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UTILIZAÇÃO DO MODELO DE SIMULAÇÃO HIDROLÓGICA SWAT

EM UMA PEQUENA BACIA DO VACACAI MIRIM1


Rodrigo C. D. Paiva2 Joaquin I. B. Garcia3 Eloiza M. C. D. Paiva4

A modelagem matemática tem sido uma das ferramentas utilizadas na otimização das
poucas informações hidrológicas existentes, necessárias na solução de conflitos pelo uso da
água e no gerenciamento dos recursos hídricos. Grande parte dos modelos hidrológicos usa
relações empíricas com parâmetros que precisam ser calibrados com dados observados.
Existe então a necessidade de desenvolvimento ou avaliação de modelos existentes
capazes de suprir a deficiência destes dados. O presente trabalho tem por objetivo utilizar o
modelo SWAT na pequena bacia Menino Deus I, sub-bacia do Arroio Vacacaí Mirim, a fim
de avaliar sua aplicabilidade na região para posterior utilização no restante da bacia. A bacia
Menino Deus I localiza-se a montante do reservatório responsável por parte do
abastecimento da cidade de Santa Maria-RS, possui 18 km 2, declividade média de 20% e
predominância de campo e floresta. SWAT(Soil and Water Assessment Tool), é um modelo
físico, distribuído, de simulação contínua, desenvolvido para avaliar os impactos causados
devido às práticas de manejo agrícola na água, sedimentos e pesticidas em bacias grandes
e complexas. Utiliza informações como clima, propriedades do solo, topografia, vegetação e
manejo agrícola para simular processos físicos associados ao movimento da água,
sedimentos, nutrientes, pesticidas, crescimento das plantas, etc. Por ser baseado em
conceitos físicos, o SWAT pode ser usado em bacias sem monitoramento hidrológico, além
de poder avaliar impactos relativos a diferentes práticas agrícolas, clima, etc. Os dados
climatológicos utilizados tais como séries diárias de precipitação, velocidade do vento,
umidade relativa, temperatura, insolação e evaporação potencial de tanque foram obtidos da
estação meteorológica localizada no campus da UFSM. Utilizou-se também um MNT
construído a partir de mapas topográficos na escala 1:50000, um mapa de uso do solo
obtido pela SEMA a partir de imagens do satélite LandSat-7 e um mapa de tipo de solo na
escala 1:250000 classificado de acordo com o Sistema Brasileiro de Classificação de Solos,
sugerido pela EMBRAPA. Além disto, foram coletadas informações na bibliografia quanto a
parâmetros físicos de cada tipo de solo da bacia. Para avaliação da qualidade das
simulações, as séries de vazão obtidas foram comparadas com dados monitorados durante
o período de 07/08/96 a 31/12/97 pelo GHidros, através de análise gráfica e índices
estatísticos como coeficiente de determinação, erro nos volumes totais e de escoamento
superficial e de base, coeficiente de Nash-Sutcliffe, avaliação da curva de permanência, etc.
O trabalho está em andamento, com o modelo em fase de calibração. Algumas dificuldades
vêm sendo encontradas como a existência de poucas estações meteorológicas e
pluviométricas, série de vazão muito curta gerando incertezas na calibração, pouca
informação sobre parâmetros físicos do solo, o fato do modelo não ter sido validado na
região, etc. Entretanto, espera-se com o uso de um modelo deste tipo uma descrição mais
detalhada de todos os processos hidrológicos além de uma menor incerteza na extrapolação
de parâmetros calibrados para bacias sem monitoramento.

1 - Financiado pelo CTHidro


2 - Autor: Acadêmico do Curso de Eng. Civil/ Bolsista IC-CNPq/GHIDROS/CT/UFSM
3 - Co-Autor: Bolsista CNPq DTI-G / GHIDROS/CT/UFSM
4 - Orientadora: Prof.ª Drª./ Bolsista PQ / GHIDROS/HDS/CT/UFSM
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XIX Jornada Acadêmica Integrada, UFSM, 19,20 e 21 de outubro de 2005

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