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Texto 6 - os valores

Vivemos hoje uma “crise de valores”. Os valores espirituais e morais são


enaltecidos verbalmente mas tem pouca influencia no comportamento humano
prático. O que impera é a ganância do dinheiro, do lucro fácil, do poder pelo poder,
a busca do prazer, do conforto, dos bens que dão prestígio e “status”.
A expressão “crise de valores”, significa antes de tudo, um deslocamento da
importância dos valores, uma subversão da escala de valores.
Há também exemplos que superam o passado, onde muitos procuram ser
autênticos, sem máscara, plenamente genuínos e verdadeiros. Mas são raros.
Mas tem aumentado muito na sociedade a pregação de uma nova
consciência pelos direitos humanos, onde o fundamento dessa pregação está a
exigência de mais justiça social, de respeito as minorias,pelo fim da discriminação
racial,de gênero social, dos direitos de uma condição mínima de dignidade humana,
como direito ao trabalho,educação,saúde,lazer,transporte,vestuário,etc.
o que são? a bondade, a justiça, a honestidade, respeito, solidariedade, etc. e os
contra valores? Desonestidade, autoritarismo, exploração, dominação, maldade,
egoísmo, individualismo, etc.
Em primeiro lugar temos os valores que atribuímos ás coisas ou aos
objetos, tanto os naturais com os produzidos pelo homem.
Aliás, o termo ‘valor’, deriva da economia, e foi Marx que desvendou
suas características.
e o fez ao analisar a sociedade do ponto de vista de suas relações
econômicas, ao perceber que as ‘coisas’ tinham um valor de uso e um valor de
troca.
a) de uso - quando satisfaz uma necessidade humana. Quando uma
mercadoria se torna um objeto útil. a mercadoria vale na medida em que podemos
usá-la
.
b) valor de troca - quando estes produtos se destinam não só a ser usados,
mas antes de tudo a ser trocados, transformam-se em mercadorias, adquirindo um
duplo valor: de uso e de troca.
O valor de troca se dá a partir das relações sociais baseadas na
propriedade privada dos meios de produção. e por isso é indiferente ao seu valor de
uso, isto é, independe de sua capacidade de satisfazer uma necessidade humana
determinada.
Assim podemos definir valor a partir dos seguintes traços:
1) não existem ‘valores’ em sí, como entidades ideais ou irreais, mas
objetos reais (ou bem) que possuem valor.
2) os valores só existem na realidade natural e humana como
propriedades valiosas dos objetos da mesma realidade. e que constituem o suporte
necessário das propriedades que consideramos valiosas.
3) e, só o são valiosas na medida que o objeto esteja em relação com o
homem social, com seus interesses e com suas necessidades.
assim sendo, concluimos que o ‘valor’ não é propriedade dos objetos em
sí, mas propriedade adquirida graças a sua relação com o homem como ser social.
mas, por sua vez, os objetos podem ter valor somente quando dotados realmente de
certas propriedades objetivas.

Os valores estão numa relação especial com as coisas reais valiosas que
chamamos bem. Nos bens encarna-se determinado valor: nas coisas úteis a
utilidade; nas coisas belas a beleza; e nos atos bons a bondade.
assim, os bens dependem do valor que encarnam. São valiosos somente
na medida em que suportam ou concretizam um valor.
Os valores são imutáveis; não mudam com o tempo, ou de uma sociedade
para outra. os bens nos quais os valores se realizam é que mudam de uma época
para outra. São objetos reais, e como tais,, condicionados,variáveis e relativos.
Enquanto os valores são criações humanas, e, só existem e se realizam no homem e
pelo homem. Por conseguinte existem unicamente em um mundo social, isto é,
pelo homem e para o homem.

Valores morais e não-morais

O que vimos até aqui são os valores que se encarnam nas coisas reais.
Mas nem todos eles se pode dizer que sejam bons de um ponto de vista moral.
Por que os objetos úteis, ainda que se trate de objetos produzidos pelo
homem, não encarnam valores morais, como por exemplo, uma faca. pode ser uma
boa faca, mas se ela for usada para assassinar alguém ela servirá de instrumento
para realizar um ato moralmente mau.
A qualificação moral recai aqui no ato de assassinar para qual a faca
serviu. Mas não é a faca que pode ser qualificada de um ponto de vista moral, mas
o seu uso. isto é, os atos humanos de utilização a serviço de determinados fins,
interesses ou necessidades.
Por isso afirmamos antes, que os valores existem unicamente em atos ou
produtos humanos.
Portanto, tão somente o que tem um significado humano pode ser avaliado
moralmente.
Apesar que um mesmo produto humano pode assumir vários valores,
embora um deles seja determinante. por exemplo: uma obra de arte pode ter não só
um valor estético, mas também político, religioso ou moral.
Logo, um mesmo ato ou produto pode ser avaliado a partir de diversos
ângulos, podendo encarnar ou realizar diferentes valores.

Por fim, ao estabelecer a distinção entre valores morais e não-morais é


preciso lembrar que os valores morais se encarnam somente em atos ou produtos
humanos e, entre estes, naqueles realizados livremente, isto é, de um modo
consciente e voluntário.

Para refletir:
1. O que são valores? e o que são contra-valores?
2. Qual a diferença entre valor de uso e valor de troca?
3. O que de fato define um valor/
4. O que pode ser avaliado moralmente?

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