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QAnon ganha força no Brasil com

teorias conspiratórias e apoio a


Bolsonaro
Movimento criado pela extrema-direita americana tem sido cultivado em fóruns bolsonaristas e
alimenta campanhas de ‘fake news’

Vinicius Valfré, O Estado de S.Paulo


29 de agosto de 2020 | 14h06

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BRASÍLIA – Considerado ameaça doméstica de terrorismo nos Estados Unidos pelo potencial de
incentivar violência por parte de extremistas, o movimento QAnon (sigla para “Q Anônimo”) foi
adaptado ao Brasil e ganha adeptos entre radicais nacionais. A versão brasileira da teoria da
conspiração criada pela extrema-direita americana tem sido cultivada em fóruns
bolsonaristas e alimenta campanhas de “fake news”.

São alvos dessas campanhas ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) e mesmo estratégias
7 proteção
sanitárias na pandemia, como o uso de máscaras de dias grátis
e “termômetros de testa”.
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Em síntese, os adeptos do QAnon acreditam que o presidente Donald Trump foi escolhido por um
exército secreto para uma batalha contra governantes ocultos do mundo. É um herói patriota que
aceitou enfrentar uma rede de tráfico humano e pedofilia que envolve desde políticos da esquerda e
atores de Hollywood até o Vaticano e o bilionário húngaro George Soros.

A origem do movimento é obscura. Os adeptos seguem um anônimo que se identifica como “Q” para
lançar mensagens cifradas em um fórum da deep web – parte da internet escondida de ferramentas
de busca para preservação do anonimato.

A fonte primária da teoria jamais fez qualquer menção a Bolsonaro, mas apoiadores do presidente
trataram de incluir o brasileiro entre os líderes mundiais escolhidos pelo “Q” para “salvar o mundo”.

Em abril deste ano, por exemplo, o deputado Eduardo Bolsonaro (PSL-SP), filho do presidente,
postou nas redes uma foto ao lado do pai e dos irmãos comendo milho. Para adeptos do movimento
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QAnon, mais do que uma mera reunião de família, a imagem era uma prova de que Bolsonaro é o
escolhido. Dias antes, o “Q” havia publicado a cena de uma plantação de milho. “Junte as peças do
quebra-cabeça”, dizia a mensagem postada pelo perfil “Revelação Total”.

Levantamento do Estadão identificou que, nos últimos 12 meses, ideias do movimento foram
propagadas em páginas, grupos e canais de Facebook e YouTube que, juntos, somam cerca de 1,7 /

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