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Todo empreendedor sonha em ver sua idéia sair do papel e ganhar o mundo. Deseja ter
sucesso, visibilidade e, sobretudo, reconhecimento do seu trabalho. Quem é
empreendedor carrega consigo uma determinação fora do comum para batalhar e
concretizar seus desejos, mas também, uma ponta de ansiedade que, se não controlada,
pode colocar tudo a perder. Quantas vezes você ouviu falar de iniciativas genais que,
por falta de foco ou planejamento, foram por água abaixo?
A cada ano, milhares de empresas abrem suas portas para depois fecharem num misto
de tristeza e desilusão, sonhos e projetos e que não saíram do papel. O que faltou para
eles? Segundo especialistas, uma rota de navegação, ou seja, uma estratégia bem
definida para deixar seu sonho naufragar antes da hora. Esta estratégia pode ser
chamada de plano de negócios, uma espécie de roteiro do que é sua empresa e para onde
ela vai.
"O plano de negócio nada mais é que uma descrição do planejamento da empresa de A a
Z, desde a missão até o balanço dos índices financeiros. É nesse projeto que ele deve
descrever a missão, objetivos, processo operacional, plano de marketing e plano
financeiro para viabilizar seu negócio", diz o professor e consultor da Fundação Dom
Cabral, Fernando Dolabela.
Lembre-se: ainda que o plano não garanta que uma idéia seja 100% bem sucedida,
certamente ele diminui, e muito, as chances do empresário ser pego de surpresa por
imprevistos que comprometam seu negócio. "Um bom plano não garante sucesso, mas
reduz danos. Essa, aliás, deve ser a premissa do empreendedor. Se cercar de
informações para blindar seu negócio", afirma o diretor do centro de empreendedorismo
do Ibmec São Paulo, Álvaro Armond.
Se levarmos em conta que as micro e pequenas empresas representam 99% do total das
5,5 milhões de empresas que existem no país e empregam um contingente de 26
milhões de trabalhadores, estamos falando de 56% da força de trabalho do Brasil. Daí a
importância em diminuir a mortalidade das PME's (Pequenas e Médias Empresas).
Neste pequeno tutorial, pretendemos mostar um passo-a-passo sobre como montar um
plano de negócio, ferramenta que embora não garanta 100% do sucesso do negócio,
ajuda a reduzir danos e riscos de comprometê-lo. Boa leitura!
2) Introdução
Antes de começar o seu plano de negócio, o empreendedor precisa se livrar dos mitos
que o rodeiam. O número um é de que um bom plano será a salvação de sua empresa.
Isto porque, o mercado está cheio de exemplos de planos de negócios maravilhosos e
muito bem escritos, mas que findaram em empresas falidas.
O empreendedor precisa saber que os planos de negócio são roteiros, quanto mais
precisos, menores são as chances de erro, mas, ainda assim, podem haver imprevistos
no caminho. Cabe então ao empreendedor blindar-se destes imprevistos para ter mais
chances de sucesso.
Por essa razão, antes de achar que o plano de negócio é o segredo do sucesso ou então
desprezá-lo por completo por considerar sua idéia genial demais para dar errado, vale
parar, pensar e, segundo especialistas, encontrar respostas para estas cinco perguntas:
Se estas cinco perguntas sinalizarem que vale à pena investir em sua idéia, já que um
plano de negócio custa tempo e dinheiro, é hora de seguir em frente e por suas mãos à
obra.
A capa é a primeira parte do seu projeto que será visualizada por quem lê o Plano de
Negócios. Portanto, ela deve ser simples, objetiva e transmitir para o leitor a mensagem
da maneira mais fluída possível. Especialistas aconselham a montar a estrutura do plano
e deixar a escolha do papel, impressão e outros detalhes que farão a diferença da
apresentação do trabalho para o final do projeto. Lembrando que o ideal é fugir dos
excessos.
Lembre-se: o plano não pode ter muito rococó, tem que transmitir a idéia do produto
que está sendo vendido. Essa compatibilidade deve estar forte na mente do
empreendedor.
Pensando nisso, o sumário executivo deve ser dirigido ao público-alvo em questão, seja
ele o investidor, cliente ou parceiro. Assim, o empreendedor deve se fazer algumas
perguntas tais como: por que meu projeto seria interessante aos seus olhos? Qual o meu
diferencial? A idéia é inovadora? Ela atende uma demanda específica? Tem vantagem
financeira em relação à concorrência? São estas as respostas que irão nortear o
empreendedor a escrever o sumário.
O tamanho do texto também deve ser uma preocupação do empreendedor. Uma vez que
o sumário precisa ser atraente, ele não pode ser muito extenso e cansativo de ler.
Informações interessantes, confiáveis e objetivas fazem a diferença na hora de escolher
entre um projeto e outro. Embora os especialistas defendam que não haja um tamanho
padrão para um sumário executivo, o ideal é usar o bom senso e perceber que, mais de
duas páginas de um texto vendedor e sem respaldo técnico de sua viabilidade cansam
qualquer um.
Nesta etapa, o empreendedor precisa ter em mente qual será sua estratégia para colocar
o seu negócio em prática. Em geral, o plano operacional é composto dos seguintes
subitens que não precisam ser seguidos obrigatoriamente nesta ordem:
Plano gerencial - Nesta fase, o empreendedor irá identificar quantas pessoas são
necessárias para levar seu negócio adiante. É uma avaliação de Recursos Humanos. Ele
também precisará investigar qual o perfil de profissional desejado, como será a
remuneração deste profissional, como será o treinamento da equipe e, também, a
estratégia de motivação para com ela.
Plano jurídico - O empreendedor precisará ter em mente como seu negócio irá sair do
papel. Será preciso estabelecer uma sociedade? Se sim, quantos sócios? Qual será o
percentual de retirada de cada um? Caso seu negócio envolva a patente de um produto,
quais os requisitos legais para garantir sua patente e sua proteção? Será necessário ter
um escritório de advocacia como auxiliar?
• O plano jurídico é uma etapa fundamental na descrição de um plano de negócios. Ele
prevê uma série de questões legais que, se não pensadas de antemão, podem pôr em
risco seu projeto.
O empreendedor precisa saber o que ele tem em mãos e o que ele não tem. Uma idéia
maravilhosa aos seus olhos, pode não ser aos olhos do investidor. Para transformar seu
sonho em produto é preciso estar preparado para defendê-lo. Para isso, é preciso
conhecê-lo. Para saber o que se tem em mãos, o empreendedor precisará dimensionar o
seu produto, os recursos necessários para sua produção, estabelecer estratégias de busca
de recursos. Então, essa também é uma etapa que depende fundamentalmente dos três
itens básicos para a criação de um plano de negócio: Análise de Mercado - Plano de
Marketing e Plano Financeiro.
A maior dica que se pode dar ao empreendedor na hora de descrever seu produto é: ame
o seu negócio, o seu produto, a idéia que você vai vender. Assim, aumentam, e muito, as
chances dele superar adversidades.
• "Diferente do emprego, a empresa é o empreendedor. Você não bate cartão depois
do horário, vai para casa e volta no outro dia. Você dorme com a empresa na cabeça,
sonha com ela, acorda e idealiza, investe, enfim... respista seu empreendimento. Por
isso, é preciso fazer aquilo que se gosta. descubra, portanto, se o seu produto tem a ver
com o seu sonho, se ele é a sua paixão. Se for, invista e transforme sua paixão em um
projeto" (Fernando Dolabela, professor de empreendedorismo e consultor da Fundação
Dom Cabral)
Uma boa análise de mercado deve prever o entendimento do mercado da empresa, seus
clientes, seus concorrentes e quanto a empresa conhece, em dados e informações, o
mercado onde atua. A análise de mercado permite ainda se conhecer de perto o
ambiente onde o produto/serviço se encontra. Vale lembrar que o mercado está
composto pelo ambiente onde a empresa e produto se localizam, pela concorrência e
pelo perfil do consumidor. Portanto, a definição do mercado leva em conta os seguintes
aspectos:
• Análise da indústria ou do setor
• Descrição do segmento de mercado
• Análise SWOT do produto/serviço
• Análise da concorrência
Descrição do segmento de mercado - uma vez definido o setor, também será preciso
identificar e organizar quais segmentos estão alinhados a sua estratégia e ao seu alvo. O
segmento de mercado é definido a partir das características do produto, estilo de vida do
consumidor (idade, sexo, renda, profissão, família e personalidade) entre outros fatores
que afetam de uma maneira direta o consumo do produto, como localização geográfica
por exemplo.
3.4.2) Dicas
Em seu portal Plano de Negócios, o especialista no tema e professor nas principais
escolas de negócios do país, José Dornelas, recomenda que os empreendedores baseiem
sua análise de mercado em quatro perguntas, são elas:
• Qual o market-share (participação de mercado) dentre os principais concorrentes?
• Qual o potencial de mercado?
• O mercado encontra-se bem atendido?
• Quais as oportunidades para o seu produto/serviço obter uma maior participação?
- Cuidado ao estimar o seu mercado. Uma visão otimista de um mercado maior do que
realmente é pode ser uma armadilha para o empreendedor.
A projeção de vendas deve ser feita tendo como base a análise de mercado e a estratégia
de marketing da empresa. Dessa forma, essa projeção será mais realista e terá maior
probabilidade de ocorrer conforme o planejado. Deve-se atentar para o fato da
sazonalidade, quando esta influi nas vendas, como por exemplo, empresas que vendem
enfeites natalinos. Portanto, uma boa forma de se efetuar projeções de vendas é através
de projeções mensais em termos de volume de vendas e os preços praticados.
3.5.1) Os 4 Ps do Marketing
Produto (Posicionamento): o posicionamento está ligado à maneira como os
consumidores percebem sua empresa e seu produto em relação à concorrência. Os
grupos podem incluir localização geográfica, vendas anuais, número de empregados,
número de anos no ramo, setor ao qual pertence o negócio etc. O esforço de
posicionamento deve ser realizado no sentido de manter a imagem do produto/serviço
no mercado, segundo as políticas de posicionamento previamente estabelecidas.
Preço: o preço é uma ferramenta efetiva de marketing, pois afeta a demanda, influencia
a imagem do produto e pode ajudar a atingir o seu mercado alvo. Ao considerar o preço
a ser praticado é importante saber que ele não deve ser baseado na produção mais
alguma margem, como geralmente se faz. O preço depende do valor do seu produto do
ponto de vista do consumidor. O preço está relacionado ao benefício percebido pelo
consumidor.
1. Divida todos os pontos fortes que identificou em dois grupos, os que estão e os que
não estão associados a oportunidades potenciais ou ameaças latentes em seu setor;
4. Inclua os pontos fortes e fracos de sua empresa, juntamente com as oportunidades e
ameaças do setor em cada uma das quatro caixas.
Investimento inicial - Deve conter itens como o custo com instalações, suprimentos e
equipamentos necessários para a implantação do negócio. Tais informações serão
fundamentais para o levantamento fixo e para implantação da empresa.
Custos e Despesas - neste item o empreendedor deverá apontar todos os valores que
serão necessários para a produção do produto/serviço. Deverão ser levantados tanto os
custos de produção, quanto despesas relativas ao suporte à produção como à
administração, vendas etc.
Fluxo de caixa - o fluxo de caixa é um instrumento que tem como objetivo básico, a
projeção das entradas (receitas) e saídas (custos, despesas e investimentos) de recursos
financeiros por um determinado período de tempo. Com o fluxo de caixa, o
empreendedor terá condições de identificar se haverá excedentes ou escassez de caixa
durante o período em questão.
Para um empreendedor que está montando agora o seu negócio aí vai a dica: o fluxo de
caixa precisa ser estabelecido, pelo menos, pelos próximos 24 meses. A importância
dessa previsão em longo prazo se dá pela necessidade do empreendedor identificar,
especialmente no começo do negócio, quanto ele terá de fluxo daqui quatro ou cinco
anos e sua sua empresa irá se sustentar até lá. Essa previsão antecipada serve para o
empreendedor não chegar no 15º mês do negócio, por exemplo, e ter um furo fenomenal
que se não for resolvido não irá levá-lo ao lucro.
O livro "O segredo de Luisa", Editora Picture, 1999 - de autoria de Fernando Dolabela,
especialista em empreendedorismo, também é material imperdível para quem está
iniciando neste universo.
Há, ainda, uma opção de software gratuito desenvolvido pelo SEBRAE (Serviço de
Apoio à Pequena e Média Empresa). O SEBRAE também mantém em seu site uma
cartilha auxiliando o jovem empreendedor a montar seu plano de negócios. para
conferir, basta acessar o site do SEBRAE e fazer o download da cartilha.
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