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Regulamento CE 1467/97

SECÇÃO 1

DEFINIÇÕES E AVALIAÇÕES 

Artigo 1.º

1. O presente regulamento estabelece as disposições para acelerar e clarificar a aplicação do procedimento relativo
aos défices excessivos, com o objectivo de evitar défices orçamentais excessivos e, caso venham a ocorrer, de os
corrigir rapidamente.

2. Para efeitos do presente regulamento, entende-se por «Estados-membros participantes», os Estados-membros que
adoptarem a moeda única nos termos do Tratado e por «Estados-membros não participantes», os Estados-membros
que a não adoptarem.

Artigo 2.º

1. Considerar-se-á que o carácter excessivo do défice orçamental em relação ao valor de referência é excepcional e
temporário, na acepção do n.º 2, alínea a), segundo travessão, do artigo 104.º, quando resulte de uma circunstância
excepcional não controlável pelo Estado-membro em causa e que tenha um impacto significativo na situação das
finanças públicas, ou quando resulte de uma recessão económica grave.

Além disso, considera-se temporário o carácter excessivo do défice em relação ao valor de referência se as previsões
orçamentais fornecidas pela Comissão indicarem que o défice se situará abaixo do valor de referência, uma vez
cessada a circunstância excepcional ou a recessão económica grave.

2. A Comissão e o Conselho, ao apreciar e decidir quanto à existência de um défice excessivo, de acordo com os n.ºs
3 a 6 do artigo 104.º do Tratado, podem considerar que o excesso em relação ao valor de referência resultante de uma
recessão económica grave tem um carácter excepcional, na acepção do artigo 104.º,n.º 2, alínea a), segundo travessão,
quando resultar de uma taxa de crescimento anual negativa do volume do PIB ou de uma perda acumulada do produto
durante um período prolongado de crescimento anual muito reduzido do volume do PIB relativamente ao seu
crescimento potencial.

3. Para efeitos da elaboração do relatório previsto no n.º 3 do artigo 104.º do Tratado, a Comissão tomará em conta
todos os factores pertinentes, conforme referido nesse mesmo artigo. O relatório reflectirá de modo adequado a
evolução da situação económica a médio prazo (em especial, o crescimento potencial, as condições cíclicas
prevalecentes e a implementação de políticas no contexto da Agenda de Lisboa e de políticas destinadas a fomentar a
investigação e o desenvolvimento e a inovação) e a evolução da situação orçamental a médio prazo (em especial, os
esforços de consolidação orçamental em “ períodos favoráveis” , a sustentabilidade da dívida, o investimento público
e a qualidade global das finanças públicas). Além disso, a Comissão tomará devidamente em consideração quaisquer
outros factores que, na opinião do Estado-Membro em causa, sejam pertinentes para uma apreciação qualitativa
exaustiva do excesso em relação ao valor de referência e tenham sido comunicados pelo Estado-Membro à Comissão
e ao Conselho. Neste contexto, será concedida especial atenção aos esforços orçamentais desenvolvidos no sentido de
aumentar, ou manter a um nível elevado, as contribuições financeiras destinadas a fomentar a solidariedade
internacional e a realizar os objectivos políticos europeus, designadamente a unificação da Europa, caso tenham um
efeito prejudicial no crescimento e na carga fiscal de um Estado-Membro. Uma avaliação global equilibrada deve
abranger todos estes factores.

4. Se a dupla condição do princípio central — segundo o qual, antes de os factores pertinentes mencionados no n.º 3
serem tomados em consideração, o défice orçamental geral deve continuar a situar-se perto do valor de referência e o
excesso em relação ao valor de referência deve ter carácter temporário — for plenamente satisfeita, os referidos
factores serão igualmente tomados em consideração nas etapas conducentes à decisão sobre a existência de um défice
excessivo, previstas nos n.ºs 4, 5 e 6 do artigo 104.º do Tratado. A avaliação global equilibrada a realizar pelo
Conselho deve abranger todos estes factores.

5. No quadro de todas as apreciações orçamentais integradas no procedimento relativo aos défices excessivos, a
Comissão e o Conselho ponderarão cuidadosamente a implementação de reformas dos sistemas de pensões que
introduzam um sistema em vários pilares, que inclua um pilar obrigatório de capitalização integral.
6. Caso o Conselho tenha decidido, com base no n.º 6 do artigo 104.º do Tratado, que existe um défice excessivo num
Estado-Membro, a Comissão e o Conselho tomarão igualmente em conta os factores pertinentes mencionados no n.º
3, no quadro das fases processuais subsequentes previstas no artigo 104.º , incluindo as especificadas no n.º 5 do
artigo 3.º e no n.º 2 do artigo 5.º do presente regulamento. Todavia, esses factores pertinentes não serão tidos em
conta para a decisão do Conselho, formulada de acordo com o n.º 12 do artigo 104.º do Tratado, quanto à revogação
total ou parcial das suas decisões, formuladas ao abrigo dos n.ºs 6 a 9 e 11 do artigo 104.º.

7. Quando, num Estado-Membro, o défice, embora excedendo o valor de referência, se mantém próximo deste
último, e tiver surgido na sequência da implementação de reformas dos sistemas de pensões que introduzam um
sistema em vários pilares que inclua um pilar obrigatório de capitalização integral, a Comissão e o Conselho tomarão
igualmente em consideração, na apreciação da evolução dos valores do défice, os custos da reforma para o pilar de
gestão pública. Para esse efeito, será tomado em conta o custo líquido da reforma, numa base linear degressiva,
durante um período transitório de cinco anos. Esse custo líquido será tomado em conta também para a decisão do
Conselho, formulada de acordo com o n.º 12 do artigo 104.º do Tratado, quanto à revogação total ou parcial das suas
decisões, formuladas ao abrigo dos n.ºs 6 a 9 e 11 do artigo 104.º , se o défice tiver diminuído significativamente e de
modo contínuo e tiver atingido um nível próximo do valor de referência.

(Numeros 2 a 7 com redacção dada pelo artigo 1.º do Regulamento n.º 1056/2005)
Redacção original:
2. Ao preparar o relatório previsto no n.º 3 do artigo 104.º, a Comissão, regra geral, só considerará excepcional o
carácter excessivo do défice em relação ao valor de referência resultante de uma recessão económica grave, quando
se verifique uma redução anual do PIB real de, pelo menos, 2 %.

3. Ao decidir, nos termos do n.º 6 do artigo 104.º e com base numa recomendação da Comissão, sobre a existência de
um défice excessivo, o Conselho tomará em consideração na sua avaliação global, quaisquer observações
apresentadas pelo Estado-membro que demonstrem que uma redução anual do PIB real inferior a 2 % tem contudo
um carácter excepcional à luz de outros elementos justificativos, em especial, relativos ao carácter abrupto da
recessão ou a um decréscimo acumulado da produção relativamente à evolução tendencial verificada no passado.

SECÇÃO 2

ACELERAÇÃO DO PROCEDIMENTO RELATIVO AOS DÉFICES EXCESSIVOS

Artigo 3.º

1. No prazo de duas semanas a contar da adopção pela Comissão de um relatório nos termos do n.º 3 do artigo 104.º,
o Comité Económico e Financeiro emitirá um parecer nos termos do n.º 4 do artigo 104.º.

2. Tendo em plena consideração o parecer referido no n.º 1, a Comissão, se considerar que existe uma situação de
défice excessivo, emitirá um parecer e uma recomendação ao Conselho nos termos dos n.ºs 5 e 6 do artigo 104.º.

3. O Conselho decide sobre a existência de uma situação de défice excessivo nos termos do n.º 6 do artigo 104.º do
Tratado, em regra, no prazo de quatro meses a contar das datas de notificação previstas nos n.ºs 2 e 3do artigo 4.º do
Regulamento (CE) n.º 3605/93. Se decidir que existe um défice excessivo, o Conselho fará simultaneamente
recomendações ao Estado-Membro em causa, nos termos do n.º 7 do artigo 104.º do Tratado.

(Redacção do n.º 3 dada pelo n.º 2 alínea a) do artigo 1.º do Regulamento n.º 1056/2005)
Redacção original.
3. O Conselho decide sobre a existência de uma situação de défice excessivo nos termos do n.º 6 do artigo 104.º, no
prazo de três meses a contar das datas de notificação previstas nos n.ºs 2 e 3 do artigo 4.º do Regulamento (CE) n.º
3605/93. Se, nos termos do n.º 6 do artigo 104.º, decidir que existe uma situação de défice excessivo, o Conselho fará
simultaneamente recomendações ao Estado-membro em causa nos termos do n.º 7 do artigo 104.º.

4. A recomendação do Conselho, formulada nos termos do n.º 7 do artigo 104.º do Tratado, estabelecerá um prazo
máximo de seis meses para o Estado-Membro em causa tomar medidas eficazes. A recomendação do Conselho
estabelecerá igualmente um prazo para a correcção da situação de défice excessivo, que deverá ser realizada no ano
seguinte à sua identificação, salvo se se verificarem circunstâncias especiais. Na recomendação, o Conselho requererá
que o Estado-Membro realize uma melhoria anual mínima de 0,5 % do PIB, como valor de referência, do seu saldo
corrigido de variações cíclicas, líquido de medidas pontuais ou temporárias, a fim de assegurar a correcção da
situação de défice excessivo no prazo fixado na recomendação.

5. Caso tenham sido tomadas medidas eficazes, em resposta a uma recomendação dirigida nos termos do n.º 7 do
artigo 104.º do Tratado e, após a adopção dessa recomendação, ocorram acontecimentos económicos adversos e
imprevistos com um impacto desfavorável significativo nas finanças públicas, o Conselho pode decidir, com base
numa recomendação da Comissão, adoptar uma recomendação revista, ao abrigo do n.º 7 do artigo 104.º . A
recomendação revista, tendo em conta os factores pertinentes mencionados no n.º 3 do artigo 2.º do presente
regulamento, pode designadamente prorrogar por um ano o prazo para a correcção da situação de défice excessivo. O
Conselho apreciará a eventual ocorrência de acontecimentos económicos adversos e imprevistos com um impacto
desfavorável significativo nas finanças públicas, face às previsões económicas contidas na sua recomendação.

(Redacção do n.º 4 e n.º 5 aditado pelo n.º 2 alínea b) do artigo 1.º do Regulamento n.º 1056/2005)
Redacção original.
4. A recomendação do Conselho formulada nos termos do n.º 7 do artigo 104.º estabelecerá um prazo máximo de
quatro meses para o Estado-membro em causa tomar medidas eficazes. A recomendação do Conselho estabelecerá
igualmente um prazo para a correcção da situação de défice excessivo, que deverá ser realizada no ano seguinte à sua
identificação, salvo se se verificarem circunstâncias especiais.

Artigo 4.º

1. As decisões do Conselho de tornar públicas as suas recomendações, em que se estabelece que não foram tomadas
medidas eficazes nos termos do n.º 8 do artigo 104.º, devem ser tomadas imediatamente a seguir ao termo do prazo
fixado nos termos do n.º 4 do 3.º do presente regulamento.

2. Para determinar se foram tomadas medidas eficazes na sequência das recomendações formuladas nos termos do n.º
7 do artigo 104.º, o Conselho baseará a sua decisão nas decisões anunciadas publicamente pelo governo do Estado-
membro em causa.

Artigo 5.º

1. Todas as decisões do Conselho de notificar os Estados-Membros participantes em causa para que estes tomem
medidas destinadas a reduzir o défice, nos termos do n.º 9 do artigo 104.º do Tratado, serão adoptadas no prazo de
dois meses a contar da data da decisão do Conselho que tiver estabelecido que não foram tomadas medidas eficazes
nos termos do n.º 8 do artigo 104.º . Na notificação, o Conselho requererá que o Estado-Membro realize uma
melhoria anual mínima de 0,5 % do PIB, como valor de referência, do seu saldo corrigido de variações cíclicas,
líquido de medidas pontuais ou temporárias, a fim de assegurar a correcção da situação de défice excessivo no prazo
fixado na notificação.

2. Caso tenham sido tomadas medidas eficazes, em resposta a uma notificação dirigida nos termos do n.º 9 do artigo
104.º do Tratado e, após a adopção dessa notificação, ocorram acontecimentos económicos adversos e imprevistos
com um impacto desfavorável significativo nas finanças públicas, o Conselho pode decidir, com base numa
recomendação da Comissão, adoptar uma notificação revista, ao abrigo do n.º 9 do artigo 104.º. A notificação revista,
tendo em conta os factores pertinentes mencionados no n.º 3 do artigo 2.º do presente regulamento, pode
designadamente prorrogar por um ano o prazo para a correcção da situação de défice excessivo. O Conselho apreciará
a eventual ocorrência de acontecimentos económicos adversos e imprevistos com um impacto desfavorável
significativo nas finanças públicas, face às previsões económicas contidas na sua notificação.

(Redacção de todo o artigo 5º dada  pelo n.º 3 artigo 1.º do Regulamento n.º 1056/2005)
Redacção original.
As decisões do Conselho de notificar os Estados-membros participantes em causa para que estes tomem medidas
destinadas a reduzir o défice, nos termos do n.º 9 do artigo 104.º, serão adoptadas no prazo de um mês a contar da
data da decisão do Conselho que tiver estabelecido não terem sido tomadas medidas eficazes nos termos do n.º 8 do
artigo 104.º.

 
Artigo 6.º

Sempre que estiverem reunidas as condições necessárias para aplicar o n.º 11 do artigo 104.º, o Conselho imporá
sanções, nos termos dessa mesma disposição. Essa decisão será tomada, o mais tardar, no prazo de quatro meses  a
contar da decisão do Conselho que notifica o Estado-membro participante em causa para tomar medidas nos termos
do n.º 9 do artigo 104.º.

(Redacção dada  pelo n.º 4 artigo 1.º do Regulamento n.º 1056/2005)


Redacção original.
Sempre que estiverem reunidas as condições necessárias para aplicar o n.º 11 do artigo 104.º, o Conselho imporá
sanções, nos termos dessa mesma disposição. Essa decisão será tomada, o mais tardar, no prazo de dois meses ...

Artigo 7.º

Se os Estados-Membros participantes não cumprirem as decisões sucessivas do Conselho adoptadas nos termos dos
n.ºs 7 e 9 do artigo 104.º do Tratado, a decisão do Conselho de impor sanções, nos termos do n.º 11 do artigo 104.º ,
será tomada, em regra, no prazo de 16 meses a contar das datas de notificação previstas nos n.ºs 2 e 3 do artigo 4.º do
Regulamento (CE) n.º 3605/93. Caso sejam aplicados o n.º 5 do artigo 3.º ou o n.º 2 do artigo 5.º do presente
regulamento, o prazo de 16 meses será alterado em conformidade. Recorrer-se-á a um procedimento acelerado no
caso de um défice programado de forma deliberada que o Conselho decida ser excessivo.

(Redacção dada  pelo n.º 5 artigo 1.º do Regulamento n.º 1056/2005)


Redacção original.
Se os Estados-membros participantes não cumprirem as sucessivas decisões do Conselho nos termos dos n.ºs 7 e 9 do
artigo 104.º, a decisão do Conselho de impor sanções, nos termos do n.º 11 do artigo 104.º, será tomada no prazo de
dez meses a contar das datas de notificação previstas no Regulamento (CE) n.º 3605/93, tal como referido no n.º 3 do
artigo 3.º do presente regulamento. Recorrer-se-á a um procedimento acelerado no caso de um défice programado de
forma deliberada e que o Conselho decida ser excessivo.

Artigo 8.º

As decisões do Conselho de intensificar as sanções, nos termos do n.º 11 do artigo 104.º, à excepção da conversão
dos depósitos em multas prevista no artigo 14.º do presente regulamento, serão tomadas, o mais tardar, no prazo de
dois meses a contar das datas de notificação previstas no Regulamento (CE) n.º 3605/93. As decisões do Conselho de
revogar parte ou a totalidade das decisões que tomou por força do n.º 12 do artigo 104.º serão tomadas o mais
rapidamente possível e, em qualquer caso, o mais tardar no prazo de dois meses a contar das datas de notificação
previstas no Regulamento (CE) n.º 3605/93.

SECÇÃO 3

SUSPENSÃO E ACOMPANHAMENTO

Artigo 9.º

1. O procedimento relativo aos défices excessivos será suspenso:


- se o Estado-membro em causa cumprir as recomendações feitas nos termos do n.º 7 do artigo 104.º;
- se o Estado-membro participante em causa cumprir as notificações efectuadas nos termos do n.º 9 do artigo 104.º.

2. O período de suspensão do procedimento não será tido em conta, nem no período referido no artigo 6.º , nem no
período referido no artigo 7.º do presente regulamento.

(Redacção dada  pela alínea a) do número 6 do artigo 1.º do Regulamento n.º 1056/2005)
Redacção original.
2. O período de suspensão do procedimento não será tido em conta nem no período de dez meses referido no artigo
7.º, nem no período de dois meses referido no artigo 6.º do presente regulamento.

3. Findos os prazos referidos no primeiro período do n.º 4 do artigo 3.º e no segundo período do artigo 6.º do presente
regulamento, a Comissão informará o Conselho se considera que as medidas tomadas se afiguram suficientes para
assegurar um progresso adequado no sentido da correcção da situação de défice excessivo nos prazos fixados pelo
Conselho, desde que tais medidas sejam plenamente aplicadas e que a evolução económica esteja de acordo com as
previsões. A declaração da Comissão será tornada pública.

(Número 3 aditado pela alínea b) do número 6 do artigo 1.º do Regulamento n.º 1056/2005)

Artigo 10.º

1. A Comissão e o Conselho acompanharão a aplicação das medidas tomadas:


- pelo Estado-membro em causa em resposta às recomendações formuladas nos termos do n.º 7 do artigo 104.º;
- pelo Estado-membro participante em causa em resposta a notificações efectuadas nos termos do n.º 9 do artigo
104.º.

2. Se as medidas não estiverem a ser aplicadas pelos Estados-membros participantes ou se, na opinião do Conselho,
se revelarem inadequadas, o Conselho tomará uma decisão de imediato, respectivamente, nos termos do n.º 9 ou do
n.º 11 do artigo 104.º.

3. Se os dados verificados nos termos do Regulamento (CE) n.º 3605/93 indicarem que uma situação de défice
excessivo não foi corrigida pelo Estado-membro participante no prazo especificado quer nas recomendações
formuladas nos termos do n.º 7 do artigo 104.º, quer nas notificações efectuadas nos termos do n.º 9 do artigo 104.º, o
Conselho tomará uma decisão de imediato, respectivamente nos termos do n.º 9 ou do n.º 11 do artigo 104.º.

SECÇÃO 4

SANÇÕES

Artigo 11.º

Sempre que o Conselho decidir aplicar sanções a um Estado-membro participante por força do n.º 11 do artigo 104.º,
será exigida, regra geral, a constituição de um depósito não remunerado. O Conselho pode decidir complementar este
depósito através das medidas previstas nos primeiro e segundo travessões do n.º 11 do artigo 104.º.

Artigo 12.º

1. Quando o défice excessivo resultar do não cumprimento do critério relativo à relação do défice orçamental referida
no n.º 2, alínea a), do artigo 104.º, o montante do primeiro depósito incluirá uma componente fixa, correspondente a
0,2% do PIB, e uma componente variável correspondente a um décimo da diferença entre o défice expresso em
percentagem do PIB no ano anterior e os 3% do valor de referência do PIB.

2. Em cada um dos anos seguintes, e até que a decisão sobre a existência de um défice excessivo seja revogada, o
Conselho avaliará se o Estado-membro participante em causa tomou medidas efectivas em resposta à notificação do
Conselho nos termos do n.º 9 do artigo 104.º. Nessa avaliação anual, o Conselho decidirá, nos termos do n.º 11 do
artigo 104.º e sem prejuízo do disposto no artigo 13.º do presente regulamento, intensificar as sanções, a não ser que o
Estado-membro participante em causa tenha cumprido o estabelecido na notificação do Conselho. O montante do
depósito adicional deverá ser igual a um décimo da diferença entre o défice expresso como percentagem do PIB no
ano anterior e os 3% do valor de referência do PIB.

3. Qualquer dos depósitos a que se referem os n.ºs 1 e 2 não deverá exceder o limite máximo de 0,5% do PIB.
 

Artigo 13.º

O depósito será, regra geral, convertido numa multa pelo Conselho, nos termos do n.º 11 do artigo 104.º, se, dois anos
após a data da decisão de impor ao Estado-membro participante a constituição de um depósito, o Conselho considerar
que o défice excessivo não foi corrigido.

Artigo 14.º

Nos termos do n.º 12 do artigo 104.º, o Conselho revogará as sanções referidas no primeiro e segundo travessões do
n.º 11 do artigo 104.º, consoante a relevância dos progressos registados pelo Estado-membro participante em causa na
correcção do défice excessivo.

Artigo 15.º

Nos termos do n.º 12 do artigo 104.º, o Conselho revogará todas as sanções em vigor se a decisão relativa à existência
de um défice excessivo for revogada. As multas impostas por força do artigo 13.º do presente regulamento não serão
reembolsadas ao Estado-membro em causa.

Artigo 16.º

Os depósitos referidos nos artigos 11.º e 12.º do presente regulamento devem ser constituídos junto da Comissão. Os
juros desses depósitos, bem como o produto das multas referidas no artigo 13.º do presente regulamento, constituem
outras receitas referidas no artigo 269.º do Tratado e serão distribuídos pelos Estados-membros participantes que não
tenham um défice excessivo, tal como determinado nos termos do n.º 6 do artigo 104.º, proporcionalmente à sua
participação no PNB total dos Estados-membros elegíveis.

SECÇÃO 5

DISPOSIÇÕES FINAIS E TRANSITÓRIAS

Artigo 17.º

Para efeitos do presente regulamento e enquanto o exercício orçamental no Reino Unido não coincidir com o ano
civil, as disposições das secções 2, 3 e 4 do presente regulamento serão aplicadas no Reino Unido nos termos do
anexo. Artigo 18.º

O presente regulamento entra em vigor em 1 de Janeiro de 1999.

O presente regulamento é obrigatório em todos os seus elementos e directamente aplicável em todos os Estados-
membros.

Feito em Bruxelas, em 7 de Julho de 1997

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