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Livro Flauta
Livro Flauta
Flauta Doce
Prof. Welington Tavares dos Santos
Pamela Lopes Nunes
Indaial – 2019
1a Edição
Copyright © UNIASSELVI 2019
Elaboração:
Prof. Welington Tavares dos Santos
Pamela Lopes Nunes
SA237i
ISBN 978-85-515-0332-4
CDD 780.7
Impresso por:
Apresentação
Caro acadêmico! Seja bem-vindo à disciplina “Instrumento: Iniciação
à Flauta Doce”! A flauta doce é um instrumento de sopro muito antigo e
bastante popular, cuja sonoridade suave e melodiosa causa encantamento
entre pessoas de diferentes idades. Considerada como um instrumento de
fácil aquisição e utilizada largamente no processo de iniciação musical,
aprender a tocar flauta doce exige técnica e tempo de estudo.
III
A disciplina de “Instrumento: Iniciação à Flauta Doce” apresenta um
conjunto de informações que exigirão dedicação e estudo com a flauta doce,
no entanto, o processo de aprendizagem em qualquer instrumento musical
também exige paciência e persistência, elementos essenciais para atingir a
excelência do aprendizado musical.
Bons estudos!
Prof. Welington Tavares dos Santos
Pamela Lopes Nunes
NOTA
O conteúdo continua na íntegra, mas a estrutura interna foi aperfeiçoada com nova
diagramação no texto, aproveitando ao máximo o espaço da página, o que também
contribui para diminuir a extração de árvores para produção de folhas de papel, por exemplo.
Todos esses ajustes foram pensados a partir de relatos que recebemos nas pesquisas
institucionais sobre os materiais impressos, para que você, nossa maior prioridade, possa
continuar seus estudos com um material de qualidade.
IV
V
VI
Sumário
UNIDADE 1 – HISTÓRIA E ASPECTOS GERAIS DA FLAUTA DOCE...................................... 1
VII
3.1 POSTURA ......................................................................................................................................... 65
3.2 EMBOCADURA................................................................................................................................ 67
3.3 ARTICULAÇÃO DA LÍNGUA . .................................................................................................... 67
3.4 SONORIDADE ................................................................................................................................. 68
3.5 RESPIRAÇÃO ................................................................................................................................. 69
RESUMO DO TÓPICO 1........................................................................................................................ 71
AUTOATIVIDADE.................................................................................................................................. 72
VIII
3.1 DEFINIÇÃO E OBJETIVOS............................................................................................................. 154
3.2 CONTRIBUIÇÕES PARA O PROCESSO DE ENSINO E APRENDIZAGEM DE FLAUTA
DOCE.................................................................................................................................................. 155
3.3 COMPOSIÇÃO.................................................................................................................................. 156
3.4 TÉCNICA E EXECUÇÃO................................................................................................................ 157
3.5 APRECIAÇÃO................................................................................................................................... 158
3.6 PERFORMANCE.............................................................................................................................. 159
3.7 LITERATURA.................................................................................................................................... 161
RESUMO DO TÓPICO 2........................................................................................................................ 163
AUTOATIVIDADE.................................................................................................................................. 165
IX
X
UNIDADE 1
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
A partir do estudo desta unidade, você deverá ser capaz de:
• conhecer dicas e propostas tanto para o estudo como para o ensino coleti-
vo de flauta doce.
PLANO DE ESTUDOS
Esta unidade está dividida em três tópicos. No decorrer da unidade você
encontrará autoatividades com o objetivo de reforçar o conteúdo apresentado.
1
2
UNIDADE 1
TÓPICO 1
1 INTRODUÇÃO
A flauta doce é um instrumento com uma vasta história, perpassando
diferentes períodos, cada um com um significado e importância distinta. Em
seus primeiros registros pela história da humanidade foi muito difundida,
principalmente na Europa, hoje pode-se distribuir esta função musical pelo
mundo todo, não só pela utilização performática em músicas de câmara e
concertos solistas, mas como recentemente descoberta como um ótimo meio para
a iniciação musical formal.
Neste tópico, você conhecerá mais da história da flauta doce, sua origem
e desenvolvimento desde a antiguidade até a contemporaneidade. Além disso,
também serão apresentadas informações sobre pesquisas pela busca por novos
timbres e sonoridades, que resultaram na inserção desse instrumento no ambiente
da música erudita contemporânea.
3
UNIDADE 1 | HISTÓRIA E ASPECTOS GERAIS DA FLAUTA DOCE
FONTE: <https://hypescience.com/wp-content/uploads/2009/06/flauta-prehistorica-grande.
jpg>. Acesso em: 20 set. 2018.
Apesar da flauta doce ser o instrumento datado mais antigo, e ter sua
utilização até os dias atuais, sua performance não se estendeu por todos
os períodos históricos. Durante a Renascença e o Barroco, a flauta doce foi
amplamente desenvolvida e utilizada para as mais diversas finalidades: religiosa,
danças, festas, eventos de cunho político etc.
4
TÓPICO 1 | CONTEXTO HISTÓRICO DA FLAUTA DOCE
Logo após esta redescoberta, começa então sua utilização também como
instrumento para educação musical coletiva, fazendo com que a flauta fosse
novamente adotada como instrumento de performance (BENASSI, 2013).
A pergunta que se faz desde criança referente à flauta doce é: “por que
ela é chamada de flauta doce?” A história da flauta doce está ligada à origem do
seu nome em inglês: RECORDER, que vem do latim RECORDARI, que significa
lembrar, recordar, trazer à memória. Em italiano a palavra RICORDO também
significa lembrança, memento; e daí, talvez a primeira referência à flauta doce
num livro de contas do Rei Henrique IV, em 1388, por pagar uma “fístula nomine
ricordo” (uma flauta chamada ricordo) (LANDER, 1996).
Por não termos instrumentos desta época que tenham chegado aos nossos
dias, as nossas fontes de informação são as gravuras em madeira ou pedra,
desenhos em manuscritos e referências ao instrumento na literatura antiga, por
exemplo, no romance “Squyr of Lowe Degre” (c. 1400), no qual aparece como
“dulcet pipes”, provavelmente o nome da flauta doce no século XIV e também
provavelmente do francês flûte douce (LANDER, 1996).
5
UNIDADE 1 | HISTÓRIA E ASPECTOS GERAIS DA FLAUTA DOCE
3.1 ANTIGUIDADE
Não há registros documentais de peças musicais nesse período. Contudo,
a ilustração mais antiga e incomparável seja a de uma flauta doce que está no “The
Mocking of Jesus” de data aproximada a 1315.
FONTE: <https://i0.wp.com/musicaeadoracao.com.br/recursos/imagens/tecnicos/
instrumentos/flauta_doce_01.jpg>. Acesso em: 10 dez. 2018.
FONTE: <https://www.alamy.com/stock-photo-dance-of-salome-romanesque-bronze-relief-on-
the-bernward-column-bernwardssule-173552882.html>. Acesso em: 25 dez. 2018.
6
TÓPICO 1 | CONTEXTO HISTÓRICO DA FLAUTA DOCE
NOTA
3.2 RENASCIMENTO
Registros históricos apontam que a produção de conjuntos de flautas doce
e outros instrumentos em diferentes tamanhos ocorreu no século XV. A flauta doce
desenvolvida nesse período ficou conhecida como flauta doce da Renascença,
que alcançou seu apogeu em meados do século XVI (LANDER, 2000).
7
UNIDADE 1 | HISTÓRIA E ASPECTOS GERAIS DA FLAUTA DOCE
Estas flautas doces têm uma escala limitada para uma oitava e um sexto,
com timbre rico e de qualidade em nível dinâmico ao longo da escala. Elas eram
fabricadas idealmente para um desempenho da música vocal e instrumental
polifônica do século XV décimo quinto ao início do século XVII, misturando
prontamente e em equilíbrio entre si com conjuntos inteiros ou contrastando em
condições iguais com outros instrumentos renascentistas ou vozes (LANDER,
2000).
8
TÓPICO 1 | CONTEXTO HISTÓRICO DA FLAUTA DOCE
DICAS
NOTA
9
UNIDADE 1 | HISTÓRIA E ASPECTOS GERAIS DA FLAUTA DOCE
10
TÓPICO 1 | CONTEXTO HISTÓRICO DA FLAUTA DOCE
DICAS
FONTE: <https://musicaeadoracao.com.br/recursos/imagens/tecnicos/instrumentos/flauta_
doce_09.jpg>. Acesso em: 15 dez. 2018.
11
UNIDADE 1 | HISTÓRIA E ASPECTOS GERAIS DA FLAUTA DOCE
A flauta doce, por não apresentar tais características, foi esquecida pelos
músicos e estudiosos da época. Seu declínio começou ainda no Barroco, mas foi
em 1750 que ela desapareceu do cenário musical.
Segundo Benassi (2013, p. 16), “por um período de 150 anos, a flauta ficou
em silêncio”, ressurgindo no cenário musical no século XIX, graças ao trabalho
de músicos, colecionadores e interessados em música e instrumentos antigos. Um
deles, o mais importante, foi Arnold Dolmetsch, cuja contribuição não foi só em
construir novamente o instrumento, mas também em difundi-lo.
12
TÓPICO 1 | CONTEXTO HISTÓRICO DA FLAUTA DOCE
NOTA
13
UNIDADE 1 | HISTÓRIA E ASPECTOS GERAIS DA FLAUTA DOCE
FONTE: <https://musicaeadoracao.com.br/recursos/imagens/tecnicos/instrumentos/flauta_
doce_25.jpg>. Acesso em: 26 abr. 2019.
14
TÓPICO 1 | CONTEXTO HISTÓRICO DA FLAUTA DOCE
DICAS
FONTE: <https://musicaeadoracao.com.br/recursos/imagens/tecnicos/instrumentos/flauta_
doce_26.jpg />. Acesso em: 26 abr. 2019.
FIGURA 9 – LYRICON
FONTE: <https://musicaeadoracao.com.br/recursos/imagens/tecnicos/instrumentos/flauta_
doce_27.jpg>. Acesso em: 26 abr. 2019.
15
UNIDADE 1 | HISTÓRIA E ASPECTOS GERAIS DA FLAUTA DOCE
DICAS
FLAUTA TRANSVERSAL
Seu nome original é flauta ocidental de concerto, mas é conhecida como flauta transversal
justamente pela maneira que é tocada (em posição transversal). Sendo um dos tipos de
flautas mais conhecidos e usados atualmente, foi originalmente produzida em madeira,
mas hoje é mais comum encontrá-la em metal na maioria das suas versões.
16
TÓPICO 1 | CONTEXTO HISTÓRICO DA FLAUTA DOCE
FLAUTA PICCOLO
Também chamada de flautim, a flauta piccolo tem nome de origem italiana, que pode ser
traduzido como “pequena flauta”. É bastante semelhante à flauta transversal, principalmente
quanto ao sopro e ao dedilhado. A principal diferença, além do menor porte, é que o piccolo
tem um tubo cônico (diferente do tubo das flautas mais modernas, que é cilíndrico) e
consegue produzir sons mais agudos.
FONTE: <http://blog.multisom.com.br/wp-content/uploads/2018/02/3-sopro-768x432.
jpg>. Acesso em: 10 jan. 2019.
TIN WHISTLE
Traduzindo do inglês, significa “apito de latão”, o que remete aos materiais utilizados na sua
fabricação: metais mais baratos, como o cobre e o níquel. Já o bico é feito de madeira ou
plástico. A origem dessa flauta é irlandesa e apesar de ser muito semelhante à flauta doce,
a diferença está na menor quantidade de orifícios do instrumento e no menor número de
tonalidades que podem ser tocadas.
17
RESUMO DO TÓPICO 1
a. Flauta de bisel.
b. Flûte a bec (flauta de bico).
c. Blockflöte (flauta de bloco).
d. Recorder.
19
20
UNIDADE 1
TÓPICO 2
1 INTRODUÇÃO
A flauta doce é um dos instrumentos mais utilizados por instituições de
ensino públicas ou privadas, em projetos sociais, ONGs ou igrejas no processo de
iniciação musical.
21
UNIDADE 1 | HISTÓRIA E ASPECTOS GERAIS DA FLAUTA DOCE
Cada pessoa tem um jeito próprio para se expressar, e por esse motivo
dizemos que existem diferentes performances, no entanto, existem alguns fatores
objetivos que podem ajudar no bom desempenho performático, ou seja, no fazer
musical. Os princípios básicos para todo estudante de música é definição de
repertório, ensaio e motivação.
22
TÓPICO 2 | FLAUTA DOCE COMO INSTRUMENTO MUSICALIZADOR
DICAS
Veja a performance do
estudante do curso de flauta doce ao
executar a obra Czardas, de Vittorio
Monti. Essa obra foi escrita em 1904,
baseada no folclore húngaro e foi
originalmente composta para violino,
bandolim ou piano.
23
UNIDADE 1 | HISTÓRIA E ASPECTOS GERAIS DA FLAUTA DOCE
Sonoridade
Fraseado
Interação
DICAS
Ressalta-se, porém, que via de regra a flauta doce é usada como uma
alternativa para a inclusão do ensino instrumental na escola devido ao fato de
ser um instrumento de fácil aquisição e de custo baixo, além de propiciar uma
produção musical breve, devido à facilidade de aprendizagem. Essa visão sobre
a flauta doce como forma de introduzir o instrumento musical na escola foge
do objetivo que deve ser alcançado na aula de música, que é o fazer musical
(MENDES; SILVA, 2010).
Além disso, o estudo da flauta doce pode ser realizado com turmas de
tamanho e faixa etária diversificada, o que não é possível em relação a outros
instrumentos (MENDES; SILVA, 2010). A flauta doce, em sala de aula ou fora
dela, traz também a oportunidade de se fazer música em pequenos grupos,
coletivamente. Essa experiência de poder tocar junto torna o aprendizado musical
bastante divertido e significativo, pois oportuniza a testagem, experimentação, a
predisposição para errar e aprender junto com o colega.
26
TÓPICO 2 | FLAUTA DOCE COMO INSTRUMENTO MUSICALIZADOR
27
UNIDADE 1 | HISTÓRIA E ASPECTOS GERAIS DA FLAUTA DOCE
28
TÓPICO 2 | FLAUTA DOCE COMO INSTRUMENTO MUSICALIZADOR
29
UNIDADE 1 | HISTÓRIA E ASPECTOS GERAIS DA FLAUTA DOCE
NOTA
30
RESUMO DO TÓPICO 2
31
AUTOATIVIDADE
a) ( ) Sonoridade.
b) ( ) Fraseado.
c) ( ) Fluência da execução musical.
d) ( ) Interação.
32
III- Permite ao grupo realizar trocas significativas de experiências e saberes.
IV- Sua boa execução engloba, também, a otimização de recursos técnicos
como articulação, afinação, respiração, convergindo na clareza estrutural
da frase ao apresentar elementos como ápice e declínio ou a dicotomia
tensão-relaxamento.
33
34
UNIDADE 1
TÓPICO 3
1 INTRODUÇÃO
O estudo coletivo de flauta doce, o ensino coletivo, se constitui,
na contemporaneidade, em uma importante estratégia para popularizar a
aprendizagem desse instrumento em diferentes contextos. Além de também ser
uma forma de dinamizar as aulas de música.
A metodologia, por sua vez, como afirma Fusari (1988, p. 18-19) “pode
ser entendida como o método em ação, reunindo um conjunto de ideias e teorias
educativas transformadas em opções e atos que são concretizados em projetos ou
no próprio desenvolvimento das aulas”.
36
TÓPICO 3 | ENSINO COLETIVO DE FLAUTA DOCE
DICAS
37
UNIDADE 1 | HISTÓRIA E ASPECTOS GERAIS DA FLAUTA DOCE
NOTA
38
TÓPICO 3 | ENSINO COLETIVO DE FLAUTA DOCE
DICAS
Apesar desse contexto o ensino da flauta doce não está separado das aulas
de educação musical. Ao contrário, os conteúdos devem favorecer o ensino de
música reforçando conteúdos tais como: improvisação, propriedades do som,
melodia, ritmo e harmonia.
39
UNIDADE 1 | HISTÓRIA E ASPECTOS GERAIS DA FLAUTA DOCE
Cuervo e Petrini (2010) afirmam que o ensino de flauta doce abre caminhos
de exploração e criação, além de valorizar e ampliar as preferências musicais dos
estudantes. Mendes (2010, p. 38) afirma ainda que
40
TÓPICO 3 | ENSINO COLETIVO DE FLAUTA DOCE
41
UNIDADE 1 | HISTÓRIA E ASPECTOS GERAIS DA FLAUTA DOCE
42
TÓPICO 3 | ENSINO COLETIVO DE FLAUTA DOCE
43
UNIDADE 1 | HISTÓRIA E ASPECTOS GERAIS DA FLAUTA DOCE
DICAS
44
TÓPICO 3 | ENSINO COLETIVO DE FLAUTA DOCE
Por fim, também vale lembrar que a opção pelo conceito de gestão de
sala de aula ajuda a ir além da ideia de disciplina e indisciplina, pois considera a
diversidade presente em sala de aula.
45
UNIDADE 1 | HISTÓRIA E ASPECTOS GERAIS DA FLAUTA DOCE
46
TÓPICO 3 | ENSINO COLETIVO DE FLAUTA DOCE
Essas questões não possuem uma única resposta, mas é possível dizer,
em linhas gerais, que o planejamento prévio é um fator importante na definição
das diretrizes necessárias para orientar o trabalho pedagógico em sala de aula.
Evidentemente cada contexto exigirá dos integrantes criatividade e paciência
para construir coletivamente um percurso adequado para a realidade na qual
estiverem inseridos.
47
UNIDADE 1 | HISTÓRIA E ASPECTOS GERAIS DA FLAUTA DOCE
LEITURA COMPLEMENTAR
Juliana Stavizki
Além disso, no que diz respeito a compreensão da teoria musical, é notório que
os resultados observados são maiores quando há a prática instrumental, em especial a
prática em conjunto, utilizando ainda recursos como apreciação musical e composição.
O fazer musical torna os alunos atuantes em seu processo de aprendizagem.
Com base nos textos dos autores citados e em minhas experiências como
educadora musical, reforço a hipótese de que a flauta doce contribui para a
compreensão da teoria musical.
49
RESUMO DO TÓPICO 3
• Em 2016 foi promulgada a Lei nº 13.276/2016. Essa lei incluía, além da música,
as artes plásticas e artes cênicas, e estabelece um prazo de cinco anos para a sua
plena implementação. Com a nova Lei, a anterior, a nº 11.769/2008, perde força.
• O trabalho com a flauta doce nas aulas de música tem por objetivo envolver
o estudante musicalmente, despertando o interesse e a motivação pelo ouvir,
aprender e praticar a flauta doce, atingindo o fazer musical.
50
• O interesse pelo aprendizado de flauta pode ser potencializado com a
definição de um repertório e estratégias didáticas que façam sentido para a
criança. Nessa perspectiva devem-se privilegiar atividades que envolvam todo
o grupo, organizando-as de forma que sejam contempladas as potencialidades
dos estudantes.
51
AUTOATIVIDADE
53
54
UNIDADE 2
INTRODUÇÃO AO ESTUDO
TÉCNICO DA FLAUTA DOCE
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
A partir do estudo desta unidade, você deverá ser capaz de:
PLANO DE ESTUDOS
Esta unidade está dividida em três tópicos, com atividades que irão auxiliá-
lo na compreensão dos conceitos em questão.
55
56
UNIDADE 2
TÓPICO 1
1 INTRODUÇÃO
O universo da flauta doce é imenso. Há quem pense ser um instrumento
de fácil execução. Grande engano! Não podemos negar que os primeiros passos
na flauta doce são mais simples que em outros instrumentos, porém, a medida que
se estuda, o músico percebe que os passos vão ficando cada vez mais complexos
e quão particular é este doce instrumento, quanto mais você o estuda, mais
percebe que necessita desvendá-lo para que sua execução seja satisfatoriamente
qualitativa.
A flauta doce é constituída por três partes: cabeça, corpo e pé, que podem
ser desmontados (Figura 1). A cabeça tem o formato de bico com abertura para
sopro e uma janela para saída de ar, como em um apito. O corpo da flauta pode
ser separado de todo o resto, contudo o encaixe ligado à cabeça da flauta pode ser
utilizado para pequenos ajustes na afinação.
57
UNIDADE 2 | INTRODUÇÃO AO ESTUDO TÉCNICO DA FLAUTA DOCE
FONTE: Os autores
58
TÓPICO 1 | ASPECTOS GERAIS INTRODUTÓRIOS À PRÁTICA DO INSTRUMENTO
NOTA
Limitações timbrísticas
Está relacionado a um conceito que em música constitui uma das propriedades do som, qual
seja, o timbre. O timbre está associado à forma da onda sonora e nos permite distinguir sons
de mesma frequência, produzidos por instrumentos diferentes. O timbre é uma qualidade
do som e a grosso modo, pode ser definido como a identidade de uma fonte sonora
(instrumento musical, pessoa, objeto ou animal). Por exemplo, dois instrumentos musicais
(flauta e saxofone) podem tocar as mesmas notas musicais de uma melodia, mas cada um
tem seu próprio timbre, sua própria voz.
FONTE: <https://naesquinadasaudade.jimdo.com/2018/01/24/curiosidades-sobre-a-flauta-
doce/>. Acesso em: 20 jan. 2019.
Dó 3 Dó 4
FONTE: Os autores
FONTE: <https://naesquinadasaudade.jimdo.com/2018/01/24/curiosidades-sobre-a-flauta-
doce/>. Acesso em: 20 jan. 2019.
A flauta doce sopranino que mede 25cm é a menor flauta da família das
flautas doce. Sua espessura reduzida proporciona um som agudo, por esse moti-
vo, não é amplamente utilizada, seu uso é mais específico para algumas peças que
requerem sons muito agudos.
Na flauta doce Sopranino a nota mais grave é o Fá4. Na flauta doce sopra-
nino a nota real também soa uma oitava acima do que está escrito na partitura.
Observe a distância entre a nota mais grave na flauta Sopranino em comparação
com a Soprano.
Dó4
Soprano
Fá4
Sopranino
FONTE: Os autores
60
TÓPICO 1 | ASPECTOS GERAIS INTRODUTÓRIOS À PRÁTICA DO INSTRUMENTO
FONTE: <https://naesquinadasaudade.jimdo.com/2018/01/24/curiosidades-sobre-a-flauta-
doce/>. Acesso em: 20 jan. 2019.
Dó4
Soprano
Fá 4
Sopranino
FONTE: Os autores
61
UNIDADE 2 | INTRODUÇÃO AO ESTUDO TÉCNICO DA FLAUTA DOCE
FONTE: <https://cdn.iset.io/assets/53334/produtos/1364/thumb_350-350-flauta-tenor-yamaha-
yrt304b-barroca-0-p1364.jpg>. Acesso em: 21 jan. 2019.
Para tocar uma flauta tenor, é necessário ter dedos compridos, não sendo
possível, por exemplo, uma criança pequena tocá-la. Devido ao tamanho, a flauta
tenor ganha um jogo de chaves em seu último orifício (Figura 9) para facilitar o
manuseio das notas mais graves.
FONTE: Os autores
A flauta doce tenor, tem o DÓ3 como nota mais grave (Figura 10).
62
TÓPICO 1 | ASPECTOS GERAIS INTRODUTÓRIOS À PRÁTICA DO INSTRUMENTO
Dó4 Dó4
Tenor Soprano
Fá 3 Fá 4
Contralto Sopranino
FONTE: Os autores
FONTE: Os autores
63
UNIDADE 2 | INTRODUÇÃO AO ESTUDO TÉCNICO DA FLAUTA DOCE
FONTE: Os autores
Fá 3 Fá 4
Contralto Sopranino
Dó4 Dó4
Tenor Soprano
Fá 2
Baixo
FONTE: os autores
DICAS
FONTE: <https://2.bp.blogspot.com/-a5gMSgLgjmA/V1gvVD8TQNI/AAAAAAAAAhw/SniLLumoY-
wvI_SWWiG02u4bzS05ZmROwCLcB/s320/fam%25C3%25ADlia%2Bdas%2Bflautas.png>. Acesso
em: 21 jan. 2019.
3.1 POSTURA
Assim como todos os instrumentos, a flauta doce possui uma postura
correta para sua execução. Esta postura permitirá que o músico fique confortável
e, ao mesmo tempo, proporcionará sustentação adequada da flauta para que
o som e a digitação fiquem o mais ideal possível. A postura incorreta além de
prejudicar a qualidade sonora da execução, pode ocasionar lesões importantes ao
longo dos anos.
65
UNIDADE 2 | INTRODUÇÃO AO ESTUDO TÉCNICO DA FLAUTA DOCE
FONTE: Os autores
Pode-se tocar a flauta doce tanto sentado como em pé: Sentado (Figura
16), a coluna deve estar ereta, as costas longe do encosto da cadeira, pés apoiados
ao chão, cotovelos relaxados e levemente longe do tronco. Em pé (Figura 17),
coluna ereta, pés apoiados ao chão separados confortavelmente na direção dos
ombros, cotovelos relaxados e levemente afastados do tronco.
FONTE: Os autores
66
TÓPICO 1 | ASPECTOS GERAIS INTRODUTÓRIOS À PRÁTICA DO INSTRUMENTO
3.2 EMBOCADURA
Coloque suavemente a flauta doce entre os lábios, com o furo da cabeça
da flauta virada para frente. O lábio inferior deverá encaixar naturalmente na
curvatura do bocal da flauta. Cuidados: não encoste os dentes e nem coloque o
bocal da flauta muito para dentro da boca.
FONTE: Os autores
67
UNIDADE 2 | INTRODUÇÃO AO ESTUDO TÉCNICO DA FLAUTA DOCE
DICAS
3.4 SONORIDADE
A sonoridade é um dos elementos mais delicados e de maior dificuldade
na execução da flauta doce, pois a flauta soa de qualquer forma que você
assoprar, porém a qualidade vai depender do equilíbrio de vários fatores como: a
respiração, articulação da língua, postura e digitação correta.
DICAS
Aprendendo a ouvir
[...] Haveria outra forma de aprendermos sobre afinação de forma teórica, sem ouvir primeiro?
Talvez sim, mas seria muito mais difícil. Primeiro temos que ouvir a diferença entre duas notas
afinadas, e duas notas desafinadas. Por que duas? Pois se existir apenas uma nota, não temos
a referência auditiva que informa nosso ouvido qual nota está afinada ou desafinada.
Perceba que o áudio apresenta breves trechos sonoros. Note que os sons iniciam afinados
(sem batimentos), depois desafina (passa a ter batimentos), e afina novamente. Os dois
últimos trechos sonoros são exemplos de afinação correta.
Batimento: é o resultado da diferença das frequências de duas notas diferentes. O resultado
sonoro é parecido com um vibrato (vibração, oscilação), a nota faz um zumbido, ouvimos
uma oscilação lenta ou rápida dependendo do tamanho da desafinação. Para ter notas
afinadas, não deve haver batimentos entre as notas.
FONTE: Adaptado de: <http://quintaessentia.com.br/artigo/afinacao-a-pratica-leva-a-
perfeicao/>. Acesso em: 25 jan. 2019.
68
TÓPICO 1 | ASPECTOS GERAIS INTRODUTÓRIOS À PRÁTICA DO INSTRUMENTO
3.5 RESPIRAÇÃO
A respiração correta é indispensável para uma boa sonoridade e
sustentação do som, ela está diretamente ligada à qualidade na execução, não só
para a flauta doce, mas para qualquer instrumento de sopro e canto.
DICAS
69
UNIDADE 2 | INTRODUÇÃO AO ESTUDO TÉCNICO DA FLAUTA DOCE
Assopre rapidamente para fora todo o ar dos pulmões, relaxando-se todos os músculos
utilizados para a inspiração.
Faça estes exercícios respiratórios diariamente, de 5 a 10 vezes, seja antes de estudar ou
mesmo naqueles minutos de folga, no banho ou em outros momentos possíveis. Estes
exercícios são importantes quando estamos em nossos primeiros passos, são simples e
contribuirão para desenvolver maior qualidade e capacidade respiratória.
FONTE: <https://sites.google.com/site/estudantesdeflautasite2/home/artigos2/exercicio-
simples-de-respiracao-para-flautistas-iniciantes>. Acesso em: 25 jan. 2019.
70
RESUMO DO TÓPICO 1
71
AUTOATIVIDADE
( ) Articulação.
( ) Sonoridade.
( ) Respiração.
( ) Embocadura.
( ) Postura.
72
II. A flauta doce tenor mede 98,0 cm e é a maior flauta do quinteto da família.
Ela necessita de várias modificações em relação às demais flautas, por conta
do seu tamanho.
73
74
UNIDADE 2 TÓPICO 2
PREPARAÇÃO: LEITURA MELÓDICA
UTILIZANDO A FLAUTA DOCE
1 INTRODUÇÃO
Uma ação considerada essencial no processo de ensino e aprendizagem
de um instrumento musical é o tempo de dedicação dispensada ao estudo.
Outra questão de igual importância é a necessidade de um acompanhamento
profissional durante todo o processo, haja vista que o uso inadequado da flauta
doce pode trazer sérios prejuízos para a educação musical.
2 DIGITAÇÃO OU DEDILHADO
Utilizaremos, neste tópico, os termos digitação e dedilhado como
sinônimos para fazer referência ao conjunto de indicações que determinam os
dedos a serem utilizados para tocar um instrumento. Existem basicamente dois
tipos de dedilhados na flauta doce: germânico e barroco. A diferença, basicamente,
está na posição das notas FÁ e FÁ# (lê-se fá sustenido).
75
UNIDADE 2 | INTRODUÇÃO AO ESTUDO TÉCNICO DA FLAUTA DOCE
FONTE: <http://labflauta.org/wp-content/uploads/2018/03/Imagens-PatriciaE-2-273x300.png>.
Acesso em: 10 jan. 2019.
76
TÓPICO 2 | PREPARAÇÃO: LEITURA MELÓDICA UTILIZANDO A FLAUTA DOCE
NOTA
77
UNIDADE 2 | INTRODUÇÃO AO ESTUDO TÉCNICO DA FLAUTA DOCE
NOTA
78
TÓPICO 2 | PREPARAÇÃO: LEITURA MELÓDICA UTILIZANDO A FLAUTA DOCE
DICAS
Para saber mais sobre a posição dos dedos na flauta doce, assista ao vídeo
disponível em: <https://youtu.be/hCnpMinbCEI>. Acesso em: 25 jan. 2019.
79
UNIDADE 2 | INTRODUÇÃO AO ESTUDO TÉCNICO DA FLAUTA DOCE
80
TÓPICO 2 | PREPARAÇÃO: LEITURA MELÓDICA UTILIZANDO A FLAUTA DOCE
DICAS
Quer saber sobre a família dos instrumentos na orquestra? Acesse o vídeo em:
<https://youtu.be/LQSEf5r_apc> e assista a ele.
Orifício de trás
81
UNIDADE 2 | INTRODUÇÃO AO ESTUDO TÉCNICO DA FLAUTA DOCE
Sol Lá
Si Dó
FONTE: Os autores
82
TÓPICO 2 | PREPARAÇÃO: LEITURA MELÓDICA UTILIZANDO A FLAUTA DOCE
FONTE: Os autores
DICAS
Para prosseguir nesta fase inicial dos estudos na flauta é muito importante
ter realizado os exercícios de respiração e sopro propostos no Tópico 1. Do mesmo
modo, antes de continuar a leitura desse tópico é interessante que você utilize a
flauta doce soprano para treinar as posições das notas na Figura 22. Esse exercício
ajudará no processo de memorização das posições bem como na articulação da
língua, postura e sopro.
83
UNIDADE 2 | INTRODUÇÃO AO ESTUDO TÉCNICO DA FLAUTA DOCE
Dó Ré
Mi Fá
FONTE: Os autores
Geralmente, quando o som das notas mais graves, dó, ré e fá, é emitido
com ruídos a causa é o mau posicionamento dos dedos da mão direita sobre os
orifícios e/ou o polegar no orifício posterior (mão esquerda).
84
TÓPICO 2 | PREPARAÇÃO: LEITURA MELÓDICA UTILIZANDO A FLAUTA DOCE
DICAS
85
UNIDADE 2 | INTRODUÇÃO AO ESTUDO TÉCNICO DA FLAUTA DOCE
NOTA SI
FONTE: Os autores
NOTA LÁ
FIGURA 26 – PAUTA E DIAGRAMA DA NOTA LÁ
FONTE: Os autores
86
TÓPICO 2 | PREPARAÇÃO: LEITURA MELÓDICA UTILIZANDO A FLAUTA DOCE
NOTAS SI e LÁ
FONTE: Os autores
NOTA SOL
FONTE: Os autores
FONTE: Os autores
87
UNIDADE 2 | INTRODUÇÃO AO ESTUDO TÉCNICO DA FLAUTA DOCE
NOTA FÁ
FONTE: Os autores
NOTA MI
FONTE: Os autores
NOTAS FÁ e MI
FONTE: Os autores
88
TÓPICO 2 | PREPARAÇÃO: LEITURA MELÓDICA UTILIZANDO A FLAUTA DOCE
NOTA RÉ
FONTE: Os autores
FONTE: Os autores
NOTA DÓ
FONTE: Os autores
89
UNIDADE 2 | INTRODUÇÃO AO ESTUDO TÉCNICO DA FLAUTA DOCE
FONTE: Os autores
NOTA
Assim, uma música, pode estar a 120 batidas por minuto (música rápida)
bem como pode estar a 40 batidas por minuto (música lenta), dependendo do
andamento que se queira dar. Na música, utilizamos expressões em italiano para
determinar o andamento das obras, observe:
90
TÓPICO 2 | PREPARAÇÃO: LEITURA MELÓDICA UTILIZANDO A FLAUTA DOCE
DICAS
FONTE: <https://play.google.com/store/apps/details?id=com.andymstone.
metronome&hl=pt_BR>. Acesso em: 30 jan. 2019.
91
UNIDADE 2 | INTRODUÇÃO AO ESTUDO TÉCNICO DA FLAUTA DOCE
• Após cada uso você deve limpar o instrumento com pano seco na parte externa
e com o auxílio de uma gaze na parte interna. A secagem pode ser feita também
deixando a flauta tomando ar na posição vertical por cerca de 30 ou 40 minutos.
• A cada três meses a flauta deve ser desmontada e colocada de molho em
detergente, para limpeza de cada uma das partes separadamente. Tenha um
cuidado especial ao lavar o bocal, a janela e o canal de ar, pois estas regiões são
as partes mais sensíveis do instrumento.
• O uso de hipoclorito ou água sanitária deve ser evitado ou utilizado apenas quando
for percebido mau cheiro no instrumento, mas o ideal é que isso não aconteça.
• Além de limpar o instrumento, é preciso guardá-lo de modo que ele fique
preservado das sujeiras e também de possíveis quedas ou outros prejuízos na
estrutura.
• Nunca guarde a flauta úmida ou molhada, pois propiciará condições ideais
para que as bactérias se acumulem na parte interna.
Flautas de madeira
92
TÓPICO 2 | PREPARAÇÃO: LEITURA MELÓDICA UTILIZANDO A FLAUTA DOCE
É sempre recomendado que após um ano com a flauta de madeira, ela seja
reenviada ao luthier para que sejam realizados os ajustes necessários. A madeira
trabalha e muda as dimensões do instrumento o que pode interferir na afinação.
93
RESUMO DO TÓPICO 2
• A flauta doce soprano possui uma extensão de duas oitavas, ou seja, a nota
mais grave que é Dó se repete outras duas vezes.
• O ensino da flauta doce precisa avançar nos diferentes contextos à partir de uma
concepção de educação musical que promova um fazer musical abrangente,
sem deixar de abordar questões técnicas, mas, ao mesmo tempo, flexível e
criativo (FREIXEDAS, 2017).
94
AUTOATIVIDADE
95
Assinale a alternativa que apresenta a sequência correta:
a) ( ) F – V – F.
b) ( ) V – F – V.
c) ( ) F – F – F.
d) ( ) F – V – V.
3 Pelo fato de serem tocados com sopro, ou seja, com a boca, a limpeza da flauta
doce torna-se um hábito indispensável. O contato com a boca (e a saliva) faz
com que esses instrumentos costumem condensar água no seu interior, que
pode se tornar um espaço propício para proliferação de bactérias. Desse
modo, o professor deve dar uma especial atenção para questões referentes à
limpeza e conservação da flauta doce. Comente sobre três cuidados, que na
sua opinião, são essenciais para manter a qualidade sonora da flauta doce
de resina e de madeira.
96
UNIDADE 2 TÓPICO 3
EXECUÇÃO: PRATICANDO FLAUTA DOCE SOPRANO
1 INTRODUÇÃO
A iniciação à flauta doce exige atenção para uma série de questões
relacionadas não somente à didática e à pedagogia, mas, sobretudo, aos fatores
internos e externos que podem potencializar o processo pedagógico.
2 ESTUDOS INDIVIDUAIS
Durante o processo de ensino e aprendizagem de flauta doce, como no
aprendizado de qualquer outro instrumento, é importante organização para
atender às demandas de atividades individuais e em grupo.
97
UNIDADE 2 | INTRODUÇÃO AO ESTUDO TÉCNICO DA FLAUTA DOCE
98
TÓPICO 3 | EXECUÇÃO: PRATICANDO FLAUTA DOCE SOPRANO
Desse modo, o que se espera dos estudos individuais de flauta doce são
estudantes organizados, motivados e dedicados, portanto, autorregulados. Por
outro lado, há a preocupação por parte de alguns autores sobre se a aprendizagem
autorregulada é treinável.
O autor ressalta também que estudos sobre a memória musical ainda são
incipientes, pois quase nada se sabe sobre seu desenvolvimento, evolução ou
quais seriam os processos envolvidos no ato de tocar mentalmente uma peça.
99
UNIDADE 2 | INTRODUÇÃO AO ESTUDO TÉCNICO DA FLAUTA DOCE
100
TÓPICO 3 | EXECUÇÃO: PRATICANDO FLAUTA DOCE SOPRANO
101
UNIDADE 2 | INTRODUÇÃO AO ESTUDO TÉCNICO DA FLAUTA DOCE
102
TÓPICO 3 | EXECUÇÃO: PRATICANDO FLAUTA DOCE SOPRANO
103
UNIDADE 2 | INTRODUÇÃO AO ESTUDO TÉCNICO DA FLAUTA DOCE
104
TÓPICO 3 | EXECUÇÃO: PRATICANDO FLAUTA DOCE SOPRANO
DICAS
FONTE: Os autores
• No exemplo acima, primeiro uma pessoa recita a frase em voz alta e os demais
repetem, formando um eco.
• Na sequência ao invés de falar, usam-se palmas no ritmo da palavra para que o
grupo repita (também batendo palmas). Observe que as palavras três e última
sílaba de freguês são representadas por duas figuras ligadas, isso significa que
o som da primeira figura se estende para a segunda, bate-se somente uma
palma.
• Cumpridas as etapas anteriores o ritmo é transferido para a flauta. Poder ser
tocada qualquer nota, o importante é ser bem articulada.
105
UNIDADE 2 | INTRODUÇÃO AO ESTUDO TÉCNICO DA FLAUTA DOCE
Du du-u tu du tu du du-u
FONTE: Os autores
NOTA
4.2 OSTINATOS
Em música, ostinato é um motivo ou frase musical que é persistentemente
repetido numa mesma altura. A ideia repetida pode ser um padrão rítmico, parte
de uma melodia ou uma melodia completa (KAMIEN, 2018). O termo é de origem
italiana e significa obstinado ou persistente.
NOTA
106
TÓPICO 3 | EXECUÇÃO: PRATICANDO FLAUTA DOCE SOPRANO
FONTE: <http://2.bp.blogspot.com/-9770x7inW8Q/UmJ1O_RYU1I/AAAAAAAAAEk/3a1aW-
D2aek/s400/escatumbararibe.jpg>. Acesso em: 16 jan. 2019.
DICAS
107
UNIDADE 2 | INTRODUÇÃO AO ESTUDO TÉCNICO DA FLAUTA DOCE
LEITURA COMPLEMENTAR
A família Denner foi uma família de luthiers, que viveu no séc. XVIII e
fabricava instrumentos de sopro: flautas doces, traversos, oboés, entre outros.
Todos instrumentos com este nome (modelo Denner) são instrumentos barrocos,
geralmente com dedilhado barroco (exceto se especificado diferente), e são
adequados a todo flautista. Digamos que é o padrão. Assim como esta, também
encontraremos flautas Rotemburgh, Debey, Bressan e Hotteterre, todas barrocas,
porém fabricadas por diferentes famílias de luthiers.
108
TÓPICO 3 | EXECUÇÃO: PRATICANDO FLAUTA DOCE SOPRANO
Dream Recorders
109
UNIDADE 2 | INTRODUÇÃO AO ESTUDO TÉCNICO DA FLAUTA DOCE
Flautas Quadradas
Helder
110
TÓPICO 3 | EXECUÇÃO: PRATICANDO FLAUTA DOCE SOPRANO
volume, a flauta Helder (foto) contralto e tenor, produzida pela Mollenhauer, com
bloco e teto móvel, que possibilita a mudança de timbre e possui uma sonoridade
muito homogênea em toda a tessitura, e a mais nova invenção: a flauta Eagle,
desenvolvida pela Adriana Breukink e produzida em conjunto com a Kueng, com
o som muito potente, para que possa ser usada para tocar junto com instrumentos
modernos, como piano, violino ou como solista em uma orquestra.
A Flauta “Gigante”
Na renascença já existia uma flauta tão grande como esta, mas era uma
“extensão” acoplada na contração, deixando o instrumento muito desajeitado.
Adriana, sabendo que já existiu um instrumento deste tamanho, construiu um
novo instrumento, utilizando suas medidas de criação, assim como um novo
instrumento, porém com o mesmo padrão das flautas renascentistas. Esta flauta
mede 3,1m de comprimento.
111
RESUMO DO TÓPICO 3
112
• Crianças de zero a dois anos, ampliam os modos de expressão musical pelas
conquistas vocais e corporais. Nessa fase, a expressão musical é caracterizada
pela ênfase nos aspectos intuitivo, afetivo e pela exploração sensório-motora
dos materiais sonoros.
113
AUTOATIVIDADE
I-
II-
III-
IV-
114
3 O Hino da Alegria ou Ode à Alegria é o nome de um poema escrito por
Friedrich Schiller em 1785 e cantado no quarto movimento da 9.ª sinfonia
de Ludwig van Beethoven. Forme um grupo e estude essa melodia para
apresentar no próximo encontro presencial. Note que na partitura existem
alguns sinais que talvez você não conheça, pesquise sobre eles e socialize
em sala também.
115
116
UNIDADE 3
PRÁTICA MUSICAL
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
A partir do estudo desta unidade, você deverá ser capaz de:
PLANO DE ESTUDOS
Esta unidade está dividida em três tópicos. No decorrer da unidade você
encontrará autoatividades com o objetivo de reforçar o conteúdo apresentado.
117
118
UNIDADE 3
TÓPICO 1
REPERTÓRIO PARA PRÁTICA DE FLAUTA DOCE
1 INTRODUÇÃO
Definir um repertório adequado para flauta doce pode tornar o processo
de aprendizagem mais prazeroso e dinâmico. Neste tópico, vamos refletir sobre
as possibilidades de escolha do repertório, tendo como referência as cantigas de
roda, acalantos e alguns jogos musicais. Além disso, você terá a oportunidade de
retomar e aprofundar conhecimentos relacionados à teoria musical integrados à
prática instrumental.
Cabe ressaltar que essa discussão para iniciação à flauta doce em sala de
aula foi superada, haja vista as produções contemporâneas sobre o ensino de
música na educação básica.
119
UNIDADE 3 | PRÁTICA MUSICAL
Quanto aos métodos para flauta doce, existem várias publicações com
diferentes propostas, boa qualidade que podem auxiliar na definição de um
repertório inicial para as atividades com a flauta doce soprano. Seguem algumas
sugestões de bibliografia básica:
120
TÓPICO 1 | REPERTÓRIO PARA PRÁTICA DE FLAUTA DOCE
121
UNIDADE 3 | PRÁTICA MUSICAL
122
TÓPICO 1 | REPERTÓRIO PARA PRÁTICA DE FLAUTA DOCE
Sobre a música brasileira, cabe lembrar que cada região do País tem ritmos
característicos: o maracatu, a congada, reisados, cocos, samba, cirandas, frevo,
maculelê, baião e tantos outros, um universo de ritmos, danças e folguedos com
características e significados legítimos (BRITO, 2003).
123
UNIDADE 3 | PRÁTICA MUSICAL
Bambu
FONTE: Os autores
FONTE: Os autores
124
TÓPICO 1 | REPERTÓRIO PARA PRÁTICA DE FLAUTA DOCE
semínima
colcheia
DICAS
Antes de tocar é importante fazer uma leitura do ritmo, para isso você deve:
1. Posicionar a flauta abaixo do queixo.
2. Treinar as posições na flauta lendo a melodia.
3. Toda vez que mudar a posição dos dedos na flauta pronuncie a sílaba DU (não assopre na
flauta apenas fale).
4. Repita essa ação com todas as notas da melodia: falando DU nas figuras de semínima e
TUDO para as colcheias.
A figura colocada no final da melodia é uma pausa de semínima, indicando
que nenhum som deve ser emitido na flauta.
Agora faça isso tocando a flauta. Não esqueça de seguir a dica acima,
articulando a língua como se estivesse pronunciando as sílabas DU para
semínimas e TUDO para duas colcheias.
NOTA
125
UNIDADE 3 | PRÁTICA MUSICAL
O trem de ferro
FONTE: Os autores
126
TÓPICO 1 | REPERTÓRIO PARA PRÁTICA DE FLAUTA DOCE
FONTE: Os autores
DICAS
Quando atuar em sala de aula, uma estratégia interessante para essa melodia
é motivar o grupo de estudantes para sonorizar o movimento do trem, utilizando chocalhos,
ganzás, acelerando o andamento da música e recriando o som do apito do trem utilizando
a própria flauta.
NOTA
Escravos de Jó
127
UNIDADE 3 | PRÁTICA MUSICAL
FONTE: Os autores
Como tocar?
FONTE: Os autores
128
TÓPICO 1 | REPERTÓRIO PARA PRÁTICA DE FLAUTA DOCE
devemos utilizar uma finalização (casa 1) quando tocamos a primeira vez e outra
finalização (casa 2) quando tocamos a segunda vez.
DICAS
NOTA
DICAS
2.2 ACALANTOS
Os acalantos, também conhecidos como cantigas de ninar ou cantigas
de berço, são melodias repetitivas e monótonas para favorecerem a chegada do
sono. Historicamente foram considerados como um gesto de saudação, carinho e
solidariedade ao recém-nascido, um acalanto natural.
130
TÓPICO 1 | REPERTÓRIO PARA PRÁTICA DE FLAUTA DOCE
DICAS
Assista ao vídeo
Duerme negrito - Venezuela / Colômbia
Tutu marambá
131
UNIDADE 3 | PRÁTICA MUSICAL
si
FONTE: Os autores
Como Tocar? Para tocar essa melodia você utilizará as seguintes posições na
flauta:
FONTE: Os autores
Note que nessa melodia a nota FÁ tem uma posição diferenciada, isso se
justifica devido à indicação no início da pauta de um sustenido . Esse sinal
na última linha da pauta altera toda nota FÁ na melodia e, portanto, a posição na
flauta ou em qualquer outro instrumento é diferenciada.
132
TÓPICO 1 | REPERTÓRIO PARA PRÁTICA DE FLAUTA DOCE
DICAS
Para saber mais sobre esse assunto, leia a armadura de clave em: <http://www.
descomplicandoamusica.com/armadura-de-clave/>.
NOTA
Mucama bonita
FONTE: Os autores
133
UNIDADE 3 | PRÁTICA MUSICAL
Guerra (2010) alerta que o peso nas costas da mulher negra escravizada
era maior que dos homens, pois, além de trabalhos braçais muitas vezes, ela era
submetida a caprichos sexuais de seu dono.
Como tocar? Para essa melodia, Mucama bonita, foi elaborado um arranjo
para duas flautas doce, ou seja, duas vozes. Para tocar a primeira voz, flauta 1,
você utilizará as seguintes posições:
FONTE: Os autores
FONTE: Os autores
DICAS
134
TÓPICO 1 | REPERTÓRIO PARA PRÁTICA DE FLAUTA DOCE
NOTA
Berceuse
Incluímos como peça final deste item uma melodia do século XIX, composta
por Johannes Brahms (1833-1897). Brahms era alemão e foi considerado um dos
maiores compositores da sua época. Dentre tantos trabalhos compôs Berceuse
(Berço) que em francês equivaleria ao que chamamos, no Brasil, de canções de
berço ou canções de ninar.
FONTE: Os autores
135
UNIDADE 3 | PRÁTICA MUSICAL
NOTA
3 JOGOS DE IMPROVISAÇÃO
Ao contrário do que geralmente se ouve no senso comum, improvisar em
música exige um determinado conhecimento tanto de técnica do instrumento como
de teoria musical, além de criatividade e musicalidade. Para improvisar é preciso
“articular o pensamento, as ideias e as ações, conhecer o assunto, ter iniciativa e
criatividade para fazer e inventar, o que envolve inúmeras capacidades, tornando
o improviso algo planejado e organizado, e não superficial” (BRITO, 2003, p. 149).
136
TÓPICO 1 | REPERTÓRIO PARA PRÁTICA DE FLAUTA DOCE
Brito (2003, p. 153) esclarece que “a criança, em sintonia com seu modo
de perceber, expressar e comunicar, transporta sons e músicas para seu mundo
da imaginação e do faz-de-conta. Por isso, a sua improvisação é também um jogo
simbólico”. Desse modo, considerando as atividades de improvisação como algo
natural no processo de desenvolvimento infantil, entendemos que:
137
UNIDADE 3 | PRÁTICA MUSICAL
DICAS
Sugestão
Assista ao vídeo do concurso de talentos
da Turkia o “turkish got talent”, no qual um
menino de doze anos chamado Doğukan Aşık,
se apresentou improvisando com flauta doce
soprano e beatbox.
FONTE: <https://youtu.be/xSfE1a1WDfA?t=61>.
Acesso em: 19 jan. 2019.
138
TÓPICO 1 | REPERTÓRIO PARA PRÁTICA DE FLAUTA DOCE
FONTE: Os autores
FONTE: Os autores
DICAS
Toda vez que mudar a posição dos dedos na flauta pronuncie a sílaba DU para
semínima e TUDO para colcheias.
139
UNIDADE 3 | PRÁTICA MUSICAL
FONTE: Os autores
NOTA
140
TÓPICO 1 | REPERTÓRIO PARA PRÁTICA DE FLAUTA DOCE
DICAS
141
UNIDADE 3 | PRÁTICA MUSICAL
DICAS
Um conto sonoro que ilustra bem as informações apresentadas nesse texto foi
composto em 1886 pelo músico francês Camille Saint-Saëns: “O carnaval dos animais”, uma
obra composta para dois pianos e orquestra. A obra tem quatorze partes e cada uma delas
trata de um animal.
142
RESUMO DO TÓPICO 1
• Nessa fase inicial o que se quer é tocar toda e qualquer música, sobretudo,
aquelas mais conhecidas que tocam na televisão e no rádio. Contudo, é preciso
ter bastante paciência e controlar a ansiedade, haja vista que o domínio pleno
do instrumento vem com o tempo, autodisciplina, persistência e dedicação.
• As cantigas de roda são de extrema importância para a cultura local, seu resgate
e valorização entre os mais jovens é torna-se uma forma de manutenção da
memória dos povos que muito contribuíram para a formação da identidade da
música popular brasileira.
143
• Para improvisar é preciso “articular o pensamento, as ideias e as ações, conhecer
o assunto, ter iniciativa e criatividade para fazer e inventar, o que envolve
inúmeras capacidades, tornando o improviso algo planejado e organizado, e
não superficial” (BRITO, 2003, p. 149).
144
AUTOATIVIDADE
FONTE: Os autores
145
( ) As letras são simples, poéticas e em geral são de autoria desconhecida e de
tradição oral.
( ) São melodias conhecidas em todas as regiões do Brasil, porém, do ponto
de vista pedagógico não trazem grandes contribuições para a educação
musical.
( ) Costumes portugueses e indígenas foram mesclados com as tradições
africanas, dando origem a melodias de ninar e acalantos com personagens
típicos da cultura afro-brasileira.
( ) “Tutu Marambá”, “Escravos de Jó” e “Boi da cara preta” são alguns
exemplos de acalantos com personagens típicos da cultura afro-brasileiros.
146
UNIDADE 3
TÓPICO 2
PRÁTICAS METODOLÓGICAS DO
ENSINO DA FLAUTA DOCE
1 INTRODUÇÃO
Ao escolher algum método, é necessário avaliar alguns fatores como: qual
é a minha realidade educacional? Quais são meus recursos? Quantos alunos terei?
Qual é meu espaço físico para a realização? Terei apoio familiar dos alunos ou de
outros agentes educacionais? Respondendo a estas questões, você estará pronto
para escolher o método que melhor atenderá aos seus objetivos.
147
UNIDADE 3 | PRÁTICA MUSICAL
148
TÓPICO 2 | PRÁTICAS METODOLÓGICAS DO ENSINO DA FLAUTA DOCE
Naquela época, não era comum iniciar crianças tão novas no instrumento,
geralmente começavam com 8 ou 9 anos. Ao se deparar com tal proposta,
refletiu durante o dia qual metodologia poderia aplicar ao menino tão pequeno.
Então, os primeiros passos da sua metodologia começaram a surgir, quando
pensou “Como?! Todas as crianças japonesas falam japonês!... Se elas falam tão
fácil e fluentemente o japonês, deve haver algum segredo no seu aprendizado.
Realmente todas as crianças do mundo são criadas por um método perfeito: por
sua língua materna” (SUZUKI apud FONTERRADA, 2005, p. 167).
NOTA
149
UNIDADE 3 | PRÁTICA MUSICAL
O que torna esta metodologia tão aclamada é sua abordagem “pelo amor”,
ou seja, ela deve ocorrer de uma forma natural, através do contato e experiência
de outras pessoas, ela é colaborativa.
150
TÓPICO 2 | PRÁTICAS METODOLÓGICAS DO ENSINO DA FLAUTA DOCE
151
UNIDADE 3 | PRÁTICA MUSICAL
1. Componha para a flauta doce uma melodia com as notas Sol, Lá e Si, a duração
da sua música será de 10 notas, o ritmo é você quem decide. Após concluído,
forme uma dupla e ensine seu /sua colega a sua composição através da
imitação. Primeiro execute na flauta doce para que ele/ela possa conhecer sua
composição, em seguida, ensine-o/a de 2 em 2 notas, somando-as até que as 10
tenham sido aprendidas e executadas pelos dois.
4. Faça uma roda com a turma. Vocês irão executar a peça O Trem de Ferro do
folclore brasileiro, já praticada no Tópico 1. Elejam um “coordenador” de
ensaio, como um maestro.
A canção possui oito partes (compasso), conforme demonstrado (fig. 18). Dividam
os oito compassos entre todos os participantes, decore seu compasso com o seu
grupo.
152
TÓPICO 2 | PRÁTICAS METODOLÓGICAS DO ENSINO DA FLAUTA DOCE
FONTE: Os autores
DICAS
153
UNIDADE 3 | PRÁTICA MUSICAL
FONTE: <https://nova-escola-producao.s3.amazonaws.com/EqHTYmdz4vHPfdKNZveeZFPdNqF
TFN8WuxzcmS5URKTBmwWJVzx2595kDqmD/229-falamestre.jpg>. Acesso em: 30 jan. 2019.
154
TÓPICO 2 | PRÁTICAS METODOLÓGICAS DO ENSINO DA FLAUTA DOCE
155
UNIDADE 3 | PRÁTICA MUSICAL
Com base nos estudos dessas autoras é possível inferir que o Modelo
CLASP (composição, literatura, apreciação, técnica e performance) de educação
musical, quando adequado ao processo de ensino e aprendizagem de flauta doce,
pode trazer excelentes resultados. Abordaremos nos próximos itens cada uma
das atividades propostas no modelo CLASP e suas contribuições para os estudos
de flauta doce.
3.3 COMPOSIÇÃO
A composição, de acordo com Weiland e Weichselbaum (2008), é uma
atividade que envolve aspectos de criação musical, improvisação e arranjo.
Uma estratégia interessante é utilizar a forma rondó, cuja estrutura básica é
representada na figura a seguir.
FONTE: Os autores
Note que a estrutura apresenta várias partes, A, B, C, D etc. sendo que “A”
é o refrão, pois se repete ao longo da forma musical.
Vamos tocar?
156
TÓPICO 2 | PRÁTICAS METODOLÓGICAS DO ENSINO DA FLAUTA DOCE
FONTE: Os autores
DICAS
157
UNIDADE 3 | PRÁTICA MUSICAL
3.5 APRECIAÇÃO
Para essa atividade de apreciação musical vamos utilizar a obra de
Antonio Vivaldi, As quatro estações. Essa obra, como o nome sugere, é constituída
de quatro movimentos (partes): primavera, verão, outono e inverno. Na época de
sua publicação, em 1725, cada parte da obra era acompanhada por poemas que
descreviam exatamente quais características daquela estação Vivaldi pretendia
capturar musicalmente.
O primeiro movimento começa com um tema para a “Primavera” e
termina também com ele, com uma pequena variação do que se ouviu no início.
Era uma forma inspirada de atrair os ouvintes, e Vivaldi, considerado um dos
violonistas mais empolgantes do início do século XVIII, entendeu o valor de atrair
audiências. Nesses concertos, ele era o astro violonista (BRASIL ACADÊMICO,
2018).
158
TÓPICO 2 | PRÁTICAS METODOLÓGICAS DO ENSINO DA FLAUTA DOCE
DICAS
3.6 PERFORMANCE
Vamos tocar a abertura do primeiro movimento (Figura 23), cuja partitura
foi simplificada para ser executada na flauta doce Soprano, haja vista que
originalmente é uma composição para violino.
FONTE: Os autores
159
UNIDADE 3 | PRÁTICA MUSICAL
DICAS
Entendendo a partitura
2. Ao repetir a primeira parte da melodia note que o final da frase está sinalizada com
números: você pula a casa 1 e vai direto para a casa 2.
3. O mesmo procedimento deve ser adotado na segunda parte da melodia.
4. Nessa melodia, no início da pauta, a terceira linha (nota SI) tem uma alteração
Isso significa que todas as notas SI devem ser executadas utilizando a posição abaixo.
SI b (lê-se: SI bemol)
160
TÓPICO 2 | PRÁTICAS METODOLÓGICAS DO ENSINO DA FLAUTA DOCE
NOTA
A vídeo partitura dessa melodia está disponível para estudo em: <https://youtu.
be/y_I0UbppNyo?t=86>. Acesso em: 9 fev. 2019.
3.7 LITERATURA
Antonio Vivaldi foi um compositor do século XVII e XVIII e se tornou uma
das figuras mais famosas da música clássica europeia. Nascido em 4 de março
de 1678, em Veneza, Itália, foi ordenado padre, mas não exerceu o sacerdócio e
dedicou sua vida a uma grande paixão: a música.
Vivaldi era de uma rara família de ruivos, por isso eram conhecidos na
cidade pelo apelido de “Rossi”, isto é, os vermelhos. Para a época isso não era
comum o que por sua vez, causava estranheza e discriminação por parte de seus
contemporâneos.
161
UNIDADE 3 | PRÁTICA MUSICAL
NOTA
Que tal pesquisar mais sobre esse compositor e depois socializar o que descobriu
com seus colegas? Algumas informações podem ser obtidas em <http://musicascomcultura.
blogspot.com/2012/06/as-quatro-estacoe-de-vivaldi-os-seus.html>. Acesso em: 9 fev. 2019.
162
RESUMO DO TÓPICO 2
163
• C(L)A(S)P é uma sigla que propõe um modelo de ensino musical, que significa
C-Composition (composição), L- Literature Studies (literatura), A-Audition
(apreciação), S- Skill Aquisition (aquisição de habilidades, técnica) e P-Performance
(execução, interpretação).
• Trazer o modelo C(L)A(S)P para a flauta doce, nada mais é do que pensar no
fazer, no ensinar música envolvendo nas aulas atividades de composição,
apreciação musical e a performance como principais estratégias, seguidas da
literatura e da técnica.
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AUTOATIVIDADE
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( ) Swanwick e sua orientanda de doutorado June Tillman, a partir de
observações de aulas, foram percebendo que a medida que as crianças
se desenvolviam, lidavam com novos aspectos do discurso musical,
caracterizando quatro estágios de desenvolvimento da compreensão
musical: 1º Material Sonoro; 2º Caráter Expressivo; 3º Forma e 4º Valor.
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UNIDADE 3
TÓPICO 3
1 INTRODUÇÃO
Caro acadêmico! Práticas contemporâneas para ensino e aprendizagem
de flauta doce trata de estudos e pesquisas iniciadas na segunda metade do
século XIX até os dias atuais. São propostas alicerçadas em novas formas de
compreender música, que resultam em reavaliações das práticas pedagógicas em
educação musical.
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UNIDADE 3 | PRÁTICA MUSICAL
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TÓPICO 3 | PRÁTICAS CONTEMPORÂNEAS PARA ENSINO E APRENDIZAGEM DA FLAUTA DOCE
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UNIDADE 3 | PRÁTICA MUSICAL
• Aprender a apreender dos alunos o que ensinar sendo que, a este respeito, ele
costumava dizer que o melhor momento para ensinar um conceito é quando o
aluno quer saber.
• Questionar tudo sempre: perguntar “por quê”? (alfa e ômega, princípio e fim
da ciência e da arte).
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TÓPICO 3 | PRÁTICAS CONTEMPORÂNEAS PARA ENSINO E APRENDIZAGEM DA FLAUTA DOCE
DICAS
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UNIDADE 3 | PRÁTICA MUSICAL
Como tocar?
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TÓPICO 3 | PRÁTICAS CONTEMPORÂNEAS PARA ENSINO E APRENDIZAGEM DA FLAUTA DOCE
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UNIDADE 3 | PRÁTICA MUSICAL
DICAS
Schafer define soundscape como todo e qualquer evento acústico que compõe
um determinado ambiente. Desse ponto de vista, "o termo pode referir-se a ambientes reais
ou a construções abstratas, como composições musicais e montagens de fitas, em particular
quando consideradas como um ambiente" (SCHAFER, 2001, p. 366).
Segundo Fonterrada (2008, p. 195), “[...] Schafer não está preocupado com
o ensino sistemático de música, com aplicações técnicas específicas à formação de
instrumentistas ou cantores [...]”. Schafer se preocupa com a simplicidade, com
observações cotidianas e motiva os estudantes a pensarem e a compor de forma
lúdica, tornando a música mais acessível e oportunizada a todos. [...] Música é
algo que soa. Se não há som, não é música. Sempre resisti à leitura musical, nos
primeiros estágios da educação, porque ela incita muito facilmente a um desvio
da atenção para o papel e para o quadro negro, que não são os sons (SCHAFER,
1991, p. 307).
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TÓPICO 3 | PRÁTICAS CONTEMPORÂNEAS PARA ENSINO E APRENDIZAGEM DA FLAUTA DOCE
NOTA
1. Procurar descobrir todo potencial criativo das crianças, para que possam fazer música por
si mesmas.
2. Apresentar aos alunos de todas as idades os sons do ambiente; tratar a paisagem sonora
do mundo como uma composição musical, da qual o homem é o principal compositor; e
fazer julgamentos críticos que levem à melhoria de sua qualidade.
3. Descobrir um nexo ou ponto de união onde todas as artes possam encontrar-se e
desenvolver-se harmoniosamente. A isso acrescentaria um quarto campo, que estou apenas
começando a explorar: a contribuição que as filosofias orientais podem dar à formação de
artistas e músicos do Ocidente.
FONTE: SCHAFER, R. Murray. O ouvido pensante. Trad. Marisa Trench de Oliveira Fonterrada.
São Paulo: Editora UNESP, 1991.
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UNIDADE 3 | PRÁTICA MUSICAL
DICAS
Sobre percussão corporal, você poderá obter algumas dicas assistindo ao vídeo
disponível em: <https://youtu.be/pFaWQhzaBJw?t=72>. No vídeo são apresentadas diferentes
formas de bater palmas: grave, aguda, estrela, concha etc. Também serão apresentados sons
obtidos com a boca, estalos e batidas no peito.
Com base nessa dica que tal criar uma sequência rítmica utilizando flauta doce
e percussão corporal?
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TÓPICO 3 | PRÁTICAS CONTEMPORÂNEAS PARA ENSINO E APRENDIZAGEM DA FLAUTA DOCE
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UNIDADE 3 | PRÁTICA MUSICAL
NOTA
C D E F G A B C
DÓ RÉ MI FÁ SOL LÁ SI DÓ
Note que para diferenciar o DÓ grave (mão direita) do mais agudo, posição da mão esquerda
na flauta doce, é colocado um sublinhado: C. Pelo mesmo motivo as notas SI (B) e SOL (G)
estão sublinhadas na melodia “The Banana Boat Song”. Conforme descrito na Unidade 2
deste livro didático, sobre os tipos de flauta doce, essas notas mais graves fazem parte das
posições na flauta doce contralto.
FONTE: Os autores
Observe que essas posições têm em comum o fato do orifício posterior (polegar
esquerdo), ser mantido totalmente fechado. Desse modo se produz um conjunto de
notas musicais no intervalo de uma oitava, ou seja, oito notas. Porém, a flauta doce pode
produzir sons bem mais agudos, basta deixar meio orifício aberto na parte posterior,
exceto para a nota RÉ, com orifício posterior deve estar totalmente livre.
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TÓPICO 3 | PRÁTICAS CONTEMPORÂNEAS PARA ENSINO E APRENDIZAGEM DA FLAUTA DOCE
FONTE: Os autores
Note que no diagrama para flauta o nome das notas musicais se repetem,
porém com sons diferentes. Para não confundir observe a posição da nota na
pauta musical, pois, quanto mais você sobe, mais aguda fica a nota. Quanto mais
desce, mais grave.
FONTE: Os autores
Que tal exercitar as notas mais agudas da flauta doce tocando com os
colegas o tema abaixo:
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UNIDADE 3 | PRÁTICA MUSICAL
FONTE: Os autores
DICAS
Essa melodia pode ser acompanhada por percussão corporal ou copos, além
de haver inúmeras possibilidades de brincadeiras que podem ser realizadas com ela. Pesquise
sobre isso na internet e traga para sala de aula sugestões de como utilizar essa melodia de
forma dinâmica e divertida.
NOTA
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TÓPICO 3 | PRÁTICAS CONTEMPORÂNEAS PARA ENSINO E APRENDIZAGEM DA FLAUTA DOCE
Limpeza de ouvidos
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UNIDADE 3 | PRÁTICA MUSICAL
Despistagem
• Material: flauta doce e outros instrumentos musicais (um para cada participante
do jogo).
• Desenvolvimento: um jogador deve ficar no centro da roda com os olhos
vendados. Aqueles que estiverem a sua volta, ao sinal do professor deverão
tocar seus instrumentos, isso formará uma grande massa sonora. O jogador
vendado deverá localizar pelo som a flauta doce e se aproximar dela. Uma vez
cumprido o objetivo, troca-se de jogador e de instrumento se preferirem.
Jogo de imitação
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TÓPICO 3 | PRÁTICAS CONTEMPORÂNEAS PARA ENSINO E APRENDIZAGEM DA FLAUTA DOCE
FONTE: <https://www.gazetadopovo.com.br/caderno-g/se-claude-monet-vestisse-saias-
56ewst77ah3k1xuoz6gkb10em/>. Acesso em: 10 fev. 2019.
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TÓPICO 3 | PRÁTICAS CONTEMPORÂNEAS PARA ENSINO E APRENDIZAGEM DA FLAUTA DOCE
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UNIDADE 3 | PRÁTICA MUSICAL
Uma diminuição gradual do volume. Essa marca, pode ser estendida por
várias notas como o crescendo.
Para Schafer (1991, p. 277), a sala de aula deve ser um espaço para uma
comunidade de aprendizes, o que certamente envolve muito mais que a escuta
de obras musicais, pois inclui uma produção individual menos interessada em
compreensão estética do que em fazer música (MENDONÇA, 2009).
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TÓPICO 3 | PRÁTICAS CONTEMPORÂNEAS PARA ENSINO E APRENDIZAGEM DA FLAUTA DOCE
LEITURA COMPLEMENTAR
Madeira ou resina?
Podemos dizer que até a segunda guerra mundial, não existiam flautas
doces feitas de plástico ou resina. Naquela época, a flauta doce estava sendo
redescoberta, através de pesquisas dos instrumentos antigos que não eram mais
utilizados, como o cravo e a viola da gamba, e a flauta doce passou a ser utilizada
como instrumento de musicalização por ser um instrumento de construção menos
complexa e menor em tamanho do que o piano ou violino, por exemplo.
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UNIDADE 3 | PRÁTICA MUSICAL
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RESUMO DO TÓPICO 3
• Para Schafer duas atitudes são importantes para desenvolver o gosto musical:
curiosidade e a coragem. Sendo, curiosidade para procurar o novo e o escondido
e, coragem para desenvolver os próprios gostos sem levar em conta o que os
outros podem pensar ou dizer.
191
AUTOATIVIDADE
193
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