completamente estapafúrdias.
Condições imaginárias.
Suposições.
Tragédias.
Finais felizes.
Sinais.
Hipóteses.
Subterfúgios.
Absurdos.
Desejos.
Aquilo que não existe, ou não é visível, ou ainda não foi descoberto, o que já foi
embora, tudo o que está no brejo, o que está sempre no escuro, soterrado,
escondido, após, por trás, o microscópico, a conjectura, o que foi arrancado, o
que não foi aberto.
É necessário estimular uma relação saudável desses usuários com o espaço físico
da escola. Esse módulo contará com o apoio de material gráfico de apoio
(cartazes, adesivos, faixas, camisetas).
Coordenação do Projeto