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CENTRO UNIVERSITÁRIO UNIFG

PSICOLOGIA

FELIPE OLIVEIRA RODRIGUES

JHONATA HEBERL SOUTO


SAMPAIO

THAMMER WALLYSON
OLIVEIRA COSTA

O USO DE ÁLCOOL ENTRE OS ESTUDANTES DE PSICOLOGIA DE UMA


CIDADE DO SERTÃO PRODUTIVO DA BAHIA

2020

FELIPE OLIVEIRA RODRIGUES


JHONATA HEBERL SOUTO
SAMPAIO
THAMMER WALLYSON
OLIVEIRA COSTA

O USO DE ÁLCOOL ENTRE OS ESTUDANTES DE PSICOLOGIA DE UMA


CIDADE DO SERTÃO PRODUTIVO DA BAHIA

Pré-projeto apresentado ao
curso de Psicologia do Centro
universitário UniFG,
como um dos pré-
requisitos para avaliação da
disciplina Métodos Qualitativos de
Pesquisa em Psicologia.

Professor (a): Adriana Bomfim

2020

1 INTRODUÇÃO

O uso de psicoativos provocam alterações de comportamento,


consciência, humor e cognição por atuar no sistema nervoso central (SNC).
Com isso, o presente trabalho tem como tema O uso de álcool entre os
estudantes de Psicologia de uma cidade do sertão produtivo da Bahia, uma vez
que estes deveriam ter um conhecimento maior sobre as consequências
neurológicas dessa droga.

O consumo de substâncias psicoativas tem sido alvo de estudos


recorrentes para se entender as causas e consequências no organismo e na
sociedade. Entre os jovens universitários, o uso do álcool segue prevalente
dentre todos os outros tipos. De acordo o I Levantamento Nacional sobre o
Uso de Álcool, Tabaco e Outras Drogas entre Universitários das 27 Capitais
Brasileiras, 86,2% dos estudantes do ensino superior já experimentaram
álcool.

O ingresso na universidade, mesmo que traga sentimentos positivos e


de alcance de uma meta programada por estudantes do ensino médio, por
vezes pode se tornar um período crítico, de maior vulnerabilidade para o início
e a manutenção do uso de álcool e outras drogas (Peuker et al., 2006).

O maior uso de álcool por essa população específica, em estudo nas


universidade públicas de São Paulo em 2005 foi constatado que está
relacionado a alguns fatores identificados além dos já provenientes desta fase
de juventude, como não possuir religião ou não frequentar celebrações
religiosas, apresentar mais horas livres nos dias úteis e maior renda, SILVA et
al (2005). O ingresso na universidade pode se tornar um período crítico, pois a
autonomia que se insere na vida de muitos estudantes é fator gerador de
insegurança e de maior vulnerabilidade para o início e a manutenção do uso.
Segundo Peuker et al (2006 , v. 22, p. 193-200), O uso de álcool entre
universitários também pode ser favorecido de forma indireta. Estudantes
influenciam-se mutuamente em termos de beber pela modelagem, imitação ou
reforçamento do comportamento de beber.

Diante disso, investigaremos as seguintes questões norteadoras: quais


os conhecimentos prévios dos estudantes sobres as consequências do uso de
álcool? Quais motivos que os levaram ao consumo? Qual a frequência do uso?
Dentre outras.
2 PROBLEMA

· Qual o conhecimento prévio dos alunos de Psicologia desta cidade do


sertão produtiva da Bahia, quanto às consequências do uso de álcool e
sua interferência no uso em comparação aos dados nacionais.

3 JUSTIFICATIVA

O presente trabalho visa à compreensão do uso de álcool entre os


estudantes de Psicologia de cidade do sertão produtivo da Bahia, tendo como
questão o que os alunos de uma instituição de ensino superior conhecem sobre
os problemas e risco do consumo do álcool de maneira exorbitante. Ao
problematizar as consequências, os alunos deveriam entender os riscos
neurológicos e psicológicos do consumo do álcool e, a partir do
aprofundamento dessa pesquisa e de seus resultados, a sociedade poderá vir
a entender o risco e compreender o porquê deve-se vigiar esse comportamento
entre os estudantes, minimizando, por vezes, seus prejuízos.

Esse trabalho pretende possibilitar uma reflexão sobre o porquê de os


estudantes fazerem consumo do álcool, visando sempre o motivo pelo qual
foram levados a tomar essa medida de ingerir a substância, lembrando sempre
sobre o conhecimento que esses alunos têm sobre as consequências do
consumo do álcool.
Uma forma como esse trabalho pode contribuir para futuras produções
científicas diz respeito, principalmente, às pesquisas da Psicologia situadas no
campo dos efeitos psicotrópicos sociais e psicológicos na sociedade. Uma
abordagem que entenda a motivação pela qual os jovens fazem usos de
drogas psicoativas e como isso afeta suas vidas pessoais e o meio o qual
pertencem pode ajudar no desenvolvimento de estratégias psicoterápicas mais
efetivas e políticas públicas de abordagem e combate às drogas e
criminalidade. Ademais é importante possibilitar aos leitores a capacidade de
discernir a perspectiva que estudantes de Psicologia têm sobre o efeito dos
psicotrópicos em comparação ao público comum.

Algumas pesquisas relacionadas foram encontradas sobre essa


temática que abordam uma temática semelhante; porém, feitas em outros
ambientes e que podem servir como dados comparativos e cooperativos na
compreensão da problemática. Dentre elas, o projeto realizado por Colares,
Franca e Gonzalez (2009) Condutas de saúde entre universitários: diferenças
entre gêneros. Que analisaram estudantes de cursos da área da saúde
constataram que, no cenário estudado os universitários do sexo masculino
tendem a ter maior consumo de álcool e outras drogas.

Uso de substâncias psicoativas entre estudantes de odontologia da


Universidade Federal do Espírito Santo, Teixeira et al (2009) que como
resultado pode observar que os os estudantes de odontologia desta referida
universidade não possui diferenças significativas dos a dos resultados de
outros cursos pelo país, ressaltando a necessidade de uma melhor abordagem
sobre o assunto durante a graduação.

Prevalência e fatores associados com o consumo de substâncias


psicoativas por acadêmicos de enfermagem da Universidade de Passo Fundo,
autoria de Picolotto (2010) onde os dados obtidos não diferiam muito aos
dados dos universitários do Brasil de forma geral.

Uso de substâncias psicoativas entre estudantes de Medicina de


Salvador (BA), LEMOS et al, graduandos da Faculdade de Medicina da UFBA
no ano de 2007. Como resultado dessa pesquisa afirmam o uso raro de e
recreativo de psicoativos pelos estudantes observados, mas ressalta a
necessidade do acompanhamento psicológica para observar o fenômeno do
uso de drogas, bem como a realização de novos estudos para servirem de
base para medidas preventivas.

Uso de álcool e tabaco entre estudantes de Psicologia da Universidade


Federal do Espírito Santo, de Santos et al (2013) foi outro trabalho semelhante
que fora usado como fundamento para o presente trabalho pois discorre sobre
o mesmo objeto de estudo em estudantes de Psicologia, porém em outra
localidade do país. Os resultados obtidos ressaltam a necessidade de que
exista uma maior abordagem sobre o assunto na grade curricular bem como
programas preventivos com enfoque nessa parcela da sociedade em
específico.

4 OBJETIVOS

4.1 Objetivo Geral

· Analisar o conhecimento dos alunos, de um curso de Psicologia


no sertão da Bahia, sobre as consequências do uso de álcool e
sua interferência na utilização dele quando comparada aos dados
nacionais.

4.2 Objetivos Específicos

· Identificar o conhecimento dos alunos sobre o consumo de álcool


e suas consequências, principalmente em questões neurológicas

· Identificar fatores que levaram ao início do consumo

· Aferir a regularidade do uso de Álcool entre esses estudantes


universitários do curso de Psicologia da referida cidade do sertão
baiano.
5 REFERENCIAL TEÓRICO

Tomando como referência os objetivos do trabalho e


autores como Fernandes et al (2017), I Levantamento Nacional sobre o Uso
de Álcool, Tabaco e Outras Drogas entre Universitários das 27 Capitais
Brasileiras (2010), Peuker et al (2006), dentre outros, pretende-se
desenvolver os seguintes tópicos teóricos:

· Relação do uso de Álcool com a vida universitária

· Dados nacionais sobre os uso de substâncias entre universitários

· Frequência do uso dessa substância dos alunos de Psicologia em


comparação aos dados gerais dos universitários brasileiros

6.1 DELINEAMENTO DA PESQUISA

Bauer (2002) diz que a pesquisa de cunho qualitativo lida com concepções das
realidades sociais. Método esse de pesquisa determinado por atender a nossa demanda
de pesquisa que inclui as relações entre o consumo de Álcool, os motivos que
influenciaram no início do uso, e as influências da vida universitária nesse
comportamento. Além disso, a análise dos dados obtidos será feita em comparação com
outros estudos a nível nacional e de outras localidades.
A pesquisa qualitativa detalha a complexidade do problema, sendo necessário
entender os processos dinâmicos vividos nos grupos, contribuindo com o processo de
mudança, proporcionando entendimento das especificidades dos indivíduos. (DALFOVO;
LANA; SILVEIRA, 2008)
Este método de pesquisa tem caráter exploratório, permitindo assim maior
contato entre o pesquisador e o objeto de pesquisa. Como relata Minayo (2001), a fim de
se ter sucesso no trabalho de campo, o planejamento da fase exploratória é
imprescindível, pois essa fase é um dos momentos mais importantes, visto que determina
o antes e depois da construção do projeto.
De acordo Lakatos e Marconi (2003) a pesquisa de campo tem como objetivo a
obtenção de
informações e conhecimentos sobre determinada problemática. Para Minayo (2001)
, a boa realização do trabalho de campo deve ser determinada pelo investigador, pois a
fundamentação teórica que sustente aquilo que está sendo mostrado é necessária para
o espaço de pesquisa, isso além do meio.
O estudo de caso é o método que pretende ser utilizado, com o objetivo de
compreender um fenômeno social complexo. Yin (2005) diz que, o estudo de caso deve
ser efetuado quando se pretende investigar as razões por trás de um conjunto de
acontecimentos/comportamentos atuais. O autor reafirma que o estudo de caso permite
a investigação de um fenômeno contemporâneo dentro de um contexto real, o que é
também coerente com a proposta desta pesquisa.

7.2

LOCAL DA PESQUISA

A pesquisa será realizada entre todos os alunos de Psicologia de uma (1)


universidade da rede privada do ensino superior de uma cidade do sertão produtivo da
Bahia. Esse espaço foi escolhido pelo fato de possuir alunos do curso superior de
Psicologia do 1º ao 10º semestre.
Considerando os objetivos da pesquisa, que solicitam a observação do
comportamento dos alunos desse curso em específico em relação ao conhecimento
sobre os riscos do uso frequente de álcool, a periodicidade de um possível consumo,
motivos que os levaram a começo do uso, e o que muda nessa relação ao passar dos
semestres.
Consideramos que o número de alunos definido é suficiente para garantir uma
confiabilidade aos dados coletados, pois permite a comparação de realidades dentro do
estudo de caso.

7.3
SUJEITOS DA PESQUISA

Os sujeitos de pesquisa escolhidos são: alunos matriculados no curso de


Psicologia de todos os semestres em determinada universidade. Essa escolha atende
aos objetivos da pesquisa, quais sejam: identificar o conhecimento que esses alunos têm
durante o curso sobre o consumo de álcool, dados sobre a regularidade do possível, uso
e os motivos que levaram a iniciar o consumo

7.4

INSTRUMENTOS DE PESQUISA

As investigações qualitativas, por sua diversidade e flexibilidade, não admitem


regras precisas, afirma Alves-Mazzotti e Gewandsznajder (1998), portanto, é necessário
o uso de mecanismos para a busca de dados, atendendo à subjetividade do objeto de
pesquisa. Sendo assim, o instrumento de pesquisa que utilizaremos é: Entrevista semi-
estruturada.
REFERÊNCIAS

BAUER, M. W. e GASKEL, G. Pesquisa qualitativa com texto, imagem e


som: um manual prático. 3. ed. Rio de Janeiro: Vozes, 2002.

Brasil. Presidência da República. Secretaria Nacional de Políticas sobre


Drogas. I Levantamento Nacional sobre o Uso de Álcool, Tabaco e Outras
Drogas entre Universitários das 27 Capitais Brasileiras / Secretaria
Nacional de Políticas sobre Drogas; GREA/IPQ-HCFMUSP; organizadores
Arthur Guerra de Andrade, Paulina do Carmo Arruda Vieira Duarte, Lúcio
Garcia de Oliveira. – Brasília: SENAD, 2010. 284 p.

COLARES, Viviane; FRANCA, Carolina da; GONZALEZ, Emília. Condutas de


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DALFOVO, Michael Samir; LANA, Rogério Adilson; SILVEIRA, Amélia.


Métodos quantitativos e qualitativos: um resgate teórico. Revista
Interdisciplinar Científica Aplicada, Blumenau, v.2, n.4, p.01- 13, Sem II,
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FERNANDES, Thaís Ferraz et al . Uso de substâncias psicoativas entre


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