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Meu amigo,

Você já reparou que a maior parte das pessoas passam parte da vida buscando
a admiração dos outros, achando que dessa maneira encontrará a felicidade?

Quem consegue realizar as metas de sua alma é feliz e desperta admiração


devido a sua integridade como pessoa. Ao contrário, quem vive para ser
admirado sempre será infeliz, porque está deixando de lado o compromisso
consigo mesmo. Não se consegue ser feliz valorizando mais a opinião dos outros
do que seus próprios sentimentos.

Alguns se sentem infelizes, mas raciocinam: “Se os outros estão aplaudindo é


porque estou no caminho certo”. E avançam nas suas frustrações.

Você é mais importante do que qualquer julgamento alheio. Para ser feliz, viva
para surpreender a si próprio, e não aos outros.

Com o carinho de sempre,


Sem medo de ir adiante
Por Roberto Shinyashiki

Muitos pensam estar evitando as lágrimas quando, na verdade, estão evitando


também as alegrias da vida.

Acredite em você...
Acredite no que está fazendo...

Quantas vezes a gente vê uma oportunidade de vida bem à nossa frente e sofre por
medo de se arriscar e não dar certo?

Medo de falar e não ser compreendido.


Medo de pedir e não ser atendido.
Medo de declarar nosso amor a alguém e nos decepcionar.
Medo de nos machucar ao confiar no outro.
Medo de não alcançar o topo da empresa.
Medo de sentir dor.

O medo de levar um “não” da vida impede que muitas coisas boas nos aconteçam.
Em meu tempo de cursinho, fui apaixonado por uma moça, mas não tinha coragem
de declarar meu amor. Procurei um grande amigo para contar meu dilema e ele me
perguntou se eu sabia como terminara sua paixão por uma amiga que tínhamos em
comum.
Lembrei-me então da história dele, que aconteceu no começo de nossa
adolescência, no tempo em que participávamos de um movimento de jovens
cristãos. Nessa turma, um dia apareceu uma moça muito bonita e fascinante.
Imediatamente, dois rapazes se apaixonaram por ela, e um deles era esse meu
amigo. Mas o outro foi mais atirado e logo começou a namorar a moça.

Certa noite, ao voltar para casa depois de sair com a namorada, ele sentiu uma forte
dor de cabeça e em seguida desmaiou. Levado ao hospital, os médicos descobriram
que estava com um tumor maligno no cérebro e só lhe restavam alguns meses de
vida.

A situação ficou angustiante, pois sua morte poderia ocorrer a qualquer momento.
Os meses, porém, foram passando e apesar da agonia o rapaz continuava vivo.
Alguns anos depois, o sofrimento de todos se intensificara. Eu acabei me afastando
desse grupo e não acompanhei o desfecho da história.

No dia em que contei meu dilema a esse amigo, ele me confidenciou que, durante
três anos, ficara esperando a morte do outro rapaz que namorava a garota pela qual
fora apaixonado:

– Continuei apaixonado por ela por quase três anos, mas não tinha coragem de me
declarar. Ficava entre o medo da rejeição e a culpa por paquerar a namorada de um
amigo à beira da morte. Centenas de vezes eu me aproximei dela para falar do meu
amor, mas no último momento mudava de assunto – até que resolvi acabar com
meu sofrimento. Certo dia, em um daqueles bailes de garagem que nossa turma
fazia, decidi tirá-la para dançar, mas antes amassei uma folha de papel e prometi a
mim mesmo que, quando pegasse a mão dela, no momento em que o papel caísse,
eu diria que a amava. E foi o que fiz. Ficou no ar um certo constrangimento e saímos
para conversar. Falei dos meus sentimentos, do desconforto que senti durante todos
aqueles anos, da culpa que carregava por me declarar. Conversamos a noite toda e,
quando o dia amanheceu, ela me disse que não se sentiria bem deixando o
namorado naquelas circunstâncias apesar de não amá-lo mais.

Meu amigo me contou ainda que a tristeza que sentiu naquele dia foi muito
profunda, mas logo depois decidiu esquecê-la, e foi só após tomar essa decisão que
abriu espaço em seu coração para namorar outra pessoa.

Então acrescentou:

– Se falar dos seus sentimentos, ela poderá lhe dizer “sim” e você conseguirá o que
tanto quer. Se ela disser “não”, você vai sofrer, mas não para sempre. Essa ferida
vai cicatrizar e você poderá abrir seu coração para outra pessoa. Acho que amanhã,
na hora do intervalo, quando tomar o primeiro gole de refrigerante, deve dizer a ela
que a ama. Depois disso, vocês vão precisar conversar sobre o assunto e, assim,
poderá saber o que ela sente.

Fiquei super empolgado com a ideia do meu amigo, mas devo confessar,
arrependido, que fraquejei na hora de tomar o primeiro gole de refrigerante. Não tive
coragem de abrir meu coração. Hoje, brinco dizendo que, desde aquele dia, parei de
beber refrigerante. Até me preparei outras vezes para contar a ela sobre meu amor,
mas na hora H o medo de sofrer falava mais alto.

O tempo passou e a vida me afastou da mulher dos meus sonhos, que nunca saiu
de minha lembrança. Muitos anos depois, recebi uma carta dela contando que
também era apaixonada por mim e nunca me esquecera. Revelou também que se
casara e tinha dois filhos.

Fiquei pensando no que teria acontecido se eu me declarasse naquela época.


Senti uma pontada de arrependimento no coração por aquela e por todas as outras
vezes em que tive medo de batalhar pelo amor que senti de verdade por alguém.
Pensei que, se eu não tivesse medo de ir adiante, talvez evitasse algumas
frustrações que tanto me fizeram sofrer
Será que isso tem acontecido com você?

Estar apaixonado e não ter coragem de declarar seu amor por medo de ser
rejeitado?

Esconder seu amor por ter vergonha de estar apaixonado?

Quem guarda uma paixão dentro de si não abre o coração para amar de verdade...
Quantas vezes jogamos a felicidade fora por medo de ouvir um “não”?

Quantas vezes ficamos com alguém que não amamos simplesmente porque ser
mais seguro não arriscar o novo?
Lembre-se: aconteça o que acontecer, persiga seu amor, vá atrás de sua vocação.
Essa pode não ser a decisão mais cómoda, mas é a mais verdadeira. Pode ser mais
trabalhoso, talvez lhe cause uma tremenda dor de cabeça que fará você sofrer, mas
só assim estará vivendo plenamente tudo o que a vida tem a lhe oferecer.

O imponderável dos sentimentos humanos

Todos falam de encantar o cliente. Isso é fundamental. Mas como encantar alguém
que não conhecemos? E como conhecer alguém com quem não relacionamos?
Por Roberto Shinyashiki

Por que dois colegas de empresa não conseguem trabalhar cooperativamente? Por
que clientes e fornecedores não são capazes de formar uma parceria que estimule o
crescimento de ambos? Por que gerentes de departamentos diferentes não
trabalham pelo mesmo objectivo? Por que o amor dos pais pelos filhos não cria
adultos saudáveis?

Uma vez, na Índia, perguntei a Ramesh, um de meus mestres:


- Por que as pessoas se machucam tanto quando se amam?

Ramesh me respondeu:
- Roberto, no Ocidente, vocês pensam que as pessoas se machucam porque elas
são maldosas, mas, na verdade, querem somente amar e ser amadas. Elas se
machucam porque são ignorantes e não sabem o que está acontecendo. Elas ficam
inseguras e acabam machucando o outro para se proteger.

Esse diálogo me influenciou muito na procura do entendimento das pessoas. Para


conviver bem, é preciso conhecer o outro. Às vezes, algo é dito na melhor das
intenções, mas não é assim que o interlocutor escuta isso, e aí tudo vai por água a
baixo. O outro ser humano é um mistério que a maioria dos indivíduos não consegue
desvendar, e esse estranho que chamamos de outro se torna fonte de sofrimentos.

Cada vez mais, sucesso e felicidade estão relacionados com seres humanos. Quem
paga seu salário são as pessoas - seus clientes e companheiros de trabalho -, e
não exactamente seu chefe. E quem dá lucro para a empresa são as pessoas,
porque são seu maior património.

Todos falam de encantar o cliente. Isso é fundamental. Mas como encantar alguém
que não conhecemos? E como conhecer alguém com quem não relacionamos? O
campeão tem a sensibilidade de tocar a alma das pessoas, como um poeta que nos
emociona sem nunca ter visto.

Há pouco tempo, num congresso, um director de recursos humanos, me disse:


"Apesar de todos os critérios formais de nossa companhia, o que realmente pesa
para aceitar um novo sócio é saber se vamos nos sentir bem almoçando com ele."
Quando uma empresa se limita a pensar nos números, esquece que em qualquer
negócio há um acontecimento subjectivo: um encontro de duas pessoas com
percepções diferentes. Tem gente que sabe tornar esse encontro agradável, mas
outros tornam desagradável.
Por mais que alguns pesquisadores distingam o carácter lógico da administração,
existe o imponderável dos sentimentos humanos. Uma empresa é um agrupamento
de seres com suas particularidades, e quem souber atingir a sensibilidade desses
indivíduos vai conseguir transformá-los num time. A capacidade de tocar o coração
das pessoas é que vai transformar a administração numa arte e o administrador num
líder de verdade.

Determinação para correr o campo inteiro


Um profissional de sucesso é aquele com visão estratégica. É motivado a saber
motivar. É líder e cria
Por Roberto Shinyashiki

Infelizmente muita gente ainda pensa que defesa defende e ataque ataca. Você já
viu o que acontece a um time de futebol quando os atacantes se concentram
somente no golo, os zagueiros mantêm os olhos na defesa e os armadores ficam
esperando a bola chegar no pé? Esse time, inevitavelmente, é derrotado. Ou seja, a
vitória só vem quando todos estão integrados: os onze jogadores procuram marcar
golo e, ao mesmo tempo, evitam o golo do time adversário, sem descuidar de sua
posição.

Um time estruturado apenas em cima de talentos não garante o campeonato. É


preciso ter preparação. No último jogo da copa de 1998, por exemplo, o Brasil
perdeu para a França, apesar de ter melhores jogadores em campo. A França,
mesmo sendo inferior no quesito talentos individuais, soube construir suas vitórias.
Tinha uma equipe com visão estratégica e todos lutavam por um só objectivo. A
mesma situação pode se repetir agora no sumptuoso Campeonato Espanhol. Há
grandes chances da equipe do Real Madri, com os “galácticos”, não levar a taça.
Nem mesmo o socorro de Luxemburgo deverá ser suficiente para recuperar os
pontos perdidos.

O problema é que há muitos jogadores que ainda imaginam que os atacantes


atacam, os zagueiros defendem, o meio-de-campo coordena as jogadas e o técnico
comanda o time, estabelecendo a melhor estratégia para vencer o jogo. Todos têm
de participar em todas as posições. Até o goleiro está colaborando para marcar
golos quando lança a bola rapidamente para o atacante. Ou vejamos o exemplo do
goleiro Rogério Ceni, do São Paulo, que atravessa o campo inteiro para chutar no
golo do adversário.

No total, Rogério Ceni já marcou 39 golos na carreira, sendo 33 em cobranças de


falta e seis de pênalti, além de outros seis em decisões por pênaltis. Desde que
marcou pela primeira vez dentro dos 90 minutos de um jogo, em 1997, Rogério Ceni
mantém uma média de 4,125 golos por ano, sem contar a actual temporada (2005).
Não é por acaso que o goleiro é capitão do time e o principal símbolo dentro de
campo. Além das defesas, o goleiro chama atenção por balançar as redes
adversárias.

Do mesmo modo ocorre com a defesa ou quando o zagueiro sobe para fazer um
golo de cabeça nos escanteios. Outro exemplo é o vôlei. Antigamente, havia a
defesa, o ataque e os levantadores. Agora, todo mundo ajuda no bloqueio, na
recepção e no ataque. Todos têm um objectivo comum.
Na empresa, a situação não muda. Todos participam em todos os sectores, com o
mesmo objectivo: pontuar. Ou seja, vencer a concorrência. Na posição de ataque
estão os sectores de venda e marketing. São os responsáveis por trazer dinheiro
para a empresa. Mas de quem é a responsabilidade de fazer golos? De todos!

A produção e o sector financeiro trabalham na defesa do time: controlam o fluxo de


caixa, mostram o lucro, fabricam o produto etc., respondendo pela saúde física da
organização. Só que, na verdade, criar lucros é trabalho de todos, como num time
de vôlei: todos devem evitar o ponto do adversário.
Já o meio-de-campo é composto por gerentes. São eles que integram todos os
sectores e visualizam o momento de recuar ou seguir em frente. A hora exacta de
criar ou esperar. E, finalmente, chegamos ao técnico: os empresários e a directoria,
que planejam, estabelecem prioridade e organizam a estratégia do jogo.

Um profissional de sucesso é aquele com visão estratégica. É motivado a saber


motivar. É líder e cria. Está totalmente sintonizado com as metas e os princípios da
empresa. E assim deve ser, do presidente ao faxineiro, todos absolutamente
comprometidos.

A frase “Cumpri minha Parte”, tão inofensiva em outros tempos, não funciona mais.
Precisamos driblar o adversário. Não podemos perder a bola do pé. Você sabe, bola
na trave não vale nada. O que conta é aquela que passa no cantinho do golo: veloz
e certeira. Aquela que deixa o goleiro desconcertado e faz a torcida vibrar. Depois, é
só correr para o abraço.

Regras e metas têm de valer para todos


Uma pessoa na posição de chefia que não tenha a sensibilidade de participar do
processo inteiro enfraquece o moral da equipe e serve de desculpa para os
fracassos
Por Roberto Shinyashiki

A centralização do poder é incompatível com uma equipe de alta performance.


Alguém que centraliza o poder não inspira os profissionais campeões. Muitas vezes,
um director comenta comigo: “Mas eu sou o director, tenho de manter o respeito”.
Isso é um lixo para a organização. Directores têm de servir mais do que os outros
porque sua maior função é ajudar os demais a crescer.

Há uma história sobre Alexandre, o Grande, de que gosto muito e tem tudo a ver
com a consciência de quem é líder e conhece o valor da cooperação. Alexandre
conduzia seu exército de volta para casa depois da grande vitória contra Porus, na
Índia. A região que cruzavam naquele momento era árida e deserta, e os soldados
sofriam terrivelmente com o calor, a fome e, mais que tudo, a sede. Os lábios
rachavam e as gargantas ardiam devido à falta de água. Muitos estavam prestes a
se deixar cair no chão e desistir.

Por volta do meio-dia, o exército encontrou um destacamento de viajantes gregos.


Vinham montados em mulas e carregavam alguns recipientes com água. Um deles,
vendo o rei quase sufocar de sede, encheu um elmo com água e o ofereceu a ele.
Alexandre pegou o elmo nas mãos e olhou em torno de si. Viu os rostos sofridos dos
soldados, que ansiavam, tanto quanto ele, por algo refrescante. “Obrigado, mas
pode ficar com a água”, disse ele, “pois não tem sentido matar minha sede sozinho,
e você não tem o suficiente para todos.” Devolveu a água sem tomar uma gota. Os
soldados, aclamando seu rei, puseram-se de pé e pediram que o líder continuasse a
conduzi-los adiante.

Quando estou trabalhando para uma empresa em que algumas pessoas centralizam
todo o poder e inibem a iniciativa dos outros, geralmente chamo o presidente,
apresento a situação e mostro que, se a regra não valer para todos, o trabalho não
vai funcionar. Não é gostoso trabalhar de faz-de-conta com adultos. Melhor parar no
início.

Se todos se sentem responsáveis pela meta, pela estratégia e pelo sucesso, têm de
estar comprometidos com todo o processo. Uma pessoa na posição de chefia que
não tenha a sensibilidade de participar do processo inteiro enfraquece o moral da
tropa e serve de desculpa para os fracassos.

Todos precisam participar de cada actividade. Na família, se o pai vai para a cozinha
ajudar a fazer o almoço, quando pedir ao filho que ajude a pôr a mesa, o menino
saberá que isso não é um castigo, é simplesmente o trabalho de um time de alta
performance. Até a criança de cinco ou seis anos precisa estar envolvida no projecto
da família, seja para uma viagem, seja para comprar uma casa nova. Essa sensação
de participar de um projecto é que gera na criança a noção de sua importância e de
sua capacidade de realizar uma meta.

Experimente pedir a seu filho pequeno para ajudar a levar as compras do


supermercado para dentro de casa. Você vai perceber seu orgulho de colaborar com
os pais. Esse é o melhor início para a construção de uma sólida auto-estima.

Numa empresa que se propõe a implantar um projecto de qualidade total, todos os


participantes precisam considerar cada etapa do processo como algo que depende
de seu comprometimento para o sucesso final. Isso é ótimo, mas tem um preço:
conquistar cada pessoa do grupo, convidando-a para a elaboração e a realização do
projecto. Assim, todos se sentem responsáveis não só pela própria actuação, mas
também pela participação do companheiro.

No Japão, algumas empresas têm um costume muito interessante. Quando um


trabalhador é homenageado, pede para sua equipe se levantar e a convida a
receber o troféu ou a medalha junto com ele. Assim, está demonstrando ter
consciência de que, se não fosse sua equipe, não estaria sendo festejado.

Por outro lado, a equipe também assume a responsabilidade por eventuais falhas de
algum elemento do grupo. Se o departamento de vendas chama o chefe às falas
após um trimestre ruim, todos se levantam, e isso significa: “Sabemos que, se
tivéssemos feito nosso trabalho de maneira mais produtiva, nosso companheiro não
estaria recebendo essa crítica”.

São atitudes como essa que reforçam a integração do grupo. Tenha certeza de uma
coisa: quando as pessoas estão integradas e conscientes de que a responsabilidade
é de todos, a empresa se desenvolve e superam os próprios limites.
Roberto Shinyashiki é escritor, conferencista e idealizador do programa de
treinamento Academia de Líderes – As Estratégias das Vitórias

Veja o futuro antes dos outros


Quando as pessoas não enxergam adiante pagam pela falta de visão. Pagam com
suas empresas, seus empregos, amores, momentos de felicidade, coisas que só
valorizam depois que perdem

Por Roberto Shinyashiki


“Roberto, o que é visão?”
Visão é a arte de ver o invisível.
Visão é a arte de ver oportunidades onde a maioria das pessoas só vê problemas.

A visão transforma você numa pessoa especial. Quando vê o que quase todos
vêem, deixa de ser alguém especial e vira maioria, e a maioria, infelizmente, é muito
limitada.

Ver além do horizonte cria a competência necessária para aproveitar as


oportunidades no meio das ameaças. O verdadeiro empreendedor consegue
enxergar o que está escondido nas entrelinhas. Ele se antecipa. Para as pessoas
comuns, o ano de 2015 é um acontecimento do futuro; para os empreendedores,
acontece hoje, pois sabem que o futuro é consequência do presente.

Um empreendedor sabe que existem duas batalhas ocorrendo ao mesmo tempo: a


do presente e a do futuro. Ele se dedica a vencer a luta do presente, mas não
esquece que há outra batalha no horizonte: a do imaginário, para conquistar o
futuro. Um vencedor não se acomoda com o sucesso de hoje. Ele sabe que na
garupa do sucesso sempre vem o fracasso. E, se não se empenhar, correrá o risco
de amargar derrotas no futuro.

O sucesso tende a levar à acomodação. Pior ainda: leva à ideia de que as razões
que nos fizeram vencer no passado vão continuar nos conduzindo ao pódio.
Bobagem... A visão faz com que o indivíduo sempre esteja alerta para aproveitar as
oportunidades. Ele consegue ver além do horizonte, pois enxerga como o mundo
poderia ser.

Há uma historinha que ilustra bem a capacidade do empreendedor de ir além da


perspectiva normal das pessoas:

Um rapaz caminhava triste, curtindo a dor de sua inesperada demissão, num dia de
verão em que fazia um calor brutal. Um barulho gostoso de crianças chamou sua
atenção e ele olhou para dentro da casa de onde vinham aquelas vozes. As crianças
estavam na piscina fazendo uma algazarra, mergulhando, rindo. Ele reparou, então,
num escorregador abandonado ali perto. Por alguns momentos, ficou pensando por
que os pais não integravam o escorregador às brincadeiras na piscina. Nesse
momento, ele viu o futuro!

O próximo passo foi a inauguração do primeiro parque aquático, e toneladas de


dinheiro para seu criador! O que para uma pessoa comum é a simples cena de um
escorregador perto da piscina, para o empreendedor se transforma num parque
aquático! Quando as pessoas descobrirem que adorariam escorregadores nas
piscinas, vão perceber que um empreendedor já o construiu.

Aqui vai uma sugestão para desenvolver seu espírito empreendedor: caminhe
alguns minutos no horário de almoço olhando as pessoas e os estabelecimentos
comerciais que for encontrando e dê asas à criatividade. Imagine serviços e
produtos que poderiam melhorar a vida dessas pessoas e empresas.

Foi assim que se criaram pizzarias para viagem, videolocadoras, lojas de


conveniência, vendas pela Internet e milhões de outras iniciativas que promoveram o
sucesso de empreendedores.

Em todos os lugares do mundo, as pessoas reclamam das altas taxas de impostos.


Mas o imposto mais caro é o da falta de visão. Quando as pessoas não enxergam
adiante têm de pagar por sua falta de visão. Pagam com suas empresas, seus
empregos, amores, momentos de felicidade, coisas que só valorizam depois que
perdem.

Vantagem competitiva: sua empresa precisa agregar felicidade

As empresas campeãs vendem produtos e serviços, mas também entregam a


felicidade como bônus. Junto com o serviço, oferecem confiança, prazer em servir e
certeza de qualidade.
Por Roberto Shinyashiki

Cada vez mais os produtos e serviços estão parecidos. O cliente olha para o lado,
percebe que existe um mundo de lojas muito semelhantes e fica procurando algo
mais que o atraia. Todas as empresas têm buscado uma forma de se diferenciar. Na
minha opinião, a maior vantagem competitiva está em agregar felicidade ao seu
trabalho, serviço ou produto.

Invente um jeito de seu cliente sair feliz depois de fechar um negócio com você.
Esse é o melhor parâmetro da boa parceria: ver a alegria do cliente em voltar a
comprar de você. Livros existem em muitas livrarias, mas são poucas as que
conseguem dar a seus clientes o prazer de um atendimento especial. Todos os
médicos sabem receitar remédios, mas são poucos, muito poucos os que
transmitem confiança e afecto ao paciente.

Uma loja de roupas precisa vender mais do que roupas. É importante que ela saiba
vender beleza e elegância. Quando um restaurante simplesmente vende comida,
corre o riso de suscitar uma pergunta inevitável: porque uma coxinha de galinha
custa o preço de 1 quilo de frango? O restaurante deve vender encontros, amizades,
paquera, informação etc.

Sob essa nova óptica, fica claro que apenas dinheiro ou tecnologia não são mais
suficientes. As empresas campeãs vendem produtos e serviços, mas também
entregam a felicidade como bónus. Junto com o serviço, oferecem confiança, prazer
em servir e certeza de qualidade.
“Mas, Roberto, como eu crio felicidade em meus negócios?” A primeira medida é
promover a felicidade de seus colaboradores, que vão tratar seus clientes da mesma
maneira como são tratados. Certamente, em meio à pressão, pode parecer quase
impossível que as pessoas sejam felizes. Mas você pode ver profissionais felizes em
lugares de alta pressão, como pronto-socorro e Corpo de Bombeiros. A chave para
isso é envolvê-los em projectos e decisões, ajudando cada um a se sentir importante
para a organização.

A segunda medida é atrair os clientes para sua empresa. Convide-os para participar
de seus projectos, estimule-os a opinar, escute suas sugestões e você vai saber o
que realmente importa para eles. Mas, principalmente, seja você um exemplo de
profissional que trabalha por amor ao que faz, que tem prazer de estar na empresa.
Sua energia de líder vai contaminar os outros.

Sucesso é não perder a oportunidade de fazer alguém feliz. E, por incrível que
pareça, hoje é a melhor forma de ganhar dinheiro.

Competências de gestão: você não muda nunca?


Desenvolver competências de gestão é um grande desafio. Os resultados vêm
quando estruturamos uma abordagem de educação continuada, integrando sempre
teoria e prática
Por Gustavo G. Boog

Quando se fala em gestão de pessoas e de equipes os discursos costumam ser


actuais e estimulantes. A prática nem tanto... Agora é a hora de mudar esse estado
de coisas, que está se tornando cada vez mais estressante para as pessoas. Existe
um imenso potencial de energia humana disponível nas organizações, que, em
geral, está (é) subaproveitada. Essa quase inesgotável fonte de resultados para as
empresas é como um reservatório de água sob os nossos pés, escondida nas
profundezas, aguardando para ser colocada em uso.

Existem pessoas que se dão conta dessa energia, mas não querem colocá-la a
serviço da empresa. Outras querem e não encontram ambiente favorável. Há
aquelas que nem sequer se deram conta que têm esse potencial. Como chegar a
essa energia? O que os líderes precisam mudar?

Todos conhecem (e provavelmente já usaram) antibióticos. São recursos fantásticos,


que salvam vidas ameaçadas por infecções. São armas utilizadas pela medicina,
combatendo males que há algumas décadas levavam à morte. O antibiótico
combate a doença, mas não necessariamente promove a saúde e a vida plena. Nas
empresas também é assim, usam-se “antibióticos” para erradicar algum mal, por
exemplo, um excesso de custos, um comportamento inadequado. O desejo de se
evitar o mal e a doença é usualmente apoiado no medo. Tendo medo de morrer
toma-se o antibiótico. Mas, como ter uma vida mais saudável?

Você deve estar se perguntando: E nas empresas, como ter uma equipe mais
alinhada com os objectivos? Como ter gente motivada? Como ter uso do potencial
de energia humana? Aí precisaremos do biótico, e não do antibiótico. A expressão
“biótico” se refere à vida, ao bioma, o conjunto de seres vivos de uma área.
O grande biótico que proponho são as competências de gestão. Quando um
profissional, após uma actuação bem-sucedida numa área técnica, é promovido a
um cargo de liderança, é fundamental saber se a sua vocação ( vocare = chamado )
é o caminho gerencial. Essa opção não é para todos. Assim como para rea liz ar
determinada tarefa temos que ter preparo técnico, para gerenciar pessoas e equipes
é necessário o domínio das competências de gestão. Esse é um fato básico,
esquecido ainda nos dias de hoje por muitas organizações, que comentem o erro de
colocar talentos técnicos para tarefas de gestão, sem preparos, com resultados
muitas vezes catastróficos, para o próprio profissional, para sua equipe e para a
empresa.

Muitas organizações já iniciaram a implantação da gestão por competências. É bom,


prático e adequado definir e mapear as competências. Mas é preciso ir um passo
além: competência na “prateleira” não é competência, é “reserva”, é potencial ainda
não manifesto. É preciso que a competência seja colocada em prática e gere
resultados. Desenvolver competências de gestão é um grande desafio. Os
resultados vêm quando estruturamos uma abordagem de educação continuada, que
integra teoria e prática, propõe vivências diversificadas, muita prática e ênfase no
autodesenvolvimento. Intercalar actividades indoor e outdoor com períodos de
estudos e projectos no dia-a-dia assegura os três “C's” para que as competências
sejam colocadas em prática:

• Continuidade – processo contínuo de aprendizagem, buscando total


assimilação.
• Conseqüência – os conceitos devem ser colocados em prática.
• Conexão – as competências de gestão são interdependentes e conectadas
entre si.

Você vai integrar o discurso com a acção? Ou você não vai mudar nunca?

Actividade física: antídoto contra crises


As empresas de vanguarda já têm consciência de que não basta a formação
intelectual aos seus profissionais para responder aos desafios
Por José Rubens D’Elia

O mundo corporativo assume cada vez mais o seu papel social. A velocidade do
mundo globalizado, as exigências cada vez maiores de informação e conhecimento,
a ampliação ininterrupta de novas competências fizeram com que a educação formal
se infiltrasse ao mundo corporativo, complementando e muitas vezes fazendo o
papel das faculdades e universidades.

Hoje, vemos grandes nomes do ranking empresarial investindo na educação


corporativa como responsabilidade social, aliada à possibilidade de ter profissionais
diferenciados, o que sem dúvida se constitui numa importante vantagem competitiva.
Essa tendência me chamou a atenção, porque o mesmo processo inicia-se no
campo da educação psicofísica.

As empresas de vanguarda já têm consciência de que não basta a formação


intelectual aos seus profissionais. Hoje, é preciso muito mais para responder aos
desafios, para enfrentar a concorrência, para ter resultados e actuação de alta
performance.

O sector corporativo já detectou que seus funcionários, mesmo já tendo consciência


da necessidade da educação psicofísica, para ter saúde, energia, qualidade de vida,
auto-estima, melhoria no desempenho pessoal e profissional, investem muito pouco
nesse sector.

E como resultado, é cada vez maior o número de profissionais que têm sua saúde e
desempenho comprometidos pelas doenças silenciosas do sedentarismo, sem falar
nos demais prejuízos que a falta de actividade física provoca.

Executivos vencedores e visionários já descobriram com sua própria experiência,


que a actividade física é um maravilhoso e eficaz antídoto para enfrentar crises,
para aumentar a criatividade, para dar o “extra” nas suas actividades profissionais e
pessoais. E de forma pioneira, estão inaugurando esse salutar caminho nas
organizações.

É realmente emocionante perceber que o inconsciente colectivo está nos


aproximando desses líderes inovadores, que estão formando a massa crítica de um
novo paradigma no cenário empresarial.

O livro Fábrica de Campeões actuou como a semente de algumas organizações. Ao


entenderem a analogia dos campeões do desporto com os campeões do mundo
profissional e captarem o quanto ela pode potencializar o diferencial dos
profissionais, do produto e dos serviços, muitos gestores estão colhendo resultados
positivos.

Quem sabe essa estratégia não pode ser adaptada a sua empresa, a sua equipe,
aos seus negócios? Você, que lê essa coluna desde o início, já está na frente, pois
conhece a espinha dorsal da metodologia.

Se já estiver praticando e sentindo na essência os grandes benefícios, com certeza


está comprovando que é possível fazer “a diferença” como pessoa e profissional.
Seja um terapeuta esportivo informal na empresa, na comunidade, na família. Adote
alguém para compartilhar o que já aprendeu.

O mundo corporativo já está fazendo a sua parte. Cabe agora a cada profissional
multiplicar o processo, com a força transformadora da atitude e da acção.
De gerente a líder
Os líderes valorizam o trabalho em equipe e apoiam o aprendizado e a iniciativa.
Eles não abrem mão da ética por objectivos de curto prazo·
Por Roberto Ziemer

O gerente recebe a proposta de um subordinado, que demonstra como aumentar os


lucros da empresa. Mesmo achando-a inovadora e consistente, ele cria uma forte
resistência à novidade, seja porque ela implica muitas mudanças na estrutura da
organização, ou porque, caso houvesse algum fracasso, ele seria responsabilizado.
Ou pior – se a ideia desse certo, o funcionário poderia tomar seu espaço. De
qualquer forma, ele se sente inseguro.

Esse exemplo é muito comum no actual contexto dos negócios, em que se exige do
profissional um estilo de liderança que o torne capaz de trabalhar em condições de
ambiguidade e incerteza crescentes. A maneira tradicional, baseada em hierarquia,
controle e acomodação ao conhecido, tornou-se ultrapassada e é contrária à
sobrevivência e à evolução da organização.

Segundo pesquisa da Harvard Business School, uma cultura forte e flexível,


baseada em valores compartilhados, levaram algumas empresas americanas a, num
período de 11 anos, facturarem quatro vezes mais, criarem sete vezes mais
emprego, terem suas acções aumentadas 12 vezes mais rápido e obterem
lucratividade 750% superior às com cultura rígida e autoritária. Outro estudo mostrou
que cada valor limitante de uma empresa centralizadora pode aumentar os custos
em até 7%.

Para sustentar as mudanças necessárias, é necessário uma transformação pessoal


dos níveis superiores das organizações, que capacite os profissionais a responder, e
não a reagir aos desafios. Reagir é o fundamento da impulsividade ou da
acomodação, de acordo com padrões limitadores do passado – é “dirigir olhando
pelo retrovisor”. Responder é a base da responsabilidade, agindo de forma
consciente, com referência no presente (abertura) e no futuro (visão).

Líderes responsáveis discernem as ameaças imaginárias (modelos mentais


pessoais) das reais (questões objectivas) e assim enxergam oportunidades e criam
uma visão motivadora. Valorizam o trabalho em equipe e apoiam o aprendizado e a
iniciativa. Não abrem mão da ética por objectivos de curto prazo, pois sabem que a
missão da empresa vai além dos resultados financeiros.

No primeiro estágio da mudança – transformação pessoal – os novos líderes têm de


encarar seus medos e se tornar mais autênticos, aprendendo a questionar verdades
estabelecidas e práticas que limitam a evolução da empresa. Por exemplo, libertam-
se do pressuposto de que para crescerem e estarem “bem na foto” e precisam ser
viciados em trabalho. Eles se tornam líderes facilitadores. Entre os desafios estão:
ter clareza e apoiar os valores no trabalho, estabelecer uma missão e uma visão
pessoal e alinhá-las com as da empresa, saber gerenciar a transição – isso é,
libertar-se das atitudes de gerente e apoiar as de líder – e ter as competências para
lidar com o estresse.
No segundo estágio – competência emocional – eles aprendem a se conectar com
os seus colegas para fortalecer o espírito de equipe e de coesão interna. Tornam-se
líderes colaboradores. Para isso, aprendem as habilidades do líder-coach, como a
capacidade de escutar de forma activa e de fazer perguntas desafiadoras (sem
oferecer respostas prontas).

Parece muito trabalhoso? O fato é que enquanto muitos dirigentes estão paralisados
pelas possíveis consequências das mudanças listadas acima, principalmente sobre
o seu estilo de gestão, seus competidores podem ter reconhecido serem elas o
elemento chave para criar organizações eficientes e de sucesso financeiro. Lembre-
se: não são as organizações que se transformam, mas as pessoas.

Roberto Ziemer é consultor em transformação humana e organizacional e director


da Roberto Ziemer & Associados. Autor dos livros Do Medo à Confiança: como
realizar seu projecto de vida (Editora Gente), e Mitos Organizacionais: O Poder
Invisível na Vida das Empresas (Editora Atlas)

Falta trabalho ou falta atitude?


Não é o conhecimento, ou mesmo a habilidade o que diferencia um óptimo
profissional de um comum. Trata-se fundamentalmente de uma atitude pró-activa
perante o mundo
Por José Luiz Tejon

Os empregos não têm crescido e em diversos sectores diminuem. Uma das


questões é a tecnologia, a mecanização, a robotização. Em alguns outros sectores
como telemarketing, sistemas de entregas, vendas directas estão aumentando.
Porém, na média a coisa não anda bem, no mundo inteiro na óptica da geração de
empregos.

Intrigantemente, por outro lado, é muito difícil encontrarmos um empresário ou


dirigente de empresas feliz com o empenho, a dedicação e a performance do seu
quadro de colaboradores. E, esse é um fenômeno antigo. Pareto, um cientista
italiano no século passado, descobriu uma relação terrível de causa e efeito no
mundo: a curva de Pareto ou a relação 80x20. Significa que 80% dos resultados são
gerados por apenas 20% dos agentes. Chega a ser revoltante, mas, ao longo de
toda uma vida como executivo e professor, pude constatar que: 20% dos
vendedores de uma empresa geram 80% das vendas; 20% dos revendedores de
uma empresa obtém 80% dos melhores negócios; 20% dos produtores rurais de
qualquer cidade ou cooperativa do país geram 80% da produção; 20% dos alunos
de uma classe são brilhantes e 80% vão da média para o insatisfatório.

E, falta emprego!!!??. Onde o emprego existe, costumamos carregar cerca de 80%


das pessoas com performance medianas e abaixo da média. Qual a causa desse
efeito horroroso da curva de Pareto? Penso ser a atitude! Verifico que as pessoas
que se encontram no lado medíocre do desempenho têm, acima de tudo, uma
atitude errada perante a vida. Ou melhor, uma falta de atitude.

Reparo que não é o conhecimento, ou mesmo a habilidade o que diferencia um


óptimo profissional de um comum. Trata-se fundamentalmente de uma atitude pró-
activa perante o mundo. Mais do que tudo, a pessoa ou o profissional que toma para
si a responsabilidade pelos resultados que colhe ao longo das suas experiências de
vida.

Dessa forma observo muitas pessoas em óptimas organizações com bons


empregos, com possibilidades óptimas de crescimento, jogarem isso fora de
maneira infantil como a criança que perde o encanto pelo brinquedo novo. Começam
a reclamar da vida, do chefe, da economia, do concorrente, do cliente, do
fornecedor. Nada presta em volta. E, a responsabilidade pelos seus resultados
costuma ser sempre culpa do outro. Ou do azar!

Por outro lado, aquele grupo dos 20% que resulta em 80% do que é produzido, lida
bem com a adversidade, é criativo e transforma “lixo em luxo”. Ou seja, faz do
obstáculo uma ponte para o progresso. Tomam o destino próprio, da empresa ou de
uma comunidade nas suas mãos e criam valor, geram riqueza onde antes só havia
deserto.

Acredito cada vez menos nas pessoas que não assumem definitivamente para si
mesmas a relacção total entre causa e efeito, o livre arbítrio, no comando e em tudo
o que conseguem nas suas vidas. A colheita é o resultado da sua atitude!

* José Luiz Tejon Megido é autor do livro “O Vôo do Cisne”, professor de MBA de
marketing e vendas da ESPM e mestre em educação, artes e história da cultura

Com tanto inimigo do lado de dentro, nem precisamos drentes


externos
Será que não está na hora de revermos, como sociedade, o modelo de governação
e pensar em algo superior e maior do que os partidos políticos?
Por José Luiz Tejon

Fico imaginando: transforme-se no presidente da República e tente governar o


Brasil! Imediatamente você enfrentará inimigos dentro do próprio Partido, oposição
de todos os demais. E, alianças, somente ao custo de extraordinárias concessões e
negociações. Um monte de gente torcendo para tudo dar errado. Outros além de
torcer, armando efectivamente para que as coisas não aconteçam...

Agora pense na sua empresa, na sua casa, no seu condomínio. Imagine se você
não conseguir um rumo comum. Colaboradores entusiasmados com o mesmo
objectivo, gente remando junto? Você já pode antever o caos enorme disso, certo?

Pois é, não vejo como o actual modelo de governação dos países possa ser
competente para tirar nações tão carentes e necessitadas de empreendedores,
como o Brasil, do buraco! Na hora das eleições os candidatos são obrigados a falar
tudo aquilo que o povo (o cliente) deseja ouvir. Ninguém pode deixar de dizer que
vai acabar com o desemprego, que a inflação não vai subir, que vai liberar as
pequenas e médias empresas da carga tributária, que a saúde ficará espectacular,
etc, etc, etc...

Na hora da verdade os orçamentos são insuficientes, os interesses conflitantes não


permitem mudar a burocracia na velocidade necessária, e o dirigente do governo já
entra em cena preocupado com a reeleição, quatro anos depois. Confusão!
Frustração do imaginário popular!

Precisa orquestrar todas as obras para começarem e terminarem a tempo de se tirar


proveito disso; precisa distribuir cargos com o pensamento estratégico nesse
momento; e precisa conciliar interesses tão opostos, tão focados nas suas agendas
pessoais e particulares, e nunca na obra maior do país, que fica praticamente
impossível resolver 20% daquilo que se é obrigado prometer para obter os votos.
Essa roda viva é insana!

Em sociedades com melhor distribuição de renda, acesso maior à cultura, poder


económico autogerenciado – o modelo tem funcionado muito mais pela própria
capacidade da sociedade e de seus modelos de lideranças do que pelos governos
propriamente ditos. Vejam os Estados Unidos, a Inglaterra, a França, a Espanha
pós-ditadura de Franco. Ou ainda em sociedades obedientes, hierarquizadas, que
funcionam e obedecem as palavras de ordem, nacionalistas, ou religiosas – a
orquestração do comando também reage bem, como podemos ver ultimamente na
China e na Índia. Países esses com avanços sensacionais nos planos educacionais
dos seus povos.

O problema está no encontro de soluções de governação para países como o nosso.


Mistura total de raças, criatividade solta, contrastes brutais de cultura, educação,
renda e de imagens do presente e do futuro. Além de tudo isso, um país livre para o
consumo, ardente para ter bens, serviços, grifes e marcas de todas as formas e
todos os tipos. Uma nação da América do Sul que deseja o padrão de consumo da
América do Norte, que não é nem a Índia e nem a África do Sul, muito menos o
México ou o Canadá.

E, além de tudo com um povo sensual, tendendo ao anárquico, alegre e oriundo de


anos de falta de exercício e de experiências empreendedoras dentro da democracia.

Será que o modelo de governação que devemos ter é o clássico internacional de


dirigir por partidos políticos? Será que no nosso país, as discussões mais à
esquerda ou mais à direita, ainda fazem algum sentido? Será que não está na hora
de revermos, como sociedade, o modelo de governação e pensar em algo superior e
maior do que os partidos políticos?

Para exemplificar, Roberto Rodrigues, um dos melhores ministros do actual governo


e não pertence a partido político algum. Será sinal de fumaça dos novos tempos?
Quem sabe se Organizações Governamentais, dirigentes e executivas – fora dos
tortuosos e ineficazes dilemas dos partidos políticos, não seriam caminhos novos
para sociedades como a nossa? Afinal, precisamos dar saltos "quânticos" para
exercermos uma vontade e uma autodeterminação real, como cidadãos. Na actual
velocidade, o jogo está perdido.

Quando o fato se repete, sistematicamente, o problema não é das pessoas. É do


desenho das estruturas e do modelo de liderança e gestão. Não temos mais 100
anos, como no passado, para aguardar a lenta e vagarosa marcha errática da
evolução. Temos o hoje!
Amizade e negócios: sinergia ou alergia?
É uma questão de como você vê o mundo. Da visão de mundo da empresa e das
lideranças da organização. E, acima de tudo, isso depende do que você entende por
amizade e ética nos negócios e na vida.
Por José Luiz Tejon

Uma aluna minha, muito especial e acima da média estava numa encruzilhada
existencial, outro dia. A sua empresa proíbe relacionamentos de amizade com os
fornecedores. A razão disso é não dar nenhum tipo de percepção de que a
organização poderia favorecer esse ou aquele fornecedor, em detrimento de uma
maior ou menor amizade pessoal entre seus funcionários. O fundamento técnico é
preservar o mais isento possível, o aspecto racional dos negócios, destruindo
qualquer chance emocional já na origem.

Os vendedores procuram os caminhos do coração para chegar ao cérebro, e os


compradores deveriam "matar essa jogada", trazer o jogo para o seu campo: jogar
exclusivamente no racional, para dominarem os corações acelerados dos seus
inimigos! Mais ou menos assim, certo?

Mas, como vivemos no planeta terra, raça humana? e, principalmente Brasil, essas
coisas incomodaram a jovem executiva. "...Será que eu consigo fazer esse papel,
duro, seco, obstinado, de relacionamento zero, sem estrangular os meus próprios
valores?" O que eu serei daqui há cinco anos, interpretando fielmente esse
personagem na vida?

Na verdade, não acreditamos em nada mais que seja "absoluto". Tudo é relativo.
Depende. Você pode ser objectivo, pragmático, matemático, racional e ser ao
mesmo tempo cortês, educado, carinhoso, atencioso? Você pode ser um negociador
firme, duro, determinado para o que você quer e o que você não quer, e ao mesmo
tempo almoçar com o outro negociador? Sair da reunião e ir para um happy hour
com ele?

Pergunto, quem seria o melhor negociador dentre as características acima? Um que


sabe apenas interpretar o papel do Mr. Spoky da nave estelar enterprise? "Star
Trek" (exclusivamente racional), ou o Capitão Kirk, do mesmo seriado? um ser
humano com as suas capacidades racionais e emocionais em ordem?

Numa experiência que vivi, negociei durante uma semana inteira, todos os dias um
contrato no Japão, com executivos japoneses. A cada dia havia uma rotação de
negociadores, da parte deles. Entrava um novo, saia outro etc. E, todas as noites,
saíamos para jantar, todos juntos, onde comemorávamos alegremente. No dia
seguinte, nenhuma palavra do jantar. Tudo começava de novo. Na quinta-feira à
noite, fomos num Karaokê. Lá tivemos um óptimo desafio entre nós. E, como
Karaokê é levado a sério no Japão, e como eu tenho uma banda de rock e canto a
muitos anos, o páreo ficou duro. Parecia uma disputa de festival. Terminamos a
noite abraçados e extremamente emocionados.

No dia seguinte tudo zerava, começávamos de novo. Um novo personagem entrou


em cena, o próprio Sr. presidente da empresa japonesa, a autoridade máxima. Tudo
formal, racional, matemático? e, no final do dia, celebramos o acordo. Foi quando eu
ouvi da boca daquele executivo presidente japonês, a seguinte frase: ?Fechamos o
acordo com vocês, por duas razões. Uma, sua proposta é correcta. Sua empresa é
séria, tem tradição e respeitabilidade. A outra razão: Empresas são pessoas. Não
assinamos contratos com empresas, mas sim com pessoas. Acreditamos e
confiamos em você. Por essas duas razões o acordo está firmado. É a nossa
palavra, de pessoas, acima de tudo, o que pode garantir nosso sucesso mútuo!?.

Então o que você acha? Amizade e negócios: vira sinergia (2+2=5), ou alergia:
brotoeja pra todo lado que advogado nenhum dá jeito? É uma questão de como
você vê o mundo. Da visão de mundo da empresa e das lideranças da organização.
E, acima de tudo, isso depende do que você entende por amizade e ética nos
negócios e na vida!

Na era dos serviços ainda tem muita gente na pré-indústria


Serviços não são simplesmente processos. Serviços significam a descoberta
convicta do sentido de servir. O que você anda fazendo como profissional e
empresário nesse sentido?
Por José Luiz Tejon

A fase pós-industrial é a que vivemos. Ela é a reunião dos segmentos de serviços,


associados ao domínio do conhecimento. A pessoa é o eixo. O cliente é o foco. O
consumidor deixa de ser passivo e se transforma em "pró-sumidor".

Interfere na pesquisa, na tecnologia, na produção, na distribuição, na propaganda,


no preço, no atendimento, no sistema financeiro. Interfere no estilo e no jeito de ser
dos presidentes de repúblicas. Decide o roteiro das telenovelas. Tudo passou a ser
serviço. Companhias aéreas, o avião em si é uma "commoditty". O diferencial está
no serviço. Hospitais, clínicas, médicos, dentistas. A "saúde" deixou de ser a
imagem de um médico experiente, com cabelos já grisalhos, atendendo com a sua
bolsa de instrumentos pessoais, o centro e agente quase único de tudo, para se
transformar numa intrincada rede de processos.

Os criativos de designs de instalações clínicas-hospitalares, os geradores de


softwares de gestão e de análises. Computadores e sistemas de diagnóstico. Os
médicos foram multiplicados pela oferta crescente das escolas de medicina e
tiveram seus ganhos médios diminuídos. A competição aumentou
consideravelmente e marketing passa a ser tema de discussão da classe. Um
exemplo é o debate da Associação Brasileira de Cirurgia Plástica, resmungando se
é ético falar de marketing ou não entre a categoria!

E, no complexo da economia moderna, tudo, absolutamente tudo, está coligado ao


modelo global das alavancagens financeiras. O serviço financeiro e o seu jogo
internacional acabam desempenhando fundamental papel na gestão de qualquer
negócio, que vira meio de obtenção de capital? para multiplicação dos lucros nas
opções de investimentos, e não mais o fim? em si, do lucro. O mercado financeiro!
Completamente volátil e exemplo máximo do significado do sector de "serviços" na
economia.

Em síntese, o que é marketing e o que é vendas? Existiria algum ser humano sobre
a face da terra no século XXI imune, isolado do sistema pós-industrial, que reúne
serviços e marketing como diferencial estratégico competitivo? Já mergulhados na
era dos serviços, da informação on-line, da gestão do conhecimento e da pessoa
como centro do universo, fundamento básico de marketing, podemos assistir ainda
verdadeiras insanidades nas organizações.

Compartilhamento, conhecimento e compaixão, três C's essenciais para o


atendimento humano moderno, ainda é tema de ficção científica. Aplicar os três C's
nas empresas pressupõe consciência forte ao recrutar e seleccionar pessoas. Não
mais apenas por diplomas ou históricos curriculares, mas por valores, visão e crença
de mundo. Operar com os três C's na empresa significa criar espírito de equipe,
solidariedade, e, acima de tudo, desenvolver a fartura da generosidade? a
compaixão.

A grande pergunta é como conciliar, balancear, harmonizar essa competência


doadora com a necessidade "tomadora"? Você precisa vender, cobrar, perseguir
resultados, dar lucro, seleccionar clientes, canais de distribuição, comprar
suprimentos competitivamente etc...

E como lidamos com as ganâncias, angústias, motivações, desejos e agendas


individuais do sistema de liderança das empresas públicas, privadas com ou sem
fins lucrativos? Um amigo meu, alto dirigente de uma empresa de saúde, coloca o
emprego dele em risco, toda semana, ao procurar "driblar" procedimentos que o
obrigariam a colocar para fora dos hospitais, pacientes não lucrativos de famílias
"quebradas" financeiramente, ou que se desinteressam pela mãe, pelo pai, pelo
parente já idoso, portador de uma grave e custosa enfermidade "... ele salva alguns,
prorroga a vida de outros... mas, trata-se de uma iniciativa pessoal, e sujeita a
punições e perseguições ? dependendo do código ético e de valores dos acionistas,
ou do sistema de liderança operante.

Marketing, vendas, a era dos serviços, cliente em primeiro lugar. A pessoa como
foco, pró-actividade versus passividade. Já rompemos a revolução industrial.
Carlitos não existe mais. Será que não? A revolução dos serviços virá de fato e de
direito com a transformação do sistema de liderança das organizações. Uma nova
safra de dirigentes e líderes, já nascidos na pós-industrialização e não mais criados
com os pés nos anos 50, corpo e alma nos anos 20, tomando decisões em 2004.

Serviços não são simplesmente processos. Serviços significam a descoberta


convicta do sentido de servir. É o negócio a partir da existência e da percepção do
outro. O que você anda fazendo como profissional e empresário nesse sentido? Está
na hora de uma grande revisão. Você pensa como 2010, ou como 1910? Atenção, o
século já virou!
Liderança é semear o futuro dos colaboradores
Liderar é ter a capacidade de ajudar as pessoas a entender o lugar onde elas se
encontram, a desenhar o futuro e a descobrir meios de realizá-lo, e acima de tudo
fazê-las acreditar que têm capacidade
Por Roberto Shinyashiki

O líder nato é capaz de ajudar as pessoas a entender o lugar onde elas se


encontram, a compreender o que fizeram até aqui e a descobrir meios de realizar
seus sonhos. Hoje, um dos graves problemas do mundo é a ausência de
perspectivas. As pessoas estão sem esperanças e não acreditam num amanhã mais
promissor. Essa atitude pessimista é meio caminho andado para o fracasso. Em
tese, o futuro não existe; é a fé e o comprometimento das pessoas que constroem.

É triste quando um filho vê seu pai, um homem trabalhador e dedicado,


desempregado. Nessa hora, tudo começa a ficar nebuloso e sua luta perde o
significado. O drama chega a tal ponto que a pessoa se deixa dominar pela ideia de
que os sacrifícios não levam a nada. Para que estudar se tanta gente com título
universitário desempregado? Quando dedicação e honestidade não trazem sucesso,
a dúvida nos valores aparece e o espírito fica fraco. Em tempos de tempestade é
importante que directores e gerentes da empresa desçam até o convés para
conversar com a tripulação sobre a chegada a novas terras, mudanças e novas
posturas a adoptar.

Nesse momento, o papel do líder se torna ainda mais importante. Se ele for positivo,
é maravilhoso. O Olodum, por exemplo, primeiramente, como um bloco
carnavalesco de Salvador, agora se transformou o Grupo Cultural Olodum e vem
cumprindo um papel social belíssimo, quando propicia o aprendizado musical a
centenas de adolescentes carentes. Outra acção sensacional é a de alguns
jogadores de futebol que estão criando escolas de futebol para crianças pobres, ou
de alguns profissionais que desenvolvem projectos de reestruturação de
comunidades.

O resultado dessa iniciativa é praticamente instantâneo: as crianças voltam a sonhar


com um futuro melhor e começavam a lutar para realizar seus sonhos. Certamente,
boa parte delas não vai virar músico ou atleta profissional, mas a perspectiva de um
futuro favorável cria a vontade de estudar e a força longe das drogas.

Péssimo é quando aparece um líder negativo. É o caso do traficante, exibindo


roupas elegantes e carro do ano. Na situação de penúria que a maioria dos
adolescentes da favela se encontram, esses argumentos bastam para convencer o
garoto a entrar no negócio.

A falta de líderes fica mais dramática em tempos de crise, com um aumento do


desemprego e milhares de empresas fechando. No caos, instala-se o salve-se quem
puder, em que prevalecem atitudes nem sempre dignas. Os oportunistas aproveitam
para criar mais confusão, porque aqueles que não aprenderam a construir um
trabalho consistente, adoptam a política do quanto pior, fica melhor?

Quando na empresa impera a fofoca, os jogos de poder e os interesses individuais


acima do grupo, é sinal de que a liderança da empresa está fraca. É o momento de
alguém especial chamar o grupo para conversar, deixar cada um expressar suas
insatisfações e desejos e, a partir daí, criar o futuro que todos querem construir.

O líder é aquele que "serve" aos seus subordinados, ele está sempre apto a ouvir e
auxiliar na busca pelas metas. Ele tem a vontade de proporcionar a todos a
realização de seus sonhos e, desta forma, alcançar sinergia para conquistar um
objectivo comum à organização.

Liderar é ter a capacidade de ajudar as pessoas a entender o lugar onde elas se


encontram, a desenhar o futuro e a descobrir meios de realizá-lo, e acima de tudo
(esse é seu maior desafio), fazê-las acreditar que têm capacidade de atravessar a
ponte para o sucesso

Seja especial na competência


Ninguém mais engana ninguém. Ninguém engana mais um cliente desavisado.
Ninguém engana mais a vida, que sempre nos devolve o resultado de nossa
competência
Por Roberto Shinyashiki

O mundo está repleto de oportunidades à sua espera! Para aproveitá-las, é preciso


ter iniciativa e coragem para lutar por elas. O verdadeiro empreendedor sabe
enxergar as oportunidades como uma águia e lutar como um leão. Mas, sobretudo,
sabe que jamais pode desperdiçar uma oportunidade.

Na realidade, as oportunidades nunca são perdidas, pois, quando alguém não as


aproveita, logo aparece outra pessoa disposta a fazer bom uso delas.

Aproveite as ideias que você teve nos últimos meses como uma fonte de inspiração,
que o ajude a se transformar num empreendedor, num trabalhador apaixonado por
suas tarefas e responsabilidades, num gerador de negócios, lucros e estabilidade
social para sua família e seu país.

Muitas pessoas gastam tempo e energia para jogar a culpa de seus insucessos
naqueles que as rodeiam, nas situações e circunstâncias periféricas, e não admitem
a realidade. Vivem num mundo ilusório, com pensamentos amargos e estratégias
equivocadas que nunca resolverão seus problemas. Podem até convencer os outros
de que o mundo é muito cruel e injusto, mas nunca construirão a vitória.

O mundo profissional exige hoje competência total. Ninguém mais engana ninguém.
Ninguém engana mais um cliente desavisado. Ninguém engana mais os
concorrentes e, o que é mais dramático, ninguém engana mais a vida. A vida
sempre nos devolve o resultado de nossa competência.

A competência é a base de tudo: conhecer a teoria e a prática de cada


procedimento, dominar seus detalhes, nuances e variações. É também saber
concretizar.

Se a vida não está como você planejou, é chegado o momento de parar e fazer uma
profunda avaliação do modo e dos objectivos em que tem investido sua energia.
Olhe para dentro de si mesmo, reflicta sobre os seus valores, procure observar a
maneira como reage diante dos desafios.

A resposta está aí, dentro de você. O sucesso é consequência de um trabalho


especial. Se você faz o que todo mundo faz, chega aonde todos chegam. Se você
quer chegar a um lugar aonde a massa não chega, precisa fazer algo que a maioria
não faz.

Ser um profissional especial é ser aquele que consegue definir o jogo a favor de seu
time. Aquele que tem a marca registrada de seu trabalho.

Existem habilidades que garantem sua presença na partida e competências que o


transformam numa pessoa especial. Se somente a garra definisse o resultado de
uma partida, os times uruguaios seriam vencedores de todos os campeonatos que
disputam. Infelizmente, para eles, é claro, a garra tem de ser acompanhada de
habilidades que garantam a vitória.

Sem dedicação, um profissional dificilmente terá emprego ou um empresário, um


negócio bem sucedido. Por outro lado, se só tiver garra, vai ficar patinando. No
mundo moderno, trabalhar muito não é o bastante para criar o diferencial que um
vencedor precisa. Já não se trata de uma questão de vestir a camiseta da empresa.

Um empreendedor ou líder de sucesso tem seu radar sempre ligado para detectar
as ameaças, as oportunidades e, sobretudo, os sonhos das pessoas. Vá à luta.
Tenha a coragem de enfrentar o desconhecido, pois esse é o único terreno onde
podem surgir as vitórias que valem a pena.

O empreendedor não se contenta em ficar observando o jogo da arquibancada. Ele


quer entrar em campo. O mundo de um empreendedor é infinito, como são ilimitadas
as possibilidades de transformar as oportunidades em resultados.

O líder para valer vive com empenho e paixão cada um de seus dias. Sabe batalhar
cada momento de sua vida para conquistar o resultado desejado. Sabe pôr em
acção todos os seus conhecimentos.

Faltam líderes no mercado de trabalho


Em período de crescimento económico, as empresas procuram (mas não
encontram) líderes que percebam o momento, criem estratégias e motivem as
pessoas.
Por Roberto Shinyashiki

Faltam líderes no mercado de trabalho! E essa constatação me deixa


especialmente apreensivo quando vejo notícias a respeito da retomada do
crescimento económico e das oportunidades que se seguirão.

Há muito pouco tempo, as empresas precisavam somente de um líder, que era o


dono de negócio, e muitos funcionários obedientes. Quem procurava ter
pensamento próprio e ousava enfrentar o chefe era visto como candidato à
demissão.
Hoje, se dão conta que precisam de pessoas capazes de detectar as mudanças,
encontrar opções para atingir metas, pensar em novos projectos, buscar gente
competente para realizá-los e, acima de tudo, inspirar a equipe para manter a
confiança em sua capacidade de subir ao pódio.

A partir do momento em que o mundo dos negócios se torna mais complexo e


competitivo, os empresários começam a perceber que o profissional que sabe
apenas obedecer é uma catástrofe para a actividade.

Ao procurar esses profissionais no mercado de trabalho, o empresário percebe que


eles são seres raros. A maioria está feliz em empresas que valorizam sua aptidão
para liderar projectos. Descobre-se que os poucos líderes de verdade disponíveis
são pessoas competentes que não encontraram espaço para actuar em empresas
cujos chefes eram inseguros para admitir profissionais que pensavam.

De outro lado, a maior parte dos profissionais, infelizmente, ainda acredita que
pensar não é tarefa deles. Muitos imaginam que, se obedecerem a ordens, estarão
com o emprego assegurado.

Nas conversas com presidentes de empresa, eles me falam da dificuldade de


localizar tais profissionais. Nos encontros com executivos, eles expõem os
obstáculos para se tornar os líderes de que suas empresas precisam.

Muitas pessoas me perguntam se a capacidade de liderar é um talento genético ou


uma habilidade adquirida. Os dois! Uma pessoa pode ter capacidade de empreender
um novo projecto, mas esse dom, sem disciplina nem conhecimento, se transforma
em desperdício, pois o profissional não consegue concretizar suas ideias.

Lógico que nascer com talento é sensacional! Nascer com a visão de golo do
Romário é maravilhoso, mas você pode ser um guerreiro como Dunga e também
criar uma história de sucesso. Por isso mesmo Carlos Alberto Parreira, técnico da
selecção brasileira de futebol tetracampeã mundial em 1994, pôs os dois no mesmo
quarto na concentração durante os jogos. E o fato de ter os dois no mesmo time é
que permitiu que eles fossem campeões.

Alguém me pergunta durante um seminário: se eu não for líder, posso ter uma
carreira de sucesso? Claro que pode, mas vai ser muito complicado. É mais fácil ser
um director de sucesso sem saber usar computador do que sem a capacidade de
liderar uma equipe.

É possível ter uma carreira de sucesso sem ser líder, mas é muito mais difícil. Se
esse é o seu caso, penso que seria maravilhoso que você trabalhasse para
desenvolver essa competência.
Minha vida é dar conferências para empresas. Algumas delas contam com pessoas
competentes, motivadas e integradas a seu projecto — conscientes da estratégia do
grupo e fãs de seus líderes. Infelizmente, em outras há pessoas desmotivadas, sem
nenhum compromisso com a empresa, loucas por um convite para trabalhar em
outro lugar e com total desprezo por seus comandantes.

Não é preciso, porém, ser palestrante para perceber quando uma empresa tem
liderança ou não. Nos restaurantes, é só observar a roupa dos garçons e sua forma
de tratar os clientes. Nos hospitais, é fácil notar quando as enfermeiras olham nos
olhos dos pacientes e familiares ao falar com eles.

O líder na empresa é como uma grande quituteira, que junta a farinha, os ovos, o
leite e o fermento e faz um bolo inesquecível. O falso líder junta os mesmos
ingredientes e cozinha um “tijolo” impossível de saborear.

Fico admirado como líderes incompetentes conseguem destruir empresas


maravilhosas e como pessoas capazes conseguem transformar empresas à beira da
falência em modelos de competência. São os líderes para valer que criam as
estratégias, motivam as pessoas, comprometem os clientes e os fornecedores e
fazem o sucesso da organização. A empresa sem líderes só consegue criar
desculpas para o fracasso.

São os líderes para valer que percebem as mudanças no cenário, escolhem as


melhores opções tecnológicas e humanas, motivam as pessoas, criam equipes e,
principalmente, aceitam participar desse processo de mudança com honestidade e
coragem.

Confiança e inspiração para virar o jogo


Os líderes conseguem, em meio a uma desgraça, analisar a situação, pensar em
novas opções e dar a grande virada na carreira e na empresa. São nesses
momentos de dificuldade que você tem a oportunidade de ser o modelo para sua
equipe.
Por Roberto Shinyashiki

Uma das maiores batalhas da minha vida tem sido mudar a mentalidade das
pessoas que tomam o tamanho dos seus problemas como o maior empecilho de
serem felizes. É uma luta sangrenta: querem me convencer de que problemas
grandes são sinônimo de infelicidade. Mentira! A vida é um constante exemplo de
pessoas que são felizes apesar de problemas dramáticos.

As pessoas que eu mais admiro na vida não são aquelas que nasceram em berço
esplendido, mas aquelas que agem e realizam, apesar das dificuldades. Muita
gente, mesmo em situações críticas, consegue ter paz no coração e atravessar o
oceano de angústia com um sorriso no olhar. Ao passo que indivíduos com todo o
tipo de conforto não encontram estímulo para sair da cama.

Há exemplos de empresários que perdem suas empresas e experimentam o gosto


amargo do fracasso. Os inimigos chegam a comemorar a derrota, mas muitos
conseguem dar a volta por cima e recriam seus negócios mais fortalecidos. Em
períodos de crise, quantos profissionais são demitidos, mergulham em um novo
projecto e voltam em uma empresa muito melhor? Quantas pessoas experimentam
dramas na vida, mas fazem dessa dificuldade o alimento do seu espírito e
transformam as suas vidas?

Ao analisar o seu problema minuciosamente, você pode perceber que ele não é dos
mais pesados de carregar. A tendência é cada um pensar que o seu problema é o
pior do mundo. Mas as dificuldades não estão baseadas no tamanho dos problemas,
mas, sim, na capacidade de lutar para virar o jogo. Portanto, logo depois de sentir a
dor gerada por uma adversidade, saia atrás de uma solução, porque esse é o
caminho para deixar a existência leve. Chorar em um momento de infortúnio é
normal, mas ficar chorando a vida inteira é masoquismo.

Os líderes conseguem, em meio a uma desgraça, analisar a situação, pensar


em novas opções e dar a grande virada na carreira e na empresa. São nesses
momentos de dificuldade que você tem a oportunidade de ser o modelo para sua
equipe. As pessoas sempre vão se inspirar em você mesmo que você não saiba. Se
desanimar, elas também desanimarão. Se lutar com bravura, todos vão seguir o seu
exemplo.

Eu, particularmente, fico muito feliz quando vejo o presidente da organização


trabalhando junto à equipe com fé e determinação. Pois esse compromisso
incendeia o time e todos superam os obstáculos com certeza e coragem.

Napoleão Bonaparte, sem dúvida, foi um dos maiores líderes que este mundo já
conheceu. Certa vez, seu exército estava se preparando para uma importante
batalha, contra um contingente três vezes superior e equipamento mais evoluído.
Napoleão avisou os generais de que estava indo para a frente da batalha, e estes
procuraram convencê-lo a mudar de ideia.

Tudo em vão, não houve nada que dissuadisse Napoleão da ideia. Disse ele:
- É mais fácil puxar do que empurrar!

E Napoleão tem razão: quando você está junto, as pessoas deixam-se contagiar por
sua energia vencedora. Quando o líder assume os riscos com a equipe, suas
palavras ganham credibilidade. Quando o líder toma para si as consequências de
suas decisões, obtém o respeito de seus colaboradores.

Quando você vai para a frente da batalha com seus funcionários, a sua equipe se
sente protegida para arriscar. A simples presença do líder faz despertar a coragem e
a confiança de todos.

O líder desperta o desejo da influência


Os líderes que conseguem que as pessoas desejem ser influenciadas por eles têm
resultados sensacionais. Neste artigo Shinyashiki destaca os factores que originam
o desejo do outro ser influenciado.
Por Roberto Shinyashiki

Que tipo de líderes queremos em nossa empresa, nosso país, nossa sociedade e
nossa família? Podemos encontrar inúmeros conceitos e perfis de líderes actuais, e
acredito que todos devam ser respeitados. Mas para mim, o verdadeiro líder é
aquele que consegue despertar nos outros o desejo de serem influenciados por ele.

O gerente quer influenciar o colaborador. Mas a pergunta que fica é: o colaborador


quer ser influenciado pelo gerente? O pai quer influenciar o filho. O filho quer ser
influenciado pelo pai?
Para a liderança se efectivar, é preciso que o outro deseje escutar e seguir as
orientações do líder. Se não, o que existe é a força da posição – e da imposição. A
energia moral de um militar, enquanto líder, não vem do número de estrelas que ele
carrega num pedaço de pano, mas de sua capacidade em despertar respeito e
admiração da equipe. Quando ele consegue isso, as pessoas querem escutá-lo e
conversar com ele. Caso contrário, uma fraqueza fica exposta e a pessoa terá de
esforçar-se muito para sustentar a posição.

A perspectiva de que o líder tem a capacidade de influenciar as pessoas altera a


ideia clássica da liderança ser, necessariamente, extrovertida e comunicativa. O que
origina, então, o desejo do outro ser influenciado pelo líder? São três os factores.

Conhecimento. As pessoas querem ouvir e seguir quem tem o conhecimento. É o


caso do Instituto de Pesquisa Económica Aplicada – Ipea. As perspectivas e os
índices económicos anunciados pela entidade despertam o interesse do país inteiro.
E os profissionais do Ipea não precisam ser carismáticos e ter boa comunicação
para conseguir tamanha repercussão. Eles têm conhecimento e geram influência por
isso.

É muito comum as pessoas e as empresas brasileiras escutarem gente simpática e,


frequentemente, sem conhecimento. Você deve ter uma colega ganhando bem e
que escuta o marido na hora de investir, porque “ele é um cara legal e gosta de
mim”. Mas ele entende de investimentos? Precisamos mudar essa mentalidade. A
escolha das pessoas a serem consultadas tem a ver com o que a gente realmente
precisa.

Experiência. O Brasil não é um país que valoriza a experiência, ao contrário do


Japão, onde as pessoas de mais idade e prática de vida são muito requisitadas.
Aqui, há sempre a ânsia pelo novo. É fundamental para o desempenho da seleção
brasileira de futebol, por exemplo, que o técnico empregue no trabalho com a equipe
o conhecimento e as experiências de vários torneios. É certo, porém, que quando
um novo treinador chegar, ele jogará todo o trabalho anterior fora.

O mesmo ocorre nos governos. Os prefeitos e os governadores deixam a política


prevalecer e não se valem da experiência de quem já passou pelo cargo – sobretudo
se for de partido político concorrente. Em geral, é importante você se cercar de
gente que já fez o que você vai fazer. Não significa que você vá obedecê-la e segui-
la, mas contará com ideias possivelmente diferentes das suas.

Resultados. Pessoas que obtêm resultados são sempre uma excelente referência.
Elas costumam ser requisitadas porque têm o que dizer, e seus colaboradores
desejam ouvi-las porque querem trilhar um caminho de resultados.

O jogador de basquete Oscar não é o tipo de pessoa que tenha noção estratégica,
sob o ponto de vista de liderança. Mas ele é o principal cestinha da história do
basquete brasileiro e um dos maiores do mundo. Quando o Oscar fala a outros
atletas, o fato de ele ter resultados é um bom motivo para ser ouvido.

Quanto mais dessas habilidades você reunir, mais as pessoas vão querer estar
próximas de você e sob sua liderança. Quanto mais você tem bom senso, sabe
tomar decisões e fazer análises, mais você acabará influenciando as pessoas à sua
volta. Os líderes que conseguem que as pessoas desejem ser influenciadas por eles
têm resultados sensacionais.

Os três papéis do verdadeiro líder


Há uma espécie de tripé de competências que sustenta os líderes campeões. Neste
artigo Shinyashiki fala como desenvolver cada uma das bases do tripé para se tornar
um líder completo
Por Roberto Shinyashiki

Em geral quando se fala em líder, a tendência é imaginá-lo como aquele


personagem carismático que tem ideias brilhantes e arrasta multidões. Mas não é só
isso.

Há uma espécie de tripé de competências que sustenta os líderes campeões. E é


preciso desenvolver cada uma dessas bases para ser um líder completo. Vamos ver
cada uma delas:

O líder tem de ser um inspirador. Aquela pessoa que, com seus sonhos, com sua
força, consegue contagiar todos aqueles que estão por perto a fazer as
transformações necessárias.

O líder tem de ser um administrador. Ter uma meta, um sonho com hora marcada
para se realizar. Mas não apenas a meta. Tem de ter também um plano para chegar
ao seu objectivo e a capacidade de administrar matematicamente esse percurso.

O líder tem de saber ser chefe. Saber usar o poder do cargo, da posição, também é
importante, em especial nos momentos de crise, nas ocasiões nas quais existem as
pressões do tempo.

Imaginemos, por exemplo, um princípio de um incêndio dentro de um cinema.


Naquele momento, não há tempo para diálogo, para se reunir e encontrar em grupo
a decisão a tomar. Nessa situação, você precisa de uma pessoa com firmeza e
coragem.

Alguém que não só tenha voz activa para acalmar as outras pessoas, como também
tenha equilíbrio para apontar a saída, direccionar os que estão em desespero,
mesmo que isso signifique ficar numa posição de perigo. Ou seja, o chefe tem de
entrar em cena.

Na empresa, o líder é aquele que, num momento de crise, quando os negócios


estão à beira da falência, tem a coragem de apontar os caminhos, e a força para
fazer com que os outros o sigam, apesar do risco, apesar do incêndio.

Nós dizemos em medicina que, se o médico não tem opção, o paciente também não
tem opção. Para um médico, que se vê sem saber o que fazer, o que está faltando é
a força de comando, característica típica dos chefes.

Um médico quando se depara com uma mulher grávida, cujo bebê está passando
por uma situação de sofrimento fetal, não tem tempo de ficar reflectindo muito sobre
a decisão a ser tomada. O tempo espreme a possibilidade de amadurecer a decisão.
Então ele tem de ser centrado para ordenar, aos outros ou a si mesmo: vamos fazer
uma cesárea agora, porque, do contrário, a criança poderá morrer. A mãe, depois,
poderá até ficar triste porque o sonho dela era ter o parto natural. Mas o sofrimento
fetal exige essa tomada de decisão rápida.

Às vezes, a empresa tem um plano de crescimento, de vendas, porém, ocorre uma


mudança inesperada de circunstância. Alguém tem de ter presença de espírito para
enxergar com clareza o momento de decisão e colocar o barco na nova rota a ser
tomada para que ele não naufrague.

O que eu observo é que cada pessoa tem uma tendência para exercer cada um
desses papéis de liderança. Há aqueles que são excelentes inspiradores, só que
não sabem administrar bem. São incapazes de estabelecer e cumprir os métodos
que realizem os objectivos que criaram.

Outras pessoas são grandes inspiradoras, mas, na hora em que é necessário uma
tomada de decisão rápida, falham porque não sabem liderar com os instrumentos
que têm de ter o chefe, o comandante.

É por isso, que vemos tantos bons gerentes sofrendo. Porque eles são óptimos
administradores. Recebem-se uma meta, algumas instruções e as directrizes de
como operar, se saem extraordinariamente bem. Mas esse mesmo gerente que é
um bom administrador, às vezes não consegue inspirar sua equipe, ou não é capaz
de tomar uma decisão rápida e acertada num momento de crise.

A experiência tem nos mostrado que é comum acontecer o contrário também.


Acompanhamos novos empresários que começam com aquele gás, com aquela
força, porque têm muita inspiração. Mas, passado um ano ou dois, percebem que
precisam de sistemas, processos, métodos. São novos empreendedores que têm de
aprender a ser também administradores. Portanto, é importante que as pessoas
desenvolvam esses três aspectos do seu perfil.

Infelizmente, como o Brasil foi dominado pela ditadura durante mais de vinte anos, a
maior parte dos profissionais que estão no mercado hoje foram criados para serem
os chefes.

É preciso observar que sempre que ocorre uma crise, é porque houve uma falha no
sistema de gestão. O que aconteceu é que essa pessoa, que está acostumada a
liderar a equipe no grito, não teve a capacidade de dialogar, que o inspirador tem, e
não teve a capacidade de estruturar, que o administrador tem.

Então, o verdadeiro líder é aquele que tem a capacidade não só de usar sua
competência, sua força principal, seja ela da administração, do comando ou da
inspiração, como também sabe lançar mão de qualquer uma das três no momento
necessário.
Você sabe cooperar e liderar? Então, bem-vindo ao time dos donos
do futuro
A primeira virtude de um líder é ser capaz de ajudar quem está à sua volta a crescer.
O seu verdadeiro poder é aquele que faz a semente germinar, o botão da flor
desabrochar
Por Roberto Shinyashiki

Liderança é um tema que tem mais evoluído em um mundo que insiste em se


transformar todos os dias. Em meu novo livro, "Os Donos do Futuro" faço uma
análise das competências que criam as virtudes de um líder. A primeira virtude de
um líder é ser capaz de ajudar quem está à sua volta a crescer. O seu verdadeiro
poder é aquele que faz a semente germinar, o botão da flor desabrochar.

Pais que ajudam seus filhos a crescer como pessoas capazes de correr atrás dos
seus sonhos são líderes. É preciso libertar os filhos de uma infância interminável.
Infância é bom, mas tem limite. A criança feliz tem prazer em abandonar a infância
para se tornar adolescente. O adolescente feliz gosta de deixar a adolescência para
trás e assumir a sua vida. Liderar é ajudá-lo a libertar-se do passado e acreditar na
sua capacidade de criar o amanhã.

Liderar hoje é a capacidade de criar o próprio crescimento e ajudar o outro a


construir seu desenvolvimento. Ter grandeza nos dá, inclusive, uma coisa muito
importante: a capacidade de aceitar a perda e renunciar. É muito bonito ver um
gerente que consegue criar líderes. Forma uma equipe e vê com orgulho e
generosidade a partida de seus liderados: um que foi deslocado para dirigir a filial de
outro estado; outro que foi para o exterior; um terceiro que se tornou supervisor de
vendas para a América do Sul. Ele sabe que tem talento para criar novos
profissionais competentes e por isso confia em si próprio.

Quem fica apegado ao seu cargo, não favorece a si próprio e nem contribui para o
desenvolvimento dos outros. Cria raízes na estagnação e a cada dia fica mais pobre.
A história do Cabo Felício ilustra bem esse ponto. Fiz o serviço militar num quartel
da Baixada Santista. Lá havia um cabo - vamos chamá-lo de Felício - que estava se
aposentando, indo para a reserva. Era um sujeito bacana, mas passou toda a vida
como cabo. Um dia, perguntei ao capitão:

Por que o cabo Felício não foi promovido a sargento? Por que passou a sua carreira
toda como cabo?

O capitão respondeu:
- Ele sempre foi muito apegado à pocilga. Na cabeça dele, só ele sabia cuidar da
pocilga. Quando mandávamos alguém ajudá-lo, ele ficava criando tanto caso, que
ninguém aguentava trabalhar com ele. Ocorre que, no organograma do quartel,
quem cuida da pocilga deve ser um cabo. Quando pensávamos em promoções e
seleccionávamos os cabos para fazer o curso para sargento, sempre aparecia um
oficial dizendo para não mexermos com o cabo Felício, pois era o único que sabia
cuidar da pocilga. Então cabo Felício, por causa de sua maneira de pensar, ficou
eternamente na posição de cabo.
A maioria das pessoas vive como o cabo Felício. Tem medo de perder sua posição e
acaba escravo dela. Não percebe que para evoluir na empresa tem de formar
alguém para o seu lugar.
Mas como ajudar os outros a crescerem? A resposta é muito simples: dando-lhes
atenção, essa coisa tão simples que muitas vezes esquecemos que existe.

O grande fermento para o crescimento do outro é a atenção. A pessoa que recebe


atenção se sente importante. E sentindo-se importante, ela cresce.

Quando um funcionário começa a tocar um projecto e seu chefe o acompanha com


atenção e carinho, o projecto começa a tomar corpo. O funcionário sente-se
animado em executar bem o trabalho por causa do interesse do seu líder. Essa é
grande virtude que os donos do futuro devem possuir.

O brilho de tornar-se um líder!


O brilho de qualquer bom líder é, justamente, conseguir unir as grandes habilidades
de cada membro e elevar a auto-estima de todos, para que satisfação, felicidade e
qualidade de vida sejam os pilares centrais do cotidiano.
Por Roberto Shinyashiki

Quantas vezes você não ouviu inúmeras pessoas clamarem sobre a importância do
líder dentro das empresas? Sem dúvida ela é crucial. Empresas sem bons líderes
dispersam-se na busca de seus objectivos, fazendo com que suas metas espirem.

O problema é que, nem sempre, as organizações têm líderes preparados. Muita


gente é promovida sem treinamento e experiência e acaba gerando um nível de
estresse em todos os membros da equipe. Isso porque, tornar-se difícil remar na
mesma direcção. É preciso entender que para ser um líder, antes de qualquer coisa,
é necessário entender de gente. Não há escapatória, empresas são construídas por
pessoas e não por máquinas. A princípio, recursos tecnológicos todos têm, mas a
principal vantagem competitiva é o valor que cada um de nós pode agregar à
organização, ao seu trabalho e à comunidade. Por isso, insisto que o líder é um
profissional capaz de destacar e "retirar" as melhores qualidades de cada indivíduo e
transformá-las em resultados.

Simples? Nem tanto, se fosse assim, teríamos um mercado saturado de


profissionais imperdíveis. Por quê é tão complicado encontrar excelentes líderes?
Porque, quase sempre, não formam equipes independentes e criativas. O brilho de
qualquer bom líder é, justamente, conseguir unir as grandes habilidades de cada
membro e elevar a auto-estima de todos, para que satisfação, felicidade e qualidade
de vida sejam os pilares centrais do cotidiano.
O que faz, então, de um líder especial?

1- Conhecer o negócio da empresa


Quando o líder conhece as metas, desafios, fragilidades e os pontos fortes da
empresa, pode criar na equipe a consciência da necessidade da vitória e, por isso, o
comprometimento com a mudança. Assim, conhecer o negócio da empresa significa
ter competência para intuir, imaginar, farejar novos negócios e também os
obstáculos que irão aparecer no meio do caminho. O líder-campeão sabe do que as
pessoas vão precisar, antes que elas mesmas saibam. Suas palavras motivam pelos
fatos, suas ideias são baseadas na realidade, as hipóteses fazem parte das
reflexões e suas ações são alinhadas com a organização.

2- Administrar o presente enquanto cria o futuro


O verdadeiro líder sabe que o barco não pode parar para construir o futuro. Por isso,
trabalha sintonizado com as três dimensões do tempo: o passado, para não repetir
erros já cometidos; o presente, porque é nessa dimensão do tempo que as acções
acontecem; e principalmente, o futuro, pois sabe que nele se encontram todas as
ameaças e oportunidades.
Assim, o líder-campeão administra a evolução de sua empresa e, ao mesmo tempo,
cria a solidez necessária para realizar a revolução que levará o seu negócio ao
pódium! Sabe identificar problemas não previstos, decodificar os emergentes,
corrigir os já existentes e analisar o desempenho da equipe, não perdendo de vista
os objectivos a serem alcançados (respeita o planejamento).

3- Transformar ameaças em oportunidades


O líder-campeão tem a capacidade de dar o salto no escuro. Enquanto as pessoas
se sentem perdidas diante dos obstáculos, ele sabe criar novas oportunidades.
Quando os outros dizem que não há solução, ele fica ainda mais estimulado a
utilizar a sua criatividade para inventar uma nova maneira de vencer o desafio. O
campeão se alimenta dos desafios que encontra pela frente, porque não tem medo
do desconhecido.

Quando eu era criança, morava em Santos e, sempre que podia, assistia aos treinos
do maravilhoso Santos de Pelé. Havia um detalhe do treinamento que chamava
muito a minha atenção: Pelé era sempre o último a sair. Depois que os outros iam
embora, ele continuava treinando cobrança de faltas, cabeceio, e eu não conseguia
entender por que ele agia assim se já era considerado o melhor jogador do mundo.
Muitos anos depois, entendi: ele era o melhor do mundo justamente porque fazia
aquilo.

4- Criar paixão por resultados


O líder-campeão sabe que a empresa cresce com os bons resultados. Sabe que a
sua equipe vai aumentar a auto-estima à medida que conseguir o aprimoramento da
sua performance. Actua em relação aos colaboradores da mesma forma que o
treinador de um time de atletas olímpicos, ou seja, estimulando todos a superar os
próprios limites.

Para o campeão, a palavra? empregado? está fora de moda, ele quer pessoas que
colaborem, vibrem com o trabalho, parceiros, gente que tenha paixão por vitórias. O
seu negócio é produzir resultados a partir de seres humanos motivados, porque são
eles que fazem a imagem da empresa. Para motivar seus colaboradores e criar a
chamada paixão por resultados, os campeões propõem treinamentos específicos,
oferecem prêmios por resultados, aperfeiçoam as condições de trabalho e
conseguem a participação de todos!

5- Facilitar o aparecimento de novos líderes


Dentro de cada um de seus colaboradores existe, frequentemente adormecido, um
campeão. O líder-campeão sabe ver as fortes árvores escondidas no cerne da
semente. Onde os outros vêem mais um office-boy, ele consegue enxergar um
futuro gerente.
O líder-campeão tem prazer em trabalhar com pessoas competentes, por isso abre
espaço para que os membros de sua equipe assumam responsabilidades e sempre
comemora o crescimento dos seus colaboradores.

Para uma empresa crescer, é necessário que os seus colaboradores cresçam


primeiro e isso só é possível a partir de um programa de evolução permanente.
Empresas-campeãs são formadas por seres humanos campeões. São as pessoas
conscientes, motivadas, treinadas, competentes e participantes que constroem cada
uma das vitórias!

6- Criar equipes integradas e comprometidas


Um time não significa apenas a união de bons jogadores, assim como o casamento
não é simplesmente a união de duas pessoas. Na empresa, assim como no
casamento e nos desportos, todos precisam desempenhar muito bem o seu papel
para obter o melhor resultado. A falha de um dos elementos da equipe compromete
a imagem da organização. E a imagem de uma empresa geralmente é criada pelas
pessoas de menor nível hierárquico. A camareira é talvez a maior responsável pela
impressão que o cliente tem do hotel, assim como a aeromoça, o garçom, a
enfermeira e a recepcionista definem a imagem de suas empresas.
Os verdadeiros campeões sabem orientar e acompanhar o seu time, pois estão
conscientes de que dependem dele para alcançar as mais importantes vitórias.

7- Evoluir sempre
O problema não é o seu objectivo, mas sim a maneira como você procura alcançá-
lo. A sua vida muda quando você muda! Se você quer que os seus resultados
mudem, você tem que mudar antes. A sua capacidade determina o tamanho das
suas conquistas. Por isso, o líder-campeão adora vitórias, não para receber elogios,
mas para conhecer a sua força.
Estar vivo é estar em permanente evolução! Por isso, deixe o passado para trás,
seja ele feito de vitórias ou derrotas. No caso das derrotas, o líder-campeão analisa
seus erros, faz um novo projecto e tenta mudar os rumos de sua empresa. Quanto
às vitórias, elas existem para serem comemoradas, mas jamais devem estimular a
acomodação, do tipo "Já ganhei mesmo, agora posso descansar". O líder-campeão
sabe que a concorrência está sempre à espreita e subestimá-la é o primeiro passo
para perder o lugar. Para fazer novas conquistas, é preciso deixar para trás as
velhas, que já não são mais úteis.

Crescer é difícil, mas o campeão adora esse tipo de trabalho. Ele está sempre
expandindo os seus horizontes, reavaliando suas atitudes e tem uma maneira quase
poética de viver. Ele sabe que as melhores conquistas são aquelas que trazem a
paz de espírito, por isso preza mais a sabedoria do que a genialidade.

Pronto, você já tem o mapa do tesouro completo em suas mãos. A partir deste
momento, o compromisso é somente com você mesmo. Sempre que tiver uma meta
muito difícil de realizar, lembre que a vida é a doce arte de transformar o impossível
em realidade. Por isso, não permita que ninguém destrua seus sonhos. Vá atrás
deles, pois eles definirão o tamanho da sua vida.

você já conhece os pontos fracos das empresas e os novos desafios dos líderes,
portanto, está consciente da caminhada. Como dizia o poeta: "Caminhante, não
existe caminho. O caminho se faz ao caminhar".
A mulher no mundo de negócios
As mulheres, hoje profissionais gabaritadas, com ampla formação acadêmica e
ainda gerentes de um lar e uma família, têm capacidade de envolver-se nos
projectos, de se fazerem parte do time.
Por Stefi Maerker

As organizações actuais estão encarando uma série de transformações tanto


externas como internas que nos levam inevitavelmente à mudança. Surgem
problemas novos e oportunidades novas, que exigem novas maneiras de pensar e
agir e as pessoas, cada vez mais, precisam de inúmeras características para se
destacar no mundo corporativo. É neste contexto que vivemos a época da entrada
da mulher no ambiente corporativo. Hoje temos maior número de estudantes do
sexo feminino em quase todas as universidades.

No Brasil, as mudanças ocorrem num ritmo impressionante. Dos 10,1 milhões de


postos de trabalho abertos no país entre 1989 e 1999, quase sete milhões foram
ocupados por mulheres. Ou seja, sete em cada dez novas vagas no mercado são
preenchidas por profissionais femininas. Quase 30% delas possuem mais de dez
anos de escolaridade, contra 20% dos homens. Dentre os executivos masculinos,
40% têm curso superior ? entre as mulheres, o índice é de aproximadamente 50%.

Durante os anos 90, enquanto a renda média dos homens aumentou em 19%, a das
mulheres aumentou em 47%. Pesquisas actuais comprovam que 54% dos médicos;
59% dos advogados e 29% dos juízes são do sexo feminino. Além dessas, há cada
vez mais mulheres no comércio, nos serviços, nos cargos executivos de alta e média
gerência e até nos cargos de primeiro escalão.

Através dos inúmeros contactos com executivos e executivas durante os últimos três
anos, pude detectar que o factor primordial para determinar a feminização? do
mercado de trabalho é a somatória de uma série de características valorizadas pela
empresa:

• Capacidade de harmonizar os opostos


• Habilidade para somar diferenças, motivando os companheiros
• Tolerância e empreendedorismo
• Determinação, persistência e ousadia
• Carisma para agregar valor e tenacidade para conduzir processos, pessoas e
projectos
• Facilidade para transformar dificuldades em oportunidades

Essas mulheres, hoje profissionais gabaritadas, com ampla formação acadêmica e


ainda gerentes de um lar e uma família, têm capacidade de envolver-se nos
projectos, de se fazerem parte do time. Encantam e conquistam seu espaço porque
compartilham seus conhecimentos, dividem glórias, ensinam e aprendem
simultaneamente.

Acredito que duas atitudes são muito importantes para as mulheres que pretendem
continuar batalhando na defesa de suas ideias, através de muita determinação e
segurança:
• Faça algo que ninguém ousou fazer antes, faça de uma maneira diferente,
faça algo a mais do que lhe foi solicitado: agregue valor e marque seu
espaço.
• Mostre o seu mérito, conquiste o apoio do seu chefe; partilhe o seu êxito.

Com nossas atitudes de hoje estamos formatando o amanhã. Dessa vez estamos
participando activamente de história, não na qualidade de espectadoras, mas sim de
agentes de mudança, líderes de um processo que se inicia e que vai levar a mulher
a um lugar de reconhecimento na sociedade.

Liderança feminina como facilitadora


A mulher como líder busca sempre estimular a participação, dividir o poder e a
informação, aumentando assim a produtividade e os lucros
Por Bete D’Elia

Com o seu estilo de liderança, guiado pela intuição, a mulher conquistou a forma de
liderar, valorizada pelo terceiro milênio e pela era da informação, que privilegia o
cérebro e não os músculos. O espaço conquistado como cidadã, pessoa e
profissional fez surgir uma nova mulher, que ainda está sendo descoberta pelo
homem, como mostra a frase de Louis Pauwels ("Descobrir a verdadeira mulher é
uma graça. Não ficar assustado, outra, unir-se a ela requer a benevolência de
Deus").

Segundo dados estatísticos, as mulheres representam metade da população e


metade da força produtiva. Um terço de todas as famílias do mundo é chefiado por
mulheres. Nos Estados Unidos, um terço dos cargos de direcção é ocupado por
mulheres e dois terços das novas empresas são criadas por elas. E a tendência é
que esses números aumentem, a cada ano, sensivelmente.

Sua forma de liderar também vem se diferenciado. A mulher rejeita o gerenciamento


autoritário, em prol de uma postura que concede autoridade às pessoas,
aumentando assim a produtividade e os lucros. Ela busca sempre estimular a
participação, dividir o poder e a informação. Como característica, utiliza habilidades
internas e externas, fazendo uma combinação harmoniosa entre lógica e intuição,
emoção e inteligência. Além disso, quando exerce a liderança exercita também um
comportamento que aglutina as pessoas. Tem disposição para ser interrompida. Em
vez de avaliar esse fato como entrave, considera-o como oportunidade de ensinar e
interagir. Tolerar ambiguidades e fazer várias coisas ao mesmo tempo habilitam a
liderança feminina para a polivalência, tão necessária e desejada nos dias de hoje.

O investimento em sua capacitação tem sido cada vez maior. Nas recentes
estatísticas feitas por órgãos especializados, o número de mulheres nas faculdades
tem sido maior que o dos homens. O estilo de liderança feminina encontra espaço
para a espiritualidade, que tem sido resgatada também nesse milénio.

Outro aspecto que elege a liderança feminina como facilitadora é a sua aceitação
dos elementos masculinos e femininos que fazem parte de todo ser humano e de
todo líder da actualidade. A mulher já mostrou a que veio, conquistou seu espaço,
apresentou sua força e seu grande papel na transformação do mundo, enfrentando
desafios como: conciliar qualidade profissional com qualidade de vida, sem prejuízo
as importantes conquistas somadas até agora.

Polivalência "sim", fazer tudo "não"!


"Não se sinta totalmente irrevogavelmente e pessoalmente responsável por tudo.
Esse trabalho é Meu" (Lembrete de Deus)
Por Bete D’Elia

Possivelmente, a maioria de nós, mulheres executivas, líderes femininas de todos os


segmentos, do lar ao mundo corporativo, não ouvimos na nossa história de vida,
mesmo que a religiosidade estivesse presente, esse importante lembrete do Mestre
Maior.

Como as mensagens de Deus são subtis e nos dão o livre arbítrio, tenho a nítida
impressão que nossos ouvidos ficaram mais atentos aos gritos do mundo, que nos
desafiaram, arduamente, para mostrar o nosso valor e assumir, com muito esforço e
luta a posição merecida de pessoa, cidadã e profissional no mundo actual. Valeu a
pena! Entramos para a história. Estamos presentes em todos os segmentos.
Comprovamos a nossa competência. Mostramos que a nossa participação na
transformação no mundo é vital.

Passado esse esforço "extra" feito, cada uma no seu campo de actuação, é hora de
actualizar as "armas". A batalha mudou. Não precisamos mais ganhar de ninguém e
provar a quem quer que seja que somos importantes. Agora, a nossa guerra é
interna. O inimigo invisível está dentro de nós. Ainda não nos demos conta,
conscientemente, de que ele está levando a melhor quando se fala da matéria-prima
mais importante: a nossa felicidade. Mas, nossa sensibilidade e intuição
privilegiadas dão sinais visíveis de que chegou a hora de reavaliarmos as
estratégias.
Em todas essas décadas de posicionamento e de conquista da nossa fatia de
participação no mundo social e do trabalho, nosso olhar esteve voltado para fora.
Usamos toda a energia para projectar a nossa imagem. E nessa trajectória, não
percebemos a linha divisória de algumas características como autodisciplina,
capacidade analítica, atenção a detalhes, "sexto sentido", entusiasmo,
comprometimento, superação de limites, etc. Usadas com "moderação" são a
essência do sucesso e do equilíbrio. Mas, seria exigir muito de nós, mulheres,
ansiosas para provar a que viemos nesse mundo predominantemente "machista" até
no passado recente, que fôssemos à luta, sem uma das nossas principais bandeiras:
a intensidade com que nos entregamos aos nossos ideais. E como consequência,
perfeitamente normal, ultrapassamos a linha tênue que separa a busca da
qualidade, recomendada e saudável, pela atitude perfeccionista, que desgasta, mina
a energia e, o pior, impede que saboreemos o gosto delicioso das nossas próprias
vitórias.

Estamos agora procurando ultrapassar um novo patamar, estimuladas pelo mesmo


combustível do passado. Nossa auto-estima está novamente acendendo a luz
vermelha, mostrando que está prestes a cair. Não por desconhecer o nosso valor e
por falta de reconhecimento. Nesse momento, o grito é para ter tempo e energia
para curtir o nosso sucesso. Queremos ter saúde para usufruir a sensação
maravilhosa de paz e bem-estar. Queremos dar as mãos à merecida qualidade
profissional e qualidade de vida. E para tal, não adianta mais buscar fora de nós
essa resposta.

O ponto de partida é dentro. Sabemos que não há receitas, porque esse mergulhar
não tem mapa nem guia de acesso. Cada uma de nós terá que encontrar o seu
percurso, que é único. Mas, há pistas nesse universo maravilhoso. E podemos
escolher as que vão nos orientar nesse novo desafio. Quero compartilhar algumas
atitudes que tenho praticado, no meu processo de escolher a felicidade e o sucesso.
Experimente as que fazem sentido para você. Ajuste. Comece a escrever a sua
própria receita. Vá ousando os ingredientes. Use a mesma perseverança e disciplina
que fizeram você chegar até aqui. Confie em você!

Excelência sim, perfeccionismo não!


Você sabia que há vários tipos de perfeccionismo? Confira as características e
analise se você se identifica com elas
Por Bete D’Elia

Minha experiência como consultora, palestrante e instrutora de cursos tem me


possibilitado um grande e rico contacto com líderes femininas, que actuam em
diversos segmentos profissionais, sendo na maioria deles referências de sucesso e
de qualidade. Durante esses anos, algumas características me chamaram a atenção
nesse grupo, em que também faço parte. Do lado positivo, temos normalmente, os
traços que marcam as pessoas vencedoras:

• Somos competentes e comprometidas. Vestimos a cabeça, a alma e a camisa


do negócio e aprendemos a gerar resultados.
• Somos entusiastas, adoramos desafios, entendemos a difícil arte de trabalhar
em equipe e fazemos a diferença, usando de uma das nossas vantagens
competitivas: a intuição.
• Desenvolvemos a polivalência, como decorrência dos papéis que já tínhamos
e dos que fomos acrescentando, sem prejudicar a qualidade.
• Mantemos a competitividade e a empregabilidade, porque estamos abertas
ao aprender permanente e estamos investindo no nosso desenvolvimento
integral.

Esse é o lado que brilha e que realmente faz jus a todas as conquistas e ao espaço
de direito na sociedade e no mercado de trabalho. Tudo isso teve e continua tendo
um preço. O que nos cabe avaliar nesse momento é se está justo esse valor ou se
estamos pagando juros inviáveis e altos demais.

Tenho percebido que muitas de nós perdemos o controle e nem sabemos quanto
estamos pagando. É quase um procedimento similar ao da conta bancária e do
cartão de crédito. Vamos gastando, gastando, e de repente, o limite estoura. Ir além
do limite financeiro é ruim, mas ainda há formas de recuperar. Quando o limite
ultrapassado é o da energia, a perda é na vitalidade, na disposição, na
produtividade, prejudicando o nosso bem maior, que é a saúde física, mental e
emocional.

Se a luz do nosso motor interno fica vermelha, sinalizando que o combustível


acabou, é hora de identificar os vilões, para poder reverter a trajectória e escolher
um caminho saudável. Um vilão muito familiar a uma grande maioria das lideres
femininas é o perfeccionismo. Travestido de? bom moço?, ele se instala em nosso
software, fazendo promessas atractivas e compensadoras, entre elas, o sucesso, a
aceitação, o reconhecimento ?para sempre?. E sem perceber, ele vai nos
consumindo, nos exigindo mais e mais e, paradoxalmente, nos afastando dos
prêmios prometidos.

Como ex-perfeccionista (quase curada), um dos meus objectivos é poder entender


mais esse vilão e ajudar a nossa liderança a ousar enfrentá-lo. O primeiro passo é
conhecer o inimigo. E depois, preparar-se para enfrentá-lo. Você sabia que há vários
tipos de perfeccionismo? Hoje, falaremos de um deles: perfeccionismo de
desempenho. Confira as características e analise se você se identifica com elas.

• Eles provam seu valor desempenhando-se melhor que todos os concorrentes,


ganhando o máximo de dinheiro, recebendo o máximo de reconhecimento,
coleccionando o máximo de prêmios. Suas vidas giram em torno de fazer
coisas, que sejam completas e impecáveis sob todos os aspectos.
• Normalmente, concentram suas energias em aperfeiçoar um único aspecto de
suas vidas, negligenciando os demais: família, amigos, saúde e qualquer
outra coisa que não esteja relacionada com os objectivos estabelecidos.
• São bastante competitivos e orientados para a realização, impacientes,
facilmente frustrados, pressionados pelo tempo, sempre indo de uma para
outra actividade.
• São motivados pela necessidade de provar a si mesmos aos outros que são
pessoas de valor. E, geralmente, se voltam para fontes exteriores para supri-
los do senso de valor que eles não são capazes de gerar em seu íntimo.
• O padrão elevado demais que exigem de si mesmos faz que o nível interno
seja de frustração e não de nutrição. Como não aceitam o fracasso, evitam
correr qualquer tipo de risco, mesmo os necessários, e assim, reforçam seus
medos e reduzem as chances de sucesso.

Você deve estar se perguntando: Será que há uma luz no final do túnel? E eu
respondo: Lógico que há! Faz parte das escolhas que dependem exclusivamente de
nós. O segredo está em aprender a levar uma vida equilibrada, manter a motivação,
a ambição e as habilidades relacionadas com o desempenho. Além disso, modifique
e abra espaço em sua vida para o relaxamento, a diversão, as actividades que
propiciem bem-estar, mesmo que não as realize bem, mas que com certeza
enriquecerão sua vida.

Em síntese, saia do círculo vicioso e inicie o virtuoso. Parece fácil, não é? Sabemos
que não. Mas, é possível, se quiser ser responsável pela sua felicidade e sucesso.
Experimente!

Um herói de verdade começa cedo


Ao perguntarmos aos grandes pensadores como criar líderes, a resposta é: "desde o
berço"...
Por José Luiz Tejon

Quando perguntamos aos grandes pensadores sobre como criar líderes, a resposta
é unânime: "desde o berço".
Sou amigo de infância de Roberto Shinyashiki. Estudamos na mesma escola
primária, o Grupo Olavo Bilac, em Santos. Estudamos no mesmo colégio: Canadá,
também em Santos. Tocamos rock´n´roll juntos e participamos com músicas
próprias em festivais e apresentações na década de 70. Eu ia na casa do Roberto,
na Avenida Pinheiro Machado, canal 1, para ensaiar. Tocamos, chegamos a fazer
sucesso. Um dia, o "Beto" comunicou que tinha entrado na Faculdade de Medicina.
Tocamos ainda mais algumas vezes e seguimos por estradas diferentes... Ficamos
muitos anos sem saber um do outro.

Um dia, uma filha minha me deu um livro para que eu "melhorasse minhas atitudes":
Pais e Filhos – Companheiros de Viagem... Adorei, mas não liguei o autor ao meu
querido amigo da infância e juventude. Lendo uma matéria sobre o autor Roberto
Shinyashiki, um detalhe chamou minha atenção. O jornalista falava do pai do
Roberto e da farmácia que ele tinha.
Nesse instante fiz a conexão entre o querido amigo e o brilhante escritor: “Eureka! O
filho do dono da farmácia! É o China!”. China era o apelido do Beto na juventude.

A reportagem contacta a história do pai do Beto, aquele senhor dono da farmácia,


batalhador, trabalhador, que as pessoas conhecidas admiravam, respeitavam... Não
convivíamos, não brincamos, não tocamos, não nos víamos, mas muito ouvi falar
dele, nos comentários do meu pai e da minha mãe. Ali estava uma referência. O pai
do Beto.

Ver, hoje, o querido irmão e excepcional escritor e palestrante lançar Heróis de


Verdade é fácil de entender e motivo para vibração para mim. Essa obra é uma
homenagem espectacular aos milhões de anónimos como a maioria dos bilhões de
habitantes do planeta terra que agem, lutam e constroem. Heróis de verdade que
começam a batalhar desde cedo. Roberto Shinyashiki começou bem cedinho. No
berço ainda, com o exemplo de pai e mãe.

Liderança. A diferença entre o bem e o mal!


A liderança faz a diferença entre o mal e o bem. Mas, com certeza o pior de tudo, a
mais nefasta liderança é aquela que ocupa os postos da sociedade organizada com
incompetência e ignorância do seu papel
Por José Luiz Tejon

Podemos imaginar como são forjados os líderes do crime! Nascem de uma base
infecta e malévola. Seja aqueles que ascendem pelo crime das favelas e periferias,
ou aqueles que progridem pelo mundo do "colarinho branco". Os primeiros
contaminados pela sujeira, doença, pobreza, angústia brutal de "ser alguém". Os
segundos? muitos oriundos de berços ricos e nobres são inoculados pelo vírus da
cobiça, ausência da ética e provocam desgraças enormes actuando no alto
comando de empresas, poderes público e judiciário, e todas as áreas do lado do
"bem" da sociedade.

Quem faz mais mal? Os primeiros ou os segundos? Existiriam os líderes do crime


das favelas e periferias se não existissem os líderes do crime do colarinho branco?
Na Colômbia a grande parte do dinheiro aplicado para o combate ao plantio da coca,
nas áreas produtoras, substituindo esse cultivo por outros negócios agropecuários
nunca chegou no campo, por exemplo. Aqui no Brasil, mais e mais desmanches de
sistemas do "colarinho branco" vão revelando que: atrás do crime barato e baixo da
periferia existe uma linha invisível que o liga à parte da alta elite brasileira.

Combater o crime organizado exige higienização absoluta das lideranças do lado do


"bem" da sociedade. Das suas instituições. Para um Fernandinho Beira-Mar, com
certeza existem várias ramificações de líderes criminosos do "colarinho branco"
escondidos por aí.

Então, quando olhamos para as penitenciárias, uma certa penitência precisamos


fazer. Sabermos que 80% ou 90% dos que ali estão são ladrões baratos, bolhas e
laranjas. O lado visível e exposto de um iceberg de atraso e involução. Apenas 10%
ou 20% são realmente lideranças poderosas do crime moderno. E, o pior! A
verdadeira e legítima liderança de todo esse processo não vive ali, no intramuros da
cadeia. Vive aqui, do nosso lado, como um parasita silencioso, que alimenta o corpo
para dele continuar se abastecendo.

Desses líderes do "mal", aqueles que vem das periferias e favelas, teriam ainda
direito a um respeito maior, pelo menos como homens. Nenhum deles chegou na
posição que ocupa sem entrar com a própria vida no jogo. A causa é errada. Muitos
deles poderiam ser grandes e espetaculares empreendedores, se não houvessem
encontrado os dráculas da "alta roda" para colocá-los a seus serviços.

A liderança faz a diferença entre o mal e o bem. Essa luta é determinante, o tempo
todo, para a evolução da humanidade. Mas, com certeza o pior de tudo, a mais
nefasta liderança é aquela que ocupa os postos da sociedade organizada com
desleixo, incompetência e ignorância do seu papel e missão de valores e ética. Essa
bem intencionada categoria cria as condições para que os outros, primeiros e
segundos, se desenvolvam e infernizem as nossas vidas de cidadãos.

José Luiz Tejon Megido é autor do livro

Líder bom é o que sabe mudar e não embarca nos modismos


Uma coisa é mudar estruturas emperradas, acomodadas e ultrapassadas. Outra é
mudar por mudar, só para tentar ser "moderno", e com isso, em pouquíssimo tempo
destruir o negócio
Por José Luiz Tejon

Vocês já devem ter ouvido falar, se é que já não foram ardorosos usuários (ou
vítimas) das palavras: "Reengenharia" e "downsizing" certo? Numa época
empresário que não estivesse de braços dados com esses dois conceitos estava
"por fora". Executivo, então, que não decorasse essas duas questões não tinha mais
futuro na carreira. O grande mal é que esses padrões de pensamento não se
dissipam velozmente, permanecem. E, muita gente boa, aqui pelo patropi, ainda
anda com essas ideias na cabeça.

Mas, vejam só que ironia: os criadores de ambas as terminologias, Michael Hammer


(reengenharia) e Stephen S. Roach (downsizing, ou encolhimento...), mudaram.
Hammer afirmou que "eu não levei em conta o suficiente a dimensão humana.
Aprendi que isso é crucial!" Roach descobriu que o corte de custos incessantes é
ruim para os negócios, afirmando: "Se você compete construindo tem um futuro. Se
você compete cortando não tem".

Numa pesquisa da Associação Americana de Gerência, concluiu-se que menos da


metade das companhias que fizeram "encolhimento" nos anos 90 teve aumento de
lucros nos anos seguintes. E muito menos empresas ainda tiveram aumento de
produtividade. Em contrapartida outra pesquisa evidenciava que 90% das empresas
de sucesso num período de dez anos têm estruturas "estáveis" sem mudanças
traumáticas de chefes.

Na verdade isso é o óbvio "ululante", ou "urrante", para chamar bem a atenção.


Vivemos a sociedade do conhecimento em que o capital humano é a principal força
do crescimento económico, ao lado da habilidade e da atitude das pessoas. E,
assistimos a um verdadeiro espectáculo de organizações demitindo seus
funcionários mais experientes, sem perceber que estão perdendo parte da sua
cultura corporativa e? mais, muito mais, perdendo a habilidade de como fazer
vendas, entregar as mercadorias, avaliar crédito e cobrança, fazer comunicação
competitiva, pesquisar produtos etc.

Uma coisa é mudar estruturas emperradas, acomodadas e ultrapassadas. Outra é


mudar por mudar, só para tentar ser "moderno", e com isso, em pouquíssimo tempo
destruir o negócio, acumular prejuízos e passar de um caixa positivo para uma
dívida "impagável". Como diz o velho ditado alemão: "Mudar e mudar certo, são
coisas muito diferentes".

Produtividade deveria estar a serviço de uma nova óptica. Com os mesmos recursos
actuais obter uma produção e um valor agregado extraordinariamente melhor. Essa
seria a visão do crescimento com geração de empregos e desenvolvimento de um
mercado mais sólido. Actuar na linha dos cortes e das despesas, isoladamente,
qualquer contador bem instruído faz. Aumentar o valor empresarial com os activos
existentes, bem, isso já exige liderança, que sabe mudar e que jamais entra no
conto dos modismos. Ainda bem que Hammer e Roach andaram se revendo a si
mesmos...

Antes de dormir, descubra qual é a moral da sua história!


Reflicta sobre o seu comportamento e lembre-se: ainda que você tenha tomado
alguma atitude da qual se arrepende, há sempre um lado positivo em tudo o que
acontece
Por Rosana Braga

Se você buscar na memória, certamente vai se lembrar de alguma história que já lhe
contaram. Bonita, interessante e que sugeria um aprendizado. Quer sejam os
tradicionais contos de fadas ou as parábolas de importantes personagens na história
da humanidade, toda boa história tem uma moral. Pois saiba que o seu dia é uma
história, uma das muitas que fazem e farão parte da história maior, de uma história
exclusiva e fascinante, do grande livro que é a sua vida, assim como a de cada um
de nós.

Se pensarmos em nosso dia como uma história, podemos ainda imaginar que as
pessoas que passam por nossas vidas, a cada dia, nos inspiram. Umas mais, outras
menos. Algumas de forma mais tranquila ou envolvente; outras de maneira mais
ríspida ou desagradável. Mas não podemos nos esquecer de que toda história tem
"mocinhos" e "bandidos", inclusive a sua!

Muitas reflexões podem ser feitas a partir desta imaginação. E uma vez que você é o
autor da sua história, sabe que pode mudar o rumo dela quando quiser, sempre
respeitando as características e a actuação dos demais personagens, é claro! Você
pode começar se perguntando se, ultimamente, tem sido o "mocinho" ou o "bandido"
e que espaço ou importância tem dado para cada personagem... e quanta beleza,
quanta fantasia, quanto amor ou aventura tem colocado em seu enredo...

Essa "brincadeira" pode ser muito interessante. Tenho uma amiga que diz que
sempre imagina que o Harrison Ford a está admirando o tempo todo, por alguma
fresta da janela ou da porta ou mesmo escondido num cantinho do quarto onde ela
dorme. Assim, ela está sempre atenta aos detalhes. Ao acordar, coloca um bonito
robe, toma café na xícara e se comporta com elegância... Durante o dia, mantém o
"ar" de actriz e procura se adequar às situações "com dignidade", como ela mesma
gosta de explicar.

Pode parecer uma bobagem, mas esteja certo de que essa postura - a de se tornar
o personagem principal de uma bonita história (ou de um filme, se você preferir),
pode mudar a sua forma de enxergar o seu dia e a sua actuação nele. Escolha o seu
enfoque preferido: acção, aventura, humor, romance, enfim, dê o seu toque pessoal
e faça o seu melhor, a fim de que a sua história seja instigante, envolvente e possa,
acima de tudo, ensinar algo de positivo para aqueles que participam - directa ou
indirectamente - dela.

E depois de um dia inteiro de actuação, levando em conta os passos anteriores,


atentando para os detalhes e para as diversas maneiras que você tem ao seu
alcance, a fim de se tornar um "autor" mais consciente e mais envolvido com a sua
própria história, faça uma análise.

Tome para si o papel de crítico, mas não aquele que está empenhado em
simplesmente expor o que aconteceu de negativo. Seja um crítico amigo. Seja ético
e justo. Exalte as qualidades e os defeitos. Analise os piores e os melhores
momentos. Reflicta sobre o seu comportamento e lembre-se: ainda que você tenha
tomado alguma atitude da qual se arrependeu ou que termine concluindo que
poderia ter agido de uma maneira melhor, há sempre um lado positivo em tudo o
que acontece. Use essa atitude que você considerou inadequada para aprender algo
de bom.

Olhar para a nossa própria história, ou seja, para o dia que acabamos de viver é
uma óptima maneira de nos tornarmos mais preparados para o dia seguinte.
Quando estamos atentos e interessados no que acontece connosco, no que
sentimos e pensamos e ainda em como agimos com as pessoas e com a gente
mesmo diante das circunstâncias, fica mais fácil nos respeitarmos e nos sentirmos
satisfeitos com a vida que temos levado.
Tem um pensamento muito interessante que gosto de lembrar quando tenho a
impressão de que a minha vida está à mercê dos acontecimentos:
"Redige tua vida no indicativo e no imperativo. Nada se faz no condicional".
Duplessy

Pois ainda que a flexibilidade seja um sinal de inteligência, até as condições que nos
colocam (ou que nós mesmos nos colocamos) devem estar de acordo com o que
desejamos da vida, não é?! E isso nada mais é que redigir a vida no indicativo... E
quanto ao imperativo, esteja certo de que você deve ser - sempre, em todas as
circunstâncias - o autor da sua história, o director do seu filme, o rei do seu palácio,
enfim, o "dono do seu barraco", porque é somente dessa forma que você pode se
responsabilizar pelos acontecimentos e ter autonomia para transformar o que não
lhe agrada.
E, no final de toda essa análise, eis o seu grande desafio: descobrir qual a moral da
sua história, qual é a moral desse dia! Apegue-se aos fatos relevantes, mas lembre-
se dos detalhes, pois muitas vezes eles nos dizem muito mais do que as maiores
atitudes. E aprenda a sua lição, pois assim, amanhã você será uma pessoa ainda
melhor do que foi hoje; e o seu dia, será ainda mais feliz!

Preste atenção às suas crenças


A tendência das pessoas é querer mostrar que sempre estão certas. E nessa
batalha, esquecem que a maior missão nessa viagem pelo planeta é ser feliz e criar
oportunidade para que os outros também sejam
Por Roberto Shinyashiki

Os preconceitos complicam muito a vida das pessoas. Em vez de buscar resultados,


elas acabam envolvidas em provar que seus pontos de vista são verdadeiros:

“As mulheres são menos inteligentes”.


“Os negros não são trabalhadores”.
“Os homossexuais não são comprometidos”.

Ser preconceituoso é uma atitude de fracassado, pois a pessoa, em vez de olhar


para sua meta, procura formas de diminuir os outros. Para piorar as coisas, a
pessoa que tem preconceitos contra os outros acaba criando preconceitos contra si
própria. O pior preconceito de todos ocorre quando a pessoa se coloca em situação
limitante:

“Ah, se eu fosse homem!”


“Ah, se eu fosse mais alto!”
“Ah, se eu fosse mais jovem!”

A idade é um exemplo marcante de quanto é limitador o preconceito contra si


mesmo. Se a pessoa se acha derrotada, vai continuar perdendo todas as batalhas
que terá pela frente. Não tem jeito. Aquele que na juventude foi um preconceituoso
fervoroso contra idosos é hoje, ao atingir 50 anos, um ferrenho preconceituoso
contra ele mesmo.

É lógico que não são somente os preconceituosos que chegam a certa idade e já se
rotulam como velhos. Esse é um problema de muitas pessoas. Elas fixam a ideia de
que já é muito tarde para investir energia numa vida nova. Nem sequer actualizam
suas ideias observando o que acontece ao seu redor.
No início do século passado, a expectativa de vida do brasileiro era de 33 anos, ou
seja, na época alguém com 40 anos já era velho, havia vivido muito. Hoje ainda
existem pessoas que aos 50 anos já se consideram velhas, sem se dar conta de que
actualmente morre cedo quem não chega aos 70.

Com os novos avanços da ciência, a média de vida em pouco tempo chegará


facilmente aos 100 anos! Isso significa que alguém com 50 anos, prestes a se
aposentar, só viveu metade da vida. É muito tempo para ficar esperando a morte!
Sempre é o momento de aproveitar a maior oportunidade que o ser humano tem:
viver a vida. Só que envolvidos na batalha de provar que estamos certos e que
nossas crenças procedem, esquecemos que a maior missão nessa viagem pelo
planeta é ser feliz e criar oportunidade para que os outros também sejam

Independentemente da idade, escolha uma profissão, entre na faculdade, arrume


um emprego. Faça melhor ainda: se os filhos estão criados e você já ganhou algum
dinheiro, adopte um novo estilo de vida. É importante viver sempre a nossa
realidade, e não o falso mundo dos preconceitos.

Se alguém é competente sendo jovem, óptimo.

Se alguém é alegre sendo velho (ou seja, perto dos 100 anos), sensacional! Não se
considere velho demais para ser feliz nem para mudar alguma coisa em sua vida.
Lembre-se: antes tarde do que mais tarde.

O mundo dos heróis está de cabeça para baixo. E você?


Por Roberto Shinyashiki

Todo mundo tem dúvidas, mas faz pose de gênio! Os super-heróis atacam
por todos os lados. E os seres humanos deixam de viver as ordens do coração para
viver num mundo de aparência.

O mundo está uma loucura mas todos só acertam na vida. Não é esquisito
isso? Será que só eu e você temos inquietações e erramos? Será que só eu e você
temos a sensação de correr o dia inteiro e ainda estar em falta com alguma coisa no
fim do dia? Todo mundo tem dúvidas, mas faz pose de gênio! Os super-heróis
atacam por todos os lados. E os seres humanos deixam de viver as ordens do
coração para viver num mundo de aparência.

Fico impressionado com o número de pessoas que se enche de dívidas só para


desfilar ao vizinho o carro novo, ou para fazer inveja à amiga com a bolsa de marca
famosa, ou para deslumbrar a mulher desejada com um jantar além da sua condição
financeira. Pessoas que se cercam de bens materiais e conceitos supérfluos para
serem admirados. Pessoas que não sabem como é bom amar alguém. Não
conhecem a essência de um relacionamento. Querem apenas impressionar.
Aparentar aquilo que não são.

E os pais super-heróis? Esses querem que os filhos também sejam super-heróis.


Lotam a agenda das crianças com aulas e mais aulas. Elas não têm tempo livre
sequer para brincar. A ideia dos superpais é preparar os filhos para o futuro. Mas
assim as crianças acabam perdendo a infância. Ou seja, não fazem a única coisa
realmente importante para se tornar um adulto pleno.

Gostaria de convidar você a reflectir um pouco sobre seus heróis. Pense por alguns
segundos nas pessoas que você admira. Quando proponho essa reflexão em meus
seminários, em geral ouço descrições que lembram os super-heróis das histórias em
quadrinhos ou do cinema. Heróis com superpoderes que nada têm a ver com o
mundo real.

Apesar de ter plena consciência de que essa imagem não passa de pura fantasia, a
maioria das pessoas embarca nela de cabeça. E se ilude querendo mostrar que são
superexecutivos, superempresários, supermães, superprofessores, superamantes.

Não estou dizendo que a pessoa que procura dar sempre o melhor de si em cada
acção está errada. Ao contrário. É altamente positivo buscar a excelência em cada
coisa que fazemos. Isso não quer dizer, no entanto, que sempre sairemos vitoriosos
de nossas batalhas. Ninguém consegue ganhar todas as disputas da vida.

Quem exige de si vencer o tempo todo está se candidatando a viver crises de


depressão ou, pior ainda, agir sem ética para vencer a qualquer preço. Quem
precisa se sentir importante o tempo todo está criando um grande vazio em sua
vida... É preciso estar muito consciente para não embarcar nesse jogo de
aparências e não se deixar envolver em actividades sem sentido para sua vida.

Acredite: é possível ser feliz com o que você tem e é. Eu digo, com todo carinho do
meu coração: da mesma maneira que é importante tirar das suas costas o peso de
ser algo que você não é, também é importante tirar esse peso dos ombros de quem
está a seu lado. Aliás, nem precisamos ser o que não somos nem precisamos ser
perfeitos no que queremos ser. Ser muito bom já é suficiente. Temos de ser bons
naquilo para o qual temos talento, o que não significa nos exigir sermos
maravilhosos o tempo todo.

MATERIAL NÃO CORPORATIVO. PRODUÇÃO INDEPENDENTE.


Serafim Mariano Gonçalves Chinguto

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