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ARTIGO ARTICLE
Catadores de materiais recicláveis:
análise das condições de trabalho e infraestrutura operacional
no Sul, Sudeste e Nordeste do Brasil

Recyclable material waste pickers:


an analysis of working conditions and operational infrastructure
in the south, southeast and northeast of Brazil

Armando Borges de Castilhos Junior 1


Naiara Francisca Ramos 1
Clarissa Martins Alves 2
Fernando Antônio Forcellini 2
Odacir Dionísio Graciolli 3

Abstract This work is a survey of information Resumo Este trabalho trata de um levantamento
gathered from waste pickers in the south, south- de informações junto aos catadores de materiais
east and northeast of Brazil in order to provide recicláveis nas regiões Sul, Sudeste e Nordeste do
input for the development of a waste collection Brasil a fim de subsidiar o desenvolvimento de um
vehicle and a support system to define waste col- veículo coletor e de um sistema de apoio à defini-
lection routes. Thus, the research sought to estab- ção de roteiros de coleta. Assim, a pesquisa propôs:
lish the profile of waste pickers, diagnose their caracterizar o perfil dos catadores entrevistados;
working conditions and identify the physical and diagnosticar as condições de trabalho destes e iden-
operational structure of the organizations to which tificar a estrutura física e operacional das organi-
they are linked. To achieve these objectives it was zações às quais estão vinculados. Para o alcance
necessary to apply questionnaires to waste pickers destes objetivos foi necessária a aplicação de ques-
from organizations who performed the collection tionários aos catadores de organizações que exe-
of recyclable materials using human- and animal- cutavam a coleta de materiais recicláveis utili-
drawn vehicles and the waste picking organiza- zando carrinhos de tração humana ou animal e às
tions themselves. These results were subsequently próprias organizações de catadores. Os resultados
used for the development of the proposed technol- desta pesquisa foram posteriormente utilizados
ogies. It can be concluded that the profession of para o desenvolvimento das tecnologias propostas.
waste picker still suffers from numerous forms of Pode-se concluir que a profissão de catador ainda
deprivation, resulting in marginalization, preju- sofre de inúmeras formas de carências, o que resul-
1
Departamento de
dice and exclusion of individuals who make their ta na marginalização, preconceito e exclusão dos
Engenharia Sanitária e
Ambiental, Universidade livings from it. It is therefore indispensable to pro- indivíduos que vivem dela, tornando, indispensá-
Federal de Santa Catarina. mote activities that contribute to the full produc- vel a promoção de ações que contribuam para sua
Campus Universitário,
tive inclusion of waste pickers. real inclusão produtiva.
Bairro Trindade. 88.040-
970 Florianópolis SC Key words Recyclable material waste pickers, Palavras-chave Catadores de materiais reciclá-
Brasil. Waste collection vehicle and route definition veis, Veículo coletor, Definição de rotas
armando.borges@ufsc.br
2
Departamento de
Engenharia de Produção,
Universidade Federal de
Santa Catarina.
3
Laboratório de Informática
Aplicada, Universidade de
Caxias do Sul.

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Castilhos Junior AB et al.

Introdução coletam informalmente materiais recicláveis e os


revendem para intermediários ou empresas; bem
Em todo o mundo a quantidade de resíduos sóli- como, catadores organizados ligados a sindica-
dos urbanos (RSU) tem aumentado significati- tos, cooperativas ou associações, sendo que em
vamente, os dados no Brasil, mostram uma ge- muitos países são os únicos responsáveis pela
ração de 60.868.080 toneladas em 2010 e 61.936.368 coleta seletiva8. A figura do catador é tida como
toneladas em 20111. Os problemas decorrentes parte do problema da desigualdade social e pro-
deste aumento são inúmeros, como exemplo os dução excessiva de RSU, não sendo associados às
fatores ambientais, econômicos, sociais e de saú- possíveis soluções destas questões5.
de pública. Como parte do equacionamento da Os motivos que levam à coleta de materiais
problemática acima, encontra-se o reaproveita- recicláveis são diversos: o principal motivo indi-
mento de materiais através da sua recuperação. A cado pelos catadores é o desemprego, seguido
recuperação de materiais é mais econômica do pela baixa escolaridade, limitações físicas para
que a produção de bens a partir da matéria-pri- exercer outra atividade e a idade já avançada9; o
ma devido à redução do uso de energia, matéria- êxodo rural, o desemprego e a não qualificação
prima, recursos hídrico, além de custos de con- do trabalhador para os novos empregos que sur-
trole ambiental e disposição final dos resíduos, gem5; subdesenvolvimento, pobreza, falta de
bem como capaz de gerar empregos2. apoio aos pobres e demandas industriais por
Os benefícios da reciclagem para a sociedade matéria-prima10. Desta forma, os catadores per-
brasileira, caso todo o resíduo reciclável seja pro- cebem que o trabalho com resíduos sólidos é uma
cessado são estimados em R$ 8 bilhões anuais, questão de sobrevivência em decorrência da não
sendo que atualmente essa atividade gera benefí- inserção no mercado por falta de estudo e opor-
cios entre R$ 1,4 bilhão e R$ 3,3 bilhões anuais3. tunidade11. As dificuldades enfrentadas pelos ca-
Estes dados foram obtidos através do cruzamen- tadores como a ausência de sistema de remune-
to de diversas informações oriundas de entida- ração; instabilidade da renda dos catadores, su-
des brasileiras acerca da produção de produtos jeita às flutuações dos preços dos materiais e o
(aço, alumínio, celulose, plástico e vidro) a partir volume de materiais recicláveis recolhidos e a
da matéria-prima virgem e também a partir da baixa capacidade administrativa de parte das
reciclagem, demonstrando a viabilidade finan- organizações de catadores3.
ceira desta. O benefício líquido do processo da Outras dificuldades são apontadas: a neces-
reciclagem foi obtido através do confronto dos sidade de vender os recicláveis para o dono do
valores dos custos da produção primária dos meio de produção (associação ou depósito ao
produtos acima com os custos gerados pela reci- qual estão ligados), assim, possuir o próprio ve-
clagem, considerando, neste caso, o custo do ículo para a coleta seria o meio de se libertar des-
material secundário, da água e da energia. São ta limitação12; a rotina de trabalho muito difícil
por estes motivos que o número de programas representada por muitas horas de trabalho, ex-
de coleta seletiva vem crescendo no Brasil, pas- cesso de peso, grandes distâncias percorridas,
sando de 58 em 1989 para 994 em 20084. Acom- remuneração insuficiente para a sobrevivência13
panhando essa tendência, em função das condi- e pouca ou nenhuma ajuda da prefeitura ou ór-
ções econômicas e sociais dos brasileiros, obser- gãos ambientais; a existência de um mercado com
va-se igualmente um crescimento no número de poucos compradores de materiais, o que reduz a
catadores de materiais recicláveis no Brasil. remuneração7. Ainda como dificuldades apon-
Os altos custos para a coleta, transporte e tadas, os próprios catadores citam diversas pa-
disposição adequada mostram que os catado- tologias: verminoses, infecção intestinal (diar-
res, ao exercerem seu papel, contribuem para re- reia), gripe, leptospirose, dengue, meningite, dor
duzir/amenizar estes custos5. No mesmo senti- de cabeça, dor de dente, febre, alergia e náusea,
do, o trabalho destes indivíduos no mundo todo sendo que a possibilidade de cura determina a
ajuda a suprir indústrias, reduzindo importa- importância da doença.
ções de matéria-prima6 e traz contribuições po- Assim, para sobreviver em meio a essas situa-
sitivas para toda a sociedade7. Entretanto, esses ções, muitas vezes, os catadores organizam-se em
trabalhadores ainda carecem de políticas públi- associações ou cooperativas, o que pode repre-
cas que contribuam para a sua real inserção so- sentar uma elevação de renda, posição social e
cial e econômica. Os catadores podem variar desde autoestima14. Frente a todas as questões que per-
pobres que reviram o lixo para suprir suas ne- meiam a coleta de recicláveis, devem ser supridas
cessidades – inclusive alimentares; indivíduos que várias demandas, como baixa autoestima que os

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impedem de verem-se como agentes econômicos 10 organizações, abrangendo 97 catadores. Os
e ambientais; a inclusão social de suas famílias; a demais questionários foram enviados e devolvi-
educação não apenas aos filhos dos catadores, dos através dos correios e aplicados pelos diri-
mas também a deles próprios15. gentes das organizações.
É indispensável o envolvimento do poder Para a avaliação e a interpretação dos dados
público na questão dos catadores, pois se não utilizou-se a análise de conteúdo e a construção
houver parceria a tendência é que existam confli- de gráficos através do programa Excel e do sof-
tos constantes entre as duas partes e prejuízos, tware Statistica.
principalmente para os catadores16. Esta realida- O questionário da entrevista semiestrutura-
de está mudando em alguns locais do país, como da aplicado aos catadores foi composto de 30
no município de Diadema (SP), o primeiro a es- perguntas, algumas baseadas em trabalhos an-
tabelecer a remuneração aos catadores pelos ser- teriores17,18, além de contar com perguntas de-
viços de coleta e limpeza urbana6. Neste sentido, senvolvidas pela própria equipe de trabalho so-
considerando a problemática da geração e dis- bre a identificação do catador, escolaridade, ren-
posição final dos resíduos sólidos urbanos e o da, trabalho de coleta, veículo coletor utilizado,
papel dos catadores de materiais recicláveis, o definição das rotas percorridas, segurança no
presente trabalho tem por objetivo caracterizar trabalho e doenças relacionadas ao esforço físico
o perfil dos catadores de materiais recicláveis, da catação.
diagnosticar as condições de trabalho dos indi- O questionário à organização teve por obje-
víduos vinculados às associações e cooperativas tivo conhecer sua estrutura física e organizacio-
de catadores e identificar a estrutura física e ope- nal e foi composto por um checklist acerca das
racional das organizações de catadores. propriedades da entidade (sede, carrinhos de
coleta para empréstimo aos catadores, compu-
tador, internet, camisetas ou jalecos, luvas, bo-
Materiais e métodos tas, protetores auriculares e bonés para uso dos
vinculados) e questões sobre a quantidade, des-
A população alvo da pesquisa constituiu-se de tino e periodicidade da comercialização dos ma-
catadores de materiais recicláveis de diversas as- teriais coletados pelos catadores, existência de
sociações e cooperativas das Regiões Sul, Sudeste organização quanto à definição dos roteiros de
e Nordeste do Brasil e que atuavam na atividade coleta, além de contar com um espaço para co-
de coleta de materiais recicláveis nas ruas, utili- mentários e sugestões. A coleta dos dados que
zando veículo coletor de tração humana ou ani- compuseram este questionário ocorreu através
mal. Devido à inexistência de um consenso rela- de visita à organização, envio do instrumento via
tivo ao número de catadores no país e ao perfil correios ou internet e, ainda, contato telefônico.
apresentado por eles, não houve escolha prévia
dos entrevistados quanto ao número de indiví-
duos nem ao perfil. Resultados e discussão
A amostragem utilizada foi a não aleatória
(não probabilística) devido à dificuldade de de- Os resultados foram obtidos através da aplica-
terminar o tamanho da população. A metodolo- ção dos questionários a 236 catadores vincula-
gia aplicada ao trabalho caracterizou-se pela pes- dos a 29 organizações representadas por associ-
quisa Survey, compreendendo a busca de infor- ações e cooperativas de 8 estados brasileiros e
mações acerca das condições de trabalho dos podem ser divididos entre os oriundos dos indi-
catadores de materiais recicláveis e da estrutura víduos e os das organizações.
física e operacional das organizações de catado-
res em três regiões brasileiras. Resultados da aplicação dos questionários
Foram utilizadas técnicas de coleta e cons- aos catadores
trução de dados constituídas por um questioná-
rio direcionado aos catadores com perguntas ob- Alguns resultados encontrados na aplicação
jetivas, entrevista semiestrutura e observação, dos questionários aos catadores foram sumari-
além de um questionário destinado às organiza- zados na Tabela 1 e comparados com o verifica-
ções contendo um checklist e perguntas subjeti- do por outros autores.
vas. A aplicação dos questionários na forma de O crescimento das profissões informais de-
entrevista semiestruturada foi realizada de for- corre da falta de qualificação dos trabalhadores
ma presencial pela equipe de pesquisadores em para os novos empregos que surgem5. Desta for-

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Tabela 1. Principais dados acerca do perfil dos catadores.


Demais autores
Parâmetros Dados obtidos Alencar et al.19 Lazzari e Reis20 Prefeitura Municipal
(todas as regiões) de Florianópolis17
Idade 32% entre 31 e 40 Média de 39 anos 53% entre 20 e 24,8% entre 21 e 30
anos 39 anos anos

Sexo 56% mulheres 72,7% homens 67% homens 77,1% homens

Escolaridade 84% não estudou ou 68,2% não 64,5% são 60,5% possuem
não concluiu o concluiu o Ensino analfabetos apenas o “primário”
Ensino Fundamental Fundamental

Renda 31% ganha entre R$ Média de R$335,22 95,6% ganha 34% ganha entre R$
401,00 e R$600,00 menos de 1 salário 201,00 e R$400,00
mínimo

Tempo de profissão 27% trabalha entre 6 35,55% trabalha - -


e 10 anos mais de 10 anos

Horas diárias 48% trabalha 8 horas 68,2% trabalha 51% trabalha mais Maioria trabalha 9
trabalhadas mais do que 8 horas do que 8 horas horas

ma, a baixa escolaridade observada nos catado- catadores com base em sua produtividade. Como
res contribui para este processo, fazendo com cada tipo de material tem um preço diferente,
que estes indivíduos não consigam se inserir no outro fator que reflete na remuneração dos cata-
mercado de trabalho formal. Os catadores ge- dores é o preço de venda.
ralmente são desempregados, sem formação pro- Ao exercer sua atividade profissional, 35% de
fissional e sem opção de emprego melhor13. todos os pesquisados relataram fazer duas via-
Comparando as rendas mensais em cada gens por dia para transportar os materiais cole-
uma das regiões, percebe-se que a remuneração tados. Esta alternativa foi a predominante em
dos catadores da região Sul é a maior dentre as todas as regiões pesquisadas, visto que 30% dos
pesquisadas. Por outro lado, os catadores nor- catadores da região Sul, 31% da região Sudeste e
destinos são os menos remunerados. As causas 43% da região Nordeste a escolheram. A necessi-
dessa variação de renda entre as regiões não foi dade de fazer mais de uma viagem por dia evi-
investigada. dencia que o veículo utilizado para a coleta de
De qualquer forma, a baixa remuneração dos materiais não comporta o total coletado diaria-
catadores faz com que muitos deles não possuam mente. Por outro lado, um veículo maior implica
veículos para a coleta de materiais e, quando os em mais esforço físico, podendo até mesmo invia-
têm, são utilizados por longo tempo e/ou foram bilizar o transporte.
construídos pelos próprios catadores, o que de- O grande número de horas que os catadores
monstra a necessidade de desenvolvimento de veí- passam coletando e, por consequência, transpor-
culos de baixo custo de aquisição e manutenção. tando materiais, demonstra a necessidade de
A variação de renda verificada entre os cata- possuírem um veículo mais leve e ágil, diminuin-
dores de uma mesma organização é decorrente do o esforço físico e possíveis doenças decorren-
do número de horas trabalhadas, do ritmo de tes deste. Os catadores têm dinâmica de trabalho
trabalho e da quantidade e qualidade do materi- muito própria, o que afeta a realidade das orga-
al encontrado por cada um. Geralmente, ao final nizações. Assim, enquanto alguns catadores se-
da viagem de coleta é feita a pesagem dos resídu- guem uma rotina diária de trabalho, outros são
os coletados e, semanalmente, quinzenalmente menos regulares, trabalhando uma quantidade
ou mensalmente, é realizado o pagamento aos diária de horas bastante variável, ou, até mesmo,

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não trabalhando em alguns dias. Por isso, a mai- ram terem construído seu próprio veículo cole-
oria das organizações de catadores adota políti- tor utilizando materiais diversos, como madei-
cas de pagamento aos indivíduos proporcional à ra, estruturas metálicas e arames. Isso ocasiona
produção de cada um, evitando pagamentos inadequação e falta de durabilidade dos veículos,
uniformes3. diminuindo a remuneração e trazendo proble-
O equipamento de coleta mais utilizado pe- mas de saúde, como os posturais.
los pesquisados foi, em 70% dos casos, um car- A falta de planejamento dos roteiros de cole-
rinho do tipo gaiola, ou seja, de tração humana. ta é um fato bastante destacado e foi verificado
A utilização deste equipamento predominou em durante a pesquisa, demonstrando a real neces-
todas as regiões (no Sul, com 78% das respostas; sidade de uma ferramenta capaz de otimizar os
no Sudeste, 60% e 69% no Nordeste). Este veícu- percursos desenvolvidos pelos catadores. Ape-
lo tem a vantagem, sobre o motorizado, de ser nas 39% dos pesquisados afirmaram percorrer
mais barato, embora exija fisicamente mais do o mesmo roteiro de coleta diariamente. Na re-
catador. Comparado com o veículo de tração gião Sul esse valor foi de 30%; no Sudeste, de
animal, se mostra mais vantajoso justamente por 43% e no Nordeste, de 47%. Percebeu-se a falta
dispensar o uso deste, que geralmente não recebe de planejamento tanto pela associação quanto
os devidos cuidados. Todavia, a tração animal pelo catador, o que pode diminuir a quantidade
suporta maior quantidade de materiais trans- de materiais coletados e aumentar percursos
portados, aumentando a renda do catador. improdutivos e esforços físicos desnecessários.
O veículo coletor utilizado por 50% dos pes- O planejamento dos roteiros a serem seguidos
quisados é próprio. Na região Sul este número pelos catadores também torna-se essencial quan-
cai para 42% e sobe para 55% na região Sudeste, do considera-se o relevo acidentado de algumas
enquanto que na região Nordeste ele é de 56%. cidades e as distâncias percorridas diariamente,
Embora boa parte dos veículos utilizados pelos evidenciando a importância dos produtos a se-
catadores seja própria, ainda é alto o percentual rem desenvolvidos a partir desta pesquisa. A co-
de indivíduos que coletam com veículos não pró- leta de materiais geralmente ocorre nas mesmas
prios. Isto indica a necessidade de subsídios e ruas em horários diferentes, existindo um traje-
linhas de financiamento que facilitem a aquisi- to em geral fixo17, por se familiarizarem com os
ção de veículos (e demais equipamentos) por horários de retirada do lixo de condomínios e
parte de catadores e organizações às quais estão residências19.
vinculados. Os materiais coletados geralmente são sepa-
Os veículos coletores não próprios são, para rados na organização à qual os catadores são
78% dos pesquisados que afirmaram não pos- vinculados. Esta informação se repetiu nas regi-
suir veículo, emprestados da organização de ca- ões de estudo: no Sul, 54,8%; no Sudeste, 79% e
tadores a qual estão vinculados. Nestas situa- no Nordeste, 86,4%. São respostas importantes
ções, o catador fica obrigado a vender o material para o funcionamento do sistema de definição
para a organização que detém a posse do veícu- dos roteiros de coleta, podendo prever a organi-
lo, portanto, este passa a ser tanto instrumento zação como ponto final do percurso.
como contrato de trabalho12. Geralmente, os materiais coletados pelos ca-
A cessão dos veículos da organização para os tadores são: plástico, alumínio, papelão, ferro,
catadores pode chegar a 80% na região Sul e 82% papel branco e papel misto. Apenas 70,8% (revi-
no caso da região Sudeste. A região Nordeste sar esta porcentagem) coletam vidro, alegando
apresentou um valor um pouco menor, sendo não haver mercado para comercialização deste
ele de 69%. material pela falta de indústrias compradoras nas
O veículo coletor atualmente utilizado é o proximidades da organização. Desta forma, os
mesmo do início da atividade como catador para tipos de materiais coletados por cada grupo de
65% dos pesquisados. Este valor está próximo catadores refletem o mercado regional. Os valo-
aos encontrados em todas regiões (Sul, 61%; res encontrados na totalidade dos pesquisados
Sudeste, 65% e Nordeste, 68%). Isso reafirma a não diferiram muito do que foi verificado em
necessidade de subsídios e parcerias voltados à cada uma das regiões de estudo.
atividade de coleta, principalmente àqueles que Outro fator que influencia os tipos de mate-
se referem à aquisição de veículo coletor. riais coletados é o preço de venda dos mesmos
O atual equipamento de coleta vem sendo para as indústrias ou para os atravessadores, o
usado num período que varia de 1 a 3 anos para que está diretamente relacionado à oferta e de-
32% dos pesquisados. Alguns catadores afirma- manda. O mercado de recicláveis é bastante seg-

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mentado e tem diversos atores com papéis dife- causam doenças além de cortes e arranhões com
renciados. Assim, os materiais coletados também materiais perfuro-cortantes20.
sofrem com a heterogeneidade e suas caracterís- Todavia, de um modo geral, os catadores ape-
ticas, tais como grau de limpeza e compactação, nas consideram acidentes de trabalho eventos com
o que influencia o preço de compra3. consequências bastante sérias. Assim, percebe-se
Embora parte dos entrevistados não consi- a necessidade de investimento em treinamentos e
dere como acidentes de trabalho grande parte assistência aos catadores de forma a aumentar a
dos itens apresentados na pesquisa, os mesmos utilização dos EPI, reduzindo problemas de saú-
são comuns na rotina de trabalho dos catadores de relacionados à atividade de coleta.
e refletem a não utilização dos Equipamentos de O esforço físico necessário exige movimentos
Proteção Individual (EPI). Os dados gerais le- repetitivos de flexão e extensão do tronco ao
vantados pela pesquisa apontam um alto índice empurrar o carrinho, e inclinações e rotações la-
de cortes e arranhões (41,5%), dores nas costas terais do tronco para visualizar carros que pas-
(38,5%) e quedas durante o trabalho (14,8%), sam; piorando o esforço quando o carrinho está
os quais estão apresentados na Figura 1. Ainda, cheio. Há ainda diferenças em níveis de força
28,8% dos catadores afirmaram nunca terem muscular exigida entre homens e mulheres, em
sofrido acidentes de trabalho. Os sinais de so- função de altura, idade, massa corporal, entre
brecarga no trabalho dos catadores podem ser outras. Os catadores ainda estão expostos ao risco
indicados por sintomas físicos e mentais: Dor de cortes com materiais perfuro-cortantes, pois
musculoesquelética, em 90,9% dos entrevistados não costumam utilizar EPI19.
(geralmente na região lombar); Cansaço físico, O uso de EPI não é comum devido ao calor
em 95,5%; Dor de cabeça, em 81,8%; Erupções ou à menor agilidade proporcionada pelos mes-
cutâneas, em 27,3%; Indigestão, em 45,5%; Gas- mos. Algumas entidades possuem uniformes que
trite, em 36,4%; Insônia, em 27,3%; Dificuldade identificam o grupo durante os procedimentos
em se concentrar, em 45,5%; Oscilação de hu- de coleta. Os EPI mais citados como sendo utili-
mor, em 63,6%19. zados são o boné, a luva e a bota (Figura 2). Ape-
Os problemas acima são associados às con- nas 25,8% afirmaram já terem sofrido acidente
dições insalubres inerentes à ocupação de cata- de trabalho, enquanto que a utilização de equipa-
dor e predispõem estes indivíduos a um grupo mentos de proteção era comum a 53% dos cata-
de doenças que inclui frequentes dores no corpo dores17. Portanto, verifica-se que a não utilização
e problemas osteoarticulares como foi relatado dos EPI é bastante comum entre os catadores21.
pela maioria dos entrevistados. Esta problemá- A falta de carteira de habilitação é uma carac-
tica também está associada aos coletores de ma- terística comum aos indivíduos entrevistados
teriais recicláveis que afirmam estarem expostos, (85% não possuem este documento), dificultan-
durante o trabalho, a acidentes com vidros, se- do o desenvolvimento do veículo motorizado
ringas, espinhos, mordidas de cachorro, contato dirigível. Este valor se repetiu em todas as regiões
com substâncias encontradas nos resíduos e que pesquisadas. No entanto, isto pode tornar mais

Todas as regiões - Acidentes de trabalho Todas as regiões - EPI’s

72,40%
41,50% 38,50% 55,90% 59,70%
28,80%
14,80% 14%
13,60%
7,20% 6,80% 5% 4,20% 4,70% 11% 4,20%

te
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Figura 1. Acidentes de trabalho. Figura 2. Utilização de EPI.

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acessível economicamente o veículo a ser desen- sua estrutura organizacional. A Figura 4 traz os
volvido, considerando a baixa remuneração dos números absolutos em relação ao que a organi-
catadores pesquisados. zação possui ou disponibiliza aos vinculados.
Para aqueles que afirmaram ter seus veículos Os diálogos estabelecidos para a aplicação do
adequados à atividade de coleta, alguns proble- questionário permitem afirmar que as entidades
mas foram verificados em seus instrumentos de que não possuem sede própria utilizam espaços
trabalho. As principais reclamações acerca do ve- cedidos ou alugados, o que demanda por ações
ículo utilizado referem-se ao excesso de peso e à que favoreçam a aquisição de terrenos, barra-
falta de abrigo em caso de intempéries tanto para cões e diversos equipamentos, como as prensas e
o condutor quanto para os materiais transporta- esteiras.
dos, além das frequentes, e geralmente caras, Além dos EPI que constavam no checklist,
manutenções que o veículo requer, e a capacidade outros também foram citados como sendo dis-
menor do que a necessária para transportar todo ponibilizados: uniforme completo, máscara, ócu-
o material que gostariam (Figura 3). los, protetor solar e avental. Entretanto, mesmo
É interessante destacar que a alternativa sendo disponíveis aos catadores, estes EPI são
“agradabilidade”, referente à percepção de beleza pouco utilizados.
que os catadores têm sobre o veículo que utili- A primeira das questões trazidas pelo questio-
zam não se configura como problema para estes nário buscou saber qual era o destino dos mate-
indivíduos, visto que para eles é o que garante riais recicláveis que chegavam à entidade. A se-
sua sobrevivência e a de sua família, logo, ele não gunda, qual a periodicidade de comercialização
é feio ou desagradável aos seus olhos. dos materiais. A terceira, qual a quantidade de
As principais reclamações de trabalho dos materiais coletada no período de 1 mês. A quar-
catadores referem-se a dores no corpo (costas e ta, se a organização indica aos catadores os ro-
membros) e cansaço. Estes problemas são resul- teiros de coleta a serem desenvolvidos. E, por
tantes de uma conjunção de fatores que incluem fim, a última trazia um espaço destinado aos
a não utilização de EPI, a falta de adequação er- comentários e sugestões. A análise de conteúdo
gonômica dos veículos, o excesso de peso no ve- destas 5 questões permite afirmar que:
ículo, entre outros. . Os atravessadores são o principal destino
dos materiais coletados e isto deve-se a várias
Resultados da aplicação do questionário razões: quantidade de materiais insuficientes para
às organizações a comercialização com as indústrias, devido à falta
de espaço para armazenamento ou à necessidade
Este questionário foi aplicado a 23 associa- urgente de dinheiro; ausência de indústrias com-
ções e cooperativas das três regiões pesquisadas, pradoras de materiais nas proximidades dos gru-
sendo 9 delas na região Sul, 8 na Sudeste e 6 na pos de catadores; falta de estrutura organizacio-
Nordeste. nal entre (e nas) entidades de catadores capazes
A melhoria na organização do grupo de cata- de aumentar o volume de materiais coletados,
dores reflete-se numa maior tendência de buscas
por parceiras, inclusive àquelas relativas ao em-
préstimo ou doação de caminhões para coleta, o
que aumenta a produtividade e, consequentemen-
te, a renda dos catadores. Entretanto, este tipo de
coleta tende a aumentar os gastos dentro da or- Gráfico de setores
ganização de catadores e a diminuir a cobertura Todas as regiões - Problemas no veículo
do serviço em áreas de difícil acesso, como ruas
estreitas e sem saída, além de também diminuir 51,30% 47,90%
38,90% 36,40% 35,60%
o contato com a população, o que pode acarre-
tar em perda de incentivo e motivação para a 14,40% 8,90%
2,50%
separação dos materiais recicláveis no interior
so e o o r so de R
das residências. Pe ad m çã es
ta es da N
id ris en Ac li
O questionário às organizações contou com ac pe u t m bi
ap m an Be da
C te M ra
um checklist cujo objetivo era saber se a entidade In Ag
possui sede própria e quais equipamentos de tra-
balho as mesmas disponibilizam aos seus vincu-
lados e 5 questões que permitem compreender Figura 3. Problemas verificados no veículo coletor.

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Castilhos Junior AB et al.

O que a organização possui?

20 21 20
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6 6 6
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3 4 2
4 4 3 4 4 4 5 4 4
1 1 2
1

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Sul Sudeste Nordeste Total

Figura 4. Bens materiais de propriedade das organizações de catadores.

aumentando, por consequência, o poder de bar- ência, principalmente em cidades menores, é o


ganha perante às indústrias; disponibilização de possível encontro de vários catadores em um
caminhões pelos atravessadores para transporte mesmo ponto, ou a diminuição na quantidade
dos materiais, sem custos financeiros à organi- de materiais encontrados nos locais de coleta.
zações, ao contrário das indústrias que deixam o . A maior parte dos comentários e sugestões
custo de transporte por conta destas. dizem respeito às necessidades e aspirações rela-
. No Rio de Janeiro identificou-se uma rede tivas ao trabalho do catador. Como exemplo, a
de organização de catadores que negocia e vende necessidade de ajuda aos catadores, tanto por
em conjunto os materiais coletados por elas. Isto parte da comunidade na separação dos materi-
aumenta o volume de materiais, possibilitando a ais recicláveis, como por parte da prefeitura na
eliminação dos atravessadores deste fluxo e o divulgação da coleta realizada pelos catadores e
aumento da renda dos catadores. apoios diversos à entidade; a necessidade de se
. A periodicidade de comercialização varia incentivar mais o cooperativismo e a formação
conforme o volume de materiais coletados, es- mais adequada dos catadores.
paço disponível para armazenamento e necessi- . Por fim, também evidenciou-se a falta de
dade de dinheiro. sintonia das ações voltadas aos catadores e suas
. A quantidade de materiais coletados depen- reais necessidades em decorrência da falta de diá-
de do número de catadores que a entidade pos- logo dos diferentes atores do processo.
sui e a forma de coleta destes materiais (por ca-
minhão ou veículos de tração humana ou ani-
mal). A organização que menos coleta materiais Conclusões
é responsável pela venda de 1 tonelada por mês,
enquanto que a organização que mais coleta vende Foi possível levantar as informações referentes
quase 90 toneladas por mês. às condições de trabalho e socioeconômicas dos
. Embora existam algumas organizações que catadores, traçando o perfil destes indivíduos em
indiquem os roteiros de coleta aos catadores, a três regiões brasileiras, o que certamente poderá
maioria delas não o faz. Para aquelas entidades ser utilizado para viabilizar o desenvolvimento
que coletam por caminhões e pelo trabalho dos do veículo coletor de materiais recicláveis e do
catadores, a indicação de roteiro serve apenas sistema de informação de apoio à definição de
aos caminhões. A justificativa para tal fato é que roteiros de coleta. Os resultados indicaram que,
assim os catadores têm liberdade de percorrer o embora os catadores sejam fundamentais para a
trajeto que acham melhor. Todavia, a consequ- concretização da cadeia da reciclagem no Brasil,

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Ciência & Saúde Coletiva, 18(11):3115-3124, 2013


sua profissão sofre de inúmeras carências que se sibilitando a utilização destas tecnologias pelos
refletem na sobrevivência destes indivíduos como catadores. Ainda em relação ao veículo, pela falta
cidadãos. Faltam bens materiais (sede, veículos, de habilitação da maioria dos catadores e pela
prensas, esteiras, EPI, uniformes, entre outros), baixa renda obtida com a atividade de coleta, o
apoio técnico, incentivo social, financeiro e psi- veículo deverá, preferencialmente não ser moto-
cológico vindos de todos os segmentos sociais, rizado, ampliando o número de usuários benefi-
além do real reconhecimento da importância desta ciados. O veículo também precisará proporcio-
profissão e efetiva inclusão social destes traba- nar abrigo ao condutor e aos materiais trans-
lhadores. portados, apresentar baixo peso e facilidade na
Sua força de trabalho é constantemente ex- execução de manobras.
plorada pela população financeiramente mais O sistema de definição de roteiros de coleta a
favorecida e geralmente seu local de trabalho e ser desenvolvido deverá ser simples, portando
sua residência localizam-se nas periferias das ci- apenas funções básicas, contemplar uma interfa-
dades, reproduzindo a sua condição de inserção ce de fácil interação e aprendizado e estar disponí-
social à margem da dinâmica populacional. vel de forma gratuita às organizações. O sistema
Estas conclusões permitem afirmar que a fer- viário deve estar disponível utilizando gratuita-
ramenta de apoio à otimização de rotas e o veí- mente informações através do acesso pela inter-
culo coletor de materiais recicláveis que podem net em sites como google maps e open street maps,
ser desenvolvidos devem ser de simples manejo e dispensando a necessidade de se manter um servi-
baixo custo de aquisição e de manutenção, pos- dor atualizado com dados sobre o sistema viário.

Colaboradores

NF Ramos participou da concepção geral do es-


tudo, foi a responsável principal pela análise e
interpretação dos dados, pela redação do artigo
e pela aprovação final da versão a ser publicada.
AB Castilhos Júnior coordenou e participou da
concepção geral do estudo, da redação do artigo
e da aprovação final da versão a ser publicada.
CM Alves participou da concepção geral do es-
tudo e na aprovação final da versão a ser publi-
cada. FA Forcellini participou da concepção geral
do estudo, da redação do artigo e aprovação fi-
nal da versão a ser publicada e OD Graciolli par-
ticipou da concepção geral do estudo, da reda-
ção do artigo e aprovação final da versão a ser
publicada.

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Castilhos Junior AB et al.

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20de%20autonomia%20entre%20catadores%20de
%20materiais%20recicl%C1veis%20de%20associa Artigo apresentado em 22/04/2013
%C7%D5es%20e%20organiza%C7%D5es%20privadas Aprovado em 20/05/2013
%20de.pdf Versão final apresentada em 13/06/2013

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